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Canais de distribuição reversos

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/
DESCRIÇÃO
Utilização de canais de distribuição reversos para o processo da logística reversa de bens e
materiais por meio dos canais pós-venda e pós-consumo.
PROPÓSITO
Apresentar o processo de distribuição reverso e suas particularidades com base na logística
reversa de bens e sua atuação por meio dos canais de pós-venda e pós-consumo no atual
contexto econômico, tecnológico, ambiental, legal e de competitividade no ambiente das
organizações.
PREPARAÇÃO
/
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos um dicionário de logística online para
entender termos específicos da área. Você pode acessá-lo na seção de logística no site do Grupo
Imam.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever conceitos, instrumentos, mecanismos da logística reversa, aplicabilidade, tipos de
revalorização, processos de recuperação e destinação dos produtos
MÓDULO 2
Reconhecer a cadeia de suprimentos de ciclo fechado, suas fases, principais aspectos, canais de
distribuição reversos de pós-consumo e pós-venda
INTRODUÇÃO
Neste tema, estudaremos em que circunstâncias se apresenta a Logística Reversa (LR)
relacionada a bens, materiais e produtos. Apresentaremos as principais definições e conceitos que
servirão de base para toda a nossa discussão e entendimento dos tópicos. Vamos aprender sobre
os canais de distribuição reversos. A partir da consolidação e do crescimento dos mercados
globais, o aumento da competitividade e as influências de tecnologia, inovações e níveis de
obsolescência, somente para citar alguns fatores, estão causando significativos impactos nas
rotinas operacionais e até no direcionamento estratégico das organizações.
/
Originalmente, a entrega tradicional de produtos aos clientes e consumidores finais ocorre por
meio dos CDD (Canais de Distribuição Diretos). Porém, sob determinadas circunstâncias, esses
produtos precisam retornar a sua origem. Nesse contexto, a logística reversa é a base onde se
apoiam os Canais de Distribuição Reversos (CDR). Detalharemos ainda as particularidades
relacionadas aos canais de pós-venda e pós-consumo no atual contexto econômico, tecnológico,
ambiental, legal e de competitividade em que vivemos. Será importante identificar em que ponto
um produto deixa de ser um item útil a sua funcionalidade e passa a ser classificado como um
resíduo que também necessita de processo logístico reverso, o que pode ser feito de forma
economicamente viável e ambientalmente responsável.
MÓDULO 1
 Descrever conceitos, instrumentos, mecanismos da logística reversa, aplicabilidade,
tipos de revalorização, processos de recuperação e destinação dos produtos
LOGÍSTICA REVERSA
CONCEITOS
Partiremos inicialmente do conceito da logística tradicional, que é definida como sendo a arte de
administrar o fluxo de materiais, serviços e informações desde a fábrica inicial até o cliente final,
no menor tempo e com o custo mais baixo.
/
 
Fonte: Production Perig/Shutterstock
Agora, passaremos a avaliar esse cenário com o nosso olhar voltado para o fluxo reverso.
Vejamos a definição de logística reversa segundo alguns autores:
A LOGÍSTICA REVERSA PODE SER DEFINIDA COMO A
ÁREA DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL RESPONSÁVEL
PELO PLANEJAMENTO, OPERAÇÃO E CONTROLE DOS
FLUXOS REVERSOS DE MATÉRIAS-PRIMAS, ESTOQUES
DE PROCESSO, PRODUTOS ACABADOS E AS
RESPECTIVAS INFORMAÇÕES, DESDE O PONTO DE
CONSUMO ATÉ O PONTO DE ORIGEM, COM O
PROPÓSITO DE RECAPTURAR VALOR OU ADEQUAR
SEU DESTINO, PODENDO GERAR DIVERSOS
BENEFÍCIOS QUE ORIGINAM GANHOS DE
COMPETITIVIDADE E SE REFLETEM NAS ESFERAS
ECONÔMICA, SOCIAL E AMBIENTAL.
/
Rogers e Tibben-Lembke, 1999.
A LOGÍSTICA REVERSA TRATA DOS FLUXOS DE
MATERIAIS QUE SE INICIAM NOS PONTOS DE
CONSUMO DOS PRODUTOS E SE ENCERRAM NOS
PONTOS DE ORIGEM, VISANDO RECUPERAR VALOR OU
TRATAR DA DISPOSIÇÃO FINAL ADEQUADA
AMBIENTALMENTE E LEGALMENTE.
Novaes, 2007.
MARCO IMPORTANTE - P.N.R.S. (POLÍTICA
NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS)
Sob o olhar ambiental, a P.N.R.S. legitimada pela Lei Federal N.º 12.305, de 2 de agosto de 2010,
define logística reversa como:
INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
SOCIAL CARACTERIZADO POR UM CONJUNTO DE
AÇÕES, PROCEDIMENTOS E MEIOS DESTINADOS A
/
VIABILIZAR A COLETA E A RESTITUIÇÃO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS AO SETOR EMPRESARIAL, PARA
REAPROVEITAMENTO, EM SEU CICLO OU EM OUTROS
CICLOS PRODU-TIVOS, OU OUTRA DESTINAÇÃO FINAL
AMBIENTALMENTE ADEQUADA.
BRASIL, 2010.
Entendendo que o desenvolvimento econômico e social, citado na definição da P.N.R.S., por meio
da logística reversa, pode ser estimulado a partir de qualquer tipo de resíduo, partes de produtos e
produtos inteiros.
A etapa da coleta tem papel preponderante nesse sentido, pois é a partir dela que se inicia o
processo de logística reversa.
Dessa forma, os pontos destinados a coleta e/ou as formas de coleta devem ser planejados pela
organização responsável para facilitar o descarte por parte do consumidor final. Se esse elo da
coleta não for bem definido, o processo não se inicia de forma satisfatória.
Essa informação sobre a relevância da etapa de coleta pode ser confirmada quando tratamos da
reciclagem de latas de alumínio muito usadas para cerveja e refrigerante, que é, sem dúvida, um
dos exemplos mais exitosos de logística reversa.
Um estudo de 2018 realizado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio
(ABRALATAS), com dados de 1991 a 2016, nos mostra que existiam 29 Centros de Coleta e cinco
Plantas de Reciclagem no Brasil (II Seminário ABAMPA, 2019).
/
 
Fonte: Andreas Jensvold/Shutterstock
ORIGEM
Agora, vamos conhecer o histórico do termo Logística reversa e sua abordagem:
1970-1980
1990
1970-1980
Surgiram os primeiros registros na literatura e estudos relacionados ao termo Logística Reversa
(LR). Nessa época, o seu principal foco era o do retorno de produtos e bens para serem
processados em reciclagem dos materiais.
/
1990
Já na década de 1990, surgiram novas abordagens impulsionadas pelo aumento da preocupação
com questões de preservação ambiental. Clientes intermediários da cadeia de suprimentos e
consumidores demandam, cada vez com mais frequência, por um nível de serviço mais elevado
das organizações, fazendo com que estas passem a investir em logística reversa como forma de
se diferenciar perante os concorrentes e de incrementar a fidelização de seus clientes.
LOGÍSTICA DIRETA E LOGÍSTICA REVERSA
A figura 1, a seguir, mostra os fluxos da logística direta, também chamada de tradicional, e da
logística reversa:
 
Fonte: Adaptado de Ilos, 2011
Ao compararmos logística direta e reversa, podemos associar ao conceito de entropia, como a
medida da desordem ou o grau de “espalhamento” entre os dois sistemas.
 COMENTÁRIO
/
No sentido da logística direta na fase de extração das matérias-primas, os elementos materiais
encontram-se agrupados e, à medida que são transformados em produtos, vendidos e
consumidos, começam a se dissipar e se espalhar geograficamente.
Em complemento, podemos dizer que no sentido direto da logística os processos atuam como
sistemas abertos, pois estão integrados à logística interna da organização e com o ambiente
externo por meio da sua cadeia de suprimentos. Dessa forma, o sistema evolui de uma entropia
menor para uma maior. Já o fluxo reverso da logística também é um sistema aberto, mas, nesse
caso, é necessário reduzir a entropia por meio do reordenamento e concentração do que havia
sido dissipado ou “espalhado” pelo processo anterior, ou seja, entropia negativa.
A seguir, apresentamos os pontos importantes para uma logística reversa eficaz:

 
Fonte: Igor Shikov/Shutterstock
Mapeamento e padronização dos processos de logística reversa garantindo que ele não seja
considerado como um processo contingencial;
/
Implementação e manutenção de controles adequados de entrada, minimizando retrabalho ao
longo do fluxo reverso;
 
Fonte: Piter Kidanchuk /Shutterstock


/
 
Fonte: KASUE/Shutterstock
Diminuição do tempo do ciclo reverso (esse tempo é medidodesde a identificação da necessidade
de reciclagem, descarte ou do retorno de produtos e seu efetivo processamento ou
beneficiamento);
Garantia das condições de infraestrutura adequada;
/
 
Fonte: Best_Vector_Icon/Shutterstock


/
 
Fonte: Uswa KDT/Shutterstock
Utilização de tecnologia garantindo sistemas de informação precisos que permitam o rastre-
amento de retornos, medição e monitoramento dos tempos de ciclo;
Relações colaborativas e transparentes com clientes;
 
Fonte: nexusby/Shutterstock
/

OPORTUNIDADES E RISCOS ASSOCIADOS À
LOGÍSTICA REVERSA
Vamos conhecer os riscos e oportunidade inerentes à logística reversa:
Oportunidades
A logística reversa potencializa algumas oportunidades distintas, como por exemplo:
Criação de novas empresas em função da cadeia que se forma;
Contribuição para alcançar vantagem competitiva;
Alinhamento às questões ambientais;
Potencialização da redução de custos;
/
Diferenciação da imagem corporativa;
Elevação do nível de serviço ao cliente.
Riscos
Em contrapartida, alguns riscos também podem ser percebidos, entre eles:
Riscos ambientais;
Riscos de saúde e segurança ocupacional;
Riscos de perda de participação no mercado;
Riscos relacionados a imagem reputacional corporativa.
Gerenciar e controlar os riscos de forma adequada, incrementando as oportunidades, faz com que
as organizações melhorem o desempenho e se diferenciem de sua concorrência, além de outros
benefícios.
/
LOGÍSTICA REVERSA ASSOCIADA AO
DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO
A associação da logística reversa ao desempenho das organizações pode ocorrer de algumas
formas. Segundo Rogers e Tibben-Lembke (1999), podem ser atribuídos direcionadores es-
tratégicos que justificam a implementação de programas de logística reversa contemplando fatores
econômicos, legislações, cidadania corporativa e aspectos ambientais. Leite (2006), por sua vez,
identifica cinco direcionadores e, a partir destes, estabelece cinco programas de logística reversa
que podem ser adotados pelas empresas. São eles: Programas Econômicos (PE); de Imagem
(PI); Cidadania (PC); Serviço ao Cliente (PS); e Legais (PL).
Detalhando indicadores que poderiam sair dessa metodologia já customizados para o contex-to da
logística reversa, temos:
PROGRAMAS ECONÔMICOS
Custos decorrentes de devoluções; valor gasto em ações sociais e ambientais; valor gasto por
treinamento de funcionários; custos na operação do canal reverso (coleta, seleção, transpor-te,
armazenagem); custos no desenvolvimento de novas tecnologias.
PROGRAMAS DE IMAGEM
Valor gasto com propaganda como empresa responsável quanto aos seus produtos e proces-sos;
custos no desenvolvimento de novas tecnologias para aproveitar os materiais reciclados; valor
gasto no transporte e destinação de resíduos.
PROGRAMAS DE CIDADANIA
Valor gasto em projetos sociais; valor gasto em projetos educacionais; criação de emprego para
operar canal reverso.
PROGRAMAS DE SERVIÇO AO CLIENTE
Valor gasto em parcerias com stakeholders (partes interessadas); políticas de retorno liberais;
valor gasto para fidelização de clientes.
PROGRAMAS LEGAIS
/
Responsabilização das empresas pela destinação correta de seus produtos no fim da vida útil;
estabelecimento de níveis mínimos de recuperação a serem cumpridos pelas empresas.
Esses são apenas alguns exemplos de programas e indicadores. As organizações podem
escolher outros da maneira que melhor se adaptem a suas realidades. A ideia principal é a de
realizar o agrupamento desses indicadores genéricos para permitir a utilização de medidas de
desempenho diferentes. Os indicadores propostos permitem combinar medidas financeiras e não
financeiras, mostrando a importância de gerir a sustentabilidade em qualquer parte do negócio.
Um modelo de gestão bastante consagrado para gerenciar indicadores de desempenho é o
Balanced Scorecard (BSC), uma ferramenta útil e eficaz para determinar os indicadores de
desempenho da logística reversa. Como o BSC está pautado em perspectivas, é interessante
associar as medidas de desempenho às perspectivas financeira, de clientes, de processos
internos, do aprendizado e do crescimento. Vale ressaltar que, dentre as vantagens do BSC,
destaca-se a flexibilidade que essa ferramenta possui para selecionar os atributos que devem ser
gerenciados, o que a torna capaz de enxergar e gerir o processo na abrangência requerida pela
sustentabilidade empresarial, especialmente quando falamos sobre logística reversa.
 
Fonte: Vitalii Vodolazskyi/Shutterstock
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/
BALANCED SCORECARD (BSC)
Metodologia de medição e gestão de desempenho desenvolvida em 1992 pelos professores
Robert Kaplan e David Norton, da Harvard Business School. O BSC decompõe a estratégia
de maneira lógica, baseando-se em relações de causa e efeito, vetores de desempenho e
relação com fatores financeiros. É decomposto em objetivos, indicadores, metas e iniciativas,
nas quatro dimensões de negócio: Financeira; Clientes; Processos internos; Aprendizado e
crescimento.
Fonte: Wikipedia.
Link para consulta: (https://en.wikipedia.org/wiki/Balanced_scorecard. Acessado em
08/10/2020)
Em se tratando de tecnologia, algumas empresas têm utilizado a Pesquisa Operacional aplicada
à logística reversa por meio de desenvolvimento de modelos matemáticos para aperfeiçoamento
das atividades logísticas, envolvendo transporte, localização, minimização de custos e redução de
impactos ambientais, visando a maximização dos lucros.
Dessa forma, é possível monitorar o desempenho de forma ampla, trazendo resultados positivos
para a organização, principalmente quando somados aos resultados obtidos pela PO (Pesquisa
Operacional).
PESQUISA OPERACIONAL
A investigação operacional (IO), ou pesquisa operacional (PO), é um ramo
interdisciplinar da matemática aplicada que faz uso de modelos matemáticos, estatísticos e
de algoritmos na ajuda à tomada de decisão. É usada, sobretudo, para analisar sistemas
https://en.wikipedia.org/wiki/Balanced_scorecard
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/
complexos do mundo real, tipicamente com o objetivo de melhorar ou otimizar a
performance.
Fonte: Wikipedia
Link para consulta: (https://pt.wikipedia.org/wiki/Investiga%C3%A7%C3%A3o_operacional.
Acessado em 08/10/2020)
JUSTIFICATIVAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA
LOGÍSTICA REVERSA
Uma das justificativas para a adoção e implementação da logística reversa baseia-se na
observação de que a manufatura de bens, materiais e mercadorias e prestação de serviços do
sistema produtivo, voltada para atender às demandas da sociedade, está sendo limitada pelo
sistema natural, onde há o convívio compartilhado entre o sistema produtivo e a sociedade. Nessa
linha, e amparado pelo conceito de sustentabilidade, o sistema natural é considerado amplo e
envolvente, e ao considerarmos predominantemente as questões econômicas no conceito de
desenvolvimento, teremos impactos ambientais e sociais com capacidade de levar ao colapso os
próprios sistemas econômicos.
 SAIBA MAIS
Para reforçar, são esperados bilhões de novos consumidores com acesso a produtos no mundo.
Segundo estimativas da ONU, a população mundial vai crescer dos atuais 6,7 bilhões para 9,2
bilhões no ano de 2050. Em complemento, tem se observado a significativa entrada de milhões de
habitantes atuais no mundo do consumo, com previsão de aumento expressivo nos próximos
anos.
Por meio da devolução dos produtos de forma total ou fracionada, e de seus reaproveitamentos,
alcançamos a revalorização econômica da logística na medida em que os produtos completos ou
particionados passam a ter novamente valor financeiro. Aquele produto, ou parte dele, que geraria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Investiga%C3%A7%C3%A3o_operacional
/
gasto para as empresas em seu descarte, pode gerar receita contribuindo com a redução final do
preço ao consumidor. Em se tratando de bens, a lógica é a mesma, só que, neste caso,
chamamos de recuperação dos ativos da empresa. A logística reversa contribui pormeio da
comercialização de bens novos ou seminovos, gerando mais receita para a empresa.
Como exemplos dessas contribuições, podemos citar:
 
Fonte: tonastenka/Shutterstock
Uma roupa que não serviu e nem foi usada, estando no prazo legal de devolução.
 
