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Lei 10 639 2003 - obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira

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Lei 10.639/2003 - 
obrigatoriedade da temática 
"História e Cultura Afro-
Brasileira" 
DIREITO À EDUCAÇÃOEDUCAÇÃORACISMOLDB 9394/96LEI 10.639/2003 
Lei 10.639/2003 - obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira" 
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Publicado por Camila Moreira 
há 3 meses 
105 visualizações 
Pelas alterações propostas pela lei em epígrafe, o texto 
da LDB passou a determinar o seguinte: 
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e 
médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino 
sobre História e Cultura Afro-Brasileira. 
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste 
artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a 
luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na 
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do 
povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à 
História do Brasil. 
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira 
serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em 
especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e 
História Brasileiras. 
§ 3o (VETADO)" 
"Art. 79-A. (VETADO)" 
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro 
como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’." 
https://cmoreira2.jusbrasil.com.br/artigos/1734420147/lei-10639-2003-obrigatoriedade-da-tematica-historia-e-cultura-afro-brasileira#comments
https://cmoreira2.jusbrasil.com.br/artigos/1734420147/lei-10639-2003-obrigatoriedade-da-tematica-historia-e-cultura-afro-brasileira#comments
https://cmoreira2.jusbrasil.com.br/
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035083/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm#art26a
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm#art79a
https://cmoreira2.jusbrasil.com.br/
Neste contexto, cumpre mencionar que o ensino da história e 
cultura afro-brasileira e africana no Brasil sempre foi lembrado 
nas aulas de História com o tema da escravidão negra africana. 
A Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o 
estudo da história e cultura afro-brasileira e africana. Por 
exemplo, os professores devem ressaltar em sala de aula a 
cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da 
sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como 
sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as 
ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura 
(música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas. 
Com isso, o conteúdo programático do ensino médio e 
fundamental passou a incluir o estudo da História da África e 
dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra 
brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, 
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, 
econômica e política pertinentes à História do Brasil. Conforme 
dispõe a lei, esses conteúdos devem ser ministrados no âmbito 
de todo o currículo escolar, mas especialmente nas áreas de 
Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. 
O ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, após a 
aprovação da Lei 10.639/03, fez-se necessário para garantir 
uma ressignificação e valorização cultural das matrizes 
africanas que formam a diversidade cultural brasileira. 
Portanto, os professores exercem importante papel no processo 
da luta contra o preconceito e a discriminação racial no Brasil. 
Para o cumprimento da legislação neste formato, é necessário a 
desconstrução de saberes reproduzidos anteriormente à lei e 
disseminados pela existência de uma literatura que sempre 
apresentou o negro africano na condição de escravo submisso e 
passivo, e promover formação continuada aos profissionais que 
devem abordar a temática. 
De forma geral, os livros didáticos já estão quase todos 
adaptados com o conteúdo da Lei 10.639/03, mas, as 
ferramentas que os professores podem utilizar em sala de aula 
são múltiplas, e para tanto a formação é essencial. 
A fim de aprofundar o tema e estabelecer orientações às 
instituições de ensino, o Ministério da Educação publicou em 
2004 a Diretriz Nacional para a Educação das Relações 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/98883/lei-10639-03
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/98883/lei-10639-03
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/98883/lei-10639-03
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura 
Afro-Brasileira e Africana, através da qual confirma a 
necessidade de políticas de reparação, bem como busca a 
desmistificação da democracia racial no país. O texto explicita 
uma série de equívocos comuns no momento da abordagem da 
questão racial e direciona os professores quanto ao tratamento 
adequado ao tema. 
Na parte introdutória dessa diretriz, o MEC propõe a divulgação 
e produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas 
e valores que eduquem cidadãos orgulhosos de seu 
pertencimento étnico-racial - descendentes de africanos, povos 
indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos – para 
interagirem na construção de uma nação democrática, em que 
todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua 
identidade valorizada. 
