Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Economia de empresas
Autoria
Rafael dos Santos da Silva /
Charlles Franklin Duarte
ECONOMIA DE 
EMPRESAS
Reitor:
Prof. Cláudio Ferreira Bastos
Pró-Reitor Administrativa Financeiro:
Prof. Rafael Rabelo Bastos
Pró-Reitor de Relações Institucionais:
Prof. Cláudio Rabelo Bastos
Pró-Reitor Acadêmico:
Prof. Valdir Alves de Godoy
Coordenação Pedagógica:
Profa. Maria Alice Duarte G. Soares 
Coordenação NEAD:
Profa. Luciana R. Ramos Duarte
Supervisão de Produção NEAD:
Francisco Cleuson do Nasc. Alves
EXPEDIENTE
Ficha Técnica
Autoria: Rafael dos Santos da Silva /
Charlles Franklin Duarte 
Designer Instrucional:
Antonio Carlos Vieira /
João Paulo S. Correia
Projeto Gráfico e Diagramação:
Francisco Erbínio Alves Rodrigues 
Capa:
Francisco Erbínio Alves Rodrigues
Tratamento de Imagens:
Francisco Erbínio Alves Rodrigues
Revisão Técnica:
Emanuelle Oliveira da Fonseca
Revisão Textual: 
João Paulo S. Correia 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou 
parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia 
fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedi-
dos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, 
deverão ser dirigidos à Reitoria.
FICHA CATALOGRÁFICA
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA CENTRO UNIVERSITÁRIO ATENEU
SILVA, Rafael dos Santos da; DUARTE, Charlles Franklin. Economia de 
empresas. - Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2018. 
136 p.
ISBN: 978-85-5468-007-7
1. Economia. 2. Sistema econômico. 3. Empresa. 4. Intervenção. I. 
Centro Universitário Ateneu.
Caro estudante, 
Este material tem o objetivo de apresentar, de forma sucinta, 
elementos importantes e ajudá-lo a compreender, discutir e dialo-
gar com maior criticidade sobre assuntos da Economia que, muitas 
vezes, passam despercebidos no dia a dia. Se você, estudante, ao 
concluir a leitura que se segue, ficar interessado em interpelar seu 
professor, compreender a movimentação da ciranda da Economia 
que passa ao seu redor e tentar influenciá-la de alguma forma, este 
material terá cumprido seu papel, que é muito mais que decodificar 
informações e transferi-las; é também instigar novas reflexões, pen-
samentos e a capacidade de não aceitar “as coisas dadas”.
Pretendemos fazer com que a Economia seja útil a você, con-
duzindo-o a enxergar os processos econômicos a partir de sua re-
alidade. E mais, compreender como a realidade é modificada pelas 
atividades desta Ciência. Nos esforçamos em apresentar um assun-
to de tamanha extensão lançando um olhar para as coisas simples 
do dia a dia. “Por que precisamos compreender aspectos da micro-
economia? Quando esta parte da Ciência Econômica influencia mi-
nha vida? Será que ela está presente nos ônibus que circulam pela 
cidade, no combustível dos veículos ou no pão que consumimos?” 
É com essa pretensão que somaremos forças nesta etapa de sua 
vida. Queremos favorecer não apenas seu crescimento profissional, 
mas, sobretudo, sua capacidade humana de pensar e influenciar a 
vida da sociedade.
Rafael dos Santos da Silva
Charlles Franklin Duarte
Seja bem-vindo!
SU
M
Á
R
IO
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
1. A economia ............................................................................. 8
2. Tipos de necessidades .....................................................14
2.1. Instituições das necessidades básicas...............16
2.2. Instituições das necessidades derivadas..........18
3. As atividades econômicas e a sua relação 
com os agentes econômicos ...................................... 20
3.1. A empresa como agente econômico .................21
3.2. A família como agente econômico ...................24
3.3. O setor público enquanto agente 
econômico ......................................................................25
Referências ................................................................................ 30
SISTEMA ECONÔMICO
1. Sistema econômico Material Complementar ........36
1.1. Quando o sistema econômico se reduz ao 
mercado...........................................................................38
 1.1.1. Competição X colaboração: ideias 
 para um comportamento inteligente 
 no mercado ...........................................................41
1.2. O funcionamento da empresa ...........no sistema 
capitalista de produção .......................................... 50
1.2.1. Demanda ................................................................52
1.2.2. Oferta ........................................................................53
1.3. Papel dos preços relativos .....................................55
Referências .................................................................................57
SU
M
Á
R
IO
ELASTICIDADE, A EMPRESA, A PRODUÇÃO
E O LUCRO, AS ESTRUTURAS DE MERCADO
1. Elasticidade: conceitos e aplicações ........................60
2. A empresa, a produção e o lucro ................................71
3. Teoria dos custos .............................................................78
4. Estruturas de mercado no curto e no 
longo prazos .........................................................................87
Referências .............................................................................. 96
O PAPEL INTERVENTOR DO ESTADO: 
RENDA NACIONAL E POLÍTICA SALARIAL
1. O enfoque macroeconômico: renda nacional e 
outros agregados .............................................................. 98
2. Intervenção do estado 
na economia: política fiscal ........................................... 101
3. O financiamento da economia: 
dinheiro e bancos .............................................................. 116
4. Controle da quantidade de moeda pelo 
banco central ....................................................................... 119
Referências ............................................................................... 133
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 97
REFERÊNCIAS
BAUMGARTEN, Maíra. Conhecimento, planificação e sustentabilida-
de. Perspec. v. 16. n. 3. São Paulo, 2002. Disponível em: <http://
dx.doi.org/10.1590/S0102-88392002000300005>. Acesso em: 24 
fev. 2014.
DEMING, Edwards. A nova Economia: para a indústria, o Governo e 
a educação. Tradução de Heloísa Martins Costa. Rio de Janeiro: Ed 
Qualitymark, 1997.
MANKIW, G. N. Introdução à Economia: princípios de micro e ma-
croeconomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
POLANYI, K. A grande transformação: as origens da nossa época. 2. 
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. 
SINGER, P. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora 
Fundação Perseu Abramo, 2002.
TROSTER, L. R.; MOCHÓN F. Introdução à Economia. Edição am-
pliada e revisada. São Paulo: Makron Books, 2002.
Anotações
CAPÍTULO 04
O PAPEL INTERVENTOR DO ESTADO: 
RENDA NACIONAL E POLÍTICA SALARIAL
Apresentação
Esta unidade abre o debate sobre a macroeconomia e tem 
por objetivo apresentar um determinado conjunto de conceitos e 
exemplos, principalmente sobre o papel do Estado na Economia. 
Um desses conceitos é o que chamamos de Produto Interno 
Bruto (PIB). A partir dele, o Estado tem condições de analisar o 
consumo e o investimento, observar a liquidez do seu mercado e 
mensurar o tamanho da participação governamental nos ambien-
tes de trocas. 
Você observará que a adoção desse instrumento possibilitará 
ao Governo calcular a produção da riqueza de um país e sua distri-
buição. Isso permitirá, entre outras coisas, enxergar mecanismos de 
controle e indicar caminhos que melhorem a qualidade de vida da 
sociedade nos seus aspectos mais básicos, como saúde, educação 
e renda.
Acreditamos que, neste espaço, você poderá encontrar 
alguns elementos constitutivos para uma noção generalista da 
grande Economia, portanto, terá excelentes reflexões e profun-
dos debates.
98 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
• Compreender sobre a macroeconomia;• Discutir sobre o papel do Estado na Economia;
• Entender alguns mecanismos de controle e indi-
car caminhos para melhorar a qualidade de vida 
da sociedade.
Objetivo de
Aprendizagem
1. O ENFOQUE MACROECONÔMICO: RENDA 
NACIONAL E OUTROS AGREGADOS
1.1. Política macroeconômica
Em um modelo simples, sem governo e investimento (sem 
poupança), as famílias são os únicos possuidores dos fatores de 
produção. No modelo simplificado do produto nacional como um 
fluxo de despesa e renda, o setor empresarial é o único produtor de 
bens e serviços e contrata os fatores de produção (capital, mão de 
obra, recursos naturais e capacidade empresarial) possuídos pelo 
setor das famílias. As famílias, por seu turno, despendem suas ren-
das todas em consumo e recebem bens e serviços produzidos pelo 
setor das empresas. A parte mais alta do fluxo circular mostra que 
o produto nacional é igual à soma das despesas de consumo das 
famílias em bens e serviços, ao passo que a parte mais baixa mede 
o produto nacional pela soma das receitas do setor familiar de sa-
lários, aluguéis, juro e lucro. A parte interna do fluxo circular traça o 
intercâmbio de serviços de fator pelo produto final.
A poupança (não gastar em consumo) permite investimentos 
em prédios, equipamentos e estoques. Adicionando a poupança ao 
modelo simples, o dispêndio em investimento se torna um segundo 
componente do fluxo de despesas monetárias para bens e serviços. 
