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Língua Latina - EAD

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Prévia do material em texto

LÍNGUA LATINA
PROF. ME. LEANDRO VIEIRA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional: 
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha 
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5
1 - BREVE HISTÓRIA DO LATIM ............................................................................................................................... 6
2 - AS LÍNGUAS NEOLATINAS OU ROMÂNICAS ..................................................................................................... 9
3 - LATIM VULGAR: ORIGEM DE ALGUMAS LÍNGUAS MODERNAS ................................................................... 10
4 - ALGUNS GÊNEROS LITERÁRIOS DESENVOLVIDOS EM LATIM ..................................................................... 13
5 - NOÇÕES DE GRAMÁTICA FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DO LATIM ..................................................... 15
5.1. SUJEITO .............................................................................................................................................................. 16
5.2. VOCATIVO .......................................................................................................................................................... 16
5.3. ADJUNTO ADNOMINAL RESTRITIVO .............................................................................................................. 17
5.4. OBJETO DIRETO / INDIRETO ........................................................................................................................... 17
CONHECENDO A LÍNGUA LATINA
PROF. ME. LEANDRO VIEIRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
LÍNGUA LATINA
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5.5. REGÊNCIA VERBAL .......................................................................................................................................... 19
5.6. ADJUNTO ADVERBIAL ...................................................................................................................................... 19
5.7. OBJETO DIRETO ................................................................................................................................................ 20
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................ 20
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INTRODUÇÃO
É muito difícil – para não dizer impossível – negar a relevância da cultura greco-romana 
na formação da cultura ocidental. Até hoje, sua grande in� uência pode ser reconhecida nos mais 
diversos âmbitos, como: na política, na religião, nas leis, na pintura, na literatura, na arquitetura 
e nas demais artes em geral. O mesmo se pode a� rmar da língua latina, que, carregando em si 
muito dos valores e dos pensamentos daquela sociedade antiga, é como que uma extensão de sua 
cultura para a nossa época. E, por isso, acreditamos nem ser preciso dizer o quão fundamental 
é o estudo do latim para o acadêmico do curso de Letras – curso em que o domínio da língua 
materna, o Português, pressupõe imprescindíveis noções básicas de latim.
Embora haja o desejo de apresentar toda a estrutura da gramática latina, não dispomos 
aqui nem do tempo nem do espaço adequados para esse tipo de estudo. Portanto, nosso objetivo 
neste material será apenas fazer uma iniciação ao estudo do latim. Mas isso não impede que 
o estudante siga em frente e se aprofunde em suas pesquisas, pois, ao longo das lições, serão 
indicadas algumas sugestões que, se desejado, possibilitarão um caminho de estudo mais 
completo no futuro.
E para encerrar a ênfase na importância do estudo desta língua – que, sobrevivendo em 
tão variadas instâncias da contemporaneidade, só pode ser considerada “morta” por aqueles que 
a ignoram –, talvez convenha re� etirmos um pouco sobre o que nos dizia o professor e latinista 
Napoleão Mendes de Almeida (2011, p. 10): 
Não é para ser falado que o latim deve ser estudado. Para aguçar seu intelecto, 
para tornar-se mais observador, para aperfeiçoar-se no poder de concentração 
de espírito, para obrigar-se à atenção, para desenvolver o espírito de análise, para 
acostumar-se à calma e à ponderação, qualidades imprescindíveis ao homem de 
ciência, é que o aluno estuda esse idioma.
Como é de se concluir, o estudo do latim não pode ser considerado como mero capricho 
de apego a um passado distante, ou de espírito arqueológico que apenas conserva relíquias e 
coisas obsoletas. Não. Estudar latim é aprender a educar-se como pesquisador e como futuro 
professor. Em suma, é disciplinar a mente para caminhar atento pelas veredas da Ciência; e tudo 
isso é requisito primordial para os que procuram ocupar-se com as Letras. 
Assim, nestas quatro unidades, estudaremos o contexto histórico do latim, sua(s) 
pronúncia(s), seus casos e declinações, bem como as quatro conjugações verbais. Esperamos que 
você siga cada etapa com acurada atenção, procurando sempre manter o foco nas explicações e 
associando cada parte do material ao conjunto das quatro frentes. Desse modo, acreditamos que 
não haverá grandes di� culdades na realização das atividades, nem na avaliação � nal. Desejamos 
muito bom proveito e sucesso em seus estudos!
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1 - BREVE HISTÓRIA DO LATIM
Para se estudar o latim diligentemente, convém, antes de tudo pesquisar um pouco 
do contexto histórico em que essa língua se difundiu no passado. A cultura greco-romana 
(Antiguidade Clássica) – fundamento que alicerçou a civilização ocidental – deixou-nos um 
legado histórico de seus saberes, suas instituições, suas artes e muitas outras coisas. Por isso, falar 
sobre Grécia e sobre Roma é o mesmo que considerar o surgimento da democracia, da República, 
da poesia épica, da música modal, do teatro, da � loso� a e de outras riquezas culturais.
Os gregos – que podem ser considerados os representantes do pensamento antigo por 
excelência –, ao serem derrotados e dominados pelo exército romano, acabaram transmitindo 
uma in� uência decisiva sobre aqueles que, por um período considerável, viriam a ser os novos 
senhores do mundo. 
Conformenos ensina a História, os romanos eram um povo com forte poderio militar 
e dotados de muito senso prático-estratégico. Por isso, por in� uência desta rigidez disciplinar 
imperialista, sua língua e sua cultura escrita ainda careciam da � exibilidade e da riqueza poética 
presentes em povos menos bélicos e mais pací� cos, como os gregos. 
No entanto, como já mencionado, durante o seu processo de expansão territorial, foi 
justamente a cultura grega que os romanos assimilaram e propagaram entre os demais povos 
conquistados. E, em vários de seus aspectos, tal cultura sobrevive até hoje em muito do que se 
pode ver no mundo moderno. 
Figura 1 – Império Romano em sua total extensão. Fonte: MOVV (2006).
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Os pesquisadores a� rmam que o latim é uma língua proveniente da família indo-europeia, 
assim como o sânscrito, o grego, o escandinavo (antigo), o russo e diversas outras. 
Embora não disponhamos de nenhum registro material do suposto idioma original indo-
europeu – que provavelmente foi falado há mais ou menos cinco ou seis mil anos atrás –, por meio 
de comparações entre as línguas antigas dessa família, os linguistas chegaram à reconstrução de 
vários elementos deste, como, por exemplo, raízes, radicais, desinências e assim por diante.
 O resultado dos estudos sobre essa língua reconstruída foi batizado com o nome de proto-
indo-europeu. Mas até hoje, não se sabe, com precisão, onde viveram os falantes dessa língua; a 
maioria dos pesquisadores acredita que este local seja em algum lugar da Estepe Pôntica, ao norte 
do Mar Negro, na Anatólia (a atual Turquia) ou no Cáucaso, mais exatamente na atual Armênia. 
Em uma destas regiões, os falantes do indo-europeu teriam imigrado para as mais 
diferentes áreas da Europa e da Ásia. No entanto, ainda nos é desconhecido o que ocasionou essa 
imigração e muito pouco sabemos sobre seus costumes; tudo o que conhecemos hoje provém 
apenas dos estudos de linguística comparativa e de religiões comparadas. 
Conforme os estudiosos, o latim – inserido na família indo-europeia – provém do subgrupo 
itálico e, dentro deste, das línguas latino-faliscas. Mas há alguns pesquisadores que propõem 
também um subgrupo anterior ao itálico, a saber: o ítalo-céltico. Com efeito, deslindar a história 
do latim pré-clássico, também chamado de latim arcaico, é um trabalho árduo e laborioso. Pois os 
registros escritos mais antigos nessa língua são majoritariamente fragmentários. A maioria data 
do século VI a. C. e são encontrados na região do Lácio, onde se localiza Roma. Nessa época, a 
Itália era uma mescla das mais diferentes línguas: umbro, grego, etrusco, osco, gaulês etc. 
O que se costuma a� rmar, em suma, é que o local de origem do latim foi o Lácio e ensina-
se que deste lugar, após as conquistas bélico-territoriais de Roma, tal língua foi difundida para 
outras regiões da Península Itálica e subsequentemente para outros povos da Europa, da África e 
da Ásia. Para ilustrar, con� ra logo a seguir a localização do Lácio na Itália.
Figura 2 – O Lácio. Fonte: Marcus (2017).
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Para conhecer mais sobre o tema, assista aos fi lmes: A queda do Império Ro-
mano; Cleópatra; Empire; Spartacus; Gladiador; Ben-Hur; Asterix e Obelix contra 
César; Asterix e Obelix: missão Cleópatra.
Para � ns didáticos, pode-se resumir brevemente as vertentes do latim da seguinte maneira:
• Latim arcaico: acredita-se que era falado no Lácio aproximadamente no século XI 
a.C., porém, as primeiras descobertas da língua escrita encontradas datam do século 
VII ou VI a.C. Posteriormente, é por volta do século III a.C. que os textos literários 
em latim começaram a ser produzidos – em sua maior parte através da assimilação da 
cultura e literatura gregas de até então. Nesse período, Roma já era uma potência, tendo 
conquistado territórios de várias vertentes culturais diferentes, o que, em pouco tempo, 
aproximadamente em torno do século II a.C., resultou no domínio praticamente total 
do Mar Mediterrâneo. Em meio ao contato com várias culturas, Roma deu início a uma 
literatura que, de certo modo, brotou como a adaptação, em latim, de textos poéticos 
(os épicos) e dramáticos da tradição grega para o público romano. Supõe-se que, nesse 
período, por exemplo, a primeira obra da literatura latina foi uma tradução da Odisseia, do 
poeta grego Homero, realizada por Lívio Andrônico, escravo grego, para � ns pedagógicos. 