Nesse viés, propõe políticas de reparações, de reconhecimento e 
valorização, de ações afirmativas por compreender que a 
demanda por reparações objetiva que o Estado e a sociedade 
tomem medidas para ressarcir os descendentes de africanos 
negros, dos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e 
educacionais sofridos sob o regime escravista, bem como em 
virtude das políticas explícitas ou tácitas de branqueamento da 
população, de manutenção de privilégios exclusivos para grupos 
com poder de governar e de influir na formulação de políticas, 
no pós-abolição. Visa também a que tais medidas se concretizem 
em iniciativas de combate ao racismo e a toda sorte de 
discriminações. 
Ao discorrer sobre essa temática, cumpre-nos registrar que em 
2008 foi sancionada a Lei nº 10.645/2008, que igualmente 
alterou a LDB para incluir no currículo oficial da rede de ensino 
a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena”. 
Nesse sentido, esta prática educativa pautada no 
reconhecimento da diversidade é considerada um importante 
instrumento no combate ao racismo, como também para 
reverter a imagem negativa que se formou em torno das 
populações não brancas como consequência do processo 
colonizador de sua cultura; pois segundo Munanga (2005), a 
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/357722/lei-10645-08
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035083/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96
questão da memória coletiva, da história, da cultura e da 
identidade dos alunos negros, afrodescendentes e indígenas são 
apagadas no sistema educativo baseado no modelo 
eurocêntrico. O resgate da memória coletiva e da história destas 
comunidades não interessa apenas aos alunos desses grupos 
étnico-raciais, mas também aos alunos de outras ascendências 
étnicas, principalmente branca, pois ao receber uma educação 
envenenada pelos preconceitos, eles também tiveram suas 
estruturas psíquicas afetadas. 
Por fim, é importante ressaltar que, entre os significativos 
avanços na legislação brasileira, se destacam ainda o Estatuto 
da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) e a Lei de Cotas para 
ingresso nas universidades e instituições de ensino técnico 
federais (Lei nº 12.711/2012), frutos do reconhecimento aos 
esforços dos movimentos sociais antirracistas, e sobretudo, o 
histórico pronunciamento unânime do Supremo Tribunal 
Federal sobre a constitucionalidade das ações afirmativas que 
consagra a legitimidade e a necessidade de políticas públicas de 
promoção da igualdade racial. 
INDICADORES DE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO – 
RELAÇÕES RACIAIS NA ESCOLA 
Trata-se de um instrumento que permite à comunidade escolar 
avaliar suas práticas,ao tempo em que descobre novos 
caminhos para construção de uma educação com a marca da 
igualdade racial. Essa metodologia participativa orientou a 
própria elaboração dos indicadores, desenvolvidos por meio de 
amplo trabalho coletivo por iniciativa da organização não 
governamental Ação Educativa. 
Este instrumento aduz que toda criança e todo o adolescente 
têm direito a uma educação de qualidade e inclusiva, baseada no 
reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura 
dos diversos povos que ajudaram a formar nossa sociedade 
multiétnica e multirracial. Nesse sentido, todos os setores do 
Estado e da sociedade, assim como cada cidadão e cidadã, são 
agentes indispensáveis na tarefa de assegurar a inclusão 
equânime de todos os grupos sociais nos processos de 
desenvolvimento do país. Isso só será possível por meio da 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/823981/estatuto-da-igualdade-racial-lei-12288-10
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/823981/estatuto-da-igualdade-racial-lei-12288-10
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/823981/estatuto-da-igualdade-racial-lei-12288-10
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1032851/lei-12711-12
universalização de uma educação anti-discriminatória e de 
qualidade. 
O racismo ainda é um problema pouco assumido na sociedade 
brasileira. Muita gente diz: aqui na minha escola ele não existe! 