O investimento em prédios, equipamento e estoques (investimento 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 99
bruto) é igual às adições de capital (investimento líquido) mais o 
capital de reposição (depreciação). Incluir o capital de reposição na 
declaração do valor do produto nacional requer que se diferencie 
o produto nacional bruto (PNB) do produto nacional líquido (PNL). 
Isto é, PNB = PNL + Depreciação. Tanto o PNB como o PNL medem 
o valor do mercado total de todos os bens e serviços finais produ-
zidos em uma Economia durante o período de um ano. O PNL é 
considerado por muitos como a medida mais útil porque omite a 
reposição de capital e mede somente o fluxo de produto disponível 
para consumo e acumulação de capital.
A adição de um setor governamental que imponha impostos 
diretos sobre o governo de produção exige que o PNL seja dife-
renciado da renda nacional (RN). A renda nacional é a soma de 
salários, juro, aluguéis e lucros auferidos pelos fatores de produção, 
RN é igual a PNL menos impostos indiretos. Assim, em um mo-
delo como poupança e um setor governamental, o PNB abordado 
do lado da despesa é igual ao consumo, mais investimento bruto, 
mais dispêndio do Governo em bens e serviços, mais as exporta-
ções líquidas. Isto é, PNB = consumo + investimento bruto + gas-
tos do governo + exportações líquidas. Na abordagem da renda ou 
do custo, o PNB é igual à depreciação, mais os impostos indiretos, 
mais a renda nacional.
1.2. A contabilidade nacional e seus principais agregados
Iniciamos debatendo a renda nacional e outros agregados. 
Produto ou renda nacional é a soma dos bens e serviços produzi-
dos em uma Economia. A contabilidade da renda nacional propor-
ciona medidas agregadas do valor de mercado dos bens e serviços 
finais produzidos na Economia durante o período de um ano. O 
produto nacional bruto (PNB), o produto nacional líquido (PNL) e a 
renda nacional (RN) são medidas diferentes deste produto agrega-
do. Em um modelo simplificado sem Governo e sem investimento 
(isto é, sem poupança), o valor de mercado dos bens e serviços 
finais produzidos é igual às despesas totais para os bens e serviços 
finais e a soma dos salários, juros, aluguéis e lucros recebidos pelos 
recursos econômicos para a produção destes bens e serviços finais.
100 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
1.3. Emprego e distribuição da renda nacional
Embora os indivíduos (famílias) sejam proprietários de re-
cursos econômicos em uma Economia de livre empresa, a renda 
nacional não é igual à renda pessoal (isto é, o montante da renda 
recebida pelas famílias durante um dado ano). Há necessidade de 
ajustamentos na renda nacional a fim de determinar a renda pessoal 
porque alguns indivíduos receberão pagamentos de transferências 
das empresas e/ou do Governo, apesar de não terem produzido 
bens e serviços, outros indivíduos recebem menos do que sua ren-
da total ganha, já que têm que fazer contribuições previdenciárias 
ao Governo, ou a empresa pagará somente uma parte dos lucros 
aos seus acionistas. Portanto, a fim de ser obtida a renda pessoal, 
os lucros das firmas e as contribuições previdenciárias precisam 
ser deduzidos da renda nacional, ao passo que são adicionados os 
dividendos, as transferências do Governo e das firmas e os paga-
mentos de juros de compras a prazo por parte do Governo e dos 
consumidores.
1. Em um modelo simples, sem Governo e investimento (sem 
poupança), suponhamos que o produto agregado consis-
te em 100 itens que têm um preço de mercado de R$ 2,00 
por unidade. O custo para a obtenção desse produto con-
siste em salários, R$ 120,00, juro de R$ 35,00, renda eco-
nômica de R$ 20,00 e lucro de R$ 25,00. Qual o valor do 
Produto Nacional?
Pratique
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 101
1.3. Emprego e distribuição da renda nacional
Embora os indivíduos (famílias) sejam proprietários de re-
cursos econômicos em uma Economia de livre empresa, a renda 
nacional não é igual à renda pessoal (isto é, o montante da renda 
recebida pelas famílias durante um dado ano). Há necessidade de 
ajustamentos na renda nacional a fim de determinar a renda pessoal 
porque alguns indivíduos receberão pagamentos de transferências 
das empresas e/ou do Governo, apesar de não terem produzido 
bens e serviços, outros indivíduos recebem menos do que sua ren-
da total ganha, já que têm que fazer contribuições previdenciárias 
ao Governo, ou a empresa pagará somente uma parte dos lucros 
aos seus acionistas. Portanto, a fim de ser obtida a renda pessoal, 
os lucros das firmas e as contribuições previdenciárias precisam 
ser deduzidos da renda nacional, ao passo que são adicionados os 
dividendos, as transferências do Governo e das firmas e os paga-
mentos de juros de compras a prazo por parte do Governo e dos 
consumidores.
1. Em um modelo simples, sem Governo e investimento (sem 
poupança), suponhamos que o produto agregado consis-
te em 100 itens que têm um preço de mercado de R$ 2,00 
por unidade. O custo para a obtenção desse produto con-
siste em salários, R$ 120,00, juro de R$ 35,00, renda eco-
nômica de R$ 20,00 e lucro de R$ 25,00. Qual o valor do 
Produto Nacional?
Pratique
2. INTERVENÇÃO DO ESTADO 
NA ECONOMIA: POLÍTICA FISCAL
2.1. Intervenção do Estado e seus objetivos
As intervenções do Estado, segundo algumas correntes do 
pensamento econômico, seguem, por exemplo, a concepção mar-
xista que se concretiza pela crítica sistemática à ideia de desenvol-
vimento capitalista. Nesse sentido, o pensamento apontou para o 
modelo de produção como sendo o grande elemento de explora-
ção do trabalho e do trabalhador. Seus argumentos seguiram até 
alcançar o Estado Liberal dominado pela classe proprietária dos 
meios de produção, acusando-a de exploração servil da classe ope-
rária sintetizada na clássica crítica da mais-valia.
Figura 01: Os modelos de produção industrial 
são estratégias realizadas por aqueles que 
detêm a posse sobre os meios de produção.
Fonte: https://goo.gl/Z3sRoj
102 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Karl Marx afirma que o sistema capitalista represen-
ta a própria exploração do trabalhador por parte do dono 
dos meios de produção, na disputa desigual entre capital e 
proletário sempre o primeiro sai vencedor. Desse modo, o 
ordenado pago representa um pequeno percentual do re-
sultado final do trabalho (mercadoria ou produto). Tal dis-
paridade configura concretamente a chamada mais-valia, 
dando origem a uma lucratividade maior para o capitalista. 
Fonte: http://goo.gl/7HOzXz
Curiosidade
Nesse contexto,Marx arguiu uma série de ideias em torno 
da função e do papel do Estado enquanto agente interventor, ca-
bendo-lhe assegurar as condições necessárias de produção e re-
gulação das intervenções sociais no limite da subordinação entre 
a classe produtora e a classe proprietária. Caberia ao Estado in-
terventor o papel de guardião da ordem e do progresso, elemento 
que o levou a cunhar a célebre frase entre os seus seguidores, “o 
Estado é o grande balcão de negócios da burguesia”, justamente 
por ser capaz de institucionalizar os interesses dos proprietários 
sob a aparência do sigilo.
Em intensa oposição à corrente marxista, os neoclássicos ob-
servaram que a sociedade se constituía por um conjunto de indi-
víduos e fenômenos inteiramente distintos das relações entre as 
classes e que as relações distributivas se dariam considerando o 
ponto de partida daqueles que detinham os meios de produção. 
Em outras palavras, o fruto do trabalho deveria ser destinado ao 
dono das forças produtivas, não necessariamente ao trabalhador. 
Logo, não caberia ao Estado intervir; no máximo, seria possível uma 
intervenção muito moderada e somente em situações de resolução 
extremamente difícil.
É importante lembrar que a Economia neoclássica vê impor-
tância no funcionamento do mercado, mas, quando ocorrem falhas, 
é principalmente em função da lógica do seu modelo de desenvol-
vimento, cabendo ao Estado agir e consertar tais falhas. Assim, o 
Estado não seria um interventor, mas um regulador.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 103
O Governo pode objetivar a consecução de muitos objetivos 
da política econômica, por exemplo, de promoção do máximo ní-
vel de emprego, de produção, de poder aquisitivo, vamos analisar, 
a partir de agora, as medidas fiscais que o Governo Federal pode 
tomar para promover estabilidade econômica.