Fonte: bibiphoto/Shutterstock
Automóveis e as motos usadas e seminovas podem ser vendidos no mercado chamado de
secundário.
/
 
Fonte: /Shutterstock
Outros produtos, chamados de salvados por possuírem pequenos defeitos ou imperfeições,
podem ser comercializados com menores preços ao consumidor.
EXEMPLO ‒ ESTUDO DE CASO 1
INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS ‒ EMBALAGENS (POTES E
FRASCOS) DE VIDRO
Uma organização do setor de cosméticos que atua em um mercado de concorrência acirrada e
sujeita a externalidades críticas ao seu negócio implementa a logística reversa em sua unidade.
Essa ação visa melhorar a sua competitividade por meio de revalorização econômica. Para
alcançar essa meta, a organização implementa caixas específicas em todas as suas lojas físicas,
nas quais que os consumidores podem descartar as embalagens vazias de vidro (potes e frascos),
que são 100% recicláveis e voltam ao ciclo produtivo para a confecção de novas embalagens,
diminuído bastante o desperdício e contribuindo para a preservação ambiental. Além do benefício
ambiental e financeiro, esse tipo de programa diferencia a marca das demais, e já há pesquisas
que sinalizam para a influência na decisão de compra por parte dos consumidores.
Fonte: O Autor.
TIPOS DE REVALORIZAÇÃO: LOGÍSTICA,
ECONÔMICA E TECNOLÓGICA, E
/
ECOLÓGICA
De forma integrada e sustentável, podemos associar as diversas revalorizações com seus olhares
distintos. A revalorização logística propiciada pela rede reversa dos equipamentos usados até as
consolidações nos CDRE (Centros de Distribuição Reversos Especializados), a revalorização
econômica e tecnológica por meio da reutilização de bens, materiais, componentes, equipamentos
e a revalorização ecológica reduzem o impacto de seus produtos no meio ambiente e a geração
de benefícios sociais pela criação de novos postos de trabalho por meio de organizações do
terceiro setor.
PROCESSOS DE RECONDICIONAMENTO,
RENOVAÇÃO, REMANUFATURA, RECICLAGEM E
DESTINAÇÃO FINAL
No que diz respeito às tratativas dadas aos produtos que retornarão, temos os processos de
recondicionamento, renovação, remanufatura e reciclagem.
Vamos detalhar um pouco cada um desses processos:
RECONDICIONAMENTO
Consiste em substituir peças de produtos reformados para serem utilizados e com preços
inferiores aos da peça original. Produtos recondicionados com certificado de garantia de qualidade
darão mais confiabilidade aos consumidores.
RENOVAÇÃO DE PRODUTOS
Se dá pela reutilização deles após passar por um ou mais processos para deixá-los em condições
de uso.
REMANUFATURA
Também chamada de remanufatura industrial, é o canal reverso no qual partes essenciais (core)
dos produtos podem ser reaproveitadas, mediante a substituição de componentes, reconstituindo-
se um produto para o mesmo uso do original. Os componentes para os quais não existem
/
condições de revalorização são encaminhados para a reciclagem industrial ou enviados para
outros tipos de destinações.
RECICLAGEM
Nesse contexto, é entendida como sendo o canal reverso de revalorização em que os materiais
que compõem os produtos que foram descartados são transformados por meio de processos
industriais em matérias-primas secundárias ou recicladas, que serão posteriormente
reincorporadas à fabricação de novos produtos.
Por fim, se nada disso puder ser feito, o produto fora de condição de uso poderá ser classificado
como resíduo e receber destinação ambiental, preferencialmente mais nobre, ou que atenda
minimamente às legislações ambientais pertinentes, como incineração ou disposição em aterro
industrial licenciado e controlado, ou aterro sanitário, por exemplo.
Neste vídeo, você entenderá melhor sobre os principais conceitos, instrumentos e características
que compõem o processo da logística reversa.
/
EXEMPLO - ESTUDO DE CASO 2
Estudo de caso 2: indústria de informática ‒ impressoras de informática
Segundo Corrêa (2019), o grupo de soluções em imagem e impressão (IPG) era uma das maiores
divisões (representando 25% do total do grupo) de negócios da Hewlett Packard (HP), a gigante
fabricante de computadores e periféricos, sediada nos EUA, com faturamento de 52,2 bilhões de
dólares em 2017 (crescimento de 9% sobre 2016).
 
Fonte: Manuel Esteban/Shutterstock
/
O IPG, responsável por fabricar as impressoras, scanners e câmeras, tinha, em 1998, uma taxa de
retorno (devoluções) de produtos de 6,6% em valor e 5,7% em unidades, seis vezes maior que os
retornos do grupo em outras regiões do mundo. Isso representou aproximadamente 50 mil
unidades/mês retornando para a empresa a partir de pontos de varejo distribuídos pelo país. Os
retornos variavam conforme o canal de distribuição (chegavam a 10% em canais mais tolerantes
em relação a devoluções, como os grandes varejistas norte-americanos).
Os principais motivos por trás das devoluções são:
O superestoque de varejistas