Na mesma época, outros autores também escreveram textos relativamente adaptados da 
cultura grega. A exemplo disso, há as comédias populares de Plauto e Terêncio, que seguem 
o estilo da Comedia Nova grega e as tragédias de Névio e Ênio. E assim, aproveitando 
o ensejo dos empreendimentos literários de Lívio, Névio e Ênio escrevem os primeiros 
textos épicos em língua latina.
• Latim Clássico: estilo literário da língua utilizado por volta do primeiro século a.C. até 
o início do primeiro século da Era Cristã. Nesse ínterim, surgiram a prosa requintada 
de Cícero (político, � lósofo e orador); com Virgílio, a poesia lírica e a épica nacional – 
vide as suas Bucólicas e a sua Eneida –, bem como a lírica amorosa de Catulo, Propércio, 
Tíbulo, Horácio e Ovídio. De modo geral, o latim ensinado na contemporaneidade é 
a língua literária desse período, seja pela beleza estilística cuidadosamente trabalhada 
dos referidos autores, seja porque grande parte do conjunto mais importante dos textos 
clássicos é literário, o que explica por que � camos sem acesso su� ciente aos outros 
registros linguísticos desse período.
• Latim Culto: variedade falada pela classe culta dos romanos. Era a base do latim clássico 
e constituía a variante literária. Por seu caráter artístico-literário, certamente, o latim 
culto deveria ser bem mais rígido do que as normas de gramática estudadas atualmente, 
como a gramatica latina, mas, certamente, era muito menos estilizado do que a língua 
literária – o chamado latim clássico. Custa-se muito encontrar documentos escritos 
nessa variedade linguística, mas pode-se achar tal espécie de registro, por exemplo, nas 
epístolas de autores antigos, a exemplo das cartas de Cícero a seu irmão, ou as cartas de 
Sêneca para sua mãe, cujo trabalho estético consciente com a linguagem, embora menos 
intenso, ainda está presente.
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• Latim vulgar: é a língua do povo em geral, isto é, das massas, dos analfabetos etc. 
Embora mais difíceis de serem encontrados, os textos dessa língua, que chegaram até nós, 
oferecem indícios muito interessantes da evolução do latim. Encontradas em paredes, em 
ambientes públicos (como banheiros, por exemplo), ou mesmo nalgumas obras literárias, 
tais inscrições tentavam retratar a variedade linguística de Roma. Um exemplo disso, é o 
romance Satyricon, de Petrônio, autor que viveu no século I d.C., pois, em longos trechos, 
a obra procura uma representação da língua do povo romano, de modo a percebermos 
hoje como o latim era uma língua viva, sujeita às mudanças que naturalmente sucedem 
às línguas em geral.
• Latim tardio: depois do período do latim clássico, o Império Romano continuou 
empregando tal língua, que foi crescendo de modo gradativo até tornar-se, posteriormente, 
a língua o� cial da Igreja Católica Apostólica Romana (Católicos Ocidentais). Em suma, 
por muito tempo, utilizou-se o latim como língua universal das relações internacionais 
e na administração do Império e, depois, da Igreja. Por isso, durante a Antiguidade e, 
principalmente, a Idade Média, todos os textos que tratavam de assuntos mais relevantes 
eram escritos em latim. 
2 - AS LÍNGUAS NEOLATINAS OU ROMÂNICAS
Após toda a disseminação do latim pelas regiões da Europa, os povos in� uenciados pela 
língua foram desenvolvendo seus próprios dialetos. Afastando-se cada vez mais do latim, tais 
comunidades foram originando novas línguas,embora a língua escrita continuasse conforme 
fosse possível, com os padrões do latim culto. É por isso que temos muitos textos escritos em latim 
“culto” pelos falantes oriundos de outras línguas ou variedades diversas do latim. Como exemplo 
da abundância desses registros escritos, podemos citar desde a Vulgata, tradução da bíblia para o 
latim, empreendida por São Jerônimo, a partir dos manuscritos originais gregos e hebraicos, nos 
� ns do século IV, até os documentos portugueses sobre legislação ou administração no século XI, 
sem esquecer, também, dos textos de � loso� a medieval e renascentista. 
Para termos uma noção do quanto o latim foi considerado importante na escrita, 
podemos citar, inclusive, textos acadêmicos (teses, monogra� as etc.) de universidades no século 
XX; exemplo disso foi a monogra� a de Karl Marx, escrita em latim, sobre a � loso� a de Epícuro, 
� lósofo grego.
Como não é difícil de imaginar, o latim, ao longo de tantos séculos sendo usado de forma 
tão variada, foi passando por mudanças determinantes, o que resultou nas chamadas línguas 
românicas, isto é, variedades linguísticas resultantes das alterações gerais por que passou o latim 
e que foram se tornando incompreensíveis entre si.
Como se pode ver, o Indo-europeu, portanto, derivou a maioria das línguas faladas 
atualmente na Europa e grande parte das que são faladas na Ásia. Na Europa, as línguas dos 
grupos helênicos, itálico, celta, germânico, báltico e eslavo (DUBOIS, 1978). Con� ra a árvore 
genealógica do proto-indo-europeu:
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Figura 3 – Árvore genealógica. Fonte: o autor.
3 - LATIM VULGAR: 
ORIGEM DE ALGUMAS LÍNGUAS MODERNAS
Conforme já foi explicado, como o Latim foi se difundindo pelas províncias durante a 
expansão do Império Romano, quer pelos soldados, quer pelos colonos, por comerciantes ou pelos 
migrantes – funcionando como ferramenta de civilização romana –, isso acabou corrompendo as 
línguas locais. Contudo, tal como ocorreu com as outras línguas, o Latim evoluiu e deu origem 
a muitas variantes: o Latim urbanus, que era falado pela grande elite conservadora, e o Latim 
rusticus, falado por escravos libertos, por estrangeiros, pelas comunidades rurais e também pelos 
soldados.
Segundo os pesquisadores, o Latim vulgar continuou circulando até próximo de 600 d.C. 
A partir de então, surgiram os falares regionais românicos, também conhecidos como romances 
ou romanço. A partir destes, foram geradas as atuais línguas neolatinas (ou românicas), a herança 
mais viva – porquanto ainda atuante – de Roma à civilização ocidental. As línguas portuguesa, 
espanhola, catalã, provençal, francesa, italiana, bem como o sardo, o rético, o romeno e o dalmático 
são os vários seguimentos do Latim que conservam traços inextinguíveis de sua � liação. 
Para ilustrar o que estamos expondo, compare, no quadro, a descendência do Latim nas 
principais línguas românicas:
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Quadro 1 – Línguas Românicas. Fonte: o autor.
Há muitos outros casos de semelhanças entre as línguas neolatinas, como aquam (Latim), 
água (Português), agua (Castelhano), eau (Francês), acqua (Italiano), apa (Romeno). Por meio 
dos exemplos apresentados até aqui, já se pode notar a importância histórica do latim para as 
línguas românicas. Assim, além de ter sido o idioma dos romanos – um dos maiores impérios 
registrados pela história – e da maior religião cristã do mundo (Católica), bem como a língua 
utilizada por tanto tempo pela Filoso� a e pela Ciência em grande parte da Europa, o latim, 
embora tenha saído de cena como língua de domínio mundial, deixou, nas línguas que dele 
descenderam, o mesmo traço histórico de disseminação idiomática. 
Como exemplo do poder de disseminação do latim na sua descendência, citemos o 
português, que, como se sabe, além do Brasil, é falado também em Portugal, na Angola, em Cabo 
Verde, em Macau, em Moçambique, na Guiné-Bissau, no Timor Leste, em São Tomé e Príncipe, 
sem mencionar os outros países asiáticos e africanos por onde passaram os portugueses entre os 
séculos XV e XVI, durante a época das grandes navegações. Outro exemplo são os espanhóis, 
que também transmitiram sua língua a uma grande parcela das Américas; daí o nome América 
Latina. Por sua vez, o francês também é falado no Canadá, na Suíça, em Luxemburgo, no Congo, 
no Haiti, em Senegal etc. Tudo isso só comprova a relevância global das línguas românicas 
(neolatinas) na conquista do mundo.
Não se deve deixar de fora o fato de que grande parte do vocabulário da língua inglesa, 
a qual, mesmo sendo língua indo-europeia, faz parte de outra vertente genealógica, a família 
das línguas germânicas, provém do latim por meio de empréstimos do francês, o que aconteceu 
durante o tempo em que a Inglaterra tinha sido dominada pelos povos Normandos, lá por volta 
dos séculos XI e XII. Dessa forma, a expansão de um vocabulário, cuja origem é a língua latina, 
em meio às línguas mais faladas no mundo atualmente, faz com que grande parte do seu núcleo 
comum seja aparentado, tornando mais fácil aos falantes de uma língua latina o reconhecimento 
de várias palavras das outras línguas europeias importantes.
LATIM
Amicum/amicus
Librum / liber
Tempus
Manum/manus
Bucca
Caballum/caballus
Filium/� lius
Quattuor
Facere
Dicere
ITALIANO
Amico
Libro
Tempo
Mano
Bocca
Cavallo
Figlio
Quattro
Fare
Dire
ESPANHOL
Amigo
Libro
Tiempo
Mano
Boca
Caballo
Hijo
Cuatro
Hacer
Decir
PORTUGUÊS
Amigo
Livro
Tempo
Mão
Boca
Cavalo
Filho
Quatro
Fazer
Dizer
FRANCÊS
Ami
Livre
Temps
Main
Bouche
Cheval
Fils
Quatre
Faire
Dire
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HISTÓRIA DA LÍNGUA – AS LÍNGUAS ROMÂNICAS
30 de novembro de 2008 
Andréa Motta
 O primeiro artigo sobre a história da língua, publicado em 6 de novembro, 
tratava do latim vulgar (sermo vulgaris) como origem da língua portuguesa; esta 
modalidade popular do latim era usada no cotidiano do Império Romano, como a 
língua familiar, assim como era usada pelos indivíduos de pouca instrução (prisio-
neiros, artistas, gente comum). Como língua literária, era usada o latim clássico 
(sermo urbanus), presente nas obras de autores como Cícero. A língua utilizada 
pelos soldados e pelo povo foi a origem das línguas chamadas românicas e estas 
são dez: o português, o espanhol, o catalão, o francês, o provençal, o italiano, o 
reto-romano, o dalmático, o romeno e o sardo.
