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A doutrina da predestinação declarada e estabelecida à luz da escritura - John Gill

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Prévia do material em texto

A Doutrina da Predestinação 
Declarada e Estabelecida à Luz da Escritura 
John Gill 
 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
 
 
Traduzido do original em Inglês 
The Doctrine Of Predestination Stated, And Set In The Scripture Light; In Opposition to Mr. 
Wesley's Predestination calmly Considered, with a Reply to the Exceptions of the said Writer to 
The Doctrine of the Perseverance of the Saints. 
By John Gill 
 
 
 
Via: PBMinistries.org 
(Providence Baptist Ministries) 
 
 
Tradução por Camila Almeida 
Revisão e Capa por William Teixeira 
 
 
 
1ª Edição: Janeiro de 2016 
 
 
O apêndice deste volume foi traduzido por oEstandartedeCristo.com, com permissão, 
a partir do original em Inglês: Whitefield’s Letter To Wesley On Election 
Via: ChapelLibrary.org © Copyright 1999 Chapel Library 
 
 
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida 
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil. 
 
 
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão 
do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons Attribution-
NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License. 
 
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, 
desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo 
nem o utilize para quaisquer fins comerciais. 
 
 
 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
A Doutrina da Predestinação 
Declarada e Estabelecida à Luz da Escritura 
Por John Gill 
 
 
Em Oposição à Predestinação Calmamente Considerada do Sr. John Wesley, 
Com uma resposta para as Exceções do já citado autor 
À Doutrina da Perseverança dos Santos. 
 
 
Sr. Wesley tem-se declarado como o autor dos Serious Thoughts upon the Perseverance 
of the Saints [Sérios Pensamentos Sobre a Perseverança dos Santos], para os quais eu 
recentemente retornei uma resposta; o mesmo teve o prazer de mudar a controvérsia da 
Perseverança para a Predestinação: contentando-se com algumas baixas, medianas e im-
pertinentes exceções para uma parte do que tenho escrito sobre o assunto da Perseve-
rança; não tentando responder a qualquer argumento apresentado por mim em defesa 
desta; e ainda assim ele tem assegurado nos jornais públicos, chamando este seu miserá-
vel escrito, principalmente escrito sobre outro assunto, A full answer to Dr. Gill’s pamphlet 
on perseverance [Uma resposta completa ao panfleto do Dr. Gill sobre a Perseverança]; 
qualquer outro homem, além do Sr. Wesley, após reflexão, estaria coberto de vergonha e 
confusão; embora para dar-lhe o que lhe cabe, em sua grande modéstia, ele deixou de fora 
a palavra “completa” [full] em alguns jornais posteriores; como sendo consciente de si 
mesmo, ou seja, alguns de seus amigos apontaram para ele, que era uma imposição sobre 
o público, e tendiam muito a expor a ele mesmo e sua causa, desde que ele me concedeu 
propriedade em todos os meus argumentos; os quais eu não direi que são irrespondíveis, 
embora eu pense que eles são; e parece que o Sr. Wesley também pensava assim, vendo 
que ele não tentou responder a algum deles; mas isto eu posso dizer: que absolutamