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Avaliação Neuropsicológica e Funções Cognitivas - Resumo Neuripsicologia

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Neuropsicologia Juliana Macedo 
Resumo Neuropsicologia 
Avaliação Neuropsicológica e Funções Cognitivas 
A neuropsicologia é a área da psicologia e das neurociências 
que estuda as relações entre o sistema nervoso central, o funcionamento 
cognitivo e o comportamento. Suas principais atuações abrangem o diagnóstico 
complementar, e as intervenções clínicas são voltados para os diversos quadros 
patológicos decorrentes de alterações do sistema nervoso central, bem como 
pesquisa experimental e clínica na presença ou não de patologias, e área de 
ensino. Essa especialidade faz interface com as áreas da neurologia, psicologia, 
geriatria, pediatria, psiquiatria, fonoaudiologia, pedagogia. forense e, mais 
recentemente, com economia e marketing. 
No contexto clinico, os principais abjetivos da avaliação 
neuropsicológica podem ser resumidos em: auxiliar no diagnóstico diferencial 
de quadros neurológicos e neuropsiquiátricos, investigar a natureza e o grau de 
alterações cognitivas e comportamentais; monitorar a evolução de quadros 
neurológicos e psiquiátricos, tratamentos clínicos medicamentosos e cirúrgicos: 
planejar e monitorar programas de reabilitação voltados para as alterações 
cognitivas, comportamentais e de vida diária dos pacientes. 
É importante ressaltar que a avaliação neuropsicológica não se limita 
à mera aplicação e correção de testes cognitivos. Ela possibilita o raciocínio de 
hipóteses diagnosticas, identifica de maneira pormenorizada o tipo e a extensão 
da alteração cognitiva, discrimina as funções cognitivas preservadas e 
comprometidas, a presença de alteração comportamental e de humor, bem como 
o impacto que as mesmas têm em atividades de vida diária (AVDs), ocupacional, 
social e pessoal do indivíduo. 
 
Contextualização histórica da neuropsicologia 
Desde a descoberta, em 3000 a.C., do papiro de Edwin Smith com a 
descrição de casos de traumas cranianos no antigo Egito, diversos estudos 
Neuropsicologia Juliana Macedo 
sobre a cognição foram registrados ao longo da história. Em 1809, Gall propôs 
em sua doutrina, a frenologia, que a superfície do cérebro estava associada a 
diferentes órgãos cerebrais, cada órgão com uma função e traços de caráter. Em 
1861, por meio de estudos anatômicos e clínicos, Paul Broca sugeriu que o 
hemisfério cerebral esquerdo estava relacionado com a linguagem, 
particularmente com a fala e a dominância manual. Broca denominou distúrbios 
nessa região cerebral de afasia motora: Embora o termo neuropsicologia tenha 
sido utilizado pela primeira vez em 1913 por William Osler em uma conferência 
nos EUA, e em seguida na obra de Donald Hebb em 1949, para muitos 
pesquisadores os estudos de Paul Broca marcaram o início desta especialidade. 
Em 1874, Carl Wernicke descreveu a associação entre lesão no giro temporal 
dominante e a afasia sensorial ou de compreensão. Também fez registro de 
outro quadro de afasia, a afasia de condução, na qual a lesão ocorre no fascículo 
arqueado que conecta as áreas de Broca e de Wernick no hemisfério esquerdo, 
com compreensão expressão razoavelmente preservadas no contexto de 
dificuldade de repetição de palavras ou frases e alguma parafasias 
As pesquisas sobre a subdivisão e localização de centros específicos da 
linguagem formaram uma nova escola, a localizacionista. Diversos outros 
estudes foram publicados associando áreas cerebrais a determinadas funções 
cognitivas. Em 1849. John Harlow descreveu alterações de comportamento no 
caso Phineas Gage após lesão na área frontal. 
No século 20, Vygotsky e Luria propuseram uma abordagem alternativa à 
localizacionista, baseada em três princípios centrais das funções corticais: 
plasticidade; sistemas funcionais dinâmicos e perspectiva a partir da mente 
humana. Em 1950, par meio da leitura com base no processamento de 
informações, a psicologia cognitiva se propôs a estudar em indivíduos normais 
es processos cerebrais e cognitivas, entre os quais memória, linguagem, 
pensamento e funções perceptivas. 
 No final da década de 1960, na Inglaterra, surge a neuropsicologia 
cognitiva, baseada em paradigmas de processamento de Informações para a 
análise dos subcomponentes habilidades cognitivas, ou seja, em com a 
informação é transformada e processada para se atingir um fim específico. Essa 
Neuropsicologia Juliana Macedo 
investigação dos subcomponentes das funções cognitivas se apoia nos métodos 
de dissociação e dupla dissociação¹. Pela dissociação, pode-se constatar uma 
diferença no desempenho de duas tarefas, por exemplo, desempenho normal na 
tarefa A, mas insatisfatório na tarefa B. Isso pode ser observado em casos de 
afasia de Wernicke, na qual o desempenho é preservado quanto à linguagem de 
expressão (tarefa A) e alterado em testes de linguagem de compreensão (tarefa 
B). Entretanto, por si só, essa constatação não é suficiente para concluir que 
esses dois processos da linguagem (expressão e compreensão) são distintos e 
independentes. A presença de dupla dissociação, seguindo o exemple anterior 
de caso de afasia de Wernicke, mediante constatação em outro sujeito de um 
desempenho normal na tarefa B e alterado na tarefa A, torna mais robusto o 
argumento de que esses dados processos da linguagem se baseiam em sistema 
de processamento cerebral independentes. Esses métodos possibilitaram o 
fracionamento ou subdivisão de diversas outras funções cognitivas - como 
memória e atenção -, funções executivas e perceptivas. 
Com a avanço das técnicas de imagem tornou-se e possível investigar a 
relação entre a localização, a dimensão de lesões cerebrais a natureza e o grau 
das alterações cognitivas, assim come o padrão de ativação é conectividade 
cerebral em sujeitos saudáveis e com quadro neurológicos e psiquiátricos. 
No Brasil. Antonio Frederico Branco Lefevre, neuropediatra também 
graduado em Psicologia, do Departamento de Neurologia de Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicou e 1950 os primeiros 
estados relacionados com o campo da neuropsicologia, sobre a psicopatologia 
da afasia em crianças². Sua esposa, Heatriz Helena Lefevre, deu continuidade 
e expandiu os estudos na área de neuropsicologia infantil, A psicóloga Cândida 
Helena Pires de Camargo e o neurocirurgião Raul Marino Junior foram os 
responsável pela criação, em 1971, da unidade de neuropsicologia da Divisão 
de Neurocirurgia Funcional no Instituto de Psiquiatria, no Hospital das Clinicas 
da FMUSP com o objetivo de auxiliar no diagnostico, planejamento cirúrgico e 
monitoramento de pacientes portadores de doenças neurológicas e 
neuropsiquiátricas Esses profissionais marcaram o inicia da neuropsicologia no 
Brasil. Atualmente, a área é reconhecida nos diversos Estados brasileiros e 
Neuropsicologia Juliana Macedo 
conta com a presença de grupos de pesquisa com formação sólida e diversos 
trabalhos publicados em periódicos nacionais e internacionais. 
 
Referência: 
Miotto, E. C. (2012). Avaliação neuropsicológica e funções 
cognitivas. Miotto, EC, Lucia, MCS & Scaff, M. Neuropsicologia Clínica. Rio de 
Janeiro: Roca.

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