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Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I Hormônios Adrenocorticais • As duas glândulas adrenais, cada uma pesando aproximadamente 4 gramas, localizam-se nos polos superiores dos rins. • Composta por duas partes: 1. Medula: relacionada ao SNS, secretando catecolaminas. 2. Córtex: secretam os corticosteroides. • Os dois principais tipos de hormônios adrenocorticais, os mineralocorticoides e os glicocorticoides, são secretados pelo córtex adrenal. • Além desses hormônios, são secretadas pequenas quantidades de hormônios sexuais, em especial hormônios androgênicos, que apresentam efeitos orgânicos iguais ao hormônio sexual masculino testosterona. • Mineralocorticoides: receberam este nome porque afetam, especificamente, os eletrólitos (os “minerais”) dos líquidos extracelulares, sobretudo sódio e potássio. → Aldosterona é o principal. • Glicocorticoides: importantes efeitos que aumentam a concentração sanguínea de glicose. Apresentam efeitos adicionais nos metabolismos proteico e lipídico. → Cortisol é o principal. Síntese e secreção dos Hormônios adrenocorticais. • Zona Glomerulosa: 15% do córtex adrenal. A zona glomerulosa é a única camada do córtex que vai secretar aldosterona, porque é a única que possui aldosterona sintase. Sua atividade é controlada, principalmente, pelas concentrações no líquido extracelular de angiotensina II e de potássio. • Zona fasciculada: 75% do córtex adrenal e secreta os glicocorticoides Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I cortisóis e corticosterona, bem como pequenas quantidades de androgênios e estrogênios adrenais. Sua secreção é controlada pelo ACTH. • Zona reticulada: secreta os androgênios adrenais desidroepiandrosterona (DHEA) e androstenediona. Atividade regulada pelo ACTH. • As secreções de aldosterona e cortisol são reguladas por mecanismos independentes. • Todos os hormônios esteroides humanos, incluindo os produzidos pelo córtex adrenal, são sintetizados a partir do colesterol. • 80% do colesterol usado para a síntese dos esteroides é fornecido por lipoproteínas de baixa densidade (LDL) no plasma circulante. • O transporte do colesterol para as células adrenais é regulado por mecanismos de feedback que podem alterar, acentuadamente, a quantidade disponível para a síntese dos esteroides. • Uma alteração em uma só enzima, no esquema, pode causar a formação de tipos e proporções relativas muito diferentes de hormônios. Por exemplo, quantidades muito grandes de hormônios sexuais masculinizantes ou outros compostos esteroides, que, normalmente, não estão presentes no sangue, podem ser produzidas após a alteração de apenas uma das enzimas nessa via. • Mineralocorticoides: • Aldosterona: muito potente; responsável por cerca de 90% do total da atividade mineralocorticoide. • Cortisol: atividade mineralocorticoide muito fraca, mas secretado em grande quantidade (2000x mais que a aldosterona). • Cortisona: sintética, fraca atividade mineralocorticoide. • Glicocorticoides: • Cortisol: muito potente; responsável por aproximadamente 95% do total da atividade glicocorticoide. • Corticosterona: responsável por volta de 4% do total da atividade glicocorticoide, mas muito menos potente que o cortisol. • Cortisona: sintética, quase tão potente quanto o cortisol. • Prednisona: sintética, quatro vezes mais potente que o cortisol. Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I • Metilprednisona: sintética, 5x mais potente que o cortisol. • Dexametasona: sintética, 30x mais potente que o cortisol. • Cortisol, nas condições normais, apresente alguma atividade mineralocorticoide, porque algumas síndromes de excesso de secreção de cortisol podem provocar efeitos mineralocorticoides significativos, junto com efeitos glicocorticoides muito mais potentes. • Aproximadamente 90% a 95% do cortisol plasmático liga-se a proteínas plasmáticas, especialmente uma globulina chamada globulina ligadora de cortisol ou transcortina, e, em menor quantidade, à albumina. • Por se ligar mais as proteínas plasmáticas, o cortisol apresenta uma meia-vida longa, de 60 a 90 minutos, enquanto a aldosterona é em torno de 20 minutos. • Os Hormônios Adrenocorticais São Metabolizados no Fígado. Deficiência de Mineralocorticoides • Morte dentro de 2 dias a 3 semanas. • Sem os mineralocorticoides, a concentração de íons potássio, no líquido extracelular, eleva-se acentuadamente, sódio e cloreto são rapidamente eliminados do organismo, e os volumes totais do líquido extracelular e do sangue são muito reduzidos. • Isso pode ser interrompido pelo uso de aldosterona. Os mineralocorticoides são a parte “salvadora de vida” dos hormônios adrenocorticais. • A aldosterona exerce cerca de 90% de toda a atividade mineralocorticoide das secreções adrenocorticais, mas o cortisol, o principal glicocorticoide secretado pelo córtex