Ou: Aqui a gente não vê racismo! Porém, as estatísticas oficiais 
e diversas situações cotidianas dizem o contrário: o racismo 
existe, está presente entre nós. É necessário nos dispormos a 
reeducar nossos olhares, ouvidos e atitudes para reconhecê-lo, 
e atuar para superá-lo, bem como outras discriminações 
presentes na sociedade e nas escolas, sejam elas contra 
mulheres, homossexuais, deficientes, nordestinos, imigrantes, 
entre outras. 
O racismo afeta profundamente a qualidade das instituições 
educacionais, prejudicando a trajetória escolar e 
comprometendo a garantia do direito humano à educação de 
milhões de crianças, adolescentes, jovens e adultos de nosso 
país. Enfrentá-lo é um desafio de toda sociedade brasileira, 
conforme destaca o Parecer das Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação das Relações Étnico--raciais e para 
o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana , 
aprovado pelo Conselho Nacional de Educação em 2004. 
Os Indicadores da Qualidade na Educação – Relações Raciais na 
Escola foram desenvolvidos em decorrência da magnitude e da 
complexidade da questão racial no Brasil e, especificamente, na 
educação do país. Eles podem ser usados de forma articulada 
com outros Indicadores da Qualidade na Educação (Ensino 
Fundamental e Educação Infantil) e também com demais 
materiais da coleção Educação e Relações Raciais. São eles: 
• o Guia Metodológico; 
• o vídeo Educação e relações raciais: apostando na participação 
da comunidade escolar; 
• o vídeo Educação e relações raciais: diálogos Brasil e África do 
Sul; 
• os nove cartazes Afro-brasilidades em Imagem. 
Assim como os outros Indicadores da Qualidade na Educação, 
existem muitos jeitos de utilizar os Indicadores da Qualidade na 
Educação – Relações Raciais na Escola. O material é um 
instrumento de autoavaliação escolar bastante flexível que pode 
ser utilizado e adaptado de acordo com a criatividade, a 
experiência, as condições e a realidade de cada escola. A seguir, 
vamos apresentar algumas ideias para alimentar o processo de 
utilização dos Indicadores por parte de sua escola. 
• É importante que a escola constitua um grupo de pessoas para 
organizar o processo de utilização dos Indicadores. Na medida 
do possível, o grupo deve ser composto por gestores/as 
escolares, coordenadores/as pedagógicos/as, professores/as, 
familiares e estudantes, com diferentes pertencimentos raciais 
presentes na comunidade escolar. 
• É fundamental que o Conselho Escolar esteja envolvido em 
todo o processo de utilização dos Indicadores, contribuindo 
também para mobilizar o conjunto da escola. Lembramos que o 
racismo é um obstáculo para a melhoria da qualidade da 
educação e um desafio a ser enfrentado por todos e todas, não 
somente por ativistas e educadores/as que sempre trabalharam 
com a questão racial. 
• Os Indicadores da Qualidade na Educação – Relações Raciais 
na Escola foram elaborados para escolas de Ensino 
Fundamental. O trabalho com eles pode ser desenvolvido em 
articulação com os Indicadores da Qualidade na Educação 
(Ensino Fundamental). Parte dos Indicadores da Qualidade de 
Educação – Relações Raciais na Escola também pode ser 
adaptada para a Educação Infantil e usada em articulação com 
os Indicadores da Qualidade na Educação (Educação Infantil). 
O mesmo grupo da escola/creche pode avaliar a pertinência de 
articular esses processos e fazer as adaptações necessárias à 
etapa (Educação Fundamental, Educação Infantil e Ensino 
Médio) e modalidade educacional, às condições e à realidade da 
instituição educativa. 
• O planejamento do trabalho com os Indicadores deve prever a 
mobilização da comunidade escolar, definir o tempo necessário, 
preparar o espaço físico para que ele seja acolhedor e 
providenciar os materiais que serão usados nas atividades. 
