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Patologia - Urinálise / Urina Rotina / Exame de Urina

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Thais Alves Fagundes 
URINÁLISE 
 MANUAL DE GESTÃO DA FASE PRÉ-ANALÍTICA DA SBPC 
 
Exame de urina de rotina 
Definição segundo o CLSI: teste de urina com procedimentos normalmente realizados de forma rápida, confiável, 
precisa, segura e custo-efetiva. 
Para: diagnóstico de doenças, triagem de populações assintomáticas para detecção de doenças e acompanhamento 
da progressão da doença e da eficácia do tratamento. 
 FORMAÇÃO DA URINA 
 Sistema urinário é formado pelos rins, localizados retroperitonealmente ao nível das costelas inferiores. 
 Rim é dividido em córtex (externa) e medula (interna). 
 Córtex e medula possuem néfrons. Medula possui néfrons justamedulares, cuja alça de Henle atinge a parte 
medular do rim. 
 Néfron é a menor unidade estrutural do rim. 
 
NÉFRON: 
 Constituído por um sistema de capilares. 
o Arteríolas aferentes que entram no rim e formam o glomérulo. 
o Arteríolas eferentes que saem do rim. 
 Capilares peritubulares permeiam todo o sistema de túbulos do néfron. 
 Sangue filtrado no glomérulo atinge a cápsula de Bowman  túbulo proximal  alça de Henle descencente 
 alça de Helne ascendente  túbulo distal  ducto coletor. 
 Ao longo dos túbulos renais, ocorrem processos de reabsorção e secreção das diferentes substâncias. 
 Em média 180L/dia de filtrado produz 1,5L/dia de urina. 
Thais Alves Fagundes 
 
RINS 
Funções: 
 Regulação do volume do LEC e da PA 
 Regulação da osmolaridade 
 Manutenção do equilíbrio iônico 
 Regulação homeostática do pH (através da secreção de hidrogênio). 
 Excreção de resíduos 
o Compostos nitrogenados; ácidos e bases orgânicos e inorgânicos. 
 Produção de hormônios 
o Eritropoetina e renina. Ativação de vitamina D. 
COMO DEVE SER REALIZADA A COLETA DE URINA 
MULHERES: 
 Lavar as mãos com água e sabão; 
 Fazer higiene da região genital com água e sabão, sempre no sentido de frente para trás. É importante que 
todo resíduo de pomadas, pós e cremes vaginais, eventualmente utilizados, sejam totalmente removidos; 
 Enxugar toda a região genital com gaze (se fornecida pelo laboratório) ou toalha sempre no sentido de 
frente para trás; 
 Separar os grandes lábios, limpar o meato urinário e a região ao redor da uretra; 
 Com uma das mãos, manter os grandes lábios separados; 
 Com a outra mão, segurar o frasco de coleta já destampado; 
 Iniciar a micção, desprezando o primeiro jato de urina no vaso sanitário; 
 Coletar urina do jato médio até mais ou menos um terço ou metade da capacidade do frasco (30 mL); 
 Desprezar o restante de urina no vaso sanitário; 
 Fechar o frasco de coleta. 
 Encaminhar para o laboratório no prazo máximo de 2 horas, mantendo-o em local fresco e ao abrigo da luz. 
Thais Alves Fagundes 
HOMENS: 
 Lavar as mãos com água e sabão; 
 Retrair o prepúcio para expor o meato uretral; 
 Lavar a glande com água e sabão, começando pelo meato uretral; 
 Enxugar, utilizando gaze (se fornecida pelo laboratório) ou toalha, a partir domeatouretral; 
 Com uma das mãos, manter o prepúcio retraído; 
 Com a outra mão, segurar o frasco de coleta de urina já destampado; 
 Iniciar a micção, desprezando o primeiro jato de urina no vaso sanitário; 
 Coletar urina do jato médio até mais ou menos um terço ou metade da capacidade do frasco; 
 Desprezar o restante de urina no vaso sanitário; 
 Fechar o frasco de coleta. 
 Encaminhar para o laboratório no prazo máximo de 2 horas, mantendo-o em local fresco e ao abrigo da luz. 
COMPONENTES DA URINÁLISE BÁSICA (ROTINA) 
AVALIAÇÃO DA AMOSTRA 
1. IDENTIFICAÇÃO CORRETA 
 Nome paciente 
 Data 
 Horário de coleta 
 
