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CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DA INSALUBRIDADE & PERICULOSIDADE Manual Técnico Básico para o Entendimento sobre a Caracterização da Insalubridade e Periculosidade Interpretação da NR-15 — Atividades e Operações Insalubres e seus Anexos Interpretação da NR-16 — Atividades e Operações Perigosas e seus Anexos 1ª Edição — Outubro, 2014 2ª Edição — Março, 2016 ALEXANDRE PINTO DA SILVA Engenheiro Eletricista, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Higienista Ocupacional, Consultor em Ergonomia, Mestre em Sistemas Elétricos de Potência, Professor de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DA INSALUBRIDADE & PERICULOSIDADE Manual Técnico Básico para o Entendimento sobre a Caracterização da Insalubridade e Periculosidade Interpretação da NR-15 — Atividades e Operações Insalubres e seus Anexos Interpretação da NR-16 — Atividades e Operações Perigosas e seus Anexos 2ª edição R EDITORA LTDA. Rua Jaguaribe, 571 CEP 01224-003 São Paulo, SP — Brasil Fone (11) 2167-1101 www.ltr.com.br Março, 2016 Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: RLUX Projeto de capa: FABIO GIGLIO Impressão: PAYM Versão impressa — LTr 5414.8 — ISBN 978-85-361-8759-4 Versão digital — LTr 8889.6 — ISBN 978-85-361-8742-6 Todos os direitos reservados Índice para catálogo sistemático: Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Silva, Alexandre Pinto da Caracterização técnica da insalubridade & periculosidade / Alexandre Pinto da Silva. — 2. ed. — São Paulo : LTr, 2016. Bibliografia. Normas regulamentadoras — Brasil 2. Segurança do trabalho 3. Segurança do trabalho — Brasil 4. Trabalhos perigosos I. Título. 16-01249 CDD-363-11 1. Insalubridade : Normas regulamentadoras : Segurança do trabalho : Bem-estar social 363.11 Agradecimentos Agradeço aos meus filhos, Lawrence Ali e Maryam Ali, por serem minha fonte de inspiração na luta para a realização dos meus sonhos! “Feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” Cora Coralina 9 SUMÁRIO Capítulo 1 — Considerações Gerais....................................................................................................... 11 1.1. Introdução............................................................................................................................................ 11 1.2. A CLT — Consolidação das Leis do Trabalho ..................................................................................... 13 1.3. As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego ............................................... 15 Capítulo 2 — Entendendo a Periculosidade .......................................................................................... 25 2.1. Introdução............................................................................................................................................ 25 2.2. Analisando os dizeres da NR-16 — Atividades e Operações Perigosas ............................................ 31 2.3. Anexo 1 — Atividades e Operações Perigosas com Explosivos ......................................................... 34 3.1. Anexo 2 — Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis ........................................................ 40 3.2. Anexo (*) — Atividades e Operações Perigosas com Radiação Ionizante ou Substâncias ................ 51 4.1. A Eletricidade como Agente Periculoso ............................................................................................... 60 4.2. A Segurança Pessoal e Patrimonial como Atividade Periculosa ......................................................... 74 5.1. A Atividade com Motocicleta como Periculosa .................................................................................... 82 5.2. Direito ao Adicional de Periculosidade ................................................................................................ 88 5.3. A questão do Risco Acentuado ............................................................................................................ 89 Capítulo 3 — A Insalubridade e seus Agentes Insalubres.................................................................... 90 3.1. Introdução............................................................................................................................................ 90 3.2. Analisando os dizeres da NR-15 — Atividades e Operações Insalubres ............................................ 93 3.3. Anexo n. 1 — Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente ......................................... 97 4.1. Anexo n. 2 — Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto ............................................................. 112 4.2. Anexo n. 3 — Limites de Tolerância para Exposição ao Calor ............................................................ 114 4.3. Anexo n. 4 (Revogado) ........................................................................................................................ 129 4.4. Anexo n. 5 — Radiações Ionizantes.................................................................................................... 134 5.1. Anexo n. 6 — Trabalho sob Condições Hiperbáricas .......................................................................... 138 5.2. Anexo n. 7 — Radiações Não Ionizantes ............................................................................................ 139 5.3. Anexo n. 8 — Vibrações ...................................................................................................................... 143 5.4. Anexo n. 9 — Frio ................................................................................................................................ 156 5.5. Anexo n. 10 — Umidade...................................................................................................................... 168 5.6. Anexo n. 11 — Agentes Químicos cuja Insalubridade é Caracterizada por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho ......................................................................................................... 173 10 5.7. Anexo n. 12 — Limites de Tolerância para Poeiras Minerais .............................................................. 184 5.8. Anexo n. 13 — Agentes Químicos ....................................................................................................... 197 6.1. Anexo n. 13 — Anexo n. 13 A — Benzeno .......................................................................................... 207 6.2. Anexo n. 14 — Agentes Biológicos...................................................................................................... 214 Capítulo 4 — Tempo de Exposição ......................................................................................................... 222 4.1. Introdução............................................................................................................................................ 222 4.2. Caracterização pela Portaria n. 3.311, de 29 de novembro de 1989 .................................................. 223 4.3. Caracterização pela Orientação Normativa n. 6, de 18 de março de 2013 ........................................ 223 Referência Bibliográfica .......................................................................................................................... 225 Anexo A: Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978 do MTE .................................................................. 227 Anexo B: Projeto de Lei n. 4.983/2013 .................................................................................................... 229 Anexo C: Convenção 148 da OIT ............................................................................................................230 Anexo D: Convenção 155 da OIT ............................................................................................................ 