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Indaial – 2021 Práticas de Geração, transmissão e distribuição de enerGia elétrica 1a Edição Sagah Educação S.A. Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Sagah Educação S.A. Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Conteúdo produzido: Copyright © Sagah Educação S.A. Impresso por: aPresentação Prezado acadêmico, bem-vindo à disciplina Práticas de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica. Você, acadêmico da Educação a Distância, deve saber que existem fatores importantes para um bom desempenho: disciplina, organização e um horário de estudos predefinido para se obter o sucesso. Na sua caminhada acadêmica, você é quem faz a diferença. Como todo texto técnico, por vezes, denso, você necessitará de papel, lápis, borracha, calculadora científica e muita concentração. Lembre-se de que o estudo é algo primoroso. Aproveite essa motivação para iniciar a leitura do livro didático. Este livro está dividido em três unidades, que abordam diferentes aspectos dos circuitos e das aplicações com amplificadores operacionais. Na Unidade 1, você estudará o desenvolvimento da sociedade e o aumento da sua dependência das fontes de energia, além de analisar algumas das principais formas de produção de energia. Na Unidade 2, serão abordados os tipos e as aplicações das fontes de energia renováveis e não renováveis e, ainda, será feita uma análise acerca dos equipamentos e dos procedimentos de medição de energia elétrica. Finalmente, na Unidade 3, será apresentado a respeito do fornecimento de energia em diversos níveis de tensão, microgeração, fluxo de carga e análise das linhas de tensão. Apesar deste livro ser um material destinado à formação geral para os cursos de Engenharia, é importante que você, prezado acadêmico, tenha estudado, previamente, alguma disciplina acerca dos Circuitos Elétricos e da Eletrônica Básica, pois diversos temas serão abordados aqui de maneira superficial, considerando que estes já sejam do seu entendimento. Estimamos que, ao término deste estudo, você tenha agregado, a sua experiência de acadêmico, um mínimo de entendimento dos circuitos e das aplicações, envolvendo o uso de amplificadores operacionais, a fim de lidar com esse tema de forma satisfatória nas áreas acadêmica e profissional. Destaca-se, ainda, a necessidade do contínuo aprimoramento através de atualizações e do aprofundamento dos temas estudados. Bons estudos! Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA..................................................... 1 TÓPICO 1 — EVOLUÇÃO URBANA, MEIO AMBIENTE E ENERGIA ..................................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 TIPOS DE ENERGIA E SEU USO AO LONGO DA HISTÓRIA ............................................... 3 3 ENERGIA E CIDADE ......................................................................................................................... 8 4 AS FONTES RENOVÁVEIS DE GERAÇÃO DE ENERGIA .................................................... 10 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 16 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 17 TÓPICO 2 — SISTEMAS E MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ............................... 21 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 21 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA E MÉTODOS UTILIZADOS .......................... 21 2.1 ENERGIA HIDRÁULICA ............................................................................................................ 22 2.2 ENERGIA TERMELÉTRICA ....................................................................................................... 23 2.3 ENERGIA NUCLEAR .................................................................................................................. 25 2.4 ENERGIA EÓLICA ....................................................................................................................... 25 2.5 ENERGIA SOLAR ......................................................................................................................... 26 3 DIFERENÇAS ENTRE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ..................................... 27 4 FONTES DE ENERGIA .................................................................................................................... 28 4.1 AS FONTES RENOVÁVEIS ........................................................................................................ 29 4.2 AS FONTES NÃO RENOVÁVEIS .............................................................................................. 30 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 32 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 33 TÓPICO 3 — ENERGIA EÓLICA, NUCLEAR, SOLAR E GEOMÉTRICA – HIDROELÉTRICAS .................................................................................................... 35 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 35 2 A GERAÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE ENERGIA ....................................................... 35 2.1 GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA ........................................................................................... 36 2.2 GERAÇÃO DE ENERGIA HÍDRICA ........................................................................................ 36 2.3 GERAÇÃO DE ENERGIA NUCLEAR ......................................................................................37 2.4 GERAÇÃO DE ENERGIA GEOTÉRMICA ............................................................................... 38 2.5 GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR ............................................................................................. 39 3 GERAÇÃO DE ENERGIA: ASPECTOS AMBIENTAIS ............................................................. 39 3.1 ASPECTOS DA GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA .............................................................. 40 3.2 ASPECTOS DA GERAÇÃO DE ENERGIA HÍDRICA ............................................................ 42 3.3 ASPECTOS DA GERAÇÃO DE ENERGIA NUCLEAR.......................................................... 42 3.4 ASPECTOS DA GERAÇÃO DE ENERGIA GEOTÉRMICA .................................................. 43 3.5 ASPECTOS DA GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR ................................................................ 43 4 O USO DA PRODUÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS ........................................................ 44 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 48 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 53 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 54 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 56 UNIDADE 2 — FONTES DE ENERGIA .......................................................................................... 59 TÓPICO 1 — ENERGIA SOLAR E OUTRAS FONTES DE ENERGIA ..................................... 61 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61 2 FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEIS E NÃO RENOVÁVEIS ............................................. 61 3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ENERGIA SOLAR .................................................... 63 4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA APLICABILIDADE DE OUTRAS FONTES DE ENERGIA NAS EDIFICAÇÕES ............................................................................. 66 5 A BIOMASSA COMO FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA .............................................. 67 6 A APLICAÇÃO DE CÉLULAS COMBUSTÍVEIS ....................................................................... 69 6.1 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO .................................................................................................... 71 7 O HIDROGÊNIO COMO FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA ........................................ 72 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 74 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 75 TÓPICO 2 — VISÃO GERAL DE CIRCUITOS E DE SISTEMAS ELÉTRICOS ..................... 77 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77 2 SISTEMAS DE SINAL DE BAIXA TENSÃO ............................................................................... 77 3 CIRCUITO DE CAMPAINHA ........................................................................................................ 79 4 CONCEITOS DE MEDIÇÃO DE POTÊNCIA E ENERGIA ..................................................... 81 5 INSTRUMENTOS PARA MEDIÇÃO DE POTÊNCIA E ENERGIA....................................... 84 6 TÉCNICAS DE MEDIÇÃO DE POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA EM CORRENTES ALTERNADAS ................................................................................................. 87 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 92 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93 TÓPICO 3 — TIPOS DE SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO ........................................................... 95 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95 2 SISTEMAS ELÉTRICOS DE ALIMENTAÇÃO .......................................................................... 