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Economia de Empresas
Autoria:
Rafael dos Santos da Silva /
Charlles Franklin Duarte
ECONOMIA DE EMPRESASECONOMIA DE EMPRESAS
ReitoR:
Prof. Cláudio ferreira Bastos
Pró-reitor administrativo financeiro: 
Prof. rafael raBelo Bastos
Pró-reitor de relações institucionais:
Prof. Cláudio raBelo Bastos
Pró-reitor acadêmico:
Prof. HerBert Gomes martins
direção ead:
Prof. riCardo ZamBrano Júnior
coordenação ead:
Profa. luCiana rodriGues ramos
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por 
quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a auto-
rização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão 
do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Reitoria.
expediente
Ficha técnica
autoria: 
rafael dos santos da silva /
CHarlles franklin duarte
suPervisão de Produção ead:
franCisCo Cleuson do nasCimento alves
design instrucional:
antonio Carlos vieira /
João Paulo souZa Correia
Projeto gráfico e caPa:
franCisCo erBínio alves rodriGues
diagramação e tratamento de imagens:
franCisCo erBínio alves rodriGues
revisão textual:
João Paulo souZa Correia 
Ficha catalogRáFica
catalogação na publicação
biblioteca centRo univeRsitáRio ateneu
SILVA, Rafael dos Santos da; DUARTE, Charlles Franklins. Economia de empresas. 
Rafael dos Santos da Silva e Charlles Franklin Duarte. – Fortaleza: Centro Universi-
tário Ateneu, 2018.
136 p. 
ISBN: 978-85-5468-007-7
1. Economia. 2. Sistema econômico. 3. Empresa. 4. Intervenção. Centro Universitário 
Ateneu. II. Título.
Caro estudante, 
Este material tem o objetivo de apresentar, de forma sucinta, 
elementos importantes e ajudá-lo a compreender, discutir e dialo-
gar com maior criticidade sobre assuntos da Economia que, muitas 
vezes, passam despercebidos no dia a dia. Se você, estudante, ao 
concluir a leitura que se segue, ficar interessado em interpelar seu 
professor, compreender a movimentação da ciranda da Economia 
que passa ao seu redor e tentar influenciá-la de alguma forma, este 
material terá cumprido seu papel, que é muito mais que decodificar 
informações e transferi-las; é também instigar novas reflexões, pen-
samentos e a capacidade de não aceitar “as coisas dadas”.
Pretendemos fazer com que a Economia seja útil a você, con-
duzindo-o a enxergar os processos econômicos a partir de sua re-
alidade. E mais, compreender como a realidade é modificada pelas 
atividades desta Ciência. Nos esforçamos em apresentar um assun-
to de tamanha extensão lançando um olhar para as coisas simples 
do dia a dia. “Por que precisamos compreender aspectos da micro-
economia? Quando esta parte da Ciência Econômica influencia mi-
nha vida? Será que ela está presente nos ônibus que circulam pela 
cidade, no combustível dos veículos ou no pão que consumimos?” 
É com essa pretensão que somaremos forças nesta etapa de sua 
vida. Queremos favorecer não apenas seu crescimento profissional, 
mas, sobretudo, sua capacidade humana de pensar e influenciar a 
vida da sociedade.
Rafael dos Santos da Silva /
Charlles Franklin Duarte
Seja bem-vindo!
SU
M
Á
R
IO
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
1. A economia ............................................................................. 8
2. Tipos de necessidades .....................................................14
2.1. Instituições das necessidades básicas...............16
2.2. Instituições das necessidades derivadas..........18
3. As atividades econômicas e a sua relação 
com os agentes econômicos ...................................... 20
3.1. A empresa como agente econômico .................21
3.2. A família como agente econômico ...................24
3.3. O setor público enquanto agente 
econômico ......................................................................25
Referências ................................................................................ 30
SISTEMA ECONÔMICO
1. Sistema econômico Material Complementar ........36
1.1. Quando o sistema econômico se reduz ao 
mercado...........................................................................38
 1.1.1. Competição X colaboração: ideias 
 para um comportamento inteligente 
 no mercado ...........................................................41
1.2. O funcionamento da empresa ...........no sistema 
capitalista de produção .......................................... 50
1.2.1. Demanda ................................................................52
1.2.2. Oferta ........................................................................53
1.3. Papel dos preços relativos .....................................55
Referências .................................................................................57
SU
M
Á
R
IO
ELASTICIDADE, A EMPRESA, A PRODUÇÃO
E O LUCRO, AS ESTRUTURAS DE MERCADO
1. Elasticidade: conceitos e aplicações ........................60
2. A empresa, a produção e o lucro ................................71
3. Teoria dos custos .............................................................78
4. Estruturas de mercado no curto e no 
longo prazos .........................................................................87
Referências .............................................................................. 96
O PAPEL INTERVENTOR DO ESTADO: 
RENDA NACIONAL E POLÍTICA SALARIAL
1. O enfoque macroeconômico: renda nacional e 
outros agregados .............................................................. 98
2. Intervenção do estado 
na economia: política fiscal ........................................... 101
3. O financiamento da economia: 
dinheiro e bancos .............................................................. 116
4. Controle da quantidade de moeda pelo 
banco central ....................................................................... 119
Referências ............................................................................... 133
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 5959
Anotações
Apresentação
Esta unidade é formada por definições, conceitos e exemplos 
que parecem distantes das mesas de decisões, mas são muito mais 
frequentes no mercadinho da esquina do que você pode imaginar. 
Dominá-los não é função somente dos economistas eruditos ou 
dos acadêmicos encastelados nas melhores universidades, mas ne-
cessidade básica do administrador moderno que lida vis-à-vis com 
perguntas do tipo: Quanto? Como? Quando? O que produzir?
Nesse sentido, você estudará grandes autores da área em um 
grande esforço de dialogar com as aplicações simples de produção 
e comercialização dos bens ou serviços da empresa, sempre aten-
tando para os comportamentos de mercado, suas mobilidades e, 
sobretudo, suas regras.
Compreender o que compõe e como se comportam as em-
presas em mercados dos tipos monopólio, oligopólio e concorrên-
cia perfeita se mostra tão imprescindível na tomada de decisão do 
administrador quanto seus conhecimentos técnicos ou suas habili-
dades emocionais na lida empresarial.
Convidamos, portanto, que você exercite sua capacidade in-
terpretativa e se lance em compreender alguns instrumentos aqui 
expostos. Eles não devem saturar suas expectativas. 
Bons estudos!
CAPÍTULO 03
elasticidade, a empResa, a pRodução e o 
lucRo, as estRutuRas de meRcado
6060 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
• Dialogar com as aplicações simples de produção 
e comercialização dos bens ou serviços da em-
presa;
• Atentar para os comportamentos de mercado, 
suas mobilidades e, sobretudo, suas regras;
• Compreender o que compõe e como se compor-
tam as empresas em mercados dos tipos mono-
pólio, oligopólio e concorrência perfeita.
Objetivo de
Aprendizagem
1. elasticidade: conceitos e aplicações
A situação inicial apresenta o preço de um determinado bem 
a 100 unidades monetárias. A este preço, sua demanda é de 300 
unidades e sua receita é de 30.000 unidades monetárias. Em uma 
segundasituação, tem-se que o preço do mesmo bem caiu de 100 
para 80 unidades monetárias e sua demanda sofreu aumento na 
quantidade em 40 unidades, saindo de 300 para 340. Mas observe 
que sua receita final ficou abaixo da receita inicial, sendo, agora, 
apenas de 27.200 unidades monetárias. O que ocorreu nessa situa-
ção? Vamos compreender a partir do conceito de elasticidade.
