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PROJETO DE ENSINO EM GESTÃO ESCOLAR

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universidade norte do paraná
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
pedagogia
cíntia de fátima pires de almeida
PROJETO DE ENSINO
Em gestão escolar
Embates No Cotidiano Escolar, o papel da Gestão para promover equidade racial e a aplicação de ações no currículo escolar
Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade
Paragominas
2020
cíntia de fátima pires de almeida
PROJETO DE ENSINO
Em gestão escolar
Embates No Cotidiano Escolar, o papel da Gestão para promover equidade racial e a aplicação de ações no currículo escolar
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial à conclusão do Curso de Pedagogia.
Docente supervisor: Prof. Natalia Gomes dos Santos. 
Paragominas 
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1	TEMA	4
2	JUSTIFICATIVA	5
3	PARTICIPANTES	6
4	OBJETIVOS	7
5	PROBLEMATIZAÇÃO	8
6	REFERENCIAL TEÓRICO	9
7	METODOLOGIA	10
8	CRONOGRAMA	11
9	RECURSOS	12
10	AVALIAÇÃO	13
CONSIDERAÇÕES FINAIS	14
REFERÊNCIAS	15
INTRODUÇÃO
A gestão escolar vem apresentando um papel de atuação muito significativa ao logo dos anos, tornando-se cada vez mais evidente a necessidade de que as instituições adotem uma gestão democrática e participativa. Para assim, com a participação de toda comunidade escolar haja o desenvolvimento pleno do ensino e da educação como um todo. 
Em grande parte, a responsabilidade da gestão escolar é a de responder pela gestão administrativa, pedagógica, gestão de recursos financeiros e gestão de pessoas, contudo essa proposta de envolvimento em atividades e ações nos leva a considerar uma gestão que venha inserir a comunidade na escola.
O Trabalho de Conclusão de Curso aborda o tema Gestão Escolar, com ações para tornar a escola um espaço para a participação. A gestão desenvolvida com o envolvimento de todos os membros da comunidade escolar resulta em ações que aproxima a comunidade e escola com o desenvolvimento do aluno. A inclusão de todos nesse processo de aprendizagem resulta em amplo conhecimento, sendo que todo conhecimento e aprendizagem é bem-vindo e deve ser valorizado. 
Com o intuito de desenvolver ações para um resultado de escola participativa temos como norte uma Gestão Democrática aberta a diálogos e inclusão, preocupada com o desenvolvimento cognitivo e social desses alunos.
Nesse dialogo, esse trabalho vem trazer um Projeto de Ensino para a escola pela equipe da Gestão enfatizado temas sociais com ações afirmativas para alunos negros e que temas como racismo, preconceitos sejam tratado em diálogo aberto entre alunos para assim haver respeito entre alunos. 
Com o Projeto Ubunye[footnoteRef:1] a Gestão incluirá no calendário escolar ações referentes a Lei 10639/2003 que trata sobre a inclusão da Cultura Afro-Brasileira nas escolas, valorizando a história de um povo e sua representatividade no desenvolvimento do nosso país. [1: Ubunye na língua Zulu significa união.] 
O objetivo dessas ações é fazer uma ponte entre a comunidade onde a maioria dos alunos está inserida, e valorização do conhecimento, tornando que a escola em uma parceira para assim, superando o individualismo formar uma cultura de participação. 
23
TEMA 
Enfrente a embates do cotidiano escolar apresento este trabalho com uma proposta direcionada a ações da Gestão Escolar, os seguimentos gestão participativa e democrática são principais influencias para o desenvolvimento dos trabalhos desenvolvido. 
Com um projeto que visa a valorização da cultura e aproximação da comunidade externa com a escolar apresento o tema: Embates No Cotidiano Escolar, o papel da Gestão para promover equidade racial e a aplicação de ações no currículo escolar, fixando com ações que buscam inserir em documentos escolares a propostas no currículo vinculados a lei 10639/2003.
JUSTIFICATIVA
A percepção da dificuldade dos alunos se auto reconhecerem, não se identificando com a miscigenação de um povo e sim, com a supervalorização em pequenos traços europeus e muitas vezes renegando o que é africano ou afrodescendente. O projeto vem contribuir com a formação da identidade dos alunos, partindo do conhecimento de sua origem e entendendo a história do nosso povo e sua miscigenação. A partir da valorização desses alunos em particular, estimular a construção da equidade. O projeto buscará integrar ações ao Projeto Político Pedagógico da escola, não só se limitando a disciplinas de história e sim de um currículo interdisciplinar, fazendo valer como direito a Lei 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira dentro das disciplinas que já fazem parte do currículo no calendário escolar.
PARTICIPANTES
Gestão escolar desempenha o papel primordial como incentivador e organizador para assegurar que o projeto prossiga dentro do prazo estabelecido, fazendo uso de metodologia ativas, gestão participativa e também (caso necessite) gerenciar orçamentos financeiros para a execução do mesmo. 
Os alunos como participante ativo do projeto, tanto em liderança de coletivos como participantes, a comunidade escolar e a comunidade a qual a escola está inserida, também terão contribuições nas ações para entender a importância do projeto na vida dos alunos.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Valorização História e da Cultura Afro-Brasileira 
Objetivos Específicos.
- Desempenhar o papel de Gestão Democrática-Participativa
- Discutir a importância da valorização da cultura afrodescendente,
- Abordar a necessidade de fazer ações afirmativas com a questão do negro, combatendo o racismo e incentivando a criação de coletivos. 
- Intensificar a aplicabilidade nas aulas e ações do PPP discursões de inclusão da Lei 10.639/03 na qual se refere ao ensino da História e Cultura Afro-Brasileira. 
PROBLEMATIZAÇÃO
	
