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A ciência geográfica pode ser definida, em alguma medida, como ciência da 
Terra, isso porque é comum livros didáticos, manuais e apostilas, a definirem 
como a descrição da Terra em um primeiro momento em decorrência da origem 
dos termos geo e graphia. 
 
A descrição, para sermos mais precisos, é do planeta Terra. A palavra Geografia 
teria se formado por meio do prefixo grego geo (referente à Terra) e do termo 
grapho que significaria ‘’desenho’’ ou mesmo ‘’gravação’’. Logo, em nossos dias, 
a geografia seria a descrição do planeta Terra. 
 
Sem dúvidas, a geografia é a ciência mais erudita dentre aquelas que estudamos 
em todo período escolar, tanto ao longo do Ensino Fundamental, quanto ao longo 
do Ensino Médio. 
 
Constatamos, que para compreensão da geografia, é necessário que tenhamos 
noções de ciências biológicas, ciências exatas e certamente das ciências 
humanas, pois não seria exagero afirmarmos que a geografia está de ‘’mãos 
dadas’’ com as demais áreas do conhecimento. Por tais motivos a geografia nos 
é muito desafiadora e, ao mesmo tempo, encantadora, pois ao conhecermos 
melhor suas nuances nos é aberto um universo e nossa visão do mundo se 
amplia sobremaneira. 
 
Exemplifique-se: podemos dividir a geografia escolar em três grandes ramos. No 
caso, os ramos da geografia seriam a Geografia Física, a Geografia Humana e 
a Geografia Política, e assim o aluno encontrará nossa matéria ao longo de 
nosso curso através deste nosso livro/apostila, bem como das videoaulas.
 
Nosso curso em videoaulas e esse livro/apostila estão dispostos desta maneira: 
geografia física, geografia humana e, por fim, geografia política e geopolítica. 
 
São esses ramos da geografia escolar que se associam, cada qual de à sua 
maneira, às demais ciências, sejam biológicas ou exatas. 
 
Isto pois, para compreensão da origem geológica do planeta Terra e seu 
desenvolvimento é necessário termos noções de biologia e física, por exemplo. 
Ademais, para compreendermos a dificuldade da vida humana em meio à aridez 
dos desertos é necessário que conheçamos melhor a dinâmica hidrológica e 
atmosférica da Terra e, a partir daí, conseguiremos melhor entender por que as 
sociedades humanas transformam a superfície terrestre a fim de armazenar ou 
transportar água. Nesse caso há notável relação entre ciência humana, 
economia e a física atmosférica. 
 
Em outras palavras, a ciência geográfica é ciência de síntese que se utiliza de 
diversas fontes do conhecimento para melhor explicar as relações do homem 
com o espaço geográfico. 
 
Por fim, seja bem-vindo ao curso Respeita a Geografia. Bons estudos. 
 
 
 
 
O que é Cartografia? 
 
A cartografia é a ciência dos mapas. Por vezes, dada a diversidade de tipos de 
mapas e seu desenho técnico, a cartografia pode ser definida como a arte dos 
mapas. 
 
A palavra cartografia deriva de línguas da antiguidade. Cartografia se refere à 
confecção de mapas, plantas e cartas. No caso, o termo carta tem origem no 
latim charta e se refere a carta ou folha de papiro e ao se acrescentar o termo 
grafia, que seria a descrição, teremos a descrição da superfície terrestre em 
cartas ou folhas de papiro, em suma, nossos mapas. 
 
É comum associarem a geografia à cartografia, em dupla injustiça, como se a 
excelsa ciência geográfica se reduzisse meramente a pintar mapas e a fazer 
croquis. Além disso, a arte de confecção de mapas não é mera atividade de 
desenhos sem objetivos de compreensão do mundo, de suas nuances 
econômicas ou da posição de países poderosos e sua relação com o espaço 
geográfico, a exemplo de mapas azimutais. No caso, a cartografia é peça 
fundamental da geografia. Ou seja, a cartografia descreve em mapas os 
fenômenos geográficos da superfície terrestre. Ademais, a geografia não diz 
respeito a fazer mapas, mas a compreender a relação dos homens consigo e 
com a própria natureza. 
 
Por fim, é a cartografia – através de seus mapas, plantas e cartas – peça 
fundamental ao aprendizado da ciência geográfica à medida que os mapas são 
representações dos fenômenos geográficos que ocorrem na superfície da Terra. 
Os mapas são representações cartográficas da superfície terrestre e a ciência 
dos mapas é a cartografia. 
 
Movimentos da Terra 
 
O planeta Terra descreve alguns movimentos e dois deles, a rotação e a 
translação, são essenciais para a cartografia. 
 
A rotação é o movimento que o planeta Terra faz em torno do próprio eixo, a 
Terra gira em torno de si mesma num período que demora 24h para se completar 
uma volta perfeita de 360°. A rotação completa define o dia terrestre. 
 
A rotação resulta em dia e noite. A face do planeta Terra que estiver voltada à 
luz solar é diurna e a face que estiver contrária ao Sol é noturna. Observe na 
figura abaixo: 
 
 
 
Figura 1. Fonte. SOUSA, Nilton Goulart. O Baile espacial, movimentos da Terra no Sistema Solar. Portal do 
Professor. MEC, 2008. Disponível em: 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=666. Acesso em: 31/10/2020. 
Além disso, a rotação também é importante porque possibilitara desenvolvermos 
os fusos horários e estabelecermos horas específicas, em todo planeta Terra, 
conforme as diretrizes da Conferência Internacional do Primeiro Fuso Horário, 
realizada em Washington, D.C., nos Estados Unidos em 1884. Foi nessa 
Conferência que se estabeleceram os 24 fusos horários com referencial em 
Greenwich, no Reino Unido. 
 
A translação é o movimento que o planeta Terra descreve em torno do Sol e 
sua duração é de 365 dias, 5 horas e 48 minutos. Nosso calendário anual é 
baseado no movimento de translação. Apesar de sobrarem 5h e 48min para a 
Terra completar a elipse em torno do Sol, nós comemoramos a chegada do ano 
novo, essa diferença é somada ano a ano e a cada 4 anos temos um ano 
bissexto (com 366 dias). Acrescentamos um dia a mais no mês de fevereiro. 
 
Observe a representação abaixo da translação e rotação: 
 
 
Figura 2. Fonte. ANDREOLLA, Clementina Verginia. Fases da Lua. Portal do Professor. MEC, 2013. Disponível 
em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=48257. Acesso em: 31/10/2020. 
A translação é importantíssima para diversos fenômenos geográficos, pois à 
medida que a Terra descreve tal movimento teremos as diferentes estações 
anuais, os fenômenos de solstício e equinócio e altas e baixas marés. 
 
Suscita, por meio da observação do Sol diariamente nos céus, o polêmico debate 
científico sobre a Terra ser o centro do Universo, pois a observação do Sol nos 
dá impressão que é o Sol que se move em torno da Terra, não o contrário como 
 
conseguimos observar a partir da ciência moderna. 
 
No caso, havia a teoria geocêntrica que acreditava que o Sol girava em torno da 
Terra. Sabemos, conforme supracitado, que é o contrário e o ‘’movimento do 
Sol’’ – que observamos diariamente – é aparente. Fato importante é: o Sol não 
é o centro do Universo, mas o centro de nosso Sistema Solar, pois não só a 
Terra gira em torno do Sol, mas os demais planetas, a exemplo de Mercúrio ou 
Júpiter. 
 
Ocorre que o movimento aparente do Sol foi fundamental para o Homem se 
posicionar na superfície terrestre e a partir dele construímos nossa 
importantíssima Rosa dos Ventos. 
 
A estrela-guia, Rosa dos Ventos, corresponde a uma volta completa no horizonte 
e é essencial para localização humana na superfície terrestre. 
 
De extrema importância aos meios de transportes antigos e modernos, útil à 
navegação, à aviação e ao sistema de GPS, por exemplos. 
 
O ponto cardeal norte é o referencial, se considerarmos os 360° do azimute. Pois 
o ponto Norte está a 0° e em ordem crescente, no sentido horário, os pontos 
cardeais, Leste, Sul, e Oeste estão em 90°, 180° e 270°, respectivamente. 
 
PS.: é comum aparecerem as abreviações E (Leste) e W (Oeste) são dos 
termos em inglês East e West, respectivamente. 
 
Além dos pontos cardeais, temos os pontos colaterais e sub-colaterias que 
derivam dos primeiros. Observa a rosa dos ventos abaixo: 
 
 
Figura 3. Fonte.TURINA, Leide Divina Alvarenga. Rosa dos Ventos. Portal do Professor. MEC, 2013. 
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38600 Acesso em: 
18/12/2020. 
A figura acima nos traz os pontos cardeais, Norte, Sul, Leste e Oeste, além dos 
colaterais, Nordeste, Sudeste, Sudoeste e Noroeste, em suas respectivas 
abreviações, NE, SE, SO e NO. 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38600
 
Para sabermos onde estão cada um dos pontos é necessário que consideremos 
a região onde o Sol nasce, pois essa é a região Leste e, em decorrência do 
movimento aparente do Sol, a região Oeste é onde o astro-rei se põe e a 
consideramos o poente. 
Note que, se estivermos com os braços abertos e com o braço direito apontado 
para a região nascente do Sol estamos apontando para Leste e nosso braço 
esquerdo estará apontado para Oeste, logo os pontos Norte será aquele que 
estiver à nossa frente e atrás de nós teremos o Sul. 
Ressalte-se que os termos: oriente e ocidente se referem a Leste e Oeste, 
respectivamente. O oriente se refere à nossa orientação, pois na superfície da 
Terra nos orientamos a partir do movimento aparente do Sol e por isso tais 
nomes, uma vez que ocidente se refere ao ocaso, que é o anoitecer. 
Ademais, é comum aparecerem os termos setentrional e meridional, que são os 
Norte e Sul, respectivamente. E por fim, os termos boreal e austral se referem a 
Norte e Sul, de maneira respectiva. 
 
Coordenadas Geográficas 
São pontos imaginários na superfície terrestre que nos permitem posicionar 
precisamente na Terra. Definem-se pela intersecção de linhas imaginárias 
chamadas latitude e longitude. 
As linhas imaginárias são os meridianos, cuja referência é o Meridiano de 
Greenwich, e as linhas paralelos têm como referência a linha do Equador. Em 
outras palavras, nos mapas e mapas-múndi as linhas horizontais são os 
paralelos e as linhas verticais são os meridianos. 
Os pontos de intersecção entre paralelos e meridianos são os pontos de 
coordenada geográfica que nós chamamos de latitude e longitude. 
Ao considerarmos o planeta Terra e sua esfericidade definimos as latitudes e 
longitudes da seguinte maneira: 
Latitude – distância em graus de qualquer ponto da superfície da Terra que varia 
de 0° até 90° até a linha do Equador, tanto para o hemisfério norte, quanto para 
o hemisfério sul. 
Observe na figura abaixo que as latitudes variam em graus para Norte e Sul a 
partir da linha equatorial. 
 
 
Figura 4. Fonte. Google Imagens. Latitudes. Disponível em: www.google.com.br Acesso em: 18/12/2020. 
Longitude – distância em graus de qualquer ponto da superfície da Terra que 
varia de 0° até 180° até a linha do Meridiano de Greenwich, tanto para o 
hemisfério leste, quanto para o hemisfério oeste. 
 
 
Figura 5. Fonte. Google Imagens. Longitude. Disponível em: 
https://imageryspeaks.wordpress.com/2012/03/06/more-geospatial-terminology-confusion-2/ Acesso em: 
18/12/2018 
https://imageryspeaks.wordpress.com/2012/03/06/more-geospatial-terminology-confusion-2/
 