235 Capítulo 11 CONSIDERAÇÕES GERAIS 1.1. Introdução A ideia da concepção deste livro surgiu quando eu, como professor da disciplina de Higiene Ocupacional para o curso de Engenharia de Segurança do Trabalho e da disciplina Temperaturas Extremas no curso de Higiene Ocupacional, observei a necessidade de os alunos entenderem basi- camente de onde vem essa questão da insalubridade e da periculosidade no Brasil, onde começou, quem tem o direito ao referido adicional, como fazer uma avaliação com conhecimento e requisitos técnicos básicos. Observei também que os alunos possuem uma carência muito grande na interpretação das NRs(1), especificamente neste caso da NR-15 — Atividades e Operações Insalubres e da NR-16 — Atividades e Operações Perigosas, com muitas dificuldades para entender os seus dizeres, item por item. O que está acontecendo é que boa parte dos alunos que concluem a pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho ou outro curso relacionado à segurança sai do curso ainda com muitas dúvidas a respeito dessas questões, sem um embasamento técnico de como fazer a interpretação prática e básica das NRs 15 e 16. A questão da insalubridade e da periculosidade no Brasil normalmente é abordada apenas por médicos do Trabalho ou engenheiros de Segurança do Trabalho, pois a CLT(2), em seu art. 195, diz claramente que a caracterização de uma atividade, para ser insalubre ou periculosa, tem de ser feita por um desses profissionais: Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. Este livro veio para que também outros profissionais, advogados do trabalho, psicólogos, tera- peutas, fisioterapeutas ocupacionais, técnicos de segurança do trabalho, estudantes de engenharia, entre outros, possam mergulhar nesse mundo, iniciando o entendimento da questão da insalubrida- de e periculosidade, podendo então entrar no grupo seleto de profissionais que realmente entendem do assunto. No decorrer desta obra, algumas portarias e outras publicações serão citadas, mostrando o que já existe de publicação, a interpretação feita pelo autor e as melhorias que poderão ser implementadas, quando houver. Procurei trazer para este livro o ambiente de sala de aula, pois, em meu material preparado para lecionar, levo sempre notícias, chamo a atenção para algum item importante, as famosas “Perguntas do Dia”, alguns exercícios simples de fixação e algumas decisões judiciais. Então, no decorrer do livro aparecerão sempre os símbolos: (1) NRs — Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Serão estudadas em capítulo específico. (2) CLT — Consolidação das Leis do Trabalho. Será estudada em capítulo específico. 1 12 Exercício de Fixação Pergunta do Dia Interpretando a Notícia Atenção para algum item Decisão Judicial desfavorável ao trabalhador 13 Decisão Judicial favorável ao trabalhador Para cada símbolo apresentado, haverá uma notícia, uma decisão judicial, um exercício de fixação, um comentário feito por mim quando pertinente, entre outras ponderações. Isso é um método didático muito interessante criado por mim para que o leitor fixe os conhecimentos, adquirindo um embasamento em sua interpretação, facilitando o entendimento da questão apresentada. Não é propósito desse livro delongar muito em explicações que poderiam ser resumidas em pequenos textos. Se fosse de vontade do autor, poderiam ser escritas páginas e páginas para uma explicação de determinado item, com diversos conceitos que poderiam ser resumidos em poucas palavras ou ilustrações. Os capítulos deste livro serão objetivos, as interpretações serão claras e explicadas com o menor número de palavras possível, e, sempre que for necessário, haverá uma ilustração para uma melhor compreensão da explicação, pois, como disse Confúcio, filósofo Chinês que viveu no século V antes de Cristo, “Uma imagem vale mais que mil palavras”. Essa obra não tem a intenção de esgotar a pesquisa sobre a insalubridade ou a periculosidade, já que esse assunto é vasto e podemos dizer que são praticamente infinitas suas interpretações. Será apenas mais uma ferramenta para a tentativa de compreensão sobre o que a nossa legislação anseia sobre a questão da insalubridade e da periculosidade no Brasil. Então, iniciamos nossos estudos sobre essas questões, de modo prático, sem rodeios, para que todos possam ter uma visão prática e objetiva da interpretação de duas normas regulamentadoras, além de toda a legislação que cerca essa questão, com uma visão de engenharia. Mãos à obra e bons estudos a todos. 1.2. A CLT — Consolidação das Leis do Trabalho A CLT foi criada pelo então presidente da república Getúlio Vargas, em 1º de maio de 1943, através do Decreto-Lei n. 5.452, tendo como objetivo o Brasil possuir uma legislação em que os trabalhadores pudessem estar resguardados em seus direitos. Este decreto foi baseado na Carta Magna de 1937, que era a Constituição brasileira. Essa carta também foi baseada na Carta del Lavoro da Itália. A CLT contém leis que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho no Brasil. Ela é a lei maior do trabalho, não podendo os seus dizeres ser contrariados por outras leis, portarias, súmulas etc. Acima da CLT somente a Constituição da República Federativa do Brasil, além das convenções da OIT(3) ratificadas pelo Brasil. (3) OIT — Organização Internacional do Trabalho. Agência ligada à Organização das Nações Unidas — ONU, especializada nas questões relativas ao trabalho. 14 As normas da OIT e a Constituição Federal são as principais bases da CLT. A CLT fornece todo o embasamento para a construção das Normas Regulamentadoras do MTE(4), que serão estudas em item específico. O art. 7º da Constituição Federal diz: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXIII — adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei. A Constituição Federal definiu o adicional para as atividades insalubres, perigosas e penosas, na forma da lei. As atividades insalubres e perigosas foram definidas na forma da lei através da CLT e das Normas Regulamentadoras, como veremos. Já as atividades consideradas penosas ainda não foram regulamentadas, não havendo na CLT qualquer menção a respeito dessas atividades. Ante as novas constituições que o Brasil já teve até hoje, a CLT nunca foi atualizada, salvo alguns itens alterados por lei, sendo a sua “coluna vertebral” mantida desde sua promulgação. Isso não quer dizer que a CLT deva ser flexibilizada. Ela deve ser atualizada. O grande problema é que, se forem atualizados os dizeres da CLT, haverá grande pressão para que diversos direitos trabalhistas sejam retirados. Esse é um dos grandes motivos que muitos sindicatos invocam para que a CLT não seja alterada. Por mais que a CLT esteja necessitando de reformas, o que já foi tentado por vários governos sem sucesso, é a maior garantia de direitos que o trabalhador possui e que não podem ser descumpridos em nenhuma hipótese, pois, em um país democrático, o descumprimento de lei é crime, sendo passível de punições. Existe uma forte pressão para que haja a flexibilização da CLT através dos acordos coletivos de trabalho. A meu ver isso é um equívoco, pois, se isso acontecer, a CLT poderá ser contrariada, e sempre será a favor do empregador, com o trabalhador perdendo seu apoio em sua lei maior. Interpretando a Notícia Projeto que permite que acordos coletivos prevaleçamàs leis gera divergências(5) Data: 3.12.2013 / Fonte: Agência Câmara de Notícias Brasília/DF — Representantes de patrões e empregados apresentaram posições completamente contrárias sobre o Projeto de Lei n. 4.193/12, que permite que convenções ou acordos coletivos de trabalho prevaleçam sobre as leis trabalhistas. Durante audiência pública realizada nesta terça-feira na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, os empregadores se manifestaram a favor da proposta e os trabalhadores, contra. Diante desse quadro, o presidente da comissão, deputado Roberto Santiago (PSD-SP), já avisou que não vai colocar o projeto em votação no colegiado, apesar de o relator, deputado Silvio Costa (PSC-PE), já ter apresentado parecer defendendo a aprovação da proposta. O projeto prevê que convenções ou acordos coletivos de trabalho devem prevalecer sobre a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT Decreto-Lei n. 5.452/43). A única restrição é que não atentem contra a Constitui- ção, nem contrariem normas de higiene, saúde e segurança do trabalho. (4) MTE — Ministério do Trabalho e Emprego. (5) Notícias Revista Proteção. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/content/noticias/noticia_detalhe.php?id=AJjjAAjg&__ akacao=1718741&__akcnt=0caf262c&__akvkey=6160&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Prote%E7%E3o%20 Sele%E7%E3o%20Ed.