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Apostila de psicologia Aplicada a saúde

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Apostila de Psicologia Aplicada à Saúde 
 
 
 
 
 
 
 Organização: Professor Paulo César. 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís – MA 
Introdução 
Conceito e objeto da psicologia 
A Psicologia é derivada de palavras gregas que significam "estudo da 
mente ou da alma". Hoje em dia é comumente definida como a ciência que 
estuda o comportamento humano. 
Os psicólogos estudam os mais variados assuntos entre eles: o 
desenvolvimento, as bases fisiológicas do comportamento, a aprendizagem, a 
percepção, a consciência, a memória, o pensamento, a linguagem, a 
motivação, a emoção, a inteligência, a personalidade, o ajustamento, o 
comportamento anormal, o tratamento do comportamento anormal, as 
influências sociais, o comportamento social, etc. 
Áreas da psicologia 
A psicologia se insere em todo contexto em que o ser humano vive e 
se comporta para compreendê-lo melhor e para exercer suas atividades. 
–Psicologia Clínica: psicólogo clínico 
–Psicologia Jurídica: psicólogo jurídico 
–Psicologia do Trabalho: psicólogo organizacional 
–Psicologia Social: psicólogo comunitário 
–Psicologia da Educação: psicólogo escolar 
–Psicologia da Saúde: psicólogo hospitalar 
 
–Outros: 
 
Psicologia do Esporte, Psicologia do Consumidor, Psicologia do 
Turismo, Psicologia da Religião, Psicologia Militar, Psicologia da Arte, 
Psicofarmacologia. 
Qual a importância da psicologia para as profissões? 
a. Procurar entender as necessidades do individuo e sociedade e estratégias 
para supri-las e preveni-las, 
b. Estudar o papel da inteligência emocional; Orientar, selecionar e identificar 
métodos e técnicas para uma vida melhor, 
c. Identificar distúrbios, falhas e procurar meios de saná-los ou amenizá-los. 
d. Trabalhar relacionamento intrapessoal e interpessoal, 
e. Identificar perfil, potencial, treiná-los e acompanhá-los. 
A Psicologia Aplicada à Saúde tem como objetivo apresentar como a 
psicologia compreende o ser humano e sua relação com os processos de 
saúde e doença; possibilitar a compreensão das variáveis que interferem na 
formação de sintomas e nos comportamentos de saúde; e abrir espaço para a 
discussão da relação entre o profissional de saúde e o paciente. 
 
PSICOLOGIA DO SENSO COMUM X PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA 
Todos nós usamos o que poderia ser chamado de psicologia de senso 
comum em nosso cotidiano. Observamos e tentamos explicar o nosso próprio 
comportamento e o dos outros. Tentamos predizer quem fará o que, quando e 
de que maneira. E muitas vezes sustentamos opiniões sobre como adquirir 
controle sobre a vida (Ex: o melhor método para criar filhos, fazer amigos, 
impressionar as pessoas e dominar a cólera). Entretanto, uma psicologia 
construída a partir de observações casuais tem algumas fraquezas críticas. 
O tipo de psicologia do senso comum que se adquire informalmente 
leva a um corpo de conhecimentos inexatos por diversas razões. O senso 
comum não proporciona diretrizes sadias para a avaliação de questões 
complexas. As pessoas geralmente confiam muito na intuição, na lembrança de 
experiências pessoais diversas ou nas palavras de alguma autoridade (como 
um professor, um amigo, uma celebridade da TV). 
A ciência proporciona diretrizes lógicas para avaliar a evidência e 
técnicas bem raciocinadas para verificar seus princípios. Em consequência, os 
psicólogos (psicologia cientifica) geralmente confiam no método científico 
para as informações sobre o comportamento e os processos mentais. 
Perseguem objetivos científicos, tais como a descrição e a explicação. Usam 
procedimentos científicos, inclusive observação e experimentação sistemática, 
para reunir dados que podem ser observados publicamente. Tentam obedecer 
aos princípios científicos. Esforçam-se, por exemplo, por estudar seu trabalho 
contra suas distorções pessoais e conservar-se de espírito aberto. 
 
A Psicologia é um ramo das Ciências Humanas, e, portanto, tudo que 
diz respeito ao homem poderia ser seu objeto de estudo, tal como o seu 
comportamento, a sua consciência ou a sua cognição. 
De forma geral, podemos dizer que a matéria-prima da psicologia é o 
homem, o humano em todas as suas expressões, as visíveis (comportamento) 
e as invisíveis (sentimentos), as singulares (porque somos o que somos) e as 
genéricas (porque somos todos assim). E tudo isso pode ser compreendido no 
termo subjetividade: 
 
A subjetividade é formada de ideias, significados e emoções construídos 
pelo sujeito segundo as relações sociais, de suas vivências e de sua 
constituição biológica, é fonte de suas manifestações afetivas e 
comportamentais. 
Em resumo, a subjetividade é a maneira de sentir, pensar e fazer de 
cada um; é o que constitui o nosso modo de ser. Entretanto, a síntese que a 
subjetividade representa não é inata ao indivíduo; ela é construída a partir do 
contato com o mundo social e cultural, ou seja, das relações que o sujeito 
estabelece com o seu ambiente. Assim, com o estudo da subjetividade, a 
Psicologia contribui para a compreensão da totalidade da vida humana. 
 
Psicologia e História 
Para compreender a diversidade que a Psicologia se encontra hoje, é 
indispensável recuperar sua história. As exigências de conhecimento da 
humanidade, às demais áreas de conhecimento humano e aos novos desafios 
colocados pela realidade econômica e social e pela insaciável necessidade do 
homem de conhecer a si mesmo. Entre os filósofos gregos surge a primeira 
tentativa de sistematizar a psicologia. 
Os filósofos pré-socráticos preocupavam-se em definir a relação do 
homem com o mundo através da percepção. Discutiam se o mundo existe 
porque o homem o vê ou o homem vê o mundo que já existe. Havia uma 
oposição entre os idealistas (a ideia forma o mundo) e os materialistas (a 
matéria que forma o mundo já é dada para a percepção). 
A psicologia com Sócrates (469-399 a.C.) ganha consistência, sua 
principal preocupação era com o limite que separa o homem dos animais. 
Desta forma postulava que a principal característica do homem era a razão. A 
razão permitia ao homem sobrepor-se aos instintos, que seria a base da 
irracionalidade. 
Platão (427-347 a.C.) discípulo de Sócrates dá o passo seguinte. O 
filósofo procurou definir um “lugar” para a razão no nosso próprio corpo. Definiu 
esse lugar como sendo a cabeça, onde se encontra a alma do homem. A 
medula seria, portanto, o elemento de ligação da alma e do corpo. Este 
elemento de ligação era necessário porque Platão concebia a alma separada 
do corpo. 
Aristóteles (384-322 a.C.) discípulo de Platão foi um dos mais 
importantes da história da Filosofia. Postulou que a alma e o corpo não 
poderiam ser dissociados. Para Aristóteles, a psyché seria o princípio ativo da 
vida. Tudo aquilo que cresce se reproduz e se alimenta possui a sua psyché ou 
alma. 
 
A Psicologia Cientifica 
O berço da psicologia moderna foi na Alemanha no final do século 19. 
Seu status de ciência é obtido à medida que se “liberta” da Filosofia, que 
marcou sua história até aqui, e atrai novos estudiosos e pesquisadores, que 
sob novos padrões de produção passam: 
 Definir seu objeto de estudo (o comportamento, a vida psíquica, a 
consciência); 
 Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas de 
conhecimento, como Filosofia e Fisiologia; 
 Formular métodos de estudo desse objeto; 
 Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimentos na 
área. 
Essas teorias devem obedecer aos critérios básicos da metodologia 
científica, isto é, deve-se buscar a neutralidade do conhecimento científico, os 
dados devem ser passíveis de comprovação, e o conhecimento deve ser 
cumulativo e servir de ponto de partida para outros experimentos e 
pesquisas na área. 
 
AS 3 (TRÊS) PRINCIPAIS TEORIAS DA PSICOLOGIA MODERNA 

 BEHAVIORISMO OU COMPORTAMENTALISMOOs psicólogos behavioristas (John Watson) estudavam os eventos ambientais 
(estímulos), o comportamento observável (respostas) e como a experiência 
influenciava o comportamento, as aptidões e os traços das pessoas mais do 
que a hereditariedade. 
Frederick Skinner vai além do behaviorismo de Watson e com ele nasce 
o behaviorismo radical que também considera os eventos ambientais, o 
comportamento observável (ações do indivíduo), mas também considera os 
comportamentos internos ou privados (pensar, sentir, etc). 

 GESTALT 
A Psicologia da Gestalt pode ser também vista como a Psicologia da forma. 
Os gestaltistas estão preocupados em compreender quais os processos 
psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido 
pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade. 
Max Wertheimer (1880-1943) fundou o movimento da Gestalt. "O todo é 
diferente da soma das partes", este é o slogan do movimento da Gestalt. O que 
a pessoa é (o todo) são junções de várias características próprias dela (as 
partes). 

 PSICANÁLISE 
Para quem nunca estudou psicologia antes, é provável não ter ouvido falar 
de Watson, Skinner ou Max Wertheimer, entretanto, provavelmente já ouviu 
falar de Sigmund Freud (1856-1939), o médico vienense que se especializou 
no tratamento de problemas do sistema nervoso e em particular de desordens 
neuróticas. 
Freud adotou a hipnose para ajudar as pessoas a reviverem as 
experiências traumáticas do passado que pareciam associadas com seus 
sintomas atuais. Entretanto, nem todos podiam atingir um estado de transe e a 
hipnose parecia resultar em curas temporárias, com o aparecimento posterior 
de novos sintomas. Freud então desenvolveu o método da associação livre no 
qual os pacientes deitavam num divã e eram encorajados a dizer o que quer 
que lhes viesse à mente (desejos, conflitos, temores, pensamentos e 
lembranças), sendo também convidados a relatar seus sonhos. 
Freud tratava dos seus pacientes tentando trazer à consciência aquilo que 
estava inconsciente. Insistia que todos os detalhes se ajustam perfeitamente 
entre si. A personalidade é formada durante a primeira infância. A exploração 
das lembranças dos primeiros cinco anos de vida é essencial ao tratamento. 
 
