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Economia de Empresas Autoria: Rafael dos Santos da Silva / Charlles Franklin Duarte ECONOMIA DE EMPRESASECONOMIA DE EMPRESAS ReitoR: Prof. Cláudio ferreira Bastos Pró-reitor administrativo financeiro: Prof. rafael raBelo Bastos Pró-reitor de relações institucionais: Prof. Cláudio raBelo Bastos Pró-reitor acadêmico: Prof. HerBert Gomes martins direção ead: Prof. riCardo ZamBrano Júnior coordenação ead: Profa. luCiana rodriGues ramos Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a auto- rização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Reitoria. expediente Ficha técnica autoria: rafael dos santos da silva / CHarlles franklin duarte suPervisão de Produção ead: franCisCo Cleuson do nasCimento alves design instrucional: antonio Carlos vieira / João Paulo souZa Correia Projeto gráfico e caPa: franCisCo erBínio alves rodriGues diagramação e tratamento de imagens: franCisCo erBínio alves rodriGues revisão textual: João Paulo souZa Correia Ficha catalogRáFica catalogação na publicação biblioteca centRo univeRsitáRio ateneu SILVA, Rafael dos Santos da; DUARTE, Charlles Franklins. Economia de empresas. Rafael dos Santos da Silva e Charlles Franklin Duarte. – Fortaleza: Centro Universi- tário Ateneu, 2018. 136 p. ISBN: 978-85-5468-007-7 1. Economia. 2. Sistema econômico. 3. Empresa. 4. Intervenção. Centro Universitário Ateneu. II. Título. Caro estudante, Este material tem o objetivo de apresentar, de forma sucinta, elementos importantes e ajudá-lo a compreender, discutir e dialo- gar com maior criticidade sobre assuntos da Economia que, muitas vezes, passam despercebidos no dia a dia. Se você, estudante, ao concluir a leitura que se segue, ficar interessado em interpelar seu professor, compreender a movimentação da ciranda da Economia que passa ao seu redor e tentar influenciá-la de alguma forma, este material terá cumprido seu papel, que é muito mais que decodificar informações e transferi-las; é também instigar novas reflexões, pen- samentos e a capacidade de não aceitar “as coisas dadas”. Pretendemos fazer com que a Economia seja útil a você, con- duzindo-o a enxergar os processos econômicos a partir de sua re- alidade. E mais, compreender como a realidade é modificada pelas atividades desta Ciência. Nos esforçamos em apresentar um assun- to de tamanha extensão lançando um olhar para as coisas simples do dia a dia. “Por que precisamos compreender aspectos da micro- economia? Quando esta parte da Ciência Econômica influencia mi- nha vida? Será que ela está presente nos ônibus que circulam pela cidade, no combustível dos veículos ou no pão que consumimos?” É com essa pretensão que somaremos forças nesta etapa de sua vida. Queremos favorecer não apenas seu crescimento profissional, mas, sobretudo, sua capacidade humana de pensar e influenciar a vida da sociedade. Rafael dos Santos da Silva / Charlles Franklin Duarte Seja bem-vindo! SU M Á R IO INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA 1. A economia ............................................................................. 8 2. Tipos de necessidades .....................................................14 2.1. Instituições das necessidades básicas...............16 2.2. Instituições das necessidades derivadas..........18 3. As atividades econômicas e a sua relação com os agentes econômicos ...................................... 20 3.1. A empresa como agente econômico .................21 3.2. A família como agente econômico ...................24 3.3. O setor público enquanto agente econômico ......................................................................25 Referências ................................................................................ 30 SISTEMA ECONÔMICO 1. Sistema econômico Material Complementar ........36 1.1. Quando o sistema econômico se reduz ao mercado...........................................................................38 1.1.1. Competição X colaboração: ideias para um comportamento inteligente no mercado ...........................................................41 1.2. O funcionamento da empresa ...........no sistema capitalista de produção .......................................... 50 1.2.1. Demanda ................................................................52 1.2.2. Oferta ........................................................................53 1.3. Papel dos preços relativos .....................................55 Referências .................................................................................57 SU M Á R IO ELASTICIDADE, A EMPRESA, A PRODUÇÃO E O LUCRO, AS ESTRUTURAS DE MERCADO 1. Elasticidade: conceitos e aplicações ........................60 2. A empresa, a produção e o lucro ................................71 3. Teoria dos custos .............................................................78 4. Estruturas de mercado no curto e no longo prazos .........................................................................87 Referências .............................................................................. 96 O PAPEL INTERVENTOR DO ESTADO: RENDA NACIONAL E POLÍTICA SALARIAL 1. O enfoque macroeconômico: renda nacional e outros agregados .............................................................. 98 2. Intervenção do estado na economia: política fiscal ........................................... 101 3. O financiamento da economia: dinheiro e bancos .............................................................. 116 4. Controle da quantidade de moeda pelo banco central ....................................................................... 119 Referências ............................................................................... 133 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 5959 Anotações Apresentação Esta unidade é formada por definições, conceitos e exemplos que parecem distantes das mesas de decisões, mas são muito mais frequentes no mercadinho da esquina do que você pode imaginar. Dominá-los não é função somente dos economistas eruditos ou dos acadêmicos encastelados nas melhores universidades, mas ne- cessidade básica do administrador moderno que lida vis-à-vis com perguntas do tipo: Quanto? Como? Quando? O que produzir? Nesse sentido, você estudará grandes autores da área em um grande esforço de dialogar com as aplicações simples de produção e comercialização dos bens ou serviços da empresa, sempre aten- tando para os comportamentos de mercado, suas mobilidades e, sobretudo, suas regras. Compreender o que compõe e como se comportam as em- presas em mercados dos tipos monopólio, oligopólio e concorrên- cia perfeita se mostra tão imprescindível na tomada de decisão do administrador quanto seus conhecimentos técnicos ou suas habili- dades emocionais na lida empresarial. Convidamos, portanto, que você exercite sua capacidade in- terpretativa e se lance em compreender alguns instrumentos aqui expostos. Eles não devem saturar suas expectativas. Bons estudos! CAPÍTULO 03 elasticidade, a empResa, a pRodução e o lucRo, as estRutuRas de meRcado 6060 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS • Dialogar com as aplicações simples de produção e comercialização dos bens ou serviços da em- presa; • Atentar para os comportamentos de mercado, suas mobilidades e, sobretudo, suas regras; • Compreender o que compõe e como se compor- tam as empresas em mercados dos tipos mono- pólio, oligopólio e concorrência perfeita. Objetivo de Aprendizagem 1. elasticidade: conceitos e aplicações A situação inicial apresenta o preço