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1 2 Prof. Natale Souza ESPECÍFICAS DE ENFERMAGEM CUIDADOS PALIATIVOS 3 SUMÁRIO Conceito básico ....................................................................................................................................... 4 Avaliação do paciente em cuidados paliativos .................................................................................................. 13 Indicações de cuidados paliativos .......................................................................................................................... 15 Reconhecimento dos sofrimentos ......................................................................................................................... 17 Tipos de sofrimento ..................................................................................................................................................... 17 Cuidados paliativos em pacientes com câncer: sintomas e cuidados ................................ 18 Agitação psicomotora aguda ou delirium ........................................................................................................... 19 Alterações da mucosa oral ........................................................................................................................................ 19 Anorexia ........................................................................................................................................................................... 20 Ascite ................................................................................................................................................................................. 20 Compressão medular .................................................................................................................................................. 20 Constipação intestinal ................................................................................................................................................ 21 Convulsão ........................................................................................................................................................................ 21 Depressão ....................................................................................................................................................................... 21 Derrame pleural ............................................................................................................................................................ 22 Diarreia ............................................................................................................................................................................ 22 Dispneia .......................................................................................................................................................................... 22 Fratura patológica ........................................................................................................................................................ 23 Hipercalcemia ................................................................................................................................................................ 23 Hiperglicemia ................................................................................................................................................................. 23 Náusea e vômitos ......................................................................................................................................................... 24 Obstrução intestinal ................................................................................................................................................... 24 Dor ..................................................................................................................................................................................... 24 Comunicação em cuidados paliativos .................................................................................................................. 24 Simulado ................................................................................................................................................. 31 Gabarito .................................................................................................................................................. 36 Referências Bibliográficas ................................................................................................................ 36 4 CONCEITO BÁSICO O Cuidado Paliativo no Brasil teve seu início na década de 1980 e conheceu um crescimento significativo a partir do ano 2000, com a consolidação dos serviços já existentes, pioneiros e a criação de outros não menos importantes. Baseados no princípio bioético da autonomia do paciente através do consentimento informado, possibilitando que ele tome suas próprias decisões, no princípio da beneficência e da não maleficência, os Cuidados Paliativos desenvolvem o cuidado ao paciente visando à qualidade de vida e à manutenção da dignidade humana no decorrer da doença, na morte e no período de luto. O Cuidado Paliativo nunca pode estar isolado da cadeia de serviços de saúde que caracterizam a atenção global ao paciente. A OMS publicou sua primeira definição de Cuidados Paliativos em 1990: “Cuidado ativo e total para pacientes cuja doença não é responsiva a tratamento de cura. O controle da dor, de outros sintomas e de problemas psicossociais e espirituais é primordial. O objetivo do Cuidado Paliativo é proporcionar a melhor qualidade de vida possível para pacientes e familiares”. Esta definição foi revisada em 2002 e substituída pela atual. A melhora da qualidade de vida de pacientes e familiares - é realizado através “da prevenção e alívio de sofrimento físico, psíquico, social e espiritual”. Desse modo, um diagnóstico adequado do sofrimento e suas causas é imprescindível para o adequado manejo no Cuidado Paliativo. Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde – OMS, revista em 2002, “Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. 