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LOGÍSTICA REVERSA
PATRÍCIA VEBER TRENTIN
2LOGÍSTICA REVERSA
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (NEAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pelo Núcleo de Educação a 
Distância (NEAD)
Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Jaimerson Cabral, Sabrina Maciel 
Revisora
Caiani Lopes Martins
INTRODUÇÃO 3
LOGÍSTICA REVERSA 4
Logística reversa – conceitos 5
Canais de Distribuição Reversos (CDR’s) 9
Vantagens da utilização da logística reversa 19
Fatores críticos que influenciam a eficiência do processo de logística reversa 20
Diferenças entre logística direta e logística reversa 22
Resumo Cap 01: 23
Exercícios Cap. 01: 25
LOGÍSTICA REVERSA E O MEIO AMBIENTE 31
Meio ambiente: uma preocupação crescente 32
Gestão de Resíduos Sólidos 36
A reciclagem e a Logística Reversa 43
Resumo Cap. 02: 43
Exercícios Cap. 02: 45
A LOGÍSTICA REVERSA E A SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL 49
A responsabilidade empresarial 50
Produção mais limpa (P+L) 52
Resumo Cap. 03: 55
Exercícios Cap. 03: 57
GERENCIAMENTO DO FLUXO REVERSO 60
PRM - Administração da Recuperação de Produtos 61
Custos em Logística Reversa 62
Resumo Cap. 04: 65
Exercícios Cap. 04 67
Referências 69
3LOGÍSTICA REVERSA
INTRODUÇÃO
As questões relativas à logística reversa têm chamado atenção à medida que um 
conjunto de fatores de ordem estratégica, competitiva, econômica e ecológica ganham 
relevância no contexto atual. Uma das mais importantes decisões estratégicas presentes 
nas empresas modernas, face ao crescente ambiente de competitividade e de sensibilidade 
ecológica da sociedade, é sem dúvida a procura de soluções que agreguem valor perceptível 
aos seus clientes e consumidores finais.
O meio ambiente deixou de ser um aspecto para atender as obrigações legais e passou 
a ser uma fonte adicional de eficiência. Muitas empresas procuram se tornar competitivas, 
nas questões de redução de custos, minimizando o impacto ambiental e agindo com res-
ponsabilidade. Também descobrem que controlar a geração e destinação de seus resíduos 
é uma forma a mais de economizar e que possibilita a conquista do reconhecimento pela 
sociedade e o meio ambiente, pois não se trata apenas da produção de produtos, mas a 
preocupação com a sua destinação final após o uso. 
Para ter sucesso então, uma organização deve oferecer um produto com maior valor 
perceptível pelo cliente, ou produzir com custos menores, ou, ainda, utilizar a combinação 
dessas duas estratégias.
Desta forma, a logística tem se posicionado como uma ferramenta para o geren-
ciamento empresarial pela sua contribuição na obtenção de vantagens econômicas, sem, 
contudo, desconsiderar os aspectos ambientais. 
Ao mesmo tempo em que a destinação final dos produtos traz um grande proble-
ma ao meio ambiente, traz oportunidades de reciclagem ou reuso que podem incentivar 
diversas outras operações capazes de trazer resultados positivos. 
A logística reversa está ligada ao mesmo tempo, a questões legais, ambientais e 
econômicas, o que a coloca em destaque e faz com que seja imprescindível o seu estudo.
4LOGÍSTICA REVERSA
LOGÍSTICA 
REVERSA 
Ao invés de fluxo único dos materiais, a ideia de 
ciclo é cada vez mais empregada. A oportunidade 
de reutilização deu origem a um novo fluxo de 
materiais, partindo do consumidor e chegando ao 
fornecedor.
5LOGÍSTICA REVERSA
Logística reversa – conceitos
Para você aluno, o que é Logística 
Reversa? Do que ela trata e como funciona 
na prática? No significado mais amplo são 
todas as operações relacionadas com a reu-
tilização de produtos e materiais, ou seja, 
refere-se a todas as atividades logísticas de 
coletar, desmontar e processar produtos e/
ou materiais usados a fim de assegurar uma 
recuperação sustentável (LEITE, 2003). 
Em se tratando de logística, diz respeito 
ao fluxo de materiais que voltam à empresa 
por algum motivo, que discutiremos mais 
a seguir. Dentre outras definições a seguir 
veremos a de alguns autores como Stock, 
Rogers, Dornier e Leite.
Stock (1992) define a logística re-
versa como:
“Logística reversa: em uma perspectiva 
de logística de negócios, o termo refe-
re-se ao papel da logística no retorno 
de produtos, redução na fonte, recicla-
gem, substituição de materiais, reuso 
de materiais, disposição de resíduos, 
reforma, reparação e remanufatura.”
Para Rogers & Tibben-Lembke 
(1992) a logística reversa é definida como:
“Processo de planejamento, implemen-
tação e controle da eficiência, do custo 
efetivo do f luxo de matérias-primas, 
estoques de processo, produtos acaba-
dos e as respectivas informações, desde 
o ponto de consumo até o ponto de 
origem, com o propósito de recapturar 
valor ou adequar o seu destino”.
A definição de logística apresentada 
pelos autores Dornier et al, (2000) abrange 
áreas de atuação novas incluindo o geren-
ciamento dos f luxos reversos:
“Logística é a gestão de f luxos entre 
funções de negócio. A definição atual 
de logística engloba maior amplitude 
de f luxos que no passado. Tradicio-
nalmente, as companhias incluíam a 
simples entrada de matérias-primas ou 
o f luxo de saída de produtos acabados 
em sua definição de logística. Hoje, no 
entanto, essa definição expandiu-se e 
inclui todas as formas de movimentos 
de produtos e informações”.
Na visão de Leite (2003) a logística 
reversa é a área da logística empresarial 
6LOGÍSTICA REVERSA
que visa equacionar os aspectos logísticos do retorno dos bens ao ciclo produtivo ou 
de negócios por intermédio da multiplicidade de canais de distribuição reversos de 
pós-venda e de pós–consumo, agregando-lhes valor econômico, ecológico e legal, 
como demonstrado na Figura a seguir.
De uma maneira prática, caros alunos, podemos resumir as atividades da lo-
gística reversa em cinco funções básicas:
1) Planejamento, implantação e controle do fluxo de materiais e do fluxo de informações do 
ponto de consumo ao ponto de origem;
2) Movimentação de produtos na cadeia produtiva, na direção do consumidor para o 
produtor;
3) Busca de uma melhor utilização de recursos, seja reduzindo o consumo de energia, seja 
diminuindo a quantidade de materiais empregada, seja reaproveitando, reutilizando ou 
reciclando resíduos;
4) Recuperação de valor
5) Segurança na destinação após utilização.
7LOGÍSTICA REVERSA
O objetivo principal da logística 
reversa é reduzir a poluição do meio am-
biente e os desperdícios de insumos, assim 
como a reutilização e reciclagem de pro-
dutos e garantir o retorno de produtos / 
materiais do usuário para o produtor. Ele 
inclui muitas atividades como a recolha, 
triagem, processamento, reembalagem, 
aterro, incineração, etc. Além disso, este 
conceito não é restrito a atividades de re-
cuperação e reciclagem de materiais, mas 
também inclui as atividades de devoluções 
de produtos devido a defeito ou não con-
formidade com os requisitos.
O reaproveitamento de materiais e 
a economia com embalagens retornáveis 
têm trazido ganhos que estimulam cada 
vez mais iniciativas e esforços para im-
plantação da logística reversa, visando à 
eficiente recuperação de produtos, segundo 
Rogers e Tibben- Lembke (1998).
No processo da logística reversa, os 
produtos passam por uma etapa de recicla-
gem e voltam à cadeia até ser finalmente 
descartado, percorrendo o “ciclo de vida 
do produto”, que envolve:
 ➼ A escolha de materiais a serem utili-
zados nos produtos e em suas emba-
lagens e que sejam ambientalmente 
adequados;
 ➼ Manufatura limpa que reduz o con-
sumo de materiais, energia, e pro-
dução de resíduos;
 ➼ Distribuição que busca economizar 
combustível e reduzir a emissão de 
poluentes;
 ➼ Controle das cadeias de retorno da 
pós-venda e pós-consumo que aten-
dam no mínimo as legislações apli-
cáveis, e participe na conscientização 
do consumidor em seu papel dentrodeste sistema sustentável. 
As atividades da logística reversa 
consistem basicamente em coleta de ma-
teriais usados, danificados ou rejeitados, 
produtos fora de validade, e a embalagem 
e transporte do ponto do consumidor final 
até o revendedor. 
Com o retorno do produto, a em-
presa dispõe de algumas opções de dispo-
sição. A primeira opção da companhia é a 
devolução do material para o fornecedor. 
Se o produto não tiver sido usado, ele será 
revendido para outro cliente, às vezes num 
sistema de atacado. Se o produto estiver 
com a qualidade duvidosa, é vendido para 
empresas que o comercializam em outros 
mercados, normalmente no exterior. Se 
o produto não puder ser vendido do jeito 
que retornou é realizado um recondicio-
namento, conserto ou remanufatura antes 
que colocá-lo à venda novamente.
Existem empresas que não possuem 
capacitação para recondicionar seus pro-
dutos. Nesses casos, essa função é delega-
da a firmas terceirizadas especializadas. 
Em seguida, os produtos são vendidos 
para mercados secundários com seus pre-
ços reduzidos. Se o produto não puder 
ser recondicionado, por razões diversas, 
como estrutura danificada do material, 
condições legais e restrições ambientais, 
a empresa tentará obter um mínimo preço 
pelo material. Antes da disposição final 
em aterros sanitários, todo material apro-
veitável será retirado do produto, inclu-
8LOGÍSTICA REVERSA
sive para fins de reciclagem. Materiais 
de embalagem e transporte também são 
reaproveitados. Os danificados serão re-
condicionados para uso.
Você sabia? 
Na Europa, já existe uma lei 
obrigando as empresas a darem 
fim ambientalmente correto aos 
materiais de embalagem dos 
respectivos produtos. Por esse 
motivo, diversos estudos são feitos 
para aproveitar ao máximo os pallets 
e materiais de manuseio. Quando 
não há mais chance de reuso, todo o 
material aproveitável – papelão, aço 
e madeira – é levado para reciclagem 
(MASON, 2002). 
Quando se trata de logística reversa é 
importante apresentarmos a vocês o conceito 
de ciclo de vida de um produto.