2. CONSERVAÇÃO ADEQUADA 
 Temperatura ambiente: 2 horas 
 Refrigeração 2 a 8°C se não analisar até 2h – estabilidade de 12h 
o Não congelar 
 Conservantes: se a amostra precisar ser transportada por longas distâncias. 
o Tem vantagens e desvantagens. 
o Ex. timol: preserva a glicose, mas dissolve proteínas que não poderão ser observadas. 
 
Thais Alves Fagundes 
3. SINAIS DE CONTAMINAÇÃO VISÍVEIS 
 Ex.: contaminação por fezes, filamento de fralda. 
4. ATRASOS NA ENTREGA – DETERIORIZAÇÃO DA AMOSTRA 
ALTERAÇÕES FREQUENTES (na urina mantida sem conservante, à temperatura ambiente, por mais de 2h): 
 Proteus: bactéria em baixa concentração no trato urinário. 
o Proteus se multiplica ++++ e, para isso, necessita de nutrientes (glicose). 
o Proteus consume glicose, se houver na amostra. 
o Proteus se multiplica +++++++ e altera o aspecto da urina, que fica turva. 
o Proteus produz urease, que transforma ureia em amônia. Amônia aumenta o pH da urina. 
 Leucócitos se deterioram e seu aumento, se houver, não é verificado. 
 
VOLUME 
Volume de urina: 600 a 2000 mL/dia 
Produção noturna: 400 mL 
 Crianças podem excretar de 3 a 4x mais por Kg corporal 
 Noctúria: produção > 500 mL/noite 
o Gravidade < 1,018 
 Poliúria: produção > 2L/dia 
 Oligúria: produção < 500 mL/dia 
 
 
 
Thais Alves Fagundes 
 AVALIAR NAS AMOSTRAS 
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS 
Avaliados por meio do teste de tiras reativas: 
 pH 
 Proteínas 
 Glicose 
 Cetona 
 Sangue 
 Bilirrubina 
 Nitrito 
 Esterase leucocitária 
 Urobilinogênio 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 
Avaliados visualmente: 
 Cor 
 Limpidez 
 Odor 
 Gravidade específica 
ESTRUTURAS MICROSCÓPICAS NO SEDIMENTO 
Avaliado por meio de microscopia: 
 ASPECTO MACROSCÓPICO / FÍSICO 
COR 
Amarela 
 Pigmento urocromo: substância nitrogenada 
o Taxa de excreção é proporcional à taxa metabólica 
o Aumenta – febre, tireotoxicose e jejum 
 Reflete estado de hidratação: 
o Amarelo claro  aumento da ingestão de líquidos 
o Amarelo escuro  diminuição da ingestão de líquidos 
Vermelha 
 Presença de hemácias (hematúria) 
o Contaminação com sangue do fluxo menstrual (não fazer o exame de urina rotina no período 
menstrual). 
 Presença de hemoglobina livre (hemoglobinúria) 
o Hemácia é degradada, principalmente devido ao pH da urina, liberando hemoglobina ou 
o Filtração de hemoglobina na urina. 
 Presença de mioglobina (mioglobinúria) 
 Corantes: incapacidade de degradar algum corante (ex: corante da beterraba). 
 Medicamentos 
Thais Alves Fagundes 
Castanho avermelhada Castanho esverdeada 
• Pigmentos biliares – principalmente bilirrubina 
o Bilirrubina é formada pela degradação das hemácias/eritrócitos. 
• Quando se agita a amostra ocorre formação de uma espuma amarela. 
Vermelho alaranjada 
• Urobilinogênio 
o Na presença de luz e pH baixo é convertido em urobilina – cor varia do amarelo escuro ao 
alaranjado. 
o Urobilinogênio é formado pela degradação das hemácias/eritrócitos no intestino delgado. 
Castanho escura ou negra 
• Urina ácida com hemoglobina – formação de metaemoglobina (escura). 
LIMPIDEZ 
 Observar a urina contra a luz e verificar se a urina está turva. 
 Turbidez: 
o Precipitações de cristais ou sais não patológicos (amorfos) 
 Ao se eliminar muitos sais – fosfato, urato, etc – e a solução da urina se torna muito 
saturada, essas substâncias precipitam e formam os cristais. 
o Presença de células 
 Células epiteliais tubulares - na descamação ou nefropatia. 
 Leucócitos - na infecção urinária. 
 Sêmen 
 Bactérias - na infecção urinária. 
 Hemácias. 
o Muco 
o Contaminantes externos: 
 Cremes vaginais - candidíase. 
 