A elasticidade mede a resposta dos compradores e dos ven-
dedores em relação às alterações nas condições do mercado. Para 
Mankiw (2000), esse instrumento garante mais precisão na análi-
se da oferta e da demanda. O conceito de elasticidade é bastante 
variado e, por isso, possui diversas aplicações. Inicialmente, apre-
sentamos o conceito deste tema relacionado à demanda e à sua 
variação em relação ao preço. 
É comum imaginar que o dono do capital busca entender a 
influência do preço na quantidade de unidades vendidas. Ele sabe 
que o ritmo da curva da demanda será ditado pelo preço, ou seja, 
se o preço for reduzido a demanda aumentará e vice-versa, caso 
o preço aumente, a demanda tende a cair. Em outras palavras, o 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6161
sentido da variação da receita total de uma determinada atividade 
empresarial possui relação direta com a quantidade demandada e 
esta com o preço. A isso Troster e Mochón (2002) chamam de elas-
ticidade-preço da demanda.
Elasticidade-preço da demanda (Ep) mede o 
grau em que a quantidade varia em relação ao preço 
dado pelo mercado. Contudo, é preciso considerar que 
a elasticidade depende dos tipos de bens. Ela é influen-
ciada pelo preço do produto e pela renda do consumi-
dor. Então, para cada tipo de bem haverá um compor-
tamento diferente da curva de demanda.
Fique
Atento
Para Mankiw (2000), a demanda de um bem depende das 
preferências do consumidor, então, é razoável imaginar que o fe-
nômeno estudado sobre um conjunto de variações vai da ordem 
social, econômica e até psicológica. O autor aponta quatro fatores 
que influenciam a decisão do consumidor e afetam diretamente o 
preço, conforme você pode observar no quadro a seguir.
Quadro 01: Tipos determinantes de elasticidade.
Tipo de determinante Descrição
Necessidade
X
Supérfluos
Os bens necessários tendem a possuir demandas 
inelásticas. Quando o preço da consulta médica sobe, 
as pessoas não alteram suas rotinas ao consultório de 
forma drástica. Em contrapartida, quando o preço de 
um passeio sobe, sua demanda está vulnerável a uma 
queda substancial.
Disponibilidade de substitu-
tos próximos
Bens que possuem substitutos próximos tendem a 
sofrer elasticidade mais do que aqueles que não pos-
suem. O exemplo clássico são a manteiga e a marga-
rina. Quando o preço de um sobe, a procura do outro 
aumenta. Por outro lado, o ovo não possui substituto 
próximo, assim, sua elasticidade é bem inferior à da 
manteiga.
6262 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Definição de mercado As definições de mercado quanto à sua restrição ou am-
plitude tendem a influenciar na elasticidade do mercado. 
Isso ocorre porque, em mercados definidos de forma 
ampla, é fácil encontrar produtos substitutos.
Horizonte temporal Os bens tendem a possuir demanda mais elástica em 
função do tempo. Isso deve ocorrer quando o preço 
da gasolina subir, modificando o padrão de consumo 
das pessoas que buscam carros mais econômicos ou 
a morar próximo ao local de trabalho.
Fonte: adaptado de Mankiw (2000).
1.1. Elasticidade no preço da demanda
A elasticidade do preço se relaciona com a demanda a partir 
de três categorias que costumeiramente chamamos de tipologia 
das elasticidades da demanda. Troster e Mochón (2002) indicam 
três tipos, observe: 
• Demanda elástica – quando a variação percentual na quan-
tidade é maior do que a variação percentual do preço;
• Demanda de elasticidade unitária – quando a variação 
percentual no preço produz uma variação percentual da 
quantidade igual àquela;
• Demanda inelástica – ocorre quando a variação percentual 
da unidade for menor do que a variação percentual do preço.
Considere que a curva da demanda possui inclinação nega-
tiva, que as variações do preço (P) e da quantidade (Q) estão no 
sentido contrário e que as variações estão expressas em porcenta-
gem, pois a unidade em que o bem é produzido não influencia na 
elasticidade. Logo, para calcular a elasticidade de preço, considere 
a seguinte expressão: 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6363
Elasticidade da
demanda = =
Variação percentual da
quantidade demanda
Variação percentual
do preço
100
∆Q
Q
×
100
∆P
P
×
 Para aplicar essa fórmula, consideramos o comportamento 
de uma empresa que vende canetas para dois valores reais de pre-
ço. Considere a variação entre preço e quantidade e calcule a elas-
ticidade.
Tabela 01: Cálculo da elasticidade quando há elasticidade.
Preço unitário 
das canetas 
($) (P)
Quantidade 
demandada 
(em milhares 
de unidades) 
(Q)
Variação 
percentual da 
quantidade 
demandada 
(ΔQ/Q x 100)
Variação 
percentual do 
preço (ΔP/P x 
100)
Elasticidade 
da demanda
0,05 100
80/100 x 100 0,2/0,5 x 100
(80/100) / 
(0,2/0,5) = 2
0,03 180
Fonte: adaptada de Troster e Mochón (2002).
Observe que, quando o preço das canetas é reduzido de 0,05 
para 0,03, a quantidade vendida aumenta em 80 mil unidades, sain-
do de 100 para 180 mil. Essas variações entre preço e quantidade, 
quando aplicadas na fórmula, indicam uma demanda igual a 2. Pelo 
que pode ser concluído pela elasticidade da demanda, essa afirma-
ção é possível quando a variação percentual no preço gera maior 
aumento percentual de quantidade.
6464 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Gráfico 01: Gráfico da elasticidade obtido 
a partir dos dados contidos na tabela.
Preço
0,05
Ep = 2
100 180 Quantidade
0,03
 Fonte: adaptada de Troster e Mochón (2002).
Se esses dados forem considerados para o cálculo da elastici-
dade, tem-se que a sua demanda é unitária. Isso ocorre todas as ve-
zes que a redução percentual no preço produz aumento substancial 
somente na quantidade. Observe o gráfico desse cálculo e perceba 
uma rápida inclinação da curva da demanda. Em outras palavras, a 
variação percentual ocorreu somente na quantidade unitária. 
Gráfico 02: Elasticidade obtida a partir dos 
dados contidos na tabela.
Preço
0,03
0,02
Ep = 1
15 20 Quantidade
Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6565
Recorde que existe ainda uma terceira possibilidade para ana-
lisar a elasticidade. É o que chamamos de inelasticidade. Considere 
agora os seguintes dados: o cálculo aponta para um resultado menor 
do que 1, onde se conclui que a variação percentual do preço produz 
um aumento inexpressivo na quantidade. No gráfico a seguir, pode-
mos observar que a variação torna a reta com inclinação acentuada 
indicando pouca variação entre os números que indicam quantidade.
Gráfico 03: Elasticidade obtida a partir 
dos dados contidos na tabela.
Preço
0,03
0,02
Ep = 0,5
100 110 Quantidade
Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
A seguir, você conhecerá outros conceitos de elasticidade. A 
elasticidade de casos extremos, no ponto, na receita total e na oferta.