5 (2013/INSTITUTO AOCP/IBC) Sobre os cuidados paliativos, é correto afirmar que: a) o principal objetivo das terapias aplicadas é aumentar a sobrevida do indivíduo de forma significativa, promovendo um ambiente saudável. b) o cuidado visa proporcionar conforto para que o doente possa vivenciar o processo de morte com dignidade. c) a enfermagem tem atuação limitada e passiva, sendo pouco efetivo os cuidados prestados, sendo necessária a abordagem por profissionais especializados. d) durante o processo de cuidados paliativos, o indivíduo deve permanecer sedado para evitar o sofrimento e a dor. e) a família deve ser afastada e não participar dessa etapa do cuidado por estar emocionalmente abalada. Comentário: Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento. Resposta Correta: b) o cuidado visa proporcionar conforto para que o doente possa vivenciar o processo de morte com dignidade. (2016/PR-4 UFRJ/UFRJ) Seguindo a tendência mundial, no Brasil, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) foram a causa de aproximadamente 72,6% das mortes no ano de 2013. Isso configura uma mudança nas cargas de doenças e apresenta-se como um novo desafio para os gestores de saúde,ainda mais pelo forte impacto das DCNT na morbimortalidade e na qualidade de vida dos indivíduos afetados, na maior possibilidade de morte prematura, e nos efeitos econômicos adversos para as famílias, comunidades e sociedade em geral. As quatro DCNT de maior impacto mundial são: Doenças cardiovasculares, Diabetes, Câncer e Doenças Respiratórias Crônicas. 6 Inicialmente, os “cuidados paliativos” eram dirigidos, apenas, aos pacientes oncológicos, mas, hoje, também são direcionados às pessoas portadoras de doenças crônicas. Mediante o enunciado, assinale a alternativa correta para a definição de “cuidados paliativos”. a) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce, da avaliação impecável e do tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. b) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio do tratamento da dor c) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio da “obstinação terapêutica” no acompanhamento do doente. d) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença oncológica que ameaça a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce, da avaliação impecável e do tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. e) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida e da morte do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, da avaliação impecável e do tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Comentário: Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde – OMS, revista em 2002, “Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do 7 sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. Resposta Correta: a) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce, da avaliação impecável e do tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. O Cuidado Paliativo não se baseia em protocolos, mas sim em princípios. Não se fala mais em terminalidade, mas em doença que ameaça a vida. Indica-se o cuidado desde o diagnóstico, expandindo nosso campo de atuação. Não falaremos também em impossibilidade de cura, mas na possibilidade ou não de tratamento modificador da doença, desta forma afastando a ideia de “não ter mais nada a fazer”. Pela primeira vez, uma abordagem inclui a espiritualidade dentre as dimensões do ser humano. A família é lembrada, portanto assistida também após a morte do paciente, no período de luto. Os princípios dos Cuidados Paliativos são: 1. Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, anorexia, dispneia e outras emergências oncológicas. 2. Reafirmar vida e a morte como processos naturais. 3. Não apressar ou adiar a morte. 4. Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente. 5. Oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte 6. Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto 7. Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto. 8. Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença. 8 1. Fornecer o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis Desta forma é necessário conhecimento específico para a prescrição de medicamentos, adoção de medidas não farmacológicas e abordagem dos aspectos psicossociais e espirituais que caracterizam o “sintoma total”, plagiando o conceito de DOR TOTAL, criado por Dame Cicely Saunders, onde todos estes fatores podem contribuir para a exacerbação ou atenuação dos sintomas, devendo ser levados em consideração na abordagem. 2. Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida Bernard Lown em seu livro “A arte perdida de curar” afirma: “As escolas de medicina e o estágio nos hospitais os preparam (os futuros médicos) para tornarem- se oficiais-maiores da Ciência e gerentes de biotecnologias complexas. Muito pouco se ensina sobre a arte de ser médico. Os médicos aprendem pouquíssimo a lidar com moribundos... A realidade mais fundamental é que houve uma revolução biotecnológica que possibilita o prolongamento interminável do morrer”. O Cuidado Paliativo resgata a possibilidade da morte como um evento natural e esperado na presença de doença ameaçadora da vida, colocando ênfase na vida que ainda pode ser vivida. 3. Não acelerar nem adiar a morte Enfatiza-se desta forma que Cuidado Paliativo nada tem a ver com eutanásia, como muitos ainda querem entender. Esta relação ainda causa decisões equivocadas quanto à realização de intervenções desnecessárias e a enorme dificuldade em prognosticar paciente portador de doença progressiva e incurável e definir a linha tênue e delicada do fazer e do não fazer. Um diagnóstico objetivo e bem embasado, o conhecimento da história natural da doença, um acompanhamento ativo, acolhedor e respeitoso e uma relação empática com o paciente e seus familiares nos ajudarão nas decisões. Desta forma erraremos menos e nos sentiremos mais seguros. 9 4. Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente A doença, principalmente aquela que ameaça a continuidade da vida, costuma trazer uma série de perdas, com as quais o paciente e família são obrigados a conviver, quase sempre sem estarem preparados para isto. As perdas da autonomia, da autoimagem, da segurança, da capacidade física, do respeito, sem falar das perdas concretas, materiais, como de emprego, de poder aquisitivo e consequentemente de status social, podem trazer angústia, depressão e desesperança, interferindo objetivamente na evolução da doença, na intensidade e frequência dos sintomas que podem apresentar maior dificuldade de controle. A abordagem desses aspectos sob a ótica da psicologia se faz fundamental. 5. Oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte Não devemos nos esquecer que qualidade de vida e bem-estar implicam a observância de vários aspectos da vida. Problemas sociais, dificuldades de acesso a serviços, medicamentos e outros recursos podem ser também motivos de sofrimento e devem ser incluídos entre os aspectos a serem abordados pela equipe multiprofissional. Viver ativamente, e não simplesmente viver, nos remete à questão da sobrevida “a qualquer custo”, que esperamos combater. Sermos facilitadores para a resolução dos problemas do nosso paciente é nosso dever e nossa responsabilidade. 6. Oferecer sistemade suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto Nunca estamos completamente sós. O ser humano é por natureza um ser gregário. Todo o núcleo familiar e social do paciente também “adoece”. Segundo Dra. Maria Helena Pereira Franco), “a unidade de cuidados paciente-família se coloca como una e específica ao mesmo tempo. A célula de identidade do ser humano é a família, respeitadas todas as condições que fazem dela um universo cultural próprio, muitas vezes distante ou até mesmo alheio ao universo cultural dos profissionais da saúde”. A família, tanto a biológica 10 como a adquirida (amigos, parceiros, etc.), pode e deve ser nossa parceira e colaboradora. Essas pessoas conhecem melhor do que nós o paciente, suas necessidades, suas peculiaridades, seus desejos e angústias, muitas vezes não verbalizados pelo próprio paciente. Da mesma forma, essas pessoas também sofrem e seu sofrimento deve ser acolhido e paliado. 7. Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto Na prática do cuidado ao paciente, frequentemente iremos nos deparar com inúmeros fatores que atuarão concomitantemente na modificação da resposta terapêutica medicamentosa, na evolução da própria doença e na relação com o paciente e a família. A integração sugerida pelo Cuidado Paliativo é uma forma de observarmos o paciente sob todas as suas dimensões e a importância de todos estes aspectos na composição do seu perfil para elaborarmos uma proposta de abordagem. Ignorar qualquer dessas dimensões significará uma avaliação incompleta e consequentemente uma abordagem menos efetiva e eficaz dos sintomas. O sujeito da ação é sempre o paciente, respeitado na sua autonomia. Incluir a família no processo do cuidar compreende estender o cuidado no luto, que pode e deve ser realizado por toda a equipe e não somente pelo psicólogo. A equipe multiprofissional com seus múltiplos “olhares” e percepção individual pode realizar este trabalho de forma abrangente. 8. Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença Com uma abordagem holística, observando este paciente como um ser biográfico mais que um ser simplesmente biológico, poderemos, respeitando seus desejos e necessidades, melhorar sim o curso da doença e, segundo a experiência de vários serviços de Cuidados Paliativos, também prolongar sua sobrevida. Vivendo com qualidade, ou seja, sendo respeitado, tendo seus sintomas impecavelmente controlados, seus desejos e suas necessidades atendidas, podendo conviver com seus familiares, resgatando pendências, com certeza nossos pacientes também viverão mais. 11 Deve ser iniciado o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como a quimioterapia e a radioterapia e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes. Pela própria definição de Cuidados Paliativos da OMS, esses devem ser iniciados desde o diagnóstico da doença potencialmente mortal. Desta forma iremos cuidar do paciente em diferentes momentos da evolução da sua doença, portanto não devemos privá-lo dos recursos diagnósticos e terapêuticos que o conhecimento médico pode oferecer. Devemos utilizá-los de forma hierarquizada, levando-se em consideração os benefícios que podem trazer e os malefícios que devem ser evitados. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH) É princípio dos cuidados paliativos: a) promover alivio da dor e qualquer sintoma que desencadeie sofrimento humano nas esferas físicas, psíquicas, emocionais, sociais. b) antecipar o processo de morte para alívio do sofrimento. c) iniciar medidas de conforto somente quando as medidas curativas não surtirem mais efeito. d) focar o cuidado no paciente, sem aproximar as famílias das discussões, a fim de minimizar o sofrimento. e) promover a espiritualidade por meio do convencimento de determinada religião ao paciente, independentemente de suas crenças pessoais. Comentário: Um dos princípios dos cuidados paliativos é fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, anorexia, dispneia e outras emergências oncológicas. 12 Resposta Correta: a) promover alivio da dor e qualquer sintoma que desencadeie sofrimento humano nas esferas físicas, psíquicas, emocionais, sociais. (2017/IBFC/EBSERH) Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo, sobre cuidados paliativos. ( ) O paciente fora de possibilidade terapêutica é rotulado como “terminal” e considerado excluído da prática assistencial. ( ) A definição de cuidados paliativos da OMS (Organização Mundial de Saúde) é que afirmam a vida e encaram o morrer como um processo normal; não apressam a morte; procuram aliviar a dor e outros sintomas desconfortáveis; e integram os aspectos psicossocial e espiritual nos cuidados dos pacientes entre outros. ( ) A filosofia dos cuidados paliativos tem apresentado uma movimentação crescente dentro da equipe multiprofissional de saúde, bem como um papel diferenciado no contexto assistencial, nas políticas de saúde e nos currículos voltados à formação de profissionais. ( ) A filosofia é promover a distanásia, evitando a ortotanásia e eutanásia. A sequência correta é: a) F-F-V-V b) V-V-F-F c) F-F-F-V d) F-V-V-F e) V-V-V-F Comentário: Proposição I – Falsa. Essa afirmativa está totalmente em desacordo com os princípios do cuidado paliativo. 13 Proposição II. Verdadeira. Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde – OMS, revista em 2002, “Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. Proposição III. Verdadeira. Afirmativa está de acordo com a organização e pensamento atual dos profissionais e serviços de saúde. Proposição IV. Falsa. Vide assertiva II. Resposta Correta: d) F-V-V-F Avaliação do paciente em cuidados paliativos Cuidados Paliativos e medicina paliativa requerem conhecimento técnico refinado, aliado à percepção do ser humano como agente de sua história de vida e determinante do seu próprio curso de adoecer e morrer. Valoriza-se a história natural da doença, a história pessoal de vida e as reações fisiológicas, emocionais e culturais diante do adoecer. Promove-se, em contrapartida, uma atenção dirigida para o controle de sintomas e promoção do bem-estar ao doente e seu entorno. Familiares precisam compreender a evolução da doença e da cadeia de acontecimentos que levará ao evento final. Os principais elementos da avaliação clínica do doente são relacionados a seguir. 