%2048/13 >. Acesso em: 6 dez. 2013 15 Segurança jurídica A assessora jurídica da Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental, Cely Soares, res- saltou que algumas questões trabalhistas só podem ser resolvidas por meio de negociação coletiva. Na opinião da representante dos patrões, o projeto, se aprovado, vai dar segurança jurídica aos acordos de trabalho. Cely Soares também criticou os sindicatos que assinam um acordo coletivo e depois entram na Justiça questionando algum dispositivo. Segundo ela, hoje a legislação obriga as entidades sindicais a participarem da negociação, e, quando ela ocorre, não é respeitada. O representante da Confederação Nacional dos Serviços (CNS), João Adilberto Xavier, também acredita que o projeto vai dar à convenção coletiva de trabalho o valor que ela deve ter. “A CLT permanece incólume. Esse projeto de lei vai simplesmente dar à convenção coletiva de trabalho a força que lhe é devida, porque, via de regra, a Justiça do Trabalho vem e anula a cláusula. Isso tem que acabar, ressaltou. Para Xavier, é preciso colocar o Brasil dentro da realidade atual. Tem que parar com esse negócio de dizer que o empregado é um coitadinho, que é hipossuficiente. Não, os empregados são pessoas extremamente competentes. Tanto são competentes que estão trabalhando nas minhas empresas ou nas empresas de quem quer que seja.” O advogado da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Roberto Lopes, foi mais um a ressaltar que o projeto dá segurança à negociação coletiva e a certeza de que o que foi pactuado vai ser cumprido. Ele destacou ainda que está havendo um aperfeiçoamento dos acordos coletivos. “Estamos vivendo um momento em que a negociação coletiva chega a uma evolução em que tanto os empregadores quanto os sindicatos estão se aperfeiçoando na adoção desse instrumento”, declarou. Segundo Lopes, um estudo do Dieese aponta aumento de cláusulas sociais, como gastos com creche, nas negociações. “Isso mostra que os empregadores estão tentando construir um cenário positivo nessa área”, afirmou. Caos O representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) na audiência, Pascual Carneiro, defendeu o arquivamento do projeto. Ele afirmou que vai haver um caos no País se o que for ne- gociado numa convenção coletiva de trabalho ficar acima da legislação. “Vivemos em um país continental e existem cidades onde um empresário manda naquela localidade. Assim, ele pode impor um acordo coletivo em que os direitos dos trabalhadores serão prejudicados. As fábricas são um espaço onde o capital é que manda. Não existe democracia numa empresa”, destacou. Segundo Pascual Carneiro, é necessário que o Congresso discuta a organização dentro de uma empresa e a disputa entre capital e trabalho, antes de debater a flexibilização da legislação trabalhista. O diretor nacional da Força Sindical, Luiz Carlos Barbosa, acredita que a proposta desfigura a CLT. “Nós não podemos, simplesmente, apoiar o projeto de lei que garante a autonomia da vontade coletiva das partes en- tre sindicatos de trabalhadores e empresários, porque sabemos que isso é uma forma de flexibilizar e retirar direitos. A CLT é uma jovem senhora de 70 anos, que precisa colocar um botox aqui e ali, apenas para dar uma nova adaptação à realidade. Mas nós continuamos defendendo a CLT porque é o único instrumento, ainda, de proteção aos trabalhadores.” O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Messias Melo, declarou que o governo não apoia a proposta. Apesar de o Ministério do Trabalho considerar que já é tempo de atualizar as normas que tratam das relações de trabalho e a legislação sindical, Melo avaliou que uma mudança pontual, como prevê o projeto, não vai resolver os problemas atuais. Comentário do Autor: Concordo com os sindicatos. Em minha opinião, nada pode contrariar a CLT. Os acordos coletivos servem para complementar a CLT, nunca contrariar. 1.3. As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego As NRs — Normas Regulamentadoras foram criadas através da Portaria MTB n. 3.214, de 8 de junho de 1978 (em anexo ao final deste livro), obedecendo ao art. 200 da CLT, que diz: 16 Art. 200. Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Ca- pítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre: I — medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de construção, demo- lição ou reparos; II — depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem como trânsito e perma- nência nas áreas respectivas; III — trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos empregados; IV — proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revesti- mento de portas e paredes, construção de paredes contrafogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização; V — proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento profilaxia de endemias; VI — proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade controle perma- nente dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias; VII — higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos industriais; VIII — emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo. Parágrafo único — Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos,as normas a que se referem este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico. A CLT então definiu o que o MTE deveria completar nos seus dizeres, já que são enormes as particularidades das atividades. Com isso foram sendo criadas as normas regulamentadoras. Antes da criação das normas regulamentadoras, as normas de higiene e segurança do trabalho eram dispersas em inúmeros instrumentos legais, sendo praticamente impossível o estudo desses. Essas normas são que regulamentam todo o trabalho de empregados que são regidos pela CLT. Elas estabelecem os requisitos técnicos legais sobre aos aspectos mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). De acordo com o item 1.1 da NR-1 — Disposições Gerais: 1.1. As Normas Regulamentadoras — NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obri- gatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho — CLT. Devemos sempre ter em mente que as NRs estabelecem requisitos mínimos, cabendo ao pro- fissional buscar outras fontes mais específicas de cada assunto, para complementar o que obriga as NRs, lembrando que o que está sendo determinado por uma Norma Regulamentadora tem de ser cumprido, não podendo outras fontes contrariar o que ditam essas normas, mas sim complementar. As Normas Regulamentadores publicadas pelo MTE são a garantia mínima de saúde e segu- rança para os trabalhadores brasileiros. Atualmente sofrem grande pressão dos empregadores para a sua flexibilização. Sobre isso, Oliveira (2011)(6) diz: Não se ignora que nos dias atuais o princípio da proteção vem sofrendo abalos sucessivos, em razão do propósito explícito dos empregadores de flexibilizar as normas trabalhistas, postulan- (6) OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Proteção jurídica do trabalhador. 6. ed. São Paulo: LTr, 2011. p. 47. 17 do alguns até mesmo ampla desregulamentação. Todavia, é imperioso registrar que no campo da segurança, higiene e saúde do trabalhador, não há espaço para reduzir a proteção legal, porquanto são garantias complementares do direito à vida e este definitivamente não pode ser objeto de negociação. As NRs são destinadas aos empregadores, que regulamentam as condições de trabalho, com a finalidade de promover a segurança e a saúde do trabalhador. Estabelecem, em síntese: • os limites aceitáveis de exposição do trabalhador aos agentes agressivos; • as condições de trabalho ambientais necessárias em diversas situações de risco; • a estrutura de atendimento e acompanhamento da saúde do trabalhador; • a estrutura de instalações sanitárias e de conforto. Estas são elaboradas e modificadas por uma comissão TRIPARTITE, composta por re- presentantes do governo, empregadores e empregados. Essas normas são elaboradas e modificadas por meio de portarias expedidas pelo MTE. Nada nas NRs “cai em desuso” sem que exista uma portaria identificando a modificação pretendida. Sabemos que a produção industrial tem de ser atendida no mundo do trabalho, cabendo à comissão TRIPARTITE encontrar o equilí- brio entre a produção e os requisitos mínimos ansiados pelo trabalhador, como bem-estar, saúde e segurança no trabalho. Atualmente existem 35 NRs em vigor no Brasil. Deveriam ser 36, porém a NR-27 — Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB foi revogada pela Portaria n. 262, de 29 de maio de 2008. Para que o leitor que esteja iniciando no assunto não fique perdido quando se falar em Normas Regulamentadoras do MTE, será feito um breve resumo de cada NR, com alguns comentários do autor, quando pertinente. 1.3.1. NR-1 — Disposições Gerais Esta norma trata das disposições gerais, de uma forma ampla, para todas as demais normas regulamentadoras do MTE, contendo obrigações que devem ser cumpridas tanto pelo empregador quanto pelo empregado. 1.3.2. NR-2 — Inspeção Prévia Norma que contém procedimentos para novos empreendimentos, obrigando-os a possuí- rem aprovação do MTE de suas instalações antes de iniciar suas atividades. Toda instalação deveria possuir o Certificado de Aprovação de Instalações, porém, essa Norma Regulamenta- dora é chamada de “A NR esquecida”, pois o MTE não possui pessoal suficiente para fiscalizar o seu cumprimento. 