ODOR 
Normal: leve odor aromático 
Pardacenta: fenilcetonúria 
Amoniacal: supercrescimento bacteriano, causado pela degradação da ureia em amônia. 
Pútrido: infecção urinária 
Thais Alves Fagundes 
Acetônico: diabéticos descompesados, jejum prolongado. 
Repolho / Lúpulo: má absorção de metionina. 
Rançosa: tirosinemia – doenças genéticas autossômicas recessiva, cujo indivíduo afetado tem a síntese de tirosina 
deficiente. 
Pé suado: acidemias isovalérica e glutárica – doenças genéticas autossômicas recessiva, cujo indivíduo afetado não 
produz enzima presente na síntese de leucina (aminoácido),acumulando ácido isovalérico que, quando eliminado na 
urina, dá esse cheiro. 
Atípicos: alimentos, medicamentos, contaminação com materiais diversos. 
 TIRAS REATIVAS 
 Fita reagente é emersa na amostra de urina. 
 Fita reagente possui quadradinhos com substâncias impregnadas, que reagem com a substância procurada 
na urina. 
o Reação entre a substância da fita com a substância da urina altera o pH e altera a cor. 
 Comparar a fita reagente com o padrão. 
 Resultado é baseado na variação e na intensidade das cores. 
 
GRAVIDADE ESPECÍFICA (DENSIDADE) 
Gravidade específica: proporção relativa de componentes sólidos dissolvidos em relação ao volume total de amostra 
 Solutos: cloreto de sódio - NaCl (25%); Ureia (20%); Sulfato; Fosfato 
 Quanto maior a gravidade, maior a quantidade de solutos na urina 
 Avalia a capacidade de concentração / diluição renal. 
 Avalia o estado de hidratação do paciente. 
Adultos normal: 1.010 a 1.030 g/L 
• Hipostenúrica: G < 1.010 
• Hiperstenúrica: G > 1.010 
• Isostenúrica: G = 1.010 
 
Thais Alves Fagundes 
OSMOLARIDADE x GRAVIDADE ESPECÍFICA 
Osmolaridade – número de solutos x Gravidade específica – peso total de solutos 
Indivíduo normal: 500 a 850 mOsm/Kg de água 
 Desidratação: 800 a 1400 mOsm/Kg de água 
 Diurese hídrica: 40 a 80 mOsm/Kg de água 
Método: depressão do ponto de congelamento 
pH 
Indivíduo normal: 4,6 a 8 
Urina ácida: 
 Dieta rica em proteína (pessoas carnívoras possuem urina mais ácida do que veganas – normalidade). 
 Medicamentos (acidificação terapêutica para tratamento de cálculos de fosfato e carbonato de cálcio): 
cloreto de amônio, metionina, mandelato de metenamina. 
o Indivíduo com urina alcalina produzem cristais na urina e podem desenvolver cálculo renal. 
o Para tratamento, ingerem medicamentos que acidificam a urina, tornando a urina ácida. 
 Cetoacidose diabética: íons H são excretados sob forma de íons amônio. 
 Causas: 
o Enfisema 
o Diabetes mellitus 
o Jejum 
o Desidratação 
o Diarreia 
o Bactérias 
o Dieta hiperproteica 
o Medicamentos 
Urina alcalina: 
 Dieta rica em frutas e vegetais. Urina torna-se mais alcalina após uma refeição. 
 Medicamentos (alcalinização terapêutica para tratamento de cálculos de ácido úrico, cistina, oxalato de 
cálcio): bicarbonato de cálcio, citrato de potássio e acetazolamida. 
o Indivíduo com urina ácida produzem cristais na urina e podem desenvolver cálculo renal. 
o Para tratamento, ingerem medicamentos que alcalinizam a urina, tornando a urina alcalina. 
 Alcalose metabólica: níveis elevados de bicarbonato e diminuição da produção de amônia. 
 Causas: 
o Hiperventilação 
o Vômito 
o Bactérias 
o Dieta vegetariana 
o Amostras envelhecidas 
 