As expectativas do usuário final não atendidas

Os defeitos
O superestoque se refere a produtos despachados pela HP para os varejistas, e estes, depois de
algum tempo, consideram pequena a probabilidade de vendê-los no futuro e os devolvem. A HP,
então, creditava o valor correspondente ao varejista descontando uma taxa referente aos custos
da devolução.
 COMENTÁRIO
Um estudo feito pela empresa sinalizou que, para evitar a taxa da devolução, alguns varejistas
abriam a embalagem e retornavam o produto alegando que haviam sido vendidos e devolvidos
pelo usuário final (neste caso, a HP não cobrava pelo processamento). À medida que os ciclos de
vida das impressoras se tornavam menores (um fato no setor), surgiam demandas adicionais
sobre os processos de devolução. Assim sendo, ao final do ciclo de vida dos produtos, a HP
apresentava probabilidade decrescente de recuperar uma parcela de valor considerável com os
retornos.
/
Além disso, devido à necessidade de a empresa garantir volumes mínimos para transporte
eficiente dos produtos dos pontos de venda para seus centros de reprocessamento, os lead times
de retorno eram longos. Partindo do cálculo dos custos envolvidos com os processos de
devolução, a HP alterou a forma com que tratava as devoluções e retornos. Deixaria, daí em
diante, de enxergar os processos de retorno como uma atividade cujo objetivo único era a
minimização dos custos, e encarar os retornos como um negócio em si, em que o objetivo é duplo:
minimizar custos e maximizar o valor recuperado dos produtos no ciclo fechado.
LEAD TIME
Lead time ou tempo de aprovisionamento ou ainda ciclo, em português europeu, é o período
entre o início de uma atividade, produtiva ou não, e o seu término. A definição mais
convencional para lead time em Supply Chain Management (SCM) é o tempo entre o
momento do pedido do cliente até a chegada do produto a ele. Em resultado da definição
mais genérica, lead time é, muitas vezes, confundido ou tem até o mesmo significado que
ciclo (Lambert et al., 1998, p. 116), tack time e deadline, entre outros.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Lead_time. Acessado em 13/10/2020)
O PROCESSO ATUAL
Todos os retornos eram enviados a um Depósito Central de Devoluções (DCD) localizado na
Califórnia, onde era feita uma inspeção visual nos produtos. O departamento financeiro era
comunicado quanto ao crédito a ser feito ao varejista e, então, os produtos triados eram
redirecionados para três destinos possíveis:
Para o centro (terceirizado) de Teste & Reprocessamento (T&R);
javascript:void(0)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lead_time
/
Para a unidade de outro fornecedor terceirizado de serviços encarregado de fazer
reciclagem (essa unidade e a unidade de T&R eram localizadas junto ao DCD);
Para o Depósito de Redespachos (também terceirizado), dependendo da condiçãodos
equipamentos.
Havia três categorias de produtos na triagem: produtos obsoletos quando recebidos, produtos
retornados na caixa fechada e produtos retornados com caixa aberta. Os obsoletos eram enviados
para reciclagem; as caixas abertas para T&R; e as caixas fechadas para redespacho.
As atividades executadas pela unidade de T&R eram: separação, teste, reparo (para problemas
leves), remanufatura (para problemas mais sérios) ou canibalização (com peças sendo removidas
e enviadas para o depósito de peças sobressalentes).
Os materiais não recuperáveis eram enviados para reciclagem ou descarte. Os lead times
envolvidos, desde a devolução de um produto pelo usuário, até o produto recuperado estar
novamente à venda no varejista, podiam variar de dois a quatro meses. Os percentuais envolvidos
nas devoluções eram: 15% caixas fechadas, 15% danos “cosméticos”, 30% reparos simples, 20%
reparos complexos, 5% canibalização e 15% reciclagem.
Baseado no caso “Commercial returns of printers: the HP case”, publicado em Flapper et al., 2005.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS SOBRE ALGUMAS FORMAS DE CONCEITUAR A
LOGÍSTICA REVERSA NESSE MÓDULO. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE
INDICA OS PRINCIPAIS TEMAS QUE ESTRUTURAM O CONCEITO E SÃO
RECORRENTES NAS DEFINIÇÕES APRESENTADAS E QUE SUPORTAM
ESSE CONCEITO DE LR?
A) Instrumento, planejamento, operação, controle, fluxos, consumo, origem, valor, competitividade.
/
B) Canais, recondicionamento, suprimentos, estoque, descarte, pós-consumo, expedição, refugo,
recall.
C) Canais, distribuição, centros, suprimentos, pós-venda, pós-consumo, produção, cadeia, refugo.
D) Reciclagem, recondicionamento, renovação, descarte, vendas, estoque, refugo, cadeia, recall.
E) Embalagem, remanufatura, disposição, destinação, revalorização, suprimentos, distribuição,
vendas, pós-consumo.
2. DENTRE AS JUSTIFICATIVAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA LOGÍSTICA
REVERSA, UMA DAS MAIS RELEVANTES É A REVALORIZAÇÃO LOGÍSTICA
PROPICIADA PELA REDE REVERSA DOS EQUIPAMENTOS USADOS ATÉ AS
CONSOLIDAÇÕES NOS CDRE (CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS
ESPECIALIZADOS) POR CONTEMPLAR AS DIVERSAS DIMENSÕES QUE
SUSTENTAM A LR. IDENTIFIQUE A ALTERNATIVA QUE APRESENTE ESSES
PRINCIPAIS TIPOS DE REVALORIZAÇÃO.
A) Da marca, reputacional e financeira.
B) Dos ativos, de ações na bolsa de valores e de imagem.
C) Reputacional, de ações na bolsa e da marca.
D) Econômica, tecnológica e ecológica.
E) Financeira, dos ativos e de imagem.
GABARITO
1. Estudamos sobre algumas formas de conceituar a Logística Reversa nesse módulo.
Assinale a alternativa que indica os principais temas que estruturam o conceito e são
recorrentes nas definições apresentadas e que suportam esse conceito de LR?
A alternativa "A " está correta.
 
/
A alternativa correta é a letra A. As demais alternativas, embora apresentem temas que possuem
ligação com logística reversa, não encadeiam os elementos estruturantes da sua definição.
2. Dentre as justificativas para a implementação da Logística Reversa, uma das mais
relevantes é a revalorização logística propiciada pela rede reversa dos equipamentos
usados até as consolidações nos CDRE (Centros de Distribuição Reversos Especializados)
por contemplar as diversas dimensões que sustentam a LR. Identifique a alternativa que
apresente esses principais tipos de revalorização.
A alternativa "D " está correta.
 
A única alternativa que apresenta os tipos de revalorizações corretos é a letra D. As demais
alternativas apresentam outros tipos de benefícios que não são necessariamente considerados
revalorizações e que não são diretamente propiciados pela rede reversa dos equipamentos
usados até as consolidações nos CDRE.
MÓDULO 2
 Reconhecer a cadeia de suprimentos de ciclo fechado, suas fases, principais aspectos,
canais de distribuição reversos de pós-consumo e pós-venda
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS PÓS-
VENDA E PÓS-CONSUMO
CADEIAS DE SUPRIMENTOS DE CICLO FECHADO
/
Os fluxos reversos, habitualmente, visam à reincorporação dos materiais, componentes ou
produtos ao sistema produtivo direto, a fim de possibilitar posterior revenda. Esses sistemas são
chamados de cadeias de suprimentos de “ciclo fechado”.
São compostas de fluxos diretos e reversos, formando “ciclos” que fazem materiais (usados ou
não) retornarem a pontos anteriores da cadeia para serem reutilizados ou reprocessados para
permitir nova utilização.
TIPOS DE CICLO FECHADO EM CADEIAS DE
SUPRIMENTOS
Existem diversos tipos de cadeias de suprimentos de ciclo fechado, subdivididas entre as fases
que compõem a cadeia de suprimentos.
Essas fases são:
PRODUÇÃO (MANUFATURA)

DISTRIBUIÇÃO (INCLUINDO TRANSPORTE)

/
USO E FIM DE VIDA (QUANDO ELE SE TORNA
INSERVÍVEL) DO PRODUTO
As organizações, ao estabelecerem as suas cadeias globais de suprimentos, devem decidir quais
dessas fases terão seus “ciclos fechados”.
CICLOS FECHADOS - FASE DE PRODUÇÃO
Em relação à fase de produção (que inclui a fabricação de componentes, semiacabados e
produtos acabados) podem ser identificados três grupos principais de cadeias de ciclo fechado:
MATERIAIS PRODUTIVOS OBSOLETOS E CONSUMÍVEIS
Por exemplo, óleo lubrificante usado em processos de produção ou manutenção, paletes para
acondicionamento de embalagens e contêineres de transporte interno e externo, por vezes
chamado de IBC (Intermediate Bulk Containers ou Contêineres para Granéis Intermediários) em
fim de vida útil, entre outros, que podem ser reprocessados, reparados ou reciclados.
REFUGO ORIUNDO DE PRODUÇÃO
Como materiais e componentes que não possam ser localmente utilizados, como refis, sobras de
processos de corte de chapas (limalhas), papel (aparas), tecido (retalhos) e outros.
PRODUTOS DEFEITUOSOS QUE NÃO ATENDEM A
PADRÕES E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS E DE
QUALIDADE
Alguns podem ser reprocessados e recuperados para uso similar ou diferente daquele inicialmente
pretendido, e comercializados como produtos de segunda linha ou padrão inferior de qualidade.
Também podemos chamá-los de produtos reclassificados.
IBC
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/
Os contêineres para granéis intermediários (também conhecidos como IBC tote , IBC tank ,
IBC ou pallet tank ) são contêineres de grau industrial reutilizáveis e multiuso projetados para
o manuseio de massa, transporte e armazenamento de líquidos, semissólidos, pastas ou
sólidos. As duas categorias principais de tanques IBC são IBCs flexíveis e IBCs rígidos.
(https://en.wikipedia.org/wiki/Intermediate_bulk_container. Acessado em 10/10/2020)
CICLOS FECHADOS - FASE DE DISTRIBUIÇÃO
 
Fonte: suriya yapin/Shutterstock
Devoluções ou retornos comerciais são produtos vendidos com uma opção de devolução ao
cliente. Diversos países têm políticas distintas para realizar essas trocas.
POLÍTICAS
https://en.wikipedia.org/wiki/Intermediate_bulk_container
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/
Alguns países, como o Brasil, têm legislações específicas como o CDC (Código de Defesa
do Consumidor) instituído pela Lei Federal Nº 8.078, de 11/09/1990.
Com o incremento das vendas a varejo pela Internet, as devoluções aumentaram muito em todas
as regiões do mundo, o que torna esse processo mais relevante.
 