O processo de logística reversa e o 
conceito de ciclo de vida de um produto
Por trás do conceito de logística re-
versa está um conceito mais amplo que é o 
do “ciclo de vida”. A vida de um produto, 
do ponto de vista logístico, não termina 
com sua entrega ao cliente. Produtos se 
tornam obsoletos, danificados, ou não 
funcionam e devem retornar ao seu pon-
to de origem para serem adequadamente 
descartados, reparados ou reaproveitados.
O ciclo de vida representa as vá-
rias fases do mercado - ou seja, o desen-
volvimento, a introdução, crescimento, 
maturidade e declínio - por onde passa 
a grande maioria bens de consumo. Do 
ponto de vista da gestão de estoques, o 
ciclo de vida de um produto é um dos 
principais comportamentos da demanda, 
juntamente com a sazonal ou tendência; 
deve-se considerar a fim de manter o nível 
de serviço desejado.
A teoria econômica clássica diz que 
um produto depois de uma fase inicial de 
desenvolvimento, passa por 4 fases:
• Introdução: o produto só veio no 
mercado e ainda é pouco conhecido.
• Crescimento: mais e mais clien-
tes potenciais estão descobrindo o 
produto e se tornam clientes. Nes-
ta fase, os concorrentes entram no 
mercado e, finalmente, limitam o 
crescimento.
• Maturidade: ela é alcançada quan-
do o crescimento para e as vendas 
permanecem estáveis, quando um 
equilíbrio do mercado é encontrado 
entre o produto e os seus concor-
rentes.
• Declínio: ocorre quando muitos 
produtos competitivos entram no 
mercado e gradualmente declinam 
as vendas. A decadência pode ser 
acelerada se o produto for ativamen-
te removido do mercado.
9LOGÍSTICA REVERSA
A figura a seguir demostra o gráfico de Ciclo de Vida de um produto qualquer. 
Fonte: Kotler (2000)
Tibben-Lembke (2002) e De Britto (2002), ao comentarem sobre o ciclo de 
vida do produto e a logística reversa, relatam a importância de, ainda na fase de 
desenvolvimento, ser levado em consideração o modo como se dará o descarte ou o 
reaproveitamento de peças e partes ao final do ciclo.
Bowersox (1986) apresentou, por sua vez, a ideia de “Apoio ao Ciclo de Vida” 
como um dos objetivos operacionais da logística moderna, referindo-se ao prolonga-
mento da logística além do f luxo direto dos materiais e a necessidade de considerar 
os f luxos reversos de produtos em geral.
Do ponto de vista financeiro, além dos custos de compra de matéria-prima, 
de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui 
também outros custos que estão relaciona-
dos a todo o gerenciamento do seu f luxo 
reverso. Do ponto de vista ambiental, esta 
é uma forma de avaliar qual o impacto 
de um produto sobre o meio ambiente 
durante toda a sua vida. Esta abordagem 
sistêmica é fundamental para planejar a 
utilização dos recursos logísticos de forma 
a contemplar todas as etapas do ciclo de 
vida dos produtos.
Canais de Distribuição Reversos 
(CDR’s)
Alunos, vamos relembrar inicialmente 
o conceito de Canal de Distribuição? 
É o caminho escolhido por uma 
empresa para fazer seus produtos 
chegarem aos consumidores certos, 
no local e no momento exato. Ou 
seja, canal de distribuição é a área 
do marketing encarregada de colocar 
o produto adequado no momento e 
no local em que ele for necessitado 
pelos consumidores.
10LOGÍSTICA REVERSA
Os canais de distribuição reversos 
são formados pelas diferentes alterna-
tivas e formas de comercialização, que 
vão desde a captação dos bens de pós- 
consumo ou dos resíduos industriais até 
a sua reutilização, como um produto 
ainda em condições de uso ou através 
da reciclagem de seus materiais consti-
tuintes (BALLOU,1993). O esquema da 
Figura 3 resume o f luxo dos produtos 
e materiais, em uma visão ampliada 
de seus ciclos de vida, com o acrésci-
mo da cadeia produtiva reversa e suas 
principais etapas de comercialização. 
Introduz a ideia de destino seguro e 
não seguro dos pós- consumos, bem 
como explicita as consequências f inais 
dos descartes não seguros, na sua forma 
direta ou contaminante e na sua forma 
indireta provocada pelo acúmulo de 
pós – consumo. 
Fonte: Leite (2000)
Os canais de distribuição são divididos da seguinte maneira:
11LOGÍSTICA REVERSA
Canais de distribuição reversos de bens 
de pós-venda (CDR-PV)
Os canais de distribuição reversos 
de pós-venda, ou simplesmente logística 
reversa de pós-venda são caracterizados 
por devoluções de produtos que por algum 
motivo não satisfizeram a necessidade do 
cliente final. Tais produtos são de natu-
reza durável, semidurável ou descartável, 
comercializados por diversos canais de 
distribuição, e cuja devolução ocorre pela 
própria cadeia de distribuição direta ou 
pelo consumidor final (LEITE, 2009).
Ainda seguindo o pensamento de 
Leite (2009), o mesmo afirma que os bens 
de pós-venda, são caracterizados por apre-
sentarem pouco ou nenhum uso, e são 
devolvidos por razões como erros comer-
ciais, falha no processamento de pedidos, 
garantia dada pelo fabricante, avarias no 
transporte, defeitos ou falhas de funcio-
namento, entre outros. 
O objetivo da logística reversa de 
pós-venda é o de reinserir o produto na 
cadeia produtiva, de forma que sejam agre-
gados valores como ordem econômica, 
ambiental, social e principalmente imagem 
corporativa. 
Para Leite (2002) a logística reversa 
de pós-venda, é uma atividade que vem 
impactando na fidelização dos clientes, e 
essa assistência técnica de pós-venda além 
de fidelizar o cliente, alavanca a imagem 
e marca empresarial. Estes motivos foram 
agrupados nas categorias:
• Comerciais;
• Garantia/Qualidade; e 
• Substituição de Componentes. 
A categoria “Comerciais” engloba os 
retornos contratuais e não contratuais. Re-
tornos contratuais abrangem produtos em 
consignação com retornos programados, 
substituição para entrada de novos produ-
tos, e sazonalidade de produtos. Também 
há os retornos contratuais de embalagens, 
classificada em primárias secundáriase de 
unitização. Existem também os retornos 
não contratuais, que é quando há devolu-
ções por determinado erro do fornecedor 
em vendas diretas, como por exemplo, 
e-commerce, erros de expedição, ou tam-
bém por reclamações do consumidor final 
em relação à qual idade do produto, no 
qual devem ser substituídos. 
As devoluções são classificadas por 
“Garantia/Qualidade” quando os produtos 
apresentam defeitos de fabricação, falhas 
de funcionamento, avarias e embalagens 
defeituosas, etc. Tais produtos estão su-
jeitos a consertos ou reformas, de modo 
a retornarem ao mercado primário, ou 
mercados secundários, agregando valor 
comercial novamente. No quesito garan-
tia, destaca os produtos farmacêuticos em 
geral, no qual abrangem um alto número 
do f luxo reverso de produtos. 
E por fim, na categoria de substitui-
ção de componentes, Leite (2002) define: 
a classificação “Substituição de Compo-
nentes” decorre da substituição de com-
ponentes de bens duráveis e semiduráveis 
em manutenções e consertos ao longo de 
sua vida útil e que são remanufaturados, 
12LOGÍSTICA REVERSA
quando tecnicamente possível, e retornam 
ao mercado primário ou secundário, ou são 
enviados à reciclagem ou para um destino 
final, na impossibilidade de reaproveita-
mento.
Existem inúmeras formas e cami-
nhos diferentes possíveis na logística re-
versa dos bens de pós-venda, que deverão 
ser examinados e destinados a um canal 
reverso de melhor acréscimo de valor mo-
netário ou de outra natureza pretendido 
pelas organizações agentes desses f luxos.
A devolução por defeitos ou qua-
lidade requer decisões técnicas em um 
dos elos da cadeia de distribuição direta, 
assim será definido o destino dos bens, 
no qual poderão ser dirigidos ao mercado 
secundário, processos de remanufatura ou 
reforma, reciclagem de materiais consti-
tuintes, ou a um dos sistemas de disposição 
final apropriados. 
Dentre os destinos mais comuns de 
retorno, estão a venda no mercado primá-
rio, que, por motivos comerciais, em geral 
os produtos conservam integralmente suas 
características de novos, tanto produto 
como embalagem, sendo assim, podem 
alcançar os mesmos preços dos originais 
no mercado. 
Já a venda no mercado secundário 
tem como característica os produtos que 
não retornam pela cadeia de distribuição 
direta por motivos de revalorização eco-
nômica de mercadorias excedentes em fim 
de estação, ou em casos de mercadorias 
que passaram por reformas e retornaram 
ao mercado de reposição de peças ou se-
cundário.
No quesito doação, Leite (2009) cita 
que normalmente é o destino de produtos 
retornados quando existe interesse de fi-
xação da imagem por parte do fabricante e 
em geral é associada a produtos com certo 
grau de obsolescência. Trata-se de um caso 
muito comum no setor de computadores, 
que possuem vida média útil muito curta, 
mas apresentam interesse no mesmo país 
ou em outros países mais necessitados. 
O destino de desmanche tem como 
característica produtos sem condições de 
funcionamento, no qual existem valores 
em seus componentes. Empresas arre-
matam produtos nessas condições, e os 
componentes são enviados ao mercado 
secundário de peças, ou passam por um 
processo de remanufatura (LEITE, 2009). 
Após o processo de desmanche, ocorre o 
processo de “Remanufatura”, quando os 
componentes do desmanche apresentam 
defeitos e devem ser remanufaturados para 
serem encaminhados ao mercado secun-
dário. 
Há também o destino reciclagem 
industrial, no qual empresas especializadas 
reciclam parte da estrutura dos bens cons-
tituintes do produto. E o ultimo destino é 
a disposição final do produto, quando não 
há solução de agregar valor de qualquer 
natureza. Esses produtos “são destinados 
a aterros sanitários ou ao processo de in-
cineração, dependendo das peculiaridades 
de cada país ou região”.
O objetivo estratégico do retorno de 
bens de pós-venda é planejar a operação 
reversa, cuidar do retorno dos bens de pós-
-venda, e controlar o f luxo nesses canais 
13LOGÍSTICA REVERSA
reversos, visando agregar valor de alguma 
natureza (LEITE, 2009). Os objetivos 
mais notórios é o modo de recuperar valor 
econômico nos bens, busca da competi-
tividade por meio da diferenciação dos 
serviços, e objetivo legal de retorno de 
produtos de pós-venda.
• Objetivo econômico da logística 
reversa de pós-venda:
O objetivo econômico da logística 
reversa de pós-venda, é o ato de recaptu-
rar nos bens, valor financeiro de alguma 
maneira (LEITE, 2009). 