O termo psicanálise é usado para se referir a uma teoria e a um método de 
investigação, além da prática profissional; enquanto teoria se caracteriza por 
um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida 
psíquica. Como método de investigação, a psicanálise caracteriza-se pelo 
método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto 
por meio de ações e palavras ou pelas realizações imaginárias, como os 
sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos. 
Freud, em seu livro A interpretação dos sonhos, apresentou a primeira 
concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade. Essa teoria 
se refere à existência de três sistemas psíquicos: o inconsciente, o pré-
consciente e o consciente. 
• O inconsciente é o conjunto dos conteúdos não presentes no campo da 
consciência. É formado por conteúdos reprimidos pela ação de censuras 
internas. 
• O pré-consciente é o sistema onde permanecem aqueles conteúdos 
acessíveis à consciência, que podem ser acessados a qualquer momento. 
• O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo 
as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Destaca-se a 
percepção, a atenção e o raciocínio. 
Um ponto de destaque nas obras de Freud é a atenção dada ao estudo 
da sexualidade humana. Ele descrevia que a maioria dos pensamentos e 
desejos reprimidos por seus pacientes referiam-se a conflitos de ordem sexual, 
localizados nos primeiros anos de vida, ou seja, que na vida infantil estavam as 
experiências de caráter traumático, reprimidas, que se configuravam como 
origem dos sintomas das neuroses. 
Posteriormente, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz 
os conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da 
personalidade. 
a. ID – É de origem orgânica e hereditária. Apresenta a forma de instintos 
inconscientes que impulsionam o organismo. Há duas formas de instintos: o da 
vida, tais como fome, sede, sexo, etc.; e os da morte, que representam a forma 
de agressão. O id não tolera tensão e utiliza o prazer para descarregá-la. 
b. EGO – O ego opera pelo princípio da realidade, isto é pelo que a nossa 
realidade considera correta. Para satisfazer o id, o ego pensa, percebe, 
planeja, decidi. 
c. SUPEREGO – É o representante das normas e valores sociais que foram 
transmitidas pelos pais através de castigos e recompensas impostos á criança. 
As principais funções do superego são: 
a. inibir os impulsos do id (principalmente os de natureza agressiva e sexual) e 
lutar pela perfeição. O componente psicológico e o superego o componente 
social. 
De maneira geral, o id é considerado o componente biológico da 
personalidade, o ego o comportamento do adulto normal é o resultado da 
interação recíproca dos três sistemas, pelo equilíbrio do organismo. 
Outro ponto importante da teoria freudiana são os mecanismos de 
defesa. Freud observou que diante da percepção de um acontecimento 
doloroso ou desorganizador, as pessoas podem suprimir a realidade para evitar 
o sofrimento. Esses mecanismos são processos realizados pelo ego e são 
inconscientes, ou seja, ocorrem de forma independente da vontade do 
indivíduo. 
Todos os mecanismos de defesa podem ser encontrados em pessoas 
saudáveis, e sua presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis 
problemas neuróticos. 
Repressão: afasta da consciência uma ideia que provoca ansiedade, contudo 
o material reprimido continua fazendo parte da mente, exigindo grande 
quantidade de energia para mantê-lo assim. Ex.: doenças psicossomáticas. As 
fobias e impotência ou a frigidez derivem de sentimentos reprimidos. 
Negação: é a tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba 
o ego. Os adultos têm a tendência de fantasiar que certos acontecimentos não 
são, de fato, do jeito que são, ou que na verdade nunca aconteceram. A 
notável capacidade de lembrar-se incorretamente de fatos é a forma de 
negação encontrada com maior frequência. 
Racionalização: é o processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis 
para pensamentos e ações inaceitáveis. 
Formação Reativa: inversão clara e em geral inconsciente, do verdadeiro 
desejo. Como outros mecanismos de defesa, as formações reativas são 
desenvolvidas, em primeiro lugar na infância. 
Projeção: é o ato de atribuir a uma pessoa, animal ou objeto, as qualidades, 
sentimentos ou intenções que se originam em si próprio. 
Regressão: é um retorno a um nível do desenvolvimento anterior ou a um 
modo de expressão mais simples ou mais infantil. 
Sublimação: a energia a impulsos e instintos constrangedores é, canalizada 
para atividades socialmente reconhecidas. 
Deslocamento: é um mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa atribui sua 
intenção para outra mais aceita socialmente. 
Fantasia: satisfação ilusória para desejos que não se podem realizar. Em dose 
exagerada a pessoa pode se desviar da realidade, acostumando-se a um 
mundo irreal, sentindo dificuldades de viver sua realidade. 
Fuga: o indivíduo não procura obter satisfação de suas necessidades, pois ele 
se recusa a participar de qualquer situação que possa provocar fracasso. 
Quando somos submetidos s constantes frustrações, aprendemos a encarar 
tudo pelo lado negativo e a esperar o pior. As formas mais comuns de fuga são 
o isolamento, a fantasia e a timidez. Pessoas que possuem um complexo de 
inferioridade podem desenvolver este mecanismo de defesa por não se 
acharem capazes. A fuga também está presente no alcoolismo, no uso de 
drogas e até mesmo na ingestão de doces ou alimentos. 
Sentimento de Culpa – quando a pessoafaz ou pensa em fazer algo que 
contraria sua consciência, é dominada por um complexo de culpa ou ódio de si 
mesma. O complexo de culpa é uma espécie de termômetro que indica que 
nossa autoestima está ameaçada. Para fugir dessa situação, que é dolorosa, a 
pessoa desenvolve mecanismos de defesa. Os principais mecanismos de 
defesa são: racionalização, formação reativa e projeção. 
 
A PSICOLOGIA DA SAÚDE 
A Psicologia da Saúde é uma área da psicologia que aplica princípios e 
pesquisas psicológicas para melhoria, tratamento e prevenção de doenças. 
Inclui como variáveis de interesse as condições sociais (como disponibilidade 
de serviços de saúde), os fatores biológicos (como longevidade da família e as 
vulnerabilidades hereditárias a certas doenças) e até mesmo os traços de 
personalidade ou padrões de comportamentos (como extroversão e 
sociabilidade). 
Psicologia da saúde foi definida, pela Associação Americana de Psicologia, 
como: 
 
Ela abrange o ensino e a prática de qualquer tipo de fenômeno de saúde 
e de interações entre pessoas, como as relações profissionais-pacientes, as 
relações humanas dentro de uma instituição de saúde, a questão das doenças 
agudas e crônicas, o papel das reações adaptativas ao adoecer, a perda, a 
morte e os recursos terapêuticos. 
 
O QUE É SAÚDE 
Para compreender melhor como trabalha a psicologia da saúde, é 
necessário entender o que é saúde. A interação entre fatores biológicos, 
psicológicos e sociais é atualmente considerada fundamental na compreensão 
do contínuo saúde-doença. 
 
Pensando nisso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2015) propôs 
a definição de saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e 
social, e não simplesmente a ausência de doenças ou enfermidades", como era 
a definição anterior de saúde. Essa definição afirma que a saúde é um estado 
positivo e multidimensional que envolve três domínios: saúde física, saúde 
psicológica e saúde social. 
• Saúde física: implica em ter um corpo saudável e livre de doenças, com um 
bom desempenho dos sistemas do nosso corpo e a capacidade de resistir a 
ferimentos físicos. Ela também envolve hábitos relacionados com o estilo de 
vida que aumentem a saúde física. 
• saúde psicológica: significa ser capaz de pensar de forma clara, ter uma boa 
autoestima e um senso geral de bem-estar. Inclui a criatividade, as habilidades 
de resolução de problemas e a estabilidade emocional. 
•saúde social: envolve ter habilidades interpessoais, relacionamentos 
significativos com amigos e família e apoio social em épocas de crise. Está 
relacionada também com fatores socioculturais em saúde, como o status 
socioeconômico, a educação, a cultura e o gênero. 
 
 MODELO BIOMÉDICO DA SAUDE. 
Até a primeira parte do século 20, a medicina apoiava-se na fisiologia e 
na anatomia na busca por uma compreensão mais profunda da saúde e da 
doença. Esse era o modelo biomédico de saúde, que sustentava que a 
doença sempre tinha causas biológicas. Esse modelo tornou-se aceito de 
forma ampla durante o século 19 e representou a visão dominante na medicina 
até recentemente. 
O modelo biomédico pressupõe que a doença é o resultado de um 
patógeno (vírus, bactéria ou algum outro microrganismo que invade o corpo), e 
não faz menção às variáveis psicológicas, sociais ou comportamentais na 
doença. Neste sentido, este modelo é reducionista, considerando que 
fenômenos complexos, como a saúde ou a doença, são derivados de um único 
fator primário. De acordo com este padrão, a saúde nada mais é do que a 
ausência de doenças. Dessa forma, aqueles que trabalham apoiados nesta 
perspectiva concentram-se em investigar as causas das doenças físicas em 
vez daqueles fatores que promovem a vitalidade física, psicológica e social. 
O modelo biomédico avançou o tratamento de saúde de maneira significativa, 
entretanto, foi incapaz de explicar transtornos que não apresentavam causa 
física observável. 
NOVAS CONCEPÇÕES DE SAÚDE 
O pensamento de que determinadas doenças poderiam ser provocadas 
por conflitos psicológicos foi desenvolvida durante a década de 1940 pelo 
trabalho do psicanalista Franz Alexander. Ele trabalhava com pacientes com 
artrite reumática, e, quando a equipe médica não encontrava agentes 
infecciosos ou outras causas diretas para a doença, Alexander ficava 
desconfiado pela possibilidade de que fatores psicológicos pudessem estar 
envolvidos. Ele desenvolveu então o modelo do conflito nuclear, no qual 
defendia que a presença de determinados conflitos inconscientes poderia levar 
à presença de reclamações físicas. Segundo esse modelo, “cada doença física 
é o resultado de um conflito psicológico fundamental ou nuclear”. Alexander 
acreditava que indivíduos com "personalidade reumática", que tendem a 
reprimir a raiva e são incapazes de expressar as emoções, seriam mais 
propensos a desenvolver artrite. 
A partir desses estudos, um grande número de transtornos físicos foi 
descritos como presumivelmente causados por conflitos psicológicos, surgindo, 
assim, a medicina psicossomática (psico = mente; soma = corpo), um 
movimento reformista dentro da medicina que buscava estudar o diagnóstico e 
o tratamento de doenças físicas supostamente causadas por processos 
deficientes na mente. 
A medicina psicossomática apresentou um importante avanço para a 
compreensão da saúde, quando comparada ao modelo biomédico, no entanto, 
foi questionada pela categorização aparentemente arbitrária de algumas 
doenças como sendo de natureza completamente física e outra completamente 
psicológica. Sua metodologia de pesquisa era fundamentada principalmente 
em estudos de caso de pacientes individuais, o que fez surgirem críticas em 
relação à sua confiabilidade, além disso, a medicina psicossomática, assim 
como o modelo biomédico, apoiava-se no reducionismo, de que um único 
problema psicológico seria suficiente para desencadear a doença. 
 