de um determinado bem a 100 unidades monetárias. A este preço, sua demanda é de 300 unidades e sua receita é de 30.000 unidades monetárias. Em uma segundasituação, tem-se que o preço do mesmo bem caiu de 100 para 80 unidades monetárias e sua demanda sofreu aumento na quantidade em 40 unidades, saindo de 300 para 340. Mas observe que sua receita final ficou abaixo da receita inicial, sendo, agora, apenas de 27.200 unidades monetárias. O que ocorreu nessa situa- ção? Vamos compreender a partir do conceito de elasticidade. A elasticidade mede a resposta dos compradores e dos ven- dedores em relação às alterações nas condições do mercado. Para Mankiw (2000), esse instrumento garante mais precisão na análi- se da oferta e da demanda. O conceito de elasticidade é bastante variado e, por isso, possui diversas aplicações. Inicialmente, apre- sentamos o conceito deste tema relacionado à demanda e à sua variação em relação ao preço. É comum imaginar que o dono do capital busca entender a influência do preço na quantidade de unidades vendidas. Ele sabe que o ritmo da curva da demanda será ditado pelo preço, ou seja, se o preço for reduzido a demanda aumentará e vice-versa, caso o preço aumente, a demanda tende a cair. Em outras palavras, o ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6161 sentido da variação da receita total de uma determinada atividade empresarial possui relação direta com a quantidade demandada e esta com o preço. A isso Troster e Mochón (2002) chamam de elas- ticidade-preço da demanda. Elasticidade-preço da demanda (Ep) mede o grau em que a quantidade varia em relação ao preço dado pelo mercado. Contudo, é preciso considerar que a elasticidade depende dos tipos de bens. Ela é influen- ciada pelo preço do produto e pela renda do consumi- dor. Então, para cada tipo de bem haverá um compor- tamento diferente da curva de demanda. Fique Atento Para Mankiw (2000), a demanda de um bem depende das preferências do consumidor, então, é razoável imaginar que o fe- nômeno estudado sobre um conjunto de variações vai da ordem social, econômica e até psicológica. O autor aponta quatro fatores que influenciam a decisão do consumidor e afetam diretamente o preço, conforme você pode observar no quadro a seguir. Quadro 01: Tipos determinantes de elasticidade. Tipo de determinante Descrição Necessidade X Supérfluos Os bens necessários tendem a possuir demandas inelásticas. Quando o preço da consulta médica sobe, as pessoas não alteram suas rotinas ao consultório de forma drástica. Em contrapartida, quando o preço de um passeio sobe, sua demanda está vulnerável a uma queda substancial. Disponibilidade de substitu- tos próximos Bens que possuem substitutos próximos tendem a sofrer elasticidade mais do que aqueles que não pos- suem. O exemplo clássico são a manteiga e a marga- rina. Quando o preço de um sobe, a procura do outro aumenta. Por outro lado, o ovo não possui substituto próximo, assim, sua elasticidade é bem inferior à da manteiga. 6262 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Definição de mercado As definições de mercado quanto à sua restrição ou am- plitude tendem a influenciar na elasticidade do mercado. Isso ocorre porque, em mercados definidos de forma ampla, é fácil encontrar produtos substitutos. Horizonte temporal Os bens tendem a possuir demanda mais elástica em função do tempo. Isso deve ocorrer quando o preço da gasolina subir, modificando o padrão de consumo das pessoas que buscam carros mais econômicos ou a morar próximo ao local de trabalho. Fonte: adaptado de Mankiw (2000). 1.1. Elasticidade no preço da demanda A elasticidade do preço se relaciona com a demanda a partir de três categorias que costumeiramente chamamos de tipologia das elasticidades da demanda. Troster e Mochón (2002) indicam três tipos, observe: • Demanda elástica – quando a variação percentual na quan- tidade é maior do que a variação percentual do preço; • Demanda de elasticidade unitária – quando a variação percentual no preço produz uma variação percentual da quantidade igual àquela; • Demanda inelástica – ocorre quando a variação percentual da unidade for menor do que a variação percentual do preço. Considere que a curva da demanda possui inclinação nega- tiva, que as variações do preço (P) e da quantidade (Q) estão no sentido contrário e que as variações estão expressas em porcenta- gem, pois a unidade em que o bem é produzido não influencia na elasticidade. Logo, para calcular a elasticidade de preço, considere a seguinte expressão: ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6363 Elasticidade da demanda = = Variação percentual da quantidade demanda Variação percentual do preço 100 ∆Q Q × 100 ∆P P × Para aplicar essa fórmula, consideramos o comportamento de uma empresa que vende canetas para dois valores reais de pre- ço. Considere a variação entre preço e quantidade e calcule a elas- ticidade. Tabela 01: Cálculo da elasticidade quando há elasticidade. Preço unitário das canetas ($) (P) Quantidade demandada (em milhares de unidades) (Q) Variação percentual da quantidade demandada (ΔQ/Q x 100) Variação percentual do preço (ΔP/P x 100) Elasticidade da demanda 0,05 100 80/100 x 100 0,2/0,5 x 100 (80/100) / (0,2/0,5) = 2 0,03 180 Fonte: adaptada de Troster e Mochón (2002). Observe que, quando o preço das canetas é reduzido de 0,05 para 0,03, a quantidade vendida aumenta em 80 mil unidades, sain- do de 100 para 180 mil. Essas variações entre preço e quantidade, quando aplicadas na fórmula, indicam uma demanda igual a 2. Pelo que pode ser concluído pela elasticidade da demanda, essa afirma- ção é possível quando a variação percentual no preço gera maior aumento percentual de quantidade. 6464 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Gráfico 01: Gráfico da elasticidade obtido a partir dos dados contidos na tabela. Preço 0,05 Ep = 2 100 180 Quantidade 0,03 Fonte: adaptada de Troster e Mochón (2002). Se esses dados forem considerados para o cálculo da elastici- dade, tem-se que a sua demanda é unitária. Isso ocorre todas as ve- zes que a redução percentual no preço produz aumento substancial somente na quantidade. Observe o gráfico desse cálculo e perceba uma rápida inclinação da curva da demanda. Em outras palavras, a variação percentual ocorreu somente na quantidade unitária. Gráfico 02: Elasticidade obtida a partir dos dados contidos na tabela. Preço 0,03 0,02 Ep = 1 15 20 Quantidade Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6565 Recorde que existe ainda uma terceira possibilidade para ana- lisar a elasticidade. É o que chamamos de inelasticidade. Considere agora os seguintes dados: o cálculo aponta para um resultado menor do que 1, onde se conclui que a variação percentual do preço produz um aumento inexpressivo na quantidade. No gráfico a seguir, pode- mos observar que a variação torna a reta com inclinação acentuada indicando pouca variação entre os números que indicam quantidade. Gráfico 03: Elasticidade obtida a partir dos dados contidos na tabela. Preço 0,03 0,02 Ep = 0,5 100 110 Quantidade Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). A seguir, você conhecerá outros conceitos de elasticidade. A elasticidade de casos extremos, no ponto, na receita total e na oferta. 