Buscar

PROJETO URG E EMERG

Prévia do material em texto

ACADÊMICA: GIULIANA FERNANDES
TUTOR: JEAN PIERRE CHRISPIN BONCOMPANI
DISCIPLINA: BACHAREL EM ENFERMAGEM
 
 
 PROJETO DE PRÁTICA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
 VILHENA- RO 
 2021
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), também conhecido como infarto ou ataque cardíaco, corresponde à interrupção da passagem de sangue para o coração, o que provoca a morte das células cardíacas e causa sintomas como dor no peito que pode irradiar para o braço.
A principal causa do infarto é o acúmulo de gordura no interior dos vasos, sendo muitas vezes decorrentes de hábitos não saudáveis, com dieta rica em gordura e colesterol e pobre em frutas e vegetais, além de sedentarismo e fatores genéticos.
O diagnóstico é feito pelo cardiologista por meio de exames físicos, clínicos e laboratoriais e o tratamento é feito com o objetivo de desobstruir a artéria e melhorar a circulação sanguínea. Alguns fatores podem aumentar as chances do infarto, como:
· Obesidade, tabagismo, sedentarismo, dieta rica em gordura e colesterol e pobre em fibras, frutas e vegetais, sendo esses fatores denominados fatores de risco modificáveis pelo estilo de vida;
· Idade, raça, gênero masculino e condições genéticas, que são considerados fatores de risco não modificáveis;
· Dislipidemia e hipertensão, que são fatores modificáveis por drogas, ou seja, que podem ser solucionados por meio do uso de medicamentos.
	 Provavelmente cardíaca
	 Provavelmente não cardíaca
	· Desconforto ou dor retroesternal, em aperto, peso, constrição ou queimação;
· Precipitada por esforço ou estresse emocional;
· Aliviada por repouso ou nitratos sublinguais;
· Duração de 5 ou mais minutos;
· Irradiação para o ombro e braço esquerdo, para o pescoço, mandíbula ou epigástrio;
· Associada à sudorese fria, palidez, náuseas, vômitos, falta de ar, desmaios;
· Em pessoa sabidamente com doença arterial (coronariana, carotídea, aórtica ou periférica) ou portadora de fatores de risco (hipertensão, dislipidemia, diabetes, tabagismo etc).
	· Pontada, “em facada, em agulhada”;
· Precipitada com a respiração ou tosse, com a palpação local ou movimentos dos braços;
· Localizada primária ou unicamente na porção média ou inferior do abdômen;
· Irradiação para as extremidades inferiores;
· Duração muito curta (segundos) ou muito longa (mais de 24h);
· Melhora com a alimentação, antiácidos, antiespasmódicos, antifiséticos etc;
· Em jovem não cardiopata e sem fatores de risco para doença arterial coronariana.
Homem, 55 anos, sedentário, com diagnóstico médico de Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Melito e hiperlipidemia em tratamento irregular, durante o expediente de trabalho de serviços gerais queixa-se de dor no peito há mais de 10 minutos, em queimação, refere suor frio e apresenta pele pálida. Não acata a sugestão de um colega de trabalho para ir embora e continua trabalhando no ambiente aberto, sob o sol. Passado uma hora, o homem cai ao chão, desacordado. Os colegas de trabalho chamaram o Serviço de Atendimento Móvel às Urgências. Enquanto a ambulância não chega, uns de seus colegas colocam a mão na boca do homem e puxam a língua enquanto outros colocam o homem de lado. Ao chegar a ambulância, a equipe inicia o atendimento e encaminha o homem ao hospital. No hospital, os colegas de trabalho relataram que ele apresentou vários episódios de parada cardiorrespiratória – PCR e que inicialmente precisou chocar e depois administraram medicamentos e ele não melhorou. Constatado óbito, uma hora após a admissão hospitalar.
 