 
Thais Alves Fagundes 
PROTEÍNAS 
Indivíduo normal: 150 mg excretados diariamente [2 a 10 mg/dL] 
 Proteinúria: indicador de doença renal > 150 mg/24h 
 Valores de referência: 
o Negativo 
o Positivo: resultado expresso em + (30mg/dL) a ++++ (>2000/mg/dL) ou em mg/dL 
Mais de 200 proteínas são eliminadas: 
 Proteínas com PM < 60000 são reabsorvidas (peso molecular) 
o Proteínas com PM > 60000 não passam pelo glomérulo. 
o 1/3 fração da albumina 
o 1/3 glicoproteína Tamm-Horsfall (uromodulina) 
 Proteínas formadas pelos túbulos distais e pela alça ascendente de Henle, eliminadas na 
urina. 
 Existe uma hipótese de relação dessas proteínas com o sistema imune, estando associada a 
menor produção com maior incidência de infecção urinária. 
o 1/3 globulinas, microglobulina, lisozima (quebra parede celular de bactérias), leucócitos, etc. 
 Albumina tem PM = 69000 
o Não é filtrada. 
 Em pacientes normais 60% das proteínas são derivadas da filtração pela barreira glomerular, sendo os outros 
40% de origem tubular e do TUI. 
 
GLICOSE 
Glicosúria: ocorre quando a quantidade de glicose no sangue excede a reabsorção dos túbulos renais. 
 Causas: 
o Diabete melito: paciente com glicosúria geralmente relata poliúria e sede. 
 Glicosúria COM hiperglicemia: 
o Distúrbios da pituitária e suprarrenal (acromegalia, síndrome de Cushing, hiperadrenocorticismo, 
tumores funcionais das células pancreáticas, hipertioreoidismo e feocromocitoma). 
o Distúrbios metabólicos associados a: queimaduras, infecções, fraturas, infarto do miocárdio, uremia, 
doença hepática, doenças do armazenamento do glicogênio, obesidade, alimentação após jejum. 
o Fármacos: tiazidas, corticosteroide, ACTH, pílulas anticoncepcionais 
o Tumores, Hemorragias, Doença hipotalâmica, Asfixia. 
 Glicosúria SEM hiperglicemia: 
o Disfunção tubular renal (Galactosemia, Cistinose, envenenamento por chumbo, mieloma). 
 
Thais Alves Fagundes 
CETONAS 
Cetonas: aumentam devido ao metabolismo de ácidos graxos. 
 Metabolismo de ácidos graxos: 
o AcetilCoA reage com oxalacetato. 
o Oxalacetano, na ausência de carboidratos, é direcionado para a gliconeogênese. 
o AcetilCoA não reage. 
o AcetilCoA participará do metabolismo dos ácidos graxos produzindo corpos cetônicos listados 
abaixo. 
 Tipos encontrados na urina: ácido acetoacético (20%), acetona (2%) e 3-hidroxibutirato (78%) 
o Ácido acetoacético é o ácido detectado pela fita de urinálise. 
 Doenças: 
o Diabetes descompensado. 
o Crianças com doenças febris agudas e intoxicação acompanhado de vômito e diarreia. 
 