14 Os pontos considerados fundamentais no tratamento são: A unidade de tratamento compreende o paciente e sua família. Os sintomas do paciente devem ser avaliados rotineiramente e gerenciados de forma eficaz através de consultas frequentes e intervenções ativas. As decisões relacionadas à assistência e tratamentos médicos devem ser feitos com base em princípios éticos. Os cuidados paliativos devem ser fornecidos por uma equipe interdisciplinar, fundamental na avaliação de sintomas em todas as suas dimensões, na definição e condução dos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos, imprescindíveis para o controle de todo e qualquer sintoma. A comunicação adequada entre equipe de saúde e familiares e pacientesé a base para o esclarecimento e favorecimento da adesão ao tratamento e aceitação da proximidade da morte. Dados biográficos Cronologia da doença atual e tratamentos realizados Avaliação functional Avaliações de sintomas Exame físico, exames complementares e avaliações de especialistas Decisões terapêuticas Impressão e prognóstico Plano de cuidados 15 Os cuidados paliativos modernos estão organizados em graus de complexidade que se somam em um cuidado integral e ativo. Os cuidados paliativos gerais referem-se à abordagem do paciente a partir do diagnóstico de doença em progressão, atuando em todas as dimensões dos sintomas que vierem a se apresentar. Cuidados paliativos específicos são requeridos ao paciente nas últimas semanas ou nos últimos seis meses de vida, no momento em que torna-se claro que o paciente encontra- se em estado progressivo de declínio. Todo o esforço é feito para que o mesmo permaneça autônomo, com preservação de seu autocuidado e próximo de seus entes queridos. Os cuidados ao fim de vida referem-se, em geral, aos últimos dias ou últimas 72 horas de vida. O reconhecimento desta fase pode ser difícil, mas é extremamente necessário para o planejamento do cuidado e preparo do paciente e sua família para perdas e óbito. Mesmo após o óbito do paciente, a equipe de cuidados paliativos deve dar atenção ao processo de morte: como ocorreu, qual o grau de conforto e que impactos trouxe aos familiares e à própria equipe interdisciplinar. A assistência familiar pós-morte pode e deve ser iniciada com intervenções preventivas. Fonte: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=474 Indicações de cuidados paliativos Pela definição da Organização Mundial de saúde para Cuidados Paliativos, todos os pacientes portadores de doenças graves, progressivas e incuráveis, que ameacem a continuidade da vida deveriam receber a abordagem dos Cuidados Paliativos desde o seu diagnóstico. Em síntese: Portadores de doenças graves Progressivas e incuráveis Ameacem a continuidade da vida http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=474 16 Um dos critérios mais discutidos é o que se refere ao prognóstico de tempo de vida do paciente. O limite designado em seis meses de expectativa de vida poderia ser utilizado para indicação de Cuidados Paliativos exclusivos, uma vez que este critério foi importado do MEDICARE americano, que estabelece o tempo de sobrevida esperado como um dos critérios de indicação para assistência de HOSPICE. São os critérios do MEDICARE: 1. A expectativa de vida avaliada é menor ou igual a seis meses; 2. O paciente deve fazer a opção por Cuidados Paliativos exclusivos e abrir mão dos tratamentos de prolongamento da vida 3. O paciente deve ser beneficiário do MEDICARE. A abordagem das questões espirituais e religiosas dos pacientes deve ocorrer no início do acompanhamento para que as medidas necessárias sejam tomadas em direção à resolução de possíveis demandas do paciente, família e equipe. (2017/INSTITUTO AOCP/EBSERH) A aplicação de Cuidados Paliativos intensivos para pacientes com doenças avançadas, próximos ao final da vida ou com expectativa de vida de até seis meses, englobando apoio aos seus familiares, denomina-se: a) hospice. b) barganha. c) transdisciplinariedade. d) luto. e) tanatologia. Comentário: O limite designado em seis meses de expectativa de vida poderia ser utilizado para indicação de Cuidados Paliativos exclusivos, uma vez que este critério foi importado do MEDICARE americano, que estabelece o tempo de sobrevida esperado como um dos critérios de indicação para assistência de HOSPICE. São os critérios do MEDICARE: 17 1. A expectativa de vida avaliada é menor ou igual a seis meses; 2. O paciente deve fazer a opção por Cuidados Paliativos exclusivos e abrir mão dos tratamentos de prolongamento da vida 3. O paciente deve ser beneficiário do MEDICARE. Resposta Correta: a) hospice. Reconhecimento dos sofrimentos Os fatores mais comuns de sofrimento são: a conspiração do silêncio (a verdade sobre a doença é omitida num acordo silencioso entre paciente e familiares como forma de proteção mútua e defesa contra a desestruturação emocional), não aceitação do diagnóstico ou do prognóstico da doença, culpas e preocupações, medo de morrer, ausência de significado de vida, abandono dos planos e sonhos, ansiedade e depressão. Tipos de sofrimento O sofrimento físico inclui dor severa, dispneia, fadiga, perda do apetite, náusea e vômito, obstipação, insônia, feridas, delirium, convulsões e outros sintomas de variadas naturezas que devem ser investigados e prontamente aliviados, preferencialmente através do controle de causas reversíveis. O sofrimento psíquico inclui ansiedade, medo, depressão, perda da dignidade, solidão, medo de se tornar um estorvo e de causar sofrimento aos entes queridos, medo de que seus sentimentos não sejam valorizados e de ser abandonado. 18 O sofrimento existencial inclui questões como o significado da vida, da morte e do sofrimento, questões de cunho religioso, culpas, necessidade de perdão, entre outras questões muito particulares. A pessoa diante da morte apresenta cinco estágios descritos por KlubleRoss Negação Raiva Depressão Barganha Aceitação 19 CUIDADOS PALIATIVOS EM PACIENTES COM CÂNCER: SINTOMAS E CUIDADOS Fadiga é o sintoma prevalecente na doença oncológica avançada, ocorrendo em 75% a 95% dos doentes. É debilitante por comprometer as atividades da vida diária e ocasionar prejuízos à qualidade de vida. O presente estudo analisou o conceito, a prevalência e os fatores relacionados à fadiga, e identificou os métodos de avaliação e os meios de intervenção para o manejo desse sintoma. Agitação psicomotora aguda ou delirium É um distúrbio do nível de consciência, com redução da capacidade de atenção e alteração da cognição (memória, orientação, linguagem e percepção). Tem início agudo, curso flutuante e evidência de etiologia orgânica. Pode incluir a disfunção global da cognição, flutuação da atenção e da consciência, alteração do sono e do comportamento, prejuízo da memória e do pensamento, ilusões e alucinações, sintomas associados de ansiedade, de medo e manifestações autonômicas. Geralmente, as manifestações predominam à noite. •Tratamento farmacológico - está indicado apenas nos casos de agitação grave, com risco para o paciente. Alterações da mucosa oral A alteração mais comum da mucosa oral em pacientes oncológicos é a xerostomia, que consiste no ressecamento da mucosa. 