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Diagnóstico das Doenças Periodontais: Para obtermos o diagnóstico é necessária a correta efetuação da anamnese (conhecer a história médica e odontológica do paciente), exame clínico, físico e complementar (achados clínicos e radiográficos periodontais). A primeira coisa que preciso fazer para chegar no diagnóstico é a anamnese por ela sei a história médica do paciente, posso descobrir fatores e riscos para doenças periodontais, como diabetes e fumantes, vou saber a queixa principal, se já fez tratamentos odontológicos e quais foram eles. O exame periodontal inicial será o simplificado, PSR, com a sonda WHO, de acordo com os achados do nível clínico de sondagem e a codificação dos sextantes, determino o exame detalhado ou não do paciente, com a sonda Carolina do Norte, descobrindo o nível clínico de inserção, NCI. Além disso, aliamos o exame complementar radiográfico. Assim, chegamos a um diagnóstico preciso, com o PSR só avalio a necessidade de tratamento, com o exame detalhado já tenho condições de chegar a um diagnóstico, uso o exame radiográfico como um exame complementar para confirmar achados clínicos. O mais importante é aferir a profundidade do sulco ou bolsa, o nível clínico de inserção e o índice de sangramento do paciente. Devemos ter conhecimento das implicações clínicas do diagnóstico: Qual é a causa dessa condição? O que acontecerá se a condição não for devidamente tratada? Quais são as opções terapêuticas? Qual o melhor tratamento? Qual o prognóstico? O que está associado a essa terapia? Há dor? Existem problemas estéticos? Qual é o custo? Qual será tempo? Existe uma nova classificação das doenças periodontais. Desde 1999 a classificação das doenças periodontais era outra, até 2018, em 2018 a academia decidiu mudar a classificação, nomes e diagnóstico das doenças periodontais. Em muitos livros e artigos ainda encontramos a nomenclatura e classificação antiga, pois cientificamente é muito novo, muito atual, encontrada apenas em alguns estudos e artigos mais recentes. Quanto menor for a perda de inserção, verificada pelo exame detalhado, melhor será o prognóstico do paciente. É muito importante definir um diagnóstico para fazer todo o planejamento do caso do paciente. Do mesmo jeito que as doenças periodontais ocorrem ao redor dos dentes, elas ocorrem ao redor dos implantes. O espaço biológico é o espaço composto pelo sulco histológico, epitélio juncional e inserção conjuntiva, essas 3 estruturas são chamadas de espaço biológico, na nova classificação o espaço biológico muda de nome para ADESÃO TECIDUAL SUPRACRESTAL OU SUPRA ÓSSEA. Adesão tecidual pois tenho uma adesão do tecido ao dente, essa adesão está acima da crista óssea, isso justifica o nome, em concursos e livros ainda podem estar presentes os dois nomes. Portanto, é composto por: sulco histológico, epitélio juncional e inserção conjuntiva, tendo no máximo 3 mm de profundidade numa condição de saúde. Para sabermos o diagnóstico é fundamental saber a profundidade clínica de sondagem, que é a profundidade da margem gengival até o fundo de sulco ou bolsa (epitélio juncional) e o nível clínico de inserção, que é a distância da junção amelo-cementária até o fundo de sulco ou bolsa (epitélio juncional). Preciso saber o quanto de inserção foi perdida para estabelecer um diagnóstico. Classificamos um periodonto como PERIODONTO ÍNTEGRO quando a margem gengival está recobrindo a JEC, as papilas interdentais estão preservadas, aparenta não ter perdido inserção, tudo indica que o paciente não tem perda de inserção. Toda a vez que o NCI for 0, sendo assim o paciente não tenha perda de inserção, classificamos como Periodonto Íntegro. Ter um periodonto íntegro nem sempre quer dizer que tenho saúde, posso ter biofilme, posso ter cálculo, pode ocorrer sangramento, pode ter gengivite. Um periodonto íntegro não é sinônimo de saúde, posso tê-lo associado à saúde e à gengivite também. Desde que, não tenha perda de inserção. Classificamos o periodonto como PERIODONTO REDUZIDO quando há perda de inserção, geralmente vejo retração gengival, JEC visível. A