Com um percentual de 56,10% de pessoas que se declaram negras no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua do IBGE. Esses dados nos mostra que dos 209,2 milhões de habitantes do país, 19,2 milhões se assumem como pretos, enquanto 89,7 milhões se declaram pardos.
 Esses dados é uma reflexão da identidade negra entre alunos nas escolas, esse percentual surge quando o indivíduo que se declara pardo, não se identifica com suas origens, sendo que esses alunos ditos pardos têm visivelmente traços fortes de negros. Esse paradigma surge entre os alunos que tem como referência sua vivencia, quando esse indivíduo não se identificando com sua origem, perpassando os muros da escola à sua comunidade pela falta de valorização e representatividade negra no seu meio cultural. 
A valorização da cultura negra não deve está limitada a semana que antecede dia 20 de novembro, onde ações ficam limitadas a história de um povo sofrido, escravizado sem direitos e que até hoje sofrem e são oprimidos, e sim um projeto de ação contínua de fortalecimento e valorização tantos das origens como das conquistas de luta do povo que nos antecederam, fazendo com que jovens usem esse protagonismo como arma para se unirem e lutarem para defender seus direitos e serem visto pela sociedade como iguais. 
REFERENCIAL TEÓRICO
RACISMO; PASSADO E PRESENTE
 Estamos a pouco mais de 130 anos depois da abolição e as cicatrizes da escravidão ainda é visível na sociedade em pleno ano 2020, como não bastasse todo o período de opressão, ainda vivenciamos cenas fortes de racismo com o povo negro, seja este minimizando-os pela cor da sua pele, estrutura do cabelo ou sendo marginalizado de forma generalizada. 
O Racismo ainda não é um assunto discutido abertamente nas salas de aulas, percebe-se que o preconceito sobre os negros e os seus descendentes é presente em todos os lugares, fazendo parte da história recente do Brasil. 
Desde quando aprendemos nos livros didáticos que quando os negros capturados das várias partes da África começaram a desembarcar no Brasil, estes foram forçados a trabalhar nas lavouras e casas de seus “senhores”, assim a história começa apresentando um longo período de privação de liberdade, gerandograves consequências.
 Sabe-se que houve algumas medidas para acabar com a escravidão, por exemplo, como a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885). Contudo, o fim da escravidão ocorreu somente em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Nesse momento os negros passaram a ficar em situação de igualdade com o homem branco, ou seja, saíram da condição de "mercadoria" ou de subjugação e passaram a conviver livremente com o restante da população. Porém, a lei Áurea não resultou numa superação das mentalidades escravocratas das elites brasileiras. Observou-se que a liberdade não proporcionou a igualdade social e, desse modo, o preconceito começou a tomar outras proporções a partir desse instante, especialmente com a entrada gradativa dos imigrantes europeus no Brasil e a proclamação da República (1889), que passou a utilizar a mão de obra assalariada e especializada. Dessa forma, nessa nova conjuntura político-social admitia-se a adoção do trabalho assalariado, mas recusava-se a assalariar o negro.
Durante a escravidão, o negro era coisa, uma mercadoria, era considerado não-humano e não tinha com quem competir nessa situação. Somente depois de os negros tornarem-se livres e passarem a disputar posições com os imigrantes e com outros brancos é que o preconceito e a discriminação raciais passaram a ser utilizados como armas da competição (VALENTE, 1987, p.58).
É fácil perceber que em meios todas essas tentativas para a tão sonhada liberdade, este sonho não foi o que se esperava, o negro e o mestiço dificilmente conseguiriam igualar-se ao homem branco em direitos, a “senzala” sempre estaria presente na vida daquele povo, tínhamos uma “casa grande” social os separando. 
Por todo tempo os negros vivenciavam a dura realidade do racismo, e que para sair de situações em decorrência de sua cor e para ser aceito, procurava de todas as formas inserir valores e costumes dos brancos, era notório muitos escravos deixando sua cultura de lado na tentativa de ser visto como igual, mesmo assim sempre tinha um branco para lembra-lo da sua opressão. Para Denis Oliveira o racismo e discriminação com os negros perpassaram por todos esses anos, desde os primeiros anos da escravidão:
Percebe-se que esta ideologia do racismo manteve a sua estrutura fundamental, só alterando as formas da sua manifestação. No período da escravidão, os negros eram sem alma, eram não humanos, portanto passiveis de serem tratados de forma desumana; na transição da escravidão para o assalariado, os negros eram incompetentes para trabalhar no novo sistema de contratação, portanto passives de serem excluídos do mercado formal de trabalho; em seguida, os negros tinham como alternativa de inserção social a assimilação dos valores brancos inclusive pelo mascaramento de características visíveis da sua origem via miscigenação; (OLIVEIRA, 2000, p.83-84).
Hoje em dia há quem defenda que vivenciamos uma democracia racial, e que o preconceito contra os negros e mestiços não existe, que há um exagero na forma de presenciar frases ou palavras ofensivas ditos a pessoas negras, não passando de brincadeiras, sendo assim não caracterizada de racismo. Os insultos direcionado os negros, Valente (1987, p.24) caracterizou que "elas traduzem que os negros na sociedade brasileira não são respeitados. São considerados ignorantes, raça inferior, sujos e perigosos". 
Diante disto, apreende-se que as brincadeiras, na verdade, estão carregadas de preconceito e tem o intuito de desvalorizar e descriminar pessoas por sua situação econômica, social ou por sua cor de pele.
Nas últimas décadas, os negros estão buscando se inserir mais na sociedade brasileira exigindo os seus direitos e, especialmente, participando de transformações da sociedade, estão se tornando representatividade para os jovens e crianças negras. 
COLETIVOS, O QUE SÃO? COMO A FORMAÇÃO DESSES GRUPOS PODEM AJUDAR NA VALORIZAÇÃO DO ALUNO NEGRO?
O significado da palavra coletivo tem como conceito um substantivo que mesmo estando no singular e representa um agrupamento, designando gramaticalmente um conjunto de espécie, mas na sociedade essa referência também identifica como Coletivos grupos que comungam das mesmas ideias, lutam pela mesma causa. Assim os denominados Coletivos são uma forma organização que promove debates e mobilização com intuito de formalizar ações com soluções inovadoras e igualitárias.
“Nós não podemos parar, temos que continuar sendo voz dos nossos antepassados e de todos que lutaram pelos negros até os dias de hoje. Aos ‘trancos e barrancos’ a gente vai fazendo com que as pessoas vejam que ainda vivemos em uma sociedade racista e, a partir do momento em que reconheçam isso, busquem, cada uma ao seu modo, uma alternativa de superação” Integrante do Coletivo Vozes da Rua, a Dona Adenilde Doutora Honoris Causa da UFJF.
O coletivo é em essência um grupo de pessoas lutando pelo que acreditam ser melhor para sua existência e para sua comunidade. Assim os coletivos incentivam na identificação de um grupo e ações em comuns contribuindo para o crescimento dos indivíduos no meio que vive, participando das ações dando voz ao jovem na comunidade. 
CURRICULO E O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRAS NAS AÇÕES DO PPP. 
 A Lei 10.639, sancionada em 2003 pelo Presidente da República – que altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases, 1996) e institui a obrigatoriedade no ensino fundamental e médio, público e particular, do ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira. Esta procura oferecer uma resposta, entre outras, na área da educação, à demanda da população afrodescendente. 
Essas valorizações fortaleceriam consciência política e histórica da diversidade, de identidades e de direitos, inserindo ações educativas de combate ao racismo e a discriminações. O documento busca a possibilidade de oferecer aos negros, a oportunidade de sentirem-se valorizados e reconhecidos dentro da cultura nacional, e declara que não é a escola que cria o racismo, mas que, tanto este, quanto as desigualdades e discriminação passam por ela, e cabe a ela, a formação, e o educar para uma sociedade justa e democrática.
A implementação da lei gerou mudanças no campo da educação principalmente e no que diz respeito ao currículo, para refletir na escola e nos alunos o multiculturalismo presente na sociedade, por essa razão teremos que ouvir o “outro” conhecer quem fala e de quem fala, as histórias de um povo. 
Com esse reconhecimento e liberdade o campo educacional vem passando por transformações importantes no seu interior, uma vez que os conhecimentos antes não reconhecidos no currículo escolar, chegando a quase silenciar uma cultura rica de nossos antepassados, os negros e indígenas.