95 2.1 GERAÇÃO ..................................................................................................................................... 97 2.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 98 2.3 DISTRIBUIÇÃO ............................................................................................................................ 99 3 HISTÓRICO DOS SISTEMAS ELÉTRICOS DE ALIMENTAÇÃO ...................................... 100 3.1 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS NO BRASIL E AS NORMAS PARA BAIXA TENSÃO ...... 102 4 ELEMENTOS DOS SISTEMAS ELÉTRICOS DE ALIMENTAÇÃO ..................................... 102 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 105 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 107 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 108 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 110 UNIDADE 3 — ANÁLISE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA ...................... 113 TÓPICO 1 — CRITÉRIOS DE ALIMENTAÇÃO PELAS CONCESSIONÁRIAS E MICROGERAÇÃO DISTRIBUÍDA ................................................................... 115 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115 2 FORNECIMENTO DE ENERGIA ................................................................................................ 116 3 TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA .............................................................................. 118 4 TRANSFORMADORES REDUTORES DE TENSÃO .............................................................. 121 5 O QUE É MICROGERAÇÃO DISTRIBUÍDA? ......................................................................... 123 5.1 MODELO FEED-IN .................................................................................................................... 124 5.2 MODELO NET METERING ...................................................................................................... 124 5.3 ENERGIA SOLAR E MICROGERAÇÃO DISTRIBUÍDA ..................................................... 125 6 SISTEMA DE ENERGIA SOLAR AUTÔNOMO E CONECTADO À REDE ...................... 126 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 129 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 130 TÓPICO 2 — FLUXO DE CARGAS ................................................................................................ 135 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 135 2 FLUXO DE CARGA ......................................................................................................................... 135 3 MODELAGEM DE LINHAS DE TRANSMISSÃO .................................................................. 139 4 MODELAGEM DE TRANSFORMADORES ............................................................................. 142 5 TIPOS DE CARGA DO SOLO ESUA ORIGEM ...................................................................... 144 5.1 CARGAS PERMANENTES ....................................................................................................... 145 5.2 CARGAS VARIÁVEIS ................................................................................................................ 146 6 IMPORTÂNCIA DAS CARGAS ELÉTRICAS NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DOS SOLOS .............................................................................................................. 148 6.1 ADSORÇÃO DE CÁTIONS E DE ÂNIONS ........................................................................... 148 6.2 CAPACIDADE DE TROCA CATIÔNICA .............................................................................. 150 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 151 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 152 TÓPICO 3 — MALHA DO ATERRAMENTO .............................................................................. 155 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155 2 ATERRAMENTO ELÉTRICO ........................................................................................................ 155 3 ESQUEMAS DE ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO ...................................... 157 3.1 ESQUEMA TN............................................................................................................................. 158 3.2 ESQUEMA TT ............................................................................................................................. 159 3.3 ESQUEMA IT .............................................................................................................................. 160 3.4 EQUIPOTENCIALIZAÇÃO ...................................................................................................... 160 4 DIMENSIONANDO ELETRODOS DE ATERRAMENTO ..................................................... 161 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 164 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 170 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 171 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 173 1 UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • definir como a evolução urbana se relaciona com a energia; • explicar como o sistema energético interfere na evolução urbana; • exemplificar sistemas de geração de energia tradicionais e sustentáveis; • avaliar as vantagens do uso de energias limpas; • descrever sistemas e métodos de produção de energia; • diferenciar as gerações de energia eólica, nuclear, solar, geotérmica e hídrica; • determinar os aspectos ambientais das gerações de energia eólica, hídrica, nuclear, geotérmica e solar; • analisar o uso da produção de energias renováveis. Esta unidade está dividida em três tópicos. No fim de cada um deles, você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado. TÓPICO 1 – EVOLUÇÃO URBANA, MEIO AMBIENTE E ENERGIA TÓPICO 2 – SISTEMAS E MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA TÓPICO 3 – ENERGIA EÓLICA, NUCLEAR, SOLAR E GEOMÉTRICA – HIDROELÉTRICAS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 EVOLUÇÃO URBANA, MEIO AMBIENTE E ENERGIA 1 INTRODUÇÃO Nesta unidade, você estudará como o homem desenvolveu os principais sistemas de geração de energia e os tipos de energia consumidos desde a Antiguidade até os dias de hoje. Você verificará de que maneira a sociedade evoluiu a partir do advento do consumo energético e como isso influenciou no desenvolvimento da vida urbana. Ainda, você identificará formas alternativas para a captação da energia elétrica, o principal tipo de consumo energético do planeta. Ao fim da unidade, será explicado como a evolução dos sistemas de geração de energia pode transformar a vida do homem dentro e fora das grandes cidades nas próximas décadas. 2 TIPOS DE ENERGIA E SEU USO AO LONGO DA HISTÓRIA A história do desenvolvimento energético pode ser confundida com a própria evolução da sociedade humana. A busca do homem por formas de otimizar o dia a dia existe desde os tempos da pedra lascada. No período Paleolítico, o ser humano, ainda nômade, buscava energia para se aquecer, alimentar-se e iluminar os períodos em que não contava com a luz solar, e atingiu esses objetivos por meio do fogo. Já no período Neolítico, o homo sapiens desenvolveu as primeiras técnicas de armazenamento da energia excedente, quando iniciou a fabricação de cerâmicas, olaria, artesanato e, até mesmo, a construção. Esse avanço, concomitantemente ao desenvolvimento da agricultura e da domesticação dos animais, foi crucial para que o homem deixasse de ser nômade para se tornar sedentário. As grandes civilizações do mundo antigo (aproximadamente, 4000 a.C.) passaram a fazer a conversão energética a partir da água e do vento, o que gerou um grande salto evolutivo na agricultura e na pecuária. Ainda, a partir da Idade Média, o desenvolvimento de equipamentos mecânicos tornou possível a multiplicação da força extraída das diferentes fontes energéticas. Os egípcios foram pioneiros na utilização do vento para o transporte, por meio da navegação. Vem, da China e da Pérsia, a cultura dos moinhos, aparato criado para fazer a moagem mecânica de grãos por meio da energia proveniente da água. UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA 4 FIGURA 1 – MOINHO DE ÁGUA FONTE: <Shutterstock.com>. Acesso em: 9 abr. 2021. Os moinhos chegaram à Europa no século XIII, e foram adaptados para serem utilizados nas indústrias têxtil, madeireira e metalúrgica. A primeira versão do moinho de vento foi patenteada na Holanda. FIGURA 2 – MOINHO DE VENTO NA HOLANDA FONTE: <Shutterstock.com>. Acesso em: 9 abr. 2021. O século XVII também foi marcado pela invenção da máquina a vapor, adaptada para acionar equipamentos industriais e meios de transporte, como as locomotivas. A invenção da máquina a vapor foi responsável por tornar a Inglaterra o primeiro país industrial do mundo. Aliado a isso, no processo que culminou na Revolução Industrial, houve a substituição da lenha pelo carvão mineral fóssil nas máquinas a vapor. O carvão se manteve como o principal combustível usado no mundo até a década de 1960, quando foi ultrapassado pelo petróleo e pelos seus derivados. Com o advento da indústria automotiva, houve, também, um grande crescimento no consumo de petróleo. A partir da fundação da indústria petrolífera, o petróleo passou a ser matéria-prima para outros combustíveis, como gasolina, óleo diesel, além de produtos plásticos e asfalto, por exemplo. A