retração pode ocorrer por trauma de escovação também, perda de inserção que não tem a ver com a doença periodontal, mas pela força de escovação. Todas as vezes que tiver perda de inserção estamos diante de um periodonto reduzido. Na doença periodontal inicia-se na região interproximal, geralmente, perda de papilas, perda de osso, perda de inserção. Saúde Periodontal: Estado livre de doença periodontal inflamatória, que o indivíduo funcione normalmente e evite consequências (mentais ou físicas) decorrentes de doença atual ou pregressa. Saúde é a ausência de doença, é o equilíbrio entre o sistema imune e os antígenos. Posso ter situações de saúde: Saúde Gengival em Periodonto Íntegro e Saúde Gengival em Periodonto Reduzido. Quando o paciente teve uma periodontite, foi submetido à tratamento periodontal básico, reliza bem as orientações de higiene bucal, neste momento ele tem saúde gengival, mas sua antiga doença periodontal deixou sequelas de um periodonto reduzido. Este paciente tem saúde gengival em um periodonto reduzido. Para avaliarmos um periodonto saudável, devemos conhecer os sinais de saúde periodontal. Nesses casos em que a saúde se encontra num periodonto reduzido, nem todos os sinais de saúde estarão presentes, não será possível ter todos os aspectos de normalidade. Em um periodonto íntegro os sinais se saúde são conservados, mas em um periodonto reduzido alguns sinais são perdidos. Pois, houve perda de inserção, mesmo tendo saúde, por conta das sequelas da periodontite, a JEC está visível, as papilas interproximais não estão preenchendo o espaço interdental. Portanto, também é possível haver saúde sem todos os aspectos de saúde presentes. No estado de saúde também é possível encontrar biofilme, mas esse biofilme é caracterizado como simbólico, novo, em equilíbrio com o sistema imune. A saúde periodontal é estabelecida com a ausência de sangramento à sondagem, para classificarmos um periodonto como saudável menos de 10% dos sítios tem sangramento à sondagem. Índice de sangramento à sondagem deve ser menor de 10% (considerado compatível com saúde). Em periodonto íntegro eu não tive perda de inserção, logo, a profundidade clínica de sondagem deve ser menor ou igual a 3 mm,indicando saúde periodontal. Como já foi dito, podemos ter saúde periodontal em pacientes que já tiveram periodontite e perda de inserção, tem perda óssea radiograficamente. Se o índice de sangramento for menor de 10% é considerado saudável. Periodonto reduzido saudável pode ter bolsas residuais de até 4 mm, pois durante o período que teve periodontite perdeu inserção e a bolsa era bem mais profunda, agora a bolsa no periodonto tratado e saudável regrediu, bolsas de até 4 mm tem um bom prognóstico nesses casos em que o índice de sangramento é menor que 10%, paciente ainda tem saúde em periodonto reduzido. PERIODONTO ÍNTEGRO SAÚDE Perda de Inserção Não Profundidade de Sondagem Até 3 mm Índice de Sangramento Menor que 10% Perda Óssea Radiográfica Não PERIODONTO REDUZIDO SAÚDE Perda de Inserção Sim Profundidade de Sondagem Até 4 mm Índice de Sangramento Menor que 10% Perda Óssea Radiográfica Sim (lâmina dura e crista óssea radiopaca e sem aumento do espaço do ligamento) Gengivite Induzida por Biofilme: Lesão inflamatória resultante das interações entre biofilme e resposta imunoinflamatória do hospedeiro, que permanece contida no tecido gengival e não se estende ao periodonto de sustentação. A gengivite é uma inflamação na gengiva, ocorre uma quebra do equilíbrio entre o biofilme e a resposta imunológica do hospedeiro, restrita ao tecido gengival, é um processo reversível comum. Causada pela presença de bactérias no sulco gengival. Alterações histopatológicas presentes incluem alterações vasculares (vasodilatação) e redução da espessura do epitélio sulcular, podendo até estar ulcerado, sangramento gengival, coloração avermelhada, aumento da vascularização e redução da queratinização do epitélio oral ou externo, alteração do tecido conjuntivo que apresenta infiltrado inflamatório intenso e menor número de fibras colágenas. Há possibilidade de haver Gengivite em Periodonto Íntegro e