1. O conceito de elasticidade visa mensurar o equilíbrio de 
qual lei econômica? Explique.
Pratique
6666 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
1.2. Elasticidade da demanda em casos extremos
Existem casos em que é possível ocorrer a inelasticidade da 
demanda. É o que chamamos de casos extremos. Isso ocorre quan-
do o indivíduo necessita de um determinado bem e está disposto 
a pagar qualquer preço por ele. Neste caso, o gráfico apresenta um 
comportamento verticalizado. Quando há esse tipo de fenômeno, 
dizemos que houve um movimento perfeitamente inelástico. No 
gráfico a seguir, é possível observar esse comportamento. 
Gráfico 04: Demanda perfeitamente inelástica.
Preço
Demanda perfeitamenteinelástica
Quantidade
Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
É possível a ocorrência da outra extremidade de comporta-
mento, ou seja, a elasticidade total perfeita, ou, no dizer de Troster 
e Mochón (2002), elasticidade infinita. Esse fenômeno ocorre quan-
do o comprador não se disponibiliza a pagar um maior preço mes-
mo que a quantidade do bem tenha sofrido variações. O próximo 
gráfico ilustra essa situação.
Gráfico 16: Demanda totalmente elástica.
Preço
Demanda totalmente
elástica
Quantidade
 Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6767
1.3. Elasticidade no ponto
Neste tópico, nossa interpretação deve se ater ao ponto da 
curva da demanda. Ele tomará valores diferentes para cada estágio 
em função do preço, conforme você pode observar no gráfico.
Gráfico 05: Elasticidade no ponto.
Preço
Elasticidade
no ponto
E
D
C
B
A
0,05
0,04
0,03
0,02
0,01
Quantidade
5 10 15 20 25
 Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
Ao reduzir o preço de 0,05 para 0,01 unidades monetárias, o 
comportamento da elasticidade-preço da demanda vai assumindo 
diferentes valores. Nos pontos A, B e C, a elasticidade é superior a 
1, enquanto que, no ponto D, o valor é igual a 1 (quando se admite 
haver elasticidade unitária). No ponto E, a elasticidade é inferior a 
1, onde se conclui pela inelasticidade. Observe que a elasticidade 
da demanda assume valor diferenciado a cada ponto da curva de 
demanda. 
1.4. Elasticidade da demanda e a receita total
A elasticidade da demanda, conforme apresentado, é um con-
ceito fundamental para a programação das vendas e, consequente-
mente, a formação da receita total, fim principal de uma empresa 
em ambiente competitivo. Isso porque, quando a demanda assume 
comportamento elástico, a variação percentual do preço (P) será 
menor do que a variação percentual da quantidade (Q), então a 
receita total será atingida positivamente. Se a relação da variação 
entre P e Q for inversa, a receita total será atingida negativamente. 
6868 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Portanto, uma redução do preço aumenta a receita se a de-
manda for elástica e o aumento do preço reduz a receita total. 
Caso a demanda assuma característica inelástica, uma diminuição 
no preço reduzirá a receita total e um aumento no preço elevará 
a receita total.
1.5. Elasticidade na oferta 
Dentre as várias conclusões possíveis sobre o conceito de 
elasticidade, uma das mais importantes é aquela relacionada à 
oferta. Para Troster e Mochón (2002), esse conceito permite identi-
ficar com elevado grau de precisão a quantidade a ser oferecida ao 
mercado em função da variação do preço praticado. 
A elasticidade da oferta é a variação sofrida pela quantidade 
oferecida quando seu preço varia em 1% enquanto os demais fato-
res permanecem constantes.
Para calcular a elasticidade de oferta você precisa levar em 
consideração a seguinte fórmula:
Conecte-se
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6969
Portanto, uma redução do preço aumenta a receita se a de-
manda for elástica e o aumento do preço reduz a receita total. 
Caso a demanda assuma característica inelástica, uma diminuição 
no preço reduzirá a receita total e um aumento no preço elevará 
a receita total.
1.5. Elasticidade na oferta 
Dentre as várias conclusões possíveis sobre o conceito de 
elasticidade, uma das mais importantes é aquela relacionada à 
oferta. Para Troster e Mochón (2002), esse conceito permite identi-
ficar com elevado grau de precisão a quantidade a ser oferecida ao 
mercado em função da variação do preço praticado. 
A elasticidade da oferta é a variação sofrida pela quantidade 
oferecida quando seu preço varia em 1% enquanto os demais fato-
res permanecem constantes.
Para calcular a elasticidade de oferta você precisa levar em 
consideração a seguinte fórmula:
Conecte-se
Elasticidade da
demanda =
Variação percentual da
quantidade oferta
Variação percentual
do preço
Para exemplificar, a elasticidade da oferta pode ser utiliza-
da em todas as circunstâncias apresentadas na elasticidade da de-
manda. Contudo, exemplificaremos para casos extremos.
Considere um caso para oferta perfeitamente inelástica, por 
exemplo, um quadro do pintor Portinari ou o ingresso para a final 
de uma Copa do Mundo. A quantidade de oferta dos seus quadros 
ou unidades não sofrem variações em função do preço que eles 
atingem. Seu gráfico seria representado da seguinte forma:
Gráfico 06: Oferta completamente inelástica.
Preço
Quantidade
oferecida
Oferta
completamente
inelástica
(a)
Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
Agora, imagine uma situação de oferta que tende ao infinito. 
Para exemplificá-la, pense em um feirante que comercializa banana 
e se encontra em fim de feira. Nessa situação, os ofertantes estão 
dispostos a vender seu produto independentemente da variação 
sofrida no preço. Seu gráfico teria o seguinte comportamento:
7070 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Gráfico 07: Oferta completamente elástica.
Preço
Oferta
completamente
elástica
Quantidade
oferecida
(P0)
(b)
Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
2. Cite os casos extremos de elasticidade da demanda.
3. Explique o que é elasticidade no ponto.
Pratique
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7171
Gráfico 07: Oferta completamente elástica.
Preço
Oferta
completamente
elástica
Quantidade
oferecida
(P0)
(b)
Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
2. Cite os casos extremos de elasticidade da demanda.
3. Explique o que é elasticidade no ponto.
Pratique
4. No seu ponto de vista, o que caracteriza elasticidade na oferta?
2. a empResa, a pRodução e o lucRo
Em uma Economia de mercado, consumidores e empresas 
representam, respectivamente, as unidades do setor de consumo e 
de produção que se inter-relacionam através do sistema de preços 
do mercado.
A empresa ou firma seria a unidade econômica de produção, 
responsável pela combinação entre os recursos produtivos para 
produzir bens e serviços a fim de serem ofertados para venda no 
mercado. É uma unidade de produção que atua racionalmente em 
busca de maximizar seus resultados.
As empresas, portanto, produzem bens ou serviços que vão 
ser demandados pelos consumidores durante o processo de satis-
fação de suas necessidades. Mas as firmas dependem da disponi-
bilidade dos recursos produtivos, de sua combinação, preços etc. 
para produzir esses bens. Os fatores (recursos) de produção ou 
insumos são os bens ou serviços passíveis de serem transformados 
no processo produtivo.
7272 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Fique
Atento
A principal atividade da empresa é a produção, e, 
como já destacamos, seguindo o princípio da racionalida-
de, seu principal objetivo é a maximização de lucros. O lu-
cro de uma firma é a diferença entre as receitas e os custos 
em um dado período.