A escola transmite sua ideologia através do seu currículo, elegendo assim os assuntos que serão ministrados e de que forma serão refletidos e ensinados, podendo atuar como discriminatória, quando deixa de lado a história da maioria da população brasileira, sem intensão tem uma tendência a colocar as classes mais pobres para obediência e submissão, ainda mais estas que é a classe predominante de negros e mestiços. 
APLICABILIDADE DA LEI 10.639/03
É de longa data a preocupação de movimento negro organizado no que se refere à importância da educação no enfrentamento do racismo, na medida em que os sistemas escolares têm atuado historicamente na reprodução de práticas que contribuem para a construção do mito da inferioridade social dos negros
Sabemos que a criança negra geralmente frequenta as escolas públicas localizadas nos bairros de periferia ou localidades rurais onde na maioria não dotadas de equipamentos necessário para o ensino, carecida de infraestrutura mínima capaz de garantir o funcionamento do processo de ensino-aprendizado. A não incorporação da história negra e africana impõe à criança negra o ideal do branqueamento, na medida em que não se vê representada no currículo escolar.
 Percebe-se que apenas a estética branca é valorizada nos conteúdos e relações escolares, o aluno negro se vê confrontadocom a dura realidade de perceber-se em um corpo inadequado, assim como pode acreditar que a história de seus antepassados contribuiu na construção da nossa pátria? Se veem como se não fosse parte dessa construção.
As reivindicações de movimentos sociais negro junto ao governo foram atendidas e agora preocupa-se com esses alunos a fim de dá voz e apresentar sua história com representatividade negra, não apenas vendo seus antepassados como submissos. 
A proposta de alteração curricular reaparece durante o debate sobre a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional na qual, ficou com a seguinte redação: O ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia (BRASIL, 2006).
Conforme a lei, a temática deve ser trabalhada em todo o currículo escolar, mas preferencialmente, nas disciplinas de História, Língua Portuguesa/Literatura e Educação Artística. A lei ainda instituiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, como Dia Nacional da Consciência Negra.
GESTÃO PARTICIPATIVA E GESTÃO DEMOCRÁTICA
A gestão democrática está encontrando seu espaço nas escolas, depois que o modelo de educação autoritária prevaleceu por muito tempo em nossa sociedade, mas esse modelo que a princípio é modelo ideal, não permitia a participação da comunidade.
 Podemos afirmar que hoje temos um novo modelo de educação bem como de gestão. A gestão democrática é uma concepção de gestão comum na sociedade brasileira, esta é considerada uma experiência bem sucedida quando se trata de gestão escolar. Porém, sabe-se que esta não é uma realidade em todas as escolas 
 “Gestão é administração, é tomada de decisão, é organização, é direção. Relaciona-se com a atividade de impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir sua função, desempenhar o seu papel” (FERREIRA, 2003, p. 306).
 Esse processo que envolve toda uma comunidade, não somente funcionários da unidade. O artigo 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei número 9.394 de 20 de dezembro de 1996, estabelece os princípios de uma gestão democrática e a participação da comunidade escolar:
 Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 2006). 
Na concepção democrático-participativa, segundo Libâneo (2004, p. 101), “o processo de tomada de decisão se dá coletivamente participativamente”. Para o autor, a organização e os processos de gestão pode assumir diferentes significados que os une nos objetivos da educação em relação à sociedade e à formação dos alunos. 
GESTÃO E AÇÕES AFIRMATIVAS DE VALORIZAÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA NA ESCOLA.
Gestão escolar não consiste apenas em trabalhos administrativos e encaminhamentos a setores educacionais, tem como ação fundamental investir na construção de uma autoimagem positiva por parte dos alunos, por isso a Gestão contribui para o desenvolver a construção da identidade e do autoconhecimento dos alunos.
 O Gestor deve ter um olhar perspicaz e está atento a cada situação da escola, assim como a grupos que frequentam esse ambiente para que seja dada a atenção requerida, essa atenção pode estar relacionada a ações afirmativas que segundo Tatiana Silva coordenadora do Programa de Igualdade Racial do Ipea as ações afirmativas constituem; “Conceitualmente a ação afirmativa é aquela que a partir da identificação de uma desigualdade cria políticas para alterar esse cenário, de forma a garantir acesso a direitos semelhantes ao restante da população.”
