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Histórias do Mar

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PONTAL ARTE 2017 
 
ESPETÁCULO TEATRAL 
 
A Lavadeiras e o Pescador: artesãos a caminho das 
águas. 
 
ABERTURA: 
 
O mundo dá tantas voltas 
Quantas voltas o mundo dá 
Mundo gira, gira mundo, 
Mas nunca sai do lugar... 2x 
 
Eu já vi cobra com asas 
Eu já vi o cachorro falar 
Eu vi o mar no deserto 
Eu vi o deserto no mar... 
 
Tenho visto o impossível 
Dos oios acreditar... 2x 
 
Mas o que eu mais queria 
Era vê, admirar 
A escravidão do mundo 
Um dia se acabar... 2x 
 
Recita e Canta 
 
Olha a roupa lavadeira 
Lava a roupa sem para 
Bate a roupa lavadeira 
Bota a roupa pra quará 
 
Como é bonito 
O toque do seu tambor 4x 
 
O seu toque tem magia 
Tem um toque de alegria 
Outros tantos, senti dor 
 
Tambor falante 
Me ajude a contar 
A minha história 
E a de outro lugar 
E pode ser a de perto 
Ou bem distante 
Meu tambor falante 
Faça-me, faça pensar 
 
 Refrão 
Como é bonito 
O toque do seu tambor 4x 
 
RECITAL 4 meninas 
 
 
 
Eu lavo roupa todo dia 
Lavo roupa sem para 
É roupa... de todas as cores 
Roupa de todo lugar... 
 
E é dificuldade todo dia 
Que tem tantas coisas a fartá 
Proque é sempre assim? 
Proque tem que fartá? 
 
Música e entrada dos atores cantando o refrão 
LAMENTO DA LAVADEIRA 
(4 meninas, cada uma encena uma parte da música e 
todos cantam refrão) 
Sabão, um pedacinho assim... 
Olha a água, um pinguinho assim... 
O tanque, um tanquinho assim... 
A Roupa um tantão assim... 
Para Lavar a roupa da minha Sinhá (bis) 
Para Lavar a roupa da minha Sinhá (bis) 
Quintal, um quintalzinho assim... 
A corda, uma cordinha assim... 
o Sol, um solzinho assim... 
E a Roupa um tantão assim... 
Para Secar a roupa da minha Sinhá (bis) 
Para Secar a roupa da minha Sinhá (bis) 
A sala, uma salinha assim... 
A mesa, uma mesinha assim... 
O ferro, um ferrinho assim... 
E a Roupa um tantão assim... 
Para Passar a roupa da minha Sinhá (bis) 
Para Passar a roupa da minha Sinhá (bis) 
Trabalho, um tantão assim... 
Cansaço é bastante sim... 
A Roupa um tantão assim.. 
Dinheiro, um tiquinho assim.. 
Para Lavar a roupa da minha Sinhá 
Para Secar a roupa da minha Sinhá 
Para Passar a roupa da minha Sinhá (bis) 
Recital 1 
 
Peço licença a vocês 
Pois uma história vou contar 
A vida rotineira e vivida 
No belo litoral do Ceará 
Das lavadeiras e pescadores pontalenses 
Que a todos irão encantar. 
 
 
Homenageamos os nativos desta terra 
Pois esse é o nosso lugar 
Um vilarejo de aguas calmas 
Que devemos preservar 
Situado nu pedacinho do litoral leste 
O mais lindo vilarejo do Ceará. 
 
