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Taiane Viana Saúde Digital no Brasil Introdução Saúde digital no Brasil → boas práticas internacionais • OMS (Organização Mundial de Saúde) e UIT (União Internacional de Telecomunicações) → adoção do conceito Saúde Digital (eSaúde) eSaúde = saúde digital (tecnologias voltadas para melhoria do cuidado em saúde) Estratégia e-Saúde para o Brasil Basicamente 4 passos Os 2 primeiros passos se interligam, eles dependem um do outro (a tecnologia não funciona se as pessoas não adotarem e as pessoas não vão adotar se a tecnologia não funciona) ➢ Primeira coisa para decidir se vamos utilizar ou classificar os indicadores em saúde digital no Brasil (passo a passo para implementar algo de saúde digital) é saber se a tecnologia funciona ou não ✓ Avalio fatores técnicos (ler sobre o desenvolvimento da tecnologia) ✓ Avalio fatores organizacionais (consigo implementar na minha organização? Ex: o ministério da saúde consegue implementar nas unidades de saúde?) ➢ Segundo passo é a relação das pessoas com a tecnologia, se isso atinge quem eu quero atingir e se eles respondem de forma positiva para adotar ➢ Processo ✓ Avaliar se a tecnologia é custo- efetiva ✓ Se é de qualidade ✓ Se está disponível... ➢ Por fim, se as tecnologias realmente vão gerar melhores resultados (ex: remédio para dor realmente melhora a dor da pessoa?) Estratégia e-Saúde para o Brasil (política pública para implementar saúde digital no Brasil) • 2017: criou documento • Desafios do sistema de saúde brasileiro Criar estratégias para enfrentar esses problemas ➢ Falta de acesso da população a ações e serviços de qualidade ✓ Equidade (oferecer mais para quem mais precisa) ✓ Humanização ✓ Integralidade ✓ Tempo adequado, sem demora ➢ Amplo conjunto de unidades e equipamentos (mas mal distribuídos, concentração em grandes centros) ➢ Melhorar o acesso como grande norte da estratégia • Outras justificativas: O documento prova que o Brasil tem condições de implementar políticas amplas de saúde digital Temos vários sistemas digitais que funcionam bem, como o sistema bancário, sistema eleitoral, declaração de imposto de renda online • Objetivo: Ampliar o acesso ao serviço de saúde por meio de uma rede gerenciada por serviços digitais SUS funciona em rede Encaminhamentos Interligar por meio digital para facilitar o acesso das pessoas aos serviços • “Até 2020, a e-Saúde estará incorporada ao SUS como uma dimensão fundamental, sendo reconhecida como estratégia de melhoria consistente dos serviços de Saúde por meio da disponibilização e uso da informação abrangente, precisa e segura que agilize e melhore a qualidade da atenção e dos processos de Saúde, nas três esferas de governo e no setor privado, beneficiando pacientes, cidadãos, profissionais, gestores e organizações de saúde.” • Aplicações e exemplos: ➢ Acesso aos registros de atendimento pelo cidadão; ConecteSUS é o embrião ➢ Acesso à prescrição em qualquer local; ➢ Marcação de consultas; ➢ Serviços de telessaúde; Isso foi antes da COVID, pois depois muitos lugares passaram a oferecer serviços de telessaúde ➢ Atenção domiciliar digital para moradores do campo e da selva; Saúde monitorada e acompanhada de longe ➢ Acesso a informações pelo profissional; Serviços nuvem – digitais acessíveis para os profissionais e para os pacientes ➢ Incorporação dos serviços complementares ao prontuário; ➢ Acesso a informações de custo pelo cidadão; Transparência sobre os custos ➢ Acesso de informações online pelo gestor; ➢ Sistemas integrados para monitoramento e avaliação, bem como análise de tendências; Estratégia Saúde Digital para o Brasil Não conseguiu implementar boa parte dos objetivos de 2017 a 2020 e-SUS usado amplamente em substituição a ficha A de notificação – UBS 2020 – 2028: ESD para o Brasil • Prioridade 1: Governança e liderança para a ESD (garantir gestão para implementar) • Prioridade 2: Informatização dos três níveis de atenção (primária, secundária e terciária) • Prioridade 3: Suporte à melhoria da atenção à saúde (usar saúde digital para melhorar prática clínica) • Prioridade 4: O usuário da Saúde Digital como protagonista (pessoa no centro do cuidado) • Prioridade 5: Formação e capacitação de recursos humanos para a Saúde Digital (para ser gestor e para usar as tecnologias) • Prioridade 6: Ambiente de interconectividade (para compartilhar dados e informações; saúde pública, suplementar e privada) • Prioridade 7: Ecossistema de inovação AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE ATS: ela que vai garantir implementações Introdução - Crescimento de inovações tecnológicas Relacionado ao aumento da expectativa de vida e queda de mortalidade Tecnologia significa implementação de qualquer mudança de processo Ex de inovação tecnológica: saneamento básico → reduziu mortalidade e aumentou expectativa de vida Aumento