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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA E POLÍTICAS PÚBLICAS CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA RELATÓRIO DA DISCIPLINA: Pesquisa e Prática de ensino de Geografia III EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL Angra dos Reis - RJ 2021 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA E POLÍTICAS PÚBLICAS CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA Bruna de Souza Pacanowski Caio Damasceno Parnahyba João Gabriel Tiburcio de Araujo RELATÓRIO DA DISCIPLINA: Pesquisa e Prática de ensino de Geografia III Relatório de estágio apresentado junto ao curso de licenciatura de Geografia na disciplina Pesquisa e Prática de ensino de Geografia - III ministrada pela Prof. Diogo Marçal como requisito parcial para aprovação na disciplina. Angra dos Reis - RJ 2021 Introdução 4 Objetivos 5 Metodologia 5 Leis e Diretrizes sobre a Educação Especial no Brasil 7 O estudo de caso (dados referentes a 2019) 11 Análise das informações coletadas a partir da bibliografia pesquisada. 13 Questionário 13 Pergunta 1: sobre titulação 13 Pergunta 2: sobre a rotina 13 Pergunta 3: sobre a transição para o período remoto 14 Pergunta 4: sobre a adoção de políticas públicas em Angra 14 Pergunta 5: sobre a transição para o período remoto 14 Pergunta 6: sobre a aceitação do ensino remoto 14 Pergunta 7: sobre as metodologias 15 Introdução A elaboração do presente relatório tem como objetivo compilar os conteúdos estudados através da disciplina Pesquisa e Prática de Ensino de Geografia III durante o semestre letivo de 2020.2 da Universidade Federal Fluminense - IEAR (Instituto de Educação de Angra dos Reis). O decorrer da disciplina aconteceu de maneira remota, contando com encontros síncronos, estudo bibliográfico, atividades voltadas à compreensão da função docente no ensino médio e palestras realizadas em conjunto com outras disciplinas de estágio supervisionado. Desta maneira, diante do afastamento físico imposto pela pandemia do COVID-19 que perdura desde 2020, a realização dos estágios têm ocorrido sem a presença dos futuros docentes nos espaços escolares. Nesta perspectiva, as disciplinas de Pesquisa e Prática de Ensino têm enfrentado alguns desafios, obrigando os professores universitários a se reinventarem para atender às novas demandas de como ensinar a profissão docente. Durante os cursos de licenciatura, a primeira metade é voltada para os conhecimentos específicos e históricos, particularmente no caso da graduação em Geografia, a primeira metade do curso volta-se para os saberes específicos da área, como por exemplo Geologia, Climatologia, Pedologia, entre outros. É a partir da segunda metade do curso que inicia-se a preocupação com os saberes ligados à profissão docente, como exercer este papel. Para tanto, existem quatro disciplinas de Pesquisa e Prática de Ensino. A primeira, Pesquisa e Prática de Ensino, não é voltada para o campo do saber específico (geografia) e tem como objetivo a familiarização do licenciando com o ambiente escolar e o funcionamento geral da escola, podendo ser realizada em qualquer espaço educativo. A segunda, Pesquisa e Prática de Ensino de Geografia I, é direcionado para o Ensino Fundamental, e busca construir nos licenciandos noções a partir da Cartografia Escolar, mostrando ferramentas para desenvolver um processo de ensino-aprendizagem efetivo da ciência geográfica. A terceira disciplina, Pesquisa e Prática de Ensino de Geografia II, voltada para o ensino da geografia em nível de Ensino Médio, busca fundamentar saberes didático-pedagógicos como ferramenta de ensino. A quarta disciplina, para a qual este trabalho está sendo desenvolvido, Pesquisa e Prática de Ensino de Geografia III, tem foco em modalidades de ensino não regulares, como por exemplo: Educação Indígena e Quilombola, Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, entre outros. Para dar conta de fundamentar os conhecimentos acerca das diferentes modalidades existentes, os alunos foram separados em grupos e cada um ficou responsável por pesquisar acerca da modalidade escolhida, suas particularidades, legislações importantes e o cenário desta modalidade de ensino em Angra dos Reis. Destarte, este trabalho refere-se a Educação Especial (ou Educação Inclusiva), buscaremos trazer contribuições sobre o histórico desta modalidade e possibilidades do Ensino de Geografia para alunos com necessidades educacionais especiais. Objetivos ● Explicitar as especificidades voltadas para Educação Especial no Brasil; ● Analisar as principais legislações referentes à Educação Especial; ● Compreender o quadro da Educação Especial no município