1- Explique corrente de sobrevivência e como ela deveria ser aplicada no caso.
 A corrente de sobrevivência é dividida em 5 etapas, que são: 
1°- Reconhecimento imediato da PCR e acionamento do Serviço Médico de 
Emergência, pelo telefone 192 ou 193. 
2°- RCP imediata, com ênfase nas compressões torácicas de alta qualidade. 
3°- Rápida desfibrilação e manter as manobras de RCP. 
4°- Serviços médicos básicos e avançados de emergência 
5°- Suporte Avançado de Vida e cuidados pós PCR. 
Deveria ter sido realizado imediatamente a sequência de atendimento C, A, B: 
C: Compressões torácicas de alta qualidade; 
A: Vias aéreas – abrir vias aéreas; 
B: Boa ventilação – garantir via aérea avançada.
2- Explique como deveria ser o Suporte Básico de Vida na ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
Verificar se a vítima está consciente; 
Caso esteja inconsciente, verificar se há batimentos cardíacos e respiração; 
Caso esteja respirando normalmente, a vítima deverá ser colocada em posição lateral de segurança e uma ambulância deverá ser imediatamente acionada; 
 As roupas da vítima deverão ser desatadas, e em seguida sua cabeça deverá ser erguida para liberar a passagem de ar;  Verificar se o local é seguro, para a vítima e o socorrista, se houver ausencia de respiração, ou apenas gasping e se há presenta de pulso. Ligar ao serviço Médio de Emergência, realizar compressão torácica mantendo as duas mãos sobre a metade inferior do esterno. Esperar o retorno total de tórax após cada compressão.
3- Nos primeiros sintomas, o que pode estar acontecendo com o homem? 
Pode estar acontecendo um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). 
4- Explique:
- Quando o homem cai ao chão, a conduta dos colegas de trabalho foi a mais adequada? Justifique a resposta. 
A conduta dos colegas de trabalho NÃO foi a mais adequada.
Ter colocada a mão na boca do paciente não foi adequada, pois o mesmo poderia ter mordido, já que estava inconsciente, e deveriam ter feito compressões até a chegada da equipe de atendimento médico chegar.
 - Como se identifica a PCR?
 Identifica um paciente com PCR quando o mesmo apresenta inconsciente, com apnéia, ou em gasping e ausência de pulso.
- Compare com as diretrizes internacionais e descreva, detalhadamente, as melhores condutas. 
Melhores condutas em ambientes extra hospitalar: As pessoas leigas devem entrar em contato imediatamente com com o Serviço Médico Especializado e iniciar as compressões toráxicas mediante orientações dos profissionais, pois é um fator determinante importante do retorno da circulação espontanea, e da sobrevivencia com boa função neurológica. Para os socorristas treinados iniciar as manobras, 30 compressões para 02 ventilações, sendo cada ventilação aproximadamente segundos, ou manter uma compressão com uma frequência de compressão 100/min. 
Melhores condutas intra hospitalar: Sem via aérea avançada, alternar 30 compressões toráxicas com 02 ventilações. Com via aérea avançada, compressões toráxicas com contínuas por 02 minutos, com 01 ventilação a cada 06 segundos sem interromper as compressões.
– Explique sobre o choque elétrico na PCR e os ritmos chocáveis.
Ritmos chocáveis
Os ritmos chocáveis consistem em: Fibrilação Ventricular (FV) e Taquicardia Ventricular (TV) sem pulso. É sempre importante lembrar que não é necessário falar FV sem pulso, visto que não é fisiologicamente possível o paciente apresentar pulso com um ritmo consistente de FV. No entanto, na TV é necessário declará-la sem pulso, visto que há pacientes que se apresentam em TV com pulso. No fim, o mais importante será realizar uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP) de qualidade, associada à uma desfibrilação precoce – isso ajudará o paciente a ter mais chance de sobreviver. 
 Fibrilação Ventricular (FV)
 Taquicardia Ventricular 
Desfibrilação elétrica
É um procedimento terapeutico que consiste na aplicação de uma corrente elétrica contínua ‘’ não sincronizada’’, no músculo cardíaco. Esse choque despolariza em conjunto todas as fibras musculares do miocárdio, tornando possível a reversão de arritmias graves como a TV e FV, permitindo ao nó sinusal retomar a a geração e o controle do rítmo cardíaco. Os ritmos cardíacosmais comumente identificados durante a ocorrência da PCR são a Fibrilação Ventricular (FV), Taquicardia Ventricular sem pulso (TV), Atividade Elétrica sem Pulso (AESP) e Assistolia, (FERNANDES, 2010). A PCR pode apresentar ritmos chocáveis (taquicardia ventricular sem pulso e fibrilação ventricular) e ritmos não chocáveis por desfibrilador (assistolia, atividade elétrica sem pulso). A fibrilação ventricular é a contração incoordenada do miocárdio, o ritmo cardíaco é desordenado não tem condução elétrica.
 - Explique quais os medicamentos usados no tratamento da PCR, suas indicações e formas de administração.
 