1. O conceito de elasticidade visa mensurar o equilíbrio de qual lei econômica? Explique. Pratique 6666 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 1.2. Elasticidade da demanda em casos extremos Existem casos em que é possível ocorrer a inelasticidade da demanda. É o que chamamos de casos extremos. Isso ocorre quan- do o indivíduo necessita de um determinado bem e está disposto a pagar qualquer preço por ele. Neste caso, o gráfico apresenta um comportamento verticalizado. Quando há esse tipo de fenômeno, dizemos que houve um movimento perfeitamente inelástico. No gráfico a seguir, é possível observar esse comportamento. Gráfico 04: Demanda perfeitamente inelástica. Preço Demanda perfeitamenteinelástica Quantidade Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). É possível a ocorrência da outra extremidade de comporta- mento, ou seja, a elasticidade total perfeita, ou, no dizer de Troster e Mochón (2002), elasticidade infinita. Esse fenômeno ocorre quan- do o comprador não se disponibiliza a pagar um maior preço mes- mo que a quantidade do bem tenha sofrido variações. O próximo gráfico ilustra essa situação. Gráfico 16: Demanda totalmente elástica. Preço Demanda totalmente elástica Quantidade Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6767 1.3. Elasticidade no ponto Neste tópico, nossa interpretação deve se ater ao ponto da curva da demanda. Ele tomará valores diferentes para cada estágio em função do preço, conforme você pode observar no gráfico. Gráfico 05: Elasticidade no ponto. Preço Elasticidade no ponto E D C B A 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 Quantidade 5 10 15 20 25 Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). Ao reduzir o preço de 0,05 para 0,01 unidades monetárias, o comportamento da elasticidade-preço da demanda vai assumindo diferentes valores. Nos pontos A, B e C, a elasticidade é superior a 1, enquanto que, no ponto D, o valor é igual a 1 (quando se admite haver elasticidade unitária). No ponto E, a elasticidade é inferior a 1, onde se conclui pela inelasticidade. Observe que a elasticidade da demanda assume valor diferenciado a cada ponto da curva de demanda. 1.4. Elasticidade da demanda e a receita total A elasticidade da demanda, conforme apresentado, é um con- ceito fundamental para a programação das vendas e, consequente- mente, a formação da receita total, fim principal de uma empresa em ambiente competitivo. Isso porque, quando a demanda assume comportamento elástico, a variação percentual do preço (P) será menor do que a variação percentual da quantidade (Q), então a receita total será atingida positivamente. Se a relação da variação entre P e Q for inversa, a receita total será atingida negativamente. 6868 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Portanto, uma redução do preço aumenta a receita se a de- manda for elástica e o aumento do preço reduz a receita total. Caso a demanda assuma característica inelástica, uma diminuição no preço reduzirá a receita total e um aumento no preço elevará a receita total. 1.5. Elasticidade na oferta Dentre as várias conclusões possíveis sobre o conceito de elasticidade, uma das mais importantes é aquela relacionada à oferta. Para Troster e Mochón (2002), esse conceito permite identi- ficar com elevado grau de precisão a quantidade a ser oferecida ao mercado em função da variação do preço praticado. A elasticidade da oferta é a variação sofrida pela quantidade oferecida quando seu preço varia em 1% enquanto os demais fato- res permanecem constantes. Para calcular a elasticidade de oferta você precisa levar em consideração a seguinte fórmula: Conecte-se ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 6969 Portanto, uma redução do preço aumenta a receita se a de- manda for elástica e o aumento do preço reduz a receita total. Caso a demanda assuma característica inelástica, uma diminuição no preço reduzirá a receita total e um aumento no preço elevará a receita total. 1.5. Elasticidade na oferta Dentre as várias conclusões possíveis sobre o conceito de elasticidade, uma das mais importantes é aquela relacionada à oferta. Para Troster e Mochón (2002), esse conceito permite identi- ficar com elevado grau de precisão a quantidade a ser oferecida ao mercado em função da variação do preço praticado. A elasticidade da oferta é a variação sofrida pela quantidade oferecida quando seu preço varia em 1% enquanto os demais fato- res permanecem constantes. Para calcular a elasticidade de oferta você precisa levar em consideração a seguinte fórmula: Conecte-se Elasticidade da demanda = Variação percentual da quantidade oferta Variação percentual do preço Para exemplificar, a elasticidade da oferta pode ser utiliza- da em todas as circunstâncias apresentadas na elasticidade da de- manda. Contudo, exemplificaremos para casos extremos. Considere um caso para oferta perfeitamente inelástica, por exemplo, um quadro do pintor Portinari ou o ingresso para a final de uma Copa do Mundo. A quantidade de oferta dos seus quadros ou unidades não sofrem variações em função do preço que eles atingem. Seu gráfico seria representado da seguinte forma: Gráfico 06: Oferta completamente inelástica. Preço Quantidade oferecida Oferta completamente inelástica (a) Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). Agora, imagine uma situação de oferta que tende ao infinito. Para exemplificá-la, pense em um feirante que comercializa banana e se encontra em fim de feira. Nessa situação, os ofertantes estão dispostos a vender seu produto independentemente da variação sofrida no preço. Seu gráfico teria o seguinte comportamento: 7070 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Gráfico 07: Oferta completamente elástica. Preço Oferta completamente elástica Quantidade oferecida (P0) (b) Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). 2. Cite os casos extremos de elasticidade da demanda. 3. Explique o que é elasticidade no ponto. Pratique ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7171 Gráfico 07: Oferta completamente elástica. Preço Oferta completamente elástica Quantidade oferecida (P0) (b) Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). 2. Cite os casos extremos de elasticidade da demanda. 3. Explique o que é elasticidade no ponto. Pratique 4. No seu ponto de vista, o que caracteriza elasticidade na oferta? 2. a empResa, a pRodução e o lucRo Em uma Economia de mercado, consumidores e empresas representam, respectivamente, as unidades do setor de consumo e de produção que se inter-relacionam através do sistema de preços do mercado. A empresa ou firma seria a unidade econômica de produção, responsável pela combinação entre os recursos produtivos para produzir bens e serviços a fim de serem ofertados para venda no mercado. É uma unidade de produção que atua racionalmente em busca de maximizar seus resultados. As empresas, portanto, produzem bens ou serviços que vão ser demandados pelos consumidores durante o processo de satis- fação de suas necessidades. Mas as firmas dependem da disponi- bilidade dos recursos produtivos, de sua combinação, preços etc. para produzir esses bens. Os fatores (recursos) de produção ou insumos são os bens ou serviços passíveis de serem transformados no processo produtivo. 7272 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Fique Atento A principal atividade da empresa é a produção, e, como já destacamos, seguindo o princípio da racionalida- de, seu principal objetivo é a maximização de lucros. O lu- cro de uma firma é a diferença entre as receitas e os custos em um dado período. 