Fonte: fizkes/Shutterstock
Entregas erradas, com clientes devolvendo produtos porque foram entregues antes do prazo,
depois do prazo, com defeito, avaria ou fora das especificações do pedido.
/
 
Fonte: Virrage Images/Shutterstock
Recalls (Recolhimento de produtos), com produtos devolvidos quando são identificados defeitos
reais ou potenciais pelo próprio fabricante, e os clientes são avisados sobre a necessidade da
devolução dos produtos defeituosos para reposição ou reparo. Temos, como exemplo, brinquedos
com defeitos (que coloquem as crianças em risco), pneus, peças de carros, medicamentos, entre
outros. Alguns tipos de produtos, como medicamentos, possuem legislações específicas que
definem as formas de realizar o recall (recolhimento).
/
 
Fonte: Ostariyanov/Shutterstock
Contêineres e bombonas para acondicionamentode produtos, cartuchos de tinta para impressora,
garrafas retornáveis de bebidas, são exemplos de itens usados para facilitar a distribuição
adequada dos produtos.
 
Fonte: Mikko Lemola/Shutterstock
/
Produtos em final de leasing (Locação financeira ou arrendamento mercantil), que são então
devolvidos aos fabricantes. Temos, como exemplo, copiadoras, máquinas operatrizes, automóveis,
móveis, computadores e aeronaves, entre outros.
LOCAÇÃO FINANCEIRA OU ARRENDAMENTO
MERCANTIL
Locação financeira ou arrendamento mercantil, também conhecido pelo termo em inglês
leasing, é um contrato através do qual a arrendadora ou locadora (a empresa que se dedica
à exploração de leasing) adquire um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário, ou
locatário) para, em seguida, alugá-lo a este último, por um prazo determinado. Ao término do
contrato o arrendatário pode optar por renová-lo por mais um período, por devolver o bem
arrendado à arrendadora (que pode exigir do arrendatário, no contrato, a garantia de um
valor residual) ou dela adquirir o bem, pelo valor de mercado ou por um valor residual
previamente definido no contrato.
CICLOS FECHADOS - FASE DE USO
Nesse tipo, os produtos ou materiais deverão retornar aos seus proprietários ao final do seu ciclo,
como por exemplo, os itens que passam por recall ou que ainda estão sob garantia contratual, que
são devolvidos, reparados e enviados de volta ao usuário.
javascript:void(0)
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Fonte: worradirek/Shutterstock
CICLOS FECHADOS - FASE FINAL DE VIDA ÚTIL
OU ECONÔMICA
 
Fonte: Cautivante.co/Shutterstock
Produtos em final de sua vida útil que são devolvidos ao produtor ou distribuidor para que sejam
reprocessados e reutilizados (como no caso de máquinas copiadoras), ou ter seus componentes e
materiais reutilizados em outros produtos (computadores, notebooks, tablets, telefones celulares,
câmeras fotográficas, filmadoras, pilhas, baterias, pneus e outros).
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Fonte: Pixel B/Shutterstock
As embalagens em final de sua vida útil que são devolvidas para reutilização, reciclagem para uso
como embalagem ou para outros produtos. Atualmente, as garrafas PET, tradicionalmente usadas
para acondicionar líquidos, são recicladas para outros processos, gerando novos produtos como
jeans, camisetas, por exemplo, além da habitual transformação em novas garrafas.
ASPECTOS TÉCNICOS DO FECHAMENTO
DOS CICLOS
Em função do local onde acontece o fechamento dos ciclos na cadeia de suprimentos, temos
alguns aspectos técnicos que merecem ser destacados, como veremos a seguir.
ASPECTOS TÉCNICOS
Sob que critérios técnicos podemos aceitar a devolução de um produto?
Como definir, de forma objetiva e técnica, as condições “sem uso” ou “em condições
adequadas”?
Como decidir o que fazer com o produto a partir do momento de seu recebimento?
Possivelmente, a loja que recebe a devolução pode colocar o produto diretamente na
gôndola de novo, ou apenas limpá-lo e reembalá-lo, ou pode ser necessário algum trabalho
de reparo e revisão.
Em que condições adequadas deverão ser transportados os produtos retornados?
/
Quando o produto tiver que ser reparado, como deverão ser identificadas as condições de
uso segundo as quais o produto foi utilizado?
Caso existam restrições legais e técnicas para efetuar o reparo, como por exemplo, lidar com
produtos químicos perigosos ou recolhimento de CFC para regeneração e reciclagem?
Há disponível o desenho do projeto e a lista de componentes usados no lote deste produto?
Para quais aplicações o produto recuperado será usado?
A cadeia de suprimentos reversa terá sua configuração mais centralizada ou mais
descentralizada?
Gerenciar, de forma adequada, tais aspectos técnicos do fechamento dos ciclos, é fundamental
para garantir uma operação eficaz.
ASPECTOS OPERACIONAIS DO
FECHAMENTO DOS CICLOS
Faz-se necessário destacar outras variáveis na hora de estabelecer a estrutura logística adequada
para os fluxos reversos. Elas se referem ao valor dos produtos retornados no tempo. Como, em
determinadas situações, as organizações têm fluxos reversos com expressivo valor financeiro
envolvido, e isso pode se perder em taxas muito altas, como pelos motivos a seguir.
PERDA E RECUPERAÇÃO DE VALOR EM
DEVOLUÇÕES COMERCIAIS
Antes de mais nada, todo produto devolvido perde valor. Idealmente, esperava-se que o lucro de
uma organização fosse obtido por meio da venda do produto em fluxo direto subtraído dos custos
/
decorrentes da operação, sem considerar qualquer custo decorrente de devolução.
Quando temos devoluções, surgem os custos referentes aos fluxos reversos e, em determinadas
situações, os produtos devolvidos serão novamente vendidos por valores inferiores aos originais.
 EXEMPLO
São exemplos de causas evitáveis de devoluções comerciais:
Avarias, defeitos ou danos no produto causados nos processos produtivos ou nos processos
de distribuição por falta de padronização;
Desencontro entre as especificações técnicas e desempenho do produto estabelecidas
frente às necessidades e expectativas do cliente;
Ausência ou falha nas orientações de como instalar, usar ou aplicar os produtos, causando
danos e avarias no mesmo ao tentar fazê-lo.
Processos adequados de gestão, padronização e comunicação podem evitar, mitigar ou, ao
menos, minimizar várias dessas causas listadas. Isso pode ser alcançado mediante alinhamento
das expectativas junto ao cliente, utilização de embalagens mais bem desenhadas, e programas
de incentivo e motivação.
Uma situação delicada, que merece atenção por parte das empresas, trata da premiação do
cliente pela venda sem que tenha a contrapartida da penalização do mesmo vendedor se o
produto for posteriormente devolvido por falha evitável.
PERDA DE VALOR NO TEMPO DE PRODUTOS
DEVOLVIDOS
Ocasionadas ou não por causas evitáveis, é fato que uma vez que as devoluções ocorrem, elas
trazem transtornos comerciais, financeiros e reputacionais, e as cadeias de suprimentos têm de
/
saber gerenciar essas questões.
São dois os fatores que potencializam e incrementam (ou reduzem) a perda de valor no tempo de
um produto devolvido:
O tempo consumido pelos processos e ciclos reversos;
A taxa pela qual o produto retornado perde valor por questões de obsolescência.
 COMENTÁRIO
Em tese, um produto começa a perder seu valor logo após o seu lançamento em função de sua
obsolescência e pela concorrência provocada pelos novos produtos mais avançados
tecnologicamente que chegam ao mercado.
Antes de falarmos sobre os canais de distribuição diretos e reversos, vamos tratar um pouco do
tema Economia Circular, já que ele, relativamente recente, nos traz conceitos importantes que são
absorvidos para a implementação dos canais de distribuição reversos.
EC - ECONOMIA CIRCULAR
A origem da economia circular data do fim do século XX quando alguns estudiosos e pensadores
conceberam modelos de negócio mais sustentáveis baseados nos princípios da eliminação de
resíduos e da poluição como um todo, na manutenção de produtos e materiais em seus ciclos de
uso e, a regeneração de sistemas naturais.
/
 