1.3.3. NR-3 — Embargo e Interdição Esta norma define que interdição “implica a paralisação total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento” enquanto o embargo “implica a paralisação total ou parcial da obra”. O interessante dessa norma é que quando houver interdição ou embargo, ela prevê que “os empregados devem receber os salários como se estivessem em efetivo exercício”. 18 1.3.4. NR-4 — Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho — SESMT A NR-4 obriga as empresas a constituírem o seu SESMT, dependendo do número de empre- gados no estabelecimento e do grau de risco em que a atividade se enquadra, de acordo com a CNAE — Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Todas essas definições se encontram em anexos desta NR. 1.3.5. NR-5 — Comissão Interna de Prevenção de Acidentes — CIPA Do mesmo modo que a NR-4, a NR-5 — Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, obriga as empresas a constituírem suas CIPAs, dependendo do número de empregados e do agrupamento na CNAE 1.3.6. NR-6 — Equipamento de Proteção Individual — EPI Norma Regulamentadora que rege toda a questão do Equipamento de Proteção Individual, que deve ser fornecido pelo empregador, devendo ser usado pelos trabalhadores expostos a riscos que possam ser eliminados, neutralizados ou atenuados pelos EPI, visando resguardar a sua saúde e segurança. Os profissionais das áreas de Saúde e Segurança do Trabalho devem sempre ter em mente que o uso do EPI deve ser o último recurso para a neutralização, eliminação ou atenuação de um agente, sendo que antes devem ser tomadas medidas de ordem coletiva e/ou administrativa. Esta NR possui 1 anexo: Anexo I — Lista de Equipamentos de Proteção Individual. 1.3.7. NR-7 — Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional Esta Norma Regulamentadora “estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional — PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores”. Este programa, quando implementado com responsabilidade, consegue identificar possíveis riscos que os trabalhadores possam estar sendo acometidos, podendo prevenir doenças ocupacionais e do trabalho. Este programa prevê os exames admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional. 1.3.8. NR-8 — Edificações Norma que “estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem”. Em minha opinião, essa norma deveria ser unificada com a NR-18 — Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, simplificando o trabalho do pessoal da saúde e segurança, sem a perda da confiabilidade da norma. 1.3.9. NR-9 — Programas de Prevenção de Riscos Ambientais Uma das Normas Regulamentadoras mais importantes do MTE, pois trata de um dos mais bem elaborados programas para a saúde e segurança do trabalhador, chamado de PPRA — Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Este programa, em conjunto com o PCMSO, são as maiores 19 ferramentas usadas para a prevenção de doenças ocupacionais. O PPRA visa “à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscosambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais”. 1.3.10. NR-10 — Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade É de extrema importância esta NR, devido ao perigo de acidentes que a eletricidade represen- ta. Ela “estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade”. Esta NR possui 2 anexos: Anexo I — Zona de Risco e Zona Controlada. Anexo II — Treinamento. 1.3.11. NR-11 — Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. Esta NR também possui o Anexo I — Regulamento Técnico de Procedimentos para Movimentação, Armazenagem e Manu- seio de Chapas de Mármore, Granito e outras Rochas. 1.3.12. NR-12 — Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. Esta NR é bastante extensa, possuindo 12 anexos: Anexo I — Distâncias de Segurança e Requisitos para o Uso de Detectores de Presença Optoeletrônicos. Anexo II — Conteúdo Programático da Capacitação. Anexo III — Meios de Acesso Permanentes. Anexo IV — Glossário. Anexo V — Motosserras. Anexo VI — Máquinas para Panificação e Confeitaria. Anexo VII — Máquinas para Açougue e Mercearia. Anexo VIII — Prensas e Similares. Anexo IX — Injetoras de Materiais Plásticos. Anexo X — Máquinas para Fabricação de Calçados e Afins. Anexo XI — Máquinas e Implementos para Uso Agrícola e Florestal. Anexo XII — Equipamentos de Guindar para Elevação de Pessoas e Realização de Trabalho em Altura. 1.3.13. NR-13 — Caldeiras e Vasos de Pressão Estabelece todos os requisitos técnico-legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. 20 1.3.14. NR-14 — Fornos Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção, operação e manuten- ção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. Esta NR define que “Os fornos, para qualquer utilização, devem ser construídos solidamente, revestidos com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora — NR-15”. 1.3.15. NR-15 — Atividades e Operações Insalubres Atividades insalubres são atividades ou operações que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância. Esta norma estabelece os agentes que são considerados insalubres para efeito de recebimento de adicional de insalubridade, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteção aos trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. Será estudado em todo o seu conteúdo neste livro. 1.3.16. NR-16 — Atividades e Operações Perigosas Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes. Será estudada em todo o seu conteúdo neste livro. 1.3.17. NR-17 — Ergonomia Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condi- ções psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, procurando adaptar o trabalho ao homem(7). 1.3.18. NR-18 — Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Uma das NRs mais extensas, esta norma estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indús- tria da construção civil. Possui quatro anexos: Anexo I — Ficha de Análise de Acidente. Anexo II — Resumo Estatístico Anual. Anexo III — Plano de Cargas para Gruas. Anexo IV — Plataformas de Trabalho Aéreo. 1.3.19. NR-19 — Explosivos Esta norma estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores em (7) Existe um livro de minha autoria, publicado pela LTr, sobre ergonomia com o título: ERGONOMIA —INTERPRETANDO A NR-17 — Manual Técnico e Prático para a Interpretação da Norma Regulamentadora n. 17. 21 seus ambientes de trabalho. Ela define que explosivo é “material ou substância que, quando inicia- da, sofre decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão”. 1.3.20. NR-20 — Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis Define as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. Além do glossário, essa norma possui dois anexos: Anexo I — Instalações que constituem exceções à aplicação do item 20.4 (Classificação das Instalações). Anexo II — Critérios para Capacitação dos Trabalhadores e Conteúdo Programático. 1.3.21. NR-21 — Trabalhos a Céu Aberto NR que tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como em minas ao ar livre, canaviais ou qualquer outra atividade que o trabalhador tenha que ficar exposto ao sol. 1.3.22. NR-22 — Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração Também uma norma bastante extensa, com um grande número de informações, esta NR es- tabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvem trabalhos subterrâneos de modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de segurança e medicina do trabalho. Uma curiosidade dessa norma é que ela é uma das poucas NRs além da NR- 17 a mencionar a ergonomia, transcrito o referido item abaixo: Item 22.3.7: “Cabe à empresa ou Permissionário de Lavra Garimpeira elaborar e implementar o Programa de Gerenciamento de Riscos — PGR, contemplando os aspectos desta Norma, incluindo, no mínimo, os relacionados a: g) ergonomia e organização do trabalho”; Outra curiosidade é que essa norma define a elaboração e implementação do PGR nas empre- sas. O PGR é o único programa que dispensa a elaboração e implementação do PPRA, conforme item 22.3.7.1.3: 22.3.7.1.3 Desobrigam-se da exigência do PPRA as empresas que implementarem o PGR. 1.3.23. NR-23 — Proteção Contra Incêndios Estabelece as medidas de proteção contra incêndios, que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. 1.3.24. NR-24 — Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando à higiene dos locais de trabalho e à proteção à saúde dos trabalhadores. 