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Psicologia Aplicada AULA 1 A psicologia aplicada à enfermagem A psicologia, por se tratar de uma ciência que lida justamente com as questões afetivas do ser humano e suas relações sociais, está diretamente ligada a área de enfermagem e também intimamente relacionada a seus profissionais. É necessário aplicar a psicologia na área de enfermagem para que os futuros profissionais possam aprender e compreender um novo olhar ao estabelecer seu relacionamento com o paciente e também com seus familiares, e não deixar essas práticas somente com o profissional da área de assistência social. O cuidado com o ser humano através da enfermagem se mostra necessário ao se associar à outra área, neste caso a área de psicologia, pois é esse conhecimento que vai ajudar na forma de tratar esse paciente, não apenas nos cuidados básicos como dar banho, realizar a troca de uma roupa, mas sim no contato que o profissional passa a ter com o outro indivíduo, como por exemplo, dar um conselho, orientar, ou simplesmente lhe proporcionar um sorriso. Quando o profissional de enfermagem estabelece essa comunicação com o paciente, usando todo o conhecimento de psicologia que foi introduzido em seu curso, é então criado um vínculo de confiança com esse paciente. E muitas vezes através desse relacionamento o tratamento pode apresentar melhores resultados e uma recuperação mais satisfatória. História da Psicologia O termo psicologia foi encontrado pela primeira vez em livros filosóficos do século 16. Foi formada de duas palavras gregas: ‘psique’ (alma) e “logos” (Doutrina). Por alma, entende-se o princípio subjacente de todos os fenômenos da vida mental e espiritual. As ideias modernas sobre mente e seu funcionamento foram derivadas da filosofia grega. Uma das primeiras pedras na base da psicologia como ciência foi colocada pelo médico do grego clássico Alcmeão de Crotona no século 6 aC, que propõe que, a “vida mental é uma função do cérebro”. Esta ideia fornece uma base para entender a psique humana até hoje. Os outros filósofos gregos notáveis são Hipócrates (460-370 aC), Sócrates (469-399 aC), Platão (428 / 7- 348 aC) e Aristóteles (384-322 aC) Hipócrates, conhecido como o pai da medicina, classifica as pessoas em 4 tipos com base nos humores corporais, fleumático (fleuma), sanguíneo (sangue), melancólico (bile negra), colérico (bile amarela) e fleumático (catarro). Sócrates reconhecia a mente também, além da alma. Ele tinha analisado as atividades da mente na forma de pensamento, imaginação, memória e sonhos. Além disso, seus alunos Platão e Aristóteles reforçaram e continuaram a ideia de Sócrates. No entanto, eles não têm muita crença na existência da alma. Então, eles enfatizaram a capacidade de raciocínio do homem e chamaram o ser humano de animal racional. Gradualmente à medida que a perspectiva científica foi desenvolvida, filosofia começou a perder sua proeminência, assim também a alma. Em seguida, a psicologia foi definida como “o estudo da mente’. A palavra mente era menos misteriosa e vaga do que a alma e, portanto, esta definição foi continuada por algum tempo. Psicologia surgiu como uma disciplina científica pelo estabelecimento do primeiro Instituto de Psicologia em 1879, em Leipzig, na Alemanha, por Wilhelm Wundt (1832-1920). É aqui que os primeiros psicólogos profissionais adquiriram as competências de trabalho experimental para estudar a mente. Wundt centrou suas experiências nas experiências conscientes e ele substituiu o conceito de espírito por consciência. Ele adotou o método de “Introspecção“. Decorrido tempo, o desenvolvimento da Psicologia como uma ciência independente tem ímpeto. Os psicólogos começaram rejeitando os diferentes métodos e abordagens baseadas em especulações e tentaram fornecer base científica para o assunto. Esses esforços resultaram no surgimento de diferentes escolas de pensamento como o estruturalismo, o funcionalismo, Behaviorismo, gestaltismo, Psicanálise, Escola humanista, etc. A formulação destas escolas tem levado a várias abordagens para entender o comportamento em suas próprias maneiras. Estruturalismo: Esta escola centrou a sua atenção para estudar as experiências conscientes, estrutura do cérebro e sistema nervoso que são responsáveis por tais experiências. O