A mobilização da comunidade escolar (estudantes, familiares, 
profissionais de educação, integrantes de organizações 
comunitárias etc.) para participar da avaliação é um ponto-
chave de todo o processo. Quanto mais pessoas dos diversos 
segmentos se envolverem em ações para a melhoria da 
qualidade educacional, maiores serão os ganhos para crianças, 
adolescentes, jovens e adultos que estudam; maiores serão os 
ganhos para a escola, a sociedade e a educação do país. O uso 
dos indicadores pode fortalecer os vínculos entre escola e a 
comunidade do entorno, pois o cumprimento das 
leis 10.639/2003 e 11.645/2008 também depende de mudanças 
culturais envolvendo toda a comunidade escolar. 
Este material foi elaborado para apoiar a escola no diagnóstico 
dos seus problemas e na busca de soluções para a melhoria da 
qualidade educacional, tendo como focos a superação do 
racismo no cotidiano escolar e a implementação da Lei 
n. 10.639/2003, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educacao Nacional ( LDB). Os Indicadores da Qualidade na 
Educação – Relações Raciais na Escola são compostos por sete 
dimensões: 
(1) Relacionamentos e atitudes – é a dimensão que 
introduz e concretiza, por meio de perguntas aos/às 
participantes, o que significa abordar as relações raciais no 
cotidiano escolar em seus diferentes aspectos. 
(2) Currículo e prática pedagógica – a dimensão estimula 
discussões sobre quais perspectivas e conteúdos a escola 
prioriza nos processos de ensino-aprendizagem e como eles são 
aborda-dos junto aos alunos no sentido de promover uma escola 
mais sintonizada com a realidade, a diversidade de saberes, 
experiências, histórias e estéticas, e com a igualdade racial e os 
direi-tos humanos. 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/98883/lei-10639-03
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/93966/lei-11645-08
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/98883/lei-10639-03
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035083/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035083/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035083/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96
(3) Recursos e materiais didáticos – a dimensão aborda a 
existência, o acesso, o uso e a organização de recursos e 
materiais didáticos que apoiem processos pedagógicos 
comprometidos com o ensino da história e da educação 
brasileira, bem como a educação das relações raciais, previstos 
na Lei n. 10.639/2003 e em suas Diretrizes. 
(4) Acompanhamento, permanência e sucesso dos/das 
estudantes na escola – a dimensão problematiza as 
condições da escola para garantir a permanência e o sucesso de 
todos os seus estudantes na aprendizagem, em especial dos 
alunos e alunas negras e de outros grupos social e 
historicamente discriminados. 
(5) A atuaçãodas/dos profissionais de educação – a 
dimensão chama a atenção para o papel fundamental dos 
profissionais da educação na construção de uma educação 
antirracista e não discriminatória. Apresenta questões que 
estimulam a reflexão dos profissionais sobre suas concepções de 
relações raciais e de como elas impactam o cotidiano escolar. 
(6) Gestão democrática – a dimensão traz um conjunto de 
questões que partem do entendimento de que o 
desenvolvimento de uma gestão democrática “pra valer” anda 
de mãos dadas com o reconhecimento e a valorização efetiva da 
diversidade na escola. Faz perguntas que provocam a escola a 
refletir até que ponto seus processos e condições estimulam e 
garantem a participação da comunidade escolar e quais os 
mecanismos que operam contra isso. 
(7) Para além da escola – a dimensão estimula a escola a 
refletir que o avanço na garantia do direito humano à educação 
passa por sua maior articulação com a comunidade do entorno, 
com os movimentos sociais – entre eles, os movimentos negros 
e com outras instituições, setores governamentais e grupos que 
devem compor a rede de proteção dos direitos da criança e do 
adolescente, prevista no Estatuto da Criança e do 
Adolescente ( ECA/1990), como conselhos tutelares, unidades 
de saúde, serviços de assistência social, sistema de justiça etc. 
