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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas Departamento de Engenharia Mecânica ENSAIOS DE TRAÇÃO Aluno: Tulio Machado Silva Medeiros Liporoni Disciplina: Laboratório de Resistência dos Materiais I Professor: Marcos Massao Shimano UBERABA - MG 26/05/2021 1-INTRODUÇÃO O ensaio de tração foi realizado em uma máquina universal de ensaios para estudar o comportamento mecânico de um material (corpo de prova) e de uma estrutura. Neste experimento foram testados dois corpos de prova metálicos de materiais diferentes, um de alumínio e o outro de aço, visando ilustrar as propriedades mecânicas e mais especificamente a resistência e comportamento dos diferentes corpos metálicos quando submetidos a tração até que seja atingido o rompimento. Nos ensaios realizados em estruturas, geralmente são testados os produtos acabados. Neste caso, é estudado o comportamento mecânico de uma estrutura quando submetido a esforços de tração. É comum a utilização de abraçadeiras plásticas em diversas aplicações desde a engenharia elétrica até em procedimentos cirúrgicos veterinários1. devido a sua versatilidade, no entanto, justamente por ser um objeto tão banal pouca importância é dada a procedência dessa estrutura e sua fabricação. Portanto os objetivos deste relatório foram: -Obter as propriedades mecânicas, modulo de elasticidade tensão de escoamento resiliência e tenacidade de um corpo de liga de aço e outro de alumínio afim de comparar esses dados com valores disponíveis publicamente para determinar qual liga foi utilizada em suas construções. -Estudar o comportamento mecânico em tração de duas abraçadeiras plásticas com dimensões similares. Uma de fabricante conhecido e outra genérica com marca indeterminada obtida avulsa a granel e determinar se há significante diferença e seu comportamento ao serem tracionadas. 2-METODOLOGIA Todos os ensaios foram realizados na máquina universal de ensaios da marca Time Group - modelo WDW-100E, do Laboratório de Ensaios Mecânicos do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. 1 ¹ Miranda, A.H., Silva, L.A.F. da, Tavares, G.A., Amaral, A.V.C. do and Miranda, H.G. de 2006. ABRAÇADEIRA DE NÁILON: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO EM TESTES FÍSICOS E SEU EMPREGO COMO CERCLAGEM NO FÊMUR DE CÃES. CIÊNCIA ANIMAL BRASILEIRA (Brazilian Animal Science). 7, 3 (Oct. 2006), 299–307 Figura 1: Máquina universal de ensaios. Fonte: Vídeo disponibilizado pelo professor. Em todos os ensaios foi utilizada uma célula de carga com capacidade máxima de 10000 kg, da marca Transcell Technology e modelo DBSL-SJ-10t e a velocidade do teste foi 1mm/ min para os materiais metálicos e 2mm/min para as presilhas. 2.1-Aço (corpo de prova) Foi confeccionado para o ensaio um Corpo de Prova (CP) cilíndrico a partir de uma liga de aço desconhecida com duas roscas em suas extremidades para fixação durante o ensaio de tração. Em seguida foi caracterizado seu diâmetro médio utilizando um paquímetro. Antes da fixação na máquina foram feitas marcações a cada 5mm ao longo do comprimento útil do CP. A figura 1 demonstra o esquema do corpo de prova com extensômetro acoplado. Figura 2 Fonte: vídeo fornecido pelo professor. A fixação na máquina de ensaios foi feita com um acessório que foi parafusado as extremidades do corpo de prova e por um pino. Após fixo foi acoplado ao CP um extensômetro que gera medidas mais próximas a real deformação do corpo durante o ensaio na fase elástica. À medida que permite ignorar qualquer deformação originaria da máquina e seus componentes. Com este procedimento completo foi iniciado o teste com velocidade 1 mm/min até que o corpo de prova se rompa. Obtido os dados de carga de tensão e deformação. Após tratados obteve-se a tabela 1 e o gráfico de tensão contra deformação (figura1). Tabela 1: Informações corpo de aço Comprimento inicial (mm) 50 Comprimento Final (mm) 55,0011 Diâmetro (mm) 7,0433 Área (mm^2) 38,9620909 Módulo de elasticidade (GPa) 230,305 Limite de escoamento (MPa) 546,1719 Resiliência (J/m^3) 647627,638 Limite de resistência (MPa) 596,733888 Tenacidade (J/m^3) 52932423,3 Figura 1: Gráfico tensão v.s. deformação relativa do corpo de aço. A tensão de escoamento foi calculada do modo convencional: a tensão correspondente a 0,2% da deformação permanente. Figura 3: estricção e rompimento do CP Fonte: Professor Com relação este especifico corpo de prova é evidente pela estricção ocorrida no cilindro de aço e a longa fase plástica no gráfico trata-se de um material dúctil, porém, resistente, com modulo de elasticidade levemente acima do esperado. Além disso, o limite de escoamento encontrado foi comparável a aços ARBL (Alta Resistência Baixa liga) (quadro 1), no entanto, o limite de resistência foi próximo ao de escoamento, fugindo desta classe. Portanto, com os dados obtidos não foi 0 100 200 300 400 500 600 700 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11 T e n s ã o ( M P a ) Def. Rel. Ensaio corpo cilindrico de aço possível determinar com suficiente asserção a liga de aço utilizada em sua confecção. 