Atualmente, a compreensão dos processos de saúde--doença evoluiu, 
de forma a serem compreendidos como o resultado da interação de múltiplos 
fatores, incluindo as condições biológicas, o ambiente e os aspectos 
psicológicos. Essa tendência contemporânea de ver a doença e a saúde 
como algo multifatorial é resultado da aproximação entre a medicina e a 
psicologia. 
Outro exemplo dessa aproximação é a medicina comportamental, que 
foi concebida com base nos princípios do behaviorismo. Esse campo começou 
a explorar o papel do condicionamento respondente e operante na saúde e na 
doença. Um de seus principais resultados foi a pesquisa de Neal Miller, que 
utilizou técnicas de condicionamento operante para ensinar animais e humanos 
a adquirirem controle sobre certas funções corporais. Ele demonstrou que as 
pessoas podem adquirir algum nível de controle sobre a sua pressão 
sanguínea e relaxar a frequência cardíaca quando estiveram cientes desses 
estados. Essa técnica recebeu o nome de biofeedback, e é muito utilizada até 
hoje na recuperação de diversas patologias. 
 
O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA DA SAÚDE 
A Psicologia da Saúde foi criada com o objetivo de estudar, de forma 
científica, as causas e origens de determinadas doenças, principalmente as 
origens psicológicas, comportamentais e sociais da doença. Ela busca 
investigar por que as pessoas se envolvem em comportamentos que 
comprometem a saúde, como fumar e sexo inseguro, e como facilitar a prática 
de comportamentos que pode preservar, restabelecer ou promover a saúde, 
como ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos. Também se 
preocupa com a prevenção e o tratamento de doenças, por meio de programas 
que auxiliem no processo de adaptação à enfermidade e estratégias para 
facilitar a adesão ao tratamento. 
Alguns fatores contribuíram para o surgimento de um campo da 
Psicologia que se ocupasse exclusivamente de investigar e promover saúde. 
Segundo Straub (2005), são quatro tendênciasque desafiaram a medicina e a 
saúde pública e impulsionaram a criação da psicologia da saúde: 
 
•Aumento da expectativa de vida: com a melhoria dos serviços de saúde e os 
avanços da medicina, a expectativa de vida aumentou na maioria dos países. 
Com as pessoas vivendo mais, existe maior consciência publica das questões 
relacionadas com a saúde, incluindo a preocupação com as questões 
psicológicas. 
• Surgimento de transtornos relacionados ao estilo de vida: até o século 
19, as pessoas morriam principalmente de doenças que eram causadas por 
falta de água potável, por alimentos contaminados, ou por infecções contraídas 
no contato com pessoas doentes. Não era incomum que centenas ou mesmo 
milhares de pessoas morressem em uma única epidemia de varíola, febre 
amarela, difteria, gripe ou sarampo. Melhorias em higiene pessoal, nutrição e 
saúde pública (como tratamentos de esgotos) levaram a um declínio no número 
de mortes por doenças infecciosas. Porém, apenas após a descoberta da 
penicilina por Alexander Fleming, em 1928, a saúde pública deu um passo 
verdadeiramente decisivo. Isso levou a uma mudança no padrão das principais 
causas de morte, que, antes do século 20, eram transtornos agudos, como 
tuberculose, gripe e pneumonia, e atualmente está relacionado a doenças 
crônicas, nas quais a pessoa precisa tratar por muitos anos para prevenir 
mortes prematuras e manter a qualidade de vida. 
• Modificação no modelo biomédico: os questionamentos em relação ao 
reducionismo do modelo biomédico levaram à necessidade de pensar em 
saúde e doença de forma mais abrangente, como já foi discutido anteriormente. 
A medicina tradicional encontrou dificuldade para explicar por que o mesmo 
conjunto de fatores de risco algumas vezes desencadeia doenças e outras não. 
Isso induziu os pesquisadores a descobrir que fator psicológico como a 
maneira como cada pessoa reage ao estresse, se combinam com fatores de 
risco físicos para determinar o risco à saúde do indivíduo. 
• Aumento dos custos do atendimento em saúde: o crescente aumento nos 
custos dos serviços de saúde ajudou a focar a atenção na eficácia do custo de 
promover e manter a saúde. A ênfase da psicologia da saúde em modificar os 
comportamentos de risco das pessoas, antes que eles causem doenças, tem o 
potencial de reduzir os custos com a saúde de forma expressiva. 
 
 
PERSPECTIVAS DA PSICOLOGIA DA SAÚDE 
A Psicologia da Saúde desenvolveu alguns modelos ou perspectivas 
para orientar seu trabalho, objetivando compreender de forma mais ampla os 
processos de saúde e doença. Cada um desses modelos investiga de forma 
diferente a mesma coisa e se complementam para a compreensão total da 
saúde. 
O primeiro modelo é a perspectiva do curso de vida, que se concentra 
em investigar os aspectos da saúde e da doença relacionados com a idade e 
com os ciclos de vida. Essa perspectiva também examina as principais causas 
de morte que acometem certos grupos etários. Por exemplo, o uso de 
substâncias psicoativas é mais frequente em adolescentes, enquanto que as 
doenças crônicas afetam de forma mais significativa pessoas idosas. 
Outra perspectiva é a sociocultural, que se dedica a conhecer a forma como 
os como fatores sociais e culturais contribuem para a saúde e para a doença. 
O termo cultura é compreendido como comportamentos, valores e costumes 
persistentes que um grupo de pessoas desenvolveu ao longo dos anos e 
transmitiu à próxima geração. Em culturas ou etnias diferentes existe muita 
diversidade em relação à expectativa de vida e ao nível de saúde, e algumas 
dessas diferenças refletem uma variação no status socioeconômico. Por 
exemplo, se compararmos a saúde da população residente no interior do 
Estado de São Paulo com a saúde da população que vive em pequenas 
comunidades no interior da Amazônia, encontrarão grandes diferenças 
relacionadas a estruturas de saneamento básico e estilos de vida. Outro 
exemplo refere-se às religiões que pregam um estilo de vida mais saudável, 
sem uso de álcool ou alimentos à base de carne animal, hábitos normalmente 
associados à melhor saúde. 
Há também a perspectiva de gênero, que se concentra no estudo de 
problemas de saúde específicos de cada gênero. Homens e mulheres diferem 
no risco que apresentam para uma variedade de transtornos, como o índice de 
doenças cardiovasculares que, historicamente, tem sido maior em pacientes do 
sexo masculino, embora essa realidade esteja se modificando. Outro exemplo 
é a depressão, que acomete mulheres em uma frequência muito maior que 
homens. 
MODELO BIOPSICOSSOCIAL DA SAUDE 
Todas essas perspectivas se sobrepõem e todas veem a saúde e a 
doença como produtos da interação de fatores. Elas diferem apenas nos 
fatores que enfatizam e se complementam. Essas perspectivas se agrupam na 
perspectiva biopsicossocial, que engloba todas as questões tratadas 
anteriormente. 
A perspectiva biopsicossocial defende que variáveis biológicas, 
psicológicas e sociais agem em conjunto para determinar a saúde e a 
vulnerabilidade do indivíduo à doença. Dessa forma, a saúde e a doença 
devem ser explicadas em relação aos contextos biológico, psicológico e 
social. 
• O contexto biológico: são os aspectos do nosso corpo que influenciam a 
saúde e a doença: nossa conformação genética e nosso sistema nervoso, 
imunológico e endócrino. A biologia e o comportamento interagem de forma 
constante. Por exemplo: alguns indivíduos são mais vulneráveis a doenças 
relacionadas ao estresse porque reagem com agressividade aos problemas 
enfrentados. Uma das tarefas da psicologia da saúde é explicar como essa 
influência mútua entre biologia e comportamento ocorre. 
• O contexto psicológico: a psicologia da saúde preconiza que a saúde e a 
doença estão sujeitas às influências psicológicas. Por exemplo, um fator 
fundamental para determinar o quanto uma pessoa consegue lidar com uma 
experiência de vida estressante é a forma como o evento é avaliado e 
interpretado. Eventos avaliados como avassaladores, invasivos e fora do nosso 
controle nos custam mais do ponto de vista físico e psicológico do que os que 
são avaliados como desafios menores, temporários e superáveis. De fato, 
algumas evidências sugerem que, independentemente de um evento ser 
realmente experimentado ou simplesmente imaginado, a resposta do corpo ao 
estresse é, de modo aproximado, a mesma. Os psicólogos da saúde pensam 
que algumas pessoas podem ser cronicamente depressivas e mais vulneráveis 
a certos problemas de saúde porque revivem eventos difíceis muitas vezes em 
suas mentes, o que pode ser funcionalmente equivalente a passar repetidas 
vezes pelo evento real. 
 O pensamento, a percepção, a motivação, a emoção, a aprendizagem, a 
atenção e a memória têm implicações para a saúde. Os fatores psicológicos 
também desempenham um importante papel no tratamento de condições 
crônicas. As intervenções psicológicas ajudam os pacientes a administrar sua 
tensão, diminuindo, assim, as reações negativas ao tratamento. Aqueles 
pacientes mais tranquilos em geral são mais capazes e mais motivados para 
seguir as instruções de seus médicos. Também auxiliam os pacientes a 
administrar o estresse da vida cotidiana, que parece exercer um efeito 
cumulativo sobre o sistema imunológico. Eventos negativos na vida, como a 
perda de um ente querido, o divórcio, a perda de emprego ou uma mudança, 
podem estar ligados à diminuição do funcionamento imunológico e à maior 
suscetibilidade a doenças. 
• O contexto social: a forma como cada pessoa se relaciona com a outra e 
com o ambiente também influencia em sua saúde. O gênero de cada um, por 
exemplo, implica determinado papel social que lhe dá um senso de ser mulher 
ou homem. Além disso, você é membro de determinada família, comunidade e 
nação, dessa forma, também tem certa identidade racial, cultural e étnica e vive 
dentro de uma classe socioeconômica específica.Cada um desses elementos 
do seu contexto social único influencia suas crenças e comportamentos – 
incluindo aqueles relacionados com a saúde. 
Em resumo, a perspectiva biopsicossocial enfatiza as influências mútuas 
entre os contextos biológicos, psicológicos e sociais, que atuam em conjunto 
na determinação da saúde, como exemplificamos na Tabela 1: 
 