de Angra dos Reis; ● Realizar uma análise de caso da Escola Municipal para Deficientes Visuais, localizada no Balneário, Angra dos Reis. Metodologia Para atingir os objetivos propostos, será contemplada a metodologia de pesquisa exploratória. ● Pesquisa bibliográfica de autores voltados para Educação Especial/Inclusiva; ● Realização de entrevista; ● Consulta a legislação vigente. Leis e Diretrizes sobre a Educação Especial no Brasil A Educação Especial no Brasil vem sendo discutida desde os anos 1960, onde com o tempo cada vez mais vem ganhando espaço e força dentro da sociedade, resultado de anos de luta e exclusão de pessoas com diversos tipos de deficiência. Antes, essas pessoas eram privadas da Educação, não tinham direitos que assegurassem sua escolarização, sendo desta forma excluídos da sociedade, gerando uma série de desigualdades sociais. Portanto, foi a partir de 1988, com a promulgação da Constituição Federal, que a Educação se consolidou como um Direito fundamental de todos os cidadãos, incluindo, desta forma, pessoas com deficiência. Porém, ainda assim de maneira segregada, pois os alunos eram direcionados a um tipo de educação específica, separada dos estudantes ditos “normais”. Complementando, Kassar reforça que: “No Brasil, o atendimento educacional direcionado às pessoas com deficiências foi construído separadamente da educação oferecida à população que não apresentava diferenças ou características explícitas que a caracterizasse como “anormal”. Dessa forma, a educação especial constituiu-se como um campo de atuação específico, muitas vezes sem interlocução com a educação comum. Esta separação materializou-se na existência de um sistema paralelo de ensino, de modo que o atendimento de alunos com deficiência ocorreu de modo incisivo em locais separados dos outros alunos.” (KASSAR, 2011. p. 62). Este tipo de tratamento específico veio se tornando uma preocupação para diversos autores e pesquisadores da área, porque acaba fazendo com que esses estudantes tenham uma visão de mundo que não corresponde à realidade, pois, a convivência dos estudantes portadores de deficiência e não portadores é importante para melhor preparar a vida em sociedade. Desta maneira, em consequência da Declaração de Salamanca em 1994, na Espanha, em 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB/96, visando o atendimento das escolas a todas as crianças. A partir disso, observamos uma maior discussão sobre a inclusão, e não mais a separação das pessoas com deficiência, ocorrendo em 2003 a criação do Programa de Educação Inclusiva, onde foi proposto que pessoas com deficiência fossem matriculadas em salas comuns. Dito isto, é importante frisar que, “A política de “Educação Inclusiva” vai materializando-se, também, com a constituição de um conjunto de programas e ações: “Programa Nacional de Formação Continuada de Professores na Educação Especial” e “Formação de Professores para o Atendimento Educacional Especializado”, que atende a formação continuada de professores, prioritariamente na modalidade à distância; “Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social” (BPC), que realiza acompanhamento e monitoramento de acesso e permanência nas escolas dos alunos beneficiários do BPC, até 18 anos; “Programade Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais”; “Escola Acessível”, para adaptação arquitetônica das escolas; “Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade”; “Programa Incluir”” (Ibidem, 2011. p. 73). Esses programas foram de grande relevância para ampliação das matrículas da educação especial em salas regulares, favorecendo para que a desigualdade social seja diminuída, fortalecendo cada vez mais o direito de acesso à educação de todos os cidadãos, estabelecido pela Constituição Federal de 1988. Sendo assim, destacamos abaixo as principais leis e diretrizes da educação especial no Brasil: 1961: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no.4024/61 - direito das pessoas com deficiência à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. 1971: LDB 5692/71 - Tratamento especial para os alunos com deficiência física e deficiência mental. 1988: Constituição Federal, Artigo 205 - Educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. 1990: ECA – Lei nº 8069/90, trata do atendimento educacional especializado 1994: Política Nacional de Educação Especial MEC nº 1.793 [1] – Recomenda a inclusão de conteúdos relativos aos aspectos–Ético–Políticos–Educacionais da Normalização e Integração da Pessoa Portadora de Necessidades Especiais. 