SANGUE 
Sangue oculto: não observa hemácia na microscopia e não há alteração de pigmentação da urina. Pode ser hemácias 
que se degradaram e liberam hemoglobina em pequena quantidade. 
Hematúria (hemácias): 
 Causas: 
o Intoxicação por monóxido de carbono, chumbo, fenol, tolueno, cogumelos. 
o Medicamentos: meticilina, metronidazol, sulfonamidas, nitrofurantoína. 
Hemoglobinúria (hemoglobina): 
 Causas: 
o Prática vigorosa de exercícios (traumas de pequenos vasos). 
o Malária. 
Mioglobinúria (mioglobina): 
 Causas: 
o Destruição aguda de fibras musculares (trauma de fibras musculares). 
o Ocorre após prática de exercícios extenuantes como maratona e karatê. 
Diferenciar hemoglobina de mioglobina, apenas pela eletroforese de proteínas. 
 
 
 
 
Thais Alves Fagundes 
BILIRRUBINA 
Bilirrubina: 
 Produto da quebra da hemoglobina/eritrócitos. 
 Formada nas células reticulares endoteliais do baço, fígado e da medula óssea. 
o Nesses órgãos, as hemoglobinas são fagocitadas por macrófagos, que a degradam. 
o Liberando o grupo heme e separando-o do ferro, que se liga a ferritina. 
o Grupo heme é degradado, formando bilirrubina não conjugada. 
Bilirrubina não conjugada (indireta): 
 Transportada sob a forma acoplada com albumina. 
 Insolúvel em água. 
 Incapaz de atravessar a barreira glomerular. 
Transportada para o fígado, é absorvida pelo hepatócito, onde será  conjugada com ácido glicurônico 
Bilirrubina conjugada (direta): 
 Bilurrina conjugada é hidrossolúvel. 
o Liberada nos ductos biliares, fazendo parte da composição da bile. 
 Excretada na bile, dentro do duodeno. 
 Consegue transpor o glomérulo nos rins. 
 ADULT = 0,02 mg de bilirrubina/dL 
Urobilinogênio: bilirrubina conjugada é hidrolizada pelas bactérias no intestino delgado produzindo urobilinogênio. 
No cólon é reduzida. 
 
Causas: 
 Lesão hepatocelular (hepatite viral, fármacos, subst. tóxicas, cirrose). 
o Bilirrubina conjugada (hidrossolúvel) sai dos ductos biliares, caindo na corrente sanguínea, fazendo 
com que maior parte seja filtrada pelos rins. 
o Grande taxa de reabsorção de urobilinogênio no intestino delgado, caindo na corrente sanguínea, 
fazendo com que maior parte seja filtrada pelos rins. 
NITRITO (teste indireto) 
Testes indiretos para detecção de ITU (infecções do tubo urinário). 
Pacientes assintomáticos de ITU: idosos, grávidas, diabéticos, história prévia de ITU 
Nitrito: 
 Bactérias reduzem nitrato (NO3-) em nitrito (NO2-) 
 Positivo > 105 a 106 UFC/mL 
o Bactérias: E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Proteus, Staphylococcus e Pseudomonaso Possuem enzima que reduz nitrato em nitrito. 
Thais Alves Fagundes 
o Desvantagem: algumas bactérias não produzem essa enzima. Pode ocorrer infecções mesmo com 
resultado negativo desse teste. 
 Se POSITIVO = CULTURA 
o Cultura deve ser realizada para confirmar o teste. 
 Deve ser utilizada a primeira urina para que a população bacteriana esteja preservada (urina permaneceu 
por 4 horas na bexiga). 
 
ESTERASE LEUCOCITÁRIA (teste indireto) 
Teste indireto para detecção de ITU 
Leucócitos: grânulos azurofílicos de neutrófilos apresentam atividade de esterase. 
 Presentes na urina no processo inflamatório. 
 Principais leucócitos observados na urina são os neutrófilos. 
Esterase: as células são lábeis e se degradam muito facilmente. Por isso, utiliza-se a atividade de esterase. 
 Esterase é uma enzima liberada na degradação dos leucócitos. 
 