 Ao contrário do que se costuma pensar, as línguas românicas não se origi-
naram diretamente do latim. Entre o latim e as línguas neolatinas, houve diversas 
variações chamadas de romances – como são chamadas as variações regionais 
do latim, das quais saíram, de fato, as neolatinas.
 O professor Ismael Coutinho, citando em seu livro o estudioso Grandgent, 
afi rma que “não se pode precisar a época exata do desaparecimento do latim vul-
gar“; costuma-se, para isso, considerar o período entre 200 a.C até 600 da Era 
Cristã, quando teriam aparecido os primeiros romances. 
 Para se entender as transformações ocorridas na língua latina, observam-
-se, normalmente, três causas: a histórica, a etnológica e o política. Como causa 
histórica, entendemos que as conquistas romanas aconteceram em diferentes 
épocas; um exemplo disso é a distância temporal entre a conquista da Sardenha 
e da Dácia: aproximadamente quatro séculos. 
 Segundo o professor Ismael, as primeiras terras romanizadas receberam 
a linguagem mais popular, enquanto as últimas conheceram um latim mais eru-
dito. Isto se deu pelo fato de a língua literária ser mais recente do que a popular. 
A causa etnológica pode ser observada através dos diversos povos dominados 
pelo Império Romano; um exemplo disto é a península itálica, onde eram falados 
muitos outros idiomas, como o etrusco, o céltico, o ligúrio. A razão política é justi-
fi cada pelas invasões e imposição cultural e lingüísticaque pode originar dialetos 
mistos; foi o que aconteceu com a língua latina. 
Fonte de pesquisa:
COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática histórica. 7.ed. Rio de Janeiro: Ao Li-
vro Técnico, 1996. p. 29-40. Disponível em: <http://conversadeportugues.com.
br/2008/11/historia-da-lingua-as-linguas-romanicas/> Acesso em 11 de janeiro 
de 2018.
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4 - ALGUNS GÊNEROS LITERÁRIOS DESENVOLVIDOS 
EM LATIM
A questão dos gêneros literários é um assunto que já se discutia desde a Antiguidade – 
a começar pelas obras de Platão e de Aristóteles. E uma das obras mais famosas sobre o tema 
intitula-se Poética (de Aristóteles), o autor desenvolve a teoria da mímesis (imitação), com o 
objetivo de distinguir os tipos de imitação que a poesia, a música, a dança, a pintura e a escultura 
desempenhavam. Segundo o estagirita, cada tipo de arte distinguia-se uma da outra pelos meios 
– ritmo, linguagem, harmonia –, pelos objetos – caracteres melhores, piores ou iguais a nós – e 
pelo modo de imitar – ou se narra, ou se dramatiza e assim por diante.
Citemos por primeiro a poesia, a qual é dividida conforme o que se propõe imitar: se 
homens melhores, homens piores ou homens nem melhores nem piores. Assim, a poesia � cou 
dividida em três gêneros que se consagraram na história da literatura até hoje: o gênero épico, o 
lírico e o dramático. 
No épico, o que se imitam são as ações dos homens considerados melhores. Tal é o gênero 
que aborda os feitos dos grandes heróis e das grandes ações em geral. O gênero dramático pode 
ser dividido entre a apresentação dos bons caracteres, isto é, a tragédia, ou dos maus caracteres, 
a comédia. O gênero lírico, por sua vez, busca imitar-nos tal como somos, isto é, nem melhores, 
nem piores do que nós.
Outra obra que também � cou famosa ao tratar dos gêneros literários intitula-se Arte 
Poética, do escritor romano Horácio. Também conhecida por Epistula ad Pisones, constitui um 
tratado a respeito da poesia. Escrita diretamente para os irmãos Pisões, esta obra apresenta-nos 
alguns preceitos que remetem à Poética aristotélica, por exemplo: “a um tema cômico repugna 
ser desenvolvido em versos trágicos”. Ou ainda: “guarde cada gênero o lugar que lhe coube e lhe 
assenta”.
O modo com que os antigos tratavam a questão da originalidade é bem diferente de como 
a consideramos hoje em dia. Para Horácio, o poeta ou qualquer outro escritor podia escolher 
entre contar histórias e mitos já conhecidos ou criar novas narrativas. Segundo sua perspectiva, a 
intenção de um poeta, ao poetizar sobre qualquer assunto, é ser útil e agradável simultaneamente. 
Em suas próprias palavras: “arrebata todos os sufrágios quem mistura o útil e o agradável, 
deleitando e ao mesmo tempo instruindo o leitor”.
Ao longo do período clássico, os autores da literatura romana mantiveram boa parte 
dos gêneros criados na Grécia. Contudo, entre os gêneros clássicos elencados por Aristóteles, 
os autores romanos escreveram e desenvolveram alguns subgêneros, trazendo, em certos casos, 
novas nuances a gêneros conhecidos. A exemplo de criação romana, Quintiliano (séc. I d. C.) 
menciona a sátira.
Em termos de linha histórica, a primeira fase da literatura latina � cou conhecida como 
fase primitiva, porque foi um período pré-literário, ou seja, a escrita que os registros paleológicos 
documentam desta época apresenta-se como limitada somente a inscrições, a arquivos, a livros 
ponti� cais, a anais, leis, sentenças em versos, segundo Cardoso (2003).
Após vencer Tarento, os romanos travaram contato com os gregos e, em 272 a. C, 
a literatura latina, que até aquele período encontrava-se insipiente, começou a ser produzida 
autenticamente em Roma. Aqui, trata-se da chamada fase arcaica, quer dizer, quando a poesia 
épica e a dramática foram genuinamente desenvolvidas pelos romanos.
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A chamada fase clássica começou a partir de 81 a.C., ou seja, com a primeira manifestação 
de Cícero como orador. Neste ínterim, dá-se início a duas épocas diferentes, a primeira foi a 
chamada época de Cícero/César, em que surgiram talentosos prosadores em meio a um período 
de grandes batalhas políticas, já em meados do sistema republicano. A segunda � cou conhecida 
como a época de Augusto, em cujo período ocorreu um grande desenvolvimento da poesia latina, 
registrado pelo aparecimento de seus mais expressivos poetas, em momento de apoio o� cial à 
arte poética.
Em resumo, podemos esquematizar os períodos literários e principais representantes da 
literatura latina com o seguinte quadro cronológico:
 FASE PRIMITIVA (século VII a.C.-240? a.C.)
 FASE HELENÍSTICA (240? a.C-81 a.C.)
 FASE CLÁSSICA (81 a.C. a 68 d.C.)
 ÉPOCA DE AUGUSTO (43 a.C. a 14 d.C.)
 ÉPOCA DOS IMPERADORES JÚLIO-CLAUDIANOS (14 a 68 d.C.)
 Literatura oral: cânticos heroicos, triunfais, convivais, religiosos, fúnebres; cantos fasceninos; 
discursos.
 Textos epigrá� cos: epitá� os, inscrições, sentenças. 
 Cícero (oratória, retórica, � loso� a, epistologra� a); Lucrécio (poesia didático-� losó� ca); César 
(historiogra� a, oratória); Salústio (historiogra� a); Catulo (poesia lírica); Varrão (erudição e sátira).
 ÉPOCA DE CÍCERO (81 a 43 a.C.)
 Virgílio (poesia lírico-pastoril, didática e épica); Horácio (sátira, epistologra� a e poesia lírica); 
Tito Lívio (historiogra� a); Vitrúvio (erudição); Tibulo (poesia elegíaca); Propércio (poesia elegíaca); 
Ovídio (poesia elegíaca e didática); Sêneca, o Retor (retórica).
 Fedro (poesia didática: fábulas); Sêneca, o Rétor (retórica); Sêneca, o Filósofo (� loso� a, epis-
tologra� a e tragédia); Lucano (poesia épica); Petrônio (romance); Pérsio (sátira).
 Textos epigrá� cos: inscrições; textos escritos paraliterários e protoliterários: arquivos, livros 
de pontí� ces, anais, leis, sentenças em versos.
 Textos literários: Lívio Andrônico (poesia épica, dramática e lírica); Névio (poesia épica e 
dramática); Plauto (poesia dramática: comédias); Ênio (poesia épica, dramática, lírica e didática); 
Carão (oratória, epistologra� a, erudição, história, retórica); Terêncio (poesia dramática: comédias); 
Lucílio (sátira).
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Quadro 2 – Quadro cronológico. Fonte: o autor.
5 - NOÇÕES DE GRAMÁTICA FUNDAMENTAIS PARA O 
ESTUDO DO LATIM
Para bem iniciar o estudo do latim, convêm antes revisar alguns elementos gramaticais 
da língua portuguesa os quais serão imprescindíveis na compreensão e no aprendizado dos 
mecanismos do idioma. Esta noção basilar é muito importante, pois quem quiser estudar latim 
e não dominar tais elementos, certamente não conseguirá aprender a ancestral de nossa língua 
materna. Pois bem, como se sabe, os elementos que podem compor uma oração são os seguintes:
Quadro 3 – Sintaxe. Fonte: o autor.
 FASE PÓS-CLÁSSICA (68 d.C. ao século V)
 ÉPOCA CRISTÃ (� nal do século II, séculos III, IV e V)
Época Neoclássica (de 68 a 192 d.C. – da morte de Nero ao � m do governo dos Antoninos)
 Aulo Gélio (erudição); Minúcio Félix (apologética); Tertuliano (apologética, oratória); São 
Cipriano (� loso� a e epistologra� a); Eutrópio (historiogra� a); Santo Ambrósio (oratória e epistolo-
gra� a); São Jerônimo (epistologra� a, crônica, biogra� a); Santo Agostinho (� loso� a, autobiogra� a, 
história, oratória); Prudêncio (poesia lírica); São Paulino de Nola (poesia lírica); Sulpício Severo 
(historiogra� a); Claudiano (poesia lírica); Orósio (historiogra� a); Sidônio Apolinário (poesia lírica).