Note na imagem acima que há intersecção na superfície no ponto de latitude 
55°N e longitude 45°W. Esse seria um ponto preciso na superfície terrestre 
porque as coordenadas evidenciam o hemisgério onde estão, seja N ou S; L ou 
O. 
Acrescente-se que as latitudes e longitudes variam em minutos e segundos, 
além de graus. Isso porque cada grau equivale a 60 minutos e cada minuto 
equivale a 60 segundos. No caso, varia-se no máximo X° e 59 minutos e 59 
segundos que é expresso da seguinte maneira, por exemplo, 10°59’59’’. Desse 
exemplo o próximo coordenada seria 11°00’00’’, embora as unidades fiquem 
ocultos. 
Projeções Cartográficas 
Os mapas sempre apresentarão dois problemas insolúveis, que estão 
associados ao tamanho e à forma dos mapas e planeta Terra. Por isso não há 
mapas perfeitos e todos os mapas terão distorções. 
Os problemas no momento que cartografamos a superfície terrestre se referem 
às dimensões, ao tamanho e à forma e ângulos. Isto é: o planeta é muito grande 
e nossos mapas são pequenos, além disso, nosso globo terrestre é esférico com 
três dimensões e nossos mapas-múndi são planisférios com apenas duas 
dimensões. 
São as projeções cartográficas que minimizam e atenuam as distorções de 
formato geométrico nos mapas, já a escala melhora o tamanho e as proporções 
entre a área mapeada e o mapa. 
Há diversos tipos de projeções cartográficas e cada tipo de projeção tem 
finalidade específica do que se pretende representar da superfície terrestre. As 
projeções são classificadas conforme suas características, são classificadas 
conforme à superfície e quanto as propriedades que apresentam. 
As projeções classificadas de acordo com a superfície são: a Cilíndrica, a Cônica 
e a Plana. Já as projeções classificadas de acordo com as propriedades são: as 
projeções conformes, projeções equivalentes e as projeções equidistantes. 
Projeção Cilíndrica 
A projeção cilíndrica nos traz a esfera do globo representada dentro de uma 
figura cilíndrica. No caso, usamos um cilindro imaginário para representarmos a 
superfície terrestre conforme podemos observar na figura 6, logo abaixo: 
 
 
Figura 6. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção Cilíndrica. Atlas Escolar. IBGE, 2020. 
Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-
cartogra-ficas.html Acesso em: 18/12/2020. 
O que temos nessa projeção é que a tangente entre ambas as figuras 
geométricas ocorre na região equatorial da esfera. Ou seja, o contado entre 
cilindro e esfera é em latitudes baixas e resulta disso essa projeção ser muito útil 
para representarmos baixas latitudes – regiões próximas à linha do Equador. 
Ademais, a projeção cilíndrica resulta em paralelos e meridianos retos que 
formam ângulos de 90° entre si, a exemplo das projeções do Mercator e do 
Peters. 
Projeção de Mercator 
Uma das mais notáveis projeções, a de Gerardo Mercator, é cilíndrica conforme. 
Trata-se de um planisfério que remonta ao século XVI e ao contexto das Grandes 
Navegações européias, quando Portugal e Espanha se lançaram ao mar para 
conquista do ‘’Novo Mundo’’ através da expansão marítima do ‘’Velho Mundo’’ e 
consequente colonização da América. 
A projeção de Mercator dividiu a superfície da Terra em 12 paralelos e 24 
meridianos. Tais meridianos são os mesmos dos fusos horários e suas 
respectivas 24h. 
Pelo motivo de todo planisfério apresentar distorções, a projeção do genovês 
não é diferente, pois o mapa de Mercator distorce a área dos tamanhos 
continentais. Trata-se de uma projeção que distorcer muito a área representada 
quanto mais distante da região equatorial, mas mantém o formato geométrico 
dos continentes. 
A distorção das áreas representadas fica mais evidente em latitudes maiores a 
exemplo da Ilha da Groelândia, pois a Ilha apresenta-se com enorme extensão 
territorial que chega a ser maior que o Brasil quando na verdade a Groelândia é 
aproximadamente 4 vezes menor que o país sul-americano. E mais, as altas 
 
latitudes são muito distorcidas no tamanho quando observados o continente da 
Antártida. 
Apesar disso a projeção de Mercator tem o mérito de preservar o formato 
continental e se trata, por isso, de ser uma projeção conforme, e é ideal para 
navegação e ainda hoje é usada para tal fim. 
Em termos geopolíticos, a projeção de Mercator é apontada como eurocêntrica, 
pois traz a Europa no centro do mapa e seria usada para justificar a colonização 
do chamado ‘’Novo Mundo’’. 
Observe a projeção abaixo de Gerardo Mercator e note que os paralelos e 
meridianos são retos e formam ângulos de 90° entre si, isso evidencia que se 
trata de uma projeção cilíndrica. 
 
Figura 7. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção Cilíndrica de Mercator. Atlas Escolar. 
IBGE, 2020. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-
o-es-cartogra-ficas.htmlAcesso em: 18/12/2020. 
Projeção de Peters 
Outra das mais notáveis projeções, a de Peters, é cilíndrica equivalente. Trata-
se de um planisfério que remonta ao século XIX e teria sido confeccionado por 
James Galls, em 1885, e retomada por Arno Peters já no contexto do pós-
Segunda Guerra Mundial. É comum se referirem a tal projeção como Projeção 
de Gall-Peters. 
Pelo motivo de todo planisfério apresentar distorções, a projeção retomada pelo 
historiador alemão Arno Peters não é diferente, pois o mapa distorce a forma dos 
continentes e os alonga a fim de manter a área representada. 
Em termos geopolíticos a projeção de Peters é apontada como ‘’terceiro-
mundista’’, pois traz o continente da África em seu centro e valoriza os territórios 
 
continentais do hemisfério sul em detrimento e diminuição da extensão territorial 
de países do hemisfério norte. Isto porque a maioria dos países do hemisfério 
sul eram subdesenvolvidos no contexto da Guerra Fria e parte deles não estava 
alinhado necessariamente aos postulantes do primeiro ou do segundo mundo 
em plena disputa ideológica entre os Estados Unidos e a União Soviética. 
Observe a projeção abaixo, figura 8, de Gall-Peters e note que os paralelos e 
meridianos são retos e formam ângulos de 90° entre si, isso evidencia que se 
trata de uma projeção cilíndrica. Note também que a tentativa de preservar as 
dimensões continentais a faz uma projeção equivalente. 
As projeções equivalentes que não altera a área da região mapeada. 
 