destaque entre os estruturalistas foi EB Titchener (1867-1927) um psicólogo britânico que considerava psicologia como ciência da Consciência. Estruturalismo tentou analisar os três elementos básicos da consciência: sensações, sentimentos e imagens e, desta forma fez um estudo sistemático da mente, analisando sua estrutura e, portanto, foi nomeado como estruturalismo. Funcionalismo : Funcionalismo foi iniciado por William James (1842-1910), o pai da psicologia americana. Os outros psicólogos importantes que pertenciam a esta escola foram John Dewey, James Angell, etc. Funcionalistas defendiam o funcionamento da mente como um aspecto importante. Segundo eles a mente vai sempre ajudar a pessoa a se adaptar a seu meio ambiente. Eles foram influenciados pela teoria da evolução e biologia de Darwin. Psicologia da Gestalt: Behaviorismo: Esta escola de pensamento foi iniciada por JB Watson (1878-1958). Os outros psicólogos notáveis incluem Thorndike, Pavlov, Skinner, Tolman, Hull, etc. Watson definiu a psicologia como ciência do comportamento do organismo. Ele concentrou sua atenção no estudo do comportamento observável e rejeitou as forças internas invisíveis da mente. Watson rejeitou o método de introspecção como não confiável e não-científico e defendeu o método de observação e verificação. Behaviorismo enfatizou os reflexos condicionados como elementos de comportamento. De acordo com Watson reflexos condicionados são respostas aprendidas aos estímulos. Ele enfatizou a necessidade de observação com objetivo de estudar o comportamento humano e animal. Psicologia foi concentrando-se principalmente sobre a psique humana normal, até a chegada de Sigmund Freud (1856-1939), que fundou a Escola de Psicanálise. Esta teoria surgiu a partir da história clínica dos doentes mentais. Freud desenvolveu sua teoria baseada na motivação inconsciente. Ele inclui diferentes conceitos como comportamento consciente, subconsciente e inconsciente, estrutura da psique, a repressão, a catarse, o desenvolvimento psicossexual da criança, libido, análise de sonhos, etc., que ajudam a analisar o comportamento humano integral, especialmente do ponto de vista do entendimento do comportamento anormal. Psicologia Humanista: Esta escola de pensamento foi desenvolvida por psicólogos como Abraham Maslow, Carl Rogers, Rollo May, Gorden Allport, etc. A psicologia humanista dá mais valor ao ser humano. Humanistas acreditavam que o comportamento é controlado pela nossa própria vontade e não pelo inconsciente ou pelo ambiente. Eles estavam mais interessados em resolver o problema humano do que em experimentos de laboratório. Humanistas esperam que cada pessoa alcance seu pleno potencial e alcance a auto-realização. Como foi dito, a história da psicologia é muito curta. Mas dentro desta curta duração de cerca de 150 anos, muitos psicólogos contribuíram com o seu conhecimento para fazer psicologia uma ciência. Psicologia do senso comum Psicologia do senso comum é o conjunto de teorias que cada pessoa tem a respeito de como o ser humano funciona. Essas teorias e convicções estão profundamente arraigadas no ser humano e servem de base para as decisões que as pessoas tomam no dia-a-dia. Ex:Psicologia usada justamente nessas situações do meu cotidiano, com amigos, colegas de trabalho, que observo o quanto as pessoas usam esses termos, como “menina histérica”, “ficar neurótico”. Termos definidos pela psicologia científica. Comportamento O comportamento é um termo que caracteriza toda e qualquerreação do indivíduo, animal, órgão ou instituição perante o meio em que está inserido. Ele trata da forma que as pessoas ou organismos procedem perante os estímulos em relação ao entorno, mas também podem ser realizados de acordo com as diversas convenções sociais existentes, onde a sociedade espera que as pessoas devem agir de acordo com os padrões em determinadas situações. Do ponto de vista psicológico, o comportamento é o modo de agir do ser humano perante o seu ambiente. Quando uma pessoa possui um tipo de padrão estável, falamos então que esta pessoa apresenta uma conduta. A Psicologia é a área que se dedica em estudar os fenômenos do comportamento humano. O Behaviorismo é a parte específica que tem o comportamento como objeto de estudo. Portanto, existem diversos modos do comportamento