 Plínio, o Velho (erudição); Quintiliano (retórica); Estácio (poesia épica e lírica); Marcial (epi-
gramas); Juvenal (sátira); Tácito (retórica, biogra� a, historiogra� a); Plínio, o Jovem (epistologra� a, 
oratória); Suetônio (história); Apuleio (romance).
1 – Sujeito
2 – Vocativo
3 – Adjunto Adnominal Restritivo
4 – Objeto Indireto
5 – Adjunto Adverbial
6 – Objeto Direto
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5.1. Sujeito
O que signi� ca quando lemos “sujeito da oração”? Como se sabe, verbo é aquela palavra 
que indica ação (ou estado). Assim, podemos usar diversas palavras para denotar uma ação. Por 
exemplo: a ação de escrever, a ação de falar, a ação de lutar e assim por diante. Todas essas frases 
são expressas por seus respectivos verbos. 
É impossível, porém, que uma ação ocorra sem uma causa – por exemplo, se uma parede 
está pintada de verde, nesse caso, alguém ou algo deve ter praticado a ação (de pintar). Ou no 
caso de um vaso quebrado: ao vê-lo, pode-se imaginar o que terá causado o estrago (ou uma 
pessoa, ou um animal, ou até um fenômeno natural qualquer, a exemplo de um terremoto ou do 
vento). Portanto, essa pessoa ou coisa que praticou a ação de pintar/quebrar é, gramaticalmente, 
denominada sujeito (ou agente) da ação verbal.
Mas qual seria o modo mais prático de se descobrir o sujeito de uma oração? Vamos 
supor a seguinte frase: “João pintou a casa de verde”. Para se descobrir o sujeito, é su� ciente 
saber quem praticou a ação de pintar, quer dizer, quem pintou a casa de verde, e isso se descobre 
perguntando que ou quem ao verbo. Vejamos como funciona:
Quem (ou o que) pintou a casa de verde?
Resposta: João. A resposta à pergunta mostrará o sujeito da oração. 
Outro exemplo:
“Os romanos escreviam em latim”
Pergunta-se: quem escrevia em latim? Resposta: os romanos. Logo, o sujeito só pode ser 
os romanos.
Ao perguntar quem ou o que ao verbo da oração, o que estamos fazendo é, no � m, procurar 
pela função que esta palavra está exercendo na frase. Assim, se a oração pode ser composta de 
seis elementos, consequentemente, deve haver seis funções dentro dela: a função de sujeito, a 
função de vocativo, de adjunto adnominal restritivo e assim por diante.
5.2. Vocativo
O segundo elemento que a oração pode conter é o Vocativo. Sua função é denotar um 
apelo ou um chamado do emissor para o receptor da mensagem. Por exemplo, se um interlocutor 
diz “Lucas, você já estudou latim?”, a palavra Lucas é, portanto, o Vocativo da frase.
O Vocativo é usado sempre que há necessidade de chamarmos a atenção de uma pessoa 
ou de alguma coisa, e, por isso, é uma palavra que não faz parte do discurso propriamente dito. 
Observe a seguinte oração: “Pessoal, a prova é semana que vem”. Aqui, quem fala está chamando 
a atenção dos que estão ao redor (em uma classe, em uma faculdade etc.); e nesse caso, a palavra 
“Pessoal” funcionará, portanto, como o Vocativo do enunciado.
O Vocativo pode vir no começo, no meio ou no � nal da oração. Veja:
No início da frase: “Pessoal, a prova é semana que vem”. 
No meio: “A prova, pessoal, é semana que vem”. 
No � nal: “A prova é semana que vem, pessoal”.
Destaque-se que o vocativo sempre está acompanhado de vírgulas. É importante notar 
essa pontuação, pois é sempre empregada, seja no português, seja no latim – assim, o próprio 
sinal de pontuação mostra ao aluno a presença do Vocativo.
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Em português, o Vocativo, pode vir como uma palavra ou acompanhado da interjeição ó:
Meus Deus, ajude nossa nação.
Ó meu Deus, ajude nossa nação.
Não confunda o ó que acompanha os Vocativos com o oh! das orações exclamativas, pois 
o oh de admiração vem com h e ponto de exclamação, ao passo que o ó que se junta ao Vocativo 
não possuirá h.
5.3. Adjunto Adnominal Restritivo
O terceiro elemento que pode aparecer em uma oração é o adjunto adnominal restritivo, 
que é a palavra que serve de complemento para restringir um substantivo. Observe o exemplo 
da seguinte frase: “Livro de Latim”. O livro podia ser de história, de culinária, de matemática e 
assim por diante, mas, expondo “Livro de Latim”, estamos restringindo a palavra Livro. Por isso, 
de Latim, ao mesmo tempo que completa o sentido da palavra Livro, restringe e especi� ca essa 
mesma palavra.
Veja outros exemplos:
– O pêlo do cachorro é quente.
– Os professores de � loso� a conhecem muitas formas de pensar.
– Comprei a bicicleta de meu amigo.
A essa altura, você já deve ter percebido que o adjunto adnominal restritivo sempre está 
acompanhado da preposição de. Isso não signi� ca que a preposição de denote sempre um adjunto 
adnominal restritivo. Mas podemos a� rmar o seguinte: embora nem sempre a preposição de 
indique adjunto adnominal restritivo, o adjunto adnominal restritivo sempre virá antecedido da 
preposição de, e quase sempre encerra ideia e posse.
5.4. Objeto Direto / Indireto
Já vimos a de� nição de verbo, em que, segundo foi explicado, toda a ação possui uma 
causa, ou seja, um sujeito, um agente. Nesse sentido, como toda a ação precisa de uma causa, da 
mesma forma, toda ação produz um efeito.
Quando dizemos, por exemplo: “João construiu uma casa”, atribuímos a causa (da casa) 
à João. Da mesma maneira, a ação de construir produziu um efeito. Ou seja, qual o resultado da 
ação que João praticou? O que é ele construiu? Uma casa.
No entanto, pesquisando outros verbos, descobriremos que a ação expressa por eles não 
produz, como no exemplo dado, nenhum efeito. Nesse sentido, quando dizemos: “o cachorro 
dormiu”, não perguntamos: “que é que o cachorro dormiu?”. Isso signi� ca que a ação se encerra 
toda no sujeito do verbo, sem produzir resultado algum. Qual seria o motivo da diferença entre 
esses dois verbos? Podemos a� rmar que no primeiro caso tivemos um verbo com predicação 
incompleta, e no segundo, um de predicação completa.
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Mas o que é predicação? O verbo também pode ser chamado de predicado, pois atribui, 
ou seja, ele predica uma ação a alguma pessoa ou a alguma coisa. Assim, quando essa ação 
permanece inteiramente no sujeito, signi� ca que o verbo é de predicação completa; por outro lado, 
quando a ação – que o verbo exprime – exige uma pessoa ou coisa sobre que recair, a� rmamos 
que o verbo é de predicação incompleta. Portanto, a pessoa (ou coisa) que acrescentamos ao verbo 
para lhe completar o signi� cado chama-se complemento ou paciente da ação verbal.
Divide-se, pois, os verbos em dois grupos: verbos de predicação completa e verbos de 
predicação incompleta. O de predicação completa é aquele que não exige nenhum complemento, 
quer dizer, que tem sentido completo. Assim, são de predicação completa verbos como voar, 
correr, fugir, morrer, andar, pois tais verbos não exigem nenhuma palavra depois de si; têm 
todos eles sentido completo. Tais verbos se chamam intransitivos.
Há outra classe de verbos bem diferente dessa: a de predicação incompleta, ou seja, 
verbos que exigem um complemento depois de si, um termo que lhes complete o sentido: eu 
comprei, ele perdeu, nós guardamos, Joana ganhou. Não são orações de sentido completo, porque 
não sabemos que foi que eu comprei, que foi que ele perdeu, o que nós guardamos, o que Joana 
ganhou. Os verbos que atuam nessas orações exigem um termo que complete seu sentido, e a 
oração toda passará a ter três termos: sujeito, verbo e complemento. “Eu comprei um livro”, “ele 
perdeu o dinheiro, “nós guardamos o carro”, “Joana ganhou um vestido”.
Quanto aos verbos de predicação incompleta, existem quatro espécies de verbos de 
predicação incompleta. A primeira delas, representa os Verbos cuja ação passa diretamente para 
a pessoa ou coisa sobre a qual recai, como na a� rmação: “Lucas escovou os dentes”, não colocamos 
nenhuma preposição entre escovou e os dentes. Sempre que a um verbo de predicação incompleta, 
esse verbo será transitivo direto (do latim, transire = passar). A pessoa ou coisa em que recai 
diretamente a ação verbal denomina-se Objeto Direto, por exemplo: ver, quebrar, derrubar, 
tocar, deixar, fechar etc.
Note que não podemos a� rmar que “os � lhos dependem os pais”, unindo de forma direta 
o complemento os pais ao verbo depender. Utilizando a preposição de, a� rmamos corretamente 
que “os � lhos dependemdos pais”. O verbo depender é, igualmente, de predicação incompleta 
(pois: “de quê” dependem os � lhos?), mas não é perfeitamente igual ao verbo estudar, pois liga-se 
de modo indireto (com a ajuda de uma preposição) ao complemento.
Estes verbos são chamados transitivos indiretos e seu complemento se chama Objeto 
Indireto. Observe os exemplos de verbos transitivos indiretos: gostar (de alguma coisa), obedecer 
(a alguma coisa), corresponder (a alguma coisa), recorrer (a alguma coisa) etc. 
Assim, se um indivíduo a� rma: “Eu dei”, imediatamente perguntamos: “O que você deu?” 