Presença de leucocitúria e nitritúria tem uma sensibilidade de 93% para infecção. 
 EXAME MICROSCÓPICO – SEDIMENTO URINÁRIO 
PREPARAÇÃO DA AMOSTRA 
Procedimento: 
1. Homogeneizar adequadamente a amostra de urina 
2. Transferir 10 ml da amostra para o tubo cônico identificado 
3. Centrifugar por 5 minutos rotação de 2000 rpm 
4. Eliminar 9 ml do sobrenadante 
5. Suspender o precipitado (1mL) agitando adequadamente o tubo 
6. Tirar um pouco e colocar na câmara para leitura em microscópio de contraste de fase com câmara de 
contagem. 
CÉLULAS: 
1. Hemácias, 
2. Leucócitos, 
3. Células epiteliais, 
4. Contaminantes. 
 
 
Thais Alves Fagundes 
HEMÁCIAS / ERITRÓCITOS 
Hemácias: bordas mais espessas e ausência de núcleo. 
NORMAL: 0 a 2 células/hpf 
ANORMAL: acima de 3 células/hpf 
 
Na dúvida entre eritrócito e leucócito, colocar ácido acético, que dissolve os eritrócitos, deixando apenas os 
leucócitos. 
CAUSAS: 
Doença renal: glomerulonefrite, nefrite lúpica, nefrite intersticial associada a reações farmacológicas, cálculos, 
tumores, infecção aguda, tuberculose, infarto, trombose de veia renal, trauma, hidronefrose, rim policístico, necrose 
tubular aguda, nefrosclerose maligna. 
Doença do trato urinário inferior: infecção aguda e crônica, cálculo, tumor, estenose, cistite hemorrágica. 
Doença extrarrenal: apendicite aguda, salpingite, diverticulite, episódio febris agudos, malária, endocardite 
bacteriana subaguda, poliarterite nodosa, hipertensão maligna, discrasias sanguíenas, escorbuto, tumores de cólon, 
reto e pelve. 
Reações tóxicas causadas por fármacos: sulfonamidas, salicilatos, metenamina e terapia anticoagulante. 
Causas fisiológicas: exercício. 
CILINDROS DE ERITRÓCITOS 
No processo de obstrução do túbulo renal, com hematúria, pode ocorrer que as hemácias fiquem paradas no túbulo 
e se condensem entre si e com outros componentes da urina, como proteínas, formando uma estrutura em formato 
do túbulo renal, que são os cilindros. Cilindros, em geral, indicam alguma patologia. 
Eritrócitos: 
 Cor amarela. 
 Células sem núcleo. 
 Contornos definido em pelo menos uma parte. 
 Melhor visualizados em contraste de fase. 
 
Thais Alves Fagundes 
LEUCÓCITOS 
Leucócitos: células maiores que hemácias. Núcleos multilobulados. Com alta taxa de aglomeração na lâmina. 
NORMAL: 0 a 2 células/ hpf 
ANORMAL: acima de 3 células/ hpf 
 
CILINDROS DE LEUCÓCITOS 
Leucócitos: 
 Refráteis 
 Possuem grânulos 
 Núcleos multilobulados visíveis (observar e diferenciar dos eritrócitos pelo padrão de núcleo) 
 
CAUSAS: 
Doença renal: doença glomerular (efeito quimiotático do complemento). Nefrite lúpica e Síndrome nefrótica. 
Doença do trato urinário inferior: pielonefrite. 
CÉLULAS EPITELIAIS 
Célula escamosa: presentes no terço distal da uretra, eliminadas frequentemente, com a renovação do tecido 
epitelial (imagem 2). Formato piramidal. 
Células de transição: presentes no trato urinário, desde a pelve até a porção superior da uretra. sendo menos 
frequentes de serem observadas na urina. São células muito maiores. 
 