20 Anorexia A perda do apetite é um sintoma muito comum em pacientes com câncer avançado, estando presente em 65% a 85% dos casos. O ato de alimentar o paciente possui forte relação com a manutenção da vida. A impossibilidade de alimentar, seja em decorrência da anorexia, seja pela disfagia, ou pela obstrução da via alimentar, causa intenso desconforto e sofrimento para o paciente e seus familiares. Principais causas: A anorexia pode estar associada às alterações metabólicas desencadeadas pela presença do tumor (hipercalcemia), às náuseas e vômitos, ao paladar modificado, ao mau estado da boca (candidíase oral), aos problemas de trânsito intestinal, à ansiedade, à dor, à impactação fecal e ao uso de fármacos. Ascite Ascite é o acumulo patológico de líquido na cavidade peritonial. Apresenta-se inicialmente como um desconforto abdominal não específico, associado a emagrecimento e aumento da circunferência abdominal, podendo ser acompanhado de náuseas ou vômitos, geralmente relacionados à causasubjacente. Compressão medular Normalmente apresenta-se como dor no local comprometido, fraqueza progressiva e perda sensorial consecutiva. A dor, no local da coluna vertebral acometido, apresenta-se em cerca de 80% dos casos e, geralmente, precede o dano neurológico, devendo ser prontamente investigada em qualquer paciente com câncer. Raramente pode apresentar-se com dor abdominal ou torácica e em trajetos nervosos. Alterações esfincterianas ocorrem mais tardiamente. 21 Constipação intestinal A constipação intestinal acomete cerca de 50% a 90% dos pacientes em cuidados paliativos. Os sintomas de constipação também podem ser acompanhados de vômitos, dor abdominal, diarreia paradoxal, incontinência urinária, tenesmo, obstrução intestinal e delírio em idosos. Convulsão É importante distinguir os tipos mais comuns de convulsão: ➢ A convulsão parcial ou focal – onde a descarga neurológica anormal restringe-se a áreas isoladas do cérebro e estão tipicamente associadas a anormalidades estruturais. ➢ A convulsão generalizada – em que a distribuição é mais disseminada, pois envolve áreas cerebrais difusas e pode ocorrer por anormalidades sistêmicas, bioquímicas ou estruturais. Se for a primeira convulsão do paciente, é indispensável a realização da rotina laboratorial completa. Nas convulsões focais ou nos casos de triagem metabólica negativa, deve ser realizado um método de imagem (TCC ou RNM). Caso já exista história de crise convulsiva, o tratamento deve ser reavaliado e pode ser necessária a dosagem sérica do anticonvulsivante. Depressão É um sintoma muito comum em pacientes com câncer. Pode mimetizar outras doenças ou sintomas físicos, o que pode aumentar a morbidade e os custos relacionados ao acompanhamento clínico. Deve ser tratada mesmo na fase avançada da doença oncológica, principalmente se houver perspectiva de melhora da qualidade de vida e / ou quando a sobrevida estimada não for muito curta. Isto se deve ao fato de que os antidepressivos têm seu efeito iniciado somente a partir da segunda semana de uso, sendo precedido pelos efeitos colaterais. 22 Segundo os critérios da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a depressão ocorre com, pelo menos, 2 critérios principais e 4 adicionais: ➢ Sintomas principais: humor depressivo, perda do interesse e /ou do prazer e astenia. ➢ Sintomas adicionais: perda da autoestima, ideias de culpa ou desvalorização, ideias de morte, projeto ou tentativa de suicídio, dificuldades da atenção ou da concentração, alteração da atividade psicomotora, transtornos do sono e alteração do apetite com modificação do peso. Derrame pleural É o volume anormal de líquido na cavidade pleural e constitui uma manifestação frequente em pacientes com câncer avançado. Como não é uma doença, mas sim uma manifestação de outras doenças, neoplásicas ou não, o seu controle depende do tratamento da doença de base. Nos derrames decorrentes de neoplasias refratárias aos tratamentos oncológicos, o alívio dos sintomas é alcançado por meio da drenagem do líquido pleural, com ou sem pleurodese. Diarreia Alteração na consistência das fezes (pastosas ou líquidas) ou aumento na frequência das evacuações. Não é um dos sintomas mais prevalentes entre pacientes em cuidados paliativos (ocorre em 5% a 10% dos pacientes com câncer avançado), porém pode ser muito debilitante, contribuindo para a desidratação, distúrbios eletrolíticos, desnutrição, queda da imunidade e formação de úlcera de pressão. Dispneia É um sintoma muito comum em pacientes em cuidados paliativos (cerca de 29% a 90% dos pacientes) e geralmente é multifatorial. Pode ser relatada como: sensação de falta de ar, sufocamento, aperto torácico ou desconforto respiratório nem sempre associado ao esforço físico. Por ser um sintoma subjetivo, não existem testes que 23 mensurem com exatidão a sua gravidade, sendo o relato do paciente o dado mais importante. O grau da dispneia pode não estar diretamente relacionado à severidade do quadro clínico, visto ser um sintoma subjetivo, dificilmente quantificável. Consiste em uma respiração difícil, desconfortável, angustiante, acompanhada de ansiedade e medo da morte. Fratura patológica A doença óssea metastática é responsável por aproximadamente 99% dos tumores malignos que acometem o osso, sendo a fratura patológica uma das suas principais complicações. As metástases ósseas surgem com maior frequência nos carcinomas de mama (49%), pulmão, rim, próstata e tireoide, e localizam-se mais comumente nas vértebras, arcos costais, pelve e fêmur. Hipercalcemia É a emergência metabólica mais comum em oncologia ocorrendo em 10% a 20% de todas as neoplasias. Pode ocorrer por tumores sólidos metastáticos, por mediação humoral ou por doenças malignas hematológicas. Os tumores mais frequentes são: mieloma múltiplo, leucemia, linfoma, neoplasia pulmonar, metástases ósseas, neoplasia de mama, tumor de células escamosas de cabeça e pescoço, neoplasia renal e neoplasia de tireoide. Pode ser a primeira manifestação de uma neoplasia oculta. Hiperglicemia A intolerância à glicose é uma das primeiras anormalidades metabólicas descritas em pacientes com câncer avançado. Ocorre antes mesmo da perda de peso e da caquexia. 