Gengivite em Periodonto Reduzido. Quando em periodonto íntegro, ocorre em um paciente que nunca teve periodontite, paciente que deixou de escovar direito os dentes, ocorre sangramento. Ocorre em periodonto reduzido quando o paciente já teve uma periodontite, possui bolsas com cerca de 5 mm, foi submetido a tratamento e entrou em uma condição de saúde em periodonto reduzido, a bolsa reduz, paciente parou de escovar os dentes devidamente, passou a acumular biofilme novamente, neste momento ele passa a ter uma gengivite em um periodonto reduzido, se não controlar, pode voltar a ter um quadro de periodontite. Em quadros de gengivite não há bolsa, a partir do momento que existem bolsas periodontais ativas não é mais uma gengivite, apenas fundos de sulco. Não podem haver bolsas periodontais, nem bolsas residuais de até 4 mm são aceitáveis, qualquer bolsa presente em condições com ausência de saúde não se encaixa em gengivite. Na gengivite há sangramento à sondagem maior ou igual a 10%, índice de sangramento é maior que 10%. Profundidade clínica de sondagem menor ou igual a 3 mm. A principal diferença entre saúde e gengivite é o índice de sangramento, a partir de 10% já consideramos gengivite. A gengivite pode ser classificada como Localizada ou Generalizada. A gengivite Localizada ocorre quando o índice de sangramento é de 10% a 30%. A gengivite Generalizada ocorre quando o índice de sangramento é maior que 30%. PERIODONTO ÍNTEGRO GENGIVITE Perda de Inserção Não Profundidade de Sondagem Até 3 mm Índice de Sangramento Maior que 10% Perda Óssea Radiográfica Não PERIODONTO REDUZIDO GENGIVITE Perda de Inserção Sim Profundidade de Sondagem Até 3 mm Índice de Sangramento Maior que 10% Perda Óssea Radiográfica Sim O paciente com gengivite pode reverter a um estado de saúde, mas um paciente com periodontite continua sendo um paciente com periodontite por toda a vida, mesmo após terapia bem-sucedida, e requer cuidados de suporte por toda a vida para prevenir a recorrência da doença. Periodontite: É uma doença inflamatória crônica multifatorial associada com biofilme disbiótico e caracterizada pela destruição progressiva do aparato de inserção dental. Inflamação desencadeada a partir do acúmulo de biofilme, essa inflamação começa inicialmente na gengiva, toda a periodontite um dia foi uma gengivite, mas nem toda a gengivite um dia será uma periodontite, o acúmulo de biofilme começa na margem gengival, podendo progredir e virar uma periodontite, a principal característica da periodontite é a perda de inserção, perda de estruturas do periodonto de sustentação. Tanto a gengivite quanto a periodontite são processos crônicos. Perda de inserção em dois ou mais sítios interproximais não adjacentes, ou, perda de inserção de 3 mm, ou mais na vestibular ou lingual/palatina em pelo menos 2 dentes sem que seja por causa de recessão gengival de origem traumática ou cárie dental até a área cervical do dente ou presença da perda de inserção na face distal de um segundo molar e associado ao mau posicionamento ou à extração de terceiro molar ou lesão endoperiodontal drenando por meio do periodonto marginal ou ocorrência de fratura radicular vertical. A periodontite é a perda do periodonto de sustentação. Ocorre a perda de inserção clínica, perda óssea alveolar radiográfica, formação de bolsa periodontal e sangramento à sondagem. Associação entre bactérias gram-negativas anaeróbias estritas no interior da bolsa periodontal, inflamação no tecido conjuntivo gengival, predomínio de plasmócitos e linfócitos, aumento de citocinas pró-inflamatórias no local, destruição e desorganização tecidual. A nutrição do epitélio gengival, garantida pelo tecido conjuntivo, está comprometida, células do epitélio juncional proliferam e migram em direção a apical. Para que seja classificado como periodontite precisa-se de perda de inserção, precisa-se de perda óssea na região proximal, pois o início da doença periodontal é na região proximal, apenas 1% da população mundial limpa a região interproximal diariamente, na maioria das situações a periodontite vai se iniciar exatamente nesta região, perda de inserção na