2.1. A produção
A produção é o processo onde a firma combina e transforma 
os recursos de produção em produtos ou serviços para a venda no 
mercado. As diferentes combinações desses insumos na produção 
dos bens e serviços vão definir os diversos métodos de produção.
Dependendo do fator de produção utilizado em maior quanti-
dade, teremos distintos métodos de produção. Assim, podemos ter 
uma produção de mão de obra intensiva, que utiliza mais mão de 
obra em relação aos outros fatores de produção, ou uma produção 
capital-intensiva, que utiliza mais capital em relação aos outros in-
sumos, ou ainda a produção poderá ser terra-intensiva e assim por 
diante. 
Os métodos de produção são as diferentes combinações dos 
fatores de produção a um dado nível tecnológico. A escolha das 
diferentes combinações entre os fatores de produção estará con-
dicionada à sua eficiência. Quando um método de produção utiliza 
uma menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade 
equivalente de produto, temos eficiência técnica ou tecnológica; 
quando,por outro lado, utilizamos um método de produção onde 
os custos de produção são menores em relação a outros métodos, 
temos a eficiência econômica.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7373
• Eficiência técnica: é aquele método de produção que 
permite produzir uma mesma quantidade de produto 
utilizando menor quantidade física de fatores de pro-
dução;
• Eficiência econômica: é aquele método de produção 
que permite produzir uma mesma quantidade de pro-
duto a um menor custo de produção.
Curiosidade
2.2. A função de produção
A quantidade de fatores de produção utilizada pelo produtor 
vai variar de acordo com as suas decisões sobre o que, como e 
quanto produzir, as quais dependem dos sinais vindos dos consu-
midores, o que resulta em uma variação correspondente nas quan-
tidades produzidas do produto. 
A função de produção é a relação entre a quantidade de pro-
duto que pode ser obtida com uma determinada quantidade de 
fatores de produção em um dado período de tempo.
É preciso ressaltar que esta definição de função de produ-
ção admite sempre o pressuposto que o produtor está utilizando a 
combinação mais eficiente dos recursos de produção, e, portanto, 
está produzindo a maior quantidade possível do produto. Temos 
a máxima produção possível, a dados níveis de trabalho, tecnolo-
gia, capital, recursos naturais e capacidade empresarial. Se ocorrer 
um avanço técnico, haverá uma mudança na função de produção, 
pois obteremos uma maior quantidade de produtos com a mesma 
quantidade de fatores de produção.
É importante não confundirmos os conceitos de função oferta 
e função de produção. A função de produção é um conceito físico 
ou tecnológico e se refere às quantidades físicas de produto e de 
recursos produtivos; ao passo que a função oferta é um conceito 
econômico, pois depende dos preços dos fatores de produção.
7474 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Assim, temos que: quantidade de produto = f (quantidade de 
fatores). Se partimos da hipótese que esta firma trabalha com inúme-
ros fatores de produção, representados por X1, X2, X3, ..., Xn, teremos 
a seguinte representação matemática da função de produção desta 
empresa: q = f (X1, X2, X3, ..., Xn), em que q é a quantidade produzida 
do bem ou serviço em um dado período de tempo, X1, X2, X3, ..., Xn 
são as quantidades dos fatores de produção utilizados e f indica que 
q depende das quantidades de insumos utilizados.
Por outro lado, se, para facilitar a compreensão, supomos que 
a produção da empresa acima depende apenas da quantidade de 
mão de obra utilizada e da quantidade de capital, teremos a se-
guinte função de produção: q = f (L, K), em que: L é a quantidade 
de mão de obra; K é a quantidade de capital considerando q > 0, L 
> 0 e k > 0.
Fique
Atento
É preciso lembrar que se mantém a suposição de efi-
ciência técnica – a máxima produção possível, a dados ní-
veis de mão de obra e capital. Se ocorrer alguma alteração 
no nível de tecnologia dado, a composição da função de 
produção também se altera.
2.3. Produção no curto e longo prazos
2.3.1. Análise de curto prazo
No caso da função de produção anterior, em que a quanti-
dade produzida é condicionada pelas quantidades de capital e tra-
balho utilizadas, teremos que q = f(L, K), em que, q é a quantidade 
produzida, L é a quantidade de mão de obra (insumo variável) e K 
é a quantidade de capital (insumo fixo).
Considerando os fatores capital fixo e trabalho variável, a 
quantidade produzida terá sua variação dependendo apenas da 
variação da quantidade utilizada do insumo variável, associada à 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7575
contribuição constante do insumo fixo, em cada combinação de 
fatores utilizados. Nesse caso, a mão de obra é o fator variável e a 
função de produção poderá ser expressa como q = f (L).
Outros conceitos importantes para a análise da te-
oria da produção são os conceitos de produto total, pro-
duto médio (ou produtividade média) e produtividade 
marginal dos fatores de produção. O produto total é a 
quantidade de produto que se obtém ao utilizar o insumo 
variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais insu-
mos. O produto médio ou produtividade média do fator é 
o quociente entre as variações do produto total e as varia-
ções da quantidade utilizada do insumo.
Em outras palavras, a produtividade média represen-
ta a variação do produto total quando se verifica a varia-
ção no fator de produção analisado. Matematicamente, a 
produtividade média da mão de obra é a divisão do produ-
to total pela quantidade de trabalho, a produtividade mé-
dia do capital é a divisão do produto total pela quantidade 
de capital. Assim, a produtividade marginal dos fatores é 
a variação do produto, dada uma variação de uma unida-
de na quantidade do fator produção, em um determinado 
período de tempo. Com isso, temos ainda que a produti-
vidade marginal da mão de obra é a variação do produto 
pela variação da mão de obra e a produtividade marginal 
do capital é a variação no produto pela variação de capital.
Curiosidade
2.3.2. Análise de longo prazo
Quando a demanda por um produto é crescente, a firma de-
sejará ampliar a sua produção. A princípio, o produtor pode res-
ponder a esse aumento na demanda ampliando a jornada de traba-
lho da sua mão de obra ou ampliando o número de trabalhadores 
na sua empresa.
7676 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
No entanto, sabe-se que o aumento do número de trabalha-
dores tem um limite a partir do qual seu efeito torna-se negativo 
sobre a produção total. Se a pressão do mercado se estender, será 
necessário que a firma altere as quantidades dos fatores de produ-
ção anteriormente mantidos fixos para fazer frente à necessidade 
de ampliação da produção. Isso porque o empresário racional não 
permitirá que seu produto marginal seja negativo, o que ocasio-
naria uma redução no produto total e não o aumento desejado. 
Assim, no longo prazo, as empresas poderão alterar as quantidades 
de qualquer um dos insumos empregados na produção.
Na análise de longo prazo, portanto, todos os fatores de pro-
dução variam, inclusive o tamanho da empresa. Se considerarmos a 
participação de apenas dois fatores de produção, tal qual fizemos 
na análise de curto prazo, teremos a seguinte função de produção, 
q = f (L, K).
A possibilidade da variação de todos os fatores de produção 
no longo prazo cria, como já destacamos, a possibilidade de am-
pliação do tamanho da firma. Isso acarretará efeitos sobre o pro-
duto total. São os chamados rendimentos ou economias de escala 
(escala é o tamanho da empresa mediada pela sua produção).