Cada uma dessas sete dimensões do material reúne um conjunto 
de indicadores. Cada indicador é composto por duas partes: um 
pequeno texto que explica o que ele é e um grupo de perguntas 
bem concretas para estimular o debate da comunidade escolar, 
que estará reunida para avaliar os desafios da escola e, 
posteriormente, construir um plano de ação. 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/98883/lei-10639-03
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028079/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028079/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028079/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
As metodologias baseiam-se no seguinte triângulo conceitual: 
 
É importante que todos e todas as participantes entendam os 
objetivos dos Indicadores da Qualidade na Educação – Relações 
Raciais na Escola e também os principais conceitos utilizados. 
Todo o material, bem como as instruções de uso está disponível 
no site http://www.indicadoreseducacao.org.br./ 
Trata-se de uma iniciativa com o apoio do UNICEF (Fundo das 
Nações Unidas para a Infância e Juventude), INEP/MEC 
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira - Ministério da Educação), Governo Federal, UNDIME 
(União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação, entre 
outros. 
Registramos ainda, que o texto da Base Nacional Comum 
Curricular passou por inúmeras leituras e análises; coleta de 
contribuições e audiências públicas, gerou três versões antes de 
que chegasse ao atual texto em reflexão. A BNCC dentro de suas 
competências gerais estabelecidas, traz alguns pontos que nos 
interessam mais detidamente, são eles: 
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências 
culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que 
lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do 
trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e 
http://www.indicadoreseducacao.org.br./
ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência 
crítica e responsabilidade. 
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física 
e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e 
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e 
capacidade para lidar com elas. 
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de 
conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo 
o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e 
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, 
seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem 
preconceitos de qualquer natureza. (BNCC, 2018 p. 9;10) 
No item 6 das competências gerais é preciso que as equipes de 
construção de conteúdos se monitorem para compreender a 
“diversidade de saberes” que cada lugar abriga, desvinculando-
se de projetar um quadro irreal de imagens, valores e interesses, 
abster-se de valorizar excessivamente imagens e 
representatividades que pouco tenham a ver com o universo 
onde os estudantes se inserem, ou seja, embora se possa ensinar 
como outras culturas e povos vivem, é contraproducente 
diminuir os valores e símbolos próprios da localidade, do estado 
ou do país. Mais que isso, é necessário que o cidadão em 
formação (não só na educação infantil) possa se ver como 
alguém que em algum momento estará contribuindo para a 
coletividade e usufruindo das contribuições dos demais. 
No item 8 destacam-se que é impossível cuidar da “saúde física 
e emocional” própria ou dos convivas em um meio social 
agressivo, desrespeitoso, diminuído de valores por meio de 
depreciações geradas por racismo, xenofobia e demais 
preconceitos. Veja que não se trata de permissividade ou 
vitimíssimo, mas respeitabilidade entre os seres na medida dos 
deveres de cada um no meio social que seja sala de aula, quer 
sejam espaços de urbanidade, neste ponto faz todo o sentido os 
termos “consciência crítica e responsabilidade” de todos os 
envolvidos, incluindo profissionais da educação. 
No item 9 compreende-se que “exercitar a empatia” significa 
reconhecer que existe possivelmente uma pré-formação social 
que ainda não é o da empatia por aqueles que não se parecem 
comigo, essa pré-formação advém muitas vezes da exposição às 
violências (reais ou virtuais) em famílias pouco ou de nenhuma 
estrutura; uso de mídias interativas sem filtro crítico-moral dos 
pais e/ou responsáveis ou vivência em comunidades de risco. 