Fonte: Elnur/Shutterstock
A motivação da economia circular visa combater o modelo de consumo excessivo baseado no
propósito de maior desenvolvimento econômico e suas riquezas compartilhadas entre todos os
envolvidos.
Dados do Circular Economy’s 2018 Circularity Gap Report dão conta que apenas 9,1% da
economia mundial é baseada em um modelo circular.
O modelo ainda predominante, pautado na economia linear, que gera uso exagerado e descarte
de produtos, originalmente impulsionado pelas revoluções industriais (caracterizada pela extração
de matéria-prima, produção, distribuição, uso e descarte dos produtos pós-consumo) dá lugar a
economia circular. Isso impacta na forma como os produtos são desenhados e projetados, o que
inclui uma nova maneira de conceber os produtos e o respectivo consumo dos mesmos.
A economia circular é fundamental para a implementação efetiva de um fluxo reverso pós-consumo e pós-venda. Na perspectiva atual, a economia circular, ao contrário da economia linear
tradicional, se baseia no conceito de utilização de insumos a partir de materiais e produtos
renováveis (em que um produto ou material inservível se torna matéria prima para novo ciclo
produtivo).
Esses materiais e/ou resíduos passam a ser fonte de insumo para outros produtos, evitando assim
descarte na natureza gerando impactos ambientais. E ainda, a reutilização de insumos que
/
passam ser a fonte para a manufatura de novos produtos.
Vamos especificar agora um pouco mais a logística reversa no contexto da economia circular. A
logística reversa trata do gerenciamento dos recursos e processos nos fluxos reversos de
produtos pós-venda ou pós-consumo.
Esses fluxos contemplam a coleta e o transporte de produtos no sentido reverso ao do processo
tradicional direto de abastecimento das redes, para que sejam reutilizados ou reciclados, ou até
reincorporados aos processos produtivos nas empresas.
Existe um conceito mais amplo que relaciona o suporte ao ciclo de vida do produto, incluindo a
participação da logística do berço ao berço, e não mais apenas de berço ao túmulo, excedendo a
abrangência da logística reversa. Nesse ponto, inclui-se a possibilidade de serviços pós-venda,
retirada e disposição dos produtos. A economia circular então faz com que a cadeia de
suprimentos tenha um escopo maior, alcançando além do ponto de venda.
PRINCIPAIS CONCEITOS: CANAIS DE
DISTRIBUIÇÃO DIRETOS (CDD) E CANAIS DE
DISTRIBUIÇÃO REVERSOS (CDR)
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO DIRETOS (CDD)
Dentro da abrangência da logística, a distribuição direta é a que engloba o fluxo de materiais,
mercadorias e informações, desde o fornecedor até a entrega ao cliente ou consumidor final. Para
realizar essas atividades de distribuição, as organizações utilizam os chamados Canais de
Distribuição Diretos (CDD). Esse conceito é bastante difundido quando se trata dos processos
logísticos das organizações, haja vista que esses são os meios pelos quais o nosso cliente
(consumidor final, em algumas vezes) receberá os produtos ou mercadorias para seu uso.
/
 
Fonte: comzeal images/Shutterstock
Entretanto, esses Canais de Distribuição Diretos (CDD) não contemplam o retorno dos produtos
vendidos e entregues à organização que os fabricou, pois esse seria o processo reverso ao
original. A fim de atender a esta demanda, surgem os chamados Canais de Distribuição Reversos,
ou simplesmente CDR, que se encarregam das etapas, recursos e meios necessários para
garantir o retorno da fração dos produtos comercializados, seja por conta de avaria na fases de
fabricação, ou até mesmo, na fase transporte (nesse caso, essas avarias não sendo percebidas
no momento do descarregamento e entrega), por prazo de validade vencido, por conta do próprio
ciclo de vida útil do produto encerrado ou por fim pelo reaproveitamento de embalagens ou retorno
ao ciclo produtivo da empresa.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS (CDR)
Departamentos de marketing, a logística empresarial de organizações modernas e as
universidades têm desenvolvido estudos sobre os “canais de distribuição” e a “distribuição física”
dos bens produzidos. Isso se justifica não somente pela oportunidade de redução dos custos
envolvidos, mas também pela necessidade da diferenciação dos níveis de serviços oferecidos que
os mercados altamente globalizados e competitivos exigem.
A forma cada vez mais veloz que as organizações estão lançando produtos, o incremento
acelerado da tecnologia da informação e do e-commerce (comércio eletrônico), a meta por
competividade por meio de novas estratégias de relacionamento entre as organizações, em
especial os preceitos da conscientização ambiental e sustentabilidade empresarial, estão
/
modificando as relações de mercado em geral e justificando de maneira intensa e crescente as
preocupações estratégicas dos stakeholders (partes interessadas), ONGs (Organizações Não
Governamentais), governo e sociedade em relação aos canais de distribuição reversos.
 COMENTÁRIO
Anteriormente, pensava-se em obter vantagem competitiva por meio de desenvolvimento de novos
produtos, escolha da embalagem adequada, tradicional redução de custos nas ma-térias-primas
nas negociações de aquisição. No entanto, esse cenário não se sustentou mais, sendo necessária
a criação de novas alternativas economicamente viáveis, tecnicamente aceitas e social e
ambientalmente justas e respeitadas.
Por meio do surgimento e aprimoramento dos conceitos e das recentes ferramentas ligadas ao
setor logístico, ele teve que passar por especialização para atender uma necessidade crescente
de gestão eficiente do fluxo reverso nas cadeias de suprimentos desses produtos e mercadorias.
Além de passar a compor as competências logísticas, as organizações ainda necessitam manter o
foco no aumento da satisfação de clientes. Precisamos entender, contudo, que ainda é
considerado um problema o retorno de produtos de pós-venda em alguns segmentos em-
presariais e regiões. Um bom desafio que se apresenta é transformar esse problema em
oportunidade de negócio, criando mecanismos de lucratividade e agregando valor às opera-ções
das organizações.
/
 
Fonte: Michael Nivelet/Shutterstock
Esses canais podem ser divididos em dois: pós-consumo e pós-venda.
CANAIS REVERSOS DE PÓS-CONSUMO
Os canais reversos de pós-consumo são habitualmente aplicados a produtos que têm vida útil
variável, que, após um tempo determinado de utilização, perdem suas características funcionais
básicas e necessitam ser encaminhados para descarte.
Em se tratando da destinação de resíduos pós-consumo são utilizados dois tipos de canais de
distribuição reverso. São eles:
/
 
TTIGallery/shutterstock
DE CICLO ABERTO
Caracteriza-se pelo retorno de materiais, como metais, plásticos, vidros, papéis, embalagens e
outros à cadeia de produção na forma de matéria-prima.

/
 
Leonardo da/shutterstock
DE CICLO FECHADO
Já nos canais de ciclo fechado, o produto que retorna tem o seu material constituinte extraído de
forma seletiva e é destinado para a fabricação de outro produto similar ao original.
Os bens de pós-consumo podem ser divididos em dois tipos: os semiduráveis descartáveis e os
semiduráveis duráveis. O tipo do material que compõe o bem semidurável é que definirá se ele
será classificado como descartável ou durável. Se o bem semidurável tiver mais componentes
duráveis, ele pertencerá à categoria durável. A partir dessas duas categorias, existem diferentes
procedimentos que podem se relacionar entre si, como a coleta do lixo.
 EXEMPLO
Temos uma geladeira usada. Após ela perder as suas funcionalidades, poderia ser vendida para
uma empresa que conserta e/ou comercializa eletrodomésticos usados. Como, então, ocorreria
esse fluxo? A geladeira deverá ser transportada da casa do proprietário para a em-presa que
repara e comercializa, passar pelo processo de reparo e, após a revenda, ser transportada para a
residência do novo proprietário.
/
Como opção alternativa, essa geladeira pode também ser desmontada e os componentes,
comercializados separadamente, caracterizando, assim, a reciclagem decorrente dessa
desmontagem. Nesse caso, o processo de reciclagem é considerado quando os componentes da
geladeira desmontada sofrerão transformação da matéria-prima que compõe seus componentes
possa ser reincorporada à fabricação de novos produtos.
 