Figura 8. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção Cilíndrica de Peters. Atlas Escolar. 
IBGE, 2020. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-
o-es-cartogra-ficas.html Acesso em: 18/12/2020 
Projeção de Robinson 
O planisfério de Robinson tem sido muito utilizado em atlas escolares dadas suas 
características em minimizar as distorções. Não se trata de uma projeção 
cilíndrica, mas sim de uma projeção pseudocilíndrica. No caso, apresenta 
paralelos retos, mas meridianos que acompanham a curvatura da Terra nas 
regiões de altas latitudes. 
Tal projeção é compreendida como afilática porque não apresenta nenhuma das 
propriedades, pois não é conforme (que preserva as áreas), nem equivalente 
(que preserva os formatos dos continentes e seus ângulos) e nem equidistante 
 
(que preservas as distâncias de um ponto a outro no mapa). No caso, minimiza 
as distorções e resulta no mínimo de deformação possível. 
Tais características, descritas acima, a fazem ser chamada comumente de 
projeção afilática. 
Observe o mapa abaixo, figura 9, Projeção de Robinson. 
 
Figura 9. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção Robinson. Atlas Escolar. IBGE, 2020. 
Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-
cartogra-ficas.html Acesso em: 21/12/2020 
Projeção de Goode 
A projeção de John Paul Goode, cartógrafo norte-americano, elaborada no 
começo do século XX é chamada de Projeção Descontínua de Goode ou 
Projeção Interrompida de Goode dadas suas características e pelo fato de 
‘’cortar’’ ou ‘’interromper’’ as áreas dos oceanos. 
O objetivo do trabalho de Goode é valorizar as áreas continentais, tanto em seus 
formatos e ângulos, quanto em suas dimensões e tamanho. Além disso, trazia 
uma alternativa a projeção de Mercator. 
Exceto nas regiões de altas latitudes – a Groelândia e a Antártida – toda porção 
continental da superfície terrestre é conservada no mapa de 1916, exceto ainda 
o noroeste da Ásia que sofreu distorções. O formato característico da projeção 
é chamado como ‘’cascas de laranja’’. 
A projeção de Goode tem a enorme vantagem de possibilitar mapear fenômenos 
restritos aos territórios, a exemplo da distribuição de grandes metrópoles ou da 
produção agrícola ao redor do globo. Tal projeção não teria utilidade para 
calcular distâncias intercontinentais, tampouco para observação de rotas 
oceânicas ou mesmo qualquer análise de fenômenos polares. 
 
 
Figura 10. Fonte. The Guardian. Projeção de Goode. THE GUADIAN, 2020. Disponível em: 
https://www.theguardian.com/global/gallery/2009/apr/17/world-maps-mercator-goode-robinson-peters-
hammer Acesso: 22/12/2020 
Projeção de Mollweide 
A projeção cilíndrica do matemático alemão Karl Mollweide é de 1825. Apresenta 
paralelos retos, mas meridianos curvos. É uma projeção equivalente pois 
mantém as áreas da superfície representada, mas distorce as formas a fim de 
tentar corrigir o mapa de Mercator. 
A projeção de Mollweide apresenta a superfície do planeta Terra em formato 
elíptico em proporção exata com a área do planeta. Além disso, traz os polos 
achatados. 
Por conservar as áreas continentais e se tratar de projeção equivalente é muito 
útil para representar fenômenos da superfície terrestre em mapas temáticos, seja 
de população, PIB, produtividade etc. 
Observe a imagem abaixo, figura 11, que expressa a projeção de Mollweide. 
https://www.theguardian.com/global/gallery/2009/apr/17/world-maps-mercator-goode-robinson-peters-hammer
https://www.theguardian.com/global/gallery/2009/apr/17/world-maps-mercator-goode-robinson-peters-hammer
 
 
Figura 11. Fonte. Brasil Escola PENA, Rodolfo F. Alves. "Projeção de Mollweide"; Brasil Escola. Disponível 
em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecao-mollweide.htm. Acesso em 22 de dezembro de 
2020. 
Projeção Cônica 
Enquanto na projeção cilíndrica a figura geométrica usada para planisférios 
(mapas-múndi) é o cilindro imaginário sobre a esfera do globo, a projeção cônica 
naturalmente usa um cone imaginário para tangenciar a superfície terrestre. 
Além disso, a projeção cônica é muito utilizada para mapearmos regiões de 
média latitudes e zonas climáticas temperadas, seja do Hemisfério Norte, seja 
do Hemisfério Sul. 
Reitere-se e se destaque que, enquanto as projeções cilíndricas são adequadas 
para desenvolvimento de planisférios, a projeção cônica tem como característica 
o mapeamento regional. 
 
Figura 12. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção Cônica. Atlas Escolar. IBGE, 2020. 
Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-
 
cartogra-ficas.html Acesso em: 21/12/2020 
Note que, conforme a imagem da projeção cônica, figura 12, a tangente entre 
ambas as figuras ocorre ao Norte da linha do Equador e por esse motivo tais 
tipos de projeções são adequadas para mapeamentos regionais de regiões 
temperadas ou médias latitudes. 
Em outras palavras, à medida que houver latitudes distantes do ponto de contato 
(tangente) das figuras – cone e esfera – haverá maior distorções em nosso 
mapa. 
Observe a imagem abaixo, figura 13, um exemplo de projeção cônica feita para 
o Hemisfério Sul. 
 
Figura 13. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção Cônica focando no Hemisfério Sul. 
Atlas Escolar. IBGE, 2020. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-
cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html Acesso em: 21/12/2020 
Neste tipo de projeção os paralelos e meridianos assumem formatos específicos, 
pois os paralelos convergem para um ponto central e polar no mapa, já os 
meridianos são linhas que circunscrevem o ponto central e polar do mapa. 
Projeção Plana ou Azimutal 
A projeção azimutal parte de algum ponto na superfície terrestre que será o 
centro de nossa projeção. Ou seja, a tangente de plano toca a superfície da Terra 
em qualquer ponto que queiramos no centro de nosso mapa. 
Há três tipos de projeção azimutal a depender do ponto que teremos no centro 
de nosso mapa, a saber, tais projeções apodem ser a projeção azimutal polar, 
projeção azimutal equatorial ou projeção azimutal oblíqua. Em outras palavras, 
as projeções polares terão como centro do mapa os Polos Norte ou Sul, a 
projeção equatorial terá como centro do mapa algum ponto sobre a linha do 
Equador e a projeção oblíqua terácomo ponto central do mapa alguma 
coordenada geográfica entre um dos polos e a linha do Equador. 
No exemplo abaixo, figura 14, há um plano tangente sobre a superfície terrestre. 
Ressalte-se que o plano tangente poderá ser em qualquer ponto da superfície 
conforme expresso acima. 
 