Na unidade temática "O sujeito e seu lugar no mundo", 
focalizam-se as noções de pertencimento e identidade. No 
Ensino Fundamental – Anos Iniciais, busca-se ampliar as 
experiências com o espaço e o tempo vivenciadas pelas crianças 
em jogos e brincadeiras na Educação Infantil, por meio do 
aprofundamento de seu conhecimento sobre si mesmas e de sua 
comunidade, valorizando-se os contextos mais próximos da vida 
cotidiana. Espera-se que as crianças percebam e compreendam 
a dinâmica de suas relações sociais e étnico-raciais, 
identificando-se com a sua comunidade e respeitando os 
diferentes contextos socioculturais. (BNCC, 2018; p. 360) 
Professores e gestores naturalmente reconhecem quais as 
procedências dos seus públicos com maior ou menor acuidade. 
Então, a existência de jogos, projetos, atividades que melhorem 
ou desenvolvam a empatia pelo outro podem prevenir choques 
geradores de possível bullying ou racismo, por exemplo. O 
desenrolar do item corrobora esse entendimento, portanto, 
neste ponto esta competência dirige-se aos conteúdos 
destinados a convivência entre os indivíduos. 
Para tanto, requer o desenvolvimento de competências para 
aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez 
mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade 
nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para 
resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser 
proativo para identificar os dados de uma situação e buscar 
soluções, conviver e aprender com as diferenças e as 
diversidades. (BNCC, 2018; p. 14) 
É necessário um pensar da escola em sua 
integralidade, ou seja, entender, analisar e se preciso, 
modificar a atuação, organização e funcionamento 
daquilo quem ou daquele setor que esteja alheio ao 
compromisso de erradicar posturas de má 
convivência, resgatar inclusive aspectos de 
cordialidade e cumprimentos sociais, estendendo a 
boa convivência também aos demais servidores da 
escola que comumente passam desconsiderados no 
ambiente escolar. A integralidade não significa 
somente a extensão de tempo de permanência na 
escola ou o acumulado de conteúdos meramente 
teóricos e avaliativos. 
A BNCC privilegiou ou preferiu adensar asquestões de 
cumprimento da Lei Federal 10.639 nos conteúdos de Língua 
Portuguesa, Artes e História, mas aparecem também em 
Geografia e Ciências. Neste contexto é importante fazer 
levantamento sobre os autores negros clássicos e da 
contemporaneidade, de foram a que o estudante possa se 
inteirar de que existem proeminentes construtores do 
conhecimento em diferentes indivíduos que muitas vezes ficam 
invisibilizados pela cor da pele ou se apresentam branqueados 
nas mídias e nos livros. 
Assim como no conteúdo que se desenvolva para a Língua 
Portuguesa, é importante que os elaboradores saibam buscar 
referências artísticas do universo negro além dos tradicionais 
artistas de origem europeia e dos EUA. Contemporaneamente 
quais os representante negros mais expressivos? Essa marcação 
de espaço tende a servir de referência para estudantes negros e 
vista de despertar neles a visão positiva e a possibilidade de 
carreira futura. 
Na área de Geografia é possível trabalhar diversos aspectos da 
formação de grupos sociais distintos e sua relação com o grau de 
inclusão existente na unidades de ensino e atendimentos por 
parte das políticas públicas. No trecho em destaque acima a 
observação é que cada lugar, cada contexto localizado precisa 
ser levado em conta tendo em vista focar no interesse da 
comunidade local e contemplar de seus pertencimentos. 
Compreender as razões econômicas e sociais que levam a 
êxodos, afastamento dos cidadãos do campo, das comunidades 
quilombolas para buscar meios de subsistência, bem como a 
desvalorização da cultura de origem pelo não acolhimento dos 
pares nas escolas públicas e particulares é tema a ser explorado 
para fomentas cultura de inclusão. 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/98883/lei-10639-03
Na área de História é que se encontra a maior parte das 
indicações para a construção de conteúdos com foco em 
Educação para as Relações ÉtnicoRaciais, para o Ensino de 
história e Cultura Afro-brasileira, quilombola e Cigana, 
respaldados nos conceitos de “formação dos povos”; condições 
sociais, grupos migrantes, diversidade cultural e cidadania 
tendo em vista o acumulado dos séculos de formação da 
civilização brasileira e as relações advindas de conflitos e 
modificação de conceito. 
