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TEOREMA MILITAR LISTA 5 – ARTIGOS E NUMERAIS PROF. MARCOS SIQUEIRA TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O elefante Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos móveis talvez lhe dê apoio. E o encho de algodão, de paina, de doçura. A cola vai fixar suas orelhas pensas. A tromba se enovela, é a parte mais feliz de sua arquitetura. Mas há também as presas, dessa matéria pura que não sei figurar. Tão alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupção. E há por fim os olhos, onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Eis o meu pobre elefante pronto para sair à procura de amigos num mundo enfastiado que já não crê em bichos e duvida das coisas. Ei-lo, massa imponente e frágil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde há flores de pano e nuvens, alusões a um mundo mais poético onde o amor reagrupa as formas naturais. Vai o meu elefante pela rua povoada, mas não o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaça deixá-lo ir sozinho. É todo graça, embora as pernas não ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurrão. Mostra com elegância sua mínima vida, e não há cidade alma que se disponha a recolher em si desse corpo sensível a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante. Mas faminto de seres e situações patéticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das árvores ou no seio das conchas, de luzes que não cegam e brilham através dos troncos mais espessos. Esse passo que vai sem esmagar as plantas no campo de batalha, à procura de sítios, segredos, episódios não contados em livro, de que apenas o vento, as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois só ousam mostrar-se sob a paz das cortinas à pálpebra cerrada. E já tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes se desmancham no pó. Ele não encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, em que amo disfarçar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve e todo o seu conteúdo de perdão, de carícia, de pluma, de algodão, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. Amanhã recomeço. ANDRADE, Carlos Drummond de. O ElefanteO. 9ª ed. - São Paulo: Editora Record, 1983. TEOREMA MILITAR LISTA 5 – ARTIGOS E NUMERAIS PROF. MARCOS SIQUEIRA 1. (Ime 2019) Observe os vocábulos destacados em negrito nos versos 39 a 44 do poema, transcritos abaixo: “Vai o meu elefante pela rua povoada, mas não o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaça deixá-lo ir sozinho.” Sobre esses vocábulos, de acordo com a gramática normativa, considere as seguintes afirmações: I. o primeiro “o” é um artigo definido e o segundo é uma forma pronominal oblíqua, assim como a forma “lo” em “deixá-lo”. II. a colocação do segundo “o” junto ao advérbio de negação aproxima-se do registro mais utilizado no português falado no Brasil. III. “o” e “lo” nos versos “mas não o querem ver” e “deixá-lo ir sozinho” são formas pronominais que garantem a coesão referencial anafórica. Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões) a) I apenas. b) III apenas. c) I e II apenas. d) I e III apenas. e) II e III apenas. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A terceira parte de Um livro de instruções e desenhos de Yoko Ono, da artista plástica, compositora e escritora Yoko Ono (Tóquio, 1933-), é intitulada “Evento”. Nele, Yoko Ono fornece “instruções” para que seus leitores produzam eventos. Evento do cheiro I Envie o cheiro da Lua. Evento do cheiro II Envie um cheiro para a Lua. (ONO, Yoko. Grapefruit – A Book of Instruction and Drawings by Yoko Ono. Nova Iorque: Simon & Schuster, 2000[1964].). 2. (Ufjf-pism 1 2019) No texto, o Evento I tem um “cheiro” determinado, em contraposição ao Evento II. Sobre tal fato podemos dizer que: a) Sintaticamente isso é visível pela troca de preposições. b) O elemento que complementa o nome “cheiro” é “da”. c) O cheiro determinado deve ser enviado para a Lua. d) Semanticamente, o “cheiro” do Evento I é indeterminado. e) A determinação está representada pelo artigo definido. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia a crônica “Premonitório”, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), para responder à(s) questão(ões): Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama: “Não saia casa 3 outubro abraços”. O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa, precipitara- se na agência para expedir a mensagem. Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha, mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de ouvir o “pois não” melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; insistira: “como é?”, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha. Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano1, disse que achava pouco cem mil unidades, em tal emergência, e arrematou: “Dia 4 nós conversamos.” Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e sapato de duas cores levantou- se e seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a pequena distância. Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste TEOREMA MILITAR LISTA 5 – ARTIGOS E NUMERAIS PROF. MARCOS SIQUEIRA advertiu: “Passe de largo”; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas cruzadas nos cantos. Nos Correios, a mesma coisa, também na Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima. Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: “Desculpe, é engano”, ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz. Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o convidava a ir à Delegacia de Ordem Política e Social. “Deve ser engano.” “Não é não, o chefe está à espera.” “Tão cedinho? Precisa ser hoje mesmo? Amanhã eu vou.” “É hoje e é já.” “Impossível.” Pegaram-lhe dos braços e levaram-no sem polêmica. A cidade era uma praça de guerra, toda a polícia a postos. “O senhor vai dizer a verdade bonitinho e logo” – disse-lhe o chefe. – “Que sabe a respeito do troço?” “Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje.” “Vai estourar?” “Não sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil?” “Doutor, eu falei a meu dentista, é um trabalho de prótese que anda abalado.Quer ver? Eu tiro.” “Não, mas e aquela frase em código muito vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e cano?” “Sou professor de latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho.” “Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam para vencer?” “São unidades de penicilina que um colega tomou para uma infecção no ouvido.” “E os cálculos que o senhor fazia diante do palácio?” Emudeceu. “Diga, vamos!” “Desculpe, eram uns versinhos, estão aqui no bolso.” “O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe?” “Ah, então é por isso que o telegrama custou tanto a chegar?” “Mais custou ao país, gritou o chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas ficaram de prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa.” “Mas, doutor…” Foi levado para outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: “O senhor entende conversa de pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família acredita neles. Sonhou que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro!” Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente, não devia ter saído de casa. (70 historinhas, 2016.) 1 arma virumque cano: “canto as armas e o varão” (palavras iniciais da epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias). 3. (Unifesp 2018) “Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano” (3º parágrafo) Os termos em destaque constituem, respectivamente, a) uma preposição, uma preposição e um artigo. b) um pronome, uma preposição e um artigo. c) um artigo, um artigo e um pronome. d) uma preposição, um artigo, um artigo. e) um pronome, uma preposição e um pronome. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o trecho do conto “A igreja do Diabo”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder à(s) questão(ões) a seguir: Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a 1cogula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas. – Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu 2desdouro, fazei dele um troféu e um 3lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo... Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada. Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma 4esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de TEOREMA MILITAR LISTA 5 – ARTIGOS E NUMERAIS PROF. MARCOS SIQUEIRA Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento. As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs. Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da 5venalidade. Um 6casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente. (Contos: uma antologia, 1998.) 1cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos. 2desdouro: descrédito, desonra. 3lábaro: estandarte, bandeira. 4esgalgado: comprido e estreito. 5venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido. 6casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso). 4. (Unifesp 2017) “Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.” (4º parágrafo) Os termos em destaque constituem, respectivamente, a) um pronome e um artigo. b) uma conjunção e um artigo. c) um artigo e uma preposição. d) um pronome e uma preposição. e) um artigo e uma conjunção. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto de Jacques Fux para responder à(s) questão(ões). Literatura e Matemática Letras e números costumam ser vistos como símbolos opostos, correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens completamente diferentes e, muitas vezes, incomunicáveis. Essa perspectiva, no entanto, foi muitas vezes recusada pela própria literatura, que em diversas ocasiões valeu-se de elementos e pensamentos matemáticos como forma de melhor explorar sua potencialidade e de amplificar suas possibilidades criativas. A utilização da matemática no campo literário se dá por meio das diversas estruturas e rigores, mas também através da apresentação, reflexão e transformação em matéria narrativa de problemas de ordem lógica. Nenhuma leitura é única: o texto, por si só, não diz nada; ele só vai produzir sentido no momento em que há a recepção por parte do leitor. A matemática pode, também, potencializar o texto, tornandoainda mais amplo o seu campo de leituras possíveis a partir de regras ou restrições. Muitas passagens de Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho, de Lewis Carroll, estão repletas de enigmas e problemas que até os dias de hoje permitem aos leitores múltiplas interpretações. Edgar Allan Poe é outro escritor a construir personagens que utilizam exaustivamente a lógica matemática como instrumento para a resolução dos enigmas propostos. Explorar as relações entre literatura e matemática é resgatar o romantismo grego da possibilidade do encontro de todas as ciências. É fazer uma viagem pelo mundo das letras e dos números, da literatura comparada e das ficções e romances de diversos autores que beberam (e continuarão bebendo) de diversas e potenciais fontes científicas, poéticas e matemáticas. <http://tinyurl.com/h9z7jot > Acesso em: 17.08.2016. Adaptado. TEOREMA MILITAR LISTA 5 – ARTIGOS E NUMERAIS PROF. MARCOS SIQUEIRA 5. (Fatec 2017) No trecho “correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens”, a palavra destacada é a) um artigo definido feminino que concorda com o substantivo sistemas. b) um pronome possessivo referente ao substantivo pensamento. c) uma conjugação no presente do indicativo para o verbo haver. d) uma preposição regida pelo adjetivo correspondentes. e) um adjetivo para destacar o advérbio linguagens. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Cineclube em SP realiza feira de trocas mensalmente 1No último domingo (7), a associação Cineclube Socioambiental Crisantempo, localizada na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo, realizou uma feira em que os moradores puderam trocar objetos entre si. 2A iniciativa busca incentivar o consumo 3consciente e levar para o espaço o conceito de economia solidária. 4A feira de trocas acontece uma vez por mês, sempre aos domingos. O grupo aconselha levar livros, roupas, CDs, DVDs, aparelhos eletrônicos, brinquedos, objetos de decoração, objetos em geral que estejam em bom estado. Segundo os organizadores, o objetivo é “promover um espaço de reflexão sobre o consumo, trocar diversos tipos de objetos, saberes e sabores”. Por isso, também podem ser levados alimentos e plantas, além de “serviços e saberes”. Tudo para a troca de ideias e divulgação de utilidades. O evento funciona da seguinte maneira: 5cada um coloca seus bens num local e utiliza uma etiqueta com seu nome. Após a organização dos espaços pessoais, os participantes circulam para conhecer os espaços dos outros e 6num determinado momento (ao tocar do sino) começam as trocas. 7O espaço também promove o desapego através da doação. Há uma área destinada apenas para doar objetos às instituições que necessitam. Para finalizar, acontece um lanche 8compartilhado com alimentos levados pelos próprios participantes. 9Uma 10experiência colaborativa agradável, que questiona o 11individualismo imposto nas grandes cidades. Fonte: http://cicIovivo.com.br/noticia/cinecIube-em- sp-realiza-feira-de-trocas-mensaImente/. Acesso em 03/10/2016. 6. (G1 - cp2 2017) “No último domingo (7), a associação Cineclube Socioambiental Crisantempo, localizada na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo, realizou uma feira em que os moradores puderam trocar objetos entre si.” (referência 1) “A feira de trocas acontece uma vez por mês, sempre aos domingos.” (referência 7) Em relação aos artigos sublinhados nas duas passagens do texto, pode-se dizer que a) na primeira, usou-se o artigo definido para apresentar um elemento, e depois se usou o indefinido para retomar esse elemento. b) na primeira, usou-se o artigo indefinido para apresentar um elemento, e depois se usou o definido para retomar esse elemento. c) nas duas passagens. usou-se o artigo indefinido para não determinar o elemento sobre o qual se está falando. d) Nas duas passagens, usou-se o artigo definido para retomar a um elemento citado anteriormente. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: TEOREMA MILITAR LISTA 5 – ARTIGOS E NUMERAIS PROF. MARCOS SIQUEIRA 7. (G1 - cps 2017) As palavras “sete”, “fome” e “colabore”, em destaque no cartaz, podem ser classificadas, correta e respectivamente, nas classes gramaticais a) artigo, substantivo e adjetivo. b) artigo, adjetivo e substantivo. c) numeral, preposição e verbo. d) numeral, advérbio e conjunção. e) numeral, substantivo e verbo. 8. (G1 - cps 2016) Leia um trecho do poema de Cora Coralina. Se temos de esperar, que seja para colher a semente boa que lancamos hoje no solo da vida. (...) <http://tinyurl.com/pts55ky> Acesso em: 20.08.2015. A palavra destacada, nesse fragmento, morfologicamente, classifica-se como um a) artigo definido, pois determina o substantivo. b) artigo indefinido, pois indetermina o substantivo. c) advérbio, pois atribui uma circunstancia ao verbo. d) pronome pessoal, pois designa a pessoa do discurso. e) pronome relativo, pois refere-se a um termo anterior. 9. (Espcex (Aman) 2016) Assinale a única opção em que a palavra “a” é artigo. a) Hoje, ele veio a falar comigo. b) Essa caneta não é a que te emprestei. c) Convenci-a com poucas palavras. d) Obrigou-me a arcar com mais despesas. e) Marquei-te a fronte, mísero poeta. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o excerto da crônica “Mineirinho” de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder à(s) questão(ões). É, suponho que é em mim, como um dos representantes de nós, que devo procurar por que está doendo a morte de um 1facínora. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram 2Mineirinho do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irredutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perplexidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e no entanto nós o queríamos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”. Por quê? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim. Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro. Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. Até que treze tiros nosacordam, e com horror digo tarde demais – vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu – que ao homem acuado, que a esse não nos matem. Porque sei que ele é o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva às vezes é apenas o erro, e eu sei que não nos salvaremos enquanto nosso erro não nos for precioso. Meu erro é o meu espelho, onde vejo o que em silêncio eu fiz de um homem. Meu erro é o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matéria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver. (Clarice Lispector. Para não esquecer, 1999.) 