extração e a TÓPICO 1 — EVOLUÇÃO URBANA, MEIO AMBIENTE E ENERGIA 5 industrialização do petróleo podem causar contaminações ambientais, liberação de gases tóxicos, emissão de calor e potencialização da ocorrência de desastres naturais. Isso, aliado à instabilidade do preço, os conflitos gerados a partir da sua extração, além de ser uma fonte não renovável de energia, traz a necessidade da sociedade contemporânea de substituí-lo por outras formas de obtenção energética. A eletricidade foi descoberta ainda no século XVI, porém, a utilização para o consumo direto, em forma de luz elétrica,foi demonstrada por Thomas Edison, em 1882, quando ele descobriu a geração de corrente contínua para acender um filamento, a lâmpada. A corrente elétrica pode ser transmitida por longas distâncias, o que possibilitou o seu uso nos centros urbanos. Até a década de 1970, em função da abundância dos combustíveis fósseis e da competitividade das usinas hidrelétricas e termelétricas, a pesquisa por fontes renováveis não obteve muito investimento. O processo de geração de energia, por meio de usinas hidrelétricas, apesar de corresponder a uma fonte renovável, causa muito impacto ambiental, com o desmatamento e as disfunções da fauna e da flora a partir das represas. As usinas termelétricas, geralmente, utilizam combustíveis fósseis, como o carvão ou o óleo, e, por isso, não são renováveis. FIGURA 3 – USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU, NA DIVISA ENTRE BRASIL E PARAGUAI - DISFUNÇÕES AMBIENTAIS EM FUNÇÃO TANTO DA CONSTRUÇÃO QUANTO DA NECESSIDADE DE REPRESAR ÁGUA FONTE: Adaptada de <Shutterstock.com>. Acesso em: 9 abr. 2021. Como fontes renováveis para a obtenção de energia, pode-se citar a biomassa, a energia eólica, a energia solar e a energia nuclear. Essas são algumas fontes alternativas que podem gerar a energia elétrica, que é uma energia secundária (obtida a partir de fontes de energia primária). Atualmente, a energia elétrica é a energia mais utilizada em todo o mundo para as mais diversas finalidades, tanto em escala doméstica quanto industrial. ATENCAO UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA 6 A energia nuclear, apesar de ser considerada limpa pela baixa emissão de CO2 e demais gases que contribuem para o efeito estufa, possui grande rejeição, já que pode provocar impactos socioambientais severos ao longo da cadeia produtiva do urânio. Além disso, há um trauma relacionado com os grandes desastres das usinas de Chernobil e Fukushima, por exemplo. Há um movimento muito grande, na atualidade, em favor de práticas renováveis de obtenção de energia que possam ser economicamente viáveis e não prejudiciais ao meio ambiente. A energia solar, por exemplo, obtida a partir de células fotovoltaicas e armazenada em forma de baterias, já é amplamente utilizada nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, a abundância dos ventos faz com que a energia eólica ganhe muito espaço. A utilização de biomassa, isto é, de fontes orgânicas que fazem a transformação da energia solar em energia química e, então, produzem combustíveis, como o biodiesel e o etanol, também tem ganhado muito espaço nos últimos anos. Entretanto, a transição é muito lenta, principalmente, nas cidades, nas quais os meios de transporte ainda são, em esmagadora maioria, alimentados por meio de derivados do petróleo. É preciso uma total renovação de frota para que se altere a fonte da energia. Uma pilha também é uma forma de obtenção de eletricidade a partir de processos químicos. Embora, fisicamente, sejam tratadas como sinônimos, popularmente, pilhas são dispositivos de formato cilíndrico, e baterias são as de carro (chumbo-ácido) e as de equipamentos eletrônicos, como telefones celulares. No caso de pilhas comuns, os eletrodos são, normalmente, um pino central de carvão e um invólucro de zinco, e o eletrólito é uma pasta de cloreto de amônio. Já as pilhas alcalinas possuem, geralmente, eletrodos à base de aço revestido em níquel e zinco, tendo, como eletrólito, uma solução de hidróxido de potássio. Nos dois casos, podem, ainda, ser adicionados mercúrio, cádmio, índio e/ou chumbo, com o intuito de diminuir a corrosão do zinco, além de aumentar a eficiência. O acidente nuclear de Chernobil, ocorrido na cidade ucraniana de mesmo nome, em 1986, deu-se a partir de uma explosão no interior da usina nuclear. A partir disso, grandes quantidades de partículas radioativas foram lançadas na atmosfera, espalhando-se por boa parte do território da antiga União Soviética e Europa Ocidental. Foi o pior acidente nuclear já registrado e, nos mais de 30 anos que o separam da atualidade, mais de 100 mil pessoas já foram contaminadas pela radiação, adquirindo doenças ou morrendo em decorrência dela. O acidente de Fukushima aconteceu a partir de um terremoto que atingiu o Japão, em 2011, ocasionando o derretimento de três reatores nucleares, contaminando o solo, os lençóis freáticos e o oceano. Até hoje, não se tem uma estimativa segura da extensão da contaminação e do número de vítimas. Esses dois acidentes são os únicos da história com classificação 7 — a máxima — na Escala de Acidentes Nucleares. IMPORTANT E TÓPICO 1 — EVOLUÇÃO URBANA, MEIO AMBIENTE E ENERGIA 7 As baterias de celular ou pilhas recarregáveis possuem um princípio de funcionamento semelhante ao da bateria usada nos carros, o que permite a recarga por várias vezes. Os eletrodos são, normalmente, de níquel e de cádmio, e, o eletrólito de hidróxido, de potássio. Por apresentar metais na composição e outros componentes potencialmente tóxicos, além da destinação final difícil e onerosa, o descarte de pilhas e baterias mereceu legislação específica. Deve haver o descarte seletivo obrigatório por parte dos consumidores e a coleta, disposição e reciclagem por parte dos fabricantes e/ ou importadores. A legislação estabelece, ainda, limites máximos para a utilização de alguns metais, como mercúrio e cádmio, na composição de pilhas e de baterias chumbo-ácido. As células a combustível também são formas químicas de obtenção de energia. Essencialmente, elas são compostas de um ânodo, que é seu terminal negativo, um cátodo, um eletrólito e um catalisador. O combustível dessas células, normalmente, é o gás hidrogênio, embora outros, como o metanol, também possam ser usados. No eletrólito, é comum o uso de uma membrana de troca de prótons, que é livremente atravessada por prótons e bloqueia a passagem dos elétrons. Quando o hidrogênio gasoso entra em contato com o catalisador, a sua molécula se dissocia, formando dois íons H+ e dois elétrons. Os prótons são conduzidos através da membrana até o cátodo, enquanto os elétrons são forçados a percorrer um circuito externo (gerando a eletricidade) para chegar ao cátodo. Simultaneamente, oxigênio molecular (O2), ou, até mesmo, ar, é comprimido pelo catalisador sobre o cátodo, formando dois átomos de oxigênio que atraem íons H+ através da membrana e, com os elétrons que percorreram o circuito externo, formam moléculas de água como gás de escape. Como processos físicos de obtenção de eletricidade, destacam-se os geradores, as células fotovoltaicas e os cristais piezoelétricos. As células fotovoltaicas se baseiam no efeito fotoelétrico e são construídas a partir de placas conectadas de materiais semicondutores convenientemente dopados, por exemplo, com fósforo e boro, para que uma placa tenha tendência a doar elétrons e, a outra, tenha tendência a recebê-los, respectivamente. A luz, ao ser absorvida pelo semicondutor, pode fornecer energia aos elétrons do eletrodo doador em quantidade suficiente para que eles se movam livremente pelo material em direção ao receptor, gerando, dessa forma, uma corrente elétrica. A luz, normalmente, utilizada para fazer funcionar as células fotovoltaicas, é a do sol e, por essa razão, tais dispositivos também são chamados de células solares. A eficiência da conversão de energia luminosa em elétrica é baixa, limitando-se, atualmente, a cerca de 30%. Além disso, o alto custo das placas semicondutoras ainda dificulta a aplicação, em grande escala, das células solares. Atualmente, a fotoeletricidade é largamente empregada em dispositivos eletrônicos de baixo consumo de energia, como calculadoras e relógios. UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA 8 Calcula-se que, no mundo inteiro, haja uma potência instalada de quase 8 GW em “usinas” fotovoltaicas, sendo metade na Alemanha. Uma das maiores usinas fotovoltaicas em operação no mundo fica em Portugal, e tem capacidade de gerar 11 MW. No Brasil, há uma única central fotovoltaica,de 20,5 kW, em Nova Mamoré, Rondônia. Há, ainda, no país, aplicações da fotoeletricidade para bombeamento de água para irrigação, radares em estradas, além de projetos- piloto de iluminação pública, eletrificação de escolas, postos de saúde e de dessalinização de água. Muitos são sistemas ainda experimentais, adotados, em geral, em comunidades rurais e/ou isoladas, nas quais o acesso aos meios convencionais de geração de energia elétrica é muito difícil. Os cristais piezoelétricos podem, também, ser empregados como geradores de eletricidade. Alguns materiais cristalinos, sendo, o mais comum deles, o quartzo, possuem a propriedade de produzir eletricidade quando submetidos à pressão, a piezo-eletricidade. Pelos custos envolvidos e pela dificuldade de se gerarem grandes correntes, essa forma de geração encontra aplicação limitada, por exemplo, em componentes eletrônicos e microfones. A forma mais comum para geração de grandes quantidades de energia elétrica, suficientes para abastecer fábricas ou cidades, é, sem dúvida, o gerador elétrico. Esse tipo de gerador é uma aplicação prática do fenômeno da indução magnética, baseado no princípio de que a variação do campo magnético agindo sobre um material condutor gera o movimento ordenado dos seus elétrons livres. Ligando-se as extremidades do condutor a um circuito externo, tem-se uma corrente elétrica percorrendo o circuito. A variação do campo magnético pode ocorrer quando um ímã é movimentado nas vizinhanças de um fio ou quando o ímã é mantido fixo e o condutor é movimentado. A seguir, estudaremos a relação da energia com o desenvolvimento e a modernização dos centros urbanos. 