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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas Departamento de Engenharia Mecânica ENSAIOS DE COMPRESSÃO Aluno: Tulio Machado Silva Medeiros Liporoni Disciplina: Laboratório de Resistência dos Materiais I Professor: Marcos Massao Shimano UBERABA - MG 18/07/2021 1-INTRODUÇÃO O ensaio de compressão foi realizado em uma máquina universal de ensaios para estudar o comportamento mecânico de um material (corpo de prova) e de três estruturas. Neste experimento foi testado um corpo de prova de alumínio, visando ilustrar as propriedades mecânicas e mais especificamente a resistência e comportamento dos diferentes corpos metálicos quando submetidos a compressão até um certo percentual de encurtamento. Nos ensaios realizados em estruturas, geralmente são testados os produtos acabados. Neste caso, é estudado o comportamento mecânico de dois tubos de PVC e uma garrafa PET quando submetidos a esforços de compressão. Tubulações de PVC são comumente utilizadas para transporte de água potável e efluentes dessa forma os tubos estão sujeitos a normas de fabricação. Portanto os objetivos deste relatório foram: -Obter as propriedades mecânicas, modulo de elasticidade tensão de escoamento resiliência e tenacidade de um corpo de alumínio afim de comparar esses dados com valores disponíveis publicamente para determinar qual liga foi utilizada em sua construção. -Estudar o comportamento mecânico em compressão de dois tubos de PVC com dimensões similares de fabricantes diferentes e determinar se há significante diferença e seu comportamento ao serem comprimidos. -Obter o gráfico carga v.s. deformação, analisar o comportamento e calcular a anergia total absorvida de uma garrafa pet de 500ml tampada em compressão. 2-METODOLOGIA Todos os ensaios foram realizados na máquina universal de ensaios da marca Time Group - modelo WDW-100E, do Laboratório de Ensaios Mecânicos do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Figura 1: Máquina universal de ensaios. Fonte: Vídeo disponibilizado pelo professor. Em todos os ensaios foi utilizada uma célula de carga com capacidade máxima de 10000 kg, da marca Transcell Technology e modelo DBSL-SJ-10t e a velocidade do teste foi 2mm/min para o corpo de prova, 20 mm/min para a garrafa pet e 10 mm/min para os tubos. 2.1-Aluminio (corpo de prova) Foi confeccionado para o ensaio um Corpo de Prova (CP) cilíndrico a partir de uma liga de alumínio desconhecida. Em seguida foi caracterizado seu diâmetro médio e comprimento utilizando um paquímetro. A figura 2 demonstra o esquema do corpo de prova. Figura 2: Corpo de prova de alumínio ao início do ensaio Fonte: vídeo fornecido pelo professor. Para a fixação na máquina de ensaios bastou repousar o cilindro de alumínio na vertical sobre as mesas que foram acopladas a máquina de ensaios. Com este procedimento completo foi iniciado o teste com velocidade 2 mm/min até que o corpo de prova apresentou 35,03% de deformação longitudinal. Então com os dados de carga de tensão e deformação obteve-se a tabela 1 e o gráfico de tensão contra deformação (figura 3). Tabela 1: Informações corpo de alumínio Comprimento inicial (𝐿0) 21,29 mm Comprimento Final (𝐿𝑓) 13,83 mm Diâmetro (𝐷) 9,42 mm 𝐿0/𝐷 2,26 Área 69,6934 mm² Módulo de elasticidade 21,248 GPa Limite de escoamento 320,116 MPa Resiliência 241139,1885 J/m³ Tensão máxima aplicada 620,718 MPa Tenacidade 36293908,37 J/m³ Observa-se que os valores da tensão de escoamento e modulo de elasticidade divergem muito dos valores esperados encontrados na literatura (quadro 1). Isso se deve a relação entre comprimento e diâmetro ser muito pequena segundo a norma ASTM E-9, que diz que corpos de prova cuja relação “𝐿0/𝐷” seja inferior a 2,0 são considerados pequenos, e grandes quando “𝐿0/𝐷 > 8,0”. Valores intermediários são considerados médios. O módulo de elasticidade somente pode ser determinado em corpos de prova grandes (𝐿0/𝐷 > 8,0). Para ensaios de compressão. A tensão de escoamento foi calculada do modo convencional: a tensão correspondente a 0,2% da deformação permanente. Quadro 1: Comparação entre as variações do metal Fonte: https://www.imperiodosmetais.com.br/ficha-tecnica Figura 3: Gráfico tensão v.s. deformação do alumínio em compressão O Gráfico da figura 3 difere do obtido na tração do alumínio em forma por não apresentar queda de tensão e também por sofrer tensões muito maiores. 0 100 200 300 400 500 600 700 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 T e n s ã o ( M P a ) Deformação relativa Ensaio de compressão em aluminio Material Limite de escoamento (MPA) Limite de resistência (MPA) Módulo de elasticidade (GPa) Corpo de prova 320,116 n/a 21,248 Alumínio 1100 90 - 115 90 - 142 64 - 69 Alumínio 5052 H32 160 215 - 265 71 - 74 Alumínio 6101 172 200 70 https://www.imperiodosmetais.com.br/ficha-tecnica Figura 4: Encurtamento e aumento do diâmetro do CP. Fonte: Vídeo fornecido pelo professor. Dessa forma com as informações obtidas sobre o corpo de prova pode se apenas afirmar que se trata de uma liga dúctil devido a grande deformação sofrida. Sobre o teste de compressão, no entanto pôde-se observar que as cargas envolvidas são em geral muito maiores que em testes de tração. 