24 Com a progressão do câncer, piora a resistência periférica à insulina, determinando dificuldades no controle glicêmico. Náusea e vômitos São sintomas bastante comuns em pacientes com câncer avançado, ocorrendo em cerca de 60 a 70% dos casos. Obstrução intestinal Situação na qual o trânsito através do trato gastrointestinal é retardado ou obstruído. A maior causa é carcinomatose peritoneal – mais frequente no tumor de ovário – 40 %, seguida de cólon e retal – 20 %, e pâncreas, estômago e colo de útero. Fonte: http://www.crde-unati.uerj.br/publicacoes/pdf/manual.pdf Dor Trata-se de um sintoma subjetivo associado ou não a um dano real ou potencial dos tecidos, e muito frequente (65-85% dos pacientes com câncer avançado apresentam dor). A dor é uma experiência única e individual, modificada pelo conhecimento prévio de um dano que pode ser existente ou presumido, portanto, em qualquer situação, a dor é o que o paciente refere e descreve. Comunicação em cuidados paliativos Para os pacientes sob Cuidados Paliativos, a comunicação interpessoal e o relacionamento humano são ressignificados, representando a essência do cuidado que sustenta a fé e a esperança nos momentos mais difíceis de enfrentamento. O paciente sob http://www.crde-unati.uerj.br/publicacoes/pdf/manual.pdf 25 Cuidados Paliativos deseja ser compreendido como um ser humano que sofre porque, além da dor física, possui conflitos existenciais e necessidades que os fármacos ou os aparelhos de alta tecnologia não podem suprir. Assim, além de compartilhar seus medos e anseios relacionando-se com seus pares, estes pacientes necessitam sentir-se cuidados, amparados, confortados, compreendidos pelos profissionais de saúde que deles cuidam. Expressões de compaixão e afeto na relação com o paciente trazem a certeza de que ele é parte importante de um conjunto, o que ocasiona sensação de proteção e consolo, além de paz interior. O que precisamos entender sobre comunicação? Os profissionais que trabalham com seres humanos em situação de doença e sofrimento e, principalmente, com aqueles que vivenciam a terminalidade necessitam saber não apenas o quê, mas quando e como falar. Precisam saber até mesmo quando calar, substituindo a frase por um toque afetivo ou como potencializar o efeito de um ansiolíticocom um bom par de ouvidos, estando mais próximos e acessíveis às reais necessidades dos pacientes. A comunicação trata-se de um processo complexo que envolve a percepção, a compreensão e a transmissão de mensagens por parte de cada sujeito envolvido na interação, considerando-se o contexto, a cultura, os valores individuais, as experiências, interesses e expectativas próprios de cada um. Todo processo de comunicação é constituído por duas dimensões, a verbal e a não verbal. Quando se utiliza adequadamente a comunicação interpessoal no contexto dos Cuidados Paliativos, frequentemente é possível decifrar informações essenciais e assim diminuir a ansiedade e aflição de quem está próximo da morte, proporcionando maior qualidade ao nosso cuidar e conquistando maior satisfação pessoal. As notícias difíceis: como falar a respeito de perdas, terminalidade e morte A comunicação de notícias difíceis ou más notícias é uma das mais penosas tarefas do profissional de saúde. Isto porque os mesmos aprendem nos bancos da academia a salvar 26 vidas e buscar a saúde, e não a lidar com situações de perdas de saúde, vitalidade, esperança e morte. Assim, uma das dimensões na qual o profissional de saúde mais almeja desenvolver habilidades é a comunicação de notícias difíceis, tais como informar o diagnóstico de uma doença sem possibilidades de cura, a piora irreversível do quadro ou mesmo comunicar a morte para os familiares. Uma questão muito frequente é: “Devo ou não contar ao paciente?”. E, à medida que respostas não são encontradas para este questionamento, utiliza-se a mentira piedosa ou o silêncio cheio de significados dúbios. Contudo, há alternativas para este tipo de situação: o uso de habilidades de comunicação pode auxiliar o profissional a modificar o foco da questão de “contar ou não” para “como informar”. (FCC-TCE-PI-2014) Em relação ao cuidado de enfermagem ao paciente em fase terminal, considere: I. A comunicação do enfermeiro com pacientes e familiares deve ser clara, sem omitir informações sobre o estado real do paciente. II. Na equipe multidisciplinar, a comunicação aos familiares sobre o diagnóstico que envolve risco de morte do paciente é de responsabilidade exclusiva do enfermeiro. III. A avaliação de valores e preferências de cada paciente, contribui para o cuidado de maneira holística. Está correto o que se afirma em: a. I, II e III. b. I e II, apenas. c. I e III, apenas. d. II, apenas. e. III, apenas. Comentário: ASSERTIVA I - CORRETA - De forma simples podemos afirmar que está assertiva encontra-se de acordo com os princípios éticos da profissão, além de ser um dos princípios do SUS presentes na LOS 8.080/90, que deixa claro que todos os pacientes têm direito às informações corretas sobre seu estado de saúde. 27 ASSERTIVA II - INCORRETA. Não é de responsabilidade exclusiva do enfermeiro e sim como a própria assertiva traz- da equipe multidisciplinar trabalhando em conjunto. ASSERTIVA III - CORRETA. Os próprios princípios do cuidado paliativo trazem consigo esse pensamento, onde cada paciente deve ser visualizado em seu “intimo”, com suas necessidades, seus valores, crenças e dificuldades, podendo assim propiciar um cuidado mais equânime. Resposta Correta: c. I e III, apenas. Ao comunicar notícias difíceis, é importante que o profissional mostre atenção, empatia e carinho com seu comportamento e sinais não verbais. A expressão facial, o contato visual, a distância adequada e o toque nas mãos, braços ou ombros ajudam, conforme já referido, a demonstrar empatia, oferecer apoio e conforto. O paciente precisa sentir que, por pior que seja sua situação, ali se encontra alguém que não irá abandoná-lo a sua própria sorte, alguém em quem ele pode confiar, que poderá cuidar dele. (UFMG/2012) São princípios dos cuidados paliativos, EXCETO: a) Oferecer alívio à dor e sintomas que provoquem o sofrimento físico, como náuseas, constipação insônia, dispneia. b) Os cuidados paliativos devem ser aplicados apenas na fase final da doença, agregando a tecnologia hospitalar aos cuidados na terminalidade. c) Integrar aspectos psicológicos, sociais e espirituais na assistência à família e ao paciente. d) Garantir uma abordagem multidisciplinar. 