No Brasil, as empresas de diversos 
setores chegam a ter devolução de 5% a 
10% dos produtos que colocam no merca-
do, o que no caso específico da logística 
reversa de pós-venda, movimenta R$ 16 
bilhões/ano e há atividades, como mer-
cado editorial, em que até 50% de tudo 
que é colocado no mercado é de alguma 
forma, devolvido às companhias. O custo 
do pós-venda no Brasil equivale a cerca 
de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) 
nacional, indicam estimativas do setor 
(GUARNIERI, 2011).
O objetivo estratégico econômico 
na Logística reversa de Pós-Venda evi-
dencia-se, por exemplo, na comerciali-
zação de saldos ao final de estação ou de 
promoções de vendas no varejo que serão 
comercializados em mercados secundários 
de ponta de estoques. A redistribuição pro-
veniente de excesso de estoques em canais 
propicia excelentes resultados econômicos 
quando direcionados às regiões de melhor 
giro, tanto no mercado nacional como em 
mercados internacionais, aproveitando a 
diferença de estações climáticas entre he-
misférios.
• Objetivo da competitividade dos 
bens e prestações de serviços na 
logística reversa de pós-venda:
A logística reversa de pós-venda 
agrega valor para os clientes, reduzindo 
os estoques excedentes das lojas de varejo, 
estoques de produtos devolvidos, possibili-
tando que os varejistas mantenham maior 
espaço de loja para produtos de alto giro. 
A manutenção dos clientes depende 
muito da diferenciação na prestação de 
serviços antes, durante e após a venda. 
Para Leite (2009), serviços antes da venda 
permitem a compreensão de todas as fun-
cionalidades do produto. Serviços durante 
a venda, nada mais são que o atendimento 
durante a venda, e serviços de pós-venda, 
é caracterizado por atendimento ao con-
sumidor, tais como garantia do produto, 
assistência técnica de pós-venda.
• Objetivo legal de retorno de pro-
dutos de pós-venda:
Com o aumento da quantidade e 
diferenciação nos produtos, houve um au-
mento notório nas preocupações entre o 
relacionamento fornecedor e cliente. Com 
base, legislações vieram para proteção do 
consumidor final. 
As regulamentações para o pós-ven-
da de produtos, garantem as informações 
adequadas durante todo processo de com-
pra, referente a consertos e reparos de pro-
dutos e componentes, trocas e devoluções, 
prazo de validade de produtos, entre outros 
14LOGÍSTICA REVERSA
casos. Leite (2002) ainda define servi-
ços de pós-venda como “Regulamentação 
sobre as informações dos serviços, sobre 
prazos de reparos e consertos, sobre con-
teúdo da assistência técnica etc.”.
A Tabela a seguir mostra o per-
centual de retorno em alguns ramos de 
negócio.
Ramo de 
atividade
Porcentagem 
média de 
retorno
Editores de revistas 50%
Editores de livros 20 – 30%
Distribuidores de 
livros
10 – 20%
Distribuidores de 
eletrônicos
10 – 12%
Fabricantes de 
computadores
10 – 20%
Fabricantes de CD-
ROMs
18 – 25%
Impressoras 4 – 8%
Autopeças para a 
indústria automotiva
4 – 6%
Canais de distribuição reversos de bens 
de pós-consumo (CDR-PC)
Segundo Guarnieri (2005) a lo-
gística reversa de pós-consumo se ca-
racteriza pelo planejamento, controle e 
disposição f inal dos bens de pós-con-
sumo, que são aqueles bens que estão 
no f inal de sua vida útil, devido ao 
uso. Essa vida útil pode ser prolongada 
se outras pessoas virem neste mesmo 
bem, outras utilidades o mantendo em 
uso por um determinado tempo, após 
isso esse bem é destinado à coleta de 
lixo urbano, podendo ser reciclado ou 
simplesmentedepositado em aterros 
sanitários, causando sérios impactos 
ao meio ambiente.
Pela ótica de Leite (2003) esses 
bens ou materiais transformam-se em 
produtos denominados de pós-consumo 
e podem ser enviados a destinos f inais 
tradicionais, como a incineração ou os 
aterros sanitários, considerados meios 
seguros de estocagem e eliminação, ou 
retornar ao ciclo produtivo por meio 
de canais de desmanche, reciclagem ou 
reuso em uma extensão de sua vida útil. 
Essas alternativas de retorno ao ciclo 
produtivo, constituem-se na princi-
pal preocupação do estudo da logística 
reversa e dos canais de distribuição 
reversos de pós-consumo.
Em algum momento os bens pro-
duzidos serão de pós consumo, portan-
to é necessário que se viabilizem meios 
controlados para o descarte desses bens 
no meio ambiente. Esses produtos po-
dem ter uma disposição f inal segura 
ou insegura, dependendo de como for 
descartado.
A disposição f inal segura é o 
desembaraço dos bens usando-se um 
meio controlado que não danif ique, 
de alguma maneira, o meio ambiente 
e que não atinja, direta ou indireta-
mente, a sociedade. Já a disposição 
não segura é o desembaraço dos bens 
15LOGÍSTICA REVERSA
de maneira não controlada, tal como 
em locais impróprios (terrenos baldios, 
riachos, rios, mares, lixões, etc.), em 
quantidades indevidas.
• O sistema de reciclagem agre-
ga valor econômico, ecológico e 
logístico aos bens de pós-consu-
mo, criando condições para que o 
material seja reintegrado ao ciclo 
produtivo e substituindo as maté-
rias-primas novas, gerando uma 
economia reversa. Este canal tem 
obtido cada vez maior visibilida-
de, não só no setor empresarial, 
mas também com a população 
que vislumbrou uma oportuni-
dade para fazer renda. Esse pro-
cesso envolve a coleta e seleção 
do material, sua preparação para 
o reaproveitamento e o retorno 
deste ao processo produtivo sob 
forma de matéria-prima.
• O sistema de reuso agrega va-
lor de reutil ização ao bem de 
pós-consumo. Os produtos que 
ainda apresentam condições de 
utilização podem destinar-se ao 
mercado de segunda mão, sendo 
comercializados diversas vezes 
até atingir seu f im de vida útil.
• O sistema de incineração agrega 
valor econômico, pela transfor-
mação dos resíduos em energia 
elétrica.
• O canal de desmanche, é def i-
nido por Leite (2003) como um 
sistema de revalorização de um 
produto durável de pós-consumo 
que, após sua coleta, sofre um 
processo industrial de desmon-
tagem no qual seus componentes 
em condições de uso ou de rema-
nufatura são separados de partes 
ou materiais para os quais não 
existem condições de revaloriza-
ção, mas que ainda são passíveis 
de reciclagem industrial. 
16LOGÍSTICA REVERSA
Para detalhar o processo de retorno ao ciclo de ne-
gócio de um bem pós-consumo, a Figura 4 ilustra os di-
ferentes caminhos que um bem percorre logo após o seu 
descarte. O produto pós-consumo pode ser classif icado 
como em condições de uso, f im de vida útil, e resíduos 
industriais. 
Um produto considerado em condições de uso apre-
senta interesse de reutilização. Ele irá entrar no canal 
reverso do reuso e será negociado por um valor reduzido 
no mercado de segunda mão. Esse ciclo terminará quando 
o produto chegar no seu f im de vida útil. 
Produtos considerados em f im de vida útil terão a 
classif icação de duráveis e descartáveis. Os bens duráveis 
entrarão no canal reverso de desmontagem, através da eta-
pa desmanche. Se os componentes forem reaproveitáveis, 
entrarão no processo de remanufatura, e serão negociados 
no mercado secundário de componentes, ou retornarão 
para a própria indústria. Caso não exista possibilidade de 
remanufatura, serão enviados para a reciclagem industrial.
Fonte: Adaptado de Leite (2003)
17LOGÍSTICA REVERSA
Ciclos Reversos abertos e fechados
Uma parcela dos bens produzi-
dos será considerada em f im de vida 
útil em dado momento e terá parte 
de seus materiais constituintes re-
aproveitados, através de reciclagem 
industria l dos seus materiais cons-
tituintes, podendo ser reintegrados 
ao ciclo produtivo na fabricação de 
um produto similar ao que lhe deu 
origem ou a um produto distinto. Em 
função desta diferença distingue-se 
duas categorias de ciclos reversos de 
retorno ao ciclo produtivo: Canais de 
Distribuição reversos de ciclo aberto 
e fechado (LEITE, 2000)
Canais de Distribuição Rever-
sos de Ciclo Aberto: Estes CDR’s são 
constituídos pelas diversas etapas de 
retorno dos materiais constituintes dos 
produtos de pós – consumo, tais como 
os metais, plásticos, vidros, papéis, 
etc., que são extraídos de diferentes 
produtos visando a sua reintegração 
ao ciclo produtivo substituindo ma-
térias-primas novas na elaboração de 
produtos diferentes daqueles dos quais 
os materiais foram extraídos. 
Canais de Distribuição Reversos 
de Ciclo Fechado: Estes CDR’s são 
constituídos por diversas etapas de 
retorno de produtos de pós–consumo, 
tais como latas de alumínio, latas de 
aço, baterias de automóvel, etc., dos 
quais são extraídos seus materia is 
constituintes principais para serem 
reintegrados na fabricação de um pro-
duto similar ao de origem.
O f luxograma da Figura 5 apre-
senta com maior detalhe as etapas de 
um CDR, observando-se que os bens 
semiduráveis, com tempo de vida útil 
intermediária entre os bens duráveis e 
descartáveis, constituem CDR’s com 
características ora de um bem durável 
ora de um bem descartável. O esquema 
destaca as principais fontes primárias 
de pós–consumo: os diversos tipos de 
coletas, os resíduos industriais e o des-
manche de bens duráveis. Evidencia 
ainda as quatro etapas principais de 
retorno de uma parcela dos bens ao 
ciclo produtivo: Coleta do pós–con-
sumo; Processamento Intermediários; 
Reciclagem Industrial e Reintegração 
ao Ciclo Produtivo.
18LOGÍSTICA REVERSA
Fonte: Leite (1998). Revista Tecnológica (adaptado)
19LOGÍSTICA REVERSA
Vantagens da utilização da 
logística reversa
• Redução de custos:
Fleury et all (2003), elenca a redução 
de custos como importante justificativa 
para que as empresas tomem iniciativas 
relacionadas à logística reversa, uma vez 
que economias com a utilização de emba-
lagens retornáveis ou com o reaproveita-
mento de materiais para a produção têm 
trazido ganhos que estimulam cada vez 
mais novas iniciativas.
