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Gabriel Guilherme - Clínica Médica - 6º Sem. - T4 SBC Síncope 29/10 ● De�nição: → Perda transitória da consciência ocasionada pela hipoperfusão cerebral → Caracterizada por rápido início, curta duração e recuperação completa e sem sequelas → Raramente dura mais que um ou dois minutos ● Epidemiologia → Prevalência 20% → Bimodal - 1º pico no �nal da adolescência/ início da vida adulta (principalmente de origem vasovagal) - 2º pico na terceira idade ( > 70 anos) → Queixa comum na emergência → Principal fator de risco é uma síncope prévia ● Fisiopatologia → Todas às etiologias têm o mesmo caminho �nal: a disfunção transitória de ambos os hemisférios cerebrais ou de tronco cerebral por hipoperfusão → A diminuição de �uxo pode ser: - Regional (ex. por vasoconstrição) - Sistêmica (por hipotensão) → São necessários 10s de interrupção completa de �uxo sanguíneo ou uma redução de 35 a 50% da perfusão para gerar uma síncope → Quedas maiores que 60 mmHg de pressão arterial sistólica também podem ser associados a síncope Síncope re�exa ou neuromediadas: → Desencadeadas por estimulação de vias simpaticomiméticas ou parassimpáticas com vasodilatação ou bradicardia como resposta a diferentes estímulos ou gatilhos. → Síncope vasovagal pode ser desencadeada por dor, emoções, estresse, ambiente muito quente, muito tempo em pé… → Síncopes situacionais → Síncope por hipersensibilidade do seio carotídeo que ocorre por manipulação mecânica (barbear, gravadas apertadas, colares…) desse seio, levando a bradicardia ou hipotensão Síncope por hipotensão ortostática (HO) → HO: redução sustentada de pelo menos 20 mmHg da PAS e/ou 10 mmHg da PAD dentro de 3 minutos após a ortostase → Atividade aferente simpática está prejuidicada, gerando vasoconstrição de�ciente → Quando em pé, o sangue por gravidade desce para os MMII e sem vasoconstrição o sangue têm di�culdade de volta para cima, gerando hipoperfusão cerebral Síncope por causas cardíacas: → Múltiplos mecanismos, sendo os principais: - Arritmias com comprometimento hemodinâmico e diminuição da perfusão cerebral - Doenças estruturais cardíacas (ex.: estenose aórtica grave) ● Etiologias Síncope Re�exa (mediada neuralmente) → Re�exos neurais modi�cam a frequência cardíaca e a pressão sanguínea de forma inadequada → Incluem a síncope vasovagal, por hipersensibilidade do seio carotídeo, e síncope situacional Síncope Ortostática → Insu�ciência ou falha autonômica primária: falha autonômica pura, atro�a de múltiplos sistemas, doença de Parkinson, demência de Lewy → Insu�ciência autonômica secundária: diabetes, amiloidose, lesões na medula espinhal, neuropatia autonômica autoimune, neuropatia autonômica paraneoplásica, insu�ciência renal → Diminuição do volume intravascular: que pode ocorrer com a ingestão inadequada de líquidos, uso exagerado de diuréticos, hemorragia, diarreia e vômitos intensos. → Efeitos de drogas: especialmente antidepressivos (tricíclicos, fenotiazina) e agentes anti-hipertensivos, em especial vasodilatadores (bloqueadores dos canais de cálcio, nitratos, bloqueadores beta e alfa, hidralazina, inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA). Outros medicamentos que podem levar a hipotensão ortostática incluem opiáceos e bromocriptina. → Consumo de álcool: prejudica a vasoconstrição → Envelhecimento: diminuição do re�exo vestíbulo-simpático Síncope Cardíaca ou cardiopulmonar estrutural → Arritmias: frequência cardíaca muito lenta ou muito rápida, as causas arrítmicas mais comum da síncope são: - Disfunção do nó sinusal - Doença do sistema de condução atrioventricular - T. supraventricular - T. ventricular → Cardíaco estrutural: estenose