2.1. A produção A produção é o processo onde a firma combina e transforma os recursos de produção em produtos ou serviços para a venda no mercado. As diferentes combinações desses insumos na produção dos bens e serviços vão definir os diversos métodos de produção. Dependendo do fator de produção utilizado em maior quanti- dade, teremos distintos métodos de produção. Assim, podemos ter uma produção de mão de obra intensiva, que utiliza mais mão de obra em relação aos outros fatores de produção, ou uma produção capital-intensiva, que utiliza mais capital em relação aos outros in- sumos, ou ainda a produção poderá ser terra-intensiva e assim por diante. Os métodos de produção são as diferentes combinações dos fatores de produção a um dado nível tecnológico. A escolha das diferentes combinações entre os fatores de produção estará con- dicionada à sua eficiência. Quando um método de produção utiliza uma menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade equivalente de produto, temos eficiência técnica ou tecnológica; quando,por outro lado, utilizamos um método de produção onde os custos de produção são menores em relação a outros métodos, temos a eficiência econômica. ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7373 • Eficiência técnica: é aquele método de produção que permite produzir uma mesma quantidade de produto utilizando menor quantidade física de fatores de pro- dução; • Eficiência econômica: é aquele método de produção que permite produzir uma mesma quantidade de pro- duto a um menor custo de produção. Curiosidade 2.2. A função de produção A quantidade de fatores de produção utilizada pelo produtor vai variar de acordo com as suas decisões sobre o que, como e quanto produzir, as quais dependem dos sinais vindos dos consu- midores, o que resulta em uma variação correspondente nas quan- tidades produzidas do produto. A função de produção é a relação entre a quantidade de pro- duto que pode ser obtida com uma determinada quantidade de fatores de produção em um dado período de tempo. É preciso ressaltar que esta definição de função de produ- ção admite sempre o pressuposto que o produtor está utilizando a combinação mais eficiente dos recursos de produção, e, portanto, está produzindo a maior quantidade possível do produto. Temos a máxima produção possível, a dados níveis de trabalho, tecnolo- gia, capital, recursos naturais e capacidade empresarial. Se ocorrer um avanço técnico, haverá uma mudança na função de produção, pois obteremos uma maior quantidade de produtos com a mesma quantidade de fatores de produção. É importante não confundirmos os conceitos de função oferta e função de produção. A função de produção é um conceito físico ou tecnológico e se refere às quantidades físicas de produto e de recursos produtivos; ao passo que a função oferta é um conceito econômico, pois depende dos preços dos fatores de produção. 7474 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Assim, temos que: quantidade de produto = f (quantidade de fatores). Se partimos da hipótese que esta firma trabalha com inúme- ros fatores de produção, representados por X1, X2, X3, ..., Xn, teremos a seguinte representação matemática da função de produção desta empresa: q = f (X1, X2, X3, ..., Xn), em que q é a quantidade produzida do bem ou serviço em um dado período de tempo, X1, X2, X3, ..., Xn são as quantidades dos fatores de produção utilizados e f indica que q depende das quantidades de insumos utilizados. Por outro lado, se, para facilitar a compreensão, supomos que a produção da empresa acima depende apenas da quantidade de mão de obra utilizada e da quantidade de capital, teremos a se- guinte função de produção: q = f (L, K), em que: L é a quantidade de mão de obra; K é a quantidade de capital considerando q > 0, L > 0 e k > 0. Fique Atento É preciso lembrar que se mantém a suposição de efi- ciência técnica – a máxima produção possível, a dados ní- veis de mão de obra e capital. Se ocorrer alguma alteração no nível de tecnologia dado, a composição da função de produção também se altera. 2.3. Produção no curto e longo prazos 2.3.1. Análise de curto prazo No caso da função de produção anterior, em que a quanti- dade produzida é condicionada pelas quantidades de capital e tra- balho utilizadas, teremos que q = f(L, K), em que, q é a quantidade produzida, L é a quantidade de mão de obra (insumo variável) e K é a quantidade de capital (insumo fixo). Considerando os fatores capital fixo e trabalho variável, a quantidade produzida terá sua variação dependendo apenas da variação da quantidade utilizada do insumo variável, associada à ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7575 contribuição constante do insumo fixo, em cada combinação de fatores utilizados. Nesse caso, a mão de obra é o fator variável e a função de produção poderá ser expressa como q = f (L). Outros conceitos importantes para a análise da te- oria da produção são os conceitos de produto total, pro- duto médio (ou produtividade média) e produtividade marginal dos fatores de produção. O produto total é a quantidade de produto que se obtém ao utilizar o insumo variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais insu- mos. O produto médio ou produtividade média do fator é o quociente entre as variações do produto total e as varia- ções da quantidade utilizada do insumo. Em outras palavras, a produtividade média represen- ta a variação do produto total quando se verifica a varia- ção no fator de produção analisado. Matematicamente, a produtividade média da mão de obra é a divisão do produ- to total pela quantidade de trabalho, a produtividade mé- dia do capital é a divisão do produto total pela quantidade de capital. Assim, a produtividade marginal dos fatores é a variação do produto, dada uma variação de uma unida- de na quantidade do fator produção, em um determinado período de tempo. Com isso, temos ainda que a produti- vidade marginal da mão de obra é a variação do produto pela variação da mão de obra e a produtividade marginal do capital é a variação no produto pela variação de capital. Curiosidade 2.3.2. Análise de longo prazo Quando a demanda por um produto é crescente, a firma de- sejará ampliar a sua produção. A princípio, o produtor pode res- ponder a esse aumento na demanda ampliando a jornada de traba- lho da sua mão de obra ou ampliando o número de trabalhadores na sua empresa. 7676 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS No entanto, sabe-se que o aumento do número de trabalha- dores tem um limite a partir do qual seu efeito torna-se negativo sobre a produção total. Se a pressão do mercado se estender, será necessário que a firma altere as quantidades dos fatores de produ- ção anteriormente mantidos fixos para fazer frente à necessidade de ampliação da produção. Isso porque o empresário racional não permitirá que seu produto marginal seja negativo, o que ocasio- naria uma redução no produto total e não o aumento desejado. Assim, no longo prazo, as empresas poderão alterar as quantidades de qualquer um dos insumos empregados na produção. Na análise de longo prazo, portanto, todos os fatores de pro- dução variam, inclusive o tamanho da empresa. Se considerarmos a participação de apenas dois fatores de produção, tal qual fizemos na análise de curto prazo, teremos a seguinte função de produção, q = f (L, K). A possibilidade da variação de todos os fatores de produção no longo prazo cria, como já destacamos, a possibilidade de am- pliação do tamanho da firma. Isso acarretará efeitos sobre o pro- duto total. São os chamados rendimentos ou economias de escala (escala é o tamanho da empresa mediada pela sua produção). Os rendimentos de escala expressam a reação da quantidade produzida a uma variação na quantidade utili- zada de todos os insumos, quando a empresa aumenta de tamanho, ou