Tabela 1 O modelo biopsicossocial de saúde e doença. 
 
 
 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
1) Sobre a subjetividade, assinale a alternativa incorreta: 
a) Ela é construída a partir do contato com mundo social e cultural. 
b) É composta de ideias, significados e emoções construídos pelo sujeito a 
partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição 
biológica. 
c) Ela é inata ao indivíduo, ou seja, acompanha-o desde seu nascimento. 
d) É o que constitui o nosso modo de ser. 
2) Sobre o behaviorismo, está correto o que se afirma em: 
a) O comportamento não é entendido como uma ação isolada, mas sim como 
uma interação entre o organismo e o seu ambiente. 
b) O comportamento respondente é uma resposta emitida pelo organismo que 
produz uma consequência no ambiente, e é afetado (controlado) por essas 
consequências. 
c) O comportamento operante é caracterizado por respostas do organismo que 
são eliciadas (produzidas) por estímulos do ambiente. 
d) Essa teoria se refere à existência de três sistemas psíquicos: o inconsciente, 
o pré-consciente e o consciente. 
3) São fatores que contribuíram para o surgimento da psicologia da saúde, 
exceto: 
a) Surgimento de transtornos relacionados ao estilo de vida. 
b) Modificação no modelo biomédico. 
c) A escolha da psicanálise como abordagem teórica prevalente na área da 
Saúde. 
d) Aumento da expectativa de vida. 
4) Em relação à definição de saúde, assinale a alternativa incorreta: 
a)Saúde social envolve ter habilidades interpessoais, relacionamentos 
significativos com amigos e família e apoio social em épocas de crise. 
b) Saúde física implica ter um corpo saudável e livre de doenças. 
c) Considera a interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais. 
d) Concentra sua definição na ausência de doenças ou condições negativas. 
 
 
5) Sobre as perspectivas em saúde da família, assinale a alternativa correta: 
a) A perspectiva de gênero que se concentra em investigar os aspectos da 
saúde e da doença relacionados com a idade e ciclos de vida. 
b) Homens e mulheres não devem ser diferentes no risco que apresentam para 
transtornos e doenças. 
c) A perspectiva sociocultural defende que variáveis biológicas, psicológicas e 
sociais agem em conjunto para determinar a saúde e a vulnerabilidade do 
indivíduo à doença. 
d) Todas as perspectivas se sobrepõem e todas veem a saúde e a doença 
como produtos da interação de fatores. 
 
SAÚDE E COMPORTAMENTO 
A Psicologia no campo da Saúde vem se constituindo como uma das 
formas de se compreender o adoecimento e as maneiras pelas quais a pessoa 
pode manter-se saudável. De forma geral, a Psicologia da Saúde é um campo 
que estuda as influencias psicológicas na saúde, os fatores responsáveis 
pelo adoecimento e as mudanças de comportamento das pessoas no 
adoecer.Ela pode ser compreendida como um domínio da Psicologia que utiliza 
vários conhecimentos resultantes de estudos e de pesquisas psicológicas, com 
o intuito de promover e proteger a saúde. É também seu objetivo prevenir e 
tratar enfermidades, bem como identificar etiologias e disfunções associadas 
às doenças. 
A saúde pode ser influenciada por variadas condições, tais como: 
1) diferenças individuais (experiência e história de vida); 
2) traços de personalidade; 
3) sistema de crenças; 
4) padrão de comportamento; 
5) redes de suporte social; 
6) meio ambiente. 
A principal causa de morte no mundo atualmente são as doenças 
cardiovasculares, seguida pelo câncer. Essas doenças são significativamente 
influenciadas por fatores comportamentais e ambientais, como o hábito de 
fumar, a falta de exercício físico, comer excessivamente e temperamentos 
hostis. Por essa razão, houve uma mudança no foco da doença como 
estritamente fisiológica, para causas fisiológicas e psicológicas. 
É difícil imaginar uma atividade ou comportamento que não influencie a 
saúde de alguma forma, direta ou indiretamente, para melhor ou para pior. O 
consumo excessivo de álcool é um exemplo de comportamento que tem 
impacto negativo direto sobre a saúde física. Algumas características pessoais 
como a hostilidade ou a passividade também podem afetar a saúde. Alguns 
comportamentos afetam a saúde imediatamente, como envolver-se em um 
acidente de carro sem estar usando o cinto de segurança. No entanto, outros 
comportamentos afetam a saúde em longo prazo, como é o exemplo do 
consumo excessivo de gorduras e sódio. Já alguns comportamentos produzem 
tanto efeitos imediatos quanto em longo prazo, como o uso abusivo de álcool e 
a prática de exercícios físicos. 
Podemos dividir os efeitos dos comportamentos sobre a saúde em dois 
tipos: efeitos positivos e efeitos negativos. 
Efeitos Positivos: Comportamentos ou hábitos que apresentam efeito protetor 
sobre a saúde trazem benefícios ao indivíduo. Por exemplo: a prática regular 
de exercícios físicos, o uso de filtro solar, uma dieta equilibrada, sexo seguro, o 
uso de equipamentos de segurança etc. Todos esses comportamentos ajudam 
a "imunizar" a pessoa contra doenças e ferimentos. Outros comportamentos 
como ter atividades prazerosas, tirar férias regularmente, rir, ter amigos, entre 
outros, também podem produzir efeitos positivos à saúde. Essas atividades 
ajudam muitas pessoas a manejar o estresse e a manter uma perspectiva de 
vida otimista. 
Efeitos Negativos: São comportamentos ou hábitos relacionados ao estilo de 
vida que prejudicam a saúde. Entre os mais comuns estão fumar, comer de 
forma excessiva, consumir substâncias tóxicas, práticas inseguras no trânsito e 
comportamentos sexuais de risco. Além desses, a raiva, o estresse, a tristeza, 
a hostilidade, entre outros, também podem prejudicar a saúde. 
 
A partir da evidência da relação entre o estilo de vida e a saúde, muita 
pesquisas tem se dedicado ao estudo da prevenção de doenças. Os 
pesquisadores diferenciaram três tipos de prevenção, que são adotados antes, 
durante e depois que uma doença ataca. 
TIPOS DE PREVENÇÃO EM SAÚDE 
Prevenção Primária: Refere-se a ações para promover a saúde que é adotada 
para prevenir a ocorrência de doenças ou ferimentos. Exemplo: o uso do cinto 
de segurança, o uso de camisinha, uma alimentação equilibrada, praticar 
exercícios físicos, evitar fumar e fazer exames de saúde com regularidades. 
Prevenção Secundária: Envolve ações adotadas para identificar e tratar a 
doença ainda no seu início. Exemplo: realizar exames regulares para monitorar 
sintomas, usar medicações e modificar hábitos não saudáveis. Implica ações 
adotadas para conter ou retardar danos, uma vez que a doença já tiver 
progredido além de seus estágios iniciais. 
Prevenção Terciária: Envolvem tratamentos mais avançados, como 
quimioterapia e radioterapia, medicamentos mais fortes, procedimentos 
cirúrgicos, entre outros. A prevenção terciária tenta a máxima reabilitação 
possível. 
 