• Serviço diferenciado:
Outra vantagem, para Guarnieri 
(2005), é a diferenciação por serviço que 
a logística reversa proporciona, uma vez 
que atualmente, os varejistas acreditam 
que os clientes valorizam as empresas que 
possuem políticas mais liberais de retorno 
de produtos. Esta é uma vantagem per-
cebida onde os fornecedores ou varejistas 
assumem os riscos pela existência de pro-
dutos danificados. Isto envolve, é claro, 
uma estrutura para recebimento, classi-
ficação e expedição de produtos retorna-
dos. Esta é uma tendência que se reforça 
pela existência de legislação de defesa dos 
consumidores, garantindo-lhes o direito 
de devolução ou troca.
• Legislação ambiental:
Outra importante questão levantada 
por Fleury et all (2003) é de que existe 
uma clara tendência de que a legislação 
ambiental caminhe no sentido de tornar 
as empresas cada vez mais responsáveis 
por todo o ciclo de vida de seus produtos, 
significando que esta deverá ser legalmente 
responsável pelo destino de seu produto 
após a entrega aos clientes e pelo seu im-
pacto no meio ambiente.
• Consciência ecológica
Os consumidores esperam que as 
empresas reduzam os impactos negativos 
de sua atividade ao meio ambiente, o que 
tem gerado ações por parte de algumas 
empresas que visam comunicar ao público 
uma imagem institucional “ecologicamente 
correta”.
• Boa imagem corporativa:
Muitas empresas utilizam a logística 
reversa para melhorar sua imagem diante 
do público. Os estudos são utilizados para 
eventos de filantropia. Um exemplo disso 
foi o caso da empresa americana Hanna 
Abdersson, vendedora de roupas infantis. 
A proposta da campanha era a doação de 
roupas usadasda Hanna, com o benefício 
de redução em 20% na compra de roupas 
novas. Com enorme sucesso, em 1996, ela 
conseguiu retornar 133.000 peças de rou-
pas, que foram rapidamente distribuídas 
para entidades carentes. A Nike também 
encorajou seus clientes a doarem tênis usa-
dos nos locais onde foram comprados. Ao 
invés de oferecerem descontos, a empre-
sa triturou os tênis e utilizou o material 
reciclado na construção de quadras de 
basquete e pistas de corrida. Por meio de 
doações, a companhia mantinha as quadras 
em bom estado de conservação. Gerenciar 
esse tipo de logística reversa é custoso, 
20LOGÍSTICA REVERSA
porém aumenta o prestígio da empresa 
perante a sociedade. Por isso, esse tipo 
de estudo pode ser usado como excelente 
ferramenta de estratégica de marketing.
• Melhoria no f luxo entre os canais:
As competências da logística rever-
sa sempre ajudam no gerenciamento dos 
estoques dos clientes. Assim, quanto mais 
eficiente for o estoque, menor será o ca-
pital empregado, portanto mais produtos 
a firma poderá adquirir. Companhias de 
automóveis geralmente possuem políticas 
de retorno liberais. Elas possuem sistemas 
amplos de logística reversa, com vários ca-
nais de distribuição reversa. Dessa forma, 
é possível retornar peças para os fornece-
dores. Essas peças geralmente são rema-
nufaturadas e tem seus valores aumentados 
e reagregados ao ciclo de negócio. Além 
disso, a comunicação entre os atores dos 
diversos canais fica muito facilitada. Se 
determinados componentes não estão em 
alta no mercado eles poderão ser identi-
ficados, trocados, aumentando as vendas 
e agradando o consumidor.
Essas vantagens exemplificam uma 
forma de ganho de vantagem competitiva 
através das ações adotadas pelas empre-
sas frente aos seus concorrentes e a ga-
rantia sistemática de retorno de produtos 
que fidelizam os clientes, porém, deve 
ser adaptada à realidade de cada organi-
zação de modo que atenda aos objetivos 
estabelecidos, como também proporcionar 
maior credibilidade, atingindo de forma 
positiva o nicho de mercado desejado. A 
utilização de estratégias logísticas dentro 
do ambiente empresarial pode ser efetuada 
de diferentes maneiras, considerando o 
perfil e características da empresa em que 
se irá trabalhar.
Fatores críticos que influenciam a 
eficiência do processo de logística 
reversa
A eficiência do processo de logística 
reversa depende de como ele é planejado 
e controlado. Alguns dos fatores identi-
ficados como sendo críticos e que contri-
buem positivamente para o desempenho 
do sistema de logística reversa são:
• Bons controles de entrada:
No início do processo de logística 
reversa é preciso identificar corretamente 
o estado dos materiais que retornam para 
que estes possam seguir o f luxo reverso 
correto. Por exemplo, identificando produ-
tos que poderão ser revendidos, produtos 
que poderão ser recondicionados ou que 
terão que ser totalmente reciclados. 
Sistemas de logística reversa que 
não possuem bons controles de entrada 
dificultam todo o processo subsequen-
te, gerando retrabalho. Podem também 
ser fonte de atritos entre fornecedores e 
clientes pela falta de confiança sobre as 
causas dos retornos.
• Processos padronizados e mapeados:
Uma das maiores dificuldades na lo-
gística reversa é que ela é tratada como um 
processo esporádico, contingencial e não 
como um processo regular. Ter processos 
corretamente mapeados e procedimentos 
formalizados é condição fundamental para 
se obter controle e conseguir melhorias.
21LOGÍSTICA REVERSA
• Tempo de ciclo reduzidos:
Tempo de ciclo se refere ao tempo 
entre a identificação da necessidade de 
reciclagem, disposição ou retorno de pro-
dutos e seu efetivo processamento. Tempos 
de ciclos longos adicionam custos des-
necessários porque atrasam a geração de 
caixa (pela venda de sucata, por exemplo) 
e ocupam espaço, dentre outros aspectos.
Fatores que levam a altos tempos de 
ciclo são controles de entrada ineficientes, 
falta de estrutura (equipamentos, pessoas) 
dedicada ao f luxo reverso e falta de proce-
dimentos claros para tratar as "exceções" 
que são, na verdade, bastante frequentes.
• Sistemas de informação:
A capacidade de rastreamento de 
retornos, medição dos tempos de ciclo, 
medição do desempenho de fornecedo-
res (avarias nos produtos, por exemplo) 
permite obter informação crucial para 
negociação, melhoria de desempenho e 
identificação de abusos dos consumidores 
no retorno de produtos. Construir ou mes-
mo adquirir estes sistemas de informação 
é um grande desafio.
• Rede logística planejada:
Da mesma forma que no processo 
logístico direto, a implementação de pro-
cessos logísticos reversos requer a definição 
de uma infraestrutura logística adequada 
para lidar com os f luxos de entrada de 
materiais usados e f luxos de saída de ma-
teriais processados. 
• Relações colaborativas entre clientes 
e fornecedores:
No contexto dos f luxos reversos 
que existem entre varejistas e indústrias, 
onde ocorrem devoluções causadas por 
produtos danificados, surgem questões 
relacionadas ao nível de confiança entre 
as partes envolvidas. São comuns conflitos 
relacionados à interpretação de quem é a 
responsabilidade sobre os danos causados 
aos produtos.
22LOGÍSTICA REVERSA
Diferenças entre logística direta e 
logística reversa
Na visão de Christopher (1999) e 
Kalenatic et al. (2011), a logística direta 
baseia-se na trilogia: companhia, clientes 
e concorrentes, gerenciando recursos e 
proporcionando superioridade duradou-
ra para preferência dos consumidores. Já 
na logística reversa, Picinin et al. (2010) 
destaca “a capacidade de as organizações 
utilizarem com eficiência os recursos 
técnicos e humanos e prever e responder 
às mudanças ambientais são fatores im-
portantes na conquista e manutenção da 
vantagem competitiva, objetivando ganho 
de mercado”.
Ballou (2001) e Krikke (2006) apre-
sentam algumas diferenças entre logística 
direta e logística reversa. 
• Na logística direta os produtos são 
puxados, enquanto na logística re-
versa existe uma combinação entre 
puxar e empurrar os produtos na 
cadeia de suprimentos. 
• Os f luxos diretos da logística são 
basicamente divergentes, enquanto 
os f luxos reversos podem ser forte-
mente convergentes e divergentes 
ao mesmo tempo. 
• Os f luxos de retorno seguem um 
diagrama de processamento pré-
-def inido, no qual os produtos 
descartados são transformados em 
produtos secundários, componentes 
e materiais. No f luxo normal, esta 
transformação acontece em uma 
unidade de produção que serve como 
fornecedora de rede.
• Herrera et al. (2006); Stock (2008) 
afirmam que as atividades reversas 
da logística devem ser coordenadas 
com funções dentro da empresa tal 
como a produção, o marketing, os 
sistemas de informação e a própria 
logística direta. 
• No entendimento de Lacerda (2002) 
o processo logístico direto e rever-
so é bastante semelhante quanto ao 
ciclo, em que, no direto, os mate-
riais novos entram na cadeia de su-
primento, passam pelo processo de 
produção e distribuição. No reverso, 
são os materiais reaproveitados que 
entram na cadeia de suprimento e 
passam pelo processo de produção 
e distribuição. Na ótica do autor, 
o ciclo logístico direto e reverso é 
basicamente formado por: compras, 
transformação, marketing e ciclo 
reverso. 
O mesmo autor salienta que as ati-
vidades do processo logístico reverso con-
sistem em coletar, embalar e expedir. A 
partir disso, a empresa analisa o destino de 
cada material de acordo com as condições 
em que o mesmo se encontra, podendo, 
então, retornar ao fornecedor, revender, 
recondicionar, reciclar ou simplesmente 
descartar. 
Os diversos lançamentos de inova-
ções no mercado criam um alto nível de 
obsolescência dos produtos, reduzindo o 
ciclo de vida, com claras tendências de 
descarte. Porém, o descarte do produto 
deve ser a última opção a ser analisada, de 
23LOGÍSTICA REVERSA
modo que cada descarte inadequado im-
plica em um impacto ambientala ser con-
siderado. A logística reversa proporciona 
oportunidades competitivas que, na ótica 
de Leite (2009), essas bases de vantagens 
competitivas duradouras e sustentáveis 
residem em diferenças no comportamento 
estratégico de cada empresa.
Em resumo podemos dizer que a 
logística reversa complementa a logística 
tradicional, pois enquanto a última tem o 
papel de levar produtos dos fornecedores 
até os clientes intermediários ou finais, a 
logística reversa deve completar o ciclo, 
trazendo de volta os produtos já utilizados 
dos diferentes pontos de consumo a sua 
origem (LACERDA, 2002).