Isso só demonstra que o verbo dar, a exemplo dos casos anteriores, também é de predicação 
incompleta. Mas se o indivíduo nos responder, por exemplo “Dei quinhentos reais”, será que 
a predicação do verbo estará perfeitamente completa? Certamente que não, pois logo adiante 
perguntaremos: “A quem você deu quinhentos reais?”. Conclui-se, por isso, que o verbo dar é 
de predicação duplamente incompleta, pois exige não apenas um, mas dois complementos: 
um para especi� car a coisa dada e o outro para determinar a pessoa a quem a coisa foi dada: 
dei quinhentos reais a João. Tais verbos são denominados transitivos direto-indiretos. Como 
transitivos diretos pedem um complemento direto, mas como transitivos indiretos pedem outro, 
o indireto. Veja alguns exemplos de verbos transitivos direto-indiretos: conceder, levar, oferecer, 
contar, relatar, dizer etc. 
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Quando a� rmamos que Leonardo é bom, não estamos atribuindo a Leonardo nenhuma 
ação, mas uma qualidade, a qualidade de ser bom. Tais verbos são chamados também de predicação 
incompleta (que é Leonardo?), e, por conseguinte, precisam de um complemento, embora seja este 
constituído de qualidade e não de pessoa ou coisa. E mesmo quando se diz Pedro é pedra, ainda 
que o complemento seja constituído por coisa (pedra), não é efeito de nenhuma ação praticada 
por Pedro, pois apenas indica um estado, uma qualidade de Pedro, a qualidade de ser como pedra. 
Estes verbos são chamados verbos de ligação e seu complemento se chama Predicativo (jamais 
objeto). Alguns exemplos de verbos de ligação: ser, estar, andar, � car, permanecer etc. 
5.5. Regência Verbal
Quando perguntamos se um verbo exige um objeto direto ou indireto, ou se exigindo 
objeto indireto procuramos saber se a preposição que o liga ao objeto deve ser de, por, para etc., 
estamos procurando saber a regência do verbo. Ainda sobre o objeto indireto, podemos a� rmar 
que, geralmente, em português, vem antecedido da preposição a ou para, por exemplo: “obedeço 
a meus superiores”; “dei meus livros a meu primo”; “empestei meu caderno para minha amiga” 
etc.
5.6. Adjunto Adverbial
Se à oração “José acordou” (de sentido perfeitamente completo, pois o verbo é intransitivo 
e, como tal, não requisita nenhum complemento) acrescentarmos uma circunstância, a de lugar, 
por exemplo: “José acordou no hospital”, “no chão” etc., constituirá um adjunto adverbial – 
portanto, não é exigido pelo verbo. Os objetos diretos e os indiretos, bem como o predicativo, 
também são complementos, porém são exigidos para a compreensão sintática do verbo.
Podemos ter diversos tipos de adjuntos adverbiais:
LUGAR
Onde: “O leão vive na selva”
Donde: “O avião vai sair do campo” 
Por onde: “Vim pelo melhor caminho”.
TEMPO
Quando: “No verão os corpos se distendem”
Há quanto tempo: “Somos assim desde crianças”
MODO: “Não peça com tanta insistência” 
COMPANHIA: “Farei fortuna com meu irmão”
INSTRUMENTO ou MEIO: “Comemos com garfo”
CAUSA: “Quebrou-se por culpa do menino”
MATÉRIA: “Anel de ouro”
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5.7. Objeto Direto
Como já foi explicado, o objeto direto é aquela palavra que completa o sentido de um 
verbo transitivo direto, ou seja, que vem logo após o verbo e sem a presença de preposição para 
completar seu sentido.
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nesta primeira unidade, foi traçado um pequeno esboço histórico do Império Romano, 
de sua localização, bem como sobre o seu apogeu e declínio. Tratou-se também das línguas 
provenientes do Latim e foi visto que, na realidade, todas não passam de uma continuação 
transformada da língua latina.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre os assuntos, procure pesquisar um pouco 
mais sobre a História de Roma; você pode fazê-lo em livros de história antiga, em sites da internet 
ou, ainda, em � lmes etc. 
Nosso progresso e bom desempenho nos estudos dependerão totalmente do grau de 
curiosidade e dedicação que dispusermos em cada leitura e atividade proposta.
Bons estudos!
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................... 22
1 - O ALFABETO LATINO .......................................................................................................................................... 23
2 - AS PRONÚNCIAS DO LATIM ............................................................................................................................. 25
3 - A DURAÇÃO DAS VOGAIS .................................................................................................................................. 29
4 - A ACENTUAÇÃO .................................................................................................................................................. 33
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................ 36
ASPECTOS FONOLÓGICOS E 
PROSÓDICOS DO LATIM
PROF. ME. LEANDRO VIEIRA
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DISCIPLINA:
LÍNGUA LATINA
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INTRODUÇÃO
Na Unidade I, contemplamos alguns aspectos relevantes do contexto histórico em que 
surgiu o Latim. Na Unidade II, iniciaremos o estudo dos elementos internos da língua, começando 
por seus sistemas fônico e ortográ� co.
É importante frisar que, embora existam diferentes estilos de pronúncia (como à frente 
veremos), o principal objetivo do estudo do latim não será dominar a fala, mas a leitura e 
compreensão de textos escritos nesse idioma. Ou seja, neste estudo, o aluno será convidado 
a mergulhar nos meandros estruturais da língua latina, buscando, assim, compreender seus 
mecanismos de funcionamento interno (morfo-sintático-semântico), para aperfeiçoar-se cada 
vez mais nos caminhos da docência ou da pesquisa cientí� ca que envolvem o conhecimento 
rudimentar da língua romana. 
Ao término desta unidade, portanto, você deverá ser capaz de: pronunciar as palavras 
latinas de acordo com as regras estabelecidas; reconhecer o acento nas palavras latinas; bem 
como discernir quais são os sinais que determinam a quantidade.
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1 - O ALFABETO LATINO
Para facilitar nosso estudo, começaremos apresentando um quadro dos fonemas vocálicos 
e outro dos fonemas consonantais, portanto, observe atentamente quadro a seguir:
Quadro 1 – Consoantes. Fonte: o autor.
A origem do alfabeto latino é o etrusco, que, por ventura, derivou do grego. Isso signi� ca 
que, em outras palavras, de modo indireto, o alfabeto latino é mais ou menos oriundo do alfabeto 
grego. Para quem não sabe, o alfabeto latino compunha-se somente de letras maiúsculas e, mais 
tarde, em meio ao século I a.C., as minúsculas foram desenvolvidas pelos romanos.
No período de maior � orescimento cultural da literatura (de 100 a.C. até 100 d.C.), 
Cícero, em sua obra Natura, já mencionava as vinte e uma letras, as quais eram apresentadas 
como capitales (maiúsculas) e cursivae (minúsculas). Vejamos:
Quadro 2 – Natura. Fonte: o autor.
Quadro 3 – Alfabeto primário. Fonte: o autor.
Aa, Bb, Cc, Dd, Ee, Ff, Gg, Hh, Ii, Kk,Ll, Mm, Nn, Oo, Pp, Qq, Rr, Ss, Tt, Vu, Xx.
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O X é consoante dupla, semelhante aos dígrafos cs, gs, vs, ps, ts (vox, vocis; lex, lege; nix, 
nivis; proximus, propre; nixus, nitor). 
Y e Z ainda não faziam parte do alfabeto latino, pois eram caracteres gregos, no entanto, 
foram incorporadas por causa da in� uência constante e progressiva dos gregos em Roma, em 
meados da República. Foi para transliterar o som das letras γ (ípsilon) e ζ (dzeta) que os povos 
latinos introduziram o y e o z, as quais só se usavam em palavras gregas vertidas para o latim. 
Por exemplo: lyra, syllaba, Lysander. Por via de regra, quando no início de palavra, y é sempre 
antecedido de h, detalhe este o qual corresponde ao espírito pujante da língua grega: hymnus, 
hydra.
O J e o I são de pronúncia equivalente, pois é possível escrever tanto “Iesus” como “Jesus”, 
que o som não muda. U e V também se pronunciam igualmente, tanto em “uita” como em “vita”. 
A representação dos verdadeiros valores consonânticos de J e V foi propagada pelo humanista 
francês Pierre La Ramée, a partir do séc. XVI (1515 – 1572) – que em latim se diz Petrus Ramus – 
de onde vem as chamadas “letras ramistas”. Antes dele, porém, estas letras (I e U) apresentavam-
se tanto como consoante quanto como vogal, segundo o contexto fonético.
Figura 1 – Inscrição latina antiga. Fonte: Google Images (2018).
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Se quiser fi car mais por dentro sobre sons novos do português que não existiam 
em latim, bem como a criação de novas letras ou adaptação de letras antigas para 
representar foneticamente os sons das palavras no português, consulte na inter-
net a dissertação As letras ramistas em dois roteiros de viagem do século XVIII, de 
Paula Held Lombardi Araújo, pelo link: 
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-18022008-105730/publi-
co/DISSERTACAO_PAULA_HELD_LOMBARDI_ARAUJO.pdf
A letra C era empregada, conforme atestam os primeiros documentos latinos, para 
representar o K – isto é, uma oclusiva velar surda – ou o G – a sua homorgânica (fonemas 
consonânticos com o mesmo ponto de articulação) sonora. Ulteriormente, para diferenciar as 
duas oclusivas, foi inserida uma pequena barra horizontal na haste inferior do C, o que gerou a 
letra G. Já o K era usado apenas para abreviaturas, como em Kal, de kalendae e, algumas vezes, 
era trocado com a letra c: Karthago, Carthago.