humano que podem variar com as circunstâncias em que eles são realizados. O comportamento consciente é aquele realizado logo após um processo de pensamento, como quando cumprimentamos alguém que conhecemos ao encontrar com esta pessoa na rua. Já o comportamento inconsciente é toda atitude que realizamos sem parar para refletir sobre ela. O comportamento privado é a ação realizada quando se está sozinho ou na intimidade do lar, não precisando se sujeitar aos olhares indiscretos das outras pessoas, diferente do comportamento público, que é a ação feita na presença de outros seres humanos ou em espaços partilhados com outras pessoas. É possível também valorizar um comportamento sendo bom ou mau, dependendo da situação em que ele é realizado dentro das normas sociais estabelecidas, como por exemplo, quando uma criança desobedece uma ordem dos seus pais, eles normalmente podem repreendê-lo por seu comportamento não estar dentro dos padrões adotados por eles, o que conhecemos então como castigo ou punição. Este mecanismo de punição ou recompensa por uma determinada atitude relaciona-se com o processo de comportamento operante. Neste processo é feita uma associação entre o comportamento e a consequência para este comportamento, como quando um rato de laboratório, ao pressionar um botão azul, recebe uma bolinha de comida e ao pressionar um botão vermelho, ele recebe um choque elétrico. Ele então aprende a pressionar o botão azul e a evitar o botão vermelho. O termo comportamento também pode ser substituído por sinônimos como desempenho, prática, hábito, conduta, maneiras, ação, entre outros. Comportamento Organizacional O comportamento também pode estar relacionado com a forma como se comportam as pessoas no ambiente de trabalho e a influência destes comportamentos no clima da empresa. É o chamado comportamento organizacional. Ele aborda o conjunto de comportamentos e atitudes praticadas pelos funcionários de uma organização, de todos os níveis de cargo. Comportamento do Consumidor Este é um importante segmento da área de Marketing, que analisa os fatores que levam o consumidor a efetuar ou não uma determinada compra de produto ou serviço. Ele utiliza e combina técnicas e elementos ligados às áreas de Psicologia, Economia, Sociologia para compreender o processo que leva o indivíduo a comprar o produto ou serviço, seja sozinho ou em grupo. Stress O stress é uma resposta fisiológica e comportamental normal a algo que aconteceu ou está para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba o nosso equilíbrio. Quando nos sentimos em perigo real ou imaginado, as defesas do organismo reagem rapidamente, num processo automático conhecido como reação de "luta ou fuga” ou de “congelamento", é a resposta ao stress. Inicialmente, o stress pode ser positivo, contudo para além de um certo nível, este deixa de ser proveitoso e começa a prejudicar gravemente a saúde, a alterar o humor, a produtividade, os relacionamentos e a qualidade de vida, em geral. São as diferentes fases do stress A vida moderna é cheia de dificuldades, prazos, frustrações e exigências. Para muitas pessoas o stress é tão comum que se tornou, quase, um modo de vida. Mesmo de curta duração, o stress pode ter impacto no organismo. O stress agudo causado por uma desavença com o seu cônjuge ou por um evento mais dramático como um terremoto, um acidente, entre outros, pode assumir um impacto ainda maior. Quando sujeito a períodos mais longos, o stress pode tornar-se crónico ou atingir uma situação limite, conhecida como burnout. Tipos Podemos identificar dois tipos de stress: O stress positivo e negativo. Fases de stress A fase positiva (stress positivo) também é conhecida como eustress e a fase negativa (stress negativo) como distress. Ou seja, o stress nem sempre é negativo. Em pequenas doses, pode ajudar-nos a trabalhar sob pressão e motiva-nos a fazer o nosso melhor. Pelo contrário, quando atinge níveis elevados, o corpo e a mente pagam o seu preço. Stress positivo O stress positivo ajuda-o a manter-se centrado no objetivo que pretende alcançar, enérgico e alerta. Durante uma apresentação estimula a sua concentração ou pode levá-lo a estudar para um exame quando já está cansado e preferia estar a realizar outra atividade, em alternativa. Em situações de emergência, pode