Nesse cenário a escola através de ações pedagógicas pode interferir para fazer a diferença, há alunos negros que tem dificuldade de aceitar sua identidade, muitas vezes pelo que tem visto na mídia ou por falta de referências positivas. 
As ações afirmativas inseridas no papel do gestor devem fazer diferença na vida dos alunos, não devemos tratar alunos como iguais, cada indivíduo tem suas particularidades e cada grupos as peculiaridades, na verdade perceber que as diferenças dão voz, o resultado é uma escola democrática com valorização do indivíduo. 
As ações afirmativas, portanto, refere-se a políticas de combate ao racismo e a discriminação racial mediante a promoção ativa da igualdade de oportunidades para todos, criando meios para que todos possam competir em mesmas condições na sociedade.
METODOLOGIA
Visando desconstruir uma imagem dada pela sociedade aos negros, a escola encoraja os alunos a se identificarem, saber sua história, assim todos são convidados a participar de uma aventura em busca de sua identidade. Para isso as atividades do projeto são elaboradas para despertar reflexões dentro das ações sugeridas, nas quais são:
PARTICIPAÇÃO DE QUESTIONARIO DE IDENTIFICAÇÃO: Os alunos recebem impresso um questionário de auto declaração da imagem, de forma livre e espontânea. Esse questionário será o termômetro do projeto para a avaliação do quantitativos de aluno que se declaram negros e identificar a percepção que o aluno tem de um indivíduo que nasce negro. 
CINECLUBE: O cineclube será uma das atividades introdutória do projeto, A atividade do cineclube teve como objetivo problematizar a representação de negras e de negros na TV e um diálogo aberto sobre preconceito e racismo tão discutido esses últimos dias, com a exibição do filme: O Ódio Que Você Semeia, o filme dirigido por George Tillman Jr. em 2018 conta a história de Starr Carter, uma adolescente negra que presencia o assassinato de um amigo, também negro, por um policial branco. Mesmo sendo chantageada e desencorajada a testemunhar sobre o que aconteceu, ela não desiste de fazer justiça e descobre muito sobre si mesma e como fazer a diferença.
CRIAÇÃO DE COLETIVOS, VALORIZANDO AS IDENTIDADES E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA: Os Movimentos sociais contemporâneos chamados de coletivos definem reconhecimento da identidade de grupos, estes grupos podem ser fortalecidos podendo está relacionado à política, direitos, a valorização da estética, música, religião. A contrapartida dessa ação é auxiliar o caminho da criação desses grupos e assim dá voz, auxiliando em ações e encaminhamentos para que possa ser ouvido. 
AÇÃO MEU COSPLAY[footnoteRef:2]: Ensaio fotográfico de alunos com fantasia de personalidades ou personagem de sua preferência, adaptando para o realismo negro. As fotografias ficaram disponibilizada na página de rede social da escola. [2: Cosplay é abreviação de costume play, que pode traduzi-se por: Representação de personagem a caráter. É a arte de se transformar em um personagem utilizando-se de maquiagens, fantasia...] 
MOSTRA ARTÍSTICA: Apresentação dos coletivos formados, grupos de danças e artes. Nessa mostra teremos desfile de alunos, dicas de beleza de blogueiras sobre cabelo, entre outras atividades.
A escola dividirá o evento com as ações em sala de aula, para não tumultuar a participação dos outros alunos nas ações oferecidas. 
As ações do projeto serão antecipadamente planejadas para a execução sendo de grande relevância a Equipe Gestora incentivar a realização do projeto, apresentando a importância do mesmo e as parcerias no envolvimento do projeto, levando em consideração as etapas a seguir.
Inicialização: Apresentar o projeto aos professores e coordenação, onde os mesmos estão cientes da participação das etapas.
Planejamento: Recursos, divisão de tarefas, cronogramas, plano do projeto.
Execução: organização e coordenação das equipes, atribuição das tarefas, realização da ação.
Controle: Acompanhamento da Gestão nas etapas, relatório e registro das ações, correções caso haja imprevistos.
Encerramento: Avaliação dos resultados do projeto e divulgação dos resultados.
A escola administrará uma página na rede sociaispara divulgação dos eventos e contribuições dos alunos nas ações.
CRONOGRAMA
	AÇÃO
	FEVEREIRO
	ABRIL
	MAIO
	JUNHO
	SETEMBRO
	NOVEMBRO
	APRESENTAÇÃO DO PROJETO AOS PROFESSORES E COORDENAÇÃO
	