Encenar a musica No ceara é assim - fagner 
 
Um povo cheio de glória 
Os nativos do pontal 
Eita gente trabalhadora 
Nunca abandonou seu litoral 
Lavadeiras e pescadores natos 
Hoje versam e rima histórias do pontal 
 
 
Nosso espetáculo retrata 
Toda comunidade praieira 
Mostrando aos moradores da nossa vila 
A nossa cultura verdadeira 
Resgatando dos nativos 
A arte dos pescadores e das lavadeiras 
 
Musica para as lavadeiras: vídeo arraia do toinho 
DANÇA: sol da lavadeira – Elba ramalho 
 
Musica para os pescadores: Navio de Guerra / 
Cessando Areia 
Entram e as meninas cantam e lavam roupas. 
Dança meninos: Indauê – Tupã – Fafá de Belém 
 
 
2 PARTE 
 
Eitaaaaaaa! Mar de aguas claras 
Que leva o homem a pescar 
Que mais um dia de sol navega 
Nas aguas deste imenso mar 
Deixando sua lavadeira no corrente 
Com a roupa a ensaboar. 
 
Em procissão navegam os pescadores 
Até à risca chegar 
Enquanto sua amada lavadeira 
Fica a ensaboar 
Mais é na praia de pontal 
Que encontramos cultura popular. 
 
 
TODOS: Vixeeee!!!! 
 
Ator 1 
Prestem atenção!!! 
Essa história acaba de começar... 
 
Musica coro: Anunciação/tu vens 
(Entram algumas lavadeiras) 
E no raia do dia 
E na imensidão do mar 
O pescador deixa sua lavadeira 
Que no corrente põe-se a lavar 
Batendo roupa por roupa 
E o seu retorno esperar 
 
No corrente a bater roupa 
Ela se põe a cantar 
Me leve meu amor 
Me leve para vê o mar 
Lamentos de uma lavadeira 
Ao vê seu pescador sai para pescar 
 
E na beira da praia 
Abençoa seus pescadores 
Rogando Iemanjá 
E agradecendo com flores 
Mesmo sabendo que o mar 
É um dos seus amores 
 
Musica/dança suíte de pescador 
Entram cantando o refrão e recita em conversa prece 
de pescador. 
 
Lavadeiras alegres e serenas 
Que rezam para o sol aparecer 
Para secar suas roupas 
E ao por do sol merecer 
Pois é no final de tarde 
Que contemplam o anoitecer 
 
Mulheres que não fogem da luta 
Pelo bendito pão de cada dia 
Amam a si e seus maridos 
Trabalhando noite e dia 
Transformando sonhos e medos 
Em uma linda cantoria 
 
A lavadeira está no corrente 
Com sua trouxa a lavar 
Deixando o corrente correr 
Todas águas para lá 
É o seu lamento de saudades 
Que ficou na beira do mar 
 
 
MUSICA: senhora Santana 
Entra em procissão cantando 
 
Vi a lavadeira rezando 
Para seu amado ir para o mar 
Eu vi a lavadeira pedindo sol 
Para sua roupa lavar 
Eu vi a lavadeira cantando 
Para seu amado voltar 
 
 
Quando ela avista ele voltando 
Fica logo a cantar 
O que era lamento vira festa 
E se põe a comemorar 
A voltar do seu pescador amado 
Das aguas claras do mar 
 
O sol já se pondo 
Elas avistam no mar 
Pontinha de velas brancas 
Que o vento insiste em soprar 
Então preparam suas saias rodadas 
Para o coco dançar 
 
DANÇA DO COCO.... 
 
(entram 2 atores remos e chapéus) 
 
Vão seguindo seu destino 
Cantando suas belezas 
Assim são as lavadeiras 
Cantando com presteza 
Enxagua, ensaboa 
E se acaba a tristeza 
 
(entram 2 atores e com bacias na cabeça) 
 
La vão elas cantando cada 
Cada uma um desafio 
Donzelas, belas e formosas 
As lavadeiras do rio 
Ensaboando e esfregando 
Metros de panos a fio 
 
(entram 2 atores latas na cabeça) 
 
 
De saias rodadas e longas 
Saem todos os dias a cantar 
Com suas bacias na cabeça 
E uma peneira de cessar 
Esfrega, cessa e ensaboa 
Ou lavadeira, tu é cultura popular 
 
(entram 2 atores com trouxa de roupas ) 
 