3 ENERGIA E CIDADE A eletricidade é muito importante no processo de evolução das sociedades, não só impulsionando a industrialização, mas, também, alterando a estrutura urbana, por meio de sistemas de iluminação, transportes, aparelhos domésticos etc. O uso de energia elétrica impulsionou a urbanização, promovendo diversas mudanças. As atividades, antes mediadas pelo dia e pela noite, agora, podem se estender por mais tempo. Há alguns fatores cruciais que fazem com que a energia gerada chegue aos consumidores. O primeiro é a maneira de transmiti-la. Com o início da utilização da energia elétrica, foi necessário o planejamento de uma estrutura de linhas de transmissão dentro das cidades, de modo que a energia chegue para todas as residências e indústrias. Todos conhecemos os fios elétricos, que, de maneira a facilitar a sua instalação, são externos, mas também podem ser subterrâneos. TÓPICO 1 — EVOLUÇÃO URBANA, MEIO AMBIENTE E ENERGIA 9 Além disso, é necessário construir subestações em pontos estratégicos da cidade, nos quais transformadores adaptam a tensão chegada da usina, para que possa ser consumida. FIGURA 4 – SUBESTAÇÃO DE ENERGIA - EQUIPAMENTO COMUM E NECESSÁRIO NAS CIDADES FONTE: O autor A Revolução Industrial foi um marco no desenvolvimento das cidades. Impulsionada, também, pela energia elétrica, durante a Revolução, as máquinas passaram a substituir a força humana e dos animais e a liberar o tempo do ser humano para a sua função intelectual, inclusive, a de inventar novos aparelhos que facilitassem o seu próprio cotidiano. O advento do automóvel e de aparelhos eletrodomésticos mudou completamente a rotina das pessoas, o que também refletiu no desenvolvimento urbano. É possível concluir que, quanto mais um país investe no setor energético, mais ele se desenvolve, já que a utilização de energia está intimamente ligada com a evolução da sociedade por meio da urbanização, das transições demográficas e dos sistemas de governo. Há uma diferença brutal entre o consumo de energia dos países pobres e dos mais ricos e que a escala da economia de um país pode ser medida pelo consumo energético. Com o aumento da produção industrial, foi necessário, para escoar a produção, implementar melhores soluções de transporte, incentivando a construção de estradas, aeroportos, ferrovias e rotas aquáticas. Isso fez com que a mobilidade passasse por um grande avanço. O aumento da produtividade gerou a invenção de novos setores da indústria da sociedade, aqueles que não apenas se dedicam a sanar as necessidades básicas do ser humano, mas, também, proporcionam o aumento da qualidade de vida por meio de equipamentos de lazer e de prazer humanos. Nos países em que a industrialização foi mais evidente, como Europa e Estados Unidos, esses UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA 10 processos ocorreram de forma mais equilibrada em todos os setores, gerando menos desigualdade social. O consumo energético possibilitou a construção de cidades maiores, com infindáveis alternativas de moradia, trabalho, lazer e qualidade de vida para os seus habitantes. Estamos habituados a conviver com a eletricidade em atividades corriqueiras, por meio de iluminação e climatização artificiais, abertura e fechamento de portas, sistemas de segurança, computadores, semáforos, estações de tratamento de esgoto, equipamentos hospitalares, gadgets domésticos, todos impulsionados pela abundância de energia. Entretanto, com o aumento populacional, principalmente, nos grandes centros, a demanda energética também sofreu severa expansão. Em meados do século XX, acompanhamos o boom dos equipamentos eletroeletrônicos, e, com a abundância dos combustíveis fósseis, construímos cidades que chegam a desperdiçar a energia produzida. Atualmente, lidamos, de maneira natural, com os frequentes blecautes ocorridos nas grandes cidades, os conflitos gerados pelo controle da extração de petróleo e produção dos seus derivados e o aumento do custo de vida gerado pelo aumento do valor da energia e dos combustíveis. É chegada a hora de repensar no nosso consumo energético e na maneira como captamos e distribuímos essa energia. 4 AS FONTES RENOVÁVEIS DE GERAÇÃO DE ENERGIA Conforme vimos, a captação e a distribuição de energia e de combustíveis, na atualidade, dão-se, majoritariamente, por meio de sistemas não renováveis, como o petróleo e as termelétricas. Muito da energia elétrica vem, também, das hidrelétricas, que, apesar de serem consideradas fontes limpas, produzem muitos danos ao meio ambiente. O mundo todo passa por um momento de conscientização para a redução da emissão de gases que colaboram com o efeito estufa e o superaquecimento da Terra, assim como para a utilização de fontes renováveis de geração de energia. O Brasil, com o seu amplo território e os seus grandes ventos, tem um grande potencial de geração de energia eólica e já começou a produzi-la. Edifícios que possuem desperdício energético, por exemplo, são aqueles que, por não serem adaptados ao local, produzem microclimas que exigem o total condicionamento dos seus espaços internos. Plantas baixas mal projetadas exigem a constante iluminação artificial, mesmo nos períodos mais iluminados do dia. Também deixamos de captar a luz solar por ainda não termos desenvolvido os equipamentos de captação dessa energia em larga escala para todos os níveis sociais. NOTA TÓPICO 1 — EVOLUÇÃO URBANA, MEIO AMBIENTE E ENERGIA 11 A energia eólica se caracteriza pelo aproveitamento da energia cinética dos ventos para transformá-la em energia elétrica. A primeira turbina eólica conectada à rede de energia elétrica foi instalada em 1976, na Dinamarca. As turbinas eólicas precisam ser instaladas em locais com grande incidência de ventos, comumente, em faixas litorâneas. As turbinas precisam se conectar com as redes de distribuição elétrica. Tal fato, com o ruído das turbinas e as interferências eletromagnéticas do material utilizado para a sua fabricação, são os principais pontos negativos desse sistema. É uma energia completamente renovável, e os custos para a sua instalação caem ano após ano. O Brasil ainda está muito aquém da produção de países desenvolvidos, como Estados Unidos e Alemanha, mas tem recebido incentivos para aumentá-la. FIGURA 5 – TURBINAS DE GERAÇÃO DEENERGIA EÓLICA FONTE: Adaptada de <Shutterstock.com>. Acesso em: 9 abr. 2021. Os problemas ambientais causados pelos geradores eólicos são mínimos quando comparados com os provocados por outras formas de obtenção de eletricidade. Os mais graves são a poluição visual, os acidentes com aves e a geração de ruídos e de interferências. Uma grande vantagem da energia eólica é que, assim como a hidráulica e a solar, não há consumo de combustível. A manutenção dos equipamentos é considerada barata, porém, a sua instalação e a produção de eletricidade são caras. A Tabela 6.5 apresenta os custos de produção de várias formas de obtenção de energia elétrica, segundo a ANEEL. Considera-se que, para que uma usina eólica seja técnica e comercialmente viável, ela deve ser instalada em regiões de ventos superiores a 7 m/s, o que representa uma potência de 500 W/m2. A 50 m de altura, essas condições de vento só ocorrem em 13% da superfície terrestre, e, ainda assim, esses ventos não são constantes. Em função disso, os que criticam a energia eólica se apoiam no fato de que a usina está sujeita a ventos viáveis somente em parte do período de operação. Outro problema é que as regiões onde ocorrem os ventos ideais podem ser áreas densamente povoadas, industrializadas, montanhosas etc. UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA 12 As turbinas eólicas devem ser produzidas com desenho aerodinâmico, visando à máxima força resultante para empurrar as suas pás para cima. São, normalmente, construídas com um número pequeno de pás (geralmente, 3), para facilitar o escoamento do vento. Elas devem, ainda, estar acopladas a sensores de vento e a controladores de giro para se adaptar a eventuais variações. A distância do eixo de rotação à ponta das pás, o raio do rotor, pode chegar a 60 m, e cada turbina, em uma usina eólica, está, em média, a 50 m do solo, quando instalada no litoral, e, a 70 m, no interior. Essas medidas estão aumentando ao longo do tempo, o que, muitas vezes, viabiliza a colocação de um aerogerador em local anteriormente não indicado. O diâmetro do rotor, D, determina a distância com que uma turbina pode ser instalada em relação a uma outra, sem que a primeira atrapalhe o rendimento da segunda. Recomenda-se que duas turbinas não sejam instaladas paralelamente, e sim que a separação entre elas seja de, no