Os rendimentos de escala expressam a reação da 
quantidade produzida a uma variação na quantidade utili-
zada de todos os insumos, quando a empresa aumenta de 
tamanho, ou seja, quando todos os fatores variam simulta-
neamente na mesma direção.
Memorize
Existem os rendimentos crescentes de escala (ou economias 
de escala) que ocorre quando a variação na quantidade produzida 
é mais do que proporcional à variação da quantidade utilizada de 
insumos produtivos. Assim, se dobrarmos a quantidade utilizada 
de todos os fatores, obteremos mais do que o dobro do produto 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7777
total. Eles podem ocorrer porque um aumento na escala produtiva 
proporciona uma maior especialização do trabalho ou porque exis-
tem indivisibilidades entre os fatores de produção. Os rendimentos 
constantes de escala ocorrem quando a quantidade utilizada de 
insumos e o produto total variam na mesma proporção. 
Ao dobrarmos a quantidade utilizada dos recursos produti-
vos obteremos o dobro da quantidade produzida. Por fim, as de-
seconomias de escala ou rendimentos decrescentes de escala resul-
tam de uma variação do produto total menos do que proporcional 
à variação na utilização dos insumos. Se utilizarmos o dobro da 
quantidade de fatores de produção, o produto total terá um cres-
cimento de apenas 50%. Nesse caso, podemos afirmar que houve 
umaqueda na produtividade dos fatores.
2.4. Lei dos Rendimentos Decrescentes
Um conceito importante na análise da teoria da produção é a 
Lei dos Rendimentos Decrescentes, que descreve o comportamen-
to da taxa de variação da produção quando apenas um insumo va-
riar, todos os demais permanecendo constantes. 
Ao aumentar a produção de acordo com a sua função de pro-
dução, uma empresa que possui apenas um insumo variável (todos 
os outros considerados insumos fixos), as proporções de combina-
ções entre os insumos se alteram. 
Essa alteração está condicionada pela Lei dos Rendimentos 
Decrescentes ou Lei da Produtividade Marginal Decrescente – quan-
to maior o emprego de alguns fatores de produção em um setor, 
deixando os demais constantes, menores serão os acréscimos no 
produto total. 
Em outras palavras, ao se elevar a quantidade do insumo va-
riável, mantendo fixas as quantidades dos outros insumos, a produ-
ção inicialmente aumentará a taxas crescentes; depois de um certo 
volume do insumo variável utilizado, continuará a crescer, mas a ta-
xas decrescentes (com acréscimos cada vez menores); se eu conti-
nuo ampliando a quantidade do fator variável utilizada, a produção 
total atingirá um máximo, a partir do qual se reduzirá.
7878 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
É preciso ter em mente que a lei dos rendimentos 
decrescentes é um fenômeno de curto prazo, já que, pelo 
menos, um insumo permanece fixo. Memorize
3. teoRia dos custos 
Os produtores são indivíduos racionais; como tais, buscarão 
maximizar seus resultados ao realizarem suas atividades produti-
vas. Nesse sentido, a empresa procurará sempre utilizar certa com-
binação de fatores a fim de obter a máxima produção possível.
No entanto, os recursos produtivos são bens econômicos. Isso 
significa que para a firma utilizá-los precisa pagar um preço por 
eles. Sendo assim, para levar a cabo a produção, a empresa incorre 
em uma série de custos. Praticamente, todas as decisões da firma 
gerarão um custo, já que, ao escolher uma determinada combina-
ção de fatores de produção, estamos deixando de lado muitas ou-
tras. Os custos são importantes porque permitem avaliar até que 
ponto as empresas estão utilizando adequadamente os recursos 
produtivos e porque definem qual volume de produção cada em-
presa lançará no mercado. 
A quantidade utilizada de cada fator de produção, multipli-
cada pelo seu preço respectivo, representa a despesa total que a 
firma deverá realizar para colocar o processo produtivo em movi-
mento. Esta dita despesa é denominada custo total de produção. 
Assim, para obter resultados ótimos e alcançar o chamado 
equilíbrio da firma, a empresa deverá buscar a maximização da pro-
dução a um determinado custo total ou minimizar o custo total 
para um certo nível de produção. Uma vez que se conheça o valor 
dos insumos, é possível definir um ponto ótimo para o custo total 
de produção a cada volume de produção. 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7979
3.1. Custos de produção no curto prazo
Conforme você estudou, os fatores de produção podem ser 
fixos (a quantidade não se altera para elevar ou reduzir o volume 
produzido no curto prazo) ou variáveis (a quantidade varia para 
fazer frente às alterações na demanda no curto prazo). Consequen-
temente, o custo total de produção, definido como o total das des-
pesas realizadas pela firma com a utilização da combinação mais 
econômica dos fatores, pode ser dividido em dois tipos de custos: 
variáveis e fixos.
Os custos variáveis são determinados pelo valor dos insumos 
variáveis e dependem da quantidade empregada destes fatores, 
portanto, dependem do volume da produção. São gastos com fo-
lha de pagamento, pagamentos de matérias-primas etc. Os custos 
fixos independem do nível de produção e representam as despesas 
com os fatores fixos de produção. São as despesas com aluguéis, 
depreciação etc. e os custos totais são determinados pela soma 
entre os custos variáveis e os fixos.
A análise dos custos obedece à mesma lógica da 
Teoria da Produção, sendo, portanto, dividida em curto e 
longo prazos. Os custos totais de curto prazo são com-
postos por parcelas de custos fixos e variáveis, já que, no 
curto prazo, a função de produção admite a existência de 
pelo menos um fator de produção fixo. Os custos totais 
de longo prazo são formados exclusivamente por custos 
variáveis, já que, no longo prazo, inexistem insumos fixos.
Curiosidade
No curto prazo, partimos do pressuposto que uma firma re-
alize a sua produção utilizando fatores fixos e variáveis, partindo 
da hipótese da existência de apenas um fator fixo (equipamento 
de capital) e um fator variável (mão de obra), a produção dessa 
empresa aumentará ou diminuirá a partir da variação do uso de 
mão de obra.
8080 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Desta feita, no curto prazo, o custo fixo total permanece inal-
terado e o custo total de curto prazo dependerá exclusivamente 
de variações no custo variável total, que depende da quantidade 
produzida.
Fique
Atento
A função de produção de uma empresa no curto 
prazo pode ser representada por q = f (X1, X2), em que q é 
a quantidade produzida, X1 é o fator variável de produção 
e X2 é o fator fixo de produção.
Como observado, o custo total da produção é dado pelo to-
tal das despesas realizadas com a utilização da combinação mais 
econômica dos fatores de produção. Este custo total é, por sua vez, 
formado pelas despesas com os fatores variáveis e fixos. No nosso 
exemplo, temos um fator fixo e um fator variável.
Se representarmos os preços desses fatores de produção 
como P1 e P2, poderemos representar os custos fixo total e variável 
total em função dos preços dos insumos. O custo fixo total é de-
terminado pelo montante total de despesas realizadas com o fator 
fixo, expresso pela quantidade utilizada destes fatores multiplicada 
por seu preço respectivo. Matematicamente, teremos:
CFT = P2 x X2
A quantidade utilizada dos insumos variáveis multiplicada 
pelo seu preço nos dará o custo variável total, determinado pelo 
montante total realizado com o fator variável. Teremos:
CVT = P1 x X1
A equação do custo total de curto prazo seria então dada 
por:
CT = P1 x X1 + P2 x X2
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8181
Onde, como vimos, o custo fixo total não se altera e o custo 
variável total poderá aumentar ou diminuir em função da maior ou 
menor utilização do insumo X1, considerando os preços dos insu-
mos inalterados (coeteris paribus). Graficamente, teremos:
Gráfico 08: Curvas de custo total.