salvar-lhe a vida, dando-lhe a força extra para se defender, mobilizando-o a agir. Na verdade, ele protege-nos, em muitos casos, preparando o corpo para reagir rapidamente a situações adversas. Esta resposta automática de “luta ou fuga” ajudou a garantir a sobrevivência do Homem quando o ambiente exigiu reações físicas rápidas em resposta às ameaças, como as dos animais predadores. Confrontado com o perigo, o corpo entra em ação, inundando-o com hormonas (hormonas do stress) que elevam os batimentos cardíacos, aumentam a pressão sanguínea, aumentam a energia e preparam-nos para lidar com o problema. Além disso, o stress não surge apenas em consequência de acontecimentos desagradáveis. Acontecimentos positivos, mas que constituem uma mudança significativa na nossa vida, como por exemplo casar, uma nova atividade profissional, uma gravidez, mudança de casa ou cidade, etc, também nos podem deixar tensos e provocar stress e ansiedade. O problema nos tempos modernos é que a resposta ao stress é acionada regularmente pelo nosso organismo, embora as nossas vidas não estejam em perigo, e a exposição crónica às hormonas do stress pode prejudicar o organismo Nível de stress O nível de stress varia de pessoa para pessoa. Ou seja, o que é stressante para determinada pessoa (muito stress), pode não o ser para outra e o que parece resultar como atenuante do stress numa pessoa pode não ser eficaz com outra. O stress pode causar danos generalizados, por isso, é importante conhecermos as suas diferentes fases e o nosso próprio limite. Algumas pessoas são capazes de desmoronar perante um obstáculo ou frustração, enquanto outras parecem prosperar sobre a emoção e o desafio de um estilo de vida de alto stress. A capacidade do indivíduo o tolerar depende de muitos fatores, incluindo a qualidade dos seus relacionamentos, a sua visão geral sobre a vida, a sua inteligência emocional e a própria genética. É importante aprender a reconhecer quando o nível de stress está fora do seu controlo e é entendido por si como ultrapassando os seus recursos disponíveis, físicos e psicológicos. É importante saber reconhecê-lo e efetuar uma boa gestão do stress, de forma a minimizar o problema. Stress - sintomas Os sintomas de stress são a forma que o nosso organismo encontra para nos informar das alterações a que está a ser sujeito. Certamente que já sentiu as mãos transpiradas ou o seu coração a bater mais depressa, antes de efetuar uma apresentação ou participar numa reunião importante ou até enquanto visualiza um filme de terror. Estes são alguns dos sintomas de stress na pele e no coração, mas muitos outros afetam o nossocorpo (sintomas físicos) e mente (sintomas psicológicos). Desde o stress positivo até pressentirmos muito stress, passando por um stress excessivo ou stress agudo, tudo são fases em que os sintomas de stress e ansiedade vão-se agravando com o decorrer do tempo. Saber reconhecer quais os sintomas em cada uma das fases é de primordial importância, uma vez que, a tendência é que se nada for feito em contrário, o stress irá agravar-se com o decorrer do tempo, podendo desencadear graves consequências para a nossa saúde. Inicialmente os sintomas podem ser ténues, mas quando o stress causa diarreia, dor no peito, queda de cabelo, manchas na pele, dor de barriga, dor nas costas, tonturas, entre outros sintomas exuberantes, então estamos seguramente perante uma severa ameaça à sua saúde e degradação da qualidade de vida. Hoje, reconhece-se que o cérebro e todas as suas estruturas são responsáveis pelo processamento das sensações, cognições, sentimentos e movimentos. A nível anatómico, o ser humano é composto por vários sistemas tais como: nervoso, gastrointestinal, circulatório, respiratório, tegumentar, muscular, urinário, endócrino, imune, esquelético, reprodutor e outros. Deste modo, o cérebro ao processar e a interpretar toda a informação poderá, em certas situações, aumentar o ritmo cardíaco, provocar respostas electro-dérmicas (o aumento da humidade nas mãos ou testa), aumentar a tensão muscular (os músculos ficam mais rijos) e elevar o estado de concentração. Este processamento é efetuado sem intervenção do próprio indivíduo e, por vezes, é um ato inconsciente, onde é apenas consciencializado quando há uma reação fisiológica. Por vezes, as reações