mínimo, cinco diâmetros de distância lateral e 10 diâmetros de distância longitudinal. Outra forma renovável de captação de energia são as placas solares. Os painéis compostos por células fotovoltaicas captam a luz solar e a transformam em energia elétrica, que, então, é armazenada em baterias ou conectada ao sistema local de abastecimento de energia. Apesar de ainda possuírem preço elevado no Brasil, têm sido utilizadas cada vez mais, já que temos uma ampla capacidade de captar a luz solar. Na Alemanha, após um programa de incentivo do governo, a maior parte da energia elétrica passou a ser produzida por meio de sistemas renováveis, principalmente, as placas fotovoltaicas, mesmo o país não estando nas condições mais favoráveis para a captação da luz solar. FIGURA 6 – CASAS COM PAINÉIS FOTOVOLTAICOS NA EUROPA FONTE: Adaptada de <Shutterstock.com>. Acesso em: 9 abr. 2021. O grande desafio que temos é a adaptação dessas tecnologias — muito mais recentes do que as tradicionais — ao pleno funcionamento na rotina das cidades. O que se percebe, atualmente, é uma tentativa global de conciliar os interesses comerciais da produção de energia com a preservação do meio ambiente, sem prejudicar o consumo energético da população. Essa alternativa só será possível por meio da substituição dos sistemas de captação tradicionais, isto é, não renováveis, pelas alternativas mais sustentáveis. TÓPICO 1 — EVOLUÇÃO URBANA, MEIO AMBIENTE E ENERGIA 13 Apesar das dificuldades para que a energia solar se torne uma fonte confiável e barata de energia, a sua conversão em calor poderia ser mais bem explorada com as tecnologias e os custos atuais. Pátios de secagem à luz solar são extremamente comuns em agroindústrias, onde coberturas de plástico protegem da chuva e funcionam como estufas. Fogões solares têm sido muito divulgados, principalmente, em regiões carentes. Versões rudimentares de dessalinizadores solares também têm sido utilizadas em áreas nas quais as águas subterrâneas costumam ter elevada concentração de sais. Na Califórnia (EUA), existe uma central termelétrica híbrida solar/gás de 354 MW, e espelhos parabólicos concentram a radiação sobre um tubo de cobre para vaporizar a água que circula por ele. O aquecimento de água com coletores solares pode representar uma grande economia de eletricidade. Tais coletores são, normalmente, colocados nos tetos das casas, e placas captam a luz solar e aquecem a água em serpentinas de cobre. Esse sistema pode eliminar, ou, pelo menos, diminuir, a necessidade de aquecedores a gás e de chuveiros elétricos, somente com os quais se estima que o Brasil consuma 20 TWh por ano. Países, como Israel, Espanha, Coreia, Índia, China e Alemanha, possuem legislações que exigem que parte do aquecimento de água (30 a 70%) seja feita via energia solar. A energia geotérmica se trata da energia produzida a partir do calor do interior da Terra, obtida, geralmente, em lugares do planeta (inexistentes no Brasil) onde existem falhas geológicas, ou rachaduras, que podem trazer, para a superfície, o calor de regiões a 2 ou até 3 km de profundidade. Os locais onde isso acontece são chamados de pontos quentes da Terra e, normalmente, ocorrem em fronteiras, entre placas tectônicas. A energia geotérmica pode ser aproveitada a partir de sistemas hidrotérmicos, a partir dos quais a água circula por tubulações que chegam próximas às rochas quentes ou aproveitando água quente e/ou vapores, às vezes, com temperaturas superiores a 150ª C, que possam existir em rochas porosas ou lençóis freáticos. Dessa maneira, essa fonte de energia é considerada renovável, mas pode ser esgotada se a taxa de aproveitamento for superior à recarga natural ou artificial. Esse tipo de energia pode ser utilizado para fornecimento de água quente para residências e/ou aquecer ambientes, como na Hungria e na Islândia. Calcula-se que, no mundo inteiro, existam 15,5 GW instalados para obtenção de calor via energia geotérmica. Para um aproveitamento termelétrico a partir dos pontos quentes, a eficiência do processo é considerada baixa. A principal razão disso é que as temperaturas máximas raramente ultrapassam 200º C (contra os cerca de 550 ºC, normalmente, atingidos em usinas termelétricas de combustíveis fósseis). Calcula-se que o mundo possua cerca de 9 GWe em unidades geotérmicas de geração de eletricidade. A maior dessas unidades se encontra na Califórnia (EUA), com 1,2 GWe, aproveitando-se da profusão de gêiseres na região. Os gêiseres ocorrem quando a água fica retida em regiões profundas da terra, mas UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA 14 com ligações com a superfície. O calor do interior da Terra aquece essa água a temperaturas superiores ao seu ponto de ebulição. O aumento de pressão, quando a água ferve, faz com que o vapor atinja a superfície, podendo ser instalados conjuntos de turbinas/geradores. Uma limitação para o aproveitamento dos gêiseres é que eles não são contínuos, ou seja, a produção de energia é intermitente. Além da própria construção do sistema de aproveitamento, outros problemas ambientais associados à energia geotérmica existem, como os minerais associados aos vapores (o que pode obrigar tratamento específico para evitar incrustações em tubulações) e a eventual emanação de gás sulfídrico e dióxido de carbono. O Brasil possui um clima tropical e é farto de rios, ventos e luz solar. Em 2016, mais de 90% da energia produzida no país era proveniente de fontes renováveis. Entretanto, quase 65% dela é produzida por meio das usinas hidrelétricas. Apesar de ter havido um crescimento de, aproximadamente,30% na produção de energia eólica entre 2015 e 2016, esse tipo de energia representa apenas 6,7% da energia produzida no Brasil. A biomassa representa 9,3%, a energia solar, apenas 0,02%, e a energia nuclear representa 1,3% (BRASIL, 2018). Atualmente, os três principais estados produtores de energias renováveis limpas do Brasil são Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul. A capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, pode ser considerada um grande exemplo brasileiro de cidade sustentável. Além de diversos programas para a redução da emissão de gases poluentes, a cidade é referência na produção de energia elétrica proveniente da luz solar. Hoje em dia, mais de três mil edifícios (residenciais, comerciais, públicos, hospitais, clubes etc.) são dotados de placas fotovoltaicas, que, juntos, reduzem 22 mil toneladas anuais da emissão de gases nocivos, por utilizarem uma fonte limpa e renovável de produção de energia. O estádio Mineirão, por exemplo, possui uma usina de energia solar fotovoltaica na sua cobertura. A totalidade da energia elétrica consumida no estádio é produzida por meio delas, e o excedente é cedido para a companhia de distribuição, que chega a alimentar mais de 1.200 residências. Essa quantidade de energia excedente, de acordo com os programas de incentivo à geração de energia, é creditada ao estádio, que pode consumir nos momentos em que produz menor quantidade. TÓPICO 1 — EVOLUÇÃO URBANA, MEIO AMBIENTE E ENERGIA 15 FIGURA 7 – ESTÁDIO MINEIRÃO COM USINA DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA FONTE: O autor O Brasil ainda está aquém da sua capacidade de produção de energia renovável limpa. Apesar disso, possuímos as condições climáticas ideais para tal, e o incentivo para a produção é crescente a partir tanto dos órgãos públicos quanto da própria população, cada dia mais conscientizada com a preservação ambiental. As referências dos países desenvolvidos são inspiradoras para que possamos fazer o mesmo. Certamente, estamos no caminho certo. 16 Neste tópico, você aprendeu que: • A busca por energia vem desde os primórdios da humanidade. • A invenção da máquina a vapor revolucionou a indústria mundial. • O uso de energia elétrica impulsionou a urbanização, promovendo diversas mudanças. • O desenvolvimento de um país está diretamente ligado ao investimento no setor energético. • A evolução dos sistemas de geração de energia pode transformar a vida do homem dentro e fora das grandes cidades nas próximas décadas. RESUMO DO TÓPICO 1 17 1 A história do desenvolvimento energético pode ser confundida com a própria história do homem. O fogo exerceu uma importância muito grande no período paleolítico, já que permitia, ao ser humano, aquecer- se, alimentar-se e iluminar os períodos escuros. Quais foram as principais características, já no período neolítico, que fizeram com que o homem deixasse de ser nômade para se tornar sedentário? a) ( ) Prática de desmatamento, caça e fabricação de potes. b) ( ) Armazenamento de energia excedente, domesticação dos animais e desenvolvimento da agricultura. c) ( ) Prática da caça, desenvolvimento da agricultura e crescente aquecimento global. d) ( ) Armazenamento da energia excedente, crescente aquecimento global e desenvolvimento da agricultura. e) ( ) Desenvolvimento da agricultura, prática de desmatamento e construção de abrigos. 2 A Revolução Industrial foi a transição da Europa para novos processos de manufatura a partir do fim do século XVIII. Sob o ponto de vista da energia, o que foi crucial para alavancar a Revolução Industrial? a) ( ) A utilização de carvão mineral fóssil nas máquinas a vapor. b) ( ) A descoberta da energia eólica. c) ( ) A utilização de petróleo nas máquinas a vapor. d) ( ) O incentivo à energia nuclear. e) ( ) A invenção das placas fotovoltaicas. 