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TEORIA DA PENA Aula 6 - SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PENA. 1- INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA ➢ Art. 5º, inciso XLVI, da Constituição da República Federativa do Brasil, garante aos indivíduos no momento de uma condenação em um processo penal, que a sua pena seja individualizada, isto é, levando em conta as peculiaridades aplicadas para cada caso em concreto. 2- PRINCÍPIOS NORTEADORES A) HUMANIDADES DAS PENAS – Art. 5º, XLVII e XLIX da CRFB/88. B) LEGALIDADE – Art. 5º, XXXIX da CRFB/88. C) PERSONALIDADE - Art. 5º, XLV da CRFB/88. D) PROPORCIONALIDADE - Art. 5º, XLVI da CRFB/88. E) INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA - Art. 5º, XLVI da CRFB/88. 3- VEDAÇÃO DA DUPLA VALORAÇÃO DE UMA MESMA CIRCUNSTÂNCIA – BIS IN IDEM (NÃO DEVE SER REPETIDO) “Havendo registros criminais já considerados na primeira e na segunda fase da fixação da pena (maus antecedentes e reincidência), essas mesmas condenações não podem ser valoradas para concluir que o agente possui personalidade voltada à criminalidade. A adoção de entendimento contrário caracteriza o indevido bis in idem”. Precedentes citados: HC 235.496-SP, DJe 24/8/2012, e HC 184.027-MS, DJe 26/6/2012. HC 165.089-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/10/2012. 4 – SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA A dosimetria da pena, de acordo com o artigo 68 do Código Penal, segue o critério trifásico: Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código (primeira fase); em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes (segunda fase); por último, as causas de diminuição e de aumento (terceira fase). Assim, o juiz para fixar a pena observa três fases distintas: A) A fixação da pena base (art. 59, CP). B) A pena intermediária (art. 67, CP) (agravantes e atenuantes). C) A pena definitiva quando são aplicadas as causas de aumento e/ou diminuição da pena (no próprio tipo penal). http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631687/artigo-68-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633383/artigo-59-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631731/artigo-67-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 1) O encontro da pena base, que deverá seguir o que dispõe o artigo 59 do CP, faz com que o juiz fixe, num primeiro momento, a pena no mínimo legal . Assim, por exemplo, no caso de um furto, cuja pena varia de um a quatro anos, a depender da culpabilidade, dos antecedentes, da conduta social, da personalidade do agente, dentre outras circunstâncias judiciais previstas no mencionado dispositivo legal, o juiz pode iniciar o cálculo da pena aplicando o mínimo legal (um ano) ou não. 2) Estabelecida a pena base, o julgador passa à pena intermediária, momento em que deverão ser consideradas as agravantes e/ou atenuantes genéricas. Continuando no exemplo do furto, é a oportunidade em que o juiz levará em conta, se o agente era menor de vinte e um anos na data do fato (circunstância que atenua a pena – art. 65, I, CP) ou se ele é reincidente (circunstância que agrava a pena – art. 61, I, CP). 3) E, por fim, na terceira fase temos a análise de causas de aumento ou diminuição (terceira fase). As causas de aumento ou diminuição a serem aferidas na terceira fase da aplicação da pena, estão previstas no crime. Ainda no nosso exemplo do furto, o artigo 155 prevê, no seu parágrafo primeiro, o seguinte: A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633383/artigo-59-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10632120/artigo-65-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10632098/inciso-i-do-artigo-65-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633092/artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633060/inciso-i-do-artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 PENA BASE – TEORIA DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS Leva-se em consideração as circunstâncias ditas judiciais vistas no artigo 59 do CP. PENA PROVISÓRIA – TEORIA DAS CISRCUNSTÂNCIAS LEGAIS Pena Provisória – Leva-se em consideração as atenuantes e agravantes, vistas nos artigos 61 até o 67 do CP; PENA DEFINITIVA Toma por fim, as causas de aumento e diminuição de pena. Elas localizam-se tanto na parte geral como na parte especial do Código. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633383/artigo-59-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633092/artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631731/artigo-67-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 4 - Prevenção geral e especial: necessidade, utilidade e proporcionalidade das penas. Principio da Humanidade – A pena não é uma vingança sádica em favor da vítima. Deve haver um equilíbrio na aplicação de uma pena, levando em conta a dignidade da pessoa humana, evitando situações sádicas e degradantes. a) Teoria absoluta ou da retribuição: A pena é vista como a retribuição do mal injusto causado pelo agente quando da prática de uma infração penal. Assim, a pena terá a finalidade de punir o autor do cometimento de uma infração penal. b) Teoria relativa, finalista, utilitária ou da prevenção: A pena tem um fim prático e imediato de prevenção geral ou especial do crime. A prevenção especial diz respeito ao entendimento de que a pena tratará da readaptação social e segregação social do criminoso, impedindo-o de voltar a delinquir. Já, a prevenção geral é representada pela intimidação dirigida ao ambiente social, ou seja, as pessoas não delinquem, pois têm medo de receber a punição. c) Teoria mista, eclética, intermediária ou conciliatória: A pena terá o fim de punir o criminoso e ainda, prevenir a prática de novo crime, isso tudo através de controle, reeducação, além da intimidação coletiva. LEITURA OBRIGATÓRIA Leia os Arts. 59 a 68, do Código Penal. Leia os Verbetes de Súmula n. 241, 440 e 444, do Superior Tribunal de Justiça. ARTIGO CIENTÍFICO E VÍDEO: • MARTINS, Rony Roberto Jose. Dosimetria da pena: critérios para a fixação da pena privativa de liberdade e a desproporcionalidade na aplicação da pena. Disponível em: • https://jus.com.br/artigos/83173/dosimetria-da- pena-criterios-para-a-fixacao-da-pena-privativa-de- liberdade-e-a-desproporcionalidade-na-aplicacao- da-pena • Assista o vídeo: Saiba Mais - Dosimetria da pena. Disponível em: • https://www.youtube.com/watch?v=KfbY4mv1260 https://jus.com.br/artigos/83173/dosimetria-da-pena-criterios-para-a-fixacao-da-pena-privativa-de-liberdade-e-a-desproporcionalidade-na-aplicacao-da-pena https://www.youtube.com/watch?v=KfbY4mv1260 Situação-problema: leia a decisão judicial a seguir: DECLARO o réu MARCOS DA SILVA, qualificado nos autos, CONDENADO ao cumprimento da pena privativa de liberdade de 36 (trinta e seis) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, em regime prisional inicial fechado, pela prática das infrações penais descritas no art. 121, §2°, incisos IV e V, c/c art. 29, caput, do Código Penal, e no art. 121, §2°, incisos IV e V, c/c art. 14, inciso II e art. 29, caput, do Código Penal, em concurso material por ser mais benéfico ao sentenciado, na forma dos arts. 69, 70, parágrafo único, e 71, parágrafo único, todos do CódigoPenal. (AÇÃO PENAL N° 0000954-18.2014.4.03.6117 - JUSTIÇA FEDERAL - 17a SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO). A partir disso, é possível indagar: quando o juiz profere uma sentença condenatória, como é feito cálculo da pena para se chegar à pena definitiva? Há alguma discricionariedade por parte do julgador nesse cálculo? ESTUDO DE CASO Na dosimetria da pena, o critério adotado para o cálculo da pena é o sistema trifásico da pena, nos termos do art. 59 do Código Penal. Dentre as fases, tem-se a análise das circunstâncias atenuantes e agravantes. Na incidência da circunstância atenuante, a regra é a de que as atenuantes não podem conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. Ressalte-se que não incide a atenuante quando a circunstância já constitui ou privilegia o crime. Trata-se de exceção criada pela doutrina e que merece atenção. E é aqui que cabe uma indagação: no caso de circunstâncias atenuantes, em que não há previsão legal sobre essa possibilidade de redução abaixo do mínimo legal, ofende o princípio da legalidade, configurando analogia in malam partem?Recursos Aula 6 Questão 1: Sobre os sistemas de aplicação de pena, assinale a alternativa correta: Alternativas: A) o magistrado deve iniciar a dosimetria da pena pela fixação da pena base, em que o magistrado deve levar em consideração as circunstâncias judiciais contidas no artigo59, do Código Penal. B) o juiz, na terceira fase do cálculo, ao fixar a fração de acréscimo pela causa de aumento identificada, sempre atentará à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima. C) as circunstâncias qualificadoras incidem na terceira fase do cálculo, não permitindo, contudo, a fixação da pena acima do máximo legal. D) nas circunstâncias atenuantes e agravantes, se existir alguma circunstância agravante, a mesma deve ser aplicada posteriormente ao reconhecimento da atenuante. Questão 2: Quanto ao cálculo da pena privativa de liberdade, considere as seguintes afirmativas: I- A dosimetria da pena é baseada no sistema trifásico da pena, quais sejam: circunstâncias judiciais, circunstâncias atenuantes e agravantes e causas de aumento e diminuição de pena. II - A culpabilidade, como uma das circunstâncias judiciais do art.59, do Código Penal, consiste na valoração da culpa ou dolo do agente. III- Na segunda etapa da dosimetria da pena, o juiz não pode reduzir a pena em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, visto que tal possibilidade não está prevista expressamente em lei. Estão corretas as assertivas: A) I, II e III B) I e II C) I e III D) II e III FAÇA VALER A PENA! Prof.ª Ana Paula Pimenta
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