Com a introdução de um setor público no modelo econômico, 
o dispêndio governamental e os impostos passaram a ser duas vari-
áveis adicionais que afetam o nível de renda e emprego. O aumento 
do dispêndio do Governo desloca a curva de demanda agregada 
no sentido ascendente em montante igual a um aumento no inves-
timento líquido. A diminuição de impostos ocasiona deslocamentos 
ascendentes na demanda agregada porque os impostos de renda 
da pessoa física afetam a renda disponível das famílias, o que, por 
sua vez, altera os níveis de poupança e consumo. Na abordagem de 
vazamentos-injeção à determinação de renda, o aumento de dis-
pêndio governamental, uma injeção, desloca em sentido ascenden-
te a curva de investimento mais dispêndio do Governo, ao passo, 
que uma diminuição de impostos, um vazamento, desloca a curva 
de poupança mais impostos para a direita.
Fique
Atento
Política fiscal discricionária envolve mudanças deli-
beradas ao nível de dispêndio governamental e/ou receitas 
tributárias líquidas a fim de ser alcançado o nível de renda 
desejado. As receitas tributárias líquidas do Governo são 
iguais às receitas tributárias brutas menos as transferên-
cias, as receitas tributárias líquidas baixam quando as re-
ceitas tributárias brutas diminuem e/ou aumentam os pa-
gamentos de transferência do Governo. Se existe um hiato 
inflacionário, o governo pode aumentar a demanda agre-
gada para o nível de renda de pleno emprego, aumentando 
seu dispêndio ou diminuindo as receitas tributárias líquidas.
104 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Imposto de renda e programas sociais, como compensação por 
desemprego, pagamentos de bem-estar e subsídios a famílias, geram 
mudanças automáticas nas receitas tributárias à medida que a Econo-
mia se afasta (ou se aproxima) do nível de renda de pleno emprego. 
Essas mudanças automáticas nas receitas tributárias líquidas mode-
ram as flutuações na renda disponível das famílias e no consumo agre-
gado e diminuem a severidade das flutuações econômicas. Apesar 
de benefícios no curto prazo, porque podem impedir que a demanda 
agregada cresça a mesma taxa que a oferta agregada. Como resul-
tado dos efeitos potenciais de longo prazo dos estabilizadores auto-
máticos, os economistas constataram ser útil analisar a necessidade 
de política econômica discricionária em termos de um orçamento de 
pleno emprego e não do orçamento real.
O Bolsa Família (BF) é um programa de transfe-
rência direta de renda que beneficia famílias em situa-
ção de pobreza e de extrema pobreza em todo o país. 
O programa integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem 
como foco de atuação os milhões de brasileiros com 
renda familiar per capita inferior a R$ 77 mensais e está 
baseado na garantia de renda, inclusão produtiva e no 
acesso aos serviços públicos. 
O BF possui três eixos principais: a transferência 
de renda promove o alívio imediato da pobreza; as con-
dicionalidades reforçam o acesso a direitos sociais bá-
sicos nas áreas de educação, saúde e assistência social; 
e as ações e programas complementares objetivam o 
desenvolvimento das famílias, de modo que os benefi-
ciários consigam superar a situação de vulnerabilidade. 
Fonte: http://goo.gl/lBM7lI
Curiosidade
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 105
Com todos os barulhos criados em torno da intervenção mí-
nima do Estado em relação ao mercado, forjados no berço do libe-
ralismo econômico, as ideias de ações keneysianas foram revistas 
à função da Economia como mero instrumento que trata de ne-
gócios, que afetam diretamente a vida, mas são apenas negócios 
medidos pelo relacionamento da moeda e regulados por critérios 
meramente quantitativos. Essa revisão, para Adiseshian (1973), se 
deu no resgate de outras vertentes importantes à vida humana e 
aos seus relacionamentos quando da sua ação pautada pelas res-
ponsabilidades do Estado.
Outro aspecto a ser considerado nesse contexto é o da renda 
nacional e da política salarial que são instrumentos de intervenção 
do Estado. A clássica definição de renda nacional ocorre quando 
Mankiw (2002) afirma que, na Economia (considerada em sua tota-
lidade), a renda gerada deve ser igual ao conjunto de despesas rea-
lizadas. Segundo ele, o esforço central na avaliação de uma econo-
mia ocorre quando os formuladores de políticas públicas buscam 
mensurar o equilíbrio entre a renda e os gastos, ou seja, o compor-
tamento da força da oferta e sua relação com o preço. 
Caso fale-se aqui de um indivíduo, é preciso identificar o que 
faz, e principalmente quanto ganha, ou seja, sua renda. Mas se o 
elemento do estudo for um país, o que precisamos saber é o seu 
Produto Interno Bruto – PIB. Mankiw (2002) argumenta haver dois 
movimentos importantes nesse indicador: (I) renda total gerada na 
Economia e (II) despesa total gerada na Economia. Isso somente se 
torna possível porque os conceitos de ambos os movimentos são 
exatamente iguais. Para os especialistas, esse tipo de cálculo indica 
o PIB nominal. Para compreender melhor este assunto, observe, a 
seguir, o diagrama do fluxo circular.
106 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Figura 02: Diagrama do fluxo circular.
Receita
(= PIB)
Bens e
serviços
vendidos
Insumos para
produção
Salários, aluguéis e
lucro.
(= PIB)
Terra,
trabalho e
capital
Bens e
serviços
comprados
FamíliaEmpresa
Receita
(= PIB)
Mercado de bens
e serviços
Mercado de
fatores de
produção
Renda (= PIB)
= Fluxo de bens e serviços
= Fluxo de moeda
Fonte: adaptado de Mankiw (2002).
O que ocorre na prática é que as famílias compram bens ou 
serviços e as empresas utilizam a receita proveniente do movimen-
to das famílias para pagar salários aos trabalhadores produtores, 
aluguéis e outros elementos envolvidos com a produção e obter 
lucro. Se esse círculo for contínuo (ou seja, se a moeda fluir natural-
mente das famílias para as empresas), a teoria afirma que, olhando 
para uma determinada sociedade, os gastos enxergados são exa-
tamente iguais às receitas geradas. Esse fluxo é chamado de PIB. 
 
Fique
Atento
PIB é a soma da riqueza produzida por um país em um 
determinado períodode tempo. Contudo, como toda regra, 
nesta também há exceções. Produtos ilícitos, como drogas, 
ou produtos piratas, como as hortaliças domésticas, não são 
contabilizados. Outro detalhe importante são os aluguéis de 
pessoas que possuem casa própria. Estes são estimados pelo 
Governo e podem não representar a totalidade.
Seu cálculo exige um pouco mais de atenção e pode ser re-
alizado de duas maneiras. A primeira consiste no somatório das 
despesas totais das famílias ou de suas receitas, que podem ser 
observadas pelo conjunto (aluguel, salário e lucro). A segunda for-
ma considera um movimento um pouco mais complexo: a partici-
pação do Governo. É o que os especialistas chamam de PIB real. 
Nesse cálculo, são considerados os impostos pagos aos Governos, 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 107
as poupanças feitas por famílias ou empresas, as aquisições e os 
investimentos realizados por Governos e empresas como fruto 
de planejamento futuro e assim por diante. Em outros termos, o 
cálculo do PIB real se diferencia da primeira abordagem quando 
considera a ação governamental e movimentos financistas, como 
aplicação na poupança ou no mercado financeiro, ou, ainda, inves-
timentos de longo prazo.
Como você já viu, o PIB é uma medição sofisticada capaz de 
identificar o consumo de gasolina gasto para uma família se des-
locar para o supermercado. Isso implica que quando você está em 
algum restaurante almoçando ou uma companhia aérea adquire 
um avião para sua nova frota, essas riquezas serão calculadas. Ba-
sicamente se utiliza de quatro componentes: 
• Consumo (C): onde o consumo é calculado pelas despesas 
realizadas pelas famílias;
• Investimento (i): significa despesas com equipamentos de 
capital, estoques e construções;
• Aquisições Governamentais (G): despesas com bens e ser-
viços realizadas pelos Governos Federais, Estaduais e Mu-
nicipais;
• Exportações Líquidas (EL): exportação menos importação.
Se chamarmos o PIB de Y (como poderia ser qualquer variá-
vel), temos a seguinte fórmula:
Y = C + I + G + EL
O instrumento PIB real é utilizado por Governos ne-
oclássicos e liberais como instrumento de controle e in-
tervenção na sociedade. Como, a partir deste mecanismo, 
é possível conhecer o nível de consumo das famílias e de 
investimentos das empresas, há expectativas de controle 
inflacionário, pois quanto maior for o consumo e o investi-
mento maior será a inflação gerada naquele mercado.
Atenção
108 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Como outras linhas de pensamento, temos, por exemplo, as 
de Amartya Sen e Jonh Maynard Keynes, especialistas que discu-
tiram os reais impactos do PIB na qualidade de vida da sociedade. 
Eles se dividem entre aqueles que acreditam haver profunda influ-
ência na expectativa de vida, na taxa de alfabetização e na melhoria 
da renda e aqueles que não veem relação direta deste instrumento 
com variáveis relacionadas ao bem-estar do cidadão.