Custo
totais ($) CT = CVT + CFT
CVT
CFT
q (Quantidade produzida)
Onde:
* CT – Custo total;
* CFT – Custos �xo total;
* CVT – Custo variável total.
 Fonte: Troster e Mochón (2002).
Podemos observar, a partir do gráfico, que a curva de custo 
total é formada por uma composição do comportamento da curva 
de custo fixo total (CFT) e da curva de custo variável total (CVT). 
As curvas de custo total (CT) e custo variável total crescem, pri-
meiramente, a taxas decrescentes; depois, passam a crescer a ta-
xas crescentes. Dado um certo volume de capital empregado, um 
aumento inicial da produção se dá a custos declinantes; aumentos 
sucessivos na produção vão esgotando o equipamento de capital, 
considerado fixo no curto prazo, e os custos passam, então, a cres-
cer a taxas crescentes. 
Seria a chamada Lei dos Custos Crescentes, que correspon-
deria à Lei dos Rendimentos Decrescentes aplicada à Teoria dos 
Custos de Produção. Um aumento no volume produtivo, além de 
certo ponto, pode gerar uma explosão dos custos.
8282 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Outros custos muito importantes em Economia são 
chamados de custos médios e marginais. Os custos mé-
dios são os custos totais por unidade de produto, são obti-
dos pela relação entre o custo total e a quantidade produ-
zida. São chamados também de custos unitários. O custo 
total médio é a simples divisão do custo total pela quanti-
dade produzida. O custovariável médio é dado pela rela-
ção entre o custo variável total e a quantidade produzida, 
e o custo fixo médio é dado pelo quociente entre o custo 
fixo total e a quantidade produzida.
Curiosidade
Os custos médios no curto prazo são representados por uma 
curva em formato de U, que, inicialmente, conforme aumenta o vo-
lume de produção, decresce até alcançar um ponto de custo míni-
mo, após o qual cresce novamente. A princípio, os custos médios 
são declinantes porque existe um volume relativamente grande de 
equipamento de capital (insumo fixo) para pouca mão de obra. 
Gráfico 09: Curvas de custo médio.
Custos
totais ($) CTMc
CVMc
CFMc
Obs.Obs.:
(II) Temde a zero, pois CFMc = CFT/a. Com qq tendendo ao in�nito, CFMc tebde
 a zero.
(I) Como CFMc tende a zero, quando q↑, segue-se que o CVMc ternde
 a igualar-se ao CTMc, pois CTMc – CVMc + CFMc;
q
(I)
(II)
 Fonte: Troster e Mochón (2002).
Assim, até determinado nível de produção, é vantagem para a 
firma absorver mais trabalhadores com o mesmo volume de capital 
empregado e aumentar a produção, pois o custo médio é declinante. 
Mas, à medida que se vai aumentando a produção, alcança-se um 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8383
ponto de saturação da utilização do capital, e a elevação das quantida-
des de insumo variável, no caso mão de obra, não ocasionará aumen-
tos proporcionais da produção. É o ponto onde os custos médios co-
meçam a se elevar. Esse comportamento das curvas de custo médio 
é análogo ao comportamento das curvas de custo total.
Ora, se o custo variável total é a despesa diretamente rela-
cionada com o andamento da produção, o custo variável total irá 
se elevar à medida que a produção cresce. No entanto, o custo 
variável médio, à princípio, é decrescente; só depois de atingir o mí-
nimo, a um certo nível de produção, torna-se crescente. Isso ocor-
re porque o custo variável total, quando a empresa trabalha com 
capacidade ociosa (muito capital e pouca mão de obra), cresce 
proporcionalmente menos do que a produção, fazendo com que os 
custos médios decresçam. Após certo nível de produto, os custos 
totais passam a crescer proporcionalmente mais que o aumento da 
produção e os custos médios passam a ser crescentes.
Como o custo fixo total é constante para todos os níveis de 
produção, o custo fixo médio será decrescente à medida que a pro-
dução aumenta, tendendo a zero. 
O custo marginal representa o custo de se produzir uma uni-
dade extra do produto, em outras palavras, é dado pela relação en-
tre a variação do custo total e a variação da quantidade produzida.
Gráfico 10: Curva de custo marginal.
CMg (S)
CMg
q
Fonte: Troster e Mochón (2002).
8484 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Como o custo fixo total permanece constante, no curto prazo, o 
custo marginal é determinado apenas pela variação do custo variá-
vel total. Sendo assim, podemos dizer que os custos marginais não 
são influenciados pelos custos fixos.
Gráfico 11: Custo médio x custo marginal.
Custos
médios e
marginais ($)
CMg
CTMc
CVMc
q
Fonte: Troster e Mochón (2002).
A curva de custo marginal, conforme você pôde observar no 
gráfico, corta as curvas de custo total médio e custo variável mé-
dio no ponto de mínimo destas curvas. Ora, isso significa que se o 
custo adicional para produzir uma unidade extra do produto (custo 
marginal) for inferior ao custo unitário (custo médio), o custo mé-
dio será decrescente. Por outro lado, se o custo marginal superar 
o custo médio este se elevará à medida que cresce a produção já 
que o custo para produzir uma unidade extra do produto supera 
seu custo unitário. O ponto mínimo do custo médio corresponde ao 
volume de produção onde se igualam custos marginal, médio total 
e médio variável.
As curvas de custos marginal e médio (total e variável) têm 
formato de U devido à lei dos rendimentos decrescentes, que se 
traduz por custos crescentes após determinado nível de produto, 
conforme destacamos. Quando os custos médio e marginal são de-
crescentes, as produtividades média e marginal do fator de pro-
dução serão crescentes e vice-versa. Há, portanto, uma relação in-
versa entre custos médios e marginais de um dado fator e suas 
produtividades média e marginal.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8585
3.2. Custos no longo prazo
No curto prazo, a firma busca a maximização de seus lucros 
com as estruturas físicas de que dispõe e se vê diante de determi-
nados custos fixos, expressos na dimensão dada desta firma.
No longo prazo, a firma, normalmente, planeja novos investi-
mentos de forma a modificar a utilização e a combinação de todos 
os fatores de produção, alterando, assim, o seu potencial produtivo. 
Isso é possível porque, no longo prazo, todos os fatores de pro-
dução são variáveis, possibilitando a ampliação, a capacidade de 
produção e a dimensão da empresa.
Como não existem insumos fixos no longo prazo, não faz sen-
tido a distinção entre custos fixos e variáveis. Não existem, por-
tanto, custos fixos: todos os custos são variáveis. Desaparecem as 
curvas de custo fixo total e custo fixo médio e passamos a olhar 
simplesmente para a curva de custo médio de longo prazo.
O longo prazo é um horizonte de planejamento onde os em-
presários podem escolher e planejar os seus investimentos, tendo 
uma gama de situações de curto prazo, com diferentes escalas de 
produção disponíveis para que ele escolha a que leve a otimização 
de seus resultados. O objetivo de custo de longo prazo de uma 
firma é ajustar a sua escala de produção para ter um tamanho óti-
mo, que significa estar em uma situação em que se tem o nível de 
produção desejado ao custo mais baixo possível.