do sistema fisiológico são tão claras que temos plena consciência que o nosso corpo está a reagir ao que está acontecer à nossa volta ou ao que estamos a pensar. A forma como estas reações fisiológicas são levadas a cabo são comuns em todos os indivíduos, o que é diferente é a forma como são ativadas, pois dependem, sobretudo, da forma como interpretamos o mundo à nossa volta, do nosso estilo de vida, da experiência passada, da nossa inteligência emocional, da saúde mental, etc. Stress mental Os sintomas de stress emocional são, vulgarmente, os que se seguem: Cansaço mental; Perda de memória; Falta de concentração; Apatia e desânimo (pensamentos negativos); Ansiedade; Preocupação excessiva; Alterações no humor (mau humor constante, ou mais frequente); Irritabilidade excessiva (a pessoa sente-se frequentemente irritada); Agitação psicomotora, incapacidade de relaxar; Sentimentos de estar sobrecarregada ou sobrecarregado; Sentimento de solidão e isolamento (isolar-se dos outros); Depressão ou tristeza; Negligenciar responsabilidades, evitar situações; O uso de café, álcool, tabaco ou drogas para tentar relaxar. Stress - sintomas físicos Os sintomas físicos do stress são, geralmente, os seguintes: Sensação de cansaço; Dor de costas, dor muscular; Diarreia ou obstipação (prisão de ventre); Dor na barriga (estômago); Azia; Tensão arterial alta; Tonturas e náuseas; Dor de cabeça; Dor no peito; Frequência cardíaca mais acelerada (taquicardia); Perda do desejo sexual (falta de desejo); Alergias e constipações frequentes; Alterações no apetite (comer muito ou falta de apetite); Perturbações do sono (excesso de sono, dificuldade em dormir - sem sono); Tiques nervosos (roer as unhas, por exemplo); Queda de cabelo; Alteração dos níveis de colesterol e triglicerídeos; Alterações na menstruação; Mãos transpiradas; Herpes. Causas do stress Identificar as causas do stress é uma importante forma de nos prepararmos melhor para o combater. As situações e pressões indutoras de stress são conhecidas como stressores. Geralmente, vemos o stress como sendo algo de negativo que nos acontece: como um horário de trabalho cansativo ou uma relação complicada. No entanto, acontecimentos positivos, tais como: casar, comprar uma casa, ir para a faculdade, ou até receber uma promoção também podem estar na sua origem. Obviamente, o stress não é causado exclusivamente por fatores externos. Ele pode ser auto-gerado, por exemplo, quando nos preocupamos, excessivamente, com algo que pode ou não vir a acontecer, pensamentos pessimistas sobre a vida, isto também pode constituir uma fonte de stress. As causas do stress também dependem da perceção que temos dele. Algo que é stressante para uma pessoa pode não o ser para outra. Causas de stress externas Stress no trabalho (stress profissional); Problemas financeiros; Grandes mudanças na vida; Problemas familiares; Etc. Causas de stress internas Padrão de comportamento ansioso (stressada / stressado); Preocupação constante; Pessimismo; Expectativas irreais / perfeccionismo; Pensamento rígido, falta de flexibilidade; Atitudes de “tudo ou nada”. O primeiro passo a tomar para dominar os seus indutores (causas) de stress, é identificá-los. Existem diferentes tipos de fatores, a saber: Fatores emocionais, que são também denominados como fatores internos, incluindo medos e ansiedades, bem como certos traços de personalidade (tais como perfeccionismo, pessimismo, desconfiança ou uma sensação de impotência ou falta de controle sobre a própria vida) que podem distorcer o nosso pensamento ou a nossa percepção dos outros. Fatores familiares podem incluir mudanças no nosso relacionamento, problemas financeiros, lidar com uma criança difícil ou um adolescente rebelde ou experimentar a síndrome do ninho vazio (quando os filhos se autonomizam e deixam a casa dos pais). Fatores sociais surgem nas nossas interações pessoais e podem incluir encontros, festas e falar em público. Fatores químicos são aqueles que se prendem com o uso de algum tipo de droga: como o álcool, a nicotina, a cafeína ou tranquilizantes. Fatores relacionados com a tomada de decisões importantes: tais como a escolha de uma carreira ou de um companheiro. Fatores fóbicos, são aqueles que dizem respeito, por exemplo, ao medo de andar de avião ou estar em espaços apertados, medo