Amartya Sen foi um dos precursores do Índice de Desenvol-
vimento Humano (IDH), cuja base de cálculo se dá no PIB e PIB 
per capita, ou seja, a divisão da riqueza pela quantidade de habi-
tantes do local. Apesar de sua ideia ter influenciado um dos mais 
conhecidos índices entre os economistas, Sen, ganhador do prêmio 
Nobel de Economia em 1999, afirma que, nesse cálculo, há muitos 
inconvenientes, como não ser real que trabalhadores assalariados 
no Brasil possuam renda de R$ 14.000,00, apesar de ser exata-
mente isso que se afirma no cálculo do PIB per capita desse país. 
O gráfico a seguir legitima a defesa do autor ao apresentar relação 
assimétrica entre o PIB e a expectativa de vida nas seis primeiras 
décadas do século passado.
Observe que a linha pontilhada representa a evolução do PIB, 
enquanto a linha contínua apresenta a evolução da expectativa de 
vida para os países estudados (especialmente países europeus com 
forte grau de industrialização, como a Inglaterra). Nesse estudo, é 
possível observar a pouca ou nenhuma influência do crescimento 
do PIB em relação ao tempo de vida do cidadão.
Gráfico 01: Relação entre PIB e expectativa de vida para os 
primeiros 60 anos do século XX.
8
7
6
5
4
3
2
1
1901–11 1911–21 1921–31 1931–41 1940–51 1951–60
Fonte: adaptado de Sen (2000).
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 109
Assimetricamente ao pensamento seniano está a contribui-
ção do economista John Maynard Keynes. Este entende que o go-
verno melhorará as condições de vida da sociedade se possibilitar 
as bases para um crescimento substancial do seu Produto Interno 
Bruto, pois, ao assim proceder, estará promovendo o aumento au-
tomático do PIB per capita, que é a divisão do PIB por sua popula-
ção. Para Keynes, o aumento da renda per capita significa melhores 
condições de vida para a população que se traduzem na Economia 
pelo seu impacto no sistema produtivo. Diferente de Sen, Keynes 
desconsidera o inconveniente da distribuição e se apega à ideia 
central do aumento das condições de vida pela geração de maior 
riqueza, como instrumento influenciador da expectativa de vida. 
Observe as conclusões keynesianas no quadro a seguir.
Tabela 01: Evolução do PIB, expectativa de vida 
ao nascer e taxa de alfabetização de adultos 
comparados entre os anos de 1993 e 2011.
País
1993 2011
PIB real 
per capta 
(em R$)
Expectati-
va de vida 
ao nascer 
(anos)
Taxa de 
alfabeti-
zação de 
adultos 
(%)
PIB real 
per capta 
(em US$)
Expectati-
va de vida 
ao nascer 
(anos)
Taxa de 
alfabeti-
zação de 
adultos 
(%)
EUA 29.010 70 99 42.486 78,5 98
Japão 24.070 80 99 24.818 83,4 89
Alemanha 21.260 77 99 34.437 80,4 97,7
México 8.370 72 90 12.776 77 80
Brasil 6.480 67 84 10.278 73,5 87
Rússia 4.370 67 99 14.808 68,8 85
Indonésia 3.490 65 85 4.094 69,4 76
China 3.130 70 83 7.418 73,5 70
Paquistão 1.670 63 53 2.224 63,4 44
Fonte: adaptado do Relatório de Desenvolvimento Humano de 1993 e 2013.
110 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Segundo o pensamento keynesiano, o aumento da expecta-
tiva de vida do cidadão se relaciona e é influenciado diretamente 
pelo aumento do nível de renda per capita do seu país, fato que 
pode ser comprovado pelo quadro, onde se observa, entre os anos 
comparados, que a expectativa de vida evoluiu em todas as socie-
dades em que se viu a evolução da renda per capita. 
2. Qual o principal papel do Estado na Economia segundo a 
ideia marxista?
3. Cite as variáveis que o PIB real visa calcular.
Pratique
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 111
Segundo o pensamento keynesiano, o aumento da expecta-
tiva de vida do cidadão se relaciona e é influenciado diretamente 
pelo aumento do nível de renda per capita do seu país, fato que 
pode ser comprovado pelo quadro, onde se observa, entre os anos 
comparados, que a expectativa de vida evoluiu em todas as socie-
dades em que se viu a evolução da renda per capita. 
2. Qual o principal papel do Estado na Economia segundo a 
ideia marxista?
3. Cite as variáveis que o PIB real visa calcular.
Pratique
2.2. Instrumentos do Setor Público: a Política
 Fiscal e o Orçamento do Setor Público
Política fiscal é o nome dado às ações do Governo destinadas 
a ajustar seus níveis de gastos, assim, monitorando e influencian-
do a economia de um país. Nos diversos manuais de Economia, a 
política fiscal está intimamente ligada à política monetária, poden-
do-se afirmar, em termos bastante simplistas, que as duas políticas 
econômicas são como irmãs, pois ambas buscam influenciar um 
aspecto da Economia: a política monetária modificará o comporta-
mento da moeda, e a política fiscal operará frente aos gastos esta-
tais. Todo o Governo invariavelmente utilizará as duas políticas sob 
várias combinações e graduações, em um esforço para orientar as 
metas econômicas de um país.
Basicamente, a forma de articular uma política fiscal dá-se 
através da efetiva arrecadação de impostos, aplicando seus recur-
sos da forma mais racional e eficazpossível. Isso equivale a uma 
interferência também no setor tributário, modificando as despesas 
do setor privado. Uma maior arrecadação de impostos influenciará 
diretamente a disponibilidade de moeda no mercado, provocan-
do uma redução de recursos que particulares poderão destinar ao 
consumo e à poupança. Assim, quanto maior a carga de impostos 
ditada pela política fiscal do Governo, haverá menor renda disponí-
vel para a população em geral, inibindo o consumo. Esta é uma das 
armas disponíveis aos governos para controlar a taxa de inflação, 
pois têm como objetivo atingir a demanda. É a ação do Estado no 
que se refere às receitas e despesas do Governo.
• Receitas: tudo o que o governo arrecada em um determi-
nado período de tempo. As principais fontes de receita 
são: arrecadação de tributos e venda/concessão de servi-
ços públicos;
• Despesas: tudo o que o Governo gasta em um determi-
nado período de tempo. Principais despesas do Governo: 
pagamento dos funcionários, manutenção da máquina ad-
ministrativa e investimentos públicos.
112 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
A política fiscal pode ser restritiva ou expansiva. Uma política 
restritiva reduz a quantidade de moeda em circulação. A política 
expansiva aumenta a liquidez da Economia. Para praticar a política 
fiscal, o Governo conta com instrumentos como: alíquotas de im-
postos; gastos públicos; concessão de subsídios; carga tributária e 
menos recursos terão os contribuintes para poupar e/ou consumir.
Política fiscal tem atuação à arrecadação de impos-
tos e aos gastos públicos, buscando diminuir os gastos pú-
blicos ou aumentar a carga tributária, ocasionando a inibi-
ção do consumo da população; pode também aumentar a 
demanda se for esse o objetivo.
Memorize
2.3. O caráter automático da política fiscal
No mundo real, os impostos podem variar com o produto na-
cional. Geralmente, os impostos são de natureza proporcional, sen-
do assim, produzem receitas que supõem uma determinada por-
centagem do produto nacional.
A visão da política fiscal como um instrumento estabilizador 
da atividade econômica pode dar a ideia de que apenas ajuda a 
controlar a Economia se forem adotadas políticas fiscais que exi-
gem medidas explícitas, pois dependem da decisão dos conduto-
res da política fiscal, porém o sistema impositivo tem alguns efeitos 
automáticos sobre a evolução da atividade da Economia sobre a 
expansão e as depressões (período prolongado de baixa atividade 
econômica e elevado desemprego).
Quando os impostos são proporcionais isso também resulta 
em uma alteração automática da forma de arrecadação, aumentan-
do à medida que se aumenta o produto nacional. Com isso, reduz 
a força de expansão e dá lugar à recessão, portanto, os impostos 
proporcionais cumprem o papel de estabilizadores automáticos 
das atividades econômicas, pois não necessitam de medidas explí-
citas para reduzir mecanicamente as forças de recessão ou expan-
são da demanda.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 113
Durante a fase de recessão, aumenta o desemprego e os 
subsídios aos empregados; nos anos de forte crescimento, quan-
do reduz o desemprego, esses pagamentos de subsídios diminuem 
aumentando gradativamente os fundos de arrecadação do seguro 
social em forma de cotas tanto do empregado quanto do emprega-
dor, dessa forma, o seguro desemprego também exerce uma pres-
são estabilizadora contribuindo para a redução da demanda quan-
do ela é excessiva ou colaborando para manter o nível de consumo 
se a atividade for descendente.
Portanto, nem todos os estabilizadores originam-se pela 
atuação do setor público, sendo assim, mesmo que o papel de-
sempenhado pelos estabilizadores automáticos seja importante, 
não são suficientes para estabilizar a atividade econômica por re-
duzirem parte da flutuação na Economia, porém, não eliminam 
completamente.