A língua latina não contava com os fonemas aspirados dos gregos, e as letras que os 
representavam em grego foram empregadas apenas como sinais de numeração; por exemplo: o 
teta (θ) foi usado para representar o numeral cem, em seguida foi trocado pelo C do início de 
centum “cem”; o � (φ) tornou-se o numeral mil, que ulteriormente foi representado pela letra M, 
que era o caractere inicial de mille “mil”. No entanto, identi� cando-se com o D, a metade vertical 
de φ tornou-se a representação de quinhentos. O psi (ψ), que representava o KH no alfabeto 
grego ocidental – oclusiva velar surda aspirada –, foi empregado para representar cinquenta, o 
que depois passou a L. Para trasladar os caracteres χ, φ, θ e ρ (qui, � , teta e rô) ao latim, os latinos 
empregaram ch, ph, th e rh (dígrafos), respectivamente.
Eis aqui os nomes (em Latim) das vinte e três letras que passaram a compor o alfabeto dos 
romanos durante o período clássico: a, be, ce (quê), de, e, ef, ge (guê), há, i, ka, el, em, em, o, pe, 
qu, er, es, te, u, ix, hy , zeta. Destaque-se que os nomes das letras são indeclináveis.
2 - AS PRONÚNCIAS DO LATIM
Por conta de diversos fatores históricos antigos, não se sabe exatamente como o latim 
era pronunciado por seus falantes nativos. O que temos, segundo as pesquisas realizadas nesse 
sentido, é a convenção geral sobre três tipos de pronúncia que podem ser utilizadas no mundo 
atual. Uma é a pronúncia tradicional, semelhante à pronúncia das línguas contemporâneas, que 
varia conforme os aspectos da língua nativa de quem aprende o latim. Dessa forma, no Brasil, 
por exemplo, quem adota a pronúncia tradicional tende a pronunciar o latim tal como o faz com 
o português. 
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Veja alguns exemplos desta pronúncia, cujo timbre de todas as vogais soa um tanto aberto: 
brĕvis, mŏdus; mētus, tōtus.
• ae soa é de pé: aetas, laedo;
• oe soa ê de ler: foedus, poena;
• i semivogal soa /j/ de � apo: iam, iustus;
• u semivogal soa /w/ de qual, como se tivesse o trema “ ¨ ”: quinque, quem;
• ti + vogal soa /sj/ de ciente: oratio, laetitia; mas precedido de s ou x soa /tj/ de pátio: 
ostium, mixtio;
• x soa /ks/ de lexical: lux, vox, lex, exemplum;
• ch, ph, th, rh soam /k, f, t, r/ respectivamente: brachium, philosophia, theatrum, rhetor;
• y soa /i/ de igreja: lyra, hymnus;
• z soa /dz/ de dzeta: zelus.
Figura 2 – Imagem da Igreja Católica. Fonte: Canção Nova (2008).
Outra pronúncia adotada é a chamada eclesiástica (ou romana), que é utilizada – seja 
em documentos escritos, seja na enunciação das palavras do rito da missa – pelo setor magisterial 
da Igreja Católica, onde quer que a Igreja Romana se encontre presente. Este é o latim falado com 
in� uências da pronúncia do italiano moderno, como se pode comprovar a seguir:
• ae soa como é de fé: paene, laetae /lété/;
• oe soa arredondado como o francês peu (para tal faz-se uma espécie de bico com os 
lábios e pronuncia o ditongo);
• c seguido de e, i, ae, oe soa africada como em � ecoslováquia: caelum /tchélum/, Cícero, 
coena, cedo;
• ch soa como /k/ de cabo: chorda;
• sc antes de e, i, y, ae, oe soa palatal como em chifre: scire, scientia;
• g antes de e, i, ae, oe, y soa africada como no inglês gentle: gemma, gigno;
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• gn soa palatal como em banho: lignum, agnus, stagnum;
• ph soa oclusiva como em fé: philosophia;
• th soa oclusiva como em teu: theatrum;
• x soa africada: Sonora /kz/ quando precedida de e e seguida de vogal: examen; e Surda 
/ks/ nos demais casos: uxor, � xus.
Figura 3 – Senado Romano. Fonte: O Diário (2015).
A terceira e última forma de se falar o latim é conhecida como a pronúncia reconstituída 
(ou restaurada), que busca pela articulação dos sons do latim conforme a pronúncia realizada 
no período clássico. Para desenvolver este tipo de pronúncia, segundo os pesquisadores, 
foram utilizadas as informações dos gramáticos latinos e também dos escritores romanos, tais 
como Cícero, Quintiliano, Aulo Gélio etc. Também foi útil para isso o estudo das inscrições e 
dos manuscritos latinos antigos, bem como a métrica latina, principalmente para o estudo da 
quantidade.
Não se pode deixar de mencionar também a contribuição das transcrições das palavras 
latinas vertidas para línguas estrangeiras (o mesmo em sentido inverso); o estudo da pronúncia 
do latim vulgar e a das línguas românicas; as pesquisas sobre a fonética histórica do latim, bem 
como sobre as antigas etimologias; os empreendimentos da gramática comparada das línguas 
indo-europeias e assim por diante. O conjunto desses esforços resultou na pronúncia em questão.
Observe alguns exemplos desse tipo de pronúncia:
• a duração (longa ou breve) das vogais é seguida com rigidez: ĕ, ŏ soam abertos: lĕvis, 
pĕritus, rŏta; o ē, ō soam fechados: puēlla, amōrem, passiōnem;
• ă, ā soam sempre orais e abertas: terram, vitam;
• y soa arredondado /y/, como no francês: mur: hymnus, lyra;
• O ditongo ae soa /aj/ como pai ou /ae/: aequalis, laeta, dominae;
• O ditongo oe soa /aj/ como coisa ou /oe/: foedus, poena;
• A semivogal i soa /j/ de fiapo: iam, iustus;
• A semivogal u soa /w/ de guapo: uita, quinque;
• c, q, k soam /k/ de cá: caelum /kaelum/, Cícero /Kikero/, quem /kuem/;
• g soa [g] de gato: genus, gentes;
• O s- impuro soa assibilado, sem apoio de vogal: spes /sspes/ e NÃO → /espes/ ou /ispes/;
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• qu soa como /ku/ como em cura: qui /ui/;
• O -s- intervocálico, ou seja, entre vogais, soa fricativa surda [s] como em nossa: rosa, 
formosus;
• O t em qualquer posição soa /tj/ de tia: oratio, iustitia, laetitia;
• O h soa aspirado como no inglês hand: hoc, schola, rhetor;
• x soa /ks/ de léxico: lux, pax, vox, exemplum, Alexander;
• O j e o v deverão ser pronunciados como i e u respectivamente: vinum /uinum/, jejunum 
/ieiunum/;
• ch soa como /k/: pulcher;
• m e n � nais não nasalizam a vogal anterior. Um artifício para que m e n sejam 
pronunciados de forma correta é colocar após estas letras, a vogal e, levemente articulada, 
só para apoiar, por exemplo: templum(e), carmen(e), bellum(e);
Fonemas duplos são muito bem pronunciados e distintos: stēl- la, an-nus.
Observe um quadro comparativo do alfabeto latino:
Figura 4 – Alfabeto latino e fenício comparados. Fonte: Paleoufpa (2018).
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Para desenvolver maior contato com a Língua Latina, acesse: 
http://www. yleradio1.fi /nuntii/audi/
Nuntii Latini é uma página de notícias do mundo em Latim Clássico. Lá você po-
derá ler e ouvir em Latim. Aproveite!
3 - A DURAÇÃO DAS VOGAIS
Como se sabe, vogais e sílabas, na Língua Portuguesa, podem ser diferenciadas em 
tônicas ou átonas, isso por meio do critério do acento. As vogais e sílabas das Línguas Clássicas, 
a exemplo do Grego e do Latim, se distinguem pela quantidade de tempo que é empregada em 
sua emissão. Assim, podem ser longas ou breves. As longas são aquelas vogais e sílabas cuja 
pronúncia precisa de duas unidades de tempo. As breves são vogais e sílabas que requerem uma 
unidade. As vogais e sílabas longas têm a duração de duas breves.
Veja alguns exemplos para entender melhor:
• Puēlla – a vogal e tem quantidade longa – /puééélla/
• Domĭnus – a vogal i tem quantidade breve – /dóminus/
Saiba que os latinos não possuíam estes sinais que indicam a duração e a tonicidade das 
vogais e sílabas, pois foi somente no séc. VIII d.C que os professores da época, em seus livros 
didáticos, passaram a empregá-los sobre as vogais para mostrar, e facilitar o conhecimento, a 
duração e a tonicidade da sílaba e da vogal. Por isso, como é difícil para o estudante iniciante 
perceber com clareza quais são as vogais longas ou quais são as breves, os manuais modernos 
empregam os sinais mácron (indicando que se trata de uma vogal longa) e braquia (indicando 
que se trata de uma vogal breve). 
Como é um traço distintivo no latim, a duração de uma vogal pode distinguir o signi� cado 
de palavras que apresentam esse traço mínimo:
• íncido, com o i breve, signi� ca eu caio
• incído, com o i longo, signi� ca eu golpeio
• cara, com o primeiro a breve, signi� ca cara, face, rosto, 
• cara, com o primeiro a longo, é o nome de uma planta;
• malum, com a a breve, signi� ca perigo, risco, desventura; 
• malum, com o a longo, signi� ca maçã.
Pode também marcar diferenças de nível morfossintático, como:
• musa, com o a breve, signi� ca musa, porém nas funções sintáticas que conhecemos 
tradicionalmente como sujeito e predicativo do sujeito. Se o a for longo, a palavra 
funcionará como adjunto circunstancial.
• aue, com o e breve, é um adjunto circunstancial: com a ave, pela ave.
• aue, com o e longo, é uma forma verbal do imperativo de auere (estar com boa saúde) e 
funciona como fórmula de saudação: Bom dia! Passe bem! Até mais!
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Eventualmente, será possível saber a duração de uma vogal em uma palavra, no entanto, 
o que nos assegura o domínio, quanto a esse traço característico tão sutil e tão relevante para a 
compreensão da estrutura dos versos latinos, será mesmo o contato com a língua.
Quanto ao timbre, as vogais são abertas se forem breves e fechadas se forem longas.