 
Figura 14. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Plano tangente sobre a superfície terrestre. 
Atlas Escolar. IBGE, 2020. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-
cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html Acesso: 21/12/2020 
As projeções azimutais têm enorme importância geoestratégica e são 
fundamentais para análises de geopolítica. No caso, os Estados usam tais tipos 
de projeção para se situarem na superfície e fazem análises estratégicas e 
políticas sobre sua projeção de poder no globo a partir desse tipo de mapa. 
Além disso, as projeções planas têm importância para análises geoeconômicas. 
É útil à navegação aérea e precisamente adequado para regiões polares, 
embora possa representar qualquer ponto da superfície da Terra no centro do 
mapa. 
Observe a projeção abaixo, figura 13, que tem o plano tangente no Polo Sul do 
globo terrestre. 
 
 
Figura 15. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção Polar Sul. Atlas Escolar. IBGE, 2020. 
Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-
cartogra-ficas.html Acesso 22/12/2020 
A projeção azimutal polar sul, tanto quanto a projeção polar azimutal norte, 
apresentará paralelos que convergem para os polos centrais de nosso mapa e 
radiais, seus meridianos são circunscritos em relação ao ponto central do mapa. 
Note no mapa polar sul que a Antártida aparece no centro de nosso mapa e 
todos os demais continentes ficam em sua periferia. 
Uma projeção polar muito emblemática é o símbolo da Organização das Nações 
Unidas. Trata-se de uma projeção azimutal com centro no Polo Norte. Ademais, 
o símbolo da ONU é uma projeção azimutal polar equidistante, pois mantém as 
distâncias, apesar de distorção de ângulos e de área. 
Observe o mapa da ONU na figura abaixo e note que o Hemisfério Norte fica 
próximo ao centro. Resulta daí algumas críticas em relação a essa projeção, pois 
se discute que a projeção da ONU valoriza os países ricos do Hemisfério Norte 
e que tais países seriam apresentados como o modelo a ser seguido pelos 
demais países e povos do mundo. 
 
 
Figura 16. Fonte. Organização das Nações Unidas. Emblema da ONU. ONU, 2020. Disponível em: 
https://research.un.org/en/maps/flags Acesso: 22/12/208 
Observe a projeção azimutal com centro em Brasília. Por se tratar de uma 
projeção equidistante teremos que toda distância radial para qualquer parte da 
Terra, a partir do centro do mapa, estão corretas. 
 
Figura 17. Fonte. Blog de Internet. Projeção Azimutal com Brasília no Centro. Disponível em: 
http://profgeonanet.blogspot.com/2010/03/projecao-azimutal.html Acesso: 22/12/2020 
Observe a projeção polar do Oceano Ártico na imagem abaixo, figura 16. É digno 
de observação que, para além das características técnicas da projeção azimutal, 
os Estados Unidos e a Rússia fazem fronteira entre si na região polar. O Canadá 
é muito mais próximo à Rússia do que muitas vezes se imagina. É comu, 
entretanto, pensarmos o mundo a partir do Oceano Atlântico em mapas de 
https://research.un.org/en/maps/flags
 
projeção cilíndrica, mas ao observamos projeções polares de diferentes regiões 
do globo nossa percepção sobre o espaço geográfico se enriquece muito. 
 
Figura 18.Fonte. World Atlas. Projeção Polar do Oceano Ártico. WORLD ATLAS, 2020. Disponível em: 
https://www.worldatlas.com/webimage/countrys/polar/arctic.htm Acesso: 22/12/2020 
O mapa polar da Guerra Fria, figura 17 abaixo, denota a importância 
geoestratégica e como os mapas auxiliam nas análises geopolíticas. 
 
Figura 19. Fonte. Sítio de Internet. Disponível em: 
https://www.fasttrackteaching.com/ffap/Unit_11_Cold_War/U11_Cold_War_Maps.html Acesso: 
22/12/2020 
https://www.worldatlas.com/webimage/countrys/polar/arctic.htm
 
Projeção em Anamorfose 
Os mapas em anamorfose são aqueles que alteram os formatos territoriais 
mapeados conforme dados pré-estabelecidos. 
Nestes casos, há relação entre dados quantitativos em que se baseiam os 
mapas e o tamanho dos territórios cartografados. A distorção é proporcional aos 
dados representados cartograficamente. 
Os exemplos mais conhecidos de anamorfose são de dados demográficos e 
econômicos, notadamente do Produto Interno Bruto (PIB), tais mapas 
possibilitam que percebamos a concentração de certos fenômenos na superfície 
cartografada e o contraste com os vazios de outras regiões. 
Observe no mapa abaixo, figura 20, as distorções na extensão territorial dos 
países. O mapa trata do PIB de 2016. 
 
Figura 20. Fonte: IBGE. National Accounts Main Aggregates Database, United Nations (UN). Disponível em: 
https://educa.ibge.gov.br/professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html Acesso: 22/12/2020 
Ao olhamos o mapa percebemos que o continente africano quase desaparece, 
bem como a Rússia. É digno de nota que o maior país do mundo, a Rússia, tem 
17 milhões de km2 e a África possui 30 milhões de km2, mas no mapa acima 
ficam menores que Estados Unidos e China, as maiores economias do mundo, 
e que possuem pouco mais que 9 milhões de km2. Em outras palavras, nessa 
anamorfose distorcem o tamanho dos territórios conforme o dado econômico do 
PIB. 
O mapa abaixo, entretanto, do Brasil nos evidencia que os mapas em 
anamorfose não são apenas mundiais, mas podem ser nacionais ou mesmo em 
comparação a territórios menores como estados ou províncias dos países, bem 
como cidades ou bairros. 
https://educa.ibge.gov.br/professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html
 
O mapa do Brasil distorce proporcionalmente a área dos estados brasileiros 
segundo sua população absoluta. 
É evidente neste mapa do Brasil que São Paulo fica muito maior que os demais 
estados nacionais, pois São Paulo é o estado mais populoso e 
consequentemente apresenta extensão maior que toda região Norte do país. 
 