28 Comentário: VAMOS RELEMBRAR OS PRÍNCIPIOS? ➢ Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, anorexia, dispneia e outras emergências oncológicas. ➢ Reafirmar vida e a morte como processos naturais. ➢ Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente. ➢ Não apressar ou adiar a morte. ➢ Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio ambiente. ➢ Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte. ➢ Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto. ➢ Iniciar o mais precocemente possível o Cuidado Paliativo, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como quimioterapia e radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes. Resposta Correta: b) Os cuidados paliativos devem ser aplicados apenas na fase final da doença, agregando a tecnologia hospitalar aos cuidados na terminalidade. (IBC/AOCP/2012) Sobre os cuidados paliativos, é correto afirmar que: a) o principal objetivo das terapias aplicadas é aumentar a sobrevida do indivíduo de forma significativa, promovendo um ambiente saudável. b) o cuidado visa proporcionar conforto para que o doente possa vivenciar o processo de morte com dignidade. 29 c) a enfermagem tem atuação limitada e passiva, sendo pouco efetivo os cuidados prestados, sendo necessária a abordagem por profissionais especializados. d) durante o processo de cuidados paliativos, o indivíduo deve permanecer sedado para evitar o sofrimento e a dor. e) a família deve ser afastada e não participar dessa etapa do cuidado por estar emocionalmente abalada. Comentário: O principal objetivo das terapias não é aumentar a sobrevida dos indivíduos, mas proporcionar conforto para que o paciente possa viver o mais ativamente possível até o final da vida. Nesse processo é essencial a participação familiar, que também é objeto dos cuidados. Resposta Correta: b) o cuidado visa proporcionar conforto para que o doente possa vivenciar o processo de morte com dignidade. (Secretaria de Saúde do Distrito Federal-DF/UNIVERSA/2011) A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua cuidados paliativos como uma abordagem que tem por objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, que enfrentam problemas associados a doenças que põem em risco a vida. A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta. a) A assistência paliativa é voltada ao controle dos sintomas e à busca da cura, com vistas a preservar a qualidade de vida até o final. b) A fadiga é um sinal muito prevalente em cuidados paliativos e, por se limitar a questões físicas, devem ser instituídas medidas exclusivamente farmacológicas para o alívio do cansaço e da dispneia. c) Os quadros de delírio, demência, ansiedade e depressão são reflexos de alterações emocionais e afetivas no paciente com câncer, devendo ser detectados precocemente, a fim de se intervir rápida e adequadamente. 30 d) Efeitos adversos de algumas medicações para o tratamento do câncer, como os opioides e antidepressivos tricíclicos, bem como as mudanças orgânicas decorrentes do câncer avançado, provocam a sintomatologia gastrintestinal mais frequente em cuidadospaliativos, que é a diarreia. e) A hipodermóclise representa uma via alternativa para suporte clínico de pacientes em cuidados paliativos, em que há infusão de fluidos isotônicos e (ou) medicamentos por via subcutânea. Tem como vantagens o baixo custo, a possibilidade de alta precoce e o risco mínimo de complicações locais ou sistêmicas. Comentário: ASSERTIVA A. INCORRETA. O cuidado paliativo busca o controle dos sintomas, sem almejar a cura, mas sim proporcionar ao paciente uma vida ativa até o dia de sua morte. ASSERTIVA B. INCORRETA. A fadiga é um sintoma muito presente em pacientes com câncer avançado, mas é um sintoma tanto físico quanto psíquico. ASSERTIVA C. INCORRETA. Os distúrbios cognitivos podem constituir condição prévia à doença incurável ou ser consequência de efeitos indesejáveis de algumas medicações utilizadas, que interferem na atenção, percepção e memória. ASSERTIVA D. INCORRETA. As causas mais comuns da diarreia em cuidados paliativos são: • drogas, principalmente os laxativos em excesso, os antibióticos, os antiácidos, a quimioterapia antineoplásica e a reposição de ferro; • radioterapia, • obstrução intestinal (diarreia paradoxal). • síndromes disabsortivas devido à insuficiência pancreática e à ressecção ileal. • infecções intestinais agudas ou crônicas. • sangramento gastrointestinal. • alimentação enteral. ASSERTIVA E CORRETA. HIPODERMÓCLISE consiste na infusão de fluidos isotônicos e/ou medicamentos por via subcutânea. Tem como objetivo a reposição hidroeletrolítica e/ou terapia medicamentosa. Possui como vantagem o baixo custo. Resposta Correta: e) A hipodermóclise representa uma via alternativa para suporte clínico de pacientes em cuidados paliativos, em que há infusão de fluidos isotônicos e (ou) medicamentos por via subcutânea. Tem como vantagens o baixo custo, a possibilidade de alta precoce e o risco mínimo de complicações locais ou sistêmicas. 31 1. (2013/INSTITUTO AOCP/IBC) Sobre os cuidados paliativos, é correto afirmar que: a) o principal objetivo das terapias aplicadas é aumentar a sobrevida do indivíduo de forma significativa, promovendo um ambiente saudável. b) o cuidado visa proporcionar conforto para que o doente possa vivenciar o processo de morte com dignidade. c) a enfermagem tem atuação limitada e passiva, sendo pouco efetivo os cuidados prestados, sendo necessária a abordagem por profissionais especializados. d) durante o processo de cuidados paliativos, o indivíduo deve permanecer sedado para evitar o sofrimento e a dor. e) a família deve ser afastada e não participar dessa etapa do cuidado por estar emocionalmente abalada. 