22 1.3.25. NR-25 — Resíduos Industriais Estabelece as medidas preventivas a serem observadas pelas empresas no destinofinal a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho. De acordo com o item 25.1 dessa NR: 25.1. Entende-se como resíduos industriais aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se asse- melham aos resíduos domésticos, como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes líquidos e emissões gasosas contaminantes atmosféricos. 1.3.26. NR-26 — Sinalização de Segurança Estabelece diretrizes para o uso das cores como sinalização de segurança nos estabelecimen- tos ou locais de trabalho. 1.3.27. NR-27 — Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB Esta NR foi revogada pela Portaria n. 262, de 29 de maio de 2005, publicada no DOU de 30.5.2008. Ela estabelecia requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejasse exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profis- sional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. 1.3.28. NR-28 — Fiscalização e Penalidades Formaliza os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista, tanto no que diz respei- to à concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas como também no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras do MTE. 1.3.29. NR-29 — Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário Tem por objetivo “regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, faci- litar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários”. Esta NR também diz que “As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado”. 1.3.30. NR-30 — Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário Norma aplicada “aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção da OIT n. 147 — Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizadas no transporte de mercadorias ou de passageiros, in- clusive naquelas embarcações utilizadas na prestação de serviços”. O objetivo desta norma é “a proteção e a regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários”. Esta norma possui dois anexos: Anexo I — Pesca Comercial e Industrial. Anexo II — Plataformas e Instalações de Apoio. 23 1.3.31. NR-31 — Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura Norma Regulamentadora que “tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desen- volvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho”. Esta NR possui quatro anexos: Anexo I — Glossário. Anexo II — Distâncias de Segurança e Requisitos para o Uso de Detectores de Presença Optoeletrônicos. Anexo III — Meios de Acesso Permanentes. Anexo IV — Quadro e Figuras Auxiliares. 1.3.32. NR-32 — Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde Norma que “tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de me- didas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral”. Diz também que “Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer edifi- cação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade”. Possui três anexos, além do glossário: Anexo I — Classificação dos Agentes Biológicos. Anexo II — Tabela de classificação dos Agentes Biológicos. Anexo III — Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes. 1.3.33. NR-33 — Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados “Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espa- ços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços”. O item 33.1.2 dessa norma define que espaço confinado é “qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio”. Também possui anexos, são eles: Anexo I — Sinalização. Anexo II — Permissão de Entrada e Trabalho — PET. Anexo III — Glossário. 1.3.34. NR-34 — Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval Norma que “estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval”. Possui apenas um anexo: Anexo I — Conteúdo Programático e Carga Horária Mínima para o Programa de Treinamento. 24 1.3.35. NR-35 — Trabalho em Altura É uma das mais novas NRs que foi publicada pela Portaria SIT n. 313, de 23 de março de 2012. “Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade”. 1.3.36. NR-36 — Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados A mais nova das NRs que tem como objetivo “estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indús- tria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras — NR do Ministério do Trabalho e Emprego”. 1.3.37. Novas Normas Regulamentadoras a Serem Publicadas Atualmente, existe a proposta de as próximas normas regulamentadoras entrarem em vigor no Brasil, através do MTE; são elas a Norma Regulamentadora para Segurança e Saúde em Pla- taformas de Petróleo, que já está sob consulta pública, e a Norma Regulamentadora de Gestão de Segurança e Saúde no trabalho. Até o momento não há previsão de entrada em vigor dessas nor- mas. Capítulo 25 ENTENDENDO A PERICULOSIDADE 2.1. Introdução Alguns agentes, operações ou atividades são considerados periculosos no Brasil para efeito do direito ao recebimento do adicional de periculosidade pelo trabalhador. A periculosidade se dife- rencia da insalubridade, pois, teoricamente, na periculosidade não há como eliminar o risco, já na insalubridade, como será estudado neste livro, há a possibilidade de neutralização, atenuação ou a eliminação do risco. Existe uma norma regulamentadora, a NR-16 — Atividades e Operações Perigosas, que regula- menta a periculosidade no Brasil. Estudaremos essa norma para entender o que é a periculosidade, e veremos que, na verdade, existem muitas informaçõessobre a periculosidade que não constam na referida norma. Vamos comentar cada item da NR-16 e estudar seus anexos; antes, porém, vamos ler o que diz a CLT sobre a periculosidade: Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. Então a CLT determina que somente Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do tra- balho poderão caracterizar se a atividade, operação ou o ambiente ocupacional é ou não insalubre ou periculoso. Vale ressaltar em relação à periculosidade, se a empresa paga o adicional de periculosidade ao trabalhador de forma deliberada, não há a necessidade de realização de perícia técnica, pois o TST entende que existindo o pagamento, torna-se incontroversa a existência do trabalho em condições perigosas. Súmula n. 453 do TST ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. CARACTERIZAÇÃO DE FATO INCON- TROVERSO. DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE QUE TRATA O ART. 195 DA CLT. (conversão da Orientação Jurisprudencial n. 406 da SBDI-1) — Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014 O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições perigosas. Já o art. 193 da CLT trata da periculosidade da seguinte forma: Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministé- rio do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I — inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; II — roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. Para facilitar uma análise de caracterização de periculosidade, primeiramente deve ser obedecido o que diz o art. 193, ou seja, as atividades ou operações que “por sua natureza ou 2 26 métodos de trabalho, implique em RISCO ACENTUADO em virtude de exposição permanente do trabalhador”. Então, antes de analisar qualquer anexo da NR-16, o princípio de apresentar risco de vida ao trabalhador deve ser satisfeito. Somente após ser cumprida essa etapa, é que deve ser continuado o trabalho de avaliação, do contrário, já deve ser descaracterizada a periculosidade. Veja que a CLT considera periculoso no Brasil as atividades ou operações perigosas que im- pliquem risco acentuado ao trabalhador, com exposição sendo caracterizada como permanente, atividades com inflamáveis, explosivos ou energia elétrica, e para os trabalhadores sujeitos a roubo ou violência física, nas atividades profissionais ou patrimoniais. O agente inflamável e o agente explosivo já eram considerados periculosos e constavam na CLT, com redação dada pela Lei n. 6.514, de 22.12.1977, já revogada. A Lei n. 12.740, de 2012, inseriu a energia elétrica como agente periculoso na CLT, porém este agente já era considerado periculoso desde 1985, pois era regulamentado pela Lei n. 7.369, de 20 de setembro de 1985. O que veio de novidade com essa lei foi o que diz o Título II do art. 193 da CLT, determinando que “roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial” dão o direito ao recebimento do adicional de periculosidade (trataremos desse assunto em capítulo específico). Continuando a análise dos dizeres do art. 193 da CLT: § 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. O adicional de periculosidade incide sobre o salário contratual, salário-base do empregado. Veja bem; diferentemente da insalubridade, a qual ainda estudaremos, o adicional de periculo- sidade dá o direito ao trabalhador de receber 30% a mais sobre o seu salário contratual. Qualquer acréscimo já recebido pelo empregado, como anuênio, adicional noturno ou qualquer outra gratifica- ção, não entra no cálculo do adicional de periculosidade. § 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. Ou seja, caso o trabalhador tenha direito também ao adicional de insalubridade, ele pode optar pelo mesmo, desde que seja mais vantajoso para o empregado. Isso é muito difícil de acontecer, pois o adicional de insalubridade, como veremos, incide sobre o salário mínimo, sendo que, quase na totalidade dos casos, o adicional de periculosidade é mais vantajoso para o trabalhador, pois in- cide sobre o salário contratual, que quase sempre é maior. Atualmente, existe o Projeto de Lei n. 4.983/13 que tem como proposta permitir o recebimento cumulativo dos adicionais de periculosidade e de insalubridade, alterando o § 2º do art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho. Já existem algumas decisões judiciais que entenderam pela cumulação dos dois adicionais. 