Figura 21. Fonte: IBGE. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/professores/educa-recursos/20815-
anamorfose.html Acesso: 22/12/2020 
Mapas Topográficos - Curvas de Nível 
As cartas topográficas são representações da superfície terrestre que 
evidenciam os acidentes naturais e artificiais de determinada região. São mapas 
que representam pequenas extensões territoriais em média ou pequena escala 
cartográfica, ou seja, são mapas de cidades ou municípios, ou então, de zonas 
rurais. 
As curvas de nível ou curvas de níveis são espaçamentos gráficos que ocorrem 
em mapas de alguma topografia. No caso, ao mapearmos os relevos 
conseguimos saber sua variação de altitude, declividade, vertentes mais ou 
menos íngremes através das curvas de nível. 
Observe a representação abaixo: 
 
 
Figura 22. Fonte. HARTUNG, Guilherme Erwin. Onde Está a Matemática na Engenharia Civil? Portal do 
Professor. MEC, 2010. Disponível em: 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=27230. Acesso em: 31/10/2020. 
A imagem da representação acima tem duas vertentes. Vamos dizê-las vertente 
esquerda, que possui menor declividade, e vertente direita, que possui maior 
declividade. Do ponto A em direção ao ponto M nós subiríamos até a altitude 
máxima de 30m e desceríamos até o ponto de altitude 0m. 
Note no mapa que a vertente esquerda apresenta muito maior espaço entre as 
curvas de níveis e isso denota que o terreno possui declividade mais suave, 
diferentemente da vertente à direita cuja declividade é maior e as curvas de 
níveis estão bem mais próximas umas das outras. 
A partir das curvas de níveis saberemos, portanto, se o terreno apresentará 
maior ou menor declividade. 
Escala 
A escala cartográfica é uma relação matemática e proporcional entre o mundo 
real e o mapa. 
Se todos os mapas têm distorções, a projeçãoe a escala buscam minimizar tais 
problemas nas representações cartográficas. 
Quanto a escala o que temos é uma representação matemática de quantas 
vezes o objeto real – superfície da Terra – foi reduzido para caber no mapa em 
questão. 
Há dois tipos de escalas cartográfica, a numérica e a gráfica. 
A escala gráfica é expressa em gráficos propriamente ditos. No caso, geralmente 
1cm gráfico corresponderá a ‘’x’’ km ou ‘’x’’ m do mundo real. 
Observe o exemplo abaixo da escala gráfica: 
 
 
 
Figura 23. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Escala Gráfica. Atlas Escolar. IBGE, 2020. 
Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/escala.html Acesso 
em: 23/12/2020. 
Nesse exemplo é notável que em 1cm do mapa temos representados 500m do 
mundo real. Note que para direita após o 0 (zero) a escala representa 1000m, 
mas a distância entre o 0m e 1000m é de 2cm e isso se evidencia quando 
observamos a porção esquerda da escala. 
Neste outro exemplo abaixo, figura 24, temos que 1cm no mapa equivale a 20km 
no mundo real. 
 
Figura 24. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Escala Gráfica. Atlas Escolar. IBGE, 2020. 
Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/escala.html Acesso 
em: 23/12/2020 
O outro tipo de escala é a escala numérica. A escala numérica é expressa em 
fração matemática onde 1cm no mapa corresponderá a ‘’x’’ cm no mundo real. 
No caso, 1:x. Onde, reitere-se, 1cm no mapa corresponde a ‘’x’’ cm no mundo 
verdadeiro. Saliente-se que ‘’x’’ sempre se referirá nesse tipo de escala a cm. A 
exemplo das escalas numéricas abaixo: 
1: 100 
1: 1.000.000 
1: 435.000.000 
Em todos os exemplos percebemos que a o denominador da fração varia. No 
primeiro caso 1cm no mapa corresponde a 100cm no mundo real (1:100) e no 
segundo caso 1cm no mapa corresponde a 1.000.000 de cm no mundo real 
(1:1.000.000) e assim sucessivamente. 
Para bem termos noção do quanto a realidade foi reduzida e representada no 
mapa tempos que saber a correlação do Sistema Métrico Decimal. 
Sabei-lo: 1km = 1000m = 100.000cm 
Observe mapa abaixo: 
 
 
Figura 25. Mapa em escala 1:50.000. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Escala Gráfica. 
Atlas Escolar. IBGE, 2020. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-
cartografia/escala.html Acesso em: 23/12/2020. 
Como se lê na legenda o mapa acima, figura 25, possui escala numérica de 
1:50.000. Podemos concluir, dado o exposto, que 1cm neste mapa corresponde 
a 500m ou 0,5km. 
Neste outro mapa abaixo, figura 26, possui escala de 1:1.000.000. Ou seja, neste 
mapa vemos menos detalhes que no mapa anterior (figura 25) em decorrência 
da mudança de escala. E no caso, 1cm aí corresponde a 1000m ou a 10km. 
 
Figura 26. Mapa em escala 1:1.000.000. Fonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Escala 
Gráfica. Atlas Escolar. IBGE, 2020. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-
e-cartografia/escala.html Acesso em: 24/12/2020 
 
 
Fórmula para cálculo da escala: 
E = d/D 
Nessa fórmula ‘’E’’ se refere a escala, ‘’d’’ se refere a distância no mapa, por 
vezes chamada de distância gráfica, e ‘’D’’ se refere a distância real. 
Tamanho da Escala 
A escala apresenta tamanho variável. Há a escala grande, a escala média e a 
escala pequena. 
Como a escala é uma fração, quanto maior for o denominador menor será a 
escala e a depender do tamanho da escala cartográfica nós teremos maior ou 
menor nível de detalhamento em nossas representações. 
No caso, escalas grandes são usadas para confecção de plantas de arquitetura 
e de engenharia e possuem enorme importância para construção urbana. Além 
de plantas urbanas e rurais. O nível de detalhamento dessa escala é muito alto 
e é imprescindível à construção de edifícios, equipamentos urbanos como 
viadutos, terminais de ônibus e trens urbanos e planejamento das cidades. 
Exemplos e usos de escalas grandes: 
1: 50 – plantas arquitetônicas; 
1: 500 até 1: 20.000 – plantas urbanas. 
E no caso, escalas médias são usadas para confecção de mapas topográficos 
e são importantes na análise de bacias hidrográficas e sua drenagem, por 
exemplo. Além de plantas urbanas e rurais. O nível de detalhamento dessa 
escala é médio. 
São escalas médias: 
1: 25.000 até 1: 250.000 
Exemplos e usos de escalas médias: 
1: 25.000 – cartas topográficas; 
1: 250.000 – plantas urbanas. 
E por fim, escalas pequenas são usadas para confecção de mapa-múndi, 
mapas continentais, mapas de países e são importantes na análise geopolítica, 
documental, econômica etc. O nível de detalhamento dessa escala é baixo. 
São escalas pequenas: 
Acima de 1: 250.000 
Exemplos e usos de escalas médias: 
1: 147.000.000 – mapa-múndi em atlas escolares; 
1: 70.000.000 – mapa do Brasil em atlas escolares. 
 