Também existe em latim sílabas longas e breves. Conforme poderemos comprovar, 
uma vogal pode ser originariamente breve, enquanto que, por conta dos efeitos de contexto ou 
circunstâncias em geral, pode tornar-se longa.
No que se refere à tonicidade, ainda é debatido se o acento do latim poderia ser de 
intensidade – tal como no português, em que uma sílaba se pronuncia mais forte do que as outras 
– ou melódico, isto é, contendo determinadas sílabas com pronúncia de tom distinto – mais alto 
ou mais baixo.
Se formos levar em conta a intensidade, em latim, o acento ocorre somente até a 
antepenúltima sílaba, do mesmo modo que no português. Contudo, no latim o acento jamais cai 
sobre a última, ao contrário do que ocorre com o português. Portanto, serão todos os dissílabos 
paroxítonos. 
No que concerne às palavras de três ou mais sílabas, a acentuação será de� nida através da 
quantidade da penúltima sílaba. Conforme a regra da penúltima sílaba, caso a vogal da penúltima 
seja longa, o acento reincidirá sobre essa sílaba (uidére, Neptúnus); caso seja ela breve, o acento 
recairá na antepenúltima (pródigus, légere).
Mas como não existe sinal para delimitar o acento no latim, convencionou-se marcar a 
penúltima sílaba quando for breve. Se não houver qualquer marcação na vogal de penúltima, 
considerá-la-emos longa. Sobretudo, só com o passar do tempo e mantendo sempre um contato 
sistemático com a língua é que teremos segurança em termos de de� nição do acento em uma 
palavra.
Observe o quadro das vogais latinas com suas respectivas pronúncias com exemplos do 
português (conforme for possível):
Figura 5 – Quadro das Vogais e Ditongos. Fonte: Amarante (2015).
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Conforme Amarante (2015, p. 46), se observarmos a pronúncia de i e u com a braquia 
(sílaba breve) e as mesmas letras com o macron (sílaba longa), veremos que são diferentes, pois 
quando evoluíram para o português geraram diferentes fonemas:
Agora, con� ra o quadro das semivogais:
Figura 6 – Quadro das Semivogais. Fonte: Amarante (2015).
Ainda segundo Amarantes (2015):
É possível distinguir as semivogais de suas vogais correspondentes. As semivogais 
ocorrem seguidas de vogais e nelas se apoiam (CARDOSO, 1997): iaceo (Gaceo), 
paurdus (pavrdus). Segundo Cardoso, as semivogais /y/ e /w/ assumem, com o 
passar do tempo, valor consonantal.
Observe que o mesmo autor nos ajuda a compreender com a seguinte tabela de pronúncia 
das demais consoantes: 
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Figura 7 – Quadro das Consoantes. Fonte: Amarante (2015).
 Em latim, ainda que não sejam tônicas, todas as vogais devem ser pronun-
ciadas com o som indicado da letra. Por exemplo: a palavra belo, em português, 
pronuncia-se |bélu|; mas em latim, a palavra bello pronuncia-se exatamente assim 
→ |bélo|. Ou seja, em latim não se pode mudar a pronúncia como em português. 
Nós dizemos |tristi| quando o que está escrito é triste; já em latim, esta mesma 
palavra deve ser pronunciada exatamente como se escreve → |triste|, e assim por 
diante. Destaque-se igualmente a pronúncia do u do grupo qu, que, ao contrário do 
português, é sempre pronunciado.
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4 - A ACENTUAÇÃO
Um aspecto interessante do Latim a se destacar é que antigamente tal língua apresentava 
característica mais musical do que intensiva. Mas, porque seria difícil registrar a musicalidade da 
acentuação latina por escrito, aquele aspecto se perdeu e o elemento intensivo é que permaneceu.
Ressaltemos também que no Latim não há palavras oxítonas. Por isso, como já explicado, 
dois são os sinais empregados na indicação da quantidade das vogais e das sílabas: a quantidade 
breve é indicada pelo sinal ˘ (bráquia), uma meia-lua colocada sobre a vogal; e a longa pelo sinal 
ˉ (macron), um traço horizontal colocado sobre a vogal. Veja alguns exemplos para reforçar:
• DOMĬNUS /dóminus/ - senhor 
• STĒLLA /sstéééla/ - estrela 
• AQUĬLA /ákuila/- águia 
• PUĒLLA /puéééla/ - menina 
• LACRĬMA /lákrima/ - lágrima 
• PENĀTES /Penááátes/ - Penates 
• CATHĔDRA /kátedra/ - cadeira 
• ANCĪLLA /ankíííla/ – escrava
Pode-se observar, nos exemplos, que a sílaba determinante na acentuação da palavra é a 
penúltima, quer dizer, se esta for longa ( ˉ ), o acento (sílaba forte) será colocado sobre ela, mas se 
for breve ( ̆ ), o acento recuará para a sílaba anterior. Observe novamente os exemplos e con� rme 
seu aprendizado sobre a regra.
GREGOS E FENÍCIOS LEGARAM AO MUNDO O ALFABETO LATINO
Luísa Galvão Lessa
O alfabeto, ou abecedário, é o conjunto das letras de uma língua, colocadas 
numa ordem convencional. A palavra alfabeto compõe-se de alpha + beta, as duas 
primeiras letras do alfabeto grego, correspondentes ao nosso a e b. 
Durante muitos séculos, a Antiguidade não conheceu uma forma absoluta-
mente precisa de comunicar ou registrar, por escrito, as palavras faladas. Existiam, 
então, entre os vários povos, diversos sistemas de escrita, todos mais ou menos 
iguais porque se baseavam na ideografi a, isto é, consistiam em representar as 
idéias por meio de pinturas ou desenhos.
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Esse processo se foi desenvolvendo pouco a pouco, culminando no ver-
dadeiro elemento fonético, representado pela escrita cuneiforme na Mesopotâ-
mia, e hieroglífi ca no Egito, desde o ano 3000 a.C., quando determinados sinais, 
independentemente da sua forma, passaram a representar um valor fonético 
isolado. 
Coexistiam, todavia, com um sistema de ideogramas; a escrita cuneifor-
me baseava-se numa fonética silábica; e a hieroglífi ca era ora silábica, ora con-
soante. Em outras palavras, esses caracteres tinham um valor ora ideográfi co 
ora fonético e, ainda quando fonéticos, podiam representar uma multiplicidade 
de sons.
É impossível determinar, com exatidão, a data do aparecimento do alfa-
beto. Em dezesseis textos achados em Serabit-el-Khaden, na Península do Sinai, 
escritos em língua semítica, existem cerca de 27 sinais diferentes, semelhantes 
aos hieróglifos, mas de critério nitidamente alfabético. Discute-se, entretanto, se 
a data desses documentos é da época de 1900 a.C. ou do começo do primeiro 
milênio.
Segundo dados históricos, no começo de 900 a.C., a Grécia adotou o al-
fabeto fenício que tomou feitio próprio no século IV a.C., com a formação defi ni-
tiva do alfabeto jônico, ainda hoje utilizado, composto de 24 letras. 
Alguns alfabetos europeus se originam do fenício e outros do grego. O 
alfabeto latino, ou romano, foi criado no século VIII a.C. (mais precisamente 753 
a.C.), de acordo com a lenda. Baseou-se no alfabeto etrusco, que derivava do 
grego. Das vinte e seis letras etruscas originais, os romanos adotaram vinte e 
uma. E usavam 23 letras para escrever em Latim: A B C D E F G H I K L M N O P Q 
R S T V X Y Z. Não havia letras minúsculas, I e V podiam ser usadas como vogais 
e como consoantes, e K, X, Y e Z eram usadas apenas para escrever palavras de 
origem grega. 
As letras J, U e W foram adicionadas ao alfabeto num estágio posterior 
para escrever outras línguas diferentes do Latim. J é uma variante de I, U é uma 
variante de V e W foi introduzido como “duplo V” para fazer a distinção entre os 
sons [v] e [w]. Os manuscritos mais antigos reproduziam, com leves alterações, 
a escrita maiúscula das inscrições. 
Dessa nasceu a escrita ofi cial e, da cursiva romana, conhecida por ser 
utilizada em atos ofi ciais, nasceram os caracteres minúsculos utilizados pelos 
copistwas do Ocidente.
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O alfabeto latino se disseminou pela área Mediterrânea: Itália, França, Es-
panha, Grécia, Catalunha, Portugal, Córsega, Egito. Chegou, ainda, na Ásia Me-
nor. Depois se disseminou para os povos germânicos da Europa setentrional, 
com o Cristianismo, tomando o lugar das runas dos vikings. 
Na Idade Média, o alfabeto latino chegou aos povos eslavos ocidentais: 
poloneses, tchecos, croatas, eslovenos e eslovacos, considerando que essas 
nações se submeteram à expansão do Cristianismo Romano. 
Os eslavos orientais adotaram o Cristianismo Ortodoxo e o alfabeto cirí-
lico. Os países bálticos como a Lituânia, Estônia, Letônia e Finlândia e aqueles 
de línguas não europeias, como a Hungria, adotaram, também, o alfabeto latino. 
Nos últimos 500 anos, o alfabeto latino se disseminou pelo mundo. Pas-
sando pelas Américas, Austrália, e partes da Ásia, África, e o Pacífi co, com a 
colonização europeia, através dos idiomas: espanhol, português, inglês, francês 
e holandês. No século XVIII, o romeno adotou o alfabeto latino; apesar do rome-
no ser um uma língua românica, os romenos eram predominantemente cristãos 
ortodoxos, e até o século XIX a igreja usava o alfabeto cirílico. 
Também o Vietnã, sob ordens da França, adaptou o alfabeto latino para 
se usar com o vietnamita, que anteriormente usava caracteres chineses. O al-
fabeto latino também é utilizado por muitas línguas austronésias, inclusive o 
tagalog e outros idiomas fi lipinos, e as línguas ofi ciais da Malásia e Indonésia 
substituíram os alfabetos Árabe e Bramânica indiana, para adotarem o latino. 