	
	
	
	
	
	QUESTIONARIO DE IDENTIFICAÇÃO
	
	
	
	
	
	
	CINECLUBE
	
	
	
	
	
	
	CRIAÇÃO DE COLETIVOS
	
	
	
	
	
	
	AÇÃO MEU COSPLAY
	
	
	
	
	
	
	MOSTRA ARTÍSTICA
	
	
	
	
	
	
	AVALIAÇÃO
	
	
	
	
	
	
RECURSOS 
	AÇÃO
	RECURSO
	QUESTIONARIO DE IDENTIFICAÇÃO
	PAPEL A4, IMPRESSORA
	CINECLUBE
	COMPUTADOR, PROJETOR DE IMAGENS
	CRIAÇÃO DE COLETIVOS
	COMPUTADOR, PENDRIVER COM VIDEOS, PAPEL 40KG, PINCEL ATÔMICO
	AÇÃO MEU COSPLAY
	FOTOGRAFO PROFISSIONAL
	MOSTRA ARTÍSTICA
	COMPUTADOR, PROJETOR, CAIXA DE SOM, PAPEL 40KG, E.V.A, TINTA CORPORAL, MAQUIAGEM, CAMISAS PERSONALIZADAS PARA OS GRUPOS, TECIDOS, ITENS DE DECORAÇÃO PARA O ESPAÇO.
	AVALIAÇÃO
	PAPEL A4, IMPRESSORA, E COMPUTADOR PARA DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DOS DADOS DO PROJETO.
AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada no final do projeto, levando em consideração as etapas realizadas, participação e envolvimentos dos alunos também é muito importante.
 Na semana de avaliação do 4 bimestre, será encaminhado a cada aluno um novo questionário de identificação, com itens de avaliação do projeto na escola para que os alunos possam opinar, com sugestões ou críticas construtivas. Ao alcançarmos os objetivos do projeto saberá o real valor do mesmo para a comunidade. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito se comenta a respeito da Gestão Escolar, qual é de fato sua atuação na escola, é através dela que todos os segmentos da escola direcionam suas ações, a Gestão tem a função de unir, tornar coerente as ações da escola. 
Os gestores escolares têm o desafio de democratizar os saberes e as práticas dentro da escola, procurando envolver todos os sujeitos a fim de que cada um, assuma seu papel em prol de uma escola mais participativa. 
A escola é formada por sujeitos pensantes que lutam por uma sociedade justa, e essa preocupação de alunos como protagonistas na aprendizagem, procura-se promover ações afirmativas e atividades que visem o envolvimento dos pais, responsáveis e toda comunidade no processo. 
Este projeto para valorização dos alunos, em especial os alunos negros e mestiços são o ponto alto da gestão atuando no papel para construir uma escola democrática e participativa. Os desafios são inúmeros, mas com ações de valorização desses alunos com ações do projeto apresentamos aos pais, responsáveis e professores que a intenção dessas ações é valorização do indivíduo para que sabendo de seus direitos estes tornem-se cidadãos com voz e representatividade.
‘Não sou descendente de escravos. 
Eu descendo de seres humanos que foram escravizados. ’
Makota Valdina
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB nº. 9394, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL, Lei nº10639 de 9 de janeiro de 2003.Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. MEC/SECAD. 2005.
FELINTO, PAOLA CECCON. Gestão Escolar na Perspectiva Democrático-Participativa. 2014, 17f. Trabalho apresentado como requisito à obtenção do grau de especialista no Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica, Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná. 
GOMES, Nilma Lino. Práticas pedagógicas de trabalho com relações étnico-raciais nas escolas na perspectiva da Lei nº 10.639/03. Brasília: MEC, 2012.
GOMES, Nilma Lino. Relações Étnico-raciais, Educação e Descolonização dos Currículos. In: Revista Currículo Sem Fronteira, v.12, n.1, pp. 98-109, Jan/Abr 2012. http://www.curriculosemfronteiras.org.
LIBÂNEO, J. C. Gestão e organização da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2004.
OLIVEIRA, Denis de. Globalização e Racismo no Brasil. São Paulo: Unegro, 2000.
SANTOS, Joel Rufino. O que é o racismo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
SOUZA, Simone de Freitas Conceição. Negritudes em tempo de cólera: relações raciais no Brasil contemporâneo. 1. ed. - Jundiaí [SP]: Paco Editorial, 2019 
ESCOLAR, Gestão. Um projeto de combate ao racismo Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/683/um-projeto-de-combate-ao-racismo Acesso em: 05 de outubro. 2020.
UFJF, Noticias. Coletivos negros se reúnem para campanha. Disponível em: https://www2.ufjf.br/noticias/2018/11/24/coletivos-negros-se-reunem-para-a-campanha-institucional-nos-sim/ Acesso em: 24 de outubro 2020.
FOLHA, Jornal. Consciência Negra, números no Brasil. https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2019/11/20/consciencia-negra-numeros-brasil/ Acesso em: 24 de outubro. 2020.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2002. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: Biblioteca Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv63405.pdf 
Acesso em: 05 de outubro. 2020.
 
IPEA, INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Igualdade racial https://www.ipea.gov.br/igualdaderacial/index.php?option=com_content&view=article&id=711 Acesso em: 24 jul. 2020.

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