2.4. O déficit público e o seu financiamento
Fluxo circular de renda, incluindo, agora, um novo personagem: 
o Governo. Vamos examinar este item crucial que são os gastos do 
governo (G). Para isso, é interessante observar o mercado financeiro.
Figura 03: Fluxo circular da renda.
Y = Renda
Merc. Fin.
Família T
GOV
Empresas
G
Fatores
de produção
Bens e
serviçosConsumo
Sp
Y = PIB
Receita
Salários,
aluguéis.
lucros e
dividendos
I
Fonte: adaptado de Mankiw (2002).
114 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Um Governo tem para gastar aquilo que ele arrecada de im-
postos menos o que ele transfere de volta para as famílias via apo-
sentadorias etc. Vamos chamar o total da arrecadação do governo 
de T. Para simplificar o raciocínio, suponha que as empresas não 
pagam impostos, transferindo todos os lucros e dividendos para as 
famílias, que são taxadas pelo Governo.
Então, podemos comparar T (arrecadação líquida de impos-
tos) com G (gastos do Governo). Se o Governo gastar mais do que 
arrecada: T – G < 0 = > existe um déficit fiscal. Se o Governo arre-
cadar mais do que gasta: T – G > 0 = > existe um superávit fiscal. Se 
o Governo gastar exatamente o que arrecadar: T – G = 0 = > existe 
um orçamento equilibrado. 
Na equação da poupança nacional, podemos introduzir a se-
guinte modificação: Y – C – T + T – G = Sn
Observe que foi introduzido: – T + T, que é igual a zero, não 
interferindo na validade da equação. Com esse artifício, dividimos a 
poupança total desta Economia (Poupança Nacional) em duas par-
celas: Y – C – T = > poupança do setor privado. (Representado por 
SP, no modelo). A poupança privada é a renda das famílias, menos 
o seu consumo, menos a transferência líquida de impostos para o 
Governo: T – G = > poupança do Governo (SG).
Pode-se perceber que, se T – G < 0, isto é, se existe um dé-
ficit fiscal (o Governo gasta mais do que arrecada), na verdade, a 
poupança do Governo é uma “despoupança”. O Governo, ao invés 
de contribuir para a poupança nacional, está consumindo parte 
da poupança privada. Se lembrarmos que a poupança nacional re-
presenta a oferta de fundos emprestáveis no mercado financeiro. 
Vemos que um déficit governamental implica em uma diminuição 
da oferta. Como em qualquer mercado, uma diminuição da oferta 
faz subir o preço do produto (fundos emprestáveis) = > sobre a 
taxa de juros.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 115
Voltamos, agora, às ideias vistas anteriormente. O crescimen-
to de um país e o padrão de vida de um povo dependem funda-
mentalmente dos investimentos. Ao promover um gasto excessivo 
(T – G < 0), o Governo, na verdade, disputa com o setor privado 
os fundos emprestáveis (poupança) e diminui o espaço do investi-
mento privado via alta dos juros. Diz-se que o déficit público pro-
voca o fenômeno de crowding out, literalmente, expulsão do inves-
timento privado. Como podemos ver, em uma Economia fechada, a 
poupança nacional é o principal determinante do crescimento eco-
nômico no longo prazo. Ao utilizar parte da poupança privada para 
financiar seu déficit, o Governo reduz os recursos disponíveis para 
investimento em capital novo; portanto, pode deprimir os padrões 
de gerações futuras. A lei de responsabilidade fiscal, recentemente 
aprovada pelo congresso, vai ao coração dessa questão.
Em muitos sentidos, os mercados financeiros são bem pa-
recidos com outros mercados. O preço dos fundos emprestáveis 
– a taxa de juros – é governado pelas forças de oferta e demanda, 
como os demais preços na Economia. Contudo, os mercados finan-
ceiros são especiais, diferentemente da maioria dos outros mer-
cados, têm a importante função de ligar o presente com o futuro. 
Os que oferecem fundos emprestáveis – os poupadores – o fazem 
porque desejam converter parte de sua renda corrente em poder 
aquisitivo futuro. Os que demandam fundos emprestáveis – os to-
madores de empréstimos – o fazem porque desejam investir hoje 
a fim de contar com suficiente capital (maquinário, tecnologia etc.) 
para produzir bens e serviços no futuro. Assim, o bom funciona-
mento dos mercados financeiros é importantenão só para a gera-
ção atual mas também para as gerações futuras que herdarão os 
benefícios resultantes.
116 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
3. O FINANCIAMENTO DA ECONOMIA: 
DINHEIRO E BANCOS
Assim como outras instituições financeiras, os bancos comer-
ciais aceitam depósitos e fazem empréstimos. Todavia, esses ban-
cos são organismos especiais, porque seus empréstimos aumen-
tam os depósitos à vista e a oferta de moeda.
3.1. Dinheiro
O papel-moeda é um instrumento ao portador, mas a moeda 
do depósito à vista pode ser transferida a terceiros por uma solici-
tação do seu possuidor ao banco comercial, já que os depósitos à 
vista são uma maneira mais segura de reter moeda, são a forma de 
moeda mais frequentemente usada.
A menos que sejam regulamentados, os bancos comerciais 
encontram-se em posição de criar depósitos à vista (moeda) a seu 
livre arbítrio. Normalmente, a expansão dos depósitos nos bancos 
comerciais é regulamentada pelo Governo através da imposição de 
uma reserva legal ou encaixe. A reserva legal é uma regra que exige 
que um banco comercial limite seus depósitos à vista a um múltiplo 
fixo de um de seus ativos líquidos. Em consequência de seu desejo 
de renda e lucros e de seu entendimento de que os depósitos à 
vista são a forma de moeda preferida, um banco comercial tende 
a expandir seus empréstimos e depósitos à vista em um montante 
igual à sua detenção de reservas em excesso.
Figura 04: O papel-moeda é dinheiro ou moeda 
escritural oficial de um país, dessa forma, 
sendo emitido pela autoridade oficial.
 Fonte: https://goo.gl/KucXNu
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 117
3.2. Processo de financiamento
Os bancos comerciais, usualmente, são de propriedade priva-
da. Na busca de lucro para os acionistas, tendem a expandir os em-
préstimos e a criar depósitos todas as vezes em que detêm excesso 
de reservas porque os empréstimos produzem a renda de juro que 
é a fonte de ganhos bancários. Visto que existe grande número de 
bancos comerciais, em geral, a expansão de depósitos à vista por 
um banco resulta em uma perda de reserva para um outro. Com 
cada banco comercial efetuando empréstimos em montante igual 
a seu excesso de reservas, a expansão dos depósitos à vista se 
torna um múltiplo do aumento nas reservas detidas pelo sistema 
bancário comercial.
Visto no agregado, o aumento potencial nos depósitos à vista 
para o sistema bancário comercial é especificado como ΔD = dΔR, 
onde ΔD é a variação potencial no volume de depósitos à vista, d 
é a recíproca da reserva legal (isto é, d = 1/r) e ΔR é a variação em 
reservas para o sistema bancário comercial.
Figura 05: Os empréstimos produzem a 
renda de juro que é a fonte de ganhos bancários.
Fonte: https://goo.gl/zzskRe
118 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
3.3. Bancos e dinheiro bancário
Na medida em que os lucros sejam o principal objetivo de 
um banco comercial, a sobrevivência exige que cada banco per-
maneça solvente e que detenha liquidez adequada para os casos 
em que os depositantes desejem converter os depósitos à vista 
em moeda corrente. Consegue-se solvência por empréstimos aos 
tomadores cuja probabilidade de inadimplemento seja mínima, isto 
é, pela detenção de ativos de dívida que não sejam moeda corren-
te que tenham alta probabilidade de resgate. Obtém-se liquidez 
pela detenção de alguns papéis negociáveis que possam ser rapi-
damente convertidos em moeda corrente sem perda de seu valor 
nominal. Assim, o portfólio de um ativo do banco (a composição 
de seu ativo) depende das oportunidades de investimento que lhe 
são abertas e da necessidade de segurança e liquidez na operação 
diária do banco.
3.4. Os bancos e a criação de dinheiro
Dada uma definição de moeda M, uma variação na oferta de 
moeda consiste em uma alteração nos depósitos à vista mais a mo-
eda corrente, isto é, ΔM = ΔD + ΔC, onde D são os depósitos à vista 
e C é a moeda corrente, quer dizer que um aumento nas reservas 
dos bancos comerciais pode ocasionar um aumento múltiplo nos 
depósitos à vista. Considerando-se que as detenções de moeda 
corrente, em geral, se relacionam positivamente com o volume de 
depósitos à vista, um pouco das reservas adicionais criadas pelo 
Banco Central será retido como moeda corrente.