Fonte: Julie Ten Eyck/Shutterstock
 EXEMPLO
Como exemplo específico, podemos destacar que a sucata proveniente de produtos descar-tados
é misturada ao minério de ferro nos altos fornos das indústrias siderúrgicas para a fa-bricação de
aço.
Porém, em determinadas situações, o produto (eletrodoméstico) total ou parcialmente des-cartado
já não permite sua reincorporação em outro processo industrial de fabricação ou beneficiamento.
Normalmente, quando isso ocorre, consideramos que o processo de reci-clagem é considerado
antieconômico.Isso também pode ocorrer quando o preço cai muito por meio do excesso de oferta
do produto no mercado, inviabilizando economicamente a reciclagem. Nesse cenário, abre-se
caminho para o processo de transporte, destinação e disposição final para os produtos não mais
/
utilizáveis, salvaguardando as condições ambien-tais e legais, e incluindo condições seguras para
a população onde o material será disposto.
Mudando o tipo de eletrodoméstico, mas ainda nesse contexto, temos como exemplo a dis-
posição de pilhas e baterias usadas oriundas de notebooks, aparelhos celulares e aparelhos de
som, que são problemas críticos para o meio ambiente em função de seus constituintes e
elementos químicos altamente danosos. A mesma situação se aplica aos pneus. Vale ressal-tar
que alguns desses produtos exemplificados possuem legislações ambientais específicas para a
fase de descarte e tratam também de obrigações de retorno aos fabricantes e/ou re-vendedores
por meio de cronogramas regressivos que deverão ser respeitados.
EXEMPLO ‒ ESTUDO DE CASO 3
Segundo Corrêa (2019), a Nokia, um dos maiores fabricantes de telefones celulares do mundo,
está à frente de uma disputada corrida pela reciclagem de equipamentos descartados. Poucos
aparelhos se tornaram tão descartáveis quanto o telefone celular. Hoje, existem cerca de 6,8
bilhões de linhas de telefones celulares ativas — quase o equivalente à população do planeta. Em
média, as pessoas trocam o aparelho a cada dois anos.
O descarte rápido desses equipamentos representa um problema ambiental muito sério. Uma
pesquisa da americana ReCellular, uma das maiores recicladoras de celulares do mundo, mostra
que mais de 150 milhões de aparelhos são descartados por ano, só nos EUA. Esse volume
equivale, se comparado ao peso médio de 130 gramas por aparelho, a quase 20 mil toneladas de
placas, circuitos, plásticos e baterias com substâncias tóxicas e metais pesados (chumbo, lítio e
cromo). Em função disso, existe uma mudança radical na maneira como as empresas pensam e
estruturam seu negócio, desde a concepção e projeto dos produtos até a criação de novos meios
para trazê-los de volta, com logística reversa.
/
 
Fonte: Sittirak Jadlit/Shutterstock
A pioneira nesse campo é a finlandesa Nokia, com vendas de 27 bilhões de dólares em 2017. O
início do seu programa de reciclagem aconteceu em 1995, com uma então tímida iniciativa de
coletar aparelhos em lojas de assistência técnica, antes da existência de legislação sobre o tema.
A fabricante de celulares norte-americana Motorola, por exemplo, iniciou a coleta de aparelhos
usados somente em 2004. Entre 65% e 80% das peças dos celulares da Nokia podem ser
recicladas hoje, um percentual que varia em função do modelo. Há duas décadas, apenas um
terço das peças era reciclado. Os metais não reciclados na própria cadeia de telefones celulares
viram, por exemplo, joias e material de construção.
CANAIS REVERSOS DE PÓS-VENDA
Chamamos de pós-venda o outro tipo de canal de distribuição reverso. Esse modelo cuida do
equacionamento e operacionalização do fluxo físico e de informações logísticas de bens e
produtos de pós-venda em uso ou com pouco uso, que, por motivos distintos, retornam aos
diferentes estágios das cadeias de distribuição direta. Os produtos ou bens podem ser devolvidos
por razões comerciais, erros em processamento dos pedidos, garantias dadas pelos fabricantes,
defeitos ou falhas de funcionamento, avarias no transporte, entre outros.
/
Como exemplo significativo dessa situação, temos o retorno de embalagens e devolução de
produtos ao varejo ou à fábrica. Exemplos de produtos devolvidos pelos consumidores são roupas
e calçados, quando não servem por questão de tamanho ou por simples insatisfação.
 