Saliente-se que escalas grandes são fundamentais para sintetizar muita 
informação gráfica e por isso são conhecidos como mapas de síntese. 
Observe nos mapas abaixo, figura 27, que a depender da escala o nível de 
detalhamento que vemos no mapa varia, tanto quanto a área representada. 
 
Figura 27. Tamanho das Escalas. Fonte: sítio de Internet. Disponível em: 
https://slideplayer.com.br/slide/324651/ Acesso: 27/12/2020 
 
Fusos Horários 
Os fusos horários são fundamentais para a sociedade contemporânea onde as 
relações econômicas são pautadas pela lógica da globalização e ‘’menor 
distância’’ entre as regiões e suas cadeias globais de produção. Isto, em 
decorrência dos avanços técnicos nas áreas de comunicações e de transportes. 
No ano de 1884, nos Estados Unidos, foi realizada a Primeira Conferência 
Internacional do Primeiro Meridiano com objetivo de padronizar a hora mundial. 
E os fusos se baseiam na lógica geométrica e matemática do globo terrestre e 
de suas longitudes. Consideramos os 360° longitudinais (Leste-Oeste) e os 
dividimos pelo número de horas da Rotação (24h) cujo resultado será de 15°. 
Estabelece-se, portanto, que a cada 15° de longitude teremos um fuso horário 
ou uma zona horária equivalente a 1h. 
Note ainda que, conforme o movimento aparente do Sol – de Leste para Oeste 
– nos faz considerar que as horas aumentem para a região oriental (Leste) e 
diminuam para região ocidental do globo (Oeste). Outrossim, o Meridiano de 
Greenwich, por vezes chamado de Meridiano 0° é o referencial para a hora 
internacional. 
Os fusos horários são faixas longitudinais de 15°, por isso é digno de nota que, 
o fuso do Meridiano de Greenwich se estende de 0° de longitude até 7,5° de 
longitude leste, bem como 7,5° de longitude oeste. 
 
Observe o mapa com seus respectivos fusos horários: 
 
Figura 28. Fusos Horários Mundiais. Fonte: IBGE 
Linha Internacional da Data (LID) 
A Linha Internacional da Mudança de Data tem como referência o antimeridiano 
de Greenwich (180°). 
O antimeridiano de Greenwich é o Meridiano de 180° que é o limite entre os 
hemisférios oriental e ocidental. Ao atravessarmos essa linha imaginária 
sairemos de um hemisfério para outro, naturalmente. A Linha Internacional da 
Data se baseia nesse meridiano e funciona como limite entre dois dias de nosso 
calendário. Veja o exemplo abaixo: 
 
Figura 29. Linha Internacional da Data. Disponível em: 
http://professorleandronieves.blogspot.com/2016/03/coordenadas-geograficas-e-fusos-horarios.html 
Acesso: 28/01/2020 
 
Tomemos como exemplo Estados Unidos e Rússia. Observe o limite que separa 
o estado do Alaska, dos EUA, e a Rússia. Temos no limite entre ambos os países 
o Estreito de Bering. 
Sabemos que a Rússia é país que se localiza no Hemisfério Oriental (Leste) e 
que os Estados Unidos no Hemisfério Ocidental (Oeste), logo por estarem em 
hemisférios distintos e consequentemente em dias diferentes, segundo 
evidencia o mapa acima. 
Se sairmos dos EUA para a Rússia, estaremos nos direcionando de Oeste para 
Leste, por isso teríamoshoras a mais e como consequência um dia a mais por 
estarmos atravessando a LID, pois se nos EUA for domingo, na Rússia será 
segunda-feira. 
É comum descrevermos que, na região da Linha Internacional da Data, temos a 
seguinte situação: se nos movimentarmos para ‘’direita no mapa’’ os dias 
diminuem, e se nos movimentamos para ‘’esquerda no mapa’’ os dias 
aumentam. 
Fusos do Brasil 
O Brasil possui horas atrasadas em relação ao Meridiano de Greenwich, pois 
nosso país se localiza totalmente no hemisfério ocidental. 
Além disso, o Brasil tem grande extensão territorial no sentido Leste-Oeste e por 
isso há 4 fusos horários em nosso país. 
Observe o mapa de nossos fusos: 
 
Figura 30. Fusos Horários do Brasil. Fonte: sítio de internet Acesso em: 28/12/2020 
Note que o Brasil possui os seguintes horários: 
- 2h atrasadas em relação ao Meridiano de Greenwich, que é horário das ilhas 
brasileiras. Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo. Trata-se do fuso 
30°W. 
 
- 3h atrasadas em relação ao Meridiano de Greenwich, que é o horário oficial de 
Brasília. A maior parte do Brasil utiliza esse horário. Todos os estados das 
regiões Nordeste, Sudeste e Sul, bem como Goiás, Tocantins, Pará e Amapá. 
Trata-se do fuso 45°W. 
- 4h atrasadas em relação ao Meridiano de Greenwich, que é horário de parte 
dos estados da região Norte e Centro-Oeste. No caso, Mato Grosso do Sul, Mato 
Grosso, porção oriental do Amazonas, Rondônia, Roraima. Trata-se do fuso 60° 
W. 
- 5h atrasadas em relação ao Meridiano de Greenwich, que é horário de apenas 
dois estados nacionais, o Acre e a porção ocidental do Amazonas. Trata-se do 
fuso 75°W. 
Em relação aos fusos horários do Brasil vale duas notas: 
Primeiro: o país nem sempre possuiu tais horários, pois nossos fusos – da 
maneira descrita acima – é algo recente. 
 