TEORIAS DE COMPORTAMENTO E SAÚDE 
A psicologia da Saúde desenvolveu diversas teorias na tentativa de 
explicar porque as pessoas praticam ou não determinados comportamentos 
que promovem ou prejudicam a saúde. Algumas dessas teorias se concentram 
em prever a maneira como as pessoas tomam decisões sobre determinado 
comportamento, com base na ideia de que as pessoas são racionais e entram 
em um processo de pesar os prós e os contras de praticarem determinado 
comportamento que poderia afetar sua saúde. No entanto, as teses mais 
amplamente aceitas na Psicologia da Saúde são as teorias com estágios, que 
pressupõem que a decisão de adotar determinado comportamento saudável 
seja umprocesso dinâmico, envolvendo mais de uma decisão e que 
normalmente requer diversas etapas ou estágios. 
Dentre as teorias com estágios, o Modelo Transteórico, também 
conhecido como estágios de prontidão para a mudança, formulado por 
Prochaska e DiClemente (1984), é o mais amplamente utilizado na 
compreensão da modificação de comportamentos não saudáveis. Essa teoria 
foi inicialmente desenvolvida para explicar o comportamento envolvido no uso 
abusivo de substancias psicoativas (drogas), mas posteriormente foi ampliado 
para todos os comportamentos aditivos e comportamentos relacionados à 
saúde. 
O modelo transteórico sustenta que as pessoas progridem por meio de 
cinco estágios ao alterar comportamentos relacionados com a saúde. Os 
estágios são definidos em termos de comportamentos passados e intenções de 
ações futuras. Esse modelo está focado na mudança intencional, referindo-se à 
tomada de decisão do indivíduo, e não nas influências sociais ou biológicas 
sobre o comportamento. Dessa forma, a mudança de comportamento tende a 
se mover ao longo de uma série de estágios, independentemente de a pessoa 
estar ou não inserida em um plano de tratamento. Os estágios de motivação 
para a mudança representam a dimensão temporal do modelo transteórico e 
indicam quando mudanças particulares nas atitudes, intenções e 
comportamentos tendem a acontecer, possibilitando que o acesso ao estágio 
de prontidão para mudança no qual o cliente se encontra permita uma 
adequação das intervenções terapêuticas direcionadas a esse paciente. 
São definidos cinco estágios, descritos na Figura a seguir: 
 
 
Para compreender melhor esses estágios de prontidão para a mudança, 
vamos imaginar um paciente com obesidade mórbida, que foi diagnosticado 
com hipertensão e diabetes. Além do tratamento medicamentoso, este paciente 
foi orientado pela equipe de saúde que precisa mudar radicalmente seus 
hábitos alimentares e praticar algum exercício físico. Trata-se, portanto, de uma 
importante mudança no estilo de vida desse paciente. 
No primeiro estágio do modelo transteórico, a pré-contemplação, esse 
paciente provavelmente diria: "- Imagina, este médico está exagerando. Não 
tem nada a ver uma coisa com a outra! Comer me dá prazer, e se eu for ficar 
preocupado com isso, ai sim vou ficar doente!". Nota-se que há uma ausência 
de intenção de mudança e o paciente não avalia seu comportamento como 
problemático. 
Na segunda fase, a contemplação, este paciente passa a reconhecer a 
necessidade de alteração de comportamento, mas ainda não realiza nenhuma 
mudança de fato: "- Eu preciso parar de comer estas coisas gordurosas, mas 
não consigo. Eu adoro tudo isso, churrasco, fritura, sorvete. Parar de comer 
como? Não tem jeito". 
Na etapa seguinte, o estágio de preparação, o paciente se organiza no 
sentido de buscar a ajuda necessária para conseguir mudar seu 
comportamento. Nosso paciente, por exemplo, agenda consulta com 
nutricionistas, pesquisa possíveis atividades físicas que poderia realizar e 
solicita apoio da sua esposa para conseguir mudar seus hábitos alimentares. 
Já na fase de ação, nosso paciente coloca em prática as orientações 
fornecidas pela equipe de saúde, seguindo a dieta proposta para perder peso, 
diminuindo o consumo de gordura e praticando exercícios físicos diariamente. 
Este é o estágio no qual a mudança de fato ocorre. Em seguida, o paciente 
busca manter esses ganhos obtidos e evita recaídas, o que configura a etapa 
de manutenção. 
 PERSONALIDADE E SAÚDE 
Há algumas décadas, pesquisadores vêm tentando descobrir padrões de 
comportamentos que se correlacionem com as doenças. Há o interesse de 
verificar se há um perfil psicológico comum a algumas doenças, pois se esse 
perfil fosse precocemente identificado nos indivíduos, seria possível realizar 
intervenções de forma a minimizar os danos causados por esses padrões de 
comportamento. 
Pesquisas sobre desenvolvimento e evolução das enfermidades físicas, 
emocionais e psicossomáticas têm descrito tipos de personalidades que 
predispõe o indivíduo a contrair certas enfermidades como, por exemplo, 
cardiopatias e câncer. 
O primeiro padrão de comportamento descrito foi a personalidade tipo 
A, que foi fortemente associada ao aparecimento de doenças cardiovasculares. 
Os comportamentos característicos dessa personalidade seriam a impaciência, 
a competitividade, a urgência de tempo e a hostilidade. Assim, pessoas que 
apresentam esse padrão de comportamento são mais vulneráveis a doenças 
cardíacas. 
Contrapondo-se ao tipo A, também foi descrita a personalidade tipo B, 
que seria a presença de comportamentos opostos ao do tipo A. Pessoas com 
este padrão de comportamento são mais tranquilas e capazes de se recuperar 
mais rapidamente de situações estressantes do que os indivíduos tipo A. 
Dessa forma, seriam indivíduos com menor chance de desenvolverem doenças 
cardiovasculares. 
Acompanhando a sequência do alfabeto latino, temos também a 
personalidade tipo C, que se refere ao padrão de enfrentamento, inicialmente 
identificado em pacientes com câncer. Esse enfrentamento inadequado é 
associado à baixa frequência de expressão emocional e comunicação 
empobrecida dessas emoções e necessidades, e uma preocupação com as 
necessidades e emoções das outras pessoas. As pesquisas mostraram que 
pessoas com estas características estavam mais vulneráveis a apresentarem 
tumores malignos. 
Atualmente, novos estudos foram realizados e foi verificado que outro padrão 
de comportamento parece estar mais associado ao aparecimento de doenças 
cardiovasculares do que o tipo A. Esse padrão foi chamado de personalidade 
tipo D, devido à palavra distressed, que pode ser traduzida como aflito ou 
angustiado. Pessoas com personalidade tipo D apresentam afetividade 
negativa associada à presença de inibição social. São indivíduos que estão 
mais suscetíveis a vivenciar dificuldades emocionais e interpessoais, ficando 
vulneráveis a outros fatores de risco psicossociais, como estresse, exaustão 
vital, depressão, ansiedade e isolamento social. Além disso, são indivíduos que 
tendem a se engajar menos no tratamento, emitem menor frequência de 
comportamentos de busca de ajuda e até seu comportamento em consultas e 
interações com profissionais de saúde em geral é obstáculo para a 
manutenção de um autocuidado minimamente satisfatório. 
A definição desses padrões de comportamentos não significa, 
necessariamente, que todas as pessoas que se enquadrarem nesses tipos de 
personalidade desenvolverão as respectivas doenças. Apenas sinaliza quais 
grupos de pessoas são mais vulneráveis a contraí-las. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
1) Em relação às influencias sobre o processo de saúde e doença, assinale a 
alternativa INCORRETA: 
a) A saúde pode ser influenciada por variadas condições, tais como, diferenças 
individuais, traços de personalidade, sistema de crenças, comportamentos, 
redes de suporte social e meio ambiente. 
b) Os processos psicológicos e os estados emocionais estão diretamente 
relacionados com a etiologia e a disseminação de doenças. 
c) Nosso comportamento pode ter efeito positivo ou negativo sobre nossa 
saúde. 
d) Diante das evidências da influencia de fatores psicológicos e 
comportamentais na saúde, podemos dizer que as variáveis biológicas são 
irrelevantes. 
2) Sobre prevenção em saúde, assinale a alternativa INCORRETA: 
a) Prevenção terciária implica ações adotadas para conter ou retardar danos, 
uma vez que a doença já tiver progredido além de seus estágios iniciais. 
b) A prevenção secundária é a forma mais comum de tratamento de saúde. 
c) O atraso da consequência de um comportamento e os modelos familiares 
inadequados são exemplos de barreiras à prevenção. 
d) Prevenção primária refere-se a ações para promover a saúde que são 
adotadas para prevenir a ocorrência de doenças ou ferimentos.4) Descreva os cinco estágios de prontidão para mudança de acordo com o 
Modelo transteórico. 
5) Sobre personalidade e saúde, assinale a alternativa INCORRETA: 
a) Doenças cardiovasculares foram inicialmente associadas à personalidade 
Tipo A. No entanto, novas evidências científicas mostram uma relação maior 
entre cardiopatas e personalidade Tipo D. 
b) A personalidade Tipo C refere-se ao padrão de enfrentamento identificado 
em pacientes com câncer. 
c) A impaciência, a competitividade, a urgência de tempo e a hostilidade são 
comportamentos característicos da personalidade Tipo B. 
d) Pessoas com personalidade Tipo D apresentam afetividade negativa 
associada à presença de inibição social. 
ANSIEDADE, ESTRESSE, DEPRESSÃO E DOENÇA. 
ANSIEDADE 
Um dos maiores problemas da mente é encontrar meios para resolver ou 
amenizar a ansiedade. 
A ansiedade é um aumento esperado ou previsto de tensão e pode 
aparecer em uma situação real ou imaginária. 
A ansiedade é uma sensação que se manifesta através de vários 
sintomas, fazem parte da vida de muitas pessoas, principalmente moradoras os 
centros urbanos. Sintomas Físicos – falta de ar, taquicardia, nervosismo, 
suores, problemas digestivos (prisão de ventre, enjoos, gases), fome 
exagerada, falta de apetite, etc. Esses sintomas indicam que seu emocional 
não esta bem, portanto não adianta tratar as causas emocionais que geram 
esta ansiedade. 
Sintomas Psicológicos – medos sem sentido, sentimento exagerado de 
irritação, ingestão exagerada de bebidas alcoólicas ou calmantes, mania de 
perfeição, medo de críticas, medo de errar, sentimentos de inveja, etc. 
O QUE DEVEMOS FAZER? 
Aprender a lidar positivamente com nossas ansiedades, não 
mascarando nossos sentimentos, mas tentando entender as causas deles. Se 
a ansiedade não for entendida, resolvida ou descarregada, poderá ameaçar o 
corpo e a mente através da negação ou deformação da situação e a isso 
damos o nome de Mecanismo de Defesa. 
ESTRESSE 
É um conjunto de sensações físicas e químicas do organismo, 
desencadeadas pelo cérebro, para tornar a pessoa apta a enfrentar uma 
situação nova, que exige adaptação. O termo é utilizado para definir diferentes 
sensações (nervoso, cansado, etc.). Nem sempre o estímulo que dispara o 
estresse é ruim (paixão, emprego, etc.), provocando alterações no equilíbrio 
interno do organismo, situações essas que precisam ser adaptadas. Se o 
indivíduo consegue lidar com o estímulo estressor, eliminando ou aprendendo 
a lidar com a situação, o organismo volta ao equilíbrio, mas se o estímulo 
persistir sendo entendido como estressor, irá haver uma evolução pra sintomas 
maiores, mais graves e até doenças. 
 