de agulhas, entre outros. Fatores físicos são situações que sobrecarregam o nosso organismo e não acautelam as nossas necessidades básicas, de sono ou alimentação, por exemplo; como trabalhar longas horas sem dormir e stress no trabalho, privando-se de alimentos saudáveis ou em ter que estar em pé durante todo o dia. Podem também incluir a gravidez, síndrome pré-menstrual, ou a prática de exercício em demasia. Stressores de doenças são os produtos resultantes de problemas de saúde a longo ou curto prazo. Fatores relacionados com a dor, podem incluir dor aguda ou dor crónica, também são situações stressantes. Fatores ambientais incluem o ruído, o trânsito, a poluição, a falta de espaço, muito calor ou muito frio, são também motivo para agudizar o problema. Stress no trabalho O stress no trabalho é causado pelas pressões que ocorrem no local de trabalho (ou em casa, se é lá que nós trabalhamos). Elas podem incluir prazos apertados, um chefe imprevisível, ou tarefas intermináveis. O stress no trabalho ou stress profissional é hoje em dia uma importante causa num mundo cada vez mais preocupado com o lucro das empresas e organizações, aumentando a pressão sobre os trabalhadores. Esta pressão vai, muitas vezes, para além do que é razoável, fazendo do local de trabalho uma fonte geradora de muito stress. Stress crônico O stress crônico perturba quase todos os sistemas do seu organismo, sendo os sintomas de stress crónico ainda mais exacerbados. A exposição prolongada ao stress (crônico) pode levar a sérios problemas de saúde. O corpo não faz distinção entre as ameaças físicas e as psicológicas. Quando estamos stressados devido a uma agenda repleta, uma discussão com um colega,um engarrafamento no trânsito ou uma montanha de contas, o seu corpo reage tão fortemente como se estivesse diante de uma situação de vida ou de morte. Como já vimos, se temos muitas responsabilidades e preocupações, a nossa resposta ao stress de emergência pode ser "ligado" a maior parte do tempo. O sistema de stress do seu corpo é ativado, o mais difícil é desligá-lo. Ele pode aumentar a pressão arterial, suprimir o sistema imunológico, aumentar o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, contribuir para a infertilidade e acelerar o processo de envelhecimento. O Stress crónico pode até reprogramar o cérebro, deixando-o mais vulnerável à ansiedade e depressão. Quando o stress começa a interferir com a sua capacidade de viver uma vida normal por um período prolongado, torna-se perigoso. Quanto mais tempo o stress durar, pior tanto para a mente como para o corpo. Podemos sentirmo-nos cansados, incapazes de nos concentrarmos ou irritados sem uma boa razão, por exemplo. Nesta fase é provocado um grande desgaste no seu corpo. O stress pode agudizar os problemas existentes. O stress também pode causar doenças, sejam elas provocadas por alterações bioquímicas que ocorram no seu organismo ou por padrões de comportamento pouco saudáveis: comer em excesso, tabagismo, entre outros hábitos. São as consequências do stress. Consequências do stress Perceber as consequências do stress, é uma importante forma de nos consciencializarmos para o combater. São várias as consequências do stress no nosso corpo provocadas pelas alterações que este induz no nosso organismo. Considera-se, hoje em dia, o stress psicológico como um fator importante numa variedade de sintomas físicos e processos de doenças. Por exemplo, a investigação clínica sugere que uma larga maioria das doenças estão relacionadas com a exposição prolongada ao stress. As evidências mostram como o stress crónico pode reduzir a imunidade e tornar as pessoas suscetíveis a infeções. Por outro lado, as estratégias de redução de stress, como a meditação, o relaxamento e os exercícios, ajudam a reverter esse efeito e a prevenir a doença. Na presença de stress, as consequências físicas não se ficam por aqui, pois este contribui para o desenvolvimento de doença cardíaca e para o aumento da tensão arterial. Os médicos descobriram que muitas doenças da pele, como urticária e eczema, estão relacionadas com o stress. O stress é pensado como sendo uma causa comum de dor e problemas de saúde, como dores de cabeça, dores nas costas, dores de barriga (estômago), diarreia, perda de sono e perda do desejo sexual. O stress