O produtor, até fazer uma escolha de investimento, encon-
tra-se em uma situação de longo prazo, podendo ele decidir por 
qualquer uma dessas alternativas. Uma vez que ele decida por um 
investimento, uma nova capacidade de produção tenha sido insta-
lada e os ajustes tenham sido feitos na produção, ele terá uma nova 
estrutura produtiva em que alguns tipos e quantidades de insumos 
serão considerados fixos. A firma passa então a operar novamente 
em condições de curto prazo, com uma dada estrutura de custos 
fixos. Um agente econômico, portanto, opera a curto prazo e pla-
neja a longo prazo.
8686 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
A curva de custo médio de longo prazo é formada por um 
conjunto de curvas de custo médio de curto prazo, sendo chamada 
também de curva envoltória, e ela mostra o menor custo unitário 
(CMe) para produzir a cada tamanho de planta possível da empre-
sa. Ela é formada pelo número ilimitado de possibilidades de inves-
timentos a serem escolhidos pelo produtor. O tamanho da empresa 
varia em cada ponto da curva.
A curva de custo médio de longo prazo (CMeL) também terá 
formato em U, como as curvas de custo médio de curto prazo. En-
quanto as curvas de custo médio de curto prazo apresentam esse 
formato devido à existência de insumos fixos, o que provoca a exis-
tência de rendimentos decrescentes a um dado tamanho da firma, 
a curva de custo médio de longo prazo apresenta este formato 
devido à existência de economias ou deseconomias de escala, pois 
o tamanho da empresa varia a cada ponto da curva. 
Gráfico 12: Custo médio de longo prazo.
CMcL
CMcL
A
q* (escala ótima)
Fonte: Troster e Mochón (2002).
Assim, observando a curva de custo médio a longo prazo, po-
demos constatar que, a níveis baixos de produção, há economias de 
escala, pois o aumento da produção leva a uma redução do custo 
médio, pois existem ganhos de produtividade.
O ponto A representa a escala ótima da empresa ou o tama-
nho ideal para a empresa diante dos seus custos, já que representa 
custo médio de produção.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8787
A quantidade q não é apenas a produção ótima para deter-
minada dimensão de planta escolhida, expressa também a melhor 
dimensão de planta, aquela que iguala o custo total médio de curto 
prazo e o custo total médio de longoprazo. Expressa a combina-
ção de custo mínimo. Até esse ponto, temos rendimentos crescen-
tes de escala; após o ponto A, temos rendimentos decrescentes de 
escala, e o custo médio de longo prazo tende a crescer.
4. estRutuRas de meRcado 
no cuRto e no longo pRazos
Na unidade anterior, você estudou a constituição do merca-
do, suas projeções e características. Discutimos seus movimentos 
de intercâmbio de compra e venda e, mais adiante, trouxemos os 
elementos que aproximam compradores e vendedores e a fami-
gerada lei da oferta e da procura. Mas caso este mercado possua, 
por alguma razão, muitos compradores e muitos vendedores, como 
podemos caracterizá-lo? E se houver muitos compradores e pou-
cos vendedores? Ou, ainda, um único vendedor diante de muitos 
compradores? 
A concorrência é um movimento existente no mercado que 
facilmente se associa à ideia de oposição. Nas Ciências Econômicas, 
essa concepção serviu de base para definir mecanismos importan-
tes na organização do mercado. Nas palavras de Troster e Mochón 
(2002), é uma maneira de determinar equilíbrio entre quantidades 
e preços.
Concorrência é uma forma de organizar os merca-
dos que permite determinar os preços e as quantidades de 
equilíbrio. Memorize
8888 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Com o passar do tempo, a Ciência Econômica foi criando 
critérios definidores dos diferentes tipos de mercado. O principal 
deles é o número de participantes agindo como compradores ou 
vendedores.
4.1. Concorrência perfeita
Caso o mercado possua numerosos vendedores e igualmente 
elevado número de compradores, Troster e Mochón (2002) afir-
mam que existe um comportamento de concorrência perfeito. Ou-
tro fator determinante para esse tipo de mercado é a quantidade 
de produtores e a interação entre oferta e demanda, determinando 
o preço do bem ou serviço. Para Mankiw (2000), quando considera 
a longo prazo, esse tipo de mercado permite aos seus participantes 
produzirem em escala eficiente. Para que esses elementos sejam 
possíveis, é necessário que se cumpram quatro condições, observe:
Quadro 02: Condições para mercados 
perfeitamente competitivos.
Condições para mercados perfeitamente competitivos
1
Elevado número de ofertantes 
e demandantes
Neste processo, a decisão individual exerce 
pouca influência no preço do bem ou do 
serviço.
2 Homogeneidade do produto
Não há diferença nos produtos ofertados ao 
mercado.
3 Transparência do mercado
Todos os participantes tenham conhecimento 
das condições gerais em que operam.
4 Liberdade de entrada e saída.
Todos os participantes podem entrar e sair do 
mercado de forma imediata.
Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
Caso essas condições sejam respeitadas, é possível afirmar que 
o mercado guarde características de concorrência perfeita, pois, na 
sua essência, conforme lembram Troster e Mochón (2002), o poder 
de influenciar o mercado está de tal modo dividido que ações indivi-
duais que visem reverter esse quadro não obterão êxito.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8989
Fique
Atento
O funcionamento das empresas participantes des-
se tipo de mercado se apresenta sob as seguintes formas: 
• O mercado determina o preço de equilíbrio 
e a empresa não aceita sua incapacidade de 
influenciá-lo;
• A empresa decide produzir a partir da sua 
curva de oferta, que, por sua vez, é condicio-
nada ao seu custo de produção.
Levando em consideração as condições de produção, as em-
presas precisam conceber que o preço determinado no equilíbrio 
de mercado pode gerar lucros diferentes. Isso ocorre porque essas 
empresas possuem fatores de produção (como a tecnologia) bem 
aproximados quando considerados a curto prazo, mas as instala-
ções que determinam os custos, geralmente, são diferentes, logo o 
lucro também será. 
Como lembram Troster e Mochón (2002), os mercados de 
concorrência perfeita tendem a minimizar seus custos para equipa-
rar os lucros. E como isso poderia ser possível? Novamente recor-
rendo aos autores, é possível identificar que esse mecanismo será 
mais viável quanto maior for a eficiência econômica geralmente ad-
quirida pelo acesso à modernização tecnológica e melhor aprovei-
tamento dos seus fatores produtivos.
No mundo real, não é frequente a ocorrência de con-
corrência perfeita, salvo alguns mercados agropecuaristas, 
como aquele que fornece leite. Em todos os casos, as em-
presas buscam influenciar o preço para melhorar sua po-
sição original.
Atenção
9090 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
4.2. Monopólio
Considere que, no mercado de comportamento monopolista, 
há a existência de um único ofertante que possui a capacidade de 
determinar o preço. A empresa que atua nesse tipo de mercado 
determina o processo de fixação dos preços, pois, segundo Troster 
e Mochón (2002), a sua curva de oferta coincide com a curva de de-
manda pelo mercado. A racionalidade nesse movimento é de tama-
nha envergadura que a empresa decide produzir somente quando 
alcança certo volume de produção calculando o volume de venda. 