Fique
Atento
Dada a possibilidade que os bancos comerciais tam-
bém podem reter excesso de reservas, a variação na oferta 
de moeda é dada como: ΔM = ΔB x {(1 + C) / (r + c + e)}, 
onde r é o encaixe mínimo sobre os depósitos à vista, c é 
a razão de moeda corrente para os depósitos à vista e e é 
a razão de encaixe de reservas para os depósitos à vista. 
ΔB consiste nas reservas detidas pelo sistema bancário co-
mercial, mais a moeda corrente em circulação. 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 119
4. CONTROLE DA QUANTIDADE DE MOEDA 
PELO BANCO CENTRAL
4.1. Controle da oferta monetária e o BACEN
O executor do controle monetário é o Banco Central (BACEN) 
por meio da emissão do papel-moeda e dos bancos comerciais, 
que, apesar de não poderem emitir, podem, no entanto, criar ou 
destruir moeda.
É importante levarmos em consideração alguns conceitos 
monetários, a saber: PME (papel-moeda emitido pelo Banco Cen-
tral), PMC (papel-moeda em caixa nos Bancos Comerciais, moeda 
corrente), PMP (papel-moeda em poder do público). Assim como o 
que vêm a ser os meios de pagamento M1 – representados pelo pa-
pel-moeda em poder do público, também chamado de moeda ma-
nual ou moeda corrente, e pelos depósitos à vista do público nos 
bancos comerciais ou moeda escritural, assim M1 = PMP + DVBC. Há 
um mecanismo muito importante na Economia que é o de criação 
e destruição de moeda, por exemplo, se ↑ (aumento) M1 → (implica 
em) criação de moeda, mas se ↓ (diminui) M2 → (implica em) des-
truição de moeda.
Fique
Atento
Há os efeitos nulo – quando um indivíduo efetua 
um depósito à vista, por exemplo, nesse caso, há apenas 
uma transferência de moeda manual para moeda escritu-
ral – e multiplicador da moeda – quando os bancos co-
merciais podem criar moeda na medida em que somente 
uma fração do total de depósitos à vista é utilizada pelo 
público depositante, possibilitando aos bancos realizar 
operações de empréstimos, os quais, por sua vez, geram 
novos depósitos bancários. Dessa forma, verifica-se o me-
canismo que deriva o efeito multiplicador da moeda.
120 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
4.2. Política monetária e seus instrumentos
Política monetária pode ser definida como o controle da ofer-
ta de moeda (quantidade de dinheiro), taxas de juros e do crédito 
em geral, que garante a liquidez ideal para a Economia.
Os mecanismos de controle da oferta monetária são, basica-
mente, aqueles em que o BACEN atua na capacidade dos bancos 
criarem meios de pagamentos, a saber:
• Depósitos compulsórios: depósitos obrigatórios que os 
bancos comerciais têm que fazer junto ao Banco Central;
• Redesconto ou assistência financeira de liquidez: é um em-
préstimo (socorro) que o Banco Central fornece aos ban-
cos comerciais para atender suas necessidades de caixa 
(problemas de liquidez) decorrentes de maior demanda 
por empréstimos por parte do público. Através desse ins-
trumento, o M1 pode ser expandido e reduzido. Como ins-
trumento de política monetária, sua utilização encontra-se: 
taxa de juros cobrados pelo BACEN; limitação no volume 
de empréstimos; fixação dos prazos das operações; con-
trole da frequência de utilização dos empréstimos; restri-
ções quanto aos tipos de títulos redescontáveis;
• Open market (mercado aberto): consiste na compra e na 
venda de títulos públicos por parte do Banco Central. Este 
pode ser considerado o mecanismo mais ágil (flexibilidade 
e rapidez) de política monetária de que dispõe o BC;
• Contingenciamento do crédito: pode ser feito através do 
controle e da destinação do crédito, controle das taxas de 
juros e da determinação dos prazos, dos limites e das con-
dições dos empréstimos.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIADE EMPRESAS 121
4.2. Efeitos da política monetária
Conforme você leu, o Banco Central realiza o controle da 
oferta monetária com os seguintes instrumentos: depósitos com-
pulsórios, redesconto ou assistência financeira de liquidez e opera-
ções de open market. Quando há criação de moeda, alguns casos 
podem acontecer como quando um banco compra títulos públi-
cos da dívida pública possuídos pelo público, pagando em moeda 
corrente ou em moeda escritural, um banco compra cambiais dos 
exportadores pagando em moeda corrente ou em moeda escritural 
ou uma empresa leva a um banco duplicatas para desconto.
Quando há destruição de moeda, alguns casos podem acon-
tecer como quando um indivíduo efetua um depósito a prazo em 
um determinado banco comercial, um indivíduo paga um emprésti-
mo contraído em um banco, um banco vende cambiais aos impor-
tadores, um banco vende títulos ao público em geral.
Fique
Atento
Se ↑ depósitos compulsórios → ↓ quantidade de di-
nheiro disponível pelos bancos para empréstimos.
Se ↓ depósitos compulsórios → ↑ quantidade de di-
nheiro disponível pelos bancos para empréstimos.
Se a intenção da autoridade monetária for ↓ M1, en-
tão, ↑ i do redesconto - ↓ prazos de resgate - ↓ limites 
operacionais - ↑ restrições quanto ao tipo de títulos re-
descontáveis.
Se a intenção da autoridade monetária for ↓ M1, en-
tão, ↑ i do redesconto - ↓ prazos de resgate - ↓ limites 
operacionais - ↑ restrições quanto ao tipo de títulos re-
descontáveis.
Em relação às operações com títulos públicos, P/ ↑ 
M1 → o BACEN compra títulos públicos no mercado. P/ ↓ 
M1 → o BACEN vende títulos públicos no mercado. Resu-
mindo: 
P/ ↑ M1 → ↓ compulsório - ↓ i redesconto – compra 
de títulos públicos por parte do BACEN.
P/ ↓ M1 → ↑ compulsório - ↑ i redesconto - vende 
títulos públicos no mercado.
122 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
5. MERCADO DE CÂMBIO 
5.1. Taxa de câmbio nominal e real
Taxa de câmbio nominal é a taxa aplicada quando da troca 
da moeda de um país pela moeda de outro. Os jornais publicam 
diariamente a cotação da véspera do Real em relação às principais 
moedas no mundo. Por exemplo: você abre a Gazeta Mercantil e lê 
que, no câmbio comercial, 1 Dólar = 2,15 Reais. Essa é taxa de câm-
bio nominal. Se, no dia seguinte, 1 Dólar = 2,18 Reais, dizemos que o 
Real se desvalorizou em frente ao Dólar ou que o Dólar se apreciou 
em relação ao Real. Se a taxa do dia seguinte for de 1 Dólar = 2,10 
Reais, dizemos que o Real se valorizou ou que o Dólar se depreciou 
frente ao Real.
Taxa de câmbio real é a taxa que se pode trocar os bens e os 
serviços de um país pelos bens e serviços de outro país. Por exem-
plo: imagine que você vai às compras e vê uma caixa de cerveja ale-
mã que custa o dobro do valor de uma caixa de cerveja, da mesma 
qualidade, americana. Você poderia dizer que a taxa de câmbio real 
é de 1/2 caixa de cerveja americana. No caso, a taxa de câmbio real 
é expressa em termos de produtos e não de moeda. Obviamente, 
ao se estudar a Economia como um todo, são comparadas cestas 
de produtos e não um produto individual.
Imagine o beneficiador do arroz Uncle Bens nos EUA. Ele 
compra sacos de arroz tanto no mercado interno quanto no ex-
terior e o beneficia (com vitaminas) para se tornar o produto que 
mais vende no mercado. Ao comprar suas sacas de arroz, ele levará 
em consideração, entre outras coisas, a taxa de câmbio real para 
ver qual o mais barato.
Uma depreciação da taxa de câmbio real do Brasil significa 
que os produtos brasileiros se tornam mais baratos que os estran-
geiros. Em consequência, as exportações brasileiras crescem e as 
importações caem, ambos os fatos contribuindo para o crescimen-
to da Balança Comercial.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 123
5.2. O comércio internacional
O comércio internacional se constitui no intercâmbio de bens, 
serviços e capitais entre os diversos países. Muitos teóricos em 
Economia tentaram explicar as razões que levam os países a co-
mercializarem entre si. A diversidade de condições de produção, a 
possibilidade de redução de custos, a obtenção de economias de 
escala na produção de certos bens vendidos no mercado interna-
cional foram algumas das explicações sugeridas pelos economistas 
ao longo dos anos. 
Fundamentalmente, o comércio internacional surge pela im-
possibilidade de os países produzirem todos os bens que neces-
sitam. Isso ocorre ou porque os países não dispõem de matérias-
-primas necessárias à sua produção ou porque não dispõem de 
tecnologia e conhecimento suficientes para produzir determina-
dos bens. 