Resumo Cap 01:
A Logística Reversa é a área da 
logística empresarial que atua de forma a 
gerenciar e operacionalizar o retorno de 
bens e materiais, após sua venda e con-
sumo, às suas origens, agregando valor 
aos mesmos.
O ciclo de vida representa as vá-
rias fases do mercado - ou seja, o desen-
volvimento, a introdução, crescimento, 
maturidade e declínio - por onde passa 
a grande maioria bens de consumo.
• Canais de distribuição diretos: res-
ponsáveis pela comercialização e 
entrega de produtos ao consumidor 
ou cliente final. 
• Canais de distribuição reversos: 
constituem todas as etapas ou meios 
necessários para o retorno de uma 
parcela dos produtos comerciali-
zados.
24LOGÍSTICA REVERSA
Possíveis motivos de retorno: de-
feitos de fabricação, prazo de validade 
vencido, ciclo de vida útil encerrado, re-
aproveitamento de embalagens, outros 
motivos.
• Canais de distribuição reversos 
pós-venda: sem uso ou com pou-
co uso, que por diferentes motivos 
retornam aos diferentes elos da 
cadeia de suprimentos. Esses pro-
dutos retornam por vários motivos, 
sejam eles comerciais, por erro no 
momento da emissão do pedido, 
garantia, defeitos de fabricação, de 
funcionamento ou até por danos 
causados no transporte.
• Canais de distribuição reversos pós-
-consumo: referem-se àqueles que 
encerram sua vida útil e que po-
dem ser enviados a destinos finais 
tradicionais como a incineração ou 
aterros sanitários, ou retornar ao 
ciclo produtivo por meio de canais 
de desmanche, reciclagem e reuso 
em uma extensão de sua vida útil.
• Reciclagem: 
Processo de reciclagem envolve vá-
rias etapas:
* Coleta de material ou produto
* Seleção do item que será reapro-
veitado
* Preparação para reaproveitamento
* Processo industrial 
* Retorno ao processo produtivo (ma-
téria-prima). 
• Reuso:
Diz respeito à reutilização de pro-
dutos ou materiais classif icados como 
bens duráveis, cuja vida útil estende-se 
por vários anos. 
• Desmanche:
O processo de desmanche é típico 
de bens de pós-consumo duráveis, geral-
mente veículos e máquinas de diversos 
tipos. 
Vantagens da utilização da logística 
reversa:
Redução de custos, serviço diferen-
ciado, cumprimento de legislação ambien-
tal, consciência ecológica, boa imagem 
corporativa, melhoria no f luxo entre os 
canais.
Dentre os fatores críticos que in-
f luenciam a eficiência do processo de 
logística reversa estão: bom controle de 
entradas, padronização e mapeamento de 
processos, redução de tempos de ciclos, 
sistemas de informação eficazes, planeja-
mento da rede de logística e relações co-
laborativas entre clientes e fornecedores.
25LOGÍSTICA REVERSA
Exercícios Cap. 01:
1) Uma empresa está em processo de 
seleção de novos fornecedores. Além dos 
elementos tradicionais que influem na se-
leção de um fornecedor (HABILIDADE 
TÉCNICA, CONFIABILIDADE, LO-
CALIZAÇÃO, PREÇO, QUALIDADE 
ETC.), o gerente de logística determinou 
que os seus futuros fornecedores atendam 
aos Princípios da sustentabilidade ambien-
tal por meio da diminuição dos Impactos 
Ambientais causados pelas atividades da 
logística, como por exemplo, a redução da 
emissão de CO2 e do consumo de com-
bustíveis e o uso de biocombustível. Esses 
novos requisitos para seleção dos futuros 
fornecedores da empresa estão relaciona-
dos com o (a): 
a) Logística direta. 
b) Logística reversa. 
c) Cross-docking. 
d) Tempo de resuprimento. 
e) Logística urbana. 
2) Os bens industriais classifica-
dos como duráveis ou semiduráveis, após 
seu desembaraço pelo primeiro possuidor, 
tornam-se produtos de pós-consumo. Ba-
seado nessa informação podemos afirmar 
que dentre as opções abaixo a INCOR-
RETA é: 
a) Nos casos em que ainda apre-
sentam condições de utilização podem 
destinar-se ao mercado de segunda mão, 
sendo comercializados diversas vezes até 
atingir seu fim de vida útil. 
b) Após os bens atingirem seu efe-
tivo fim de vida útil, e nessa categoria 
de pós-consumo incluem-se os produtos 
descartáveis que apresentam vida útil de 
algumas semanas, o f luxo reverso desses 
bens por meio de dois grandes sistemas de 
canais reversos de revalorização: o canal 
reverso de 'desmanche' e o de reciclagem 
são os mais utilizados. 
c) O reuso e a reciclagem sempre 
é possível, independente das condições 
do produto descartado, seja de um canal 
reverso de pós consumo, seja de um canal 
de pós-venda. 
d) O reuso é a principal caracte-
rística oferecida pelos canais reversos de 
pós-venda. 
e) No caso dos veículos em geral, 
os canais reversos de 'reuso' são definidos 
como aqueles em que se têm a extensão do 
uso de um produto de pós-consumo, com 
a mesma função para a qual foi original-
mente concebido, ou seja, sem nenhum 
tipo de remanufatura.
3) É recente a preocupação dessas 
disciplinas (Marketing e Logística) com 
relação aos canais de distribuição reversos, 
ou seja, as etapas, as formas e os meios 
em que uma parcela desses produtos, com 
pouco uso após a venda, com ciclo de vida 
útil ampliado ou após extinta a sua vida 
útil, retorna ao ciclo produtivo ou de ne-
gócios, readquirindo valor em mercados 
secundários pelo reuso ou pela reciclagem 
de seus materiais constituintes 
26LOGÍSTICA REVERSA
A partir do texto acima, julgue as 
seguintes afirmações: 
A preocupação do Marketing e da 
Logística com relação aos canais de distri-
buição reversos se justifica pela oportuni-
dade dos ganhos econômicos envolvidos, 
PORQUE
com a logística reversa esses produ-
tos, com pouco uso após a venda, com ciclo 
de vida útil ampliado ou após extinta a sua 
vida útil, não retornam ao ciclo produtivo 
ou de negócios. 
a) Tanto a primeira como a segunda 
afirmação são falsas. 
b) A primeira afirmação é uma pro-
posição falsa e a segunda é uma proposição 
verdadeira. 
c) As duas afirmações são ver-
dadeiras e a segunda é uma justificativa 
correta da primeira. 
d) As duas afirmações são verdadei-
ras, mas a segunda não é uma justificativa 
correta da primeira. 
e) A primeira af irmação é uma 
proposição verdadeira e a segunda é uma 
proposição falsa.
4) Enquanto nos canais de distri-
buição reversos de pós-consumo, os bens 
sofreram utilização, nos canais reversos 
de pós-venda, os bens sofreram pouca ou 
nenhuma utilização. Podemos comple-
mentar esta afirmação sobre os canais re-
versos com a seguinte afirmação abaixo:
a) A logística reversa de pós-consu-
mo caracteriza-se pela expiração de prazo 
de validade, falhas na qualidade, entrega 
fora do prazo, danos durante o transporte, 
erros comerciais ou fiscais. 
b) Expiração de prazo de valida-
de, falhas na qualidade, entrega fora do 
prazo, danos durante o transporte, erros 
comerciais ou fiscais, não estão entre os 
problemas que dão origem à logística re-
versa de pós-venda. 
c) Expiração de prazo de valida-
de, falhas na qualidade, entrega fora do 
prazo, danos durante o transporte, erros 
comerciais ou fiscais, estão entre os pro-
blemas que dão origem à logística reversa 
de pós-consumo. 
d) A logística reversa de pós-consu-
mo caracteriza-se pela reutilização, pela 
revenda como subproduto ou produto de 
segunda linha e pela reciclagem de bens 
que são devolvidos pelos clientes, por pro-
blemas diversos. 
e) A logística reversa de pós-ven-
da caracteriza-se pela reutilização, pela 
revenda como subproduto ou produto de 
segunda linha e pela reciclagem de bens 
que são devolvidos pelosclientes, por pro-
blemas diversos.
5) A caracterização de logística re-
versa de pós-venda se dá quando há reu-
tilização, a revenda como sub-produto ou 
produto de segunda linha e a reciclagem de 
bens que são devolvidos pelos clientes, por 
algum problema como os citados abaixo: 
27LOGÍSTICA REVERSA
I - O produto sofreu uma avaria 
durante o transporte até o cliente. 
II - O produto não apresenta mais 
condição de uso por desgaste. 
III - O produto não foi vendido e 
seu prazo de validade venceu. 
IV - O produto apresentou problema 
de qualidade. 
 Está(ao) correta(s) APENAS a(s) 
afirmação(ões): 
a) I, II e IV 
b) I, II, III e IV 
c) II, III e IV 
d) I, II e III 
e) I, III e IV
6) Dentre as opções a seguir que 
abordam características de canais reversos 
de pós-venda, aponte a que está COR-
RETA: 
a) Televisores e baterias são bens de 
pós-venda. 
b) A incineração é sempre uma dis-
posição final ideal para os produtos de 
pós-vendas.
c) Os itens de pós-venda se carac-
terizam pela reutilização. 
d) Economicamente um canal rever-
so de pós-venda é tão importante como 
um canal direto de venda. 
e) A Reciclagem é um processo de 
bens de pós-venda.
7) A caracterização de logística re-
versa de pós-venda se dá quando há reu-
tilização, a revenda como sub-produto ou 
produto de segunda linha e a reciclagem 
de bens que são devolvidos pelos clientes, 
por um problema que pode ser: Marque a 
alternativa INCORRETA. 
a) Danos sofridos durante o trans-
porte. 
b) Expiração do prazo de validade; 
c) Entrega fora do prazo; 
d) Falha na qualidade do produto. 
e) Mau uso do produto; 
8) Dois aspectos são fundamentais 
para caracterizar a Logística Reversa de 
Pós-Venda: a reutilização e a reciclagem. 
Quanto a reciclagem, podemos afirmar 
que: 
a) É a produção de resíduos na ori-
gem é um dos pontos fundamentais de 
uma boa estratégia. 
b) É a prática que visa estabelecer 
somente uma relação mais harmônica entre 
consumidor e Meio Ambiente. 
c) É o reaproveitamento de materiais 
beneficiados como matéria-prima para um 
novo produto ou matéria. 
28LOGÍSTICA REVERSA
d) O consumo consciente é impor-
tante não é bom para o funcionamento 
das finanças domésticas 
e) É o reaproveitamento de um de-
terminado material já beneficiado em ou-
tro, com características diferentes. 