As causas variam de pessoa para pessoa, ou seja, saber até que ponto 
uma fonte de estresse afeta uma pessoa é relativo e depende de seu modo de 
vida, sua classe social; ex. preocupações, contrariedade, insatisfação no 
trabalho, demissão inesperada, problemas de relacionamento, etc. 
Os sintomas também variam de pessoa para pessoa, e podem ser: 
irritabilidade, ansiedade excessiva, insônia ou excesso de sono, dores de 
cabeça e nas costas, fraqueza, cansaço constante, dificuldade de 
concentração, perda ou excesso de apetite, falhas de memória, alterações 
repentinas no estado emocional (agressividade), fobias, diminuição da 
criatividade, perda de interesse sexual, dificuldades de digestão, maior 
vulnerabilidade ás doenças. 
E de onde vem o stress? 
Aquilo que gera stress é chamado de estressor ou fonte de stress. 
Existem vários tipos de estressores e muitas vezes o que estressa uma pessoa 
não estressa outra. Para facilitar a identificação do que está criando stress, 
dividimos os estressores em duas categorias: fontes externas e internas. 
As fontes externas são constituídas de tudo aquilo que ocorre em nossas 
vidas e que vem de fora do nosso organismo: a profissão, a falta de dinheiro, 
brigas, Assalto, perdas, falecimentos. Tudo o que exija do organismo uma 
maior adaptação cria stress. 
Pela definição, compreende-se que não são somente os acontecimentos 
negativos que dão origem ao stress. Determinados eventos, mesmo que nos 
tragam muita felicidade, podem também exigir uma adaptação grande e, por 
isso, se tornam fontes positivas de stress. 
As fontes internas se referem ao nosso modo de serem, nossas crenças e 
valores, nosso modo de agir. Os estressores externos são mais fáceis de 
serem identificados porque são passíveis de inspeção objetiva de qualquer um. 
Sabemos perfeitamente bem que qualquer um que passou pela morte de um 
ente querido deve estar sob um stress excessivo. Mas quando nos referimos 
àquilo que está dentro do ser humano, escondido, às vezes dormente, torna-se 
muito difícil de avaliar. A própria pessoa muitas vezes não consegue perceber 
que certos modos de pensar e Analisar o mundo podem estar lhe criando 
stress. 
 
FASES DE STRESS 
Pensava-se que o stress se desenvolvia apenas em três fases: alerta, 
resistência e exaustão. Após 15 anos de pesquisas, Marilda Lipp identificou 
uma fase intermediária, chamada de "fase de quase-exaustão", situada entre 
a "fase da resistência" e a “fase da exaustão". 
A fase de alerta é considerada a fase “positiva” do stress. O organismo produz 
adrenalina, que deixa o indivíduo cheio de energia e vigor. Libido alta, 
dificuldade de dormir, em função da adrenalina, respiração mais ofegante que o 
normal e humor eufórico são algumas características desta fase. Se a causa do 
stress é eliminada logo, a pessoa volta a seu equilíbrio normal sem nenhum 
problema. Mas, se o stress continua presente por tempo indeterminado, chega-
se à "fase de resistência", em que a pessoa automaticamente tenta lidar com 
os seus estressores de modo a manter sua homeostase (equilíbrio) interna. 
Muitos dos sintomas da fase de alerta desaparecem, dando lugar a uma 
sensação de desgaste e cansaço. Dificuldade de memória é algo comum nesse 
estágio do stress. 
A terceira fase, a fase de quase-exaustão, é caracterizada pelo 
enfraquecimento da pessoa, que não mais está conseguindo se adaptar ou 
resistir ao fator estressor. Nesta fase de quase-exaustão, o processo de 
adoecimento se inicia e os órgãos que possuírem maior vulnerabilidade 
genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração. Embora 
apresentando desgaste e outros sintomas, a pessoa ainda consegue trabalhar 
e atuar na sociedade, ao contrário do que ocorre em exaustão, quando a 
pessoa pára de funcionar adequadamente e, na maioria das vezes, não 
consegue trabalhar ou se concentrar. Na fase de exaustão, a fase final do 
stress pode ocorrer doenças graves, como enfarte, úlceras e psoríase, dentre 
outros. A depressão passa a fazer parte do quadro de sintomas do stress na 
"fase de quase-exaustão" e se prolonga na "fase de exaustão". Ninguém 
consegue passar pela vida sem viver situações de stress. O ideal é aprender a 
gerenciar a “fase de alerta” de modo eficiente, alternando entre estar em alerta 
e sair de alerta. O organismo precisa “descansar” após uma permanência em 
alerta para que se recupere. Não há dano em entrar de novo em alerta após a 
recuperação. Doenças começam a ocorrer se não há um período de 
recuperação, pois o organismo se exaure e o stress fica excessivo. 
A quarta-fase: exaustão. Nesta fase as doenças já estão se instalando. Para 
se proteger do stress excessivo, as recomendações principais concentram-se 
na alimentação, relaxamento, atividade física, estabilidade emocional e 
qualidade de vida. A alimentação deve ser rica em legumes, verduras e frutas, 
para repor as energias, vitaminas e nutrientes consumidos nos momentos de 
maior stress. Recomenda-se evitar gordura, chocolate, café, refrigerantes e sal. 
 
LEVANTAMENTO DE SINTOMAS DE STRESS 
Marque na tabela de respostas quantas vezes na última semana você sentiu o 
descrito abaixo: 
01. Tensão muscular, tais como aperto de mandíbula,dor na nuca etc.; 
02. Hiperacidez estomacal (azia) sem causa aparente; 
03. Esquecimento de coisas corriqueiras, como o número de um telefone que 
usa com freqüência, onde pôs a chave etc.; 
04. Irritabilidade excessiva; 
05. Vontade de sumir de tudo; 
06. Sensação de incompetência, de que não vai conseguir lidar com o que está 
ocorrendo; 
07. Pensar em um só assunto ou repetir o mesmo assunto; 
08. Ansiedade; 
09. Distúrbio do sono, ou dormir demais ou de menos; 
10. Cansaço ao levantar; 
11. Trabalhar com um nível de competência abaixo do seu normal; 
12. Sentir que nada mais vale à pena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Verifique o significado de sua pontuação 
Considere apenas o número de itens assinalados que apresentaram 
mais de quatro reincidências Nenhum item assinalado Parabéns, seu corpo 
está em pleno funcionamento no que se refere ao stress. 
 
 
 
De 1 a 3 itens assinalados. A vida pode estar um pouco estressante para 
você. Avalie o que está ocorrendo. Veja o que está exigindo demais de sua 
resistência. Pode ser o mundo lá fora, pode ser você mesmo. Fortaleça o seu 
organismo. 
De 4 a 8 itens assinalados. Seu nível de stress está alto, algo está exigindo 
demais do seu organismo. Você pode estar chegando ao seu limite. Considere 
uma mudança de estilo de vida e de hábitos. Analise em que o seu próprio 
modo de ser pode estar contribuindo para a tensão que está sentindo. Mais de 
8 itens assinalados. Seu nível de stress está altíssimo. Cuidado. Procure 
ajuda de um psicólogo especializado em stress. Sem dúvida você tem fontes 
de stress representadas pelo mundo ao seu redor (pode ser família, ocupação, 
sociedade etc.) e fontes internas (seu modo de pensar, de sentir, de ser) com 
as quais precisa aprender a lidar. 
Fonte: Centro Psicológico de Controle do Stress de São Paulo. 
 
Consequências fisiológicas do excesso de estresse: 
 Males menores: taquicardia, gastrite, alergias e problemas respiratórios; 
 Males maiores: ataque cardíaco, derrame cerebral ou outros distúrbios 
fatais; 
 
Consequências emocionais do excesso de estresse: 
 Aumento das tensões físicas e psicológicas; 
 Aumento da hipocondria; 
 Mudanças nos traços de personalidade; 
 Enfraquecem as restrições de ordem moral e emocional; 
 Depressão e sensação de desamparo; 
 Autoestima diminui de forma aguda. 
 
Controle do Stress 
 MUDANÇA DE VIDA E DE ATITUDE - A prática de atividade física é 
muito importante para o metabolismo, pois elimina a adrenalina e 
produz beta-endorfina. 
 ATITUDE POSITIVA PERANTE A VIDA – É sempre importante saber 
as várias alternativas que a vida nos coloca. Sempre considerar o lado 
que pode ser melhor na tomada de decisões, reestruturar o pensamento 
e não fazer o relógio como seu maior adversário sem ter tempo para 
mais nada a não ser o trabalho. 
 
 
 
 INVESTIR EM RELACIONAMENTOS – Valorizar o relacionamento 
interpessoal (família, amigos). É através dos relacionamentos que é 
possível o desenvolvimento pessoal. 
 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL – Repor os nutrientes perdidos durante os 
períodos de stress. 
 IDENTIFICAR ATIVIDADES QUE GOSTA DE FAZER 
 
DEPRESSÃO 
É uma doença afetiva causada por alterações químicas no cérebro, que 
afeta seus pensamentos, sentimentos, saúde e comportamento. Pode ser 
causada por fatores biológicos e por fatores psicológicos. É uma doença afetiva 
ou do humor. 
A depressão ocorre quando um dos neurotransmissores químicos 
chamados serotonina (molécula responsável pela transmissão de impulsos 
nervosos) que regula o humor, o sono, o apetite, a memória, a agressividade, 
estão em desequilíbrio. O indivíduo apresenta sintomas de generalizar 
situações de forma negativa. 
Entre os fatores desencadeadores da depressão, estão: doenças físicas, 
medicamentos, drogas e álcool genéticos e história familiar, personalidade. 
Percebe-se que uma pessoa está deprimida quando permanece apática, 
tristonha, chorando por qualquer motivo, sem vontade de realizar alguma 
atividade, etc. 
Psicologia – busca de causas e trabalho com as mesmas, ou auxilio para que 
a pessoa estabeleça objetivos em sua vida, recuperando o entusiasmo em 
viver. Entre os medicamentos estão: 
a. Tranquilizantes – que acalmam os sintomas dolorosos, como angustia 
perturbações sexuais, perturbações do apetite, do sono, etc.. São os 
tratamentos de apoio ao tratamento antidepressivo. 
b. Antidepressivos – ajudam a restaurar o equilíbrio das substâncias químicas 
no cérebro. 
 