3 O advento da energia elétrica e da indústria automotiva mudou muito a rotina da sociedade, liberando o tempo do ser humano para a sua função intelectual. Afirma-se que a escala da economia de um país pode ser medida pelo seu consumo energético. Por quê? a) ( ) Porque os países pobres investem muito em transporte e os países ricos em indústria. Essa característica acaba fazendo diferença no PIB dos países e faz os países ricos gastarem mais energia. b) ( ) Porque países pobres desenvolvem a agricultura e os ricos possuem mais lazer, incentivando o turismo local. c) ( ) Porque países ricos produzem e consomem mais energia, desenvolvendo a indústria e os transportes. Assim, libera-se a função intelectual da sua sociedade, que retroalimenta a indústria com inovações, produzindo e consumindo ainda mais energia. d) ( ) Porque os países ricos mecanizam a agricultura e liberam o tempo de sua sociedade para as atividades intelectuais. e) ( ) Porque os países pobres não usam energia renovável, assim, investem muito tempo extraindo os combustíveis fósseis, como carvão mineral e petróleo. AUTOATIVIDADE 18 4 As chamadas "fontes limpas de energia" não oferecem riscos para a população e não poluem o meio ambiente com as suas liberações gasosas, não contribuindo, portanto, para o efeito estufa e para o superaquecimento do planeta. Cite as duas fontes totalmente limpas de energia mais difundidas na atualidade. a) ( ) Petróleo e eólica. b) ( ) Hidrelética e solar. c) ( ) Solar e nuclear. d) ( ) Solar e eólica. e) ( ) Eólica e hidrelétrica. 5 A biomassa, energia muito sustentável, produzida a partir de matéria orgânica, tem ganhado muito espaço nos últimos anos em diversos lugares do mundo, dentre eles, no Brasil. Como pode ser resumido esse tipo de energia? a) ( ) É proveniente da matéria orgânica dos animais. O gás oriundo da decomposição dessa matéria é armazenado e encanado, conforme as necessidades das cidades. b) ( ) Um misto de energia mecânica proveniente dos animais com energia solar da biosfera, produzindo resíduos orgânicos que produzem combustíveis derivados do petróleo. c) ( ) Composta por matéria orgânica de origem vegetal ou animal obtida por meio da decomposição de uma variedade de recursos, como madeira, resíduos agrícolas, como da cana-de-açúcar e até do lixo. A decomposição da biomassa produz energia química e, a partir daí, combustíveis, como o biodiesel e o etanol. d) ( ) Um misto de energia solar com eólica, produzida nos canaviais. Pode ser utilizada na produção de açúcar, sendo combustível para as suas máquinas de extração do suco de cana. e) ( ) Composta por matéria orgânica obtida por meio da decomposição apenas de recursos vegetais, como a cana-de-açúcar. A decomposição da biomassa produz energia química e, a partir daí, combustíveis, como o biodiesel e o etanol. 6 Assinale a alternativa CORRETA: I- A energia hidrelétrica é a energia elétrica obtida por meio do aproveitamento do potencial hidráulico de um rio. Para que esse processo seja realizado, é necessária a construção de usinas em rios que possuam elevado volume de água e que apresentem desníveis no seu curso. II- Por ser uma fonte de energia renovável e não emitir poluentes, a energia hidrelétrica está isenta de impactos ambientais e sociais. III- Normalmente, as usinas hidrelétricas são construídas em locais distantes dos centros consumidores, o que diminui os valores do transporte de energia, que é transmitida por fios até as cidades. 19 IV- Apesar de ser uma fonte limpa de energia, apenas 18% da energia mundial é produzida pelas hidrelétricas, pois a maioria dos países não tem as condições naturais necessárias para a construção de usinas. a) ( ) Todas as alternativas estão corretas. b) ( ) Apenas as alternativas I e II estão corretas. c) ( ) Apenas as alternativas II e III estão corretas. d) ( ) Todas as alternativas estão incorretas. e) ( ) Apenas as alternativas I e IV estão corretas. 7 O aproveitamento energético da luz solar está cada vez mais presente nas discussões ambientais que tratam da utilização de fontes renováveis e não poluentes,porém, o alto custo de fabricação e de instalação de placas fotovoltaicas ainda impede que a energia solar seja amplamente usada no planeta. Considerando o exposto, é CORRETO afirmar: a) ( ) A energia solar é limpa e renovável, apresentando muitas vantagens para o meio ambiente e a saúde das pessoas, pois não há emissão de gases poluentes nem geração de resíduos. b) ( ) As formas de armazenamento da energia solar são tão eficientes quanto as adotadas para os combustíveis fósseis e a energia hidrelétrica. c) ( ) Em uma cidade com elevados índices de poluição, as placas para a captação de energia solar têm o mesmo rendimento do que as instaladas em locais com baixos índices de poluição. d) ( ) Uma das vantagens da captação de energia solar é a sua alta eficiência para a conversão de energia, não sendo necessário o uso de grandes áreas para a instalação das placas fotovoltaicas. e) ( ) O sistema de captação de energia solar apresenta alto custo de obtenção. Assim, em países, como o Brasil, essa é uma desvantagem. Os países que mais utilizam energia solar são Japão, Alemanha e Estados Unidos. 20 21 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 SISTEMAS E MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA 1 INTRODUÇÃO Os diversos métodos e tecnologias utilizados na produção e no consumo de energia estão fortemente associados à evolução histórica do desenvolvimento econômico da humanidade e às consequências sociais e ambientais. Um sistema de produção de energia comporta um conjunto de atividades, que iniciam na produção da energia e progridem para demais etapas necessárias para que ela chegue ao consumidor final, formando, assim, uma cadeia. Todas as formas de energia apresentam vantagens e desvantagens, que podem ser econômicas e/ou ambientais. Por isso, é necessário que os profissionais responsáveis pela produção de energia estejam atentos e aptos a avaliar qual é a fonte mais adequada para determinado fim. Neste texto, você vai estudar os sistemas de produção de energia, os diferentes métodos e fontes de energia, renováveis e não renováveis, bem como entender as cadeias enérgicas no âmbito nacional. 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA E MÉTODOS UTILIZADOS As fontes que não se esgotam são chamadas de renováveis. Algumas delas são fontes permanentes e contínuas, como o Sol, o vento, a água e o calor da terra; outras, como a biomassa, podem se renovar. Já as fontes de energia não renováveis, como o petróleo, o carvão mineral, o gás natural e o urânio (usado nas usinas nucleares), podem se esgotar. São reservas formadas durante milhões de anos pela decomposição natural de matéria orgânica e não podem ser repostas pela ação do homem. As fontes de energia renováveis tendem a ser formas mais limpas de produção de eletricidade. As considerações econômicas, como a disponibilidade de recursos naturais e a viabilidade de exploração, sempre influenciaram na formação das bases energéticas dos países. No Brasil, a abundância de recursos hídricos foi significativa para a formação de um sistema predominantemente hidráulico. 22 UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA 2.1 ENERGIA HIDRÁULICA É a energia gerada a partir de uma fonte contínua de movimento de água. A força da queda da água é utilizada para movimentar turbinas que acionam um gerador elétrico. Para que isso ocorra, na construção de usinas hidrelétricas, são criados grandes reservatórios de água, inundando uma extensa área de terra, o que pode provocar profundas alterações no ecossistema, como a destruição da fauna e da flora locais. Conforme o tipo de relevo e da região onde se encontra o empreendimento, as hidrelétricas podem, também, ocasionar o alagamento de terras e o deslocamento de populações ribeirinhas. A usina de fio d’água é um outro tipo de usina hidrelétrica, que opera sem a necessidade de grandes reservatórios. Segue um esquema simplificado de geração de energia hidráulica. FIGURA 8 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DE GERAÇÃO DE ENERGIA HIDRÁULICA FONTE: Adaptada de Reis (2011) A abundância de recursos hídricos faz com que a utilização de energia hidráulica na geração de eletricidade ocorra de forma significativa em alguns países, como é o caso do Brasil, onde, atualmente, mais de 85% da energia elétrica é gerada com esse tipo de usina. Em 2009, a capacidade instalada em usinas hidrelétricas era de 78,2 GW (REIS, 2011). A hidreletricidade era considerada uma forma de energia não poluente, mas se sabe que a decomposição da vegetação submersa gera gases, como o metano, o gás carbônico e o óxido nitroso, que causam mudanças no clima da Terra. Atualmente, a questão ambiental é de extrema relevância no planejamento energético dos países. A Alemanha estabeleceu um plano de desativação de todo o seu sistema energético nuclear devido aos impactos sobre o meio ambiente. NOTA TÓPICO 2 — SISTEMAS E MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA 23 Vale lembrar que, das emissões de CO2 (gás carbônico) e CH4 (metano) de uma barragem, uma parte ocorre de forma natural (carga orgânica transportada pelos afluentes da barragem que, naturalmente, decompõem-se, emitindo CO2 e CH4) e a outra é antrópica, ou seja, de interferência humana, como as emissões provenientes do esgoto doméstico despejado no reservatório, além das emissões