1facínora: diz-se de ou indivíduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada. 2Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca José Miranda Rosa. Acuado pela polícia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado à margem da Estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. TEOREMA MILITAR LISTA 5 – ARTIGOS E NUMERAIS PROF. MARCOS SIQUEIRA 10. (Unifesp 2016) Em “Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto” (1º parágrafo), o termo em destaque constitui a) um pronome. b) uma conjunção. c) um advérbio. d) um artigo. e) uma preposição. Explosão Três estudantes morreram nesta quarta-feira em uma explosão em um laboratório na Universidade Jiaotong de Pequim. O acidente provocou um incêndio e os bombeiros demoraram quase uma hora e meia para controlar o fogo. As autoridades locais anunciaram uma investigação para esclarecer as causas do acidente. Fonte: AFP (com adaptações) 11- Com base no texto 'Explosão', leia as afirmativas a seguir: I. O vocábulo "Pequim" é um substantivo. II. O vocábulo "Três" é um pronome. Marque a alternativa CORRETA: A) As duas afirmativas são verdadeiras. B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa. C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. D) As duas afirmativas são falsas 12- Na oração “O sol brilhava muito forte.”, a palavra “o” é classificada como: A) Verbo. B) Numeral. C) Adjetivo. D) Artigo. 13- Marque a alternativa correta em relação à classificação das palavras sublinhadas, na ordem em que aparecem na frase: “Morreu de causas naturais aos 87 anos, na semana passada. Mas não foi indiferente ao tormento”. A) artigo, numeral, adjetivo, advérbio. B) preposição, numeral, substantivo, advérbio. C) conjunção, numeral, adjetivo, preposição. D) preposição, numeral, adjetivo, conjunção. E) preposição, numeral, adjetivo, advérbio. 14- 1. A quadragésima quinta Feira do Livro foi um sucesso. (45ª) 2. Pela milésima vez ele acenou positivamente. (1000ª) 3. Há uma década que não o vejo. (10 anos) Os numerais entre parênteses foram corretamente grafados, conforme apresentados em destaque, em A) 1 e 2, apenas. B) 2 e 3, apenas. C) 1 e 3, apenas. D) 1, 2 e 3. 15- “Os convidados já comeram meio bolo.” O termo em destaque é um numeral A) ordinal. B) cardinal. C) fracionário. D) multiplicativo. GABARITO Resposta da questão 1: [D] Apenas o item II é incorreto, pois a situação de próclise do pronome no verso “mas não o querem ver” decorre da atração por palavra negativa e não por característica do português falado no Brasil. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 2: [E] No Evento I, o uso do artigo definido “o” torna o “cheiro” um substantivo determinado, definido. Já no Evento II, o uso do artigo indefinido “um” gera uma indeterminação, indefinição para o substantivo “cheiro”. Resposta da questão 3: [A] O primeiro “a” é uma preposição que rege o verbo “falar”: quem fala, fala algo a alguém. O segundo “a” é também uma preposição que rege o verbo “aludir”: quem alude, alude a algo. TEOREMA MILITAR LISTA 5 – ARTIGOS E NUMERAIS PROF. MARCOS SIQUEIRA Já “as” é um artigo definido, determinando o substantivo “sílabas” que o sucede. Resposta da questão 4: [C] É correta a opção [C], pois, na primeira ocorrência, o termo “a” exerce função morfológica de artigo definido por designar um substantivo (“virtude”) e na segunda, preposição, exigida pela regência do verbo “chegar”. Resposta da questão 5: [D] A análise do período completo – “Letras e números costumam ser vistos como símbolos opostos, correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens completamente diferentes e, muitas vezes, incomunicáveis” – indica que “correspondentes” é um adjetivo relacionado ao substantivo “símbolos”; além disso, sua regência exige o emprego da preposição “a”. Resposta da questão 6: [B] Os artigos indefinidos são “uma”, “umas”, “um”, “uns” e os definidos são “a”, “as”, “o” e “os”. Assim, na primeira passagem, usou-se o artigo indefinido “uma” para apresentar um elemento, e depois se usou o definido “a” para retomar esse elemento. Resposta da questão 7: [E] “Sete” é uma palavra que representa um número, sendo classificada como numeral. “Fome” é um substantivo que dá nome ao estado de carência alimentar. “Colabore” é um verbo no modo imperativo, que está conjugado na 3a pessoa do singular. Resposta da questão 8: [E] O termo “que” está retomando a expressão “semente boa” do verso anterior. Assim, o verso “que lançamos hoje no solo da vida” pode ser substituído por “Lançamos a semente boa hoje no solo da vida”. Essa função de retomar/referir-se a um termo anterior é cumprida pelo pronome relativo, como expresso em [E]. Resposta da questão 9: [E] Nas opções [A], [B], [C] e [D], a palavra “a” assume função morfológica de preposição, pronome demonstrativo, pronome pessoal oblíquo e preposição, respectivamente. Apenas em [E], por se encontrar ligada ao substantivo “fronte”, adquire função de artigo. Resposta da questão 10: [E] O termo “a” desempenha função morfológica de preposição, pois inicia o objeto indireto da oração principal do período. Assim, é correta a opção [E]. 11-B 12-D 13-E 14-D 15-C
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