2.2-Alumínio (corpo de prova) Foi usinado para o ensaio um Corpo de Prova (CP) na forma de uma barra com seção retangular a partir de uma liga de alumínio desconhecida. Em seguida utilizando um paquímetro foram caracterizadas a dimensões médias da seção da barra e determinada sua área e feitas marcações a cada 5mm ao longo de seu comprimento. A figura 4 demonstra o esquema do corpo de prova com extensômetro acoplado. Figura 4: Corpo de prova de aluminio acoplado a garra. Fonte: Disponibilizado pelo professor. Devido à seção transversal retangular e uniforme da barra de alumínio foram utilizadas duas garras mecânicas fixadas a máquina por pinos. Então foi acoplado o extensômetro da mesma forma que anteriormente foi removido quando o corpo apresenta deformação plástica. O ensaio então foi iniciado com velocidade de 1 mm/min até o rompimento do CP (figura 6). Os dados de carga, deformação e as dimensões foram então exportadas para o Microsoft Excel para cálculos e tratamento de dados. Obtendo-se por fim as propriedades na tabela 2 que foram comparadas as propriedades das ligas de alumínio (quadro 1) e o gráfico de seu comportamento em tração. Figura 5: Estricção do corpo de aluminio. Fonte: Disponibilizado pelo professor. Tabela 2: Propriedades Alumínio. Comprimento inicial (mm) 50 Comprimento Final (mm) 61,413 Comprimento médio lateral 1 (mm) 6,3025 Comprimento médio lateral 2 (mm) 6,325 Área (mm^2) 39,8633 Módulo de elasticidade (GPa) 70,155 Limite de escoamento (MPa) 175,898 Resiliência (J/m^3) 220512,5 Limite de resistência (MPa) 212,6266 Tenacidade (J/m^3) 44298478 A tensão de escoamento foi calculada do modo convencional: a tensão correspondente a 0,2% da deformação permanente. Figura 6: Gráfico de tensão v.s. deformação relativa barra de alumínio O gráfico (figura 6) mostra o resultado esperado para teste de tração em metais, evidenciando comportamento típico de metais dúcteis em ensaio de tração com longa região plástica e encruamento evidente. Quadro 1: Comparação entre as variações do metal Material Limite de escoamento (MPA) Limite de resistência (MPA) Módulo de elasticidade (GPa) Barra testada 175,9 212,6 70,155 Alumínio 1100 90 - 115 90 - 142 64 - 69 Alumínio 5052 H32 160 215 - 265 71 - 74 Alumínio 6101 172 200 70 Fonte: https://www.imperiodosmetais.com.br/ficha-tecnica Como explicito no quadro acima ao comparar as características do material determinadas neste ensaio com outras disponíveis por fornecedores e metalúrgicas é possível afirmarcom razoável confiabilidade que a barra utilizada era composta de Alumínio 6101, comumente utilizado em instalações elétricas, devido a sua resistência a corrosão e boa condutibilidade. 0 50 100 150 200 250 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 T e n s ã o ( M P a ) Def. Rel. Ensaio barra de aluminio https://www.imperiodosmetais.com.br/ficha-tecnica 2.3-Presilhas (estrutura) Os últimos ensaios foram realizados em duas presilhas de dimensões similares uma da fabricante Brasforte e outra sem origem determinada, ambas com comprimento total de 300 mm, espessura da parte serrilhada de 1,2 mm e largura de 3,6 mm. As presilhas foram passadas ao redor dos pinos do suporte da máquina de ensaios e travadas (figura 7). Para as duas amostras foi utilizada a velocidade de 2 milímetros por minuto, mantida até o fim do teste. Para estes ensaios, não cabe o uso do extensômetro por envolver forças muito menores que os ensaios anteriores além da geometria das presilhas impossibilitar a sua utilização. Figura 7: Presilha a Brasforte(esquerda) e indeterminada(direita) Fonte :Vídeo disponibilizado pelo professor. O ensaio continuou até a falha das estruturas, então foram coletados os dados de deformação, carga máxima e modulo de resistência por alongamento para comparação (quadro 2). Quadro 2: Propriedades estruturais das presilhas Presilha Modulo de resistência (N/mm) Carga Máxima (N) Deformação absoluta (mm) Brasforte (branca). 31,45 241,2 19,125 Desconhecida (preta). 36,1 274 13,7812 Com a deformação absoluta e carga aplicada foi criado também o gráfico abaixo (figura 8). Contendo as curvas das duas estruturas. Figura 8: Gráfico de carga v.s. alongamento Nota-se que a presilha branca apresentou esticamento significantemente maior enquanto a presilha preta teve uma curva mais acentuada e suportou carga superior. É evidente que material utilizado na presilha é mais rígido, no entanto, mais frágil. Também evidente no modo de falha das presilhas (figura 9). Figura 9: rompimento das presilhas. Fonte: Fotos disponibilizadas pelo professor. 0 50 100 150 200 250 300 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 C ar ga ( N ) Deformação (mm) Carga-Deformação Presilha Preta Presilha Branca Observa-se que na presilha branca (mais plástica) o ponto de falha foi a pequena trava e sua cabeça enquanto na preta a princípio devido ao material mais frágil ouve uma fratura na ligação entre a cabeça da presilha e seu corpo. 5-CONCLUSÕES De maneira geral, pode-se afirmar que os resultados dos ensaios conduzidos foram satisfatórios, foi possível ilustrar bem a importância de conhecer os materiais utilizados na industrial e o papel importante que o ensaio de tração e por consequência a resistência dos materiais te neste assunto. Apesar disso é evidente que para resultados mais assertivos são necessários mais ensaios que permitem dados mais acurados e uma análise estatística.
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