27 Interpretando a Notícia Cirurgiã-dentista vai receber adicionais de insalubridade e periculosidade acumuladamente(8) (Qui, 11 Jun. 2015 07:53:00) Uma cirurgiã-dentista do Centro Clínico Gaúcho Ltda., de Porto Alegre (RS), vai receber acumuladamente os adicionais de insalubridade e periculosidade. A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a recurso da empresa contra a condenação, com o entendimento de que não há mais espaço para a aplicação do art. 193, § 2º, da CLT. Conforme o artigo, o trabalhador teria que optar por um dos adicionais, mas duas Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), consideradas normas hierarquicamente superiores, autorizam a acumulação. “A possibilidade da cumulação se justifica em virtude de os fatos geradores dos direitos serem diversos”, destacou o relator do processo, ministro Cláudio Brandão. Para ele, no caso da insalubridade, o bem tute- lado é a saúde do trabalhador, devido às condições nocivas presentes no meio ambiente de trabalho. Já a periculosidade traduz situação de perigo iminente que, uma vez ocorrida, pode retirar a vida do trabalhador. O laudo pericial constatou que a dentista, ao fazer restaurações, estava exposta a condições insalubres em grau máximo, devido ao contato com mercúrio, agente tóxico previsto na Norma Regulamentadora 15 do Ministério de Trabalho e Emprego (MTE). A perícia também concluiu pela periculosidade em razão do contato com radiações ionizantes e substâncias radioativas. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) reconheceu a possibilidade de cumulação e condenou a clínica ao pagamento dos dois adicionais com reflexos nas verbas trabalhistas. Ao recorrer da decisão no TST, a empresa apontou violação do art. 193, § 2º, da CLT, pela impossibilidade da acumulação dos benefícios. Convenções Internacionais Ao negar provimento ao recurso, o relator explicou que a norma da CLT que exige que o trabalhador opte por um dos adicionais se tornou inaplicável com ratificação pelo Brasil das convenções 148 e 155 da OIT, que têm status de norma constitucional “ou, pelo menos, supralegal”, conforme a jurisprudência do Su- premo Tribunal Federal. Com isso, as normas anteriormente editadas se submetem ao novo regramento introduzido e, com isso, deixam de ter “aderência constitucional”, condição imprescindível para que possam continuar a produzir efeitos. O ministro observou ainda que o art. 7º, inciso XXIII, da Constituição Federal garante aos trabalhadores “adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas,na forma da lei”. Para Cláudio Brandão, o dispositivo assegura de forma plena o direito ao recebimento dos adicionais “sem qual- quer ressalva no que tange à cumulação”. A decisão foi unânime e já transitou em julgado. (Taciana Giesel/CF) Processo: RR-773-47.2012.5.04.0015 Esse tipo de decisão é rara, e vai contra aos dizeres da CLT. Abordarei mais esse assunto quando do estudo da insalubridade. (8) Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: <http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/cirurgia- -dentista-vai-receber-adicionais-de-insalubridade-e-periculosidade-acumuladamente>. Acesso em: 3 ago. 2015. 28 § 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. Qualquer adicional que o profissional de vigilância já receba será descontado do adicional de periculosidade devido. Estudaremos mais profundamente essa questão em item específico. § 4º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. A Lei n. 12.997 de 18 de junho de 2014 acrescentou o § 4º ao art. 193, considerando também periculosas as atividades que usam a motocicleta para o seu desenvolvimento. Em 13 de outubro de 2014, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou a Portaria n. 1.565, inserindo na NR-16 o Anexo 5 — Atividades Perigosas em Motocicletas. Essa questão será tratada quando do estudo do Anexo 5. Interpretando a Notícia Adicional de periculosidade e a medida populista(9) 24.7.2014 Adicional de periculosidade e a medida populista Com a aprovação pelo Senado e sanção da nossa ilustre Presidente do pagamento referente ao adicional de periculosidade para motoboys e outros profissionais que utilizam a motocicleta para o trabalho, foi mantida a “tradição brasileira”, em transferir a responsabilidade estatal para o poder público privado. Sim, pois, não é de hoje que o Estado cada vez mais vem deixando de cumprir sua fundamental função reguladora da sociedade. A medida é inegavelmente populista!! “Acredita” o autor do projeto que, com o dinheiro do adicional, o empregado que trabalha no veículo sobre duas rodas poderá se proteger mais, comprando botas e casacos melhores, aumentando sua proteção no trânsito. E a justificativa da Presidente é que a “medida é justa, necessária e um direito desses trabalhadores, que enfrentam diversos perigos e até risco de vida”. Contudo, estou convicta de que, definitivamente, essa não é a solução. Primeiro, é manifesto de que não haverá fiscalização para se constatar se os motoboys realmente vêm utilizando a “verba extra” para o fim pretendido pela lei. E ao depois, a única certeza que se pode ter é que as empresas serão fiscalizadas e autuadas, caso deixem de pagar o adicional. O Estado como guardião dos valores arrecadado com impostos, deveria proporcionar moradia, saúde, educação e transporte para toda a sociedade. Contudo, não é o que se vê. Sob a ótica social, fica evidente que a lei visa proteger o motociclista apenas na ocorrência do acidente e não para evitar que ele, de fato, ocorra. Infelizmente, a verdade que se extrai do nosso atual quadro político é que ruas menos esburacadas, promoção de campanhas para educação no trânsito e prevenção de acidentes custam, e muito, ao Poder Público. Inúmeros estudos realizados sobre a matéria são unânimes no sentido de que a ausência de educação no trânsito guarda relação direta com o aumento de atropelamentos e acidentes nas grandes cidades. Ressalte-se ainda, que são ínfimas as exigências para se ter acesso à profissão, pois, basta tomar algumas aulas em circuito fechado para se realizar o teste, e obter a permissão para pilotar. A classe seria, inquestionavelmente, favorecida com a imposição de outras condições, tais como, cursos sobre prática e educação no trânsito. (9) Portal Nacional do Direito do Trabalho. Disponível em: <http://www.pelegrino.com.br/doutrina/ver/descricao/adicional-de- periculosidade-e-a-medida-populista-540>. Acesso em: 30 jul. 2014. 