 
 
SÍNDROME DE BURNOUT 
A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, foi 
definida como o estado de exaustão física e psicológica relacionada com o 
trabalho. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e 
estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e 
psicológicas desgastantes. 
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento 
físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausências no 
trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, 
dificuldade de concentração, falhas de memória, ansiedade, depressão, 
pessimismo, baixa autoestima. Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, 
palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios 
gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar associadas à 
síndrome. 
De maneira mais específica, o esgotamento é uma síndrome 
multidimensional caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e 
redução em realizações pessoais. A exaustão emocional refere-se a 
sentimentos de ter seus recursos emocionais esgotados, com a 
correspondente perda de energia e sentimentos de fadiga. A 
despersonalização refere-se à perda de idealismo no local de trabalho, 
desencadeando atitudes negativas para com aqueles que recebem o serviço 
ou a atenção do empregado. A redução em realizações pessoais refere-se à 
perda de sentimentos de competência e realização no trabalho. 
Segundo Varella (2015) “a síndrome se manifesta especialmente em 
pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso”. Os 
empregos que envolvem responsabilidade com outras pessoas, em vez de 
responsabilidade com produtos, parecem causar níveis elevados de 
esgotamento. Os trabalhadores da área da saúde parecem ser especialmente 
suscetíveis a esse tipo de estresse no trabalho. Pesquisas mostraram 
profissionais de saúde que relatam sintomas relacionados com o estresse 
suficientemente sérios, a ponto de serem considerados sinais de maior risco de 
problemas psiquiátricos. 
A síndrome de burnout normalmente se desenvolve durante o período 
de alguns anos, no entanto, alguns sinais de aviso podem aparecer mais cedo. 
Entre eles, inclui-se: sentimentos de exaustão física e mental; perda de 
significado no próprio trabalho e na vida em geral; dificuldade em se 
concentrar; aumento de doenças relacionadas com o estresse, como dores de 
cabeça, dores nas costas e depressão; e temperamento explosivo. 
É importante observar que essa síndrome não é a consequência 
inevitável de estar empregado em determinadas áreas profissionais. Como nos 
lembra o modelo biopsicossocial, a suscetibilidade à maioria das condições de 
saúde – favoráveis ou desfavoráveis – é o produto de fatores sobrepostos em 
todos os domínios da saúde. Por exemplo, os profissionais da área de saúde 
que se depara com pacientes crônicos que mantêm uma visão esperançosa e 
otimista da vida apresentam menos probabilidade de experimentar 
esgotamento profissional do que os mais pessimistas, ressaltando, assim, a 
função protetora de certos padrões de comportamentos. 
 
NOÇÕES DE PSICOPATOLOGIA 
O comportamento normal e o patológico (anormal / doença mental) 
A divisão entre o normal e o patológico é tênue, entretanto, a 
normalidade possui 3 características importantes: a flexibilidade, a alegria e a 
autoestima.A flexibilidade para o novo, para a mudança, para uma nova maneira 
de ser, não querer ser o dono da verdade são traços de normalidade. Na 
patologia ocorre a rigidez, no sentido de que a pessoa acha que sabe tudo, não 
aceita o novo. A rigidez é um traço patológico. 
A alegria é característica de pessoas sãs e a melancolia de pessoas 
doentes. Essa alegria pode ser psíquica e/ou corporal. Na pessoa deprimida 
falta a alegria. 
 
 
 
 
 
O conhecimento da etiologia dos distúrbios psíquicos ainda é 
rudimentar, embora esteja se desenvolvendo. Assim, a classificação dos 
distúrbios psíquicos é insatisfatória, mas como os profissionais da saúde 
precisam antecipar as consequências de qualquer doença, pesquisar e se 
comunicar entre si, torna-se necessária uma classificação. Os psiquiatras 
clínicos descrevem a personalidade em termos de estrutura mental que está 
constante e regularmente presente em uma pessoa. Uma síndrome é 
constituída por um certo número de sintomas que, quando agrupados, formam 
um padrão reconhecível. 
Para que os profissionais da área da saúde reconheçam da mesma 
maneira um portador de transtornos mentais ou psíquicos há dois sistemas 
classificatórios importantes das doenças mentais e que foram desenvolvidos 
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Associação Psiquiátrica 
Americana (APA). O primeiro é o CID-10, publicado em 1992 e que contém a 
10ª revisão do capítulo sobre Transtornos Mentais e de Comportamento. Todas 
as tradições e escolas da psiquiatria estão ali representadas, o que dá a este 
trabalho seu caráter excepcionalmente internacional. A classificação e as 
diretrizes foram produzidas e testadas em muitas línguas. Nesta classificação 
os transtornos mentais estão elencados em 11 categorias maiores 
compreendendo 99 tipos de doenças mentais. É oferecida uma secção com as 
descrições clínicas e diretrizes diagnósticas que deve ser de conhecimento de 
todo o profissional. 
Outro sistema de classificação foi coordenado pela Associação 
Psiquiátrica Americana e é amplamente conhecido como DSM-IV ou Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 4ª edição. É um manual 
mais específico, completo e complexo. 
Como as classificações dos transtornos mentais são complexas, 
salientaremos as 3 principais estruturas dentro da psicopatologia, que são: a 
neurose, a psicose e a perversão. 
 
 
 
 
 
NEUROSE 
A pessoa neurótica reconhece que está doente, embora não possa 
associar seus sintomas com um conflito emocional óbvio. Ele permanece em 
contato com a realidade. Pode continuar a adaptar-se socialmente porque a 
pessoa neurótica não gosta da realidade que vive, mas se adapta a ela da sua 
maneira. 
O neurótico sofre de reminiscências, quer dizer, o que ele passou no 
passado, ele sofre no presente, atualiza no presente, o que significa um 
sofrimento inútil. 
Como exemplos de distúrbios neuróticos temos a: 
 Neurose obsessiva-compulsiva 
 Neurose histérica 
 Neurose fóbica / síndrome do pânico 
 Neurose hipocondríaca 
 
a.1.) Neurose obsessiva-compulsiva 
A pessoa com personalidade obsessiva é excessivamente asseada, 
pontual e de confiança. Ela costuma conferir tudo o que faz muitas vezes 
(rituais). Não gosta de mudança e fica contrariada com qualquer alteração em 
sua rotina. Tem atividades compulsivas, como por exemplo: gastar dinheiro 
demais ou ser muito avarento, comer demais e ser obeso, ser muito organizado 
no sentido de ser perfeccionista. 
Gosta de sentir que tem o completo controle de si mesmo e de seu 
mundo. Mantém suas emoções sob controle e raramente perde a calma. Seu 
senso de humor é limitado. Parece que precisa controlar completamente seu 
meio ambiente ou então não fazer nenhuma tentativa neste sentido, nenhum 
meio-termo é possível. 
Possui a moral muito rígida principalmente com relação a regras e 
horários. 
Tem medo exagerado que pode chegar a uma paranoia. 
É muito bom para os outros, mas pensa pouco em si mesmo, sendo às 
vezes auto agressivo e possuindo auto exigência (perfeccionismo). Sacrifica-se 
pelos outros. Tudo tem que ter sacrifício, tem que complicar as coisas mais 
simples. 
a.2.) Neurose histérica 
A pessoa com personalidade histérica é diferente. Ela precisa sentir que 
é o centro das atenções. Um pequeno desprezo será encarado como um 
insulto mortal, uma palavra impensada tornar-se-á uma declaração de amor ou 
prova de que não é mais amada. 
É perfeccionista no sentido estético pois gosta de se sentir bonito para 
seduzir as pessoas. É um bom "ator", faz "teatro" em várias situações para dar 
a visão que está tudo bem. É muito bom consigo mesmo, pensando mais em si 
do que nos outros, não sacrifica pelos outros por isso se permite viver mais. É 
decidido, seguro de si. 
Pacientes assim nunca são monótonos. Não é de estranhar a possibilidade de 
que as personalidades histéricas e obsessivas sejam atraídas umas pelas 
outras! 
a.3.) Neurose fóbica/ Síndrome do Pânico 
Uma das principais angústias do homem é o medo de ficar só, o medo 
da solidão. O que significa estar só? Para ser só a pessoa tem que entrar em 
contato consigo mesma, ser independente e para isso ela deve ter uma boa 
autoestima e saber lidar com os próprios sentimentos. 
A neurose fóbica se caracteriza pelo medo excessivo e evitação de 
algum objeto normalmente inofensivo. 
A Síndrome do Pânico tem vários sintomas físicos quanto psicológicos. Eis 
alguns exemplos: 
 Físicos: palpitação, taquicardia, falta de ar, tremores, dormência no 
corpo, sudorese, tontura, medo de perder o controle, medo de ficar 
louco, medo de morrer (medo de o coração parar), etc. 
 Psicológicos: sensação de vazio, sensação de desamparo, medo de 
ficar sozinho, culpa pelo fracasso, fragilidade, perda da identidade, baixa 
resistência à frustração, medo da morte, necessidade da mentira, vira 
escrava do próprio medo, etc. 
 
a.4.) Neurose hipocondríaca 
Caracteriza-se pela preocupação com doenças imaginárias e outros 
sintomas corporais. 
 