seja, quando todos os fatores variam simulta- neamente na mesma direção. Memorize Existem os rendimentos crescentes de escala (ou economias de escala) que ocorre quando a variação na quantidade produzida é mais do que proporcional à variação da quantidade utilizada de insumos produtivos. Assim, se dobrarmos a quantidade utilizada de todos os fatores, obteremos mais do que o dobro do produto ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7777 total. Eles podem ocorrer porque um aumento na escala produtiva proporciona uma maior especialização do trabalho ou porque exis- tem indivisibilidades entre os fatores de produção. Os rendimentos constantes de escala ocorrem quando a quantidade utilizada de insumos e o produto total variam na mesma proporção. Ao dobrarmos a quantidade utilizada dos recursos produti- vos obteremos o dobro da quantidade produzida. Por fim, as de- seconomias de escala ou rendimentos decrescentes de escala resul- tam de uma variação do produto total menos do que proporcional à variação na utilização dos insumos. Se utilizarmos o dobro da quantidade de fatores de produção, o produto total terá um cres- cimento de apenas 50%. Nesse caso, podemos afirmar que houve umaqueda na produtividade dos fatores. 2.4. Lei dos Rendimentos Decrescentes Um conceito importante na análise da teoria da produção é a Lei dos Rendimentos Decrescentes, que descreve o comportamen- to da taxa de variação da produção quando apenas um insumo va- riar, todos os demais permanecendo constantes. Ao aumentar a produção de acordo com a sua função de pro- dução, uma empresa que possui apenas um insumo variável (todos os outros considerados insumos fixos), as proporções de combina- ções entre os insumos se alteram. Essa alteração está condicionada pela Lei dos Rendimentos Decrescentes ou Lei da Produtividade Marginal Decrescente – quan- to maior o emprego de alguns fatores de produção em um setor, deixando os demais constantes, menores serão os acréscimos no produto total. Em outras palavras, ao se elevar a quantidade do insumo va- riável, mantendo fixas as quantidades dos outros insumos, a produ- ção inicialmente aumentará a taxas crescentes; depois de um certo volume do insumo variável utilizado, continuará a crescer, mas a ta- xas decrescentes (com acréscimos cada vez menores); se eu conti- nuo ampliando a quantidade do fator variável utilizada, a produção total atingirá um máximo, a partir do qual se reduzirá. 7878 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS É preciso ter em mente que a lei dos rendimentos decrescentes é um fenômeno de curto prazo, já que, pelo menos, um insumo permanece fixo. Memorize 3. teoRia dos custos Os produtores são indivíduos racionais; como tais, buscarão maximizar seus resultados ao realizarem suas atividades produti- vas. Nesse sentido, a empresa procurará sempre utilizar certa com- binação de fatores a fim de obter a máxima produção possível. No entanto, os recursos produtivos são bens econômicos. Isso significa que para a firma utilizá-los precisa pagar um preço por eles. Sendo assim, para levar a cabo a produção, a empresa incorre em uma série de custos. Praticamente, todas as decisões da firma gerarão um custo, já que, ao escolher uma determinada combina- ção de fatores de produção, estamos deixando de lado muitas ou- tras. Os custos são importantes porque permitem avaliar até que ponto as empresas estão utilizando adequadamente os recursos produtivos e porque definem qual volume de produção cada em- presa lançará no mercado. A quantidade utilizada de cada fator de produção, multipli- cada pelo seu preço respectivo, representa a despesa total que a firma deverá realizar para colocar o processo produtivo em movi- mento. Esta dita despesa é denominada custo total de produção. Assim, para obter resultados ótimos e alcançar o chamado equilíbrio da firma, a empresa deverá buscar a maximização da pro- dução a um determinado custo total ou minimizar o custo total para um certo nível de produção. Uma vez que se conheça o valor dos insumos, é possível definir um ponto ótimo para o custo total de produção a cada volume de produção. ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 7979 3.1. Custos de produção no curto prazo Conforme você estudou, os fatores de produção podem ser fixos (a quantidade não se altera para elevar ou reduzir o volume produzido no curto prazo) ou variáveis (a quantidade varia para fazer frente às alterações na demanda no curto prazo). Consequen- temente, o custo total de produção, definido como o total das des- pesas realizadas pela firma com a utilização da combinação mais econômica dos fatores, pode ser dividido em dois tipos de custos: variáveis e fixos. Os custos variáveis são determinados pelo valor dos insumos variáveis e dependem da quantidade empregada destes fatores, portanto, dependem do volume da produção. São gastos com fo- lha de pagamento, pagamentos de matérias-primas etc. Os custos fixos independem do nível de produção e representam as despesas com os fatores fixos de produção. São as despesas com aluguéis, depreciação etc. e os custos totais são determinados pela soma entre os custos variáveis e os fixos. A análise dos custos obedece à mesma lógica da Teoria da Produção, sendo, portanto, dividida em curto e longo prazos. Os custos totais de curto prazo são com- postos por parcelas de custos fixos e variáveis, já que, no curto prazo, a função de produção admite a existência de pelo menos um fator de produção fixo. Os custos totais de longo prazo são formados exclusivamente por custos variáveis, já que, no longo prazo, inexistem insumos fixos. Curiosidade No curto prazo, partimos do pressuposto que uma firma re- alize a sua produção utilizando fatores fixos e variáveis, partindo da hipótese da existência de apenas um fator fixo (equipamento de capital) e um fator variável (mão de obra), a produção dessa empresa aumentará ou diminuirá a partir da variação do uso de mão de obra. 8080 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Desta feita, no curto prazo, o custo fixo total permanece inal- terado e o custo total de curto prazo dependerá exclusivamente de variações no custo variável total, que depende da quantidade produzida. Fique Atento A função de produção de uma empresa no curto prazo pode ser representada por q = f (X1, X2), em que q é a quantidade produzida, X1 é o fator variável de produção e X2 é o fator fixo de produção. Como observado, o custo total da produção é dado pelo to- tal das despesas realizadas com a utilização da combinação mais econômica dos fatores de produção. Este custo total é, por sua vez, formado pelas despesas com os fatores variáveis e fixos. No nosso exemplo, temos um fator fixo e um fator variável. Se representarmos os preços desses fatores de produção como P1 e P2, poderemos representar os custos fixo total e variável total em função dos preços dos insumos. O custo fixo total é de- terminado pelo montante total de despesas realizadas com o fator fixo, expresso pela quantidade utilizada destes fatores multiplicada por seu preço respectivo. Matematicamente, teremos: CFT = P2 x X2 A quantidade utilizada dos insumos variáveis multiplicada pelo seu preço nos dará o custo variável total, determinado pelo montante total realizado com o fator variável. Teremos: CVT = P1 x X1 A equação do custo total de curto prazo seria então dada por: CT = P1 x X1 + P2 x X2 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8181 Onde, como vimos, o custo fixo total não se altera e o custo variável total poderá aumentar ou