decorrentes da biomassa inundada pela barragem da hidrelétrica. Ainda assim, as usinas hidrelétricas são consideradas menos prejudiciais do que as termelétricas, que emitem outros gases tóxicos, como o dióxido de enxofre e o de nitrogênio, além de material particulado (poeira e fumaça resultantes da queima de combustíveis fósseis, especialmente, das termelétricas movidas a óleo combustível). Os sistemas de energia hidráulicos estão voltados, basicamente, para a geração de eletricidade. Os seus métodos envolvem grandes hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas, mini e microcentrais hidrelétricas. Veja, no esquema a seguir, como se dá a cadeia de atividades relacionada à geração de eletricidade por meio de recursos hídricos. FIGURA 9 – CADEIA DA PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DE HIDRELÉTRICAS FONTE: Adaptada de Reis (2016) 2.2 ENERGIA TERMELÉTRICA A energia térmica ou calorífica se origina da combustão de diversos materiais, como carvão, petróleo, gás natural, outras fontes não renováveis e biomassa (lenha, bagaço de cana etc.), que é uma fonte renovável, podendo ser convertida em energia mecânica e eletricidade por meio de equipamentos, como caldeiras a vapor e turbinas a gás. Após a geração de eletricidade, o calor que sobra pode, ainda, ser aproveitado em outros processos, principalmente, na indústria. Usinas de cogeração é o nome dado às usinas que produzem, ao mesmo tempo, calor e eletricidade. Há diferentes métodos utilizados para a geração de energia térmica, e eles envolvem diferentes combustíveis: • Gás natural: reservas de gás natural foram formadas há milhões de anos com a sedimentação do plâncton. A sua combustão libera óxido de nitrogênio e dióxido de carbono. Depois de tratado e processado, o gás natural é amplamente utilizado em indústrias, no comércio, em residências e em veículos. Em países de clima frio, é muito utilizado no aquecimento ambiental. Já no Brasil, seus usos residencial e comercial são feitos na cocção de alimentos e no aquecimento de água (REIS, 2011). 24 UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA • Petróleo: o petróleo, que se formou durante milhões de anos pelas transformações químicas de materiais orgânicos, como os plânctons, a partir da queima dos seus derivados, também pode operar termelétricas. Contudo, os derivados do petróleo (gasolina, óleo combustível, óleo diesel etc.), quando queimados, produzem gases contaminantes, como monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e dióxido de carbono, que poluem a atmosfera e contribuem para o aquecimento da Terra e para a formação de chuva ácida, dentre outros efeitos nocivos. O consumo de petróleo e dos seus derivados, no Brasil, está mais relacionado ao setorde transportes do que ao setor elétrico. • Carvão mineral: é outro combustível muito usado em termelétricas. Também, formado há milhões de anos a partir de restos de plantas e animais, dos combustíveis não renováveis, esse é o que causa o maior impacto ambiental. A sua combustão, além de liberar dióxido de carbono, que contribui para o aumento do efeito estufa, emite grandes quantidades de óxidos de nitrogênio e de enxofre, que provocam acidificação (chuva ácida), e podem agravar doenças pulmonares, cardiovasculares e renais nas populações próximas. A abundância de outros recursos naturais disponíveis no Brasil, principalmente, no que diz respeito à geração de energia elétrica, faz com que a utilização do carvão mineral seja limitada, em consequência, também, da sua baixa qualidade, com teor calorífico baixo e alto teor de enxofre. • Biomassa: é uma fonte renovável formada por matéria de origem orgânica que pode ser usada como combustível em usinas termelétricas. Um exemplo de biomassa é o bagaço da cana. Veja, no esquema a seguir, como se dá a cadeia de atividades relacionada à geração de energia elétrica e energia térmica por meio da biomassa. Segundo os dados da Agência Internacional de Energia, a produção global de carvão caiu significativamente em 2016, enquanto o comércio global de gás natural aumentou. A produção de carvão caiu fortemente na China, em 2016, em cerca de 320 milhões de toneladas, ou 9% A produção também caiu em outros lugares, como nos EUA e na Austrália, levando a uma queda da produção global em 458 milhões de toneladas (INTERNATIONAL ENERGY AGENCY, 2017). NOTA TÓPICO 2 — SISTEMAS E MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA 25 FIGURA 10 – PROCESSOS BIOLÓGICOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA FONTE: Adaptada de Reis (2016) 2.3 ENERGIA NUCLEAR Por uma reação denominada fissão nuclear, a energia é liberada no reator nuclear. Os núcleos dos átomos são bombardeados uns contra os outros, provocando o rompimento dos núcleos e a liberação de energia, gerando radiação e calor, o que transforma a água em vapor. A pressão resultante desse processo é usada para produzir eletricidade. O urânio, um metal pesado radioativo, é a matéria-prima empregada na produção de energia nuclear. Esse tipo de produção de energia gera muitas discussões, seja pelos problemas de contaminação resultantes da extração do urânio ou pelas dificuldades de eliminação de dejetos radioativos. Além disso, assim como em outros tipos de usinas termelétricas, a água empregada nos sistemas de refrigeração, quando lançada em rios ou em mares, por exemplo, aumenta a temperatura e prejudica os seres vivos locais. No caso das usinas nucleares do Brasil, o rejeito de calor é lançado ao mar. Exemplo 1: As usinas nucleares também estão sujeitas a acidentes, como aconteceu nas usinas de Three Miles Island, nos EUA, em 1979, e em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. O vazamento de radiação tem o poder de provocar alterações genéticas e doenças, como câncer, por várias gerações, além de danos incalculáveis ao meio ambiente. Vários países da Europa foram afetados pelas consequências do vazamento radioativo de um reator em Chernobyl, e toda a área da usina segue isolada até hoje. 2.4 ENERGIA EÓLICA É a energia produzida a partir da força dos ventos. A força do vento é captada nos aerogeradores por hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador elétrico. Essa fonte é abundante, limpa e renovável, podendo ser explorada em muitos lugares. 26 UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA Ela é utilizada desde os anos 1970 para fins comerciais, em decorrência da crise do petróleo no mundo, inicialmente, pelos Estados Unidos e alguns países da Europa, na busca de diminuir a dependência do petróleo e do carvão. No Brasil, o potencial de aproveitamento da energia eólica é de 143.000 megawatts. Os estados que apresentam os potenciais mais promissores são Ceará e Rio Grande do Norte. A seguir, veja, no esquema, como é formada a cadeia de atividades relacionada à geração de energia eólica. Cada uma dessas máquinas é específica para uma faixa de potência e um determinado tipo de usina. A seguir, esses geradores serão apresentados. FIGURA 11 – CADEIA DE GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA FONTE: Adaptada de Reis (2016) 2.5 ENERGIA SOLAR O sol é uma fonte de energia inesgotável. Muitas fontes de energia renováveis derivam do sol, com o seu uso direto, para fins de aquecimento ou de geração de eletricidade, e indiretamente, como é o caso da energia dos ventos, das águas, das plantas etc. Com o uso de diversas tecnologias, a radiação solar pode ser convertida em energia útil. Usando concentradores solares feitos de espelhos facetados, é possível obter elevadas temperaturas, sendo utilizadas em processos térmicos ou na geração de eletricidade (REIS, 2011). A cadeia de atividades da geração de energia solar é bem simples, mas a instalação dos equipamentos ainda tem um custo elevado. TÓPICO 2 — SISTEMAS E MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA 27 FIGURA 12 – GERAÇÃO, CADEIA DE APROVEITAMENTO DE ENERGIA SOLAR FONTE: Adaptada de Reis (2016) 3 DIFERENÇAS ENTRE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA Uma das formas de diferenciar os sistemas de produção de energia é quanto à condição de renovável ou não renovável. A energia não renovável, ou esgotável, é aquela que é obtida a partir de fontes naturais que não são capazes de se regenerar, como: • Petróleo • Carvão • Gás natural A energia renovável é aquela que é obtida a partir de fontes naturais capazes de se regenerar, como: • Energia da biomassa • Energia hidráulica • Energia solar • Energia eólica Os sistemas de produção, por meio de energias renováveis, apresentam as seguintes vantagens em relação às energias convencionais: • São lançadas, anualmente, na atmosfera, toneladas de CO2 pelo consumo de energias convencionais, como petróleo, gás natural e carvão. O CO2 é o maior responsável pelo aumento do efeito estufa, fazendo a temperatura média global aumentar. • O uso elevado das energias convencionais pode fazer elas se esgotarem mais rápido do que o tempo necessário para que a natureza as produza novamente. Já a produção de energia por métodos renováveis não se esgota. 28 UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA • Com exceção da biomassa, que origina quantidades insignificantes de CO2, SO2 e N2O para a atmosfera, a produção de energia por métodos renováveis é mais limpa e não emite gases com efeito estufa. • A produção local de energia por métodos renováveis contribui para reduzir a dependência energética relativa à importação do petróleo. 