1996: LDB no. 9394/96, art. 59 - preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades. http://www.inclusive.org.br/arquivos/30480#_ftn1 1999: Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência Decreto nº. 3298 que regulariza a Lei 7853/89. Define a educação especial como modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino. 2001: Parecer CNE/CP 9 [4] – referente à Formação de Professores. Atender a uma política de integração dos alunos com necessidades educacionais especiais nas classes comuns dos sistemas de ensino exige que a formação dos professores das diferentes etapas da educação básica inclua conhecimentos relativos à educação desses alunos. 2002: Lei 10436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão – Libras currículos formação de professores e fonoaudiologia. Uso de Braille em todas as modalidades de ensino. 2003: MEC cria o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade visando transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos. 2004: Decreto 5296/04 referente ao acesso de Alunos com Deficiências às Classes Comuns da Rede Regular (reafirmando o direito e os benefícios da escolarização nas turmas do ensino regular) 2005: Programa de Acessibilidade na Educação Superior (Incluir) propõe ações que garantem o acesso pleno de pessoas com deficiência às instituições federais de ensino superior (Ifes). Decreto 5.626 [11] – Decreto dispôs sobre a inclusão de Libras como disciplina curricular, a formação e a certificação de professor, instrutor e tradutor/ intérprete de Libras. 2006: Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Visa garantir um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino. 2007: Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE[12] recomenda: A acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares; A implantação de salas de recursos multifuncionais; A formação docente para o atendimento educacional especializado. 2008: Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Este é um documento de grande importância, que fundamenta a política nacional http://www.inclusive.org.br/arquivos/30480#_ftn4 http://www.inclusive.org.br/arquivos/30480#_ftn11 http://www.inclusive.org.br/arquivos/30480#_ftn12 educacional e enfatiza o caráter de “processo”, desde o título: “na perspectiva da” – ou seja, ele indica o ponto de partida (Educação Especial) e assinala o ponto de chegada (Educação Inclusiva). 2009: Resolução MEC CNE/CEB 4 – Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. 2010: Conferência Nacional de Educação, CONAE, precedida por reuniões municipais e estaduais: quase 4000 representantes foram credenciados, inclusive pessoas com deficiência e seus representantes, algo inédito na história das políticas públicas do setor educacional no Brasil: Da CONAE saiu uma versão atualizada do Plano Nacional de Educação (PNE). 2011: Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite. O art. 3. estabelece a garantia de um sistema educacional inclusivo como uma das diretrizes. Baseado na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que recomenda a equiparação de oportunidades. 2016: Lei n.409 [29] – Dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino. Em contrapartida, apesar dos avanços da Educação Especial nos últimos anos, no dia 30 de setembro de 2020, o atual presidente da República Jair Messias Bolsonaro assinou um decreto que indica uma nova Política Nacional de Educação Especial (PNEE), que basicamente retrocede as políticas do Programa de Educação Inclusiva, pois incentiva a matrícula de pessoas com deficiência em escolas especiais. Por esses aspectos, é importante reconhecer os avanços nesse campo conquistados nos últimos anos, da mesma forma, levar em consideração que ainda há muitos desafios estruturais, como também políticos, para que a educação inclusiva seja mais democrática, no sentido de atingir grande parte da população. O estudo de caso (dados referentes a 2019) http://www.inclusive.org.br/arquivos/30480#_ftn29 A Escola Municipal para Deficientes Visuais (EMDV), localiza-se no bairro do Parque das Palmeiras, em Angra dos Reis. Esta escola é destinada a pessoas que possuem alguma deficiência visual, como baixa visão ou cegueira, e alguns alunos também possuem múltiplas deficiências intelectuais. A EMDV não possui edifício próprio e ocupa, juntamente a outras duas unidades de ensino da rede (Escola Municipal Alexina Lowndes – EMAL e Escola Municipal de Educação de Surdos – EMES), o prédio da Escola Municipal Júlio César de A. Larangeira. A dinâmica do uso do espaço é bastante específica e complexa, principalmente por duas das unidades escolares serem destinadas a pessoas com necessidades especiais. O edifício da E.M. Júlio César de A. Larangeira é amplo e conta com a infraestrutura necessária para o acesso de pessoas portadoras