29 Ao contrário do que a Presidente acredita, visto suas próprias palavras: “Eu duvido que o patrão, que precisa ter um número significativo de motoboys, em uma lei que abrange todo o Brasil, que caso não seja cumprida, criará uma ilegalidade no exercício da atividade para o qual o motoboy é contratado, possa deixar de contratar”, as consequências com a imposição da nova medida, além de não beneficiar os motociclistas, certamente o prejudicarão, eis que o custo a ser gerado extrapolará a folha de pagamento, obrigando as empresas a efetuarem futuros cortes. O destino da classe não é nada promissor, o que decerto fomentará ainda mais a informalidade da profissão. O número de acidentes é lamentável, tanto quanto o número de empregados registrados que serão dispen- sados em virtude do adicional. Não precisa ser visionário para prever aquilo que já é, no mínimo, intuitivo. A classe será indubitavelmente prejudicada, não se descartando a possibilidade da sua extinção. Então vimos até agora o que a CLT considera periculoso para dar o direito ao trabalhador de receber o adicional de periculosidade. Continuando o estudo da CLT sobre esse assunto, observe o que diz o art. 194: Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. O recebimento do adicional de periculosidade termina assim que o trabalhador deixar de ficar exposto ao risco. Veja que, por exemplo, se o empregado trabalha exposto à energia elétrica e tem sua atividade alterada para administrativa, o direito ao recebimento ao adicional de periculosidade termina, é cessado. Então, até agora tivemos uma noção do que trata a CLT em termos de periculosidade. Existem outros artigos na CLT que citam operações perigosas ou insalubres, mas, para o nosso propósito, esses são os principais artigos a serem entendidos. Caso o leitor deseje aprofundar mais o assunto, basta acessar o site <www.planalto.gov.br> e ler a CLT na íntegra. Vimos então os agentes ou atividades que concedem direito ao adicional de periculosidade, de forma resumida, sendo eles: • Exposição a explosivos; • Exposição a inflamáveis; • Exposição a trabalhos com energia elétrica; • Trabalhos de vigilância; • Atividades em motocicleta. Continuaremos a estudar nesse capítulo a questão da periculosidade no Brasil, e veremos o quão complicada é essa questão, pois existe ainda mais um agente que dá o direito ao recebimento do adicional de periculosidade. 30 PERGUNTA DO DIA Qual agente que não consta na CLT que enseja ao trabalhador o direito ao recebimento do adicional de periculosidade? Resposta: A radiação ionizante. Atualmente esse agente é regulamentado pela Portaria n. 518 de 4 de abril de 2003. Na verdade a radiação ionizante já era um agente periculoso desde 1987. Veremos mais detalhes no estudo específico desse agente. Vimos então quais são os agentes periculosos no Brasil, considerados pela legislação trabalhis- ta. Faremos agora um breve estudo sobre os dizeres da NR-16, antes de entender o que reza cada um de seus anexos. O leitor verá na íntegra o que diz a NR-16. Essa questão ainda trará muita discussão, pois várias outras profissões estão reivindicando o adicional de periculosidade, buscando embasamento na Lei n. 12.740, de 8 de dezembro 2012, que alterou o art. 193 da CLT. Várias categorias desejam também ter direito ao recebimento do adicional de periculosidade. Interpretando a Notícia Jornalistas: Mais uma categoria profissional deve receber adicional de periculosidade 24 de janeiro de 2015 Na esteira das concessões às categorias dos vigilantes profissionais e dos motoboys, os jornalistas também devem ser beneficiadoscom o adicional de periculosidade. É o que prevê o Projeto de Lei do Senado (PLS) 114/2014, de autoria da senadora Ângela Portela (PT-RR), atualmente em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Motivada por inúmeros casos de jornalistas assassinados e feridos, principalmente durante a cobertura dos protestos de rua em junho, a matéria aguarda posicionamento do relator. No texto, profissionais da área do jornalismo são todos aqueles que exercem a atividade jornalística por meio de processos gráficos, radiofônicos, fotográficos, cinematográficos, eletrônicos, informatizados ou quaisquer outros, por veículos da comunicação social. O projeto altera o Decreto-Lei n. 5.452/1943, que instituiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e determina que o valor adicional será de 10% sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratifica- ções, prêmios ou participações nos lucros das empresas. O benefício é destinado aos profissionais que tenham trabalhado na cobertura de eventos de risco durante, pelo menos, três jornadas diárias no mês da remuneração. 31 Em sua justificativa, a senadora afirma que “esses profissionais não recebem a atenção legal devida, não dispõem de equipamentos de proteção individual aptos a protegê-los e são mandados para as ruas em que, frequentemente, há um clima de guerra civil”. A senadora também explicou que as condições atuais de trabalho desses profissionais não condizem com um mínimo razoável de segurança, observando que novas ocorrências com vítimas são previsíveis, dado o risco da atividade. “Mas é preciso oferecer compensações a esses profissionais que marcam uma presença absolutamente necessária”, complementou. 2.2. Analisando os dizeres da NR-16 — Atividades e Operações Perigosas Estudaremos, a partir de agora, os dizeres da NR-16, que trata exclusivamente das atividades e operações perigosas. Vamos estudar cada um dos seus itens antes de adentramos em seus anexos. Veremos então o que diz o item 16.1. 16.1. São consideradas atividades e operações perigosas as constantes dos Anexos desta Norma Regulamentadora-NR. Na edição anterior, eu havia chamado a atenção para a atualização deste item, pois o mesmo citava somente os anexos 1 e 2. Por meio da publicação da Portaria n. 1.516 de 13 de outubro de 2014, esse item foi atualizado, agora fazendo referência a todos os anexos constantes na NR-16, de uma maneira geral. 16.2. O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou partici- pação nos lucros da empresa. Este item é praticamente uma cópia do art. 193 da CLT, § 1º, o qual nós já estudamos neste livro. Cabe mais uma vez reforçar que o adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário contratual do empregado. Existem alguns casos em que o empregador paga ao empregado a periculosidade proporcional ao tempo de exposição. Mesmo que essa questão esteja sedimentada em acordo coletivo de trabalho, a justiça entende que essa prática é ilegal, e o adicional de periculosidade deve ser pago integralmente. Interpretando a Notícia Normas coletivas sobre pagamento de periculosidade são inválidas(10) Data: 29.11.2013 / Fonte: JusBrasil Belo Horizonte/MG — O menor tempo de exposição do trabalhador ao risco não significa que há efetiva redução da possibilidade de um acidente com consequências imprevisíveis. Dessa forma, as normas coletivas que dispõem sobre pagamento de periculosidade de forma proporcional ao tempo de exposição do trabalhador ao risco não são consideradas válidas. Adotando esse entendimento, expresso no voto do juiz convocado José Marlon de Freitas, a 8ª Turma do TRT-MG negou provimento ao recurso das usinas e manteve a sentença que as condenou ao pagamento das diferenças de adicional de periculosidade e reflexos. Ao ajuizar a ação, o trabalhador pleiteou o pagamento de diferenças do adicional de periculosidade recebido quando trabalhava, como eletricista, para uma das empresas (usinas siderúrgica e mecânica do grupo Usiminas). As empresas se defenderam, alegando que os acordos coletivos da categoria permitiam o (10) Notícias Revista Proteção. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/content/noticias/noticia_detalhe.php?id=AJjjJ9y5&__ akacao=1718741&__akcnt=0caf262c&__akvkey=6160&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Prote%E7%E3o%20 Sele%E7%E3o%20Ed.%2048/13>. Acesso em: 6 dez. 2013. 32 pagamento do adicional de periculosidade de forma proporcional ao tempo de exposição do empregado ao risco e que, por essa razão, não existiam diferenças a serem pagas. O Juízo de 1º Grau deu razão ao trabalhador e julgou procedente o pedido de pagamento de diferenças do adicional de periculosidade, com devidos reflexos. As reclamadas recorreram, alegando que o reclamante jamais exerceu qualquer atividade considerada perigosa. Mas o relator discordou da tese de que o reclamante não trabalhava em condições de periculosidade, pois os contracheques demonstraram que ele recebeu o adicional de periculosidade durante todo o contrato, ainda que em percentual inferior ao previsto em lei. No entender do magistrado, mesmo tendo sido comprovado que o trabalhador não ficava exposto ao risco durante toda a jornada de trabalho, ele tem direito ao recebimento do adicional de periculosidade de forma integral. Isto porque o menor tempo de exposição ao risco não significa efetiva redução da possibilidade de um acidente. Por essa razão, relator não considera válidas as previsões contidas em acordo ou convenção coletiva que estipulam o pagamento do adicional de periculosidade proporcionalmente ao tempo de expo- sição do trabalhador ao risco. Diante dos fatos, a Turma negou provimento ao recurso das reclamadas e manteve a sentença que as con- denou ao pagamento das diferenças de adicional de periculosidade e respectivos reflexos. 