também parece contribuir para estimular o apetite e aumento de peso (engorda) ou provocar o efeito inverso (emagrece), entre muitas outras consequências. A melhor maneira de evitar o stress é saber identificar as causas, perceber os sinais e sintomas, conhecer os riscos e consequências para a saúde e consciencializar-se para uma atitude anti stress. Stress burnout O stress burnout é uma situação limite onde existe stress de tal forma excessivo que podem daí advir graves consequências para a saúde. Com a pressão do dia-a-dia e o ritmo acelerado em que vivemos muitos de nós, cheios de responsabilidades profissionais e familiares, não é de admirar que, por vezes, nos sintamos stressados ao limite, perdendo o controlo das nossas vidas. Às vezes, a gestão do stress não é suficiente. Se tem dificuldade em gerir o stress, pode precisar de ajuda extra. Nesse caso procure um especialista que o ajude no controlo dos seus níveis de stress. De modo a evitar esta situação limite (burnout) saiba identificar as causas e tenha uma atitude anti stress, rumo a uma vida mais saudável. Todos nós temos que conviver com o stress, mas se não for travado pode, profundamente, afetar tanto a mente como o corpo. Felizmente, se agirmos atempadamente podemos controlar a nossa vida, gerindo o stress e efeitos no organismo. Se, por outro lado, deixarmos evoluir o problema podemos aí sim, enfrentar uma situação complicada, onde ajuda dos profissionais de saúde é indispensável. Stress - tratamento Não é possível encontrar um tratamento milagroso para o stress. Cada pessoa possui mecanismos próprios para lidar com o stress, nesse sentido não existe uma receita padrão que sirva a todos, para combater o stress. O combate ao stress passou a ser nos tempos modernos de primordial importância, pois o stress excessivo apoderou-se do nosso quotidiano. A gestão do stress deve ser encarada seriamente como uma forma de simultaneamente melhorarmos a nossa condição de saúde e melhorarmos a nossa qualidade de vida. Não existe nenhum tratamento que nos permita acabar com o stress. Falar em tratamento para o stress não é, por isso, a expressão mais feliz, pois o seu combate ou alívio é uma guerra interminável, fundamentalmente nos tempos modernos. Se eliminar o stress não é possível, devemos aprender a efetuar a sua gestão, ou seja, efetuar o combate ao stress de uma forma eficaz e duradoura (são as formas ou estratégias de combate). Como combater o stress? De forma a combater ou aliviar o stress, parta sempre deste princípio: Evitar; Alterar; Adaptar/Aceitar 1 - Aprenda a evitar o stress desnecessário. Nem todo o stress pode ser evitado, mas se aprender a dizer não, a distinguir "deveres" de "obrigações" na lista de coisas a fazer, pode eliminar muitos fatores de stress. Identificar as causas é um primeiro passo importante. 2 - Alterar a situação. Se não podemos evitar uma situação stressante, devemos tentar alterá-la e lidar com os problemas de cabeça erguida, em vez de guardarmos sentimentos negativos, aumentando o stress. 3 - Adaptar-se ao fator causador de stress. Quando não podemos mudar o fator de stress, como é o caso de uma doença, devemos tentar mudarmo-nos a nós próprios e a visão que temos sobre a situação que enfrentamos. Reformular os problemas ou concentrarmo-nos nas coisas positivas da vida. Devemos aceitar as coisas que não podemos mudar. Haverá sempre fatores de stress na vida que não podemos alterar. Aprenda a aceitar o inevitável, em vez de protestar contra uma situação e torná-la stressante. Olhemos para o lado positivo da situação, mesmo nas circunstâncias mais stressantes pode ser uma oportunidade de aprendizagem ou crescimento pessoal. Aprenda a aceitar-se, com o seu potencial e limitações. Moral Numa breve definição de moral, podemos dizer que se trata do conjunto de valores, de normas e de noções do que é certo ou errado, proibido e permitido, dentro de uma determinada sociedade, de uma cultura. Como sabemos, as práticas positivas de um código moral são importantes para que possamos viver em sociedade, fato que fortalece cada vez mais a coesão dos laços que garantem a solidariedade social. Do contrário, teríamos uma situação de caos, de luta de todos contra todos para o atendimento de nossas vontades. Assim, moral tem a ver com os valores que regem