Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP M.A.L.T. TECIDOS LINFÓIDES ASSOCIADOS À MUCOSA Tecidos linfóides associados à mucosa (Mucosa-Associated Lymphoid Tissue - MALT) estão presentes associados à mucosa de diversos órgãos, não se limitando a um local específico. Recebem diferentes nomes a variar com a localização: ● GALT (Gut-associated)⇒ Intestino ● BALT (Bronchus-associated)⇒ Pulmão ● NALT (Nasal-associated)⇒ Cavidade nasal ESTRUTURA A organização das MALTs é variada, podendo ser encontrada como: ● Coleções frouxas de tecido linfóide pouco organizadas→ lâmina própria de vilos intestinais ● Mais densa e organizada→ tonsila palatina, apêndice cecal e placas de Peyer Os agregados contém domínios de células B e T e HEVs (vênulas de endotélio alto), locais de chegadas de linfócitos recirculantes. FUNÇÃO A principal porta de entrada de patógenos são as mucosas que delimitam os sistemas digestivo, respiratório e urogenital (~400m2 de superfície vulnerável). A necessidade de defesa local, fundamenta a função destes tecidos. ● Os linfócitos que residem as MALTs coletam antígenos inalados ou ingeridos e os drenam para vasos linfáticos e para linfonodos drenantes mediastinais (respiratório) ou mesentéricos (digestivo). Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP TONSILAS MALTs formadas por aglomerados de folículos linfóides abaixo de um revestimento epitelial (não capsular) na cavidade oral e faringe. ● Nasofaringe⇒ Tonsila Faríngea (adenoide) ● Orofaringe⇒ Tonsila Palatina e Lingual O conjunto dessas tonsilas constituem o Anel de Waldeyer. TONSILA FARÍNGEA ● Delimita o teto do anel de Waldeyer. ● Por tecido conjuntivo, se liga ao periósteo do esfenóide. ● Epitélio pseudoestratificado colunar ciliado + Parênquima→ maior parte é composto por folículos Corte histológico de tonsila faríngea ⇒ A ativação destes folículos pode resultar em hipertrofia do órgão, gerando dificuldade respiratória e ronco devido à obstrução da nasofaringe. Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP TONSILA PALATINA E LINGUAL Palatinas→ voltam-se à orofaringe e delimitam as laterais do AW. Linguais→ voltam-se à cavidade oral e delimitam o assoalho do AW (porção posterior da língua) ● Ambas são formadas por massas de folículos linfoide sustentadas por tecido conjuntivo e revestidas por epitélio estratificado escamoso não queratinizado contínuo com o epitélio de revestimento da cavidade oral. ● O epitélio penetra em direção ao interior da tonsila formando criptas, que conduzem o secretado de glândulas mucosas para a superfície e aumentam a superfície de contato entre APCs e antígenos. ● As porções mais posteriores e profundas são revestidas por um tecido conjuntivo denso, formando uma hemicápsula de revestimento, visto a ausência de epitélio, que separa a tonsila de outros órgãos. ● As tonsilas apresentam APCs em sua superfície e HEVs em seu parênquima. Corte histológico de tonsila palatina Circundado = Folículo linfóide ⇒ Em folículos linfóides existem linfócitos B, enquanto nas zonas interfoliculares, linfócitos T. Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Corte histológico de língua em foco na tonsila lingual (cripta - tonsila palatina) MALTS DO TRATO DIGESTIVO MALTs do TG⇒ montagem de respostas diferentes das convencionais Não seria favorável a existência de uma resposta imunológica contra componentes alimentares, dessa forma, os MALTs dessa região apresentam o diferencial de montar respostas diferentes. Em órgãos componentes do trato, o tecido linfóide pode ser encontrado na: CAMADA MUCOSA ● MALTs presentes (< qnt) na lâmina própria que apoia o epitélio voltado ao lúmen intestinal. ● Com linfócitos T e B, plasmócitos e APCs. Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP CAMADA SUBMUCOSA ● MALTs em agregados foliculares maiores e organizados, entremeando o tecido conjuntivo frouxo. ● Placas de Peyer, no íleo, reúnem 30-40 folículos a cada placa. PLACAS DE PEYER ● Grupos de folículos linfóides que fazem saliência na luz do intestino, formando estruturas semelhantes a domos. ● Encontradas na lâmina própria da mucosa e na submucosa ao longo de todo o intestino, mas são mais proeminentes no íleo. ● Os folículos se comportam como em outros órgãos⇒ linfócitos B no centro germinativo e linfócitos T nas z. interfoliculares. Corte histológico de íleo (p. Peyer) CÉLULAS M - Células cubóides e multi fenestradas - Entremeio o epitélio - células com microvilosidades - Abrigam linfócitos Polos laterais: epitélio intestinal Polo apical: micro dobramentos para coletar antígenos Polo basal: abrigam linfócitos e APCs ⇒ Células pinocitam antígenos ingeridos e propiciam o contato desses com linfócitos. ● O antígeno cruza a célula M em vesículas e é exocitado no polo apical→ reconhecido e internalizado por APCs (pode ser a CD). Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ● APCs ativam linfócitos T→montagem de resposta imune. ● O antígeno, carregado por APC, deixa a lâmina própria por vasos linfáticos que o drenam para um linfonodo mesentérico. CÉLULAS DENDRÍTICAS Podem capturar o antígeno diretamente→ emissão de prolongamentos que atravessam o epitélio. . ● Os dobramentos apicais auxiliam a endocitar o antígeno por pinocitose. Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Corte histológico de esôfago Corte histológico de região de transição entre esôfago e estômago Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Corte histológico de estômago Corte histológico transição piloro-duodeno (destaque tecido linfóide difuso) Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Corte histológico de intestino delgado - Jejuno Corte histológico de intestino delgado - Íleo Placa de Peyer Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Presentes as células M Corte histológico de intestino grosso Setas = linfócitos LINFONODOS MESENTÉRICOS Linfonodos que drenam a linfa na região do trato gastrointestinal. Linf. mesentéricos Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Indução de imunidade sistêmica pela placa de Peyer do íleo Eles têm contato com a placa de Peyer, recebendo o antígeno do lúmen intestinal através de APCs por vasos aferentes. Lá, ele é reconhecido pelos linfócitos T que se ativam e deixam o linfonodo pelo vaso linfático eferente, caindo no sangue, podendo retornar à lâmina própria intestinal (no vilo). Sistema imune intestinal Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP APÊNDICE CECAL Prolongamento do ceco, curto e delgado, com um acúmulo de tecido linfóide organizado em folículos, muitos com centros germinativos. CÓLON Última porção do intestino grosso com coleção expressiva de tecido linfóide. ● Os linfócitos não têm organização muito definida, sendo encontrados na lâmina própria da mucosa, se estendendo até a submucosa. MALTS DO TRATO RESPIRATÓRIO ● A organização é inferior com relação aos tecidos linfóides encontrados em outros tratos. Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ● Os MALTs do trato respiratório são dispersos, podendo ser encontrados formando folículos ou não. Corte histológico de traqueia O MALT forma um folículo pouco definido Corte histológico de pulmão O MALT está organizado em um único grande folículo Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Wojciech, PAWLINA,. Ross Histologia - Texto e Atlas. Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). Grupo GEN, 2021. RESUMO
Compartilhar