do custo Ex: indústria farmacêutica → muitas vezes pouco benefício das novas tecnologias medicamentosas e custo elevado → médico pensar se adota ou não - Para introdução de alguma tecnologia: • Acurácia ➢ Garantir que porcentagem do meu objetivo vai ser cumprido ➢ Ex: reduzir mortalidade → É satisfatória essa redução? • Segurança ➢ É seguro? Traz algum problema, efeito colateral, risco? • Custo ➢ Vale a pena? • Ética ➢ A tecnologia é culturalmente aceita? Deve ser implementada? • Efetividade ➢ É efetiva? Vou atingir meu objetivo gastando o mínimo possível de tempo e recurso? - Vasta gama de intervenções na Atenção à Saúde • Medicamentos • Equipamentos • Procedimentos Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) • Ponte entre evidências científicas e tomadas de decisão em saúde (clínica ou de gestão) Nunca tome uma decisão sem avaliar muito bem as evidências científicas que existem, o que a literatura traz!!! Estudos observacionais: estudo de caso-controle e coorte Ensaios clínicos: randomizados (preferencialmente) ou não Revisões sistêmicas e metanálise: conjunto de estudos Estudos econômicos: estudos específicos para avaliar o impacto econômico da adoção de tal tecnologia em determinado cenário Hierarquia de evidências Os diferentes tipos de estudo (evidências) tem maior ou menor qualidade Uma revisão sistemática costuma ser mais robusto para uma tomada de decisão que um ensaio clínico randomizado (estudo de intervenção) Estudo clínico randomizado garante certa qualidade porque nem quem recebe o placebo e nem quem recebe o remédio sabem, por isso tem mais qualidade metodológica que estudo de coorte que só observou os indivíduos ao longo do tempo (coorte tem mais viés) → avaliar e analisar estudo para cada situação Estudos de coorte tem menos viés que estudos caso-controle (olha para trás no tempo, passo do pressuposto que o evento já aconteceu) → Ex: pessoas que infartaram, analisar quem usava remédio e quem não Relatos de caso: relatar casos que aconteceram, carregado de viés Ex: saber se o medicamento anti-hipertensivo é bom ou não → qual estudo confio mais? O menos enviesado no primeiro momento, mas não descartar os demais Etapas para adoção na prática clínica: 1. Identificar as tecnologias (qual tecnológica vou usar e entendê-lo) 2. Especificar o problema a ser avaliado (Qual o meu objetivo? Onde quero chegar?) 3. Determinar o cenário da avaliação (Na clínica? No município que sou gestor?) 4. Recuperar a evidência disponível (literatura) 5. Coleta de novos dados (dados primários) → se houver carência de estudos (mais complicado na prática, pode acontecer ou não) 6. Interpretar a evidência (corrobora ou não na prática?) 7. Sintetizar a evidência (se o 5º item não acontecer eu integro o 6º e o 7º item)8. Formular achados e recomendações (para tal objetivo o uso é recomendado ou não) 9. Disseminar os resultados e as recomendações (para melhorar a saúde das pessoas em massa) 10. Monitorar o impacto das recomendações (acompanhar) De forma objetiva → JAMAIS adotar ou recomendar uma tecnologia sem evidências robustas que ela funcione Base da prática baseada em evidências Os estudos são suficientes? Base da prática baseada em evidências Os estudos são suficientes para tomar decisão? Não. A evidência é a base da prática baseada em evidências, mas não é só, precisa seguir os 4 seguintes pilares antes de tomar uma decisão para o paciente: • Melhor evidência disponível • Preferências do paciente Não adianta propor nada se a pessoa não quer → sempre expor e conversas sobre os riscos e benefícios sobre as opções que o paciente tem → ele que vai tomar a decisão • Julgamento clínico Ex: mesmo que as evidências falam negativamente sobre, tenho que analisar a minha prática clínica também, existem casos e casos • Recursos disponíveis Não adianta a evidência ser boa se não tem dinheiro Ou seja, não tomar decisão baseando apenas em estudos apresentados (ex: representante farmacêutico) → Que tipo de estudo? Qualidade? E o paciente? E os outros recursos? Legislação nacional • Lei 12.401 de 2011 → registro na ANVISA é condição necessária Não posso adotar algo na prática que não tenha sido registrado na ANVISA Porém, não é suficiente para adoção no SUS (e também em sua prática clínica) Não é só porque está registrado na ANVISA que eu devo adotar → Quais são as evidências? Faz sentido na minha prática clínica? Eu tenho recurso? Paciente tem recurso? Ele quer adotar? Conclusão “A tecnologia nunca deve ser entendida como substitutiva do cuidado, ela deve ser compreendida como auxiliar ao desenvolvimento dos sistemas de saúde. Na maioria dos casos exigem ainda mais controles e mão de obra especializada” Assim como a medicação/prescrição, a tecnologia é auxiliar Medicina é mais amplo que isso, a presença do médico é superior
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