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1 CONTRATO DE PARCERIA RURAL 43 A série SAIBA MAIS esclarece as dúvidas mais frequentes dos empresários atendidos pelo SEBRAE nas mais diversas áreas: organização empresarial, finanças, marketing, produção, informática, jurídica, comércio exterior. DÚVIDAS OU SUGESTÕES, CONSULTE O SEBRAE 0800 570 0800 G E /3 7. 20 05 1ª E D I. - 1 ª IM P. 1 º8 º M Conselho Deliberativo Presidente: Abram Szajman (FECOMERCIO) ACSP Associação Comercial de São Paulo ANPEI Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras Banco Nossa Caixa S. A. FAESP Federação da Agricultura do Estado de São Paulo FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FECOMERCIO Federação do Comércio do Estado de São Paulo ParqTec Fundação Parque Alta Tecnologia de São Carlos IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas Secretaria de Estado de Desenvolvimento SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SINDIBANCOS Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo CEF Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal BB Superintendência Estadual do Banco do Brasil Diretor - Superintendente Ricardo Luiz Tortorella Diretores Operacionais José Milton Dallari Soares Paulo Eduardo Stabile de Arruda Projeto e desenvolvimento - SEBRAE-SP Autor Bóris Hermanson Diagramação e ilustrações Ceolin e Lima Serviços Ltda. / Antonio Eder Impressão - E st e m at er ia l f oi p ro du zi do e m ju lh o de 2 00 9. P ar a u ti li za çã o p o st er io r é ac o n se lh áv el ve ri fic ar p os sí ve is a lte ra çõ es n a le gi sl aç ão e em a sp ec to s tr ib ut ár io s re la ci on ad os . 1 CONTRATO DE PARCERIA RURAL Uma das grandes dificuldades no meio rural, especialmente para os pequenos produtores, é conseguir recursos para efetuar a exploração de suas terras. Muitas vezes os recursos financeiros necessários para a aquisição de equipamentos, pagamento da mão-de-obra e compra de insumos, defensivos e sementes são incompatíveis com a realidade desses produtores. Algumas vezes, devido à baixa capacidade de endividamento desses produtores, pode ser desaconselhável até mesmo o endividamento bancário. Mas será que existe uma forma alternativa para se superar tais dificuldades? 2 Diz um velho ditado popu- lar que a união faz a força. Na área empresarial, inclusive nos agronegócios, uma forma de união é a parceria entre produ- tores rurais. Parceria é um siste- ma pelo qual pelo menos duas, sendo uma delas proprietário de um imóvel rural, se unem tem- porariamente para promoverem a exploração dessa área, partil- hando recursos, investimentos, equipamentos, mão-de-obra, para a plantação e colheita de uma determinada cultura, repartindo entre eles o resultado final dessa empreitada. Assim sendo, os parceiros repartem os riscos e os resultados obtidos na área rural explorada em conjunto. Este tipo de parceria é regulamentada pelo Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/64 e Dec. n. 59.566/66), que determina que tal tipo de parceria deve ser firmada mediante contrato. O Contrato de Parce- ria Rural é o documento que regula os direitos e de- veres entre o proprietário do imóvel rural e o seu parceiro (a pessoa para quem o pro- prietário cedeu os direitos de exploração conjunta do imóvel rural). Apesar da parceria ser estabelecida por acordo verbal, aconselhamos sempre que ele seja escrito, de forma a evitar futuros problemas de interpretação da vontade das partes e também para facilitação da prova de sua existência. 3 O Contrato de Parceria Agrícola deverá prever os seguintes itens, considerados obrigatórios pela lei (art. 96 da Lei n. 4.504/66): a) – o prazo de duração não inferior a três anos, variando conforme o ciclo da cultura que pretenda explorar, lembrando sempre que o término desse prazo se dará somente após a realização da última colheita na área contratada. De acordo com o Dec. 59.566/66, o prazo de duração do contrato de parceria deverá obedecer à seguinte escala: I – prazo de 03 anos no caso de exploração de lavouras temporárias; II – prazo de 05 anos no caso de exploração de lavouras permanentes, e, III – prazo de 07 anos no caso de exploração de atividades florestais; b) – as condições para renovação do contrato, ficando garantido o direito de preferência do parceiro para elaboração de novo contrato de parceria e mesmo para eventual aquisição do imóvel rural, sempre que sua oferta estiver em igualdade de condições com a oferta de terceiros; c) – a fixação da participação do proprietário no resultado final das colheitas realizadas durante o período de vigência da parceria agrícola, sendo esta quota estabelecida de acordo com as facilidades que este ofereceu ao parceiro na exploração do imóvel rural; d) – os direitos e obrigações quanto às indenizações pelas benfeitorias melhorias realizadas no imóvel rural) e também em relação aos danos causados pelo parceiro, por práticas predatórias na área de exploração ou nas benfeitorias, nos equipamentos, ferramentas e implementos agrícolas a ele cedidos. Neste requisito é sempre bom estabelecer a obrigatoriedade de respeito à legislação ambiental vigente; e) – os direitos e oportunidades de dispor sobre os frutos repartidos, ou seja, sobre o resultado da colheita, lemb- rando que cada parte do con- trato, ou seja, proprietário e parceiro, poderão dar a destinação que desejarem sobre sua parte na referida colheita; 4 Na divisão dos frutos, ou seja, no resultado das colheitas realizadas na pro- priedade rural durante o prazo de duração do contrato de parceria agrícola, o proprietário do imóvel terá direito aos seguintes percentuais: a) dez por cento, quando ele