Thais Alves Fagundes 
CILINDROS DE CÉLULAS EPITELIAIS 
Cilindros de células epiteliais: núcleo mais centralizado (diferenciar de leucócitos). 
Ausentes 
Raras: até 3 por campo 
Algumas: 4 a 10 por campo 
Abundantes: acima de 10 por campo 
 
CAUSAS: 
Doença renal: necrose tubular aguda – eliminação grande das células que revestem os túbulos. 
Doença do trato urinário inferior: pielonefrite. 
Outros: doença viral (citomegalovírus). 
Reações tóxicas causadas por fármacos e outras substâncias: etileno glicol, salicilatos. 
OUTROS CILINDROS 
 
CILINDRO HIALINO 
Cilindro hialino: formado por proteínas. 
 Translúcidos à microscopia de campo claro. Facilmente visíveis em microscopia de contraste de fase. 
 Textura mais contínua, com extremidades menos degradadas. 
Thais Alves Fagundes 
o Negativo 
o Positivo: não é normal de se encontrar. 
 +: até 1 por campo 
 ++: de 1 a 3 por campo 
 +++: acima de 3 por campo 
Causas: 
 pH mais baixo 
 Concentração iônica aumentada. 
 Estase ou néfron obstruído por células ou debris. 
 Entrada excessiva de proteínas. 
Causas: 
 Doenças renais 
 Prática de exercício (passageiro) 
 Exposição ao calor 
 Febre 
 ICC 
 Terapia com diuréticos 
 
CILINDRO GRANULAR 
Cilindro granular: cilindro hialino (proteínas) se agrega com restos de células e com cristais (precipitado de sais). 
 Agregados de proteínas que atravessam os glomérulos danificados. 
 Também podem ser de restos de células, precipitados de sais. 
 Diferentes índices de refração ao incidir a luz, ou seja, áreas mais densas e menos densas / mais escuras e 
mais claras. 
 
Causas: 
 Doença renal: doença glomerular e tubular; Doença tubulointersticial; Pielonefrite. 
 Rejeição a aloenxertos renais. 
 Outros: doença viral. 
 Reações tóxicas causadas por fármacos e outras substâncias: envenenamento por chumbo. 
Thais Alves Fagundes 
CILINDRO CÉREO 
Cilindro céreo: cilindro granuloso velho. 
 Largura maior. 
 Aspecto mais denso. 
 Lisos, bordas pontiagudas, extremidades cegas e ranhuras ao longo das margens laterais. 
o Extremidade quebradiça (cilindro mais velho). 
 Índice refrativo alto. 
Causas: 
 Inflamação 
 Degeneração tubular 
 Insuficiência renal crônica 
 Rejeição aguda e crônica de transplante renal 
 Obstrução localizada de néfrons e oligúria 
 
CILINDROS GORDUROSOS / SEBÁCEO 
Cilindro gorduroso: proteína, restos de células e muita quantidade de lipídeos. 
 Comum em casos de proteinúria severa. 
 Gordura é incorporada à matriz do cilindro. 
 Possível visualizar gotículas de gordura no microscópio. 
 
Causas: 
 Doença renal: síndrome nefrótica. 
 
Thais Alves Fagundes 
CRISTAIS 
 Formados em solução muito saturada. 
URINA ÁCIDA 
Urina ácida normal: 
 
Urina ácida anormal: 
Cristais de Cistina - cálcio e magnésio: 
 Placas hexagonais incolores e refráteis. 
 Urina ácida. 
o Deficiência no metabolismo da cistina. 
 
Cristais de Tirosina: 
 Forma de agulha fina e sedosa. 
 Pode estar disposta em feixes ou grupos. 
 Incolores ou amarelos. 
o Deficiência no metabolismo da tirosina. 
 
Cristais de Leucina: 
 Esferas amarelas, aspecto oleaginoso, com estriações radiais e concêntricas. 
o Deficiência no metabolismo da leucina. 
 
Cristais de sulfonamida: 
 Urina ácida. 
 Formas variadas. 
Thais Alves Fagundes 
 Detectada com regularidade em pacientes que fazem terapia. 
o Pessoas que consomem elevada quantidade de sulfa. 
 
URINA ALCALINA: 
 
 Para diferenciar fosfato amorfo de urato amorfo, colocar ácido acético. Visto que, na urina alcalina, o ácido acético 
irá dissolver o fosfato, mas não dissolve o urato, evidenciando assim qual o tipo de cristal. 
 Se dissolver  fosfato  alcalina 
 Se não dissolver  urato  ácida

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