adrenal, também contribui significativamente para a atividade mineralocorticoide. Efeitos Renais e Circulatórios da Aldosterona • A aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e, simultaneamente, a secreção de potássio pelas células epiteliais tubulares renais, especialmente nas células principais dos túbulos renais e, em menor quantidade, nos túbulos distais e ductos coletores. • A aldosterona faz com que o sódio seja conservado no líquido extracelular, enquanto o potássio é excretado na urina. • O efeito final do excesso de aldosterona no plasma é o aumento da quantidade total de sódio e a redução da quantidade de potássio no líquido extracelular. Por isso, pessoas que usam muito antialergico, podem causar inchaços, devido a ação de retenção de mais liquidos no corpo. Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I • Excesso de aldosterona causa hipocalcemia e fraqueza muscular. • Deficiência de aldosterona causa hipercalcemia e toxicidade cardíaca. • Natriurese de pressão: A elevação da pressão arterial gera aumento proporcional na excreção urinária de sódio e água • Diurese de pressão: Causada por aumentos na pressão arterial, na tentativa de manter a pressão arterial dentro da normalidade. • Aldosterona interrompida → reduz líquido extracelular →desidratação extracelular grave → baixo volume sanguíneo → choque circulatório → morte. • O excesso de aldosterona aumenta a secreção tubular de Íon hidrogênio e provoca alcalose. → troca de H por potássio. • Aldosterona tem efeito nas glândulas sudoríparas e salivares, para conservar o sal. • O cloreto de sódio e a água não absorvidos geram, então, diarreia, resultando em perda ainda maior de sal pelo organismo. Mecanismo de ação da Aldosterona • Primeiro, devido à lipossolubilidade nas membranas celulares, a aldosterona se difunde facilmente para o interior das células epiteliais tubulares. • Segundo, no citoplasma dessas células, a aldosterona se combina a receptores mineralocorticoides. • Terceiro, o complexo aldosterona-receptor ou um produto desse complexo se difunde para o núcleo, onde pode passar por mais alterações, induzindo, uma ou mais porções do DNA a formar um ou mais aumento de potássio Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I tipos de RNA mensageiro (mRNA), relacionados ao processo de transporte de sódio e potássio. • Quarto, o mRNA difunde-se de volta ao citoplasma, onde, agindo em conjunto com os ribossomos, provoca a formação de proteínas. • A aldosterona não apresenta efeito imediato importante no transporte de sódio; ao contrário, esse efeito somente ocorre após a sequência de eventos. Regulação da Secreção de Aldosterona • A regulação da secreção de aldosterona pelas células da zona glomerulosa é quase inteiramente independente da regulação do cortisol e dos androgênios pelas zonas fasciculadae reticular. o Aumento da [] de íons potássio no LEC aumenta a secreção de aldosterona. o Aumento da atividade do sistema renina-angiotensina aumenta a secreção de aldosterona. o Aumento da [] de sódio no LEC diminui ligeiramente a secreção de aldosterona. o ACTH é necessário para a secreção de aldosterona, porém exerce pouco efeito no controle de sua secreção. • A regulação da secreção de aldosterona pelas células da zona glomerulosa é quase inteiramente independente da regulação do cortisol e dos androgênios pelas zonas fasciculada e reticular. Funções dos Glicocorticoides • Pelo menos 95% da atividade glicocorticoide das secreções adrenocorticais resulta da secreção de cortisol, também chamado hidrocortisona. Além disso, uma pequena, mas significativa, quantidade de atividade glicocorticoide é produzida pela corticosterona. • Cortisol e de outros glicocorticoides é sua capacidade de estimular a gliconeogênese. o O cortisol aumenta as enzimas necessárias para a conversão de aminoácidos em glicose pelas células hepáticas. Angiotensina causa tensão do vaso, aumentando pressão e a aldosterona aumenta para regulara essa pressão. Angiotensina: Vasoconstritora, eleva a pressão arterial. Renina transforma angiotensinogênio em Angiotensina I e a ECA transforma em Angiotensina II Medicamentos com a terminação -pril inibem a eca para q não ocorra a vasoconstrição e pressão aumente Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I o O cortisol provoca a mobilização de aminoácidos a partir dos tecidos extra-hepáticos, principalmente dos músculos. o O efeito global do cortisol é o aumento na produção de glicose pelo fígado. o Respostas a estresses físicos e mentais. • A elevação acentuada das reservas de glicogênio nas células hepáticas, potencializa os efeitos de outros hormônios glicolíticos, tais como epinefrina e glucagon, para mobilizar a glicose em momentos de necessidade, como entre as refeições. Efeitos no Metabolismo dos Carboidratos: • Estimula a gliconeogênese • Diminuição da utilização de glicose pelas células. • Estimula