 
Mulheres fortes e valente 
Elas foram as primeiras 
As lavadeiras do rio 
São eternas cantadeiras 
Fazem do trabalho aduo uma prosa 
E da arte uma brincadeira 
(Após a apresentação acima saem todos) 
 
Final (Entram um a um e se coloca no seu lugar.) 
Sou do meio do mundo, 
Nem do fim, nem doo começo 
Apena do mundo 
Me acostumei nesta vida 
Adentrar na alma de rios e riachos 
Sou pano de lavadeira 
Machado cego roçador 
Sou comida, sou quitanda 
Sou ladainha de rezadeira 
No meio da praia 
Me juntei com um bando de lavadeiras 
Que no seu canto me anuncia 
Que também era do meio 
Sou tambozeira de folia 
Lágrima de lavadeira 
Sou do meio mundo 
Onde a brisa é quente 
E a fé é forte 
Aprendi no conto do meu povo 
A ser do meio do mundo 
Para compreender que 
A metade de tudo 
É que me faz inteira. 
 
Entram os demais dançando uma ciranda com a 
música: 
Beira mar dos canoeiros 
 
Dança as lavandeiras do rio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
" O Espetáculo as lavadeiras e o pescador: artesãos a caminho das aguas", faz uma homenagem às mulheres, 
que, no período pós-abolição, sustentavam suas famílias nesta profissão de lavadeiras, trabalhando na beira dos rios, 
em corrente na beira da praia e lagoas feitas pelas aguas da chuva na época do inverno, as mesmas onde trocavam 
conhecimentos umas com as outras, seja em forma de cantos, de rezas ou de divertimento sempre à espera do seu 
marido ao retornarem das aguas mar, o seu pescador. 
 
No texto, as lavadeiras e pescador, entoam suas lembranças ao som de canções praieiras e cantigasfolclóricas, 
herança dos colonizadores portugueses e os povos indígenas aqui existentes, que contam a nossa história étnico 
cultural, o sincretismos religioso, brincadeiras, uma prática pouco comum, porém ainda existente, que ainda retratam 
com originalidade, riqueza folclórica e artesanal mudanças ao longo do tempo, no entanto nos deixam recordações 
para cantar e rememorar a nossa cultura pontalense. 
 
O Espetáculo vem ao palco com a proposta de encenar o universo das lavadeiras e dos pescadores. A intenção é 
mostrá-los como um símbolo de força, já que a coragem é o que os movem para enfrentar uma imensa trouxa de 
roupas e os oceanos para trazer o sustento das famílias. " O Espetáculo as lavadeiras e o pescador: artesãos a 
caminho das aguas", proporciona uma bela reflexão sobre o universo das mulheres que fazem um trabalho pesado 
pelas condições físicas, transformando sua labuta diária num encontro prazeroso e dos homens do mar, mostrando 
todo o seu cotidiano no encontro com as águas e na alegria do retorno com suas lavadeiras na beira do corrente a sua 
espera. 
" O Espetáculo as lavadeiras e o pescador: artesãos a caminho das aguas" é uma justa e sensível homenagem as 
antigas lavadeiras pontalenses e aos pescadores, que propõe aos espectadores a possibilidade de sonhar, cantar e se 
comover num mar de histórias e um ensaboar de canções. As músicas são uma promessa de desejo, canto, fala e 
corpo em movimento desenhados no espaço cênico para compor o gesto do texto. 
A proposta de encenação do " O Espetáculo As lavadeiras e o pescador: artesãos a caminho das aguas" trabalha 
o arquétipo da mulher forte e viril que ao raiá do dia junta sua trouxa de roupas e segue a labuta diária que só encerra 
na volta do seu companheiro, que segue no seu barco numa íntima montaria domando a turbulência dos palcos/mares 
até desparecer no horizonte. 
 
" O Espetáculo As lavadeiras e o pescador: artesãos a caminho das aguas" é um caminho ao encontro da 
imaginação que não tem tamanho.

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