de deficiência, como rampas, piso podotátil e elevador, visto que alguns dos alunos utilizam cadeiras de rodas. O edifício possui 4 andares: no primeiro está localizado o pátio de entrada, o refeitório e o auditório, estes espaços são compartilhados pelas 3 unidades de ensino; no segundo andar estão as salas destinadas à EMDV, sua secretaria, biblioteca e sala do Centro de Apoio Pedagógico (CAP); no terceiro andar dividem o espaço a EMAL e a EMES; e por fim, no quarto andar se localiza a quadra de esportes fechada e um pátio a céu aberto. A EMDV foi fundada em 2003 e era localizada no centro de Angra dos Reis antes de ir para o prédio no Parque das Palmeiras, a fundação da escola foi fruto de uma construção entre a Secretaria de Educação e o Centro de Apoio Pedagógico, que foi institucionalizado em 2001, mas funcionava desde 1999 na Secretaria de Educação. O CAP é responsável pela produção e adaptação do material didático que é utilizado na escola e também promove alguns cursos de capacitação profissional para os professores da rede – como o curso de Braille. O currículo da EMDV é dividido em Habilidades do Currículo Normal (matemática, ciências naturais, história, língua portuguesa, artes e educação física) e Componentes Específicos da Deficiência Visual (Sistema Braille, Orientação e Mobilidade, Soroban e Práticas Educativas de Vida Independente). As turmas da EMDV são compostaspor grupos não-seriados, com em média 3 ou 4 alunos, visando um processo de ensino aprendizagem mais focado em cada grupo com suas necessidades específicas. Como já foi previamente dito, os dados apresentados anteriormente foram coletados durante a realização da disciplina de Pesquisa e Prática de Ensino, realizada em 2019. Portanto, com o intuito de entender em que situação se encontra a educação de portadores de deficiência visual no município de de Angra dos Reis mediante ao contexto pandêmico, entramos em contato com uma professora atuante da Escola Municipal de Deficientes Visuais. Entretanto, mediante a diversas tentativas de contato com a professora que havia se comprometido em realizar a entrevista, não foi possível realizarmos a mesma, devido ao descompromisso da professora. Os questionamentos levantados, foram: 1. Qual a sua formação acadêmica? Fez algum curso ou formação continuada para trabalhar na área de educação especial? 2. Como é a rotina da educação especial diante da pandemia do covid-19? 3. Quais dificuldades encontrou na transição do ensino remoto para a volta do presencial? 4. Qual sua opinião sobre as políticas públicas voltadas para educação especial no município de Angra dos Reis? 5. A escola que trabalha é adaptada para atender o público ao qual se destina? Como é a infraestrutura do local? 6. Levando em consideração o público alvo da escola em que trabalha, como ocorreu o ensino remoto para estes alunos? 7. Quais metodologias de ensino são utilizadas para estimular o processo de ensino-aprendizagem com o público alvo da escola em que trabalha? Análise das informações coletadas a partir da bibliografia pesquisada. Neste parágrafo gostaríamos de prestar um esclarecimento rápido. A professora que procuramos há algumas semanas, até a produção deste documento, segue sem nos dar respostas e ignorando todas as nossas formas de contato. Além disso, soma-se a impossibilidade do grupo de estar, fisicamente, em Angra dos Reis nas últimas semanas por fatores particulares e ainda, a dificuldade em conseguir contato com a escola, diretamente ou com a Secretaria de Educação. Além disso, apesar de possuirmos no IEAR dois cursos de licenciatura, pouquíssimos são os alunos que possuem contato direto com alguma escola especializada em educação inclusiva. A nossa “entrevistada” era uma colega de Universidade, mas acabou por não nos responder após sinalizar positivo para nossa entrevista e questionamentos. Tendo em vista o parágrafo acima, resolvemos comparar os dados obtidos em 2019, com o levantamento descrito no capítulo anterior, pelo texto de 2020: Educação inclusiva no contexto da pandemia: relato dos desafios, experiências e expectativas, de Tamiris Fachinetti, Cariza Spinazola e Relma Carneiro, neste texto, as autoras explicitam, num estudo qualitativo, a nova rotina pandêmica na educação inclusiva de duas professoras não identificadas na obra, mas que estão lotadas em duas escolas em cidades de médio porte distintas do Estado de São Paulo, como dito na página 157, sendo uma em um ensino profissionalizante e uma outra na rede municipal. (Fachinetti, Spinazola, Carneiro, 2020). Questionário Pergunta 1: sobre titulação As professoras que relataram são deixadas anônimas, contudo a titulação das autoras é: Tamires: Doutoranda em Educação (Universidade Federal de São Carlos); docente de Desenvolvimento Social no SENAC de Araraquara. Cariza: Doutora em Educação (Universidade Federal de São Carlos); professora de Educação Especial na rede municipal de São Carlos (2018) e Relma: Doutora em Educação (Universidade Federal de São Carlos); docente na UNESP/Araraquara. Pergunta 2: sobre a rotina Segundo o relato, as intervenções e interações ficaram restritas a grupos de Whatsapp, Plataforma Zoom, ligações telefônicas e a necessidade da ida à escola para retirada de materiais didáticos a serem utilizados. Em suma, as atividades síncronas somente aconteciam no ensino profissionalizante, enquanto no ensino municipal somente haviam atividades assíncronas No texto também é descrita a importância da parceria com as famílias dos alunos para que tudo corra bem tanto em tempos normais quanto em pandemia Pergunta 3: sobre a transição para o período remoto Sobre esta etapa, o que pôde-se perceber foi que O Estado não teve um papel ativo nesse processo desde o início da propagação do isolamento social (...) No âmbito da educação especial, o planejamento das atividades escolares remotas foi desenhado sem amparo do governo, a partir de um processo coletivo envolvendo comunidades escolares, instituições e organizações, universidades, movimentos sociais e de indivíduos, tanto que esse coletivo impulsionou as lives do período. Os saberes, práticas e materiais foram compartilhados a serviço da democratização do acesso à educação, muitos processos de tentativa e erro foram necessários, para que os alunos permanecessem com atividades de ensino aprendizagem durante o isolamento, equacionando assim os problemas causados na educação pela pandemia (IBIDEM, 155). Pergunta 4: sobre a adoção de políticas públicas em Angra Em virtude da não resposta da nossa entrevistada essa resposta não pôde ser bem respondida. Contudo, a resposta anterior descrita no relato de experiência também pode responder esse questionamento. Pergunta 5: sobre a transição para o período remoto Sobre esta etapa, o que pôde-se perceber foi que foi feito às pressas, sem um planejamento a fim de que não se perdesse o ritmo de aprendizado e nem ficassem tanto tempo sem o vínculo e a prática educativa. Foram realizadas ações rápidas para manutenção e recriação dos vínculos que poderiam ser perdidos com o distanciamento das escolas, o currículo passou por uma readaptação, bem como os métodos e metodologias e foi dado um protagonismo maior para as famílias como agentes protagonistas da educação especial. Pergunta 6: sobre a aceitação do ensino remoto Enquanto no ensino profissionalizante haviam encontros síncronos, no municipal somente assíncrono por diferentes fatores: entre a deficiência tecnológica e falta de infraestrutura do sistema de ensino até a vulnerabilidade do aluno. Pergunta 7: sobre as metodologias Na experiência da professora do ensino profissionalizante, três foram as formas de ensino híbrido: encontros síncronos no Zoom, um aplicativo gratuito que fornece possibilidades de conferências remotas, ideal para reuniões online, bate-papo e colaboração móvel, sendo possível acessar com internet por meio de smartfones ou computador e apostila impressa com atividades diárias remotas (Ibidem, p. 161) e Na realidade da escola municipal não há a ocorrência de atividades síncronas. Portanto, as possibilidades estabelecidas foram atividades assíncronas enviadas pelo Whatsapp e postadas no site da prefeitura; além disso, atividades e recursos impressos foram retirados na unidade escolar. As atividades enviadas incluem vídeos, jogos no powerpoint, roteiro de estudo, contações de história, utilização de livros didáticos, recursos com materiais diversificados e atividades plastificadas e impressas. Principalmente neste último foi necessária a atuação da família como protagonista da ação, como mediadores do conhecimento e/ou professores de fato. Referências FACHINETTI, T. A; SPINAZOLA, C. C; CARNEIRO, R. U. C. Educação inclusiva no contexto da pandemia: relato dos desafios, experiências e expectativas. Educação em Revista, Marília, v.22, n. 01, p. 151-166, 2021. Disponível em < https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/educacaoemrevista/article/view/10992 > Acesso em 18 set. 2021 KASSAR, M. C. M. Educação especial na perspectiva da educação inclusiva: desafios da implantação de uma política nacional. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 41, p. 61-79, jul./set. 2011. Editora UFPR. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/er/a/y6FM5GNKBkjzTNB48zV4zNs/?lang=pt&format=pdf > Acesso em 16 set. 2021
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