Adrenalina: A recomendação atual para a dose de adrenalina (AD) é administrar 1 mg intravenoso com intervalos de 3 a 5 minutos, em adultos. Caso essa dose não seja eficaz, doses maiores podem ser consideradas (3 mg a 8 mg). Seu efeito é o aumento da pressão de perfusão coronariana. É a única droga usada na reanimação comprovadamente útil na restauração da circulação espontânea, além de manter o débito cardíaco ao longo do tempo e melhorar o fluxo sanguíneo para o coração e o cérebro, podendo piorar o já baixo fluxo abaixo do diafragma. 
Amiodarona: Cardiotônico com efeito comparável ao da dobutamina, já que melhora a função cardíaca e provoca a queda da resistência periférica. Pode ser utilizada alternada com adrenalina e atropina.
Lidocaína: É útil na fibrilação ventricular e na taquicardia ventricular sem pulso, uma vez que aumenta o limiar de estimulação ventricular. Pode alterar o sistema nervoso.
 Bicarbonato de Sódio:
Se a parada não passou de 3 minutos, o bicarbonado deve ser evitado, a menos que exista acidose prévia, pois sua administração excessiva é danosa para o paciente do que o seu não uso, devido ao risco de ocorrência de alcalose.
Noradrenalina: Potente vasoconstritor, usado no período de recuperação pós-parada. É inativado pelo bicarbonato de sódio (não infundir em conjunto).
Dopamina: É o precursor químico da noradrenalina, com efeito no aumento do débito cardíaco, vasodilatação renal, sem elevar a pressão capilar pulmonar e sem causar vasoconstrição periférica. É uma droga que tem seu uso principal no período pós-parada cardíaca.
 
Dobutamina: Melhora a contração cardíaca com indicação no período pós-parada cardíaca. Produz vasoconstrição arterial sistêmica mínima nas doses usuais - 2,5 mg a 10 mg/kg/minuto.
- Explique as causas da PCR.
 A parada cardiorrespiratória ocorre quando o coração para de bater e a pessoa para de respirar. Nessa situação, a ajuda médica precisa ser acionada imediatamente, e enquanto o atendimento é aguardado, a massagem cardíaca deve ser iniciada para que o coração volte a pulsar.   
A parada cardiorrespiratória pode ser gerada por diversas causas, e as principais correspondem a afogamento, infarto agudo do miocárdio, hemorragia, choque elétrico, infecção grave, acidentes vasculares e arritmia cardíaca. 
 CONCLUSÃO
Entende-se que os pacientes com IAM apresentam desde o início dos sintomas, até a chegada a um serviço médico de emergência, um estado físico e psicológico debilitado. Em consequência, a implementação de intervenções de enfermagem, voltadas aos sentimentos e fundamentadas em conhecimentos prático-teórico-científicos, atrelados à educação em saúde, mostram-se eficazes, pois elevam o índice de salvamento e mudança da qualidade de vida das pessoas acometidas por este mal. A avaliação rápida dos sinais e sintomas, devem ser compreendidos de maneira ágil e eficaz para que se tenha sucesso no tratamento. 
FONTE: 
http://www.santalucia.com.br/noticias/dor-no-peito-suor-e-palidez-podem-ser-sintomas-de-infarto/
http://repositorio.unesc.net/handle/1/8623
AEP Pesaro, CV Serrano Jr, JC Nicolau - Revista da Associação …, 2004 - SciELO Brasil
Revista Tua Saúde O que é Infarto Agudo do Miocárdio, sintomas, causas e tratamento Drª. Ana Luiza Lima Cardiologista /Julho 2021
Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019

Continue navegando