PSICOSE 
O psicótico tem maior comprometimento psíquico. É o verdadeiro doente 
mental 
A pessoa psicótica tem sua personalidade inteiramente distorcida pela 
doença. Aceita seus sintomas como reais e a partir deles passa a reconstruir 
seu ambiente, recriando um mundo que somente ele pode reconhecer, tem 
delírios e alucinações diversas (distúrbios de percepção). O psicótico não 
aceita a realidade, por isso cria uma nova realidade para viver. Torna-se 
incapaz de continuar seu trabalho ou até mesmo de viver com a família porque 
seu senso de autopreservação fica seriamente perturbado. 
A vida do psicótico é um eterno drama. O que fica do mundo para ele é a 
hostilidade. Para se chegar a psicose, a sua história de vida foi muito horrível, a 
hostilidade foi a marca que mais ficou para ele e o que mantêm seu psiquismo 
vivo são os delírios e as alucinações. 
Possui dificuldades afetivas, sexuais e nos seus relacionamentos. Acha 
que não precisa das outras pessoas porque ele delira e cria uma pessoa que 
seja ideal para ele. 
É muito instável de humor, são antissociais e possuem uma inteligência 
média para superior porque ele tem um "jogo psíquico" que não se encontra 
nas outras estruturas. 
Eles querem ter certeza de tudo e serem os donos da verdade. Quando 
essa certeza é atingida, o psicótico se defende com o autoritarismo e 
agressividade. Usa de palavras que por serem francas demais podem magoar 
alguém e isso ocorre porque ele não tem noção de limites, não tem noção do 
outro. 
Os pacientes psicóticos são os mais difíceis de tratar, pois têm um 
ressentimento em relação à pessoa que cuida dele, devido à autoridade que 
essa pessoa representa. São persuasivos e manipuladores, porém podem ser 
amáveis e racionais. A melhor atitude a adotar é manter uma firmeza amistosa. 
b.1) Esquizofrenia 
A etimologia da palavra esquizofrenia vem de Esquizo= cisão e Frenia = 
personalidade. Esquizofrenia é a dupla personalidade ou personalidade 
múltipla. 
A pessoa com personalidade esquizoide é tímida, acanhada e "fechada". 
É emocionalmente fria, incapaz de se relacionar e formar amizades profundas. 
Frequentemente é excêntrica em seus hábitos e leva uma vida própria, à parte 
das outras pessoas. 
É também característica dos esquizofrênicos possuírem: 
comportamentos bizarros ou estranhos; o isolamento, pois têm dificuldade de 
socialização; dificuldades sexuais como a dificuldade de ereção tendo 
satisfação pela masturbação ou pela humilhação, agressão e mágoa a pessoa 
com quem está tendo relações sexuais. Faz muitas generalizações, como por 
exemplo: "Todos os homens não prestam", "Todas as mulheres traem". É 
irônico, debochado, busca um ponto fraco da pessoa para atacar. É rígido, de 
pouca brincadeira e quando brinca é através da ironia. 
b.2) Paranoia 
Pelo DSM-IV, a paranoia está incluída na esquizofrenia. 
A pessoa com personalidade paranoide é desconfiada de todos e o delírio mais 
constante é o delírio de perseguição. Ela é sensível e também lhe falta senso 
de humor. Tem uma ideia superior de suas próprias habilidades, sendo difícil 
trabalhar com ela, pois é rígida e inadaptável. Tem poucos amigos. 
b.3) Psicose maníaco-depressiva (PMD) 
A pessoa com PMD vive episódios de depressão com mania, ou seja, 
períodos de abatimento e desinteresse e outros de alegria contagiante e 
superatividade. Riscos a suicídio. 
PERVERSÃO OU PSICOPATIA 
Ainda é chamada de parafilias sexuais no DSM-IV. Está ligada a 
sexualidade. 
O perverso tem o objetivo de manipular o outro. Vive transgredindo 
normas e valores, como por exemplo, a corrupção. Acha que ele é o melhor, 
que no mundo só há idiotas e por isso ele nunca vai ser pego nas suas 
transgressões. Geralmente, o prazer dele está não no ato errado em si, mas 
fazendo o errado, ou seja, transgredir, já lhe causa prazer. 
c.1) Sadomasoquismo 
Sente prazer pela violência sexual. 
 
 
c.2) Exibicionismo 
Os exibicionistas são capazes de ereção e orgasmo quando se expõem a uma 
mulher desconhecida e amedrontada. 
c.3) Voyerismo 
Os espreitadores ou voyeurs masturbam-se até o orgasmo enquanto observam 
uma mulher/homem desconhecida se despir. O indivíduo pode também fazer 
um telefone obsceno e atingir o orgasmo enquanto fala com uma mulher 
desconhecida. 
c.4) Fetichismo 
Algumas pessoas são atraídas por objetos e não por seres humanos. 
São os fetichistas e o objeto de seu desejo sexual chama-se fetiche. Os 
fetiches mais comuns são roupas femininas, especialmente roupa íntima, 
sapatos, cabelos, seda, etc. Um fetichista pode ser capaz de ter relação sexual 
e atingir o clímax, desde que possa fantasiar seu fetiche. 
 
Identificação de ideias suicidas nos pacientes: 
"Se a pessoa em crise receber ajuda adequado, isto é, um tipo de ajuda que 
lhe permita pensar sobre o problema e chegar a algumas conclusões sobre 
soluções alternativas aceitáveis, a experiência pode levar a novos níveis de 
adaptação mais amadurecida", Beland, em 1979. 
Quando a pessoa está doente há elementos tanto de angústia como de 
medo, que se manifestam das mais variadas formas e geralmente iguais 
àqueles que aprenderam a enfrentar durante os perigos da vida. Há pacientes 
que expressam verbalmente seus temores, outros negam sua existência; 
alguns reagem com hostilidade, outros choram, e assim por diante. 
O profissional de saúde tendo conhecimento de que a reação de uma 
pessoa é geralmente resultado de experiências anteriores, deverá identificar 
suas necessidades, respostas à doença e tratamento e conservar a identidade 
pessoal do paciente chamando-o pelo nome. A identificação e aceitação de 
seus hábitos e atitudes e esforço para ajudá-lo a adaptar-se a situações que 
colocam em perigo sua saúde contribuirão para que conserve sua identidade e 
mostrando-lhe, dessa forma, que o respeita como pessoa, fator essencial para 
que a segurança e a confiança dele sejam reforçadas. 
 
Possuindo amplos conhecimentos fisiopatológicos e psicossociais, o 
técnico juntamente com os outros profissionais de saúde que também cuidam 
desse paciente num perfeito entrosamento, será capaz de identificar ideias 
suicidas dos pacientes sob seus cuidados e tomar as medidas necessárias. 
 
DOENÇA PSICOSSOMÁTICA 
 
A somatização é um transtorno psiquiátrico em que a pessoa apresenta 
múltiplas queixas físicas, localizadas em diversos órgãos do corpo, como dor, 
diarreia, tremores e falta de ar, mas que não são explicadas por nenhuma 
doença ou alteração orgânica. Geralmente, uma pessoa com doença 
psicossomática está frequentemente em consultas médicas ou pronto-socorros 
devido a estes sintomas, e o médico costuma ter dificuldade em encontrar a 
causa. 
Esta situação também é chamada de transtorno de somatização, e é 
comum em pessoas ansiosas e depressivas, por isso, para o adequado 
tratamento é fundamental a realização de psicoterapia, além do 
acompanhamento com o psiquiatra, que poderá indicar medicamentos como 
antidepressivos e ansiolíticos para ajudar a aliviar o problema. 
 
Doenças psicossomáticas mais comuns: 
Cada pessoa pode manifestar fisicamente as suas tensões emocionais em 
diferentes órgãos, podendo simular ou piorar muitas doenças. Os principais 
exemplos são: 
1. Estômago: dor e queimação no estômago, sensação de enjoo, piora de 
gastrites e úlceras gástricas; 
2. Intestino: diarreia, prisão de ventre; 
3. Garganta: sensação de nó na garganta, irritações mais fáceis constantes 
na garganta e amígdalas; 
4. Pulmões: sensações de falta de ar e sufocamento, podendo simular 
doenças pulmonares ou cardíacas; 
5. Músculos e articulações: tensão, contraturas e dores musculares; 
6. Coração e circulação: sensação de dores no peito, que pode, até, ser 
confundido com infarto, além de palpitações, surgimento ou piora da 
pressão alta; 
7. Rins e bexiga: sensação de dor ou dificuldade para urinar, que pode imitar 
doenças urológicas; 
8. Pele: coceira, ardência ou formigamentos; 
9. Região íntima: piora da impotência e diminuição do desejo sexual, 
dificuldade para engravidar e alterações do ciclo menstrual; 
10. Sistema nervoso: crises de dor de cabeça, enxaqueca, alterações da 
visão, do equilíbrio, da sensibilidade (dormências, formigamentos) e da 
motricidade, podendo simular doenças neurológicas. 
 
AUTO-ESTIMA 
É o conjunto de atividades que cada pessoa tem sobre si mesma, uma 
percepção avaliativa sobre si própria, que podem ser positivas ou negativas. 
Apresentam altos e baixos, revelando-se nos acontecimentos sociais, 
emocionais e psico-fisiológicos (psicossomáticos), emitindo sinais detectáveis 
em vários graus. Ninguém deixa de pensar em si mesmo, todos temos 
tendência a nos avaliar, porém o fazemos de um modo diferente, distinto, cada 
um à sua maneira, levando em conta o mundo ao redor. 
São traços do que seria uma auto-estima positiva: ter segurança e 
confiança em si mesmo; procurar a felicidade; reconhecer nossas qualidades 
sem maiores vaidades; não considerar-se superior e nem inferior aos outros; 
saber admitir limitações e aspectos menos favoráveis da personalidade; ser 
aberto e compreensivo; ser capaz de superar os fracassos com categoria; 
saber estabelecer relações sociais saudáveis; ser crítico construtivo; e, 
principalmente, ser coerente e consequente consigo mesmo e com os outros. 
Baixa auto-estima e auto-imagem se constituem em uma doença grave, que 
favorece o egoísmo e tende a criar dependência, minando as relações 
interpessoais. Não é uma regra, mas possuir auto-imagem e auto-estima mais 
positiva, nos deixa bastante mais livre de tensões, frustrações e 
intranquilidades, portanto seríamos capazes de ir mais além. 
 
DESENVOLVIMENTO DA AUTO-ESTIMA. 
Não existe fórmula milagrosa para desenvolver a auto-estima, mas uma 
série de recomendações que

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