9) Aprendemos que os canais lo-
gísticos reversos podem ser de pós-venda 
ou de pós-consumo. Para estabelecer cla-
ramente a diferença entre eles, podemos 
afirmar que: 
a) Enquanto nos canais de distri-
buição reversos de pós-consumo, os bens 
não sofreram utilização, nos canais rever-
sos de pós-venda, os bens sofreram muita 
utilização. 
b) Enquanto nos canais de distri-
buição reversos de pós-consumo, os bens 
sofreram utilização, nos canais reversos 
de pós-venda, os bens sofreram intensa 
utilização. 
c) Enquanto nos canais de distribui-
ção reversos de pós-consumo os bens sofre-
ram maior utilização, nos canais reversos 
de pós-venda os bens sofreram pouca ou 
nenhuma utilização. 
d) Enquanto nos canais de distribui-
ção reversos de pós-venda, os bens sofre-
ram maior utilização, nos canais reversos 
de pós-consumo, os bens sofreram pouca 
ou nenhuma utilização. 
e) Enquanto nos canais de distribui-
ção reversos de pós-consumo, os bens não 
sofreram utilização, nos canais reversos 
de pós-venda, os bens sofreram pouca ou 
nenhuma utilização. 
10) Os impactos ambientais das ati-
vidades empresariais, como resíduos e lixo, 
podem ser administrados nas organizações 
com iniciativas de logística reversa. A LR 
não é apenas uma prática ambiental a fim 
de recolher resíduos para sua reutilização 
como novas matérias-primas. Inclui tam-
bém o tratamento e o acompanhamento 
final de rejeitos de maneira apropriada. 
LEITE, 2003 (adaptado). 
Considerando o texto acima, avalie 
as afirmativas a seguir e marque as que 
estão corretas: 
I) A logística de pós-venda é carac-
terizada pelo recolhimento dos resíduos 
dos produtos da empresa junto aos consu-
midores, tais como embalagens de plástico 
e caixas de papelão, e sua destinação. 
II) A logística de pós-consumo é ca-
racterizada pela gestão dos produtos após 
terem sido utilizados pelo consumidor, tais 
como lâmpadas e baterias. 
III) Os comportamentos não lucra-
tivos são provenientes da gestão dos f luxos 
reversos, que admitem a concepção de um 
novo f luxo de matérias-primas advindas 
das etapas de pós consumo e/ou pós-venda. 
a) III, apenas. 
b) I E II, apenas. 
c) I, apenas. 
d) II E III, apenas. 
29LOGÍSTICA REVERSA
e) I, II E III.
11) A redução do ciclo de vida dos 
produtos traz algumas consequências: 
Aponte a alternativa INCORRETA 
a) Tendência a que os produtos du-
ráveis se tornem semiduráveis e os semi-
duráveis se tornem descartáveis 
b) Aumento do volume dos produ-
tos de pós-consumo que exaure os meios 
tradicionais de disposição final (aterros 
sanitários, incineração e lixões ) 
c) Consequente aumento das quan-
tidades de produtos devolvidos nas cadeias 
reversas de pós-venda. 
d) Aumento na quantidade de itens a 
ser manipulada nos canais de distribuição 
diretos, exigindo giros de estoque cres-
centes.
e) Aumento na quantidade de itens 
a ser manipulada nos canais de distribui-
ção diretos, exigindo menores giros de 
estoque .
12) Os canais de distribuição rever-
sos cresceram com a consciência ecológica 
e a dimensão finita dos insumos necessá-
rios à produção de bens. Ganhou foco o 
desenvolvimento dos canais de distribuição 
reversos que podem ser divididos em duas 
categorias: os de pós-consumo e de pós-
-vendas. Sendo que o de pós-consumo são 
subdivididos em três subsistemas reversos 
assim identificados: 
a) Canais reversos de Bens Semi-
duráveis; Canais reversos de Materiais 
Secundários e de Materiais Terciários; 
b) Canais reversos de Reciclagem; 
Canais reversos de Sólidos e de Bens Du-
ráveis; 
c) Canais reversos de Resíduos; Ca-
nais reversos de Sólidos e de Líquidos; 
d) Canais reversos de Reuso; Canais 
reversos de Remanufatura e de Recicla-
gem; 
e) Canais reversos de Revalorizados; 
Canais reversos de Reaproveitáveis e de 
Cadeia Indireta;
13) NÃO é característica da Logís-
tica Reversa pós-consumo: 
a) Recolhimento para reciclagem de 
latinhas de cerveja; 
b) Recolhimento de produto em fim 
de vida útil; 
c) Recolhimento do produto defei-
tuoso; 
d) Fluxo de retorno dos produtos 
após consumo; 
e) Reaproveitamento de resíduo in-
dustrial; 
14) Analise as afirmativas e respon-
da à questão a seguir:
I. O cliente adquiriu um produto e 
não gostou por razões comerciais;
II. No ato da aquisição houve erros 
nos processamentos dos pedidos;
30LOGÍSTICA REVERSA
III. Houve algum defeito ou avaria 
no período de garantia dada pelo fabri-
cante;
IV. Após a aquisição de um produto 
e dentro do período de troca, aconteceram 
defeitos ou falhas de funcionamento no 
produto.
Nessas situações descritas, qual é a 
estratégia logística utilizada para resol-
vê-las?
a) Logística estratégica
b) Logística reversa de pós-vendas
c) Logística sustentável
d) Logística verde
e) Logística de distribuição
31LOGÍSTICA REVERSA
LOGÍSTICA 
REVERSA E O 
MEIO AMBIENTE 
É notório que a sociedade se preocupa cada vez 
mais com o equilíbrio ambiental. O aumento 
de produtos descartados e a falta de canais 
de distribuição reversos vêm gerando um 
desequilíbrio entre a quantidade de produtos 
descartados e reaproveitados. Antigamente, as 
empresas pensavam na logística reversa como um 
problema estritamente ambiental. Hoje, elas estão 
interessadas na logística reversa por planejar o 
retorno dos materiais aos fornecedores. Entretanto, 
num futuro próximo, as decisões sobre a logística 
reversa serão profundamente influenciadas pelos 
estudos de impactos no meio ambiente (Rogers & 
Tibben-Lembke, 1998). 
32LOGÍSTICA REVERSA
Meio ambiente: uma preocupação 
crescente
Caro aluno, provavelmente hoje você 
compre algum produto com uma maior 
sensibilidade com o meio ambientes de 
comoo fazia a 10 anos atrás, por exemplo. 
É cada vez mais comum o consumidor se 
preocupar com a origem daquilo que está 
consumindo e dar preferência àquilo que 
gerou menor impacto possível na natureza. 
Isso se deve a um nível maior de informa-
ção ou a uma intensidade e proximidade 
dos problemas advindos destas agressões. 
Podemos afirmar que entre as diferentes 
variáveis que afetam o ambiente dos negó-
cios, a preocupação ecológica da sociedade 
tem ganho um destaque significativo em 
face de sua relevância para a qualidade de 
vida das populações
A descoberta de um novo nicho de 
interesse e de oportunidades de marketing, 
a chamada primeira “onda do verde ”, que 
caracterizou os anos 70, criou em poucos 
anos um certo exagero no uso de argumen-
tos ambientais em publicidade, de veraci-
dade nem sempre comprovada, levando o 
consumidor a desconfianças justificadas, 
além de trazer à tona a teoria do “limite do 
crescimento”. A segunda “onda do verde”, 
que caracteriza os anos 90, abandona parte 
do romantismo até então e adota as ideias 
do desenvolvimento sustentável e outras 
concepções mais objetivas que permitem 
a convivência entre o desenvolvimento 
econômico e o meio ambiente. (Lozada e 
Mintu-Wimsatt, 1995).
De modo recente esta “visibilidade” 
ecológica é enfatizada pelas dificuldades 
das sociedades em equacionar o desem-
baraço dos bens produzidos, em larga es-
cala, com ciclos de vida cada vez mais 
curtos e com valores residuais que não 
apresentam interesse de conserto. Con-
forme Leite (1998): eletrodomésticos, 
automóveis, computadores, embalagens, 
telecomunicações, etc., têm seus custos 
reduzidos e uma obsolescência acelerada, 
gerando produtos de ciclo de vida cada 
vez mais curtos. 
As quantidades de bens descartadas 
pela sociedade têm aumentado fortemente 
nas grandes metrópoles e nas últimas déca-
das, esgotando as capacidades dos sistemas 
de disposição final tradicionais dos bens 
de pós–consumo, os aterros de diversas 
classificações e a incineração, obrigando a 
um novo equacionamento para estes ma-
teriais, aumentando os custos ecológicos 
a serem pagos pela sociedade. (Cornwell 
e Schwepker, 1995)
Podemos trazer os seguintes exem-
plos que evidenciam o crescente aumento 
de interesse por parte das empresas em 
logística reversa, como cita Pohlen et al. 
(1992).
• Custos dos aterros sanitários cres-
ceram consideravelmente nos úl-
timos anos e tendem a continuar 
crescendo;
• Muitos produtos já não podem ser 
aterrados devidos às legislações vi-
gentes. 
• Considerações econômicas e am-
bientais têm forçado as firmas a 
reutilizarem materiais de manuseio 
33LOGÍSTICA REVERSA
como pallets, embalagens e outros 
materiais. 
• Novas leis estão obrigando empresas 
a darem um fim ambientalmente 
correto aos produtos que chegarem 
no fim de vida útil, ou que são uti-
lizados durante o processo de pro-
dução e depois descartados. 
• A disposição de produtos descar-
tados está cada vez mais controla-
da pelas autoridades. O tradicional 
método de empilhar lixos em terre-
nos abertos já não ocorre da mesma 
forma. Legislações cada vez mais 
rigorosas impedem que determina-
dos resíduos sejam dispostos como 
antigamente.
A responsabilidade com as questões 
ambientais e sobretudo o acompanhamen-
to de todos os produtos que são colocados 
no mercado proporcionam um diferencial 
para competitividade, objetivando compo-
sições para vantagens mais sustentáveis do 
ponto de vista do comprometimento social, 
redução de custo e mercado. Na visão de 
Macedo e Bataglia (2012), a responsabili-
dade ambiental pode ser entendida como 
uma sistemática de atitudes empresarias 
voltadas para o desenvolvimento susten-
tável do planeta. Estas atitudes devem 
levar em conta o crescimento econômico 
ajustado à proteção do meio ambiente na 
atualidade e para as gerações futuras, ga-
rantindo a maior sustentabilidade.
Meio ambiente e os avanços na legislação
Como reação aos impactos dos pro-
dutos sobre o meio ambiente, a sociedade 
vem criando leis e novos conceitos sobre 
como progredir sem comprometer as ge-
rações futuras, minimizando os impactos 
ambientais.