a secreção de insulina. • “Diabetes Adrenal”. → diminuição dos transportadores de glicose GLUT 4. Efeitos sobre o Metabolismo das Proteínas. • Redução da proteína celular. • Aumento de proteínas hepáticas e plasmáticas. • Aumento de AA no sangue. • Transporte diminuído dos aa para as células extra-hepáticas. • Aumento de transporte de aa para as células hepáticas. • Na presença de grande excesso de cortisol, os músculos podem ficar tão fracos. Efeitos no metabolismo das gorduras: • Mobilização dos ácidos graxos → mais ácidos graxos livres na circulação, o que aumenta seu uso para a geração de energia. • Causa obesidade quando secretado em excesso → giba de búfalo e face em lua. Estresse e secreção de Cortisol o Trauma o Infecção o Calor ou frio intenso o Injeção de norepinefrina o Cirurgia o Substâncias necrosantes sob a pele o Restrição dos movimentos o Doenças debilitantes. Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I • Por quê? Uma possibilidade é que os glicocorticoides causam rápida mobilização de aminoácidos e gorduras a partir de suas reservas celulares, tornando-os disponíveis para a geração de energia e para a síntese de novos compostos, incluindo a glicose, necessários aos diferentes tecidos do organismo. Efeitos Anti-inflamatórios do Cortisol • A administração de grande quantidade de cortisol, geralmente, pode bloquear essa inflamação ou até mesmo reverter seus efeitos, uma vez iniciada. • Quando uma grande quantidade de cortisol é secretada ou injetada na pessoa, o glicocorticoide exerce dois efeitos anti-inflamatórios básicos: 1. Bloqueio dos estágios iniciais do processo inflamatório. 2. Se a inflamação já se iniciou, a rápida resolução da inflamação e o aumento da velocidade da regeneração. • O cortisol estimula as membranas lisossomais, diminui a permeabilidade dos capilares, migração dos leucócitos, suprime o sistema imune e baixa a febre por reduzir a liberação de IL-1. • Bloqueia a resposta inflamatória a reações alérgicas. • A capacidade do cortisol e de outros glicocorticoides de suprimir a imunidade os torna agentes úteis na prevenção da rejeição imunológica de corações, rins e outros tecidos transplantados. Regulação da secreção de cortisol pelo ACTH • ACTH estimula a secreção de cortisol; Estabiliza Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I • A secreção de ACTH é controlado pelo fator de liberação de corticotropina (CRF). • O ACTH aumenta a produção de esteroides pelas células adrenocorticais ao aumentar o AMPc. • O cortisol apresenta efeitos de feedback negativo direto (1) no hipotálamo, reduzindo a formação de FLC; e (2) na hipófise anterior, reduzindo a formação de ACTH. Ritmo Circadiano • As intensidades secretoras do FLC, do ACTH e do cortisol são altas no início da manhã, mas baixas no final da noite. Androgênios Adrenais • Diversos hormônios sexuais masculinos moderadamente ativos, chamados androgênios adrenais (dos quais o mais importante é a desidroepiandrosterona), são continuamente secretados pelo córtex adrenal, especialmente durante a vida fetal. Patologias Hipoadrenalismo (Insuficiência Adrenal) — Doença de Addison • 80% dos casos são autoimunes. • Incapacidade do córtex adrenal de produzir hormônios adrenocorticais. • Provoca deficiência de aldosterona: redução do volume do LEC, hiponatremia, hipercalcemia e acidose leve. • Provoca deficiência de cortisol: dificuldade de mobilização de energia. • Pigmentação por melanina. Hiperadrenalismo — Síndrome de Cushing • A hipersecreção pelo córtex adrenal. Muitas das anormalidades dessa síndrome se devem à quantidade anormal de cortisol, mas a secreção excessiva de androgênios também pode causar efeitos importantes. Thiago Gurgel Regis Morfofuncional I Aldosteronismo Primário (Síndrome de Conn) • Pequeno tumor das células da zona glomerulosa, secretando grandes quantidades de aldosterona. • Hipocalcemia. • Aumento do LEC e do volume sanguíneo. • Provoca paralisias musculares ocasionais. • Diminuição da renina → regulação da PA. Síndrome Adrenogenital • O tumor adrenocortical secreta quantidades excessivas de androgênios, causando intensos efeitos masculinizantes em todo o corpo. • Em mulher, ela desenvolverá características viris, incluindo o crescimento de barba, a masculinização da voz, ocasionalmente calvície se tiver o traço genético para essa condição, distribuição masculina dos pelos corporais. • No homem pré-puberal, o tumor adrenal virilizante provoca as mesmas características que na mulher, além do rápido desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos. • No homem adulto, as características virilizantes da síndrome adrenogenital são geralmente obscurecidas pela virilização normal, causada pela testosterona secretada pelos testículos. Referências • GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. Capítulo 78
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