oferecer ao parceiro apenas a terra nua área a ser realizada o plantio sem nenhuma forma de preparo); b) vinte por cento, quando ele fornecer a devida terra preparada, bem como a moradia para os trabalhadores rurais; c) trinta por cento, caso ele forneça o conjunto básico de benfeitorias, consti- tuído especialmente de casas de moradias, galpões, cercas, valas ou currais, conforme o caso; d) cinqüenta por cento, caso ele forneça além das condições acima mencionadas, também as máquinas e implementos agrícolas, para atender aos tratos culturais. O proprietário poderá cobrar do parceiro, pelo seu preço de custo, o valor de fertilizantes e defensivos fornecidos no percentual que cor- responder à participação deste, em qualquer das modalidades previstas nas alíneas anteriores. Apesar de haver previsão no Estatuto da Terra para contratos de parceria onde o parceiro ingresse apenas com seu trabalho, devemos alertar que o entendimento da Justiça do Trabalho é que tal situação configura vínculo empregatício entre o proprietário do imóvel e seu parceiro. Aconselhamos também que o contrato de parceria agrícola seja registrado (averbado) junto ao Cartório de Registro de Imóveis onde o imóvel rural tenha sido registrado. Esta providência é importante especialmente para o parceiro obter a sua inscrição como produtor rural junto à Secretária da Fazenda do Estado de São Paulo. Através dessa inscrição o parceiro obterá autorização para emissão das Notas Fiscais de Produtor Rural, possibilitando assim a comercialização e transporte dos frutos (colheita) da parceria contratada. 5 Elaboramos, a título de exemplo aos interessados, um modelo de Contrato de Parceria Rural: Modelo de Contrato de Parceria Agrícola Por este instrumento particular de contrato de parceria agrícola.................( qualificação completa do proprietário do imóvel)..., denominado proprietário, e................(qualificação completa do parceiro) ..., denominado parceiro, estabelecem o presente contrato de parceria agrícola, conforme as seguintes cláusulas: Observação: Na qualificação das partes, deverá ser mencionado o nome completo, estado civil, nacionalidade, profissão, número do RG (Cédula de Identidade) e do CPF (inscrição depessoa física junto à Secretaria da Receita Federal), e endereço atual. 1a. - O proprietário cede ao parceiro uma gleba de terra, com as seguintes especificações ......... (especificações completas do imóvel rural)............ de- marcadas de comum acordo pelos contratantes, imóvel este com matrícula n. ....................., registrada no ........ Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de ................, Estado de .................., a fim de que nela o parceiro explore a cultura de .............................. Observação: a especificação da área é muito importante, e deverá sempre respeitar os limites topográficos estabelecidos na matrícula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis, evitando-se, desta forma, que seja utilizada terras de terceiros na parceira. 2a. - O proprietário terá direito a ................. por cento, daquilo que for pro- duzido, devendo a entrega de referido percentual ser feita pelo parceiro no depósito .....(local onde o parceiro irá entregar a parte da colheita pertencente ao proprietário do imóvel rural) .......; Observação: a porcentagem de participação do proprietário é propor- cional às facilidades que ele tenha oferecido ao parceiro, dentro dos limites apresentados no presente trabalho. 3a. - O proprietário compromete-se a entregar ao parceiro a terra ..................... ........................ (especificar em que estado a terra será entregue, bem como 6 Observação: o prazo de duração do contrato de parceria agrícola deverá respeitar os limites mínimos apresentados neste trabalho. 7a. - Fica eleito o foro de ..........(cidade e estado)... para resolver qualquer pendência decorrente deste contrato. Observação: foro é o local, no caso cidade e estado onde as partes dis- cutirão judicialmente quaisquer dúvidas ou conflitos resultantes do contrato de parceria. E por assim estarem justos e acordados, assinam o presente instrumento os contratantes, em três vias de idêntico teor, no que são seguidos por duas teste- munhas idôneas, a tudo presentes e cientes dos termos da convenção. Local e data. Assinatura das partes e das testemunhas. Lembramos, por fim, que o contrato de parceria deverá ser assinado por pelo menos duas testemunhas e registrado no Cartório de Registro de Imóveis onde esteja registrado o imóvel rural dado em parceria. Esclarecemos ainda que normalmente os custo com o registro (denominado averbação) correm por conta do parceiro. quais as demais condições oferecidas pelo proprietário ao parceiro, tais como benfeitorias, equipamentos, defensivos, sementes etc). 4a. - O parceiro poderá residir na moradia da gleba, podendo plantar horta ou criar animais úteis, desde que não haja incômodo aos vizinhos ou danos à propriedade; 5a. - O parceiro não pode transferir os direitos referentes a este contrato, nem ceder ou emprestar o imóvel ou parte deste, sem prévio e expresso consen- timento do proprietário, bem assim não poderá modificar a destinação do imóvel expressa neste contrato. Qualquer violação das cláusulas deste contrato implicará a sua rescisão e no despejo do imóvel; 6a. - O presente contrato vale pelo prazo de ........ anos, contado a partir de sua assinatura pelas partes, terminando, de pleno direito, em ..........., assim que estiver totalmente terminado o trabalho de colheita, podendo ser renovado se assim o desejarem as partes; 8
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