diminuir em função da maior ou menor utilização do insumo X1, considerando os preços dos insu- mos inalterados (coeteris paribus). Graficamente, teremos: Gráfico 08: Curvas de custo total. Custo totais ($) CT = CVT + CFT CVT CFT q (Quantidade produzida) Onde: * CT – Custo total; * CFT – Custos �xo total; * CVT – Custo variável total. Fonte: Troster e Mochón (2002). Podemos observar, a partir do gráfico, que a curva de custo total é formada por uma composição do comportamento da curva de custo fixo total (CFT) e da curva de custo variável total (CVT). As curvas de custo total (CT) e custo variável total crescem, pri- meiramente, a taxas decrescentes; depois, passam a crescer a ta- xas crescentes. Dado um certo volume de capital empregado, um aumento inicial da produção se dá a custos declinantes; aumentos sucessivos na produção vão esgotando o equipamento de capital, considerado fixo no curto prazo, e os custos passam, então, a cres- cer a taxas crescentes. Seria a chamada Lei dos Custos Crescentes, que correspon- deria à Lei dos Rendimentos Decrescentes aplicada à Teoria dos Custos de Produção. Um aumento no volume produtivo, além de certo ponto, pode gerar uma explosão dos custos. 8282 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Outros custos muito importantes em Economia são chamados de custos médios e marginais. Os custos mé- dios são os custos totais por unidade de produto, são obti- dos pela relação entre o custo total e a quantidade produ- zida. São chamados também de custos unitários. O custo total médio é a simples divisão do custo total pela quanti- dade produzida. O custovariável médio é dado pela rela- ção entre o custo variável total e a quantidade produzida, e o custo fixo médio é dado pelo quociente entre o custo fixo total e a quantidade produzida. Curiosidade Os custos médios no curto prazo são representados por uma curva em formato de U, que, inicialmente, conforme aumenta o vo- lume de produção, decresce até alcançar um ponto de custo míni- mo, após o qual cresce novamente. A princípio, os custos médios são declinantes porque existe um volume relativamente grande de equipamento de capital (insumo fixo) para pouca mão de obra. Gráfico 09: Curvas de custo médio. Custos totais ($) CTMc CVMc CFMc Obs.Obs.: (II) Temde a zero, pois CFMc = CFT/a. Com qq tendendo ao in�nito, CFMc tebde a zero. (I) Como CFMc tende a zero, quando q↑, segue-se que o CVMc ternde a igualar-se ao CTMc, pois CTMc – CVMc + CFMc; q (I) (II) Fonte: Troster e Mochón (2002). Assim, até determinado nível de produção, é vantagem para a firma absorver mais trabalhadores com o mesmo volume de capital empregado e aumentar a produção, pois o custo médio é declinante. Mas, à medida que se vai aumentando a produção, alcança-se um ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8383 ponto de saturação da utilização do capital, e a elevação das quantida- des de insumo variável, no caso mão de obra, não ocasionará aumen- tos proporcionais da produção. É o ponto onde os custos médios co- meçam a se elevar. Esse comportamento das curvas de custo médio é análogo ao comportamento das curvas de custo total. Ora, se o custo variável total é a despesa diretamente rela- cionada com o andamento da produção, o custo variável total irá se elevar à medida que a produção cresce. No entanto, o custo variável médio, à princípio, é decrescente; só depois de atingir o mí- nimo, a um certo nível de produção, torna-se crescente. Isso ocor- re porque o custo variável total, quando a empresa trabalha com capacidade ociosa (muito capital e pouca mão de obra), cresce proporcionalmente menos do que a produção, fazendo com que os custos médios decresçam. Após certo nível de produto, os custos totais passam a crescer proporcionalmente mais que o aumento da produção e os custos médios passam a ser crescentes. Como o custo fixo total é constante para todos os níveis de produção, o custo fixo médio será decrescente à medida que a pro- dução aumenta, tendendo a zero. O custo marginal representa o custo de se produzir uma uni- dade extra do produto, em outras palavras, é dado pela relação en- tre a variação do custo total e a variação da quantidade produzida. Gráfico 10: Curva de custo marginal. CMg (S) CMg q Fonte: Troster e Mochón (2002). 8484 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Como o custo fixo total permanece constante, no curto prazo, o custo marginal é determinado apenas pela variação do custo variá- vel total. Sendo assim, podemos dizer que os custos marginais não são influenciados pelos custos fixos. Gráfico 11: Custo médio x custo marginal. Custos médios e marginais ($) CMg CTMc CVMc q Fonte: Troster e Mochón (2002). A curva de custo marginal, conforme você pôde observar no gráfico, corta as curvas de custo total médio e custo variável mé- dio no ponto de mínimo destas curvas. Ora, isso significa que se o custo adicional para produzir uma unidade extra do produto (custo marginal) for inferior ao custo unitário (custo médio), o custo mé- dio será decrescente. Por outro lado, se o custo marginal superar o custo médio este se elevará à medida que cresce a produção já que o custo para produzir uma unidade extra do produto supera seu custo unitário. O ponto mínimo do custo médio corresponde ao volume de produção onde se igualam custos marginal, médio total e médio variável. As curvas de custos marginal e médio (total e variável) têm formato de U devido à lei dos rendimentos decrescentes, que se traduz por custos crescentes após determinado nível de produto, conforme destacamos. Quando os custos médio e marginal são de- crescentes, as produtividades média e marginal do fator de pro- dução serão crescentes e vice-versa. Há, portanto, uma relação in- versa entre custos médios e marginais de um dado fator e suas produtividades média e marginal. ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8585 3.2. Custos no longo prazo No curto prazo, a firma busca a maximização de seus lucros com as estruturas físicas de que dispõe e se vê diante de determi- nados custos fixos, expressos na dimensão dada desta firma. No longo prazo, a firma, normalmente, planeja novos investi- mentos de forma a modificar a utilização e a combinação de todos os fatores de produção, alterando, assim, o seu potencial produtivo. Isso é possível porque, no longo prazo, todos os fatores de pro- dução são variáveis, possibilitando a ampliação, a capacidade de produção e a dimensão da empresa. Como não existem insumos fixos no longo prazo, não faz sen- tido a distinção entre custos fixos e variáveis. Não existem, por- tanto, custos fixos: todos os custos são variáveis. Desaparecem as curvas de custo fixo total e custo fixo médio e passamos a olhar simplesmente para a curva de custo médio de longo prazo. O longo prazo é um horizonte de planejamento onde os em- presários podem escolher e planejar os seus investimentos, tendo uma gama de situações de curto prazo, com diferentes escalas de produção disponíveis para que ele escolha a que leve a otimização de seus resultados. O objetivo de custo de longo prazo de uma firma é ajustar a sua escala de produção para ter um tamanho óti- mo, que significa estar em uma situação em que se tem o nível de produção desejado ao custo mais baixo possível. O produtor, até fazer uma escolha de investimento, encon- tra-se em uma situação de longo prazo, podendo ele decidir por qualquer uma dessas alternativas. Uma vez que ele decida por um investimento, uma nova capacidade de produção tenha sido insta- lada e os ajustes tenham sido feitos na produção, ele terá uma nova estrutura produtiva em que alguns tipos e quantidades de insumos serão considerados fixos. A firma passa então a operar novamente em condições de curto prazo, com uma dada estrutura de custos fixos. Um agente econômico, portanto, opera a curto prazo e pla- neja a longo prazo. 