Fonte: insta_photos/Shutterstock
Habitualmente, esse processo se inicia pelo canal de pós-venda da empresa, acionado por meio
de um processo de SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), que deverá informar
corretamente o consumidor e o setor de logística sobre a maneira adequada de retornar com o
produto a ser trocado. Ultimamente, esse tipo de canal está muito mais em voga após a
proliferação do e-commerce (comércio eletrônico) suportado pelo desenvolvimento desenfreado
da tecnologia.
Esse processo é garantido em condições preestabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor
(CDC), que, no Brasil, é legitimado pela Lei Federal N.º 8.078, de 11/09/1990.
Pautado ainda pelo mantra consagrado de manter a satisfação do cliente, e como o processo de
compra à distância é mais crítico, os varejistas costumam aceitar níveis acentuados de devolução.
Lembrando que esse retorno, dependendo da distância em questão, impactará bastante no
processo reverso pós-venda.
/
Neste vídeo, entenderemos melhor as particularidades e a importância dos canais de distribuição
reversos de pós-venda e pós-consumo neste cenário altamente competitivo nos quais as
organizações operam.
RESULTADOS DOS CANAIS REVERSOS DE PÓS-
CONSUMO E PÓS-VENDA
Os resultados obtidos pelos canais reversos de pós-consumo e pós-venda no fluxo contrário da
cadeia direta de suprimentos contribuem para a competitividade das organizações, para a
/
preservação da imagem reputacional corporativa e para a obtenção do retorno financeiro.
A seguir, apresentamos os resultados:
Canais de pós-consumo
Reaproveitamento de componentes;
Reaproveitamento de materiais;
Potencialização e incentivo à nova aquisição;
Demonstração de responsabilidade ambiental;
Respeito às legislações aplicáveis.
Canais de pós-venda
Liberação de área de loja no varejo;
Redistribuição de mercadorias;
Recuperação de valor de ativos;
Melhoria da fidelização de clientes;
Respeito às legislações aplicáveis;
Obtenção de retorno (feedback) de qualidade.
EMBALAGENS
Há autores que consideram as embalagens como o terceiro tipo de canal reverso.
/
Vale ressaltar que as embalagens oferecem menos opções de fluxo reverso quando são
comparadas à logística reversa dos produtos.
As embalagens podem ser reutilizadas, renovadas, ter seus materiais constituintes recuperados e
ir para o processo de reciclagem. Este trata especificamente do retorno de embalagens próprias
do sistema logístico que são reaproveitáveis, como, por exemplo, Palete ou o Contêiner, entre
outras embalagens retornáveis para serem reaproveitadas (paletes) ou reabastecidas (contêiners)
de linhas de produção.
Entretanto, torna-se cada vez mais frequente observarmos garrafas de bebidas sendo guardadas
nos mercados para que sejam retiradas pelos distribuidores. Além disso, há os botijões de gás
GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e, na indústria, as bombonas usadas para o reabastecimento de
fluídos, como óleos diversos e assemelhados.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SABEMOS DA IMPORTÂNCIA DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DE CICLO
FECHADO SUBDIVIDIDAS ENTRE AS FASES QUE COMPÕEM. EM RELAÇÃO
À FASE DE PRODUÇÃO (QUE INCLUI A FABRICAÇÃO DE COMPONENTES,
SEMIACABADOS E PRODUTOS ACABADOS) PODEM SER IDENTIFICADOS
TRÊS GRUPOS PRINCIPAIS DE CADEIAS DE CICLO FECHADO. ASSINALE A
ALTERNATIVA QUE ESTES ESTÃO LISTADOS?
A) Produtos fora de linha de produção da empresa; Produtos reprovados oriundos da fase de
distribuição e Produtos que apresentam pequenos defeitos, mas permitem utilização.
B) Produtos defeituosos que deverão ser descartados; Materiais com avarias oriundos da fase uso
por imperícia do consumidor e Produtos reprovados oriundos da fase de distribuição.
C) Materiais produtivos obsoletos e consumíveis em fim de vida útil; Refugo oriundo de produção,
como materiais e componentes que não possam ser localmente utilizados e Produtos defeituosos
que não atendem a padrões e especificações técnicas e de qualidade.
/
D) Produtos que apresentam pequenos defeitos, mas permitem utilização; produtos que podem
ser reclassificados para outros fins e Materiais em perfeito estado com problemas apenas nas
suas embalagens.
E) Materiais perfeitos, mas que estavam discordantes do especificado nasnotas fiscais; Materiais
com pequenos defeitos incluindo avarias nas suas embalagens e Produtos reprovados oriundos
da fase de distribuição.
2. A FORMA CADA VEZ MAIS VELOZ QUE AS ORGANIZAÇÕES ESTÃO
LANÇANDO PRODUTOS, O INCREMENTO ACELERADO DA TECNOLOGIA
DA INFORMAÇÃO E DO E-COMMERCE (COMÉRCIO ELETRÔNICO), A META
POR COMPETIVIDADE, CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL E
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL, ESTÃO MODIFICANDO AS RELAÇÕES
DE MERCADO EM GERAL. ISSO FEZ COM QUE SE DESENVOLVESSEM
BASTANTE OS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS. IDENTIFIQUE A
ALTERNATIVA QUE APRESENTA AS ASSOCIAÇÕES CORRETAS DE
RESULTADOS OBTIDOS PELAS APLICAÇÕES DOS CANAIS REVERSOS DE
PÓS-CONSUMO E PÓS-VENDA.
A) Canais reversos pós-consumo: descarte de componentes e materiais; impossibilidade de nova
aquisição; atendimento às responsabilidades estabelecidas em contrato; respeito às legislações
tributárias. Canais reversos pós-venda: indisponibilização de área da loja no varejo; venda de
mercadorias apenas para os mercados cativos; perda do valor de ativos; ganho de novos clientes
e aumento do número de reclamações de clientes.
B) Canais reversos pós-consumo: reaproveitamento de componentes e materiais; incentivo à nova
aquisição; demonstração de responsabilidade ambiental e respeito às legislações. Canais
reversos pós-venda: liberação de área da loja no varejo; redistribuição de mercadorias;
recuperação de valor de ativos; melhoria de fidelização de clientes. Respeito às legislações e
obtenção de feedback (retorno) de qualidade.
C) Canais reversos pós-consumo: reclassificação apenas de componentes e materiais; restrições
para uma nova aquisição; atendimento parcial às responsabilidades estabelecidas em contrato;
respeito às legislações tributárias e alfandegárias. Canais reversos pós-venda: liberação parcial de
área da loja no varejo; venda de mercadorias apenas para os mercados próximos aos pontos de
/
recolhimento; perda do valor de ativos; perda de novos clientes e manutenção do número de
reclamações de clientes.
D) Canais reversos pós-consumo: descarte de componentes e materiais; restrições para uma nova
aquisição; atendimento às responsabilidades estabelecidas em contrato; respeito às legislações
tributárias. Canais reversos pós-venda: Indisponibilização de área da loja no varejo; venda de
mercadorias apenas para os mercados próximos aos pontos de recolhimento; manu-tenção
pequena do valor de ativos; ganho de novos clientes e aumento do número de reclamações de
clientes.
E) Canais reversos pós-consumo: liberação de área da loja no varejo; redistribuição de
mercadorias; recuperação de valor de ativos; melhoria de fidelização de clientes. Respeito às
legislações e obtenção de feedback (retorno) de qualidade. Canais reversos pós-venda:
reaproveitamento de componentes e materiais; incentivo à nova aquisição; demonstração de
responsabilidade ambiental e respeito às legislações.
GABARITO
1. Sabemos da importância da cadeia de suprimentos de ciclo fechado subdivididas entre
as fases que compõem. Em relação à fase de produção (que inclui a fabricação de
componentes, semiacabados e produtos acabados) podem ser identificados três grupos
principais de cadeias de ciclo fechado. Assinale a alternativa que estes estão listados?
A alternativa "C " está correta.
 
A alternativa C é a única que apresenta três grupos principais de cadeias de ciclo fechado
oriundos da fase de produção. As demais alternativas até apresentam alguns exemplos de
produtos inservíveis, entretanto, alguns oriundos de outras fases que não são a de produção ou
que apresentam informações desconexas ao contexto da questão.
2. A forma cada vez mais veloz que as organizações estão lançando produtos, o incremento
acelerado da tecnologia da informação e do e-commerce (comércio eletrônico), a meta por
competividade, conscientização ambiental e sustentabilidade empresarial, estão
modificando as relações de mercado em geral. Isso fez com que se desenvolvessem
bastante os canais de distribuição reversos. Identifique a alternativa que apresenta as
/
associações corretas de resultados obtidos pelas aplicações dos canais reversos de pós-
consumo e pós-venda.
A alternativa "B " está correta.
 
A única alternativa que apresenta a associação correta aos canais de distribuição reversos pós-
venda e pós-consumo é a opção B. As opções A, C e D fazem associações incorretas ou
imprecisas. A alternativa E inverte as opções entre pós-venda e pós-consumo.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conceituamos a LR - Logística Reversa e em que medida ela se tornou imprescindível para que
as organizações garantam as suas operações e distribuições de forma eficaz, ágil e sustentável
nos dias de hoje onde a competitividade dos diversos segmentos industriais e de serviços tem se
tornado cada vez mais presente. Discorremos sobre seus riscos e oportunidades, discutimos
sobre os tipos de revalorizações logísticas, econômicas, tecnológicas e ecológicas alcançadas.
Tratamos também dos exemplos de processos de recuperação (Remanufatura,
recondicionamento, renovação e reciclagem) ou destinação a serem aplicados nos produtos.
Definimos aspectos importantes sobre a cadeia de suprimentos de ciclo fechado descrevendo
suas fases e principais aspectos e empregando os canais de distribuição reversos pós consumo e
pós venda para recolhimento de produtos do ponto de consumo até o ponto de origem. E ainda
exemplificamos alguns estudos de casos de sucesso envolvendo logística reversa e canais de
distribuição reversos em alguns segmentos distintos.
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REFERÊNCIAS
ABRAMPA. Logística reversa da lata de alumínio: histórico e perspectivas. In: II Seminário
Abrampa: O Ministério Público e a Gestão de Resíduos Sólidos e Logística Reversa. Salvador,
2019.
CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da
Indústria 4.0. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
LEITE, P. R. Logística reversa. São Paulo: Saraiva, 2017.
LEITE, P. R. Direcionadores (“Drivers”) estratégicos em programas de logística reversa no
Brasil. In: Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais –
SIMPOI, 9, 2006, São Paulo.
LUZ, C. B. S. Logística reversa. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
NOVAES A. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. 4. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2015.
ROGERS, D. S.; TIBBEN-LEMBKE, R. S. Going backwards: reverse logistics trends and
practices. Reno: University of Nevada, 1999.
SOUSA, G. M. Construção da cadeia de suprimentos sustentável: logística reversa de
embalagens pós-consumo. Parte 1. ILOS – Especialistas em Logística e Supply Chain. 10 jul.
2011. Consultado em meio eletrônico em: 11 out. 2020.
VALLE, R.; SOUZA, R. G. Logística reversa: processo a processo. São Paulo: Atlas, 2014.
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CONTEUDISTA
Vanilson Fragoso Silva
 CURRÍCULO LATTES
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