Muitas vezes, as diferenças entre capacidades tecnológicas 
e disponibilidade de recursos produtivos justificam o intercâmbio 
de bens e serviços que poderiam ser produzidos dentro do próprio 
país devido, segundo o Princípio das Vantagens Comparativas, ao 
fato de que cada nação deveria se especializar na produção daque-
la mercadoria em que é mais eficiente ou que tenha custos relativa-
mente menores. A existência de uma diferença nos custos relativos 
seria, então, suficiente para que cada um deles se especializasse 
naquela produção para a qual um país disponha de uma vanta-
gem comparativa em relação a outro e troquem o produto entre si. 
Esta especialização resulta em uma ampliação da produção mun-
dial, ampliando a capacidade do sistema econômico de satisfazer 
os desejos dos indivíduos.
Embora as vantagens do livre comércio sejam evidentes, 
existem situações em que se faz necessária a adoção de medidas 
protecionistas, seja para proteger uma indústria considerada es-
tratégica para o país, para fomentar a industrialização e a criação 
de empregos, para tornar possível o desenvolvimento de indústrias 
ainda embrionárias ou até mesmo para combater os déficits na ba-
lança comercial.
124 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
As principais medidas protecionistas seriam a implementação 
de impostos de importação ou tarifas aduaneiras, estabelecimento 
de quotas para importação, subsídios à exportação.
As informações relevantes para a decisão de importar ou ex-
portar são preços domésticos, preços externos e taxa de câmbio.
Tabela 02: Crescimento do comércio mundial (1950-2001).
Período Exportações mundiais (média no período) 
us$ bilhões
1950-1960 91,2
1961-1970 195,7
1971-1980 986,2
1981-1990 2302,3
1991-2001 4995,8
Fonte: FMI – International Financial Statistics – dados apresentados em Ipeadata.
5.3. Comércio entre países e os
 obstáculos ao livre comércio
As políticas externas, que atuam sobre as variáveis relaciona-
das ao setor externo da Economia, dividem-se em política cambial 
e política comercial. A política cambial refere-se à atuação do Go-
verno sobre a taxa de câmbio, a política comercial diz respeito aos 
instrumentos de estímulo às exportações, controle ou abertura das 
importações.
Os fluxos financeiros são afetados por expectativas e políti-
cas cambiais e monetárias das diferentes economias. Quando as 
taxas de juros de um país forem superiores às taxas de juros de 
outro país, pode-se esperar um fluxo positivo de recursos. Assim, 
a manipulação da taxa de juros acaba se configurando também 
como um instrumento de política externa.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 125
O desenvolvimento e a velocidade dos movimentos financei-
ros têm levado à necessidade de uma maior coordenação de po-
líticas dentro do país, e até mesmo entre os diferentes países. As 
alterações de políticas monetárias, fiscais, cambiais e comerciais, 
muitas vezes, podem gerar impactos em toda a Economia mundial, 
dependendo do nível de integração do país no comércio interna-
cional e nos fluxos financeiros internacionais.
5.4. As transações internacionais e
 o balanço de pagamentos
Com o crescimento do comércio internacional surgiu a ne-
cessidade de medi-lo. O balanço de pagamentos é o registro es-
tatístico-contábil sistemático de todas as transações econômicas 
realizadas entre os residentes do país com os residentes dos de-
maispaíses.
Estão registradas no balanço de pagamentos todas as opera-
ções com mercadorias, capitais físicos, financeiros, serviços e obri-
gações entre o país e o resto do mundo: importações, exportações, 
fretes, seguros, empréstimos obtidos no exterior etc.
As importações são os bens ou as mercadorias e os servi-
ços que os residentes nacionais compram dos estrangeiros. As ex-
portações são as vendas de bens e serviços feitos por residentes 
nacionais a estrangeiros. O saldo de um balanço, por sua vez, é a 
diferença entre as entradas e os pagamentos.
No Brasil, a contabilização iniciou-se em 1947, feitos 
pelo Banco do Brasil e pela FGV, hoje é função do Ban-
co Central. Há uma padronização das contas dos países 
que foi feita pelo FMI a nível internacional e os balanços 
de pagamentos de países membros passaram, então, a ser 
divulgados internacionalmente.
Curiosidade
126 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
As principais finalidades do Balanço de Pagamentos são: 
• Informar como o país se comporta diante do comércio in-
ternacional;
• Instrumento para o Governo tomar decisões e corrigir pro-
blemas do comércio internacional;
• Medir o efeito das medidas tomadas.
A contabilidade dessas transações segue as normas gerais 
da contabilidade geral, utilizando-se o método das partidas dobra-
das (débito e crédito). Contudo, no caso das transações externas, 
não existe propriamente uma conta caixa, e, para se contornar tal 
situação, usa-se uma conta especial chamada haveres e obrigações 
no exterior (HOE) – quando há ingresso de dinheiro no país, debi-
tamos na conta HOE; quando há saída de dinheiro, creditamos na 
conta HOE.
A HOE apresenta três tipos de transações: divisas (moedas 
estrangeiras); ouro monetário (é aceito como meio de pagamento 
no comércio internacional); direitos especiais de saque (DES): uma 
espécie de “cheque especial” que os países têm junto ao FMI, cujo 
limite varia inversamente com a renda per capita e com a participa-
ção no comércio internacional.
Fique
Atento
As contas do balanço de pagamentos referem-se 
apenas ao fluxo em um dado ano e não indicam o total 
de endividamento externo e de reservas internacionais do 
país (que são os estoques). No entanto, é possível saber a 
variação da dívida externa, obtida pela diferença entre a 
entrada de empréstimos e financiamentos, e os pagamen-
tos efetuados (amortizações e liquidação de atrasados co-
merciais). 
A variação das reservas internacionais, que são as divisas es-
trangeiras, ouro e DES que estão em poder do Banco Central ou de-
positados no FMI, é dada pela conta haveres e obrigações no exterior. 
O balanço de pagamentos apresenta as seguintes subdivisões: 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 127
• Balança comercial: essa conta compreende basicamente o 
comércio de mercadorias – se as exportações FOB (free 
on board, isto é, isentas de fretes e seguros) excedem as 
importações FOB, temos um superávit no balanço do co-
mércio; caso contrário, temos um déficit.
As exportações serão afetadas pelos preços externos em 
moeda estrangeira, pelos preços internos em reais, pela taxa de 
câmbio, pela renda mundial e pelos subsídios e incentivos às ex-
portações. As importações serão afetadas pelos preços externos 
em moeda estrangeira, pelos preços internos em reais, pela taxa 
de câmbio, pela renda e produto nacional, pelas tarifas e barreiras 
às importações. 
• Balanço de serviços: além das mercadorias, todo país com-
pra e vende serviços. Por exemplo, os residentes no Brasil 
podem passar suas férias no exterior, pagando por diver-
sos serviços que são englobados sob a rubrica generaliza-
da de turismo.
Registram-se, portanto, todos os serviços pagos e/ou recebi-
dos pelo Brasil, tais como: seguros, lucros, fretes, juros, royalties e 
assistência técnica, viagens internacionais.
Os serviços que representam remuneração a fatores de 
produção externos (juros, lucros, royalties, assistência técnica) 
são chamados de serviços de fatores, são a renda líquida do ex-
terior. Os serviços de não-fatores correspondem aos itens do 
balanço de serviços que se referem a pagamentos às empresas 
estrangeiras pela prestação de serviços de fretes, seguros, trans-
porte, viagens etc.
• Transferências unilaterais: também conhecidas como conta 
de donativos, registram as doações interpaíses. Os donati-
vos podem ser em divisas ou em mercadorias.
128 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
O somatório dos balanços comercial, de serviços e de transfe-
rências unilaterais resulta no saldo em conta corrente e/ou balanço 
de transações correntes. Se temos um saldo do balanço de transa-
ções correntes negativo, temos uma formação de poupança ex-
terna, dando indicativo de que o país aumentou seu endividamen-
to externo, em termos financeiros, mas absorveu bens e serviços 
em termos reais no exterior. Se o balanço de transações correntes 
apresentar um saldo positivo, podemos dizer que o país enviou um 
volume maior do que o que recebeu de bens e serviços para o ex-
terior – em termos reais, é uma poupança externa negativa.
Fique
Atento
Quando um país registra um déficit no balanço de tran-
sações correntes, ele tem duas opções: pedir empréstimos 
ao exterior ou vender ativos, isto é, propriedades imobiliárias, 
propriedades diretas de empresas, ações etc. a estrangeiros. 
Esse tipo de transação aparece no balanço de conta capital, 
que informa quais os possíveis desequilíbrios do balanço de 
transações correntes que podem ser compensados pelo sal-
do favorável no balanço de conta de capital.