a ação humana enquanto inserida na convivência social, tendo assim um caráter normativo. A moral diz respeito a uma consciência coletiva e a valores que são construídos por convenções, as quais são formuladas por uma consciência social, o que equivale dizer que são regras sancionadas pela sociedade, pelo grupo. Segundo Émile Durkheim, um dos pensadores responsáveis pela origem da Sociologia no final do século XIX, a consciência social é fruto da coletividade, da soma e inter- relação das várias consciências individuais. Dessa forma, as mais diferentes expressões culturais possuem diferentes sistemas morais para organização da vida em sociedade. Prova disso está nas diferenças existentes entre os aspectos da cultura ocidental e oriental, em linhas gerais. Basta avaliarmos o papel social assumido pelas mulheres quando comparamos brasileiras e afegãs, assim como aquele assumido pelos anciãos nas maisdiferentes sociedades, o gosto ou desinteresse pela política. Devemos sempre ter em mente que a moral, por ser fruto da consciência coletiva de uma determinada sociedade e cultura, pode variar através da dinâmica dos tempos. Ao partirmos então da ideia de que a moral é construída culturalmente, algumas “visões de mundo” ganham status de verdade entre os grupos sociais e, por isso, muitas vezes são “naturalizadas”. Essa naturalização de uma visão cultural é o que dificulta conseguirmos distinguir entre juízo de fato (análise imparcial) e de valor (fruto da subjetividade), o que pode ser uma armadilha que nos leva ao desenvolvimento de preconceitos em relação ao que nos é estranho e diferente. Considerar o outro ou o próximo é um aspecto fundamental à moralidade. Dessa forma, uma preocupação constante no debate sobre ética e moral se dá no sentido de evitar a violência em todas as suas possíveis expressões (física ou psíquica), bem como o caos social. Os valores éticos (ou morais) se oferecem, portanto, como expressão e garantia de nossa condição de seres humanos ou de sujeitos racionais e agentes livres, proibindo moralmente a violência e favorecendo a coesão social, isto é, a “ligação” entre as pessoas em sociedade. Porém, considerando-se que o código moral é constituído pela cultura, a violência não é vista da mesma forma por todas as culturas. Numa cultura, ao definir o que é mau ou violento, automaticamente defini-se o que é bom. Logo, a noção de violação, profanação e discriminação variam de uma cultura para outra. Contudo, em todas se tem a noção do que é a violência Caráter Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e coerência de atitudes. O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vão determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter. Os seus valores e firmeza moral definem a coerência das suas ações, do seu procedimento e comportamento. Uma pessoa conhecida como "sem caráter" ou "mau caráter", geralmente é qualificada como desonesta, pois não apresenta firmeza de princípios ou de moral. Por outro lado, uma pessoa "de caráter" é alguém com formação moral sólida e incontestável. O caráter quando é forte, não se deixa levar por alguma proposta de uma via mais fácil para a realização de algo. Mesmo se naquele momento parece ser o melhor caminho a seguir, é o caráter que vai determinar a escolha do indivíduo. "A caráter" é uma expressão que significa conforme a época e ao lugar, rigorosamente como a moda deve ser. Mau-caráter Mau-caráter é um adjetivo que qualifica o indivíduo que apresenta um caráter negativo, duvidoso, capaz de praticar atos desleais, maldosos e traiçoeiros. Uma pessoa mau-caráter não é considerada confiável e honesta. A forma correta de escrever esta palavra é mau-caráter. A grafia "mal- caráter" ou "mal caráter" está errada e não existe na língua portuguesa. O plural de mau-caráter é maus-caracteres. Um indivíduo mau-caráter é aquele que age com mau-caratismo, ou seja, de acordo com um comportamento moralmente incorreto, baseado na falsidade e deslealdade e com ausência de escrúpulos. Exemplo: "O mau-caráter do político faz com que seja corrupto". O mau-caráter é o oposto da pessoa que tem caráter (um bom caráter), ou seja, um comportamento honesto, correto, firme, e que se baseia em outras qualidades que seguem uma moralidade.
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