Observe, agora, alguns elementos que explicam o surgimento 
do monopólio:
• Controle exclusivo dos fatores de produção ou de fontes 
exclusivas de matéria-prima;
• Concessão de patente gera uma situação de monopólio, 
mas de caráter temporal, limitada ao tempo da patente;
• Controle estatal de determinado serviço, como é o caso 
dos serviços dos Correios;
• Custo elevado de entrada no mercado pode gerar um mo-
nopólio natural.
Monopólio natural também pode ser alcançado por 
uma empresa que consegue reduzir seu custo médio a tal 
ponto que a produção das unidades sofre elevação natu-
ral. Quando esta função é atingida, a empresa consegue 
satisfazer as necessidades do mercado de maneira mais 
eficiente. 
Atenção
A curva da demanda na empresa monopolística é dada pelo 
mercado e possui inclinação negativa, conforme você pode obser-
var no gráfico a seguir: 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 9191
Gráfico 13: Comportamento da curva da 
demanda na empresa monopolística.
Empresa monopolística
P
Preço de
mercado
D
Q(b) Mercado
Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002).
Geralmente, esse tipo de mercado não é desejado pelos Go-
vernos, que passam a exercer ações de políticas públicas visando 
regularizar as relações comerciais e reduzindo os efeitos daninhos 
para proteger consumidores e outras empresas. Essas políticas são 
formadas por alternativas como:
1) Dividir o monopólio em, pelo menos, duas empresas;
2) Estabelecer regras mínimas de formação de preço ou pro-
moção dos seus produtos além de estabelecer impostos;
3) Limitar lucros extras por meio da regulação dos preços ou, 
mais radicalmente, tornar uma empresa privada em em-
presa pública;
4) Induzir o preço das empresas a situações similares à con-
corrência perfeita.
9292 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
4.3. Oligopólio
Um dos maiores defensores do mercado livre que a Econo-
mia já conheceu, Adam Smith, concordou que existe uma falha no 
mercado de oligopólio, defendendo inclusive que “pessoas envolvi-
das na mesma atividade raramente se reúnem sem que a conversa 
não termine em conspiração contra o público”. Como em qualquer 
movimento natural, a sociedade, sempre que exposta a extremos, 
busca equilibrar forças e propor, ao menos, buscar o caminho do 
meio. Se esse argumento for válido na caracterização dos merca-
dos, podemos assumir que tal movimento é realizado por compor-
tamentos oligopolistas.
O mercado oligopolista é caracterizado pelo núme-
ro reduzido de vendedores. No entanto, é natural haver 
quantidade numerosa de compradores, viabilizando certo 
grau de controle por parte dos vendedores sobre o preço. Atenção
Conecte-se
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 9393
4.3. Oligopólio
Um dos maiores defensores do mercado livre que a Econo-
mia já conheceu, Adam Smith, concordou que existe uma falha no 
mercado de oligopólio, defendendo inclusive que “pessoas envolvi-
das na mesma atividade raramentese reúnem sem que a conversa 
não termine em conspiração contra o público”. Como em qualquer 
movimento natural, a sociedade, sempre que exposta a extremos, 
busca equilibrar forças e propor, ao menos, buscar o caminho do 
meio. Se esse argumento for válido na caracterização dos merca-
dos, podemos assumir que tal movimento é realizado por compor-
tamentos oligopolistas.
O mercado oligopolista é caracterizado pelo núme-
ro reduzido de vendedores. No entanto, é natural haver 
quantidade numerosa de compradores, viabilizando certo 
grau de controle por parte dos vendedores sobre o preço. Atenção
Conecte-se
Para Mankiw (2000), a cooperação entre empresas oligopo-
listas é, em certa medida, indesejável, pois resulta quase sempre em 
redução da produção e aumento dos preços. Outra característica 
desse tipo de mercado, segundo Troster e Mochón (2002), é a in-
dependência proporcionada às empresas que participam dele. Isso 
ocorre devido ao fato de as empresas determinarem seus preços 
em função da curva da demanda a partir da análise de cenário dos 
seus concorrentes.
Mesmo assim, é natural haver certo grau de incerteza, que, 
para os autores, será reduzida a partir de três movimentos:
1. Adivinhar as ações dos concorrentes;
2. Compor o preço a partir de instrumentos publicitários;
3. Cooperar e repartir o mercado ao invés de competir. 
O oligopólio é um tipo de mercado que tem apresentado ri-
gidez nos preços, fazendo com que seus participantes optem, cada 
vez mais, por cooperar ao invés de competir. Porém, a prática cons-
tante desse tipo de movimento pode gerar aquilo que os especia-
listas chamam de formação de cartel.
O cartel ocorre quando as empresas resolvem cele-
brar acordos comerciais (geralmente espúrios) para dis-
tribuir quotas de produção para determinar preços e re-
duzir a capacidade de escolha do cliente em função do 
preço. Esse tipo de acordo tende a ser instável, devido a 
um incentivo natural de o membro abandonar a coopera-
ção praticando preço mais baixo do que o combinado e 
obter uma ligeira, mas impactante, vantagem competitiva. 
O passo seguinte é uma possível guerra de preços entre 
os concorrentes, podendo conduzir seus participantes a 
desajustes perigosos no limite da extinção de suas partici-
pações. No Brasil, essa prática, apesar de comum, é proi-
bida por lei e acompanhada de perto pelo Conselho de 
Administração (CAD), órgão público que acompanha as 
práticas de mercado.
Memorize
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5. Qual a principal característica da concorrência perfeita?
6. Explique quando ocorre o monopólio natural.
Conecte-se
Pratique
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 9595
5. Qual a principal característica da concorrência perfeita?
6. Explique quando ocorre o monopólio natural.
Conecte-se
Pratique
7. Qual a importância do oligopólio? Por que há formação de 
cartel nesse tipo de comportamento?
Relembre
Nesta unidade, você pôde identificar a importância 
de um dos conceitos mais utilizados pelas empresas em 
suas decisões diárias, a elasticidade. Observou como ela 
se comporta e qual a sua influência em uma das regras 
mais básicas da Economia, a lei da procura e da oferta. 
Viu também como é importante dominar algumas ferra-
mentas de gestão que podem auxiliar no cálculo de quanto 
ofertar e ler o quanto o mercado está demandando para, 
a partir daí, caso seja possível, definir o preço em função 
da produção.
Em seguida, observou os tipos de concorrências 
existentes no mercado. Estudou as movimentações possí-
veis dadas as características de um mercado monopolista. 
Chamamos atenção para sua principal caracterização, que 
consiste em identificar a quantidade de ofertantes bem in-
ferior quando comparada ao número de demandantes. 
Dentro dessa lógica, trabalhamos os conceitos de 
concorrência perfeita e de oligopólio. No primeiro caso, os 
argumentos dos autores apontam para identificar o núme-
ro de demandantes na mesma proporção do de ofertan-
tes, havendo equilíbrio de preço. No segundo caso, tem-se 
a quantidade de demandantes superior ao de ofertantes e 
uma movimentação causal entre os produtores que pode 
levá-los à formação de cartel.
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REFERÊNCIAS
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pliada e revisada. São Paulo: Makron Books, 2002.
Anotações
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Messejana, Fortaleza – CE
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