Em 1928, como parte das reformas de Kemal Ataturk, a Turquia adotou o 
alfabeto latino para o turco, substituindo o alfabeto árabe. 
Depois do colapso da União Soviética, em 1991, muitas das recém in-
dependentes repúblicas turcófonas adotaram o alfabeto latino, abandonando o 
cirílico.
Azerbaijão, Uzbequisão e Turcomenisão adotaram ofi cialmente o alfabe-
to latino para o azéri, o uzbeque e o turcomeno, respectivamente. Na década 
de 70, a República Popular da China desenvolveu uma transliteração ofi cial do 
mandarim para o alfabeto latino, chamada Pinyin. Contudo o uso de caracteres 
chineses ainda é predominante.
O alfabeto ocidental atual é o alfabeto latino de 26 letras. É composto por: 
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z. Sobre o Latim, língua origi-
nária das dez línguas românicas, foi no século XV que ele começou a perder sua 
posição dominante na Europa como língua de estudiosos e religiosos. 
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Foi amplamente substituído por versões escritas das línguas vernacula-
res europeias, muitas das quais eram descendentes ou haviam sido fortemente 
infl uenciadas pelo Latim.
O Latim moderno foi usado pela Igreja Católica Romana até meados do 
século XX e continua sendo eventualmente usado, principalmente na cidade do 
Vaticano, onde é uma das línguas ofi ciais. 
A terminologia latina é extensivamente usada por biólogos, paleontolo-
gistas e outros cientistas para dar nome a gêneros e espécies. Também é muito 
utilizada por médicos e advogados. 
O sistema ortográfi co adotado atualmente no Brasil é o aprovado pela 
Academia Brasileira de Letras, na sessão de 12 de agosto de 1943, e simplifi ca-
do pela Lei nº. 5.765, de 18 de dezembro de 1971. O alfabeto possui 23 letras: A 
B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z. Além dessas letras, há três que só 
podem ser usadas em casos especiais: K, W e Y.
Para concluir, ressalta-se a importância do alfabeto latino, no mundo, com 
a transcrição do Artigo 1º da Declaração Universal de direitos Humanos, que as-
sim escreve: Omnes homines dignitate et iure liberi et pares nascuntur, rationis et 
conscientiae participes sunt, quibus inter se concordiae sudio es agendum. 
Tradução: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e di-
reitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às 
outras com espírito de fraternidade.
 Fonte: http://agazetadoacre.com/gregos-e-fenicios-legaram-ao-mundo-
-o-alfabeto-latino/ 
 Acesso em 10 de janeiro de 2018.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nesta segunda unidade, ao estudarmos os caracteres que compõem o alfabeto latino, bem 
como a prosódia da língua dos romanos, foi possível contemplar as diferenças entre o latim e o 
português.3737WWW.UNINGA.BR
U N I D A D E
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 38
1 - A ESTRUTURA DO PORTUGUÊS E A DO LATIM ............................................................................................... 39
2 - OS CASOS E AS DECLINAÇÕES EM LATIM ..................................................................................................... 40
2.1. PRIMEIRA DECLINAÇÃO .................................................................................................................................. 46
2.2. SEGUNDA DECLINAÇÃO ................................................................................................................................... 47
2.3. TERCEIRA DECLINAÇÃO .................................................................................................................................. 49
3 - O GÊNERO ........................................................................................................................................................... 54
4 - O NÚMERO ......................................................................................................................................................... 55
5 - AS CLASSES GRAMATICAIS ............................................................................................................................. 55
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................ 55
GRAMÁTICA: ELEMENTOS 
MORFOSSÍNTÁTICOS DO LATIM
PROF. ME. LEANDRO VIEIRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
LÍNGUA LATINA
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INTRODUÇÃO
Até agora, você já aprendeu um pouco da história do latim e sobre como funciona sua 
fonologia, isto é, suas pronúncias. Nesta unidade, serão destacadas as diferenças morfossintáticas 
mais importantes entre a estrutura da língua portuguesa e a do latim. Gostaríamos de destacar 
que estudar tais distinções será muito útil, pois, se levarmos em consideração o propósito 
principal destas aulas – que é o de iniciar o aluno na leitura do latim –, o assunto do presente 
módulo se faz o mais relevante a ser dominado, porquanto, embora nossa língua materna – o 
português – seja oriunda direta do latim, a estrutura de cada uma destas duas línguas diverge 
consideravelmente no modo de se estabelecer as conexões entre as palavras.
Esta unidade, portanto, procura facilitar a esquematização do idioma em questão, pois, 
no caminho do aprendizado, são sintetizadas as semelhanças e distinções de um objeto de estudo 
que se pode, ao � nal, organizar o conhecimento almejado. 
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - A ESTRUTURA DO PORTUGUÊS E A DO LATIM
Como todo estudioso da língua portuguesa sabe, o sentido de uma oração nesse idioma 
é determinado pela ordem em que as palavras estão postas umas diante das outras. Sendo assim, 
as orações a seguir possuem sentidos distintos:
a) O marinheiro vê o mar.
b) O mar vê o marinheiro.
Como é evidente, mesmo que a segunda frase seja apenas poética ou simbólica, ainda 
assim há um signi� cado completamente diferente da outra oração. Isso ocorre devido à inversão 
na ordem em que sujeito e objeto direto são ditos, ou seja, tal fato in� uencia a percepção do 
leitor no que concerne aos papéis (quem faz o quê para quem). Em outros termos, na primeira 
frase, é o sujeito “o marinheiro” aquele que “vê” com seus olhos o objeto direto “o mar”, isto é, 
a coisa vista. Na segunda, “o marinheiro”, está colocado após o verbo transitivo direto, e assim 
passa a ser aquilo que é visto na ação de “ver”. Nesse segundo caso, por causa da ordenação das 
palavras, aquele que atua no evento de ver é “o mar” (lembrando que nesse caso é apenas uma 
frase simbólica), que, através dos seus “olhos”, “vê” o marinheiro.
Quer-se, pois, com isto, demonstrar que o processo de estruturação dos enunciados da 
Língua portuguesa está ligado à colocação das palavras em uma sequência linear, digamos, mais 
rigorosa (no sentido de “rígida”), e o elemento que determina quem ocupará o papel do sujeito 
e o do objeto (como nas sentenças transitivas simples vistas anteriormente) será a expressão 
nominal que aparecer antes e a que aparecer depois do verbo.
Podemos compreender isso em vários tipos de casos e em diversas formas e níveis. Por 
exemplo, diz-se “o marinheiro”, mas nunca “marinheiro o”; dizemos “vê o mar”, mas nunca “o 
mar vê” e nem “vê mar o”. Isso porque, em português, as palavras são arranjadas (organizadas, 
concatenadas) umas às outras seguindo regras sintáticas in� exíveis de colocação.
Observemos agora as funções sintáticas mais importantes numa frase mais complexa, 
procurando atentar em como elas se realizam em português. 
c) “O fazendeiro dá um prêmio para o � lho do seu empregado na fazenda”. Analisando a 
sentença cuidadosamente, podemos extrair o seguinte:
“O fazendeiro” constitui a expressão sujeito do verbo principal da oração, uma vez que 
concorda com ele e surge antes deste.
“Dá” é o verbo principal do enunciado e precisa de três argumentos para obter a noção 
completa do evento: alguém que dá (o sujeito), algo que é dado (o objeto direto) e para quem se 
dá a coisa (o objeto indireto).
“Um prêmio” é o objeto direto do verbo, é o “algo” que é dado. 
“Para o � lho” é o objeto indireto, é o para quem se dá algo.
“Do seu empregado” é uma expressão preposicionada que se junta a um nome (“o 
� lho”), formando, assim, uma adjunção, isto é, uma locução ou expressão que pode (mas não 
obrigatoriamente) juntar-se a um outro nome para melhor especi� cá-lo (se utilizássemos 
um adjetivo, seria possível fazer a mesma coisa – por exemplo, poder-se-ia empregar “o � lho 
dedicado” em lugar de “o � lho do empregado”).
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ENSINO A DISTÂNCIA
“Na fazenda” constitui uma expressão preposicionada a qual atua como um elemento 
que especi� ca a circunstância do acontecimento, é ela que diz onde o evento aconteceu. Agora 
passemos à estrutura do latim.
Diferentemente do Português, que estabelece a maioria das relações sintáticas através 
da ordem sequencial em que colocamos as palavras, o latim estabelece as relações das funções 
dos termos da oração por meio do que � cou conhecido como sistema de casos. Dessa forma, 
ainda que a ordem das palavras seja mais ou menos relevante na escrita das frases em latim, mais 
importante ainda é o caso em que uma palavra se � exiona. Vamos ver como isso se dá.
A língua latina, portanto, é sintética e, por isso, a característica que mais a representa é a 
morfossintaxe, visto que, no Latim, a morfologia induz à sintaxe. Assim, aquilo que se expressa 
morfologicamente em Latim, em Português é expresso sintaticamente. Isto é, em Latim, a função 
sintática de cada palavra na oração é apontada por uma parte da palavra, quer dizer, a desinência. 
Já em Português, o que indicará isso será apenas a posição em que ela se encontrar dentro da 
frase.
2 - OS CASOS E AS DECLINAÇÕES EM LATIM
Em latim, as palavras que pertencem a categorias nominais manifestam-se na oração 
dentro de um dos seis casos latinos; isso quer dizer que elas são passíveis de alterações (� exões) 
morfológicas para poder corresponder aos casos necessários. Basicamente, então, cada caso 
equivale a uma função sintática e/ou semântica no que concerne ao modo de se elaborar as 
expressões da língua. A seguir apresenta-se uma explanação dos nomes dos casos latinos e de 
suas principais funções:
O nominativo tem esse nome por ser o caso utilizado para a nomeação, isso faz dele o 
caso fundamental no emprego de um nome. Neste “caso”, os substantivos atuam como sujeitos 
dos verbos. Por exemplo, os substantivos presentes em um dicionário estão no modo nominativo.

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