Atualmente, as legislações contem-
plam diversos aspectos relativos à vida útil 
de um produto. O processo de fabricação, 
matérias-primas utilizadas e disposição 
final são avaliados e por meio de classi-
ficação, os produtos são habilitados para 
serem negociados no mercado secundário 
de matérias-primas e habilitados para se-
rem dispostos em aterros. Produtos con-
siderados amigáveis ao meio ambiente re-
cebem o “selo verde”. Nas grandes cidades 
produtos como móveis, eletrodomésticos, 
eletroeletrônicos, baterias de automóveis, 
pilhas e pneus já são proibidos de serem 
descartados em aterros sanitários.
O termo “responsabilidade estendi-
da do produto” – Extended Product Respon-
sability (ERP) – começa a ser empregado. 
É uma estratégia de mercado destinada a 
promover a integração dos custos ambien-
tais associados com os produtos ao longo 
da sua vida. Impõe responsabilidade ao 
longo de todo o ciclo de vida dos produtos 
e embalagens introduzidas no mercado. 
Isto significa que as empresas que fabri-
cam, importam e/ou vendem produtos e 
embalagens são obrigadas a estar fisica-
mente ou financeiramente responsáveis 
por esses produtos após a sua vida útil. As 
empresas devem dispor de recursos para 
geri-los através da reutilização, reciclagem 
ou na produção de energia, ou delegar 
esta responsabilidade a um terceiro. Desta 
forma, a ERP transfere a responsabilidade 
pelos resíduos do governo para a indústria 
34LOGÍSTICA REVERSA
privada, obrigando os produtores, impor-
tadores e/ou vendedores a internalizar os 
custos da gestão dos resíduos nos preços 
dos seus produtos. De acordo com Leite 
(2003), trata-se de uma nova ideia da te-
oria econômica, o princípio do “poluidor 
pagador”.
Legislações como essa já vigoram 
em diversas sociedades ocidentais, como o 
tratamento de ef luentes industriais como 
exigência para o funcionamento da em-
presa. Nos EUA, leis específicas incenti-
vam uso de material reciclado, oferecendo 
sistema de tributos mais brandos para os 
contribuintes que o fazem. Outras, porém, 
obrigam os produtores a equilibrarem a 
quantidade produzida com a quantidade 
reciclada.
No Japão, em 1997, passou a vigorar 
uma lei que determina aos fabricantes a 
criação de uma rede reversa de recicla-
gem de automóveis. Em meados de 1996, 
um acordo entre os governos da França, 
Alemanha, e Holanda, estabeleceu que a 
responsabilidade da reciclagem dos auto-
móveis passaria a ser dos fabricantes, não 
mais do governo.
A logística reversa já é obrigatória 
e deve ser implantada prioritariamente, a 
partir de 2013 até 2020, para os seguintes 
produtos:
• Eletroeletrônicos e seus compo-
nentes – integram esta categoria os 
equipamentos acionados por con-
trole eletrônico ou elétrico, o que 
abrange todos os dispositivos de 
informática, som, vídeo, telefonia, 
brinquedos, e os equipamentos da 
linha branca, como geladeiras, lava-
doras e fogões, além de outros ele-
trodomésticos como ferros de passar, 
secadores, ventiladores, exaustores, 
etc.
• Pilhas e baterias – desde os disposi-
tivos de muito pequeno porte, como 
as usadas em celulares e relógios, 
até as baterias de automóveis e ca-
minhões;
• Pneus – desde aqueles usados em 
bicicletas para crianças até os de tra-
35LOGÍSTICA REVERSA
tores (Resolução 416/2009 do Con-
selho Nacional do Meio Ambiente 
(Conama) estabelece condições obri-
gatórias de gestão do descarte para 
as peças acima de dois kg);
• Lâmpadas f luorescentes – vapor de 
sódio, de mercúrio e de luz mista;
• Óleos lubrificantes, seus resíduos e 
embalagens;
• Agrotóxicos, seus resíduos e emba-
lagens, assim como outros produtos 
cuja embalagem, após o uso, cons-
titua resíduo perigoso.
Os medicamentos e suas embala-
gens, ainda que não previstos expressa-
mente no texto da lei ou do seu regu-
lamento, enquadram-se na aplicação de 
logística reversa a produtose embalagens 
com potencial impacto à saúde pública e ao 
meio ambiente. Essa previsão demonstra 
a preocupação do legislador em dar amplo 
alcance ao instrumento, não restringindo a 
legislação a um rol exaustivo de produtos, 
mas tornando a lei mais ágil e adequada 
aos avanços tecnológicos constantes que 
podem gerar outros e novos produtos, não 
previstos, mas que possam gerar signifi-
cativos impactos sobre a saúde humana e/
ou ao meio ambiente.
A importância da logística reversa se 
dá diante da constatação de um aumento, 
entre 2002 e 2009, na geração de resíduos 
sólidos no Brasil superior ao crescimen-
to da população e do PIB (CAMPOS, 
2012). O mesmo autor, a partir de dados 
do IBGE do Ministério das Cidades, re-
vela que em 2002 o consumo per capita 
era de 0,75 kg/habitante/dia e passou a 
0,96 kg/habitante/dia em 2009. Da mesma 
forma que segundo o relatório anual da 
ABRELPE de 2013, mostra que a geração 
de resíduos sólidos urbanos no Brasil cres-
ceu 1,3% de 2011 para 2012, passando de 
61.936.368 t/ano em 2011 para 62.730.096 
t/ano em 2012.
Assim sendo, ao regulamentar o 
processo logístico reverso, no qual resí-
duos e embalagens retornam dos pontos 
de pós-consumo até sua origem, a legisla-
ção instrumentalizada, de maneira direta, 
36LOGÍSTICA REVERSA
dois princípios fundamentais do Direito 
Ambiental: princípio do poluidor-pagador 
e da prevenção. 
O princípio do poluidor-pagador 
consagra, no entendimento de Milaré 
(2000), a vocação redistributiva do Direito 
Ambiental e se inspira na teoria econômi-
ca de que os custos sociais externos que 
acompanham o processo produtivo [...] 
devem ser internalizados.
E com relação a prevenção, a im-
posição da logística reversa configura-se 
medida que procura evitar “o nascimento 
de atentados ao ambiente, de modo a re-
duzir ou eliminar as causas de ações sus-
cetíveis de alterar a sua qualidade”. Dessa 
forma, o princípio da prevenção, no caso 
em análise, se materializa visto tratar-se, 
por meio da logística reversa, de uma ação 
antecipada adotada para evitar a configu-
ração de um dano ao meio ambiente por 
meio da destinação inadequada daquele 
rol de resíduos/embalagens.
Gestão de Resíduos Sólidos
A palavra lixo não serve mais para 
definir o que é descartado diariamente 
pelas residências, empresas e órgãos pú-
blicos. Tudo o que no passado aprende-
mos a chamar de lixo deve ser chamado 
atualmente de “resíduo sólido”. Hoje, os 
especialistas asseguram que qualquer que 
seja o resíduo sempre haverá uma des-
tinação mais adequada para ele do que 
simplesmente descartar. Da reutilização à 
geração de energia, tudo tem valor e pode 
inclusive tornar-se fonte de renda e vetor 
de novos negócios. 
Tudo que provém da própria natu-
reza acaba necessariamente voltando a ela 
depois de atividades humanas, no entanto, 
os volumes de resíduos que as atividades 
humanas estão gerando superaram, em 
muito, a capacidade da natureza de se 
37LOGÍSTICA REVERSA
regenerar ou absorver seus impactos. As 
montanhas de resíduos acumulados em 
lixões produzem líquidos que contaminam 
o solo e a água, além de produzir gases 
tóxicos para as pessoas e para o meio am-
biente. Uma das maiores fontes de gases 
que provocam o efeito estufa é justamente 
a disposição inadequada dos resíduos, que 
amontoados sem nenhum cuidado emitem 
grandes quantidades de metano, um gás 
tóxico e altamente inf lamável. 
A preocupação com as questões am-
bientais, através de exigências feitas pela 
sociedade aos governantes locais, faz com 
que os processos logísticos empresariais 
sejam readaptados à nova realidade, pois os 
padrões insustentáveis de consumo e pro-
dução de produtos se tornaram os maiores 
causadores de desequilíbrio para o meio 
ambiente. O desafio está em fazer com 
que os resíduos gerados pela produção e 
consumo destes produtos, retornem aos 
seus ciclos produtivos (BARBIERI, 2004; 
DORNIER 2000).
A coleta seletiva é o mecanismo de 
funcionamento que garante o retorno do 
produto à cadeia de produção. No entanto, 
a falta de educação ambiental da popula-
ção; a oneração da indústria de reciclagem; 
a capacidade reduzida do parque recicla-
dor; e a falta de qualificação dos gesto-
res locais são os gargalos que impedem o 
funcionamento amplo da 
Os destinos dos resíduos sólidos 
urbanos, podem ser: 
• A destinação final ambientalmente 
adequada: destinação de resíduos 
que inclui a reutilização, a recicla-
gem, a compostagem, a recuperação 
e o aproveitamento energético ou 
outras destinações admitidas pelos 
órgãos competentes; 
• A disposição final ambientalmen-
te adequada: distribuição ordenada 
de rejeitos em aterros, observando 
normas operacionais específ icas 
de modo a evitar danos ou riscos 
à saúde pública e à segurança, e a 
minimizar os impactos ambientais 
adversos.
Os resíduos descartados diariamente 
por residências e empresas podem 
ter um destino muito mais nobre, 
servindo como matéria-prima 
para negócios e com destinações 
mais adequadas. Pode-se, por 
exemplo, produzir adubo e energia, 
recuperando o valor econômico 
desses resíduos. A prática da 
reciclagem gera emprego e renda, 
reduz a quantidade de recursos 
naturais que processamos para 
nossas atividades e também diminui 
a necessidade de ocupar (e poluir) 
espaços para depositar os materiais 
que cumpriram apenas uma vez sua 
função socioeconômica. E o que não 
se pode reciclar sempre tem outra 
destinação adequada, atendendo a 
um princípio que é básico no conceito 
de desenvolvimento sustentável: não 
transferir a solução do problema 
para as futuras gerações. 
38LOGÍSTICA REVERSA
A gestão dos resíduos sólidos envolve 
a mudança de hábitos que há muito tempo 
estão enraizados em nossa sociedade. Para 
facilitar esta tarefa, a educação ambiental 
criou o conceito dos 3Rs – Reduzir, Reu-
tilizar e Reciclar, mas que atualmente já 
se expandiu para 7 R’s:
• Repensar - Não tomar atitudes por 
impulso, ou seja, analisar a neces-
sidade da aquisição, tendo como 
princípio, o questionamento sobre 
o que é fundamental.