8686 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS A curva de custo médio de longo prazo é formada por um conjunto de curvas de custo médio de curto prazo, sendo chamada também de curva envoltória, e ela mostra o menor custo unitário (CMe) para produzir a cada tamanho de planta possível da empre- sa. Ela é formada pelo número ilimitado de possibilidades de inves- timentos a serem escolhidos pelo produtor. O tamanho da empresa varia em cada ponto da curva. A curva de custo médio de longo prazo (CMeL) também terá formato em U, como as curvas de custo médio de curto prazo. En- quanto as curvas de custo médio de curto prazo apresentam esse formato devido à existência de insumos fixos, o que provoca a exis- tência de rendimentos decrescentes a um dado tamanho da firma, a curva de custo médio de longo prazo apresenta este formato devido à existência de economias ou deseconomias de escala, pois o tamanho da empresa varia a cada ponto da curva. Gráfico 12: Custo médio de longo prazo. CMcL CMcL A q* (escala ótima) Fonte: Troster e Mochón (2002). Assim, observando a curva de custo médio a longo prazo, po- demos constatar que, a níveis baixos de produção, há economias de escala, pois o aumento da produção leva a uma redução do custo médio, pois existem ganhos de produtividade. O ponto A representa a escala ótima da empresa ou o tama- nho ideal para a empresa diante dos seus custos, já que representa custo médio de produção. ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8787 A quantidade q não é apenas a produção ótima para deter- minada dimensão de planta escolhida, expressa também a melhor dimensão de planta, aquela que iguala o custo total médio de curto prazo e o custo total médio de longoprazo. Expressa a combina- ção de custo mínimo. Até esse ponto, temos rendimentos crescen- tes de escala; após o ponto A, temos rendimentos decrescentes de escala, e o custo médio de longo prazo tende a crescer. 4. estRutuRas de meRcado no cuRto e no longo pRazos Na unidade anterior, você estudou a constituição do merca- do, suas projeções e características. Discutimos seus movimentos de intercâmbio de compra e venda e, mais adiante, trouxemos os elementos que aproximam compradores e vendedores e a fami- gerada lei da oferta e da procura. Mas caso este mercado possua, por alguma razão, muitos compradores e muitos vendedores, como podemos caracterizá-lo? E se houver muitos compradores e pou- cos vendedores? Ou, ainda, um único vendedor diante de muitos compradores? A concorrência é um movimento existente no mercado que facilmente se associa à ideia de oposição. Nas Ciências Econômicas, essa concepção serviu de base para definir mecanismos importan- tes na organização do mercado. Nas palavras de Troster e Mochón (2002), é uma maneira de determinar equilíbrio entre quantidades e preços. Concorrência é uma forma de organizar os merca- dos que permite determinar os preços e as quantidades de equilíbrio. Memorize 8888 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS Com o passar do tempo, a Ciência Econômica foi criando critérios definidores dos diferentes tipos de mercado. O principal deles é o número de participantes agindo como compradores ou vendedores. 4.1. Concorrência perfeita Caso o mercado possua numerosos vendedores e igualmente elevado número de compradores, Troster e Mochón (2002) afir- mam que existe um comportamento de concorrência perfeito. Ou- tro fator determinante para esse tipo de mercado é a quantidade de produtores e a interação entre oferta e demanda, determinando o preço do bem ou serviço. Para Mankiw (2000), quando considera a longo prazo, esse tipo de mercado permite aos seus participantes produzirem em escala eficiente. Para que esses elementos sejam possíveis, é necessário que se cumpram quatro condições, observe: Quadro 02: Condições para mercados perfeitamente competitivos. Condições para mercados perfeitamente competitivos 1 Elevado número de ofertantes e demandantes Neste processo, a decisão individual exerce pouca influência no preço do bem ou do serviço. 2 Homogeneidade do produto Não há diferença nos produtos ofertados ao mercado. 3 Transparência do mercado Todos os participantes tenham conhecimento das condições gerais em que operam. 4 Liberdade de entrada e saída. Todos os participantes podem entrar e sair do mercado de forma imediata. Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). Caso essas condições sejam respeitadas, é possível afirmar que o mercado guarde características de concorrência perfeita, pois, na sua essência, conforme lembram Troster e Mochón (2002), o poder de influenciar o mercado está de tal modo dividido que ações indivi- duais que visem reverter esse quadro não obterão êxito. ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 8989 Fique Atento O funcionamento das empresas participantes des- se tipo de mercado se apresenta sob as seguintes formas: • O mercado determina o preço de equilíbrio e a empresa não aceita sua incapacidade de influenciá-lo; • A empresa decide produzir a partir da sua curva de oferta, que, por sua vez, é condicio- nada ao seu custo de produção. Levando em consideração as condições de produção, as em- presas precisam conceber que o preço determinado no equilíbrio de mercado pode gerar lucros diferentes. Isso ocorre porque essas empresas possuem fatores de produção (como a tecnologia) bem aproximados quando considerados a curto prazo, mas as instala- ções que determinam os custos, geralmente, são diferentes, logo o lucro também será. Como lembram Troster e Mochón (2002), os mercados de concorrência perfeita tendem a minimizar seus custos para equipa- rar os lucros. E como isso poderia ser possível? Novamente recor- rendo aos autores, é possível identificar que esse mecanismo será mais viável quanto maior for a eficiência econômica geralmente ad- quirida pelo acesso à modernização tecnológica e melhor aprovei- tamento dos seus fatores produtivos. No mundo real, não é frequente a ocorrência de con- corrência perfeita, salvo alguns mercados agropecuaristas, como aquele que fornece leite. Em todos os casos, as em- presas buscam influenciar o preço para melhorar sua po- sição original. Atenção 9090 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 4.2. Monopólio Considere que, no mercado de comportamento monopolista, há a existência de um único ofertante que possui a capacidade de determinar o preço. A empresa que atua nesse tipo de mercado determina o processo de fixação dos preços, pois, segundo Troster e Mochón (2002), a sua curva de oferta coincide com a curva de de- manda pelo mercado. A racionalidade nesse movimento é de tama- nha envergadura que a empresa decide produzir somente quando alcança certo volume de produção calculando o volume de venda. Observe, agora, alguns elementos que explicam o surgimento do monopólio: • Controle exclusivo dos fatores de produção ou de fontes exclusivas de matéria-prima; • Concessão de patente gera uma situação de monopólio, mas de caráter temporal, limitada ao tempo da patente; • Controle estatal de determinado serviço, como é o caso dos serviços dos Correios; • Custo elevado de entrada no mercado pode gerar um mo- nopólio natural. Monopólio natural também pode ser alcançado por uma empresa que