2. (2016/PR-4 UFRJ/UFRJ) Seguindo a tendência mundial, no Brasil, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) foram a causa de aproximadamente 72,6% das mortes no ano de 2013. Isso configura uma mudança nas cargas de doenças e apresenta-se como um novo desafio para os gestores de saúde, ainda mais pelo forte impacto das DCNT na morbimortalidade e na qualidade de vida dos indivíduos afetados, na maior possibilidade de morte prematura, e nos efeitos econômicos adversos para as famílias, comunidades e sociedade em geral. As quatro DCNT de maior impacto mundial são: Doenças cardiovasculares, Diabetes, Câncer e Doenças Respiratórias Crônicas. Inicialmente, os “cuidados paliativos” eram dirigidos, apenas, aos pacientes oncológicos, mas, hoje, também são direcionados às pessoas portadoras de doenças crônicas. Mediante o enunciado, assinale a alternativa correta para a definição de “cuidados paliativos”. a) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce, da 32 avaliação impecável e do tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. b) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio do tratamento da dor c) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio da “obstinação terapêutica” no acompanhamento do doente. d) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença oncológica que ameaça a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce, da avaliação impecável e do tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. e) Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida e da morte do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, da avaliação impecável e do tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. 3. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH) É princípio dos cuidados paliativos: a) promover alivio da dor e qualquer sintoma que desencadeie sofrimento humano nas esferas físicas, psíquicas, emocionais, sociais. b) antecipar o processo de morte para alívio do sofrimento. c) iniciar medidas de conforto somente quando as medidas curativas não surtirem mais efeito. d) focar o cuidado no paciente, sem aproximar as famílias das discussões, a fim de minimizar o sofrimento. e) promover a espiritualidade por meio do convencimento de determinada religião ao paciente, independentemente de suas crenças pessoais. 33 4. (2017/IBFC/EBSERH) Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo, sobre cuidados paliativos. ( ) O paciente fora de possibilidade terapêutica é rotulado como “terminal” e considerado excluído da prática assistencial. ( ) A definição de cuidados paliativos da OMS (Organização Mundial de Saúde) é que afirmam a vida e encaram o morrer como um processo normal; não apressam a morte; procuram aliviar a dor e outros sintomas desconfortáveis; e integram os aspectos psicossocial e espiritual nos cuidados dos pacientes entre outros. ( ) A filosofia dos cuidados paliativos tem apresentado uma movimentação crescente dentro da equipe multiprofissional de saúde, bem como um papel diferenciado no contexto assistencial, nas políticas de saúde e nos currículos voltados à formação de profissionais. ( ) A filosofia é promover a distanásia, evitando a ortotanásia e eutanásia. A sequência correta é: a) F-F-V-V b) V-V-F-F c) F-F-F-V d) F-V-V-F e) V-V-V-F 5. (2017/INSTITUTO AOCP/EBSERH) A aplicação de Cuidados Paliativos intensivos para pacientes com doenças avançadas, próximos ao final da vida ou com expectativa de vida de até seis meses, englobando apoio aos seus familiares, denomina-se: a) hospice. b) barganha. c) transdisciplinariedade. d) luto. e) tanatologia. 34 6. (FCC-TCE-PI-2014) Em relação ao cuidado de enfermagem ao paciente em fase terminal, considere: I. A comunicação do enfermeiro com pacientes e familiares deve ser clara, sem omitir informações sobre o estado real do paciente. II. Na equipe multidisciplinar, a comunicação aos familiares sobre o diagnóstico que envolve risco de morte do paciente é de responsabilidade exclusiva do enfermeiro. III. A avaliação de valores e preferências de cada paciente, contribui para o cuidado de maneira holística. Está correto o que se afirma em: a. I, II e III. b. I e II, apenas. c. I e III, apenas. d. II,apenas. e. III, apenas. 7. (UFMG/2012) São princípios dos cuidados paliativos, EXCETO: a) Oferecer alívio à dor e sintomas que provoquem o sofrimento físico, como náuseas, constipação insônia, dispneia. b) Os cuidados paliativos devem ser aplicados apenas na fase final da doença, agregando a tecnologia hospitalar aos cuidados na terminalidade. c) Integrar aspectos psicológicos, sociais e espirituais na assistência à família e ao paciente. d) Garantir uma abordagem multidisciplinar. 8. (IBC/AOCP/2012) Sobre os cuidados paliativos, é correto afirmar que: a) o principal objetivo das terapias aplicadas é aumentar a sobrevida do indivíduo de forma significativa, promovendo um ambiente saudável. 35 b) o cuidado visa proporcionar conforto para que o doente possa vivenciar o processo de morte com dignidade. c) a enfermagem tem atuação limitada e passiva, sendo pouco efetivo os cuidados prestados, sendo necessária a abordagem por profissionais especializados. d) durante o processo de cuidados paliativos, o indivíduo deve permanecer sedado para evitar o sofrimento e a dor. e) a família deve ser afastada e não participar dessa etapa do cuidado por estar emocionalmente abalada. 9. (Secretaria de Saúde do Distrito Federal-DF/UNIVERSA/2011) A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua cuidados paliativos como uma abordagem que tem por objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, que enfrentam problemas associados a doenças que põem em risco a vida. A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta. a) A assistência paliativa é voltada ao controle dos sintomas e à busca da cura, com vistas a preservar a qualidade de vida até o final. b) A fadiga é um sinal muito prevalente em cuidados paliativos e, por se limitar a questões físicas, devem ser instituídas medidas exclusivamente farmacológicas para o alívio do cansaço e da dispneia. c) Os quadros de delírio, demência, ansiedade e depressão são reflexos de alterações emocionais e afetivas no paciente com câncer, devendo ser detectados precocemente, a fim de se intervir rápida e adequadamente. d) Efeitos adversos de algumas medicações para o tratamento do câncer, como os opioides e antidepressivos tricíclicos, bem como as mudanças orgânicas decorrentes do câncer avançado, provocam a sintomatologia gastrintestinal mais frequente em cuidados paliativos, que é a diarreia. e) A hipodermóclise representa uma via alternativa para suporte clínico de pacientes em cuidados paliativos, em que há infusão de fluidos isotônicos e (ou) medicamentos por via subcutânea. Tem como vantagens o baixo custo, a possibilidade de alta precoce e o risco mínimo de complicações locais ou sistêmicas. 36 1 D 2 A 3 A 4 D 5 A 6 C 7 B 8 B 9 E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP). Manual de cuidados paliativos. Rio de Janeiro: Diagraphic; 2012 37 38 https://enfconcursos.com/l/completo-ebooks
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