Figura 31. Evolução dos Fusos Horários do Brasil. Fonte: Brasil Escola. Disponível em: 
https://geopontello.blogspot.com/2015/03/afinal-existem-quantos-fusos-horarios.html Acesso: 28/12/2020 
Nosso sistema de horas legais fora adotado em 2013. Conforme os mapas 
acima. No caso, até 2008 nosso país possuía 4 fusos horários e o estado do 
Pará possuía duas horas legais, era dividido ao meio para acompanhar o fuso 
horário matemático. Porém de 2008 a 2013 nosso país passou a adotar três 
fusos apenas, quando os horários legais do Acre e do Amazonas passaram a 
ser a mesma hora legal. 
Desde então o estado paraense adotou uma hora legal em toda sua extensão. 
Em 2013 voltamos a possuir 4 fusos horários e os estados do Amazonas, 
parcialmente, e Acre voltaram a apresentar horas diferentes. 
https://geopontello.blogspot.com/2015/03/afinal-existem-quantos-fusos-horarios.html
 
Segundo: por mais que a divisão dos fusos horários se dê da seguinte maneira: 
360°/24h = 15°, onde 15° de longitude corresponde a uma hora, temos que a 
decisão horária dos países é uma decisão política. As mudanças nas horas 
legais do Brasil evidenciam isso. Se olharmos o mapa-múndi das horas adotadas 
pelos países, veremos que a linha das horas legais não corresponde 
necessariamente aos fusos e seus respectivos meridianos. Exemplo é a China, 
que apesar de possuir extensão territorial enorme e deveria possuir ao menos 4 
horas conforme os fusos, adota só uma hora legal que é de sua capital, Pequim. 
Posição Cartográfica do Brasil 
O Brasil é um país que possui dimensões continentais e o quinto maior território 
do mundo, são 8.511.696 km2. Só para dado comparativo, o continente da 
Europa possui área pouco superior aos 10 milhões de km2. 
Os únicos países maiores que o Brasil são a Rússia com 17 milhões de km², o 
Canadá com 9,9 milhões de km², a China com pouco mais de 9,5 milhões de km² 
e os Estados Unidos com 9,5 milhões de km². Detalhe importante é que o 
Estados Unidos só é maior que o Brasil em decorrência dos estados 
descontínuos, o Alaska e o Hawaii, porque em áreas contínuas o Brasil seria 
maior que o país norte-americano. 
O Brasil se localiza no continente americano, mais precisamente na América do 
Sul. O país faz fronteira com todos estados sul-americanos, exceto o Chile e o 
Equador. 
São 9 países fronteiriços com o Brasil (Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, 
Peru, Colômbia, Venezuela, Guina e Suriname) e o Departamento Ultramarino 
Francês, a Guiana Francesa, num total de dez Estados. 
As fronteiras terrestres do Brasil são de 15.719km de extensão, já a fronteira 
marítima é de 7.367km e banhada pelo oceano Atlântico. 
As maiores extensões em fronteira com o Brasil são da Bolívia, com 3423km, e 
do Peru, com 2995km. A menor fronteira do Brasil se dá com o Suriname, são 
593km de extensão, que é seguido pela Guiana Francesa com 730km. 
Os demais países possuem fronteiras enormes com o Brasil que excedem os 
1000km, exceto a Venezuela, cuja fronteira com o Brasil é de 2200km. 
Observe o mapa abaixo do Brasil e suas fronteiras. 
 
 
Figura 32. Fonte. MELLO, Vânia Lúcia Vieira de. Nilton Goulart. O subdesenvolvimento na América Latina. 
Portal do Professor. MEC, 2011. Disponível em: 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=27216 Acesso: 29/12/2020 
A grande extensão de fronteiras do Brasil desperta algumas preocupações 
administrativas por parte do Estado brasileiro no que diz respeito à geopolítica 
do tráfico de drogas, armas e outros ilícitos, migrações transfronteiriças, bem 
como segurança nacional e defesa do território. Nas fronteiras terrestres do país 
há, portanto, o conceito de Faixa de Fronteira. 
A faixa de Fronteira é delimitada em 150km de largura interna ao território 
nacional no curso das fronteiras terrestres do Brasil, cuja ocupação e uso sofrem 
algumas restrições legais em relação às demais regiões do país. Tais zonas de 
fronteiras são essenciais para a defesa do país, conforme apregoa a 
Constituição do Brasil. 
Ademais, o Brasil possui enorme fronteira marítima banhada pelo Atlântico, 
desde a região Norte do país nos estados do Amapá e Pará, todo litoral dos 9 
estados do Nordeste, desde o Maranhão até a Bahia, atravessa os estados do 
Sudeste, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, bem como os estados 
sulistas, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ao todo são 17 estados 
nacionais banhados pela imensidão do Atlântico. 
Pontos Limítrofes do Brasil 
O Brasil possui por possuir enorme extensão territorial e dimensões continentais 
apresenta pontos limítrofes muito distantes uns dos outros. 
Se atravessarmos de Norte a Sul percorreremos ao menos 4300 km e tais 
dimensões valem para o sentido Leste-Oeste, cuja extensão também excede os 
4300km. 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=27216
 
O ponto mais setentrional (norte) do país fica em Roraima na nascente do rio 
Ailã, em fronteira com a Venezuela no Monte Caburaí. 
O ponto mais meridional (sul) se localiza no Rio Grande do Sul, em fronteira com 
o Uruguai, no famigerado Arroio Chuí. 
O ponto mais oriental (leste) do território nacional é banhado pelo Atlântico no 
estado da Paraíba, trata-se da Ponta do Seixas. 
O ponto mais ocidental (oeste) é fronteiriço com o Peru, no estado do Acre. 
Trata-se do Monte Contamana, na nascente do rio Moa. Observe o mapa abaixo: 
 
Figura 33. Disponível em: https://cnae.ibge.gov.br/en/component/content/article/94-7a12/7a12-vamos-
conhecer-o-brasil/nosso-territorio/1461-o-brasil-no-mundo.html Acesso: 29/12/2020

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