aórtica, infarto agudo do miocárdio/ isquemia, cardiomiopatia hipertró�ca, massas 31 Gabriel Guilherme - Clínica Médica - 6º Sem. - T4 SBC cardíacas (mixoma atrial, tumores etc.), doença pericárdica/tamponamento, anomalias congênitas das artérias coronárias, disfunção da válvula protética. → Grandes vasos cardiopulmonares: embolia pulmonar, dissecção aguda da aorta, hipertensão pulmonar Síncope de origem desconhecida ou idiopática → Após avaliação com história, exame físico e ECG inconclusivo em relação a etiologia, considera-se síncope de origem desconhecida ● Causas de Perda de Consciência Não Síncope → Condições que levam a perda de consciência que não sejam por hipoperfusão cerebral, não são denominadas síncope → Podem ser agrupadas em 3 principais: - Neurológica (crise epiléptica/ convulsões, hemorragia subaracnóidea…) - Metabólica (drogas, álcool, medicamentos) - Psicogênica (ansiedade) ● Abordagem do Paciente → Maioria dos pacientes chega à emergência pós síncope estão assintomáticos → Necessário buscar critérios de instabilidade e se a síncope é recorrente → Objetivo da avaliação na emergência é identi�car risco de morbidade imediata e futura morte súbita, não deixar diagnósticos críticos escaparem: - IAM, arritmias com risco a vida - Estenose aórtica grave, dissecção de aorta - Tamponamento cardíaco - TEP maciço - HSA - Sangramento gastrointestinal - Ectópica rota - Aneurisma de aorta abdominal → Após afastar as causas de maior morbidade, fazer anamnese detalhada, exame físico e SEMPRE SOLICITAR ECG Anamnese → Buscar circunstâncias em que ocorreu a síncope (em que posição paciente estava? O que estava fazendo? Onde estava? Foi um momento de estresse, medo ou dor?) → Sintomas que ocorrem antes, durante ou após a sincope → Antecedente (comorbidades/ medicamentos/ episódios prévios/ histórico familiar de morte súbita) → Sintomas prolongados com pródromo clássico são associados a vasovagal - Tontura - Sensação de frio ou calor - Sudorese - Palpitações - Náusea - Embaçamento visual ou esbranquiçamento - Diminuição da audição/ sons incomuns - Palidez relatada pelos espectadores → Algumas pessoas, principalmente idosos, podem estar amnésiosicos após o evento e incapazes de recordar qualquer pródromo → Sempre que possível obter informações de uma testemunha 32 Gabriel Guilherme - Clínica Médica - 6º Sem. - T4 SBC Exame Físico → Sinais Vitais - PA: diagnosticar HO - FC - FR: embolia pulmonar ou causas psquiatricas → Achados cardiovasculares - Procurar diferença de PA em cada braço (dissecção de aorta) - Sopros cardíacos patológicos - Abafamento de bulhas - Sinais de embolia pulmonar (taquipnéia e taquicardia são mais comuns mas muito inespecí�cos) → Achados Neurológicos Exames Complementares → ECG EM TODOS OS PACIENTES → Eletrocardiograma de longa duração (HOLTER 24h) é indicado em pacientes com suspeita de síncope arritmia → Ecocardiograma é útil para avaliar cardiopatias estruturais, valvulopatias e efusão pericárdica → Avaliação com teste de esforço útil para síncope associada a esforço → Teste de inclinação (tilt-teste) realizado em pacientes com síncope neuromediada que não foram con�rmados pela avaliação inicial → Teste eletro�siológico geralmente usados em pacientes com arritmia documentada, envolve estimulação elétrica invasiva do coração e manutenção para descobrir possíveis anormalidades, utilizado em último caso ● Estrati�cação de Risco → Avaliar a morbidade e mortalidade em curto prazo de 1 ano → Regra de San Francisco, foram identi�cados os seguintes fatores: - História de insu�ciência cardíaca - Eletrocardiograma anormal - Hematócrito < 30% - Dispneia - PAS < 90 mmHg 33
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