consegue reduzir seu custo médio a tal ponto que a produção das unidades sofre elevação natu- ral. Quando esta função é atingida, a empresa consegue satisfazer as necessidades do mercado de maneira mais eficiente. Atenção A curva da demanda na empresa monopolística é dada pelo mercado e possui inclinação negativa, conforme você pode obser- var no gráfico a seguir: ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 9191 Gráfico 13: Comportamento da curva da demanda na empresa monopolística. Empresa monopolística P Preço de mercado D Q(b) Mercado Fonte: adaptado de Troster e Mochón (2002). Geralmente, esse tipo de mercado não é desejado pelos Go- vernos, que passam a exercer ações de políticas públicas visando regularizar as relações comerciais e reduzindo os efeitos daninhos para proteger consumidores e outras empresas. Essas políticas são formadas por alternativas como: 1) Dividir o monopólio em, pelo menos, duas empresas; 2) Estabelecer regras mínimas de formação de preço ou pro- moção dos seus produtos além de estabelecer impostos; 3) Limitar lucros extras por meio da regulação dos preços ou, mais radicalmente, tornar uma empresa privada em em- presa pública; 4) Induzir o preço das empresas a situações similares à con- corrência perfeita. 9292 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 4.3. Oligopólio Um dos maiores defensores do mercado livre que a Econo- mia já conheceu, Adam Smith, concordou que existe uma falha no mercado de oligopólio, defendendo inclusive que “pessoas envolvi- das na mesma atividade raramente se reúnem sem que a conversa não termine em conspiração contra o público”. Como em qualquer movimento natural, a sociedade, sempre que exposta a extremos, busca equilibrar forças e propor, ao menos, buscar o caminho do meio. Se esse argumento for válido na caracterização dos merca- dos, podemos assumir que tal movimento é realizado por compor- tamentos oligopolistas. O mercado oligopolista é caracterizado pelo núme- ro reduzido de vendedores. No entanto, é natural haver quantidade numerosa de compradores, viabilizando certo grau de controle por parte dos vendedores sobre o preço. Atenção Conecte-se ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 9393 4.3. Oligopólio Um dos maiores defensores do mercado livre que a Econo- mia já conheceu, Adam Smith, concordou que existe uma falha no mercado de oligopólio, defendendo inclusive que “pessoas envolvi- das na mesma atividade raramentese reúnem sem que a conversa não termine em conspiração contra o público”. Como em qualquer movimento natural, a sociedade, sempre que exposta a extremos, busca equilibrar forças e propor, ao menos, buscar o caminho do meio. Se esse argumento for válido na caracterização dos merca- dos, podemos assumir que tal movimento é realizado por compor- tamentos oligopolistas. O mercado oligopolista é caracterizado pelo núme- ro reduzido de vendedores. No entanto, é natural haver quantidade numerosa de compradores, viabilizando certo grau de controle por parte dos vendedores sobre o preço. Atenção Conecte-se Para Mankiw (2000), a cooperação entre empresas oligopo- listas é, em certa medida, indesejável, pois resulta quase sempre em redução da produção e aumento dos preços. Outra característica desse tipo de mercado, segundo Troster e Mochón (2002), é a in- dependência proporcionada às empresas que participam dele. Isso ocorre devido ao fato de as empresas determinarem seus preços em função da curva da demanda a partir da análise de cenário dos seus concorrentes. Mesmo assim, é natural haver certo grau de incerteza, que, para os autores, será reduzida a partir de três movimentos: 1. Adivinhar as ações dos concorrentes; 2. Compor o preço a partir de instrumentos publicitários; 3. Cooperar e repartir o mercado ao invés de competir. O oligopólio é um tipo de mercado que tem apresentado ri- gidez nos preços, fazendo com que seus participantes optem, cada vez mais, por cooperar ao invés de competir. Porém, a prática cons- tante desse tipo de movimento pode gerar aquilo que os especia- listas chamam de formação de cartel. O cartel ocorre quando as empresas resolvem cele- brar acordos comerciais (geralmente espúrios) para dis- tribuir quotas de produção para determinar preços e re- duzir a capacidade de escolha do cliente em função do preço. Esse tipo de acordo tende a ser instável, devido a um incentivo natural de o membro abandonar a coopera- ção praticando preço mais baixo do que o combinado e obter uma ligeira, mas impactante, vantagem competitiva. O passo seguinte é uma possível guerra de preços entre os concorrentes, podendo conduzir seus participantes a desajustes perigosos no limite da extinção de suas partici- pações. No Brasil, essa prática, apesar de comum, é proi- bida por lei e acompanhada de perto pelo Conselho de Administração (CAD), órgão público que acompanha as práticas de mercado. Memorize 9494 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 5. Qual a principal característica da concorrência perfeita? 6. Explique quando ocorre o monopólio natural. Conecte-se Pratique ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 9595 5. Qual a principal característica da concorrência perfeita? 6. Explique quando ocorre o monopólio natural. Conecte-se Pratique 7. Qual a importância do oligopólio? Por que há formação de cartel nesse tipo de comportamento? Relembre Nesta unidade, você pôde identificar a importância de um dos conceitos mais utilizados pelas empresas em suas decisões diárias, a elasticidade. Observou como ela se comporta e qual a sua influência em uma das regras mais básicas da Economia, a lei da procura e da oferta. Viu também como é importante dominar algumas ferra- mentas de gestão que podem auxiliar no cálculo de quanto ofertar e ler o quanto o mercado está demandando para, a partir daí, caso seja possível, definir o preço em função da produção. Em seguida, observou os tipos de concorrências existentes no mercado. Estudou as movimentações possí- veis dadas as características de um mercado monopolista. Chamamos atenção para sua principal caracterização, que consiste em identificar a quantidade de ofertantes bem in- ferior quando comparada ao número de demandantes. Dentro dessa lógica, trabalhamos os conceitos de concorrência perfeita e de oligopólio. No primeiro caso, os argumentos dos autores apontam para identificar o núme- ro de demandantes na mesma proporção do de ofertan- tes, havendo equilíbrio de preço. No segundo caso, tem-se a quantidade de demandantes superior ao de ofertantes e uma movimentação causal entre os produtores que pode levá-los à formação de cartel. 9696 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS REFERÊNCIAS BAUMGARTEN, Maíra. Conhecimento, planificação e sustentabilida- de. Perspec. v. 16. n. 3. São Paulo, 2002. Disponível em: <http:// dx.doi.org/10.1590/S0102-88392002000300005>. Acesso em: 24 fev. 2014. DEMING, Edwards. A nova Economia: para a indústria, o Governo e a educação. Tradução de Heloísa Martins Costa. Rio de Janeiro: Ed Qualitymark, 1997. MANKIW, G. N. Introdução à Economia: princípios de micro e ma- croeconomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. POLANYI, K. A grande transformação: as origens da nossa época. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. SINGER, P. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002. TROSTER, L. R.; MOCHÓN F. Introdução à Economia. Edição am- pliada e revisada. São Paulo: Makron Books, 2002. Anotações Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 w w w .U ni AT EN EU .e du .b r