• Recusar - Ao concluir que deter-
minado consumo é desnecessário, 
a atitude mais sensata é recusar a 
oferta. 
• Reduzir - Este é o princípio do con-
sumo racional, sem excessos. Exige 
que não se adquira algo que não será 
utilizado ou consumido, seja nas 
residências ou nas empresas.
• Reparar - Verificar, antes de des-
tinar algo ao lixo, se tem conserto. 
A atitude pode sair mais barata e 
ainda contribui com a redução de 
resíduos.
• Reutilizar - Um mesmo objeto pode 
ter múltiplas funcionalidades, sem 
agredir o meio ambiente. Há em-
balagens que podem ser reutilizadas 
com outros fins e diversos outros 
objetos que podem ter usos criativos.
• Reciclar - Significa transformar 
objetos materiais usados em novos 
produtos para o consumo (metais, 
papéis e papelões, plásticos, vidros), 
mas depende da separação para a 
coleta seletiva. 
• Reintegrar - É uma ação relacio-
nada a alimentos e outros produtos 
orgânicos, que podem retornar à 
natureza. Um dos principais meios 
é a compostagem, para a produção 
de adubo.
Classificação dos Resíduos Sólidos
Os resíduos são classificados con-
forme sua origem e periculosidade.
Resíduos Sólidos Urbanos - São 
originários de estabelecimentos comerciais, 
domicílios e da limpeza urbana (varrição 
de logradouros e vias públicas e outros 
serviços públicos de limpeza). Podem ser 
divididos pela composição química em:
• Resíduos Orgânicos - Compostos 
por alimentos e outros materiais 
que se decompõem na natureza, 
tais como cascas e bagaços de fru-
tas, verduras, material de podas de 
jardins, entre outros;
• Resíduos Inorgânicos - Compostos 
por produtos manufaturados, tais 
como plásticos, cortiças, espumas, 
metais e tecidos;
• Resíduos Sólidos Industriais - São 
os gerados nos processos produti-
39LOGÍSTICA REVERSA
vos e instalações industriais. Podem 
ser descartados em estado sólido ou 
semissólido, como lodos e alguns 
líquidos contaminantes, que não po-
demser lançados na rede pública de 
esgotos ou corpos d’água;
• Resíduos Especiais - Os riscos 
que representam para o meio am-
biente e a saúde pública são outra 
forma de classificação de resíduos 
considerados especiais. Podem ser 
gerados em atividades industriais, 
hospitalares, agrícolas, entre outras, 
e exigem cuidados especiais no seu 
acondicionamento, transporte, tra-
tamento e destino final.
A Norma NBR-10 004, da Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), classifica esses resíduos con-
forme descrição a seguir.
• Classe I - Apresentam riscos de in-
f lamabilidade, corrosividade, reati-
vidade, toxicidade, patogenicidade, 
carcinogenicidade, entre outras ca-
racterísticas. Devem ser depositados 
em aterros especiais ou queimados 
em incineradores específicos para 
esse fim.
• Classe II - Não inertes: materiais 
ferrosos e não ferrosos com caracte-
rísticas do resíduo doméstico. 
• Classe II B - Inertes: não se decom-
põem ao serem dispostos no solo, 
como os da construção civil.
• Rejeitos - São resíduos que não 
podem ser reaproveitados ou reci-
clados, devido à falta de tecnologia 
ou viabilidade econômica para esse 
fim, como os absorventes femini-
nos, fraldas descartáveis e papéis 
higiênicos usados.
Política Nacional de Resíduos Sólidos
A Lei nº 12.305/10 que institui a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS) entrou em vigor no final de 2010 e 
seu grande objetivo é transformar a manei-
ra como a sociedade se relaciona com seus 
resíduos. O que antes era genericamente 
tratado como “lixo”, agora tem valor e 
deve servir como base para a construção 
de novas cadeias de valor e novos negó-
cios. Agora o cidadão é responsável não 
só pela disposição correta dos resíduos 
que gera, mas também é importante que 
repense e reveja o seu papel como consu-
midor; o setor privado, por sua vez, fica 
responsável pelo gerenciamento ambien-
talmente correto dos resíduos sólidos, pela 
sua reincorporação na cadeia produtiva e 
pelas inovações nos produtos que tragam 
benefícios socioambientais, sempre que 
possível.
A PNRS prevê a prevenção e a re-
dução na geração de resíduos, tendo como 
proposta a prática de hábitos de consumo 
sustentável e um conjunto de instrumentos 
40LOGÍSTICA REVERSA
para propiciar o aumento da reciclagem e 
da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo 
que tem valor econômico e pode ser reci-
clado ou reaproveitado) e a destinação am-
bientalmente adequada dos rejeitos (aquilo 
que não pode ser reciclado ou reutilizado).
Institui a responsabilidade com-
partilhada dos geradores de resíduos: dos 
fabricantes, importadores, distribuido-
res, comerciantes, o cidadão e titulares de 
serviços de manejo dos resíduos sólidos 
urbanos na Logística Reversa dos resíduos 
e embalagens pós-consumo.
Cria metas importantes que irão 
contribuir para a eliminação dos lixões e 
institui instrumentos de planejamento nos 
níveis nacional, estadual, microrregional, 
intermunicipal e metropolitano e muni-
cipal; além de impor que os particulares 
elaborem seus Planos de Gerenciamento 
de Resíduos Sólidos.
Também coloca o Brasil em pata-
mar de igualdade aos principais países 
desenvolvidos no que concerne ao marco 
legal e inova com a inclusão de catado-
ras e catadores de materiais recicláveis e 
reutilizáveis, tanto na Logística Reversa 
quando na Coleta Seletiva.
A PNRS estabelece prazo até 2020 
para que o Brasil tenha toda a estrutura ne-
cessária para dar uma destinação adequa-
da a qualquer resíduo sólido. Para chegar 
lá, no entanto, será preciso agir nas áreas 
política, econômica, ambiental, cultural 
e social, com metas e prazos definidos. 
Até 2014 todos os municípios brasileiros 
deveriam ter eliminado completamen-
te seus lixões e implantado aterros sani-
tários, porém a situação ainda está bem 
longe do ideal. Reconhece-se que muito 
ainda precisa ser feito para um adequado 
gerenciamento integrado de resíduos, o 
qual depende, dentre outros fatores, da 
vontade política dos municípios, do aporte 
de recursos humanos e financeiros, da 
construção de instalações e aplicação de 
técnicas inovadoras e, sobretudo, da par-
ticipação cidadã e solidária e do controle 
social (SILVA et al., 2010).
A nova política estabelece a respon-
41LOGÍSTICA REVERSA
b. reduzir a geração de resíduos sólidos, 
o desperdício de materiais, a polui-
ção e os danos ambientais;
c. incentivar a utilização de insumos 
de menor agressividade ao meio am-
biente e de maior sustentabilidade;
d. estimular o desenvolvimento de 
mercado, a produção e o consumo 
de produtos derivados de materiais 
reciclados e recicláveis.
Para alcançar esses objetivos, a res-
ponsabilidade pelo ciclo de vida dos pro-
dutos deve “ser implementada de forma 
individualizada e encadeada”, de forma 
compartilhada pelos seguintes agentes:
• Fabricantes;
• Importadores;
• Distribuidores e comerciantes;
• Consumidores;
• Titulares dos Serviços Públicos de 
Limpeza Urbana e de Manejo de 
Resíduos Sólidos.
Para dar conta deste desafio é preci-
so elaborar planos de gestão integrada para 
os resíduos sólidos urbanos, integrando-se 
os aspectos econômicos, sociais, ambien-
tais e contemplando-se todas as fases do 
fluxo que integram cada classe de resíduos, 
desde a sua geração, coleta, transporte e 
destinação final, levando-se em conta as 
alternativas de reutilização/reciclagem e 
beneficiamento dos diferentes tipos de 
resíduos, Trata-se, portanto, de um siste-
ma complexo, no qual interagem agentes 
públicos, privados e movimentos sociais 
(MONTEIRO, 2001; GONÇALVES, 
2006; SILVA et al., 2010).
As exigências da Política Nacional 
de Resíduos Sólidos trouxeram velocidade 
e mudança nos processos logísticos e de 
produção das empresas no Brasil. Elas 
estão buscando novas tecnologias de rea-
proveitamento de produtos e especialização 
em atividades ligadas à logística reversa 
(LEITE, 2011). 
sabilidade compartilhada entre o poder 
público, as empresas e os consumidores. 
Cada um tem de fazer sua parte. As pre-
feituras de todo o Brasil devem oferecer 
para suas cidades o manejo responsável 
dos resíduos, com o planejamento e cons-
trução de aterros sanitários, para onde 
devem seguir apenas resíduos orgânicos, as 
empresas precisam trabalhar seus proces-
sos de forma a oferecer produtos que não 
contenham mateiriais desnecessários, que 
se tornarão resíduos nas casas e escritórios 
de seus clientes; e os consumidores devem 
separar todos os resíduos que podem ter 
alguma utilidade e não misturar resíduos 
orgânicos com resíduos recicláveis.
Entre os princípios gerais que fun-
damentam a Lei da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos está o da Responsabili-
dade Compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos, que deve atender, entre outros, 
principalmente aos seguintes objetivos:
a. promover o aproveitamento de resí-
duos sólidos, direcionando-os para a 
sua cadeia produtiva ou para outras 
cadeias produtivas;
42LOGÍSTICA REVERSA
O Instituto de Logística e Supply Chain entrevistou 101 empresas brasileiras, no universo de 12 setores industriais, 
sobre a prática do gerenciamento de resíduos sólidos, citada pela PNRS. O porte das empresas entrevistadas não 
foi informado na pesquisa (ILOS, 2013). 
Quanto ao gerenciamento de resíduos sólidos: 
• 98% destinam corretamente seus resíduos. 
• 69% gerenciam a logística reversa de pós-venda. 
• 61% realizam alguma atividade para o gerenciamento de resíduos de pós-consumo. Os fatores motivacionais são: 
aumento de prestígio perante a sociedade; aumento nas vendas; redução de custo e atendimento às exigências 
legais ambientais. 
• 41% retorna seus resíduos para o material promocional. 
Observações: 
• Somente 37% das entrevistadas possuem uma área específica dedicada à logística reversa. 
• A maioria das empresas não utiliza os serviços de cooperativas de catadores para atuar em suas operações de 
logística reversa. 
• 60% informaram que umas das maiores dificuldades encontradas para a implantação da logística reversa é o 
alto custo operacional.