• Movimento de capitais ou balanço de capitais: nesta con-
ta, também chamada de conta de capital, aparecerão as 
operações que produzem variações no ativo e no passivo 
externo do país e que, portanto, modificam sua posição 
devedora ou credora perante o resto do mundo. Esse con-
junto de transações que refletem a disponibilidade do país 
em financiar a formação de capital ou modificar a posição 
credora ou devedora frente ao resto do mundo engloba 
quatro tipos de operações, todas elas integrantes do ba-
lanço de conta de capital. Nesta conta são registrados:
a) os investimentos diretos tais como a compra de um terre-
no ou uma casa por estrangeiro; b) investimentos em carteira, isto 
é, quando se compra ou se vende a menor fração de uma empresa, 
suas ações, por exemplo; c) créditos a longo prazo, recebidos do 
exterior por prazo superior a um ano ou concedidos ao exterior, e 
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 129
devolução dos créditos concedidos ou recebidos (em moeda ou 
em títulos); d) capital a curto prazo, isto é, créditos recebidos ou 
concedidos e sua devolução, quando o prazo de vencimento é infe-
rior a um ano (em moeda ou em títulos); e) variações nas reservas 
centrais de divisas.
As reservas são as possessões que um país tem na forma de 
divisas e de outros ativos, que podem ser utilizadas para satisfa-
zer a demanda de divisas e que situam o país como credor frente 
ao exterior, dado que representam ativos em relação ao resto do 
mundo.
A conta de capital subdivide-se em duas: movimentos autô-
nomos de capital e movimentos induzidos de capital. Movimentos 
autônomos de capital, na forma de investimentos diretos de em-
presas multinacionais, de empréstimos e financiamentos para pro-
jetos de desenvolvimento do país e de capitais financeiros de curto 
prazo, aplicados no mercado financeiro nacional. Movimentos indu-
zidos de capital, para financiar o saldo do balanço de pagamentos, 
incluem as contas haveres e obrigações no exterior (HOE), atrasa-
dos comerciais (quando as obrigações do país não são pagas no 
dia de vencimento) e empréstimos de regularização do FMI (quan-
do o país apresenta dificuldades de liquidez internacional), ou seja, 
são as formas pelas quais é financiado o saldo do balanço de paga-
mentos: ou sai do caixa, ou toma emprestado, ou deixa de pagar. 
Esse item é denominado financiamento do resultado e corresponde 
ao saldo do balanço de pagamentos,com o sinal trocado. 
Erros e omissões são a diferença entre o saldo do balanço 
de pagamentos e o financiamento do resultado que surge quando 
se tenta compatibilizar transações físicas e financeiras e as vá-
rias fontes de informações (Banco Central, Departamento de Co-
mércio Exterior, Receita Federal etc.). Como o Banco Central tem 
maior controle sobre o item financiamento do resultado, supõe-se 
seu saldo correto, e joga-se a diferença entre esse item e a soma 
das transações correntes e movimento de capitais autônomos em 
erros e omissões.
130 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
O saldo do balanço de pagamentos é igual ao saldo do balan-
ço de transações correntes mais o saldo do balanço da conta capi-
tal, sem incluir a variação das reservas. O balanço de pagamentos 
tem um superávit quando a conta corrente mais a de capital autô-
nomo apresentam superávit em conjunto e as divisas estão aumen-
tando. O Banco Central terá suas reservas de divisas aumentadas.
Quando as divisas procedentes das transações correntes e da 
conta de capital autônomo se reduzem isso indica a existência de 
um déficit no saldo do balanço de pagamentos. Quando isso ocor-
re, o banco central reduz suas reservas de divisas. Um déficit no ba-
lanço de pagamentos corresponde a uma importação de poupança 
externa, que se canaliza para investimentos domésticos.
Historicamente, a Economia brasileira tem apresentado em 
todos os anos uma balança comercial superavitária, mas um balan-
ço de serviços deficitário, principalmente, devido ao pagamento de 
juros da dívida externa mas também devido à remessa de lucros e 
pagamentos de fretes e seguros.
Como o saldo negativo do balanço de serviços tem superado, 
na maior parte das vezes, o saldo positivo da balança comercial e 
das transferências unilaterais, o balanço de transações correntes 
tem sido quase sempre negativo. Esse déficit em conta corrente 
tem sido financiado pela entrada líquida de capitais externos, o que 
torna o saldo do balanço de pagamentos positivo.
Conecte-se
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 131
O saldo do balanço de pagamentos é igual ao saldo do balan-
ço de transações correntes mais o saldo do balanço da conta capi-
tal, sem incluir a variação das reservas. O balanço de pagamentos 
tem um superávit quando a conta corrente mais a de capital autô-
nomo apresentam superávit em conjunto e as divisas estão aumen-
tando. O Banco Central terá suas reservas de divisas aumentadas.
Quando as divisas procedentes das transações correntes e da 
conta de capital autônomo se reduzem isso indica a existência de 
um déficit no saldo do balanço de pagamentos. Quando isso ocor-
re, o banco central reduz suas reservas de divisas. Um déficit no ba-
lanço de pagamentos corresponde a uma importação de poupança 
externa, que se canaliza para investimentos domésticos.
Historicamente, a Economia brasileira tem apresentado em 
todos os anos uma balança comercial superavitária, mas um balan-
ço de serviços deficitário, principalmente, devido ao pagamento de 
juros da dívida externa mas também devido à remessa de lucros e 
pagamentos de fretes e seguros.
Como o saldo negativo do balanço de serviços tem superado, 
na maior parte das vezes, o saldo positivo da balança comercial e 
das transferências unilaterais, o balanço de transações correntes 
tem sido quase sempre negativo. Esse déficit em conta corrente 
tem sido financiado pela entrada líquida de capitais externos, o que 
torna o saldo do balanço de pagamentos positivo.
Conecte-se
4. Em sua opinião, qual das visões (de Keynes e Sen) mais 
representa a realidade em que você vive?
5. Qual a importância da taxa de câmbio real?
Pratique
132 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Relembre
Nesta unidade, você acompanhou alguns elemen-
tos conceituais importantes para conhecer a ação do Es-
tado na Economia. Observou que, em seu estado natural, 
o comportamento do ser humano na sociedade tende a 
conduzi-lo a processos estressantes diante do aumento de 
demandas em meio a recursos cada vez mais escassos. 
Esse modelo, conhecido inicialmente por liberalismo, apre-
senta limites que podem conduzir a sociedade a caminhos 
turbulentos.
Em seguida, apresentamos três pensamentos clássi-
cos a respeito da intervenção do Estado na Economia. O 
primeiro, de perspectiva marxista, roga pela presença do 
Estado no seu papel mais acentuado de intervenção. Ou 
seja, o filósofo previa que do Estado se espera o contro-
le sobre a produção e a distribuição. O segundo modelo 
apresentou as ideias neoclássicas em que se prevê a in-
tervenção do Estado somente quando e onde o merca-
do apresentar pontos de desequilíbrio, desde que tal ação 
não seja demasiadamente prolongada. Em outras palavras, 
o papel do Estado seria apenas de regular a Economia e 
nunca de intervir. Finalmente, o pensamento clássico, que 
prevê ausência completa de regulação ou de intervenção 
por parte do Estado no comportamento econômico. Se-
gundo esse pensamento, o mercado per se é suficiente-
mente capaz de se autorregular.
Em seguida, você estudou o modelo de bem-estar 
como instrumento de intervenção do Estado e sua crise 
conduzida por ações geopolíticas do período pós-guerra.
Finalmente, você viu outro instrumento de inter-
venção do Estado: a renda. Seu controle, sua medida e os 
elementos que permitem ao Estado controlar o consumo, 
o investimento, os impostos e a liquidez de suas receitas, 
que indicam o conjunto de políticas públicas, o grau e o 
momento de intervenção ou regulação dos mercados.
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 133
Referências
ADISESHIAN, S. M. O papel do homem no desenvolvimento. Rio de 
Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1973.
ESPING-ANDERSEN, G. As três economias políticas do Welfare Sta-
te. In: Revista Lua Nova. n. 24. 1991.
MANKIW, G. N. Introdução à Economia: princípios de micro e ma-
croeconomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
MÉSZÁROS, I. Para além do Capital. São Paulo: Editora Boitempo, 
2002.
POLANYI, K. A Grande Transformação: as origens da nossa época. 
2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. 
STIGLITZ, Joseph E. El rumbo de las reformas: Hacia una nueva agen-
da para América Latina. In: Revista de la CEPAL. n. 80. ago. 2002.
TROSTER, L. R.; MOCHÓN F. Introdução à Economia. Edição am-
pliada e revisada. São Paulo: Makron Books, 2002.
VICENTE, M. M. História e comunicação na ordem internacional [on-
-line]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 
2009. 214 p.
Anotações
134 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS 135
136 ECONOMIA DE EMPRESAS ECONOMIA DE EMPRESAS
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
w
w
w
.U
ni
AT
EN
EU
.e
du
.b
r
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CECEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621
Telefone (85) 3033.5199
	Economia de empresas 2017.2_2ª edição - combinado

Mais conteúdos dessa disciplina