região interproximal. Pode ser modificada por condições sistêmicas, como diabetes, infecção por HIV, fatores ambientais, como o fumo e estresse. Relembrando que o cálculo geralmente é mais presente em periodontites, cálculo subgengival com pigmentação pelo ferro do sangue, sendo mais escuro, mais aderido, supra gengival formado a partir dasaliva mais claro e menos aderido. Para classificarmos uma periodontite precisa haver perda de inserção em pelo menos 2 sítios da boca, esses sítios precisam ser separados, não podem estar um do lado do outro. Se houver apenas um sítio com perda de inserção ou dois sítios próximos um do outro, apenas indicamos a perda de inserção e a localização, nestes casos não há classificação. Como já foi dito, é mais comum que a periodontite leve à perda de inserção interproximal pois é ali que normalmente se inicia, mas em casos mais raros, onde se inicia na região das faces livres, para ser considerada uma periodontite tem que haver uma perda de inserção de pelo menos 2 mm em pelo meno 2 desses sítios, essa perda deve estar associada à cálculo ou biofilme. Para ser uma periodontite preciso da associação de 4 fatores: a perda de inserção clínica, perda óssea alveolar radiográfica, bolsa periodontal com profundidade clínica de pelo menos 4 mm e sangramento à sondagem. Os estágios da periodontite são classificados baseando-se na complexidade e severidade da doença: I. Periodontite Inicial II. Periodontite Moderada III. Periodontite Severa com Potencial para Perda Dentária Adicional IV. Periodontite Severa/Avançada com Potencial para Perda de Dentição A periodontite pode ser classificada pela sua extensão e distribuição, sendo: localizada, generalizada, distribuição molar-incisivo. Também, pode ser classificada por graus, evidências ou risco de rápida progressão, resposta ao tratamento antecipada, sendo: ★ Progressão Lenta ★ Progressão Moderada ★ Progressão Rápida Quando fechamos o diagnóstico é sempre dado pelo paciente, não é um diagnóstico para um sítio ou um dente, mas para o paciente como um todo. SEVERIDADE Estágio 1 1 a 2 mm de perda de inserção interproximal Estágio 2 3 a 4 mm de perda de inserção interproximal Estágio 3 5 mm ou mais de perda de inserção interproximal EXTENSÃO Localizada Até 30% dos dentes afetados com perda de inserção Generalizada 30% ou mais dos dentes afetados com perda de inserção Padrão Molar-Incisivo Perda de inserção localizada em apenas molares e incisivos Importante Ressaltar: A Gengivite além de induzida por biofilme (condição mais comum), pode ser mediada por fatores de risco sistêmicos ou locais, pode ser associada a medicamentos para aumento do tecido gengival também. Doenças gengivais induzidas por biofilme podem ocorrer por: desordens genéticas, desordens de desenvolvimento, infecções específicas, condições inflamatórias, condições imunológicas, processos reacionais, neoplasias, doenças endócrinas, doenças nutricionais, doenças metabólicas, lesões traumáticas e pigmentação gengival. Existem condições causadas por doenças periodontais necrosantes: gengivite necrosante, periodontite necrosante e estomatite necrosante. A periodontite também pode ocorrer por manifestações sistêmicas, essas doenças possuem um grande impacto na perda dos tecidos periodontais e influenciam na inflamação gengival, doenças associadas com desordens imunológicas, doenças que afetam a mucosa oral e o tecido gengival, doenças que afetam o tecido conjuntivo, doenças metabólicas e endócrinas, doença de imunodeficiência adquirida. doenças inflamatórias e outras desordens que influenciam a patogênese de doenças periodontais. Outras condições que afetam o periodonto são condições como neoplasias e outras desordens que podem afetar os tecidos periodontais. Também podem existir abcessos periodontais e endoperiodontais, Lesões endoperiodontais. Condições de deformidades mucogengivais. Forças oclusais traumáticas. Fatores e irregularidades associadas a dentes, próteses, restaurações, etc. Além disso, as condições periimplantares. Siga no insta para ver mais resumos: @odontoinspira
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