Por fim, no que diz respeito a área de Ensino Religioso, 
convém verificar sempre os textos legais das diretrizes 
específicas que respaldam cada conteúdo. Fazer firme oposição 
a qualquer tipo de proselitismo na conduta profissional e barrar 
depreciação de valores que não são homogêneos na sociedade e 
diante dos públicos. Observar a bagagem trazida pelo aluno do 
seio familiar, procurando não violentar as crenças, criando 
obrigações constrangedoras e desprezando a ação voluntária de 
aprendizado. Primar pelo ensino de religiosidades presentes no 
país do ponto de vista de amostragem e reconhecimento, dando 
a condição de que cada indivíduo permaneça com sua profissão 
de fé, caso ela se manifeste. 
Por todo o exposto, temos que a Educação para as Relações 
Étnico-Raciais é um conjunto de práticas, conceitos, e 
referenciais implícitos e explícitos que pretende formar no 
âmbito das instituições de ensino público e particular uma 
cultura de convivência respeitosa, solidária, humana entre 
públicos de diferentes origens, pertencimentos étnico-raciais 
presentes no Brasil e que se encontram nos espaços coletivos de 
aprendizagem (escolas, faculdades, centros formativos). 
Impulsiona-se esta política a partir das demandas nacionais e 
internacionais para o combate ao racismo, xenofobia e todas os 
preconceitos e intolerâncias que geram violências na sociedade 
e atingem também os espaços de educação (escolar ou superior). 
Estas demandas levantadas historicamente pelos públicos-
vítimas (negros, mulheres, ciganos, indígenas, homossexuais, 
entre outros), com destaque para os movimentos de libertação, 
emancipação e reconhecimento do Movimento Negro a partir 
principalmente dos levantes e organização de Zumbi dos 
Palmares e Ganga Zumba no Brasil do século dezessete até o ano 
2001, quando aconteceu a Conferência Internacional de Durban 
na África do Sul onde o governo brasileiro torna-se signatário de 
uma Declaração com diversos compromissos a implementar. 
Diversos marcos legais foram criados antes e depois da 
Conferência de Durban, mas uma política educacional para 
fazer enfrentamento aos racismo só começa realmente a ter 
forma com a promulgação da Lei nº 10.639/2003 onde fica 
determinada a obrigatoriedade do ensino de história e cultura 
afro-brasileira e africana na educação básica. Essa lei, embora 
longe de contemplar tudo o que a população negra necessita, 
representou um avanço que poderia ser praticado. 
Por conclusão, a Base Nacional Comum Curricular não pode ser 
levada em conta como o único documento utilizado para 
construção de conhecimentos, programas, materiais didáticos, 
paradidáticos, cursos e instrumentos normativos em educação 
para as relações étnico-raciais, mas deve ser considerada e 
consultada como ponto de partida para localizar nos Marcos 
Regulatórios já existentes as definições e conceituações, 
objetivos e metas didático-pedagógicas. 
É preciso ainda levar em conta que a BNCC precisa não somente 
ser entendida e estudada, mas sua prática ser efetivada na 
mudança, construção ou atualização dos Projetos Políticos 
Pedagógicos e Programas de Cursos dos Sistemas e instituições, 
bem como nas atitudes reproduzidas pela comunidade escolar. 
Como estabelecem os Pareceres Curriculares do Conselho 
Nacional de Educação no que se referem à Educação 
Étnica, continua sendo altamente recomendável ouvir 
representantes das comunidades, grupos étnicos 
organizados e especializados nas melhores abordagens 
temáticas evitando reforço de estereótipos e 
perpetuação de agressões, racismos e exclusões nos 
ambientes educativos. 
Camila F. Moreira - Pedagoga 
 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/98883/lei-10639-03

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