16.2.1. O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. Também já estudado no art. 193 da CLT, § 1º. 16.3. É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, nos termos do art. 195 da CLT. Mais um item que foi atualizado pela publicação da Portaria n. 1.516 de 13 de outubro de 2014. Anteriormente, esse item era uma cópia do que diz o § 1º do art. 195 da CLT, que possui os seguintes dizeres: § 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. Como o MTE não tem condições de atender esse tipo de demanda de perícia, focando apenas na fiscalização, apesar do texto da CLT ainda admitir que o MTE possa fazer esse tipo de trabalho, a NR-16, agora, coloca essa responsabilidade “na mão” do empregador, porém continua afirmando que os únicos profissionais habilitados a elaborarem esse tipo de laudo técnico são somente o En- genheiro de Segurança do Trabalho ou o Médico do Trabalho. 16.4. O disposto no item 16.3 não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho nem a realização ex-officio da perícia. Ou seja, as empresas ou sindicatos podem ou não solicitar ao MTE uma perícia, e isso não pode prejudicar as ações fiscalizadoras do MTE. 16.5. Para os fins desta Norma Regulamentadora — NR são consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a: a) degradação química ou autocatalítica; b) ação de agentes exteriores, tais como calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos. A questão dos explosivosé muito específica, pois deriva de normas do exército brasileiro. Os explosivos, para efeito de caracterização da periculosidade, serão estudados em item específico. 16.6. As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade, exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos. Também estudaremos a questão dos inflamáveis como um agente periculoso em item especí- fico, porém aqui houve uma informação importantíssima para a caracterização de inflamáveis como um agente periculoso. Para o transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, de todas as formas, são considerados em condições de fornecer o direito de recebimento ao adicional de 33 periculosidade. Neste caso, até 200 litros para inflamáveis líquidos e 135 para inflamáveis gasosos liquefeitos nas operações de transportes, esse direito não é reconhecido. Observe que estamos tratando nesse item apenas de transporte de inflamáveis, sendo que até 200 litros a nossa legislação não considera o agente periculoso. 16.6.1. As quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos, não serão conside- radas para efeito desta Norma. Combustíveis constantes nos tanques dos veículos não podem ser considerados, somados com o combustível inflamável que está sendo transportado. Imagine o transporte de 150 litros de óleo diesel em um caminhão, sendo que seu tanque comporta 200 litros de óleo diesel. Esses dois valores não podem ser somados, sendo a atividade não considerada como periculosa. Isso é um equívoco, pois existem carretas que possuem capacidades em seus tanques de combustíveis bem maiores que 200 litros, sendo altamente perigoso, mas para efeito de direito ao recebimento do adicional de periculosidade, a NR-16 não reconhece. Interpretando a Notícia Motorista de caminhão recebe periculosidade por tanque reserva de combustível(11) (Sex, 3 out. 2014 11:45:00) A Clarion S. A. Agroindustrial terá de pagar adicional de periculosidade a um motorista de caminhão que conduzia veículo com tanque suplementar com capacidade para 450/500 litros de combustível, para con- sumo próprio. A empresa recorreu da condenação, mas a Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento ao seu agravo de instrumento, entendendo que o caso configura transporte de inflamável. Segundo o relator, ministro Vieira de Mello Filho, o Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região (MT) anotou que o empregado apresentou prova pericial atestando que o transporte do combustível suplementar dava direito à percepção do adicional de periculosidade, previsto no item 16.6 da Norma Regulamentar 16 do Ministério do Trabalho e Emprego. O tanque reserva, esclareceu o Regional, é uma adaptação ao projeto original do veículo que, a despeito de obedecer a legislação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), expõe o motorista a condições perigosas, justificando, portanto, o pagamento do adicional. Em sua defesa, a empresa alegou que o motorista transportava carga seca (grãos), e não vasilhames contendo inflamáveis, caso concreto de que trata a NR-16. O combustível armazenado, explicou, era para consumo próprio, usado somente quando consumido inteiramente o do tanque principal do caminhão. No entanto, o relator afirmou que a jurisprudência do TST entende que o transporte de tanque suplementar com capacidade superior a 200 litros de combustível equipara-se a transporte de inflamável e não mais para consumo próprio, o que afasta a incidência da regra de exceção prevista na NR-16, na forma do art. 193 da CLT. O relator concluiu esclarecendo que diante dos fatos e provas fixadas na decisão regional, que são impassíveis de reexame nesta instância recursal (Súmula n. 126 do TST), o motorista tem mesmo direito “à percepção do adicional de periculosidade, ainda que o combustível armazenado no tanque reserva seja para consumo próprio”, como alegou a empresa. A decisão foi unânime. (Mário Correia/CF) Processo: AIRR-1238-95.2011.5.23.0004 (11) Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: <http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/motorista-de- -caminhao-recebe-periculosidade-por-tanque-reserva-de-combustivel>. Acesso em: 18 set. 2015. 34 Observe que, em caso de tanque reserva, o TST entende que há a caracterização da periculo- sidade. 16.7. Para efeito desta Norma Regulamentadora considera-se líquido combustível todo aquele que possua ponto de fulgor maior que 60 ºC (sessenta graus Celsius) e inferior ou igual a 93 ºC (noventa e três graus Celsius). A NR 16 considera periculoso apenas os líquidos inflamáveis, não reconhecendo os líquidos combustíveis. Neste item a NR-16 define o que é considerado combustível, através do seu ponto de fulgor. Também analisaremos mais profundamente sobre ponto de fulgor no estudo do anexo 2 sobre atividades e operações perigosas com inflamáveis. Fazendo um pequeno resumo, o ponto de fulgor é a temperatura mínima que um combustível começa a emanar vapores inflamáveis, que, expostos a uma fonte de calor, se inflamam. Caso seja retirada a fonte de calor, as chamas se extinguem. Exemplificando, o ponto de fulgor da gasolina é de –42ºC, ou seja, nessa temperatura a gasolina já começa a emanar vapores inflamáveis. Se expusermos uma fonte de calor, esses vapores começam a se inflamar. Caso seja retirada essa fonte de calor, a chama não consegue se manter e se extingue. Exemplificando mais ainda, se você acender um fósforo nessa situação, haverá chama no vapor emanando pela gasolina. Assim que você apagar o fósforo, a chama se extingue. Como já foi dito, no anexo 2 serão estudados não só o ponto de fulgor, mas também o ponto de combustão e o ponto de ignição. 16.8. Todas as áreas de risco previstas nesta NR devem ser delimitadas, sob responsabilidade do empregador. Delimitar, segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, significa “determinar os limites espaciais de; demarcar, estabelecer limites(12)”! O item 16.8 ainda reforça que essa delimitação é de total responsabilidade do empregador. A partir de agora, iremos estudar todos os anexos da NR-16. Estamos juntos nessa! 2.3. Anexo 1 — Atividades e Operações Perigosas com Explosivos Este anexo trata das atividades e das operações perigosas com explosivos. Em primeiro lugar definiremos o que é explosivo. Segundo a NR-19 — Explosivos, em seu item 19.1.1: 19.1.1. Para fins desta Norma, considera-se explosivo material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão. O anexo 1 determina quais são as atividades e operações que são consideradas perigosas para dar o direito ao trabalhador ao recebimento do adicional de periculosidade. Vamos aos estudos dos dizeres deste anexo: 1. São consideradas atividades ou operações perigosas as enumeradas no Quadro n. 1, seguinte: (12) HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S.; FRANCO, F. M. de. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 610. 35 QUADRO N. 1 ATIVIDADES ADICIONAL DE 30% a) no armazenamento de explosivos Todos os trabalhadores nessa atividade ou que permaneçam na área de risco b) no transporte de explosivos Todos os trabalhadores nessa atividade c) na operação de escorva dos cartuchos de explosivos Todos os trabalhadores nessa atividade d) na operação de carregamento de explosivos Todos os trabalhadores nessa atividade e) na detonação Todos os trabalhadores nessa atividade f) na verificação de detonações falhadas Todos os trabalhadores
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