2.2-Tubos de PVC (estruturas) Também foram realizados testes com objetivo de comparar dois tubos de PVC de diferentes fabricantes. Para isso foram cortadas uma seção de cada variante com as mesmas dimensões, que então foram medidas com o auxílio de um paquímetro para a obtenção de suas médias (quadro 2). A figura 5 demonstra o esquema do ensaio. Figura 5: Tubo 1 (esquerda) e tubo 2 (direita) no inicio do ensaio. Fonte: Adaptado de vídeo disponibilizado pelo professor. Os tubos foram colocados horizontalmente sobre a mesa da maquinas como observado nas figuras 5 e 6. Então a parte superior foi abaixada até que ambas mesas fizessem contato com o tubo. O ensaio então foi iniciado com velocidade de 10 mm/min até que a deformação atingiu aproximadamente 15mm (figura 6). Figura 6: Tubo 1(esquerda) e tubo 2 (direita) após compressão. Fonte: adaptado de vídeo disponibilizado pelo professor. Os dados de carga, deformação e as dimensões foram então exportadas para o Microsoft Excel para cálculos e tratamento de dados. Obtendo-se por fim as propriedades no quadro 2 e o gráfico de seu comportamento em compressão. Quadro 2: Propriedades estruturais dos tubos Tubo Comprimento (mm) Diâmetro externo (mm) Espessura da parede (mm) Modulo de resistência (N/mm) Carga Máxima (N) Deformação absoluta (mm) 1 53,008 32,196 2,261 287,16 1059,6 15,2087 2 53,008 32,096 2,145 271,79 962,4 15,146 Figura 7: Gráfico comparativo de carga v.s. deformação dos tubos. O gráfico (figura 7) permite visualizar claramente as informações no quadro 2. Um ponto interessante é que até por volta de 220N o tubo 2 que apesentou menor rigidez e resistência máxima foi marginalmente menos deformado para uma dada carga. O tubo 2 então apresentou rigidez 5,35% menor e resistiu a uma carga 9,17% mais baixa também. Ou seja, a diferença apresentada é pequena e varia acompanhando a espessura ligeiramente menos da parede do tubo 2, conforme o esperado de um produto que é construído para atender um conjunto de especificações pré-determinadas. 2.3-Garrafa (estrutura). O ensaio foi realizado utilizado uma garrafa PET de 500ml da marca Crystal que foi colocada sobre o apoio da máquina de ensaios tampada buscando observar o comportamento da garrafa e obter gráfico carga – deformação com o aumento da pressão interna. Agarrafa foi colocada sobre suporte da máquina de ensaios e então foi baixada a mesa superior da máquina (figura 8). Foi utilizada a velocidade de 20 milímetros por minuto, mantida até o fim do teste. 0 200 400 600 800 1000 1200 0 2 4 6 8 10 12 14 16 C a rg a ( N ) Deformação (mm) Carga-Deformação Tubo 1 Tubo 2 Figura 8: Esquema da garrafa no teste de compressão. Fonte: Vídeo disponibilizado pelo professor. O ensaio continuou até a que a garrafa sofre apresentou dobras e a deformação absoluta atingiu 16,6187 milímetros, então foram coletados os dados de deformação, carga máxima, modulo de resistência e energia absorvida (tabela 2). Tabela 2: Propriedades estruturais da garrafa. Deformação absoluta 16,6187 mm Módulo de resistência 101,91 N/mm Carga máxima aplicada 220 N Energia absorvida 1886,00744 N*mm Com a deformação absoluta e carga aplicada foi criado também o gráfico abaixo (figura 9). Contendo as curvas das duas estruturas. Figura 9: Gráfico de carga v.s. deformação. Nota-se que a deformação inicialmente segue de forma bem linear até uma queda brusca quando há a dobra na garrafa (figura 10), então antes de enfraquecer novamente há um aumento na resistência possivelmente devido à pressão interna. 0 50 100 150 200 250 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 C a rg a ( N ) Deformação (mm) Compressão na garrafa Figura 10: Amassamento da garrafa Fonte: Vídeo disponibilizado pelo professor. 5-CONCLUSÕES De maneira geral, pode-se afirmar que os resultados dos ensaios conduzidos foram satisfatórios, no caso do corpo de prova para a comparação com a literatura ainda é necessário um teste feito conforme as normas, mesmo assim o ensaio foi proveitoso à medida que foi possível calcular as propriedades propostas e observar o comportamento do alumínio e compressão. Os testes com estruturas diferem dos corpos de prova tradicionais por ter mais valor quando usados para comparação ou confirmação das especificações fornecidas, para os testes com os tubos pode se observar que apesar de o tubo 1 ter maior resistência e rigidez os dois tem a mesma construção e utilizam materiais muito semelhantes portanto a variação foi pequena.