4 FONTES DE ENERGIA A energia elétrica é a forma de energia mais usual e difundida em todo o mundo: pode ser gerada por meio de fontes e métodos variados de produção de energia. No entanto, mesmo antes da invenção da eletricidade, as civilizações já utilizavam outras fontes de energia, como na pré-história, quando a humanidade aprendeu a manipular o fogo, que passou a ser utilizado na iluminação e no aquecimento das suas moradias. A eletricidade é utilizada como fonte energética para a iluminação, para o funcionamento de equipamentos e para o aquecimento e o resfriamento de ambientes. A sua criação possibilitou o avanço de novas tecnologias, como a da iluminação artificial e a do condicionamento de ar, que modificaram os hábitos culturais e, consequentemente, os projetos das edificações. Com isso, o conforto ambiental das edificações passou a ser transferido para essas novas tecnologias, o que gerou, também, o aumento considerável do consumo energético, causando impactos no meio ambiente (KELLER; VAIDYA, 2018). FIGURA 13 – DIAGRAMA UNIFILAR DE UM SISTEMA ELÉTRICO FONTE: O autor TÓPICO 2 — SISTEMAS E MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA 29 O alto consumo energético pode gerar impactos ambientais das mais variadas formas. Por isso, uma das práticas sustentáveis utilizadas nos projetos de edificações é a busca por alternativas de redução do consumo energético. Alémdisso, a energia pode ser gerada por meio de fontes diversas, e cada uma delas pode produzir impactos ambientais distintos. Nesse sentido, além da redução do consumo energético, a sustentabilidade está relacionada com a forma de produção de energia e a fonte escolhida. Existem dois tipos de fontes possíveis para a geração da energia a ser consumida em uma edificação: as fontes estão caracterizadas pela utilização, ou não, de recursos passíveis de renovação e, por isso, são denominadas de fontes renováveis e fontes não renováveis. A seguir, serão analisados, definidos e exemplificados esses dois tipos de fontes de energia. 4.1 AS FONTES RENOVÁVEIS A fontes renováveis são as formas de produção de energia que utilizam recursos renováveis, ou seja, que se regeneram ou se mantêm ativas permanentemente e que, mesmo que o homem as utilize, não se esgotam. O não esgotamento dos recursos das fontes renováveis faz com que elas sejam mais indicadas para o processo de geração de energia. Nesse sentido, é mais indicado o uso de recursos que se renovam. A inesgotabilidade dos recursos não é fator de garantia da sustentabilidade e da não geração de impacto ambiental causado pela fonte. A avaliação da sustentabilidade de uma fonte de energia deve levar em consideração, também, os custos e os efeitos ambientais causados pelo seu processo de produção. A energia hídrica ou hidrelétrica é um exemplo de como a análise de uma fonte de energia deve ser feita de forma mais complexa e levando em consideração todo o ciclo de produção energética. Esse tipo de fonte utiliza o movimento da água de rios na geração de energia. Apesar de ser uma geração de energia não poluente, outras questões ambientais devem ser analisadas acerca da fonte hidrelétrica. Uma delas é a intervenção em um curso hídrico para a instalação de uma usina que envolve uma grande obra de engenharia. Além disso, a usina hidrelétrica produz uma área de inundação e represamento de água, afetando a região da instalação. 30 UNIDADE 1 — A SOCIEDADE E AS FONTES DE ENERGIA FIGURA 14 – DIAGRAMA ORGANIZACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO FONTE: <Shutterstock.com>. Acesso em: 9 abr. 2021. Além da água do rio, outros recursos renováveis podem ser utilizados como fonte de energia. É o caso dos ventos, que geram energia eólica através de turbinas, e do calor do sol, que produz energia solar através de placas fotovoltaicas. A queima de matéria orgânica, ou seja, de biomassa, também é uma fonte geradora de energia. A partir da biomassa, também se pode produzir o biogás. Essas formas de energia ainda não são predominantes do mundo, mas estão ganhando espaço, devido aos seus impactos ambientais reduzidos. 4.2 AS FONTES NÃO RENOVÁVEIS Fontes não renováveis estão relacionadas com a geração de energia por meio de recursos que não se renovam e, por isso, estão passíveis de esgotamento, conforme o uso e a exploração contínua. Esses recursos são os denominados combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural, e, ainda, o minério urano e o seu núcleo radioativo. Os recursos não renováveis estão relacionados com a produção da energia termoelétrica, ou seja, com a geração de energia produzida pelo calor e pela combustão do recurso. No caso do urânio, a geração de energia é desenvolvida em usinas termonucleares, o que envolve o aquecimento de um núcleo reator (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2008). Além da preocupação com a não renovação e o esgotamento dos recursos, o uso desse tipo de fonte de energia também é preocupante, pois gera outros impactos negativos no meio ambiente. Uma das questões é que, para serem usados como fonte energética, os recursos precisam ser extraídos da natureza. É o caso do carvão e do urânio, extraídos pela mineração, que causam grandes impactos ambientais. Além disso, o carvão, quando extraído, libera e dispersa micropartículas nocivas para a saúde. TÓPICO 2 — SISTEMAS E MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE ENERGIA 31 FIGURA 15 – (A) MINAS DE EXTRAÇÃO DE CARVÃO E (B) URÂNIO FONTE: <Shutterstock.com>; <Shutterstock.com>. Acesso em: 9 abr. 2021. Além dos impactos da extração, os recursos não renováveis necessitam de transporte para as respectivas usinas, o que gera impactos ambientais relativos ao transporte e ao beneficiamento do recurso bruto nos componentes a serem utilizados. No entanto, os impactos não param por aí. A queima e o consumo dos combustíveis fósseis liberam gases responsáveis pelo efeito estufa e pela poluição do ar. Da mesma forma, a radioatividade do urânio, utilizada pelas usinas nucleares, é controlada, mas, em casos de acidentes, provoca impactos sociais e ambientais gravíssimos. 32 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • As fontes que não se esgotam são chamadas de renováveis. • As fontes de energia não renováveis, como o petróleo, o carvão mineral, o gás natural e o urânio (usado nas usinas nucleares), podem se esgotar. • A hidreletricidade era considerada uma forma de energia não poluente, mas se sabe que a decomposição da vegetação submersa gera gases, como o metano. • Cada forma de energia possui seus prós e contras. • A energia elétrica é a forma de energia mais usual e difundida em todo o mundo: pode ser gerada por meio de fontes e métodos variados de produção de energia. 33 1 A geração de energia para suprir as necessidades humanas pode ser feita mediante fontes renováveis e fontes não renováveis. Essas fontes estão relacionadas com o recurso utilizado na geração da energia. Considere as seguintes fontes de energia: I- Movimentos dos rios e carvão mineral II- Calor do sol e petróleo III- Matéria orgânica e urânio Apresenta(m) exemplos de recurso renovável e recurso não renovável, respectivamente: a) ( ) Apenas II. b) ( ) Apenas I e III. c) ( ) Apenas I. d) ( ) Apenas II e III. e) ( ) I, II e III. 2 Uma das questões da sustentabilidade é a redução de impactos ambientais por meio da utilização de energias limpas. Acerca da relação entre energia e sustentabilidade, o que se pode afirmar? a) ( ) A energia limpa é baseada na busca de fontes não renováveis alternativas. b) ( ) As fontes de uma energia limpa são baseadas em combustíveis fósseis. c) ( ) A energia limpa visa à utilização de recursos renováveis e não poluentes. d) ( ) A geração de uma energia limpa se baseia em não utilizar tecnologias. e) ( ) A energia limpa é uma forma de viver sem utilizar energia elétrica. 3 A iluminação artificial e o condicionamento de ar são tecnologias desenvolvidas após o advento da eletricidade e que estão relacionadas com o conforto ambiental. Acerca dessa questão, assinale a afirmativa verdadeira: a) ( ) A popularização das lâmpadas e dos aparelhos de ar-condicionado aumentou, consideravelmente, o consumo de eletricidade. b) ( ) O conforto ambiental só foi possível de ser alcançado com os aparelhos de ar-condicionado. c) ( ) O condicionamento de ar permitiu o desenvolvimento da iluminação artificial e, consequentemente, o aumento do consumo de energia. d) ( ) O conforto ambiental é o grande causador do alto consumo de energia, pois depende da eletricidade para ser alcançado. e) ( ) O condicionamento de ar aumentou o conforto ambiental das edificações e reduziu o consumo energético. AUTOATIVIDADE 34 4 A energia solar transforma o calor do sol em energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas. Considere as seguintes afirmações acerca das placas fotovoltaicas: I- São uma ótima solução de geração de energia, pois funcionam em qualquer tipo de clima, inclusive, em regiões com baixo potencial de radiação solar. II- Podem ser usadas de forma domiciliar, acopladas em telhados e em coberturas de residências. III- São muito eficientes e, por isso, suprem qualquer tipo de demanda energética de uma edificação, mesmo em dias nublados. Quais das afirmações anteriores estão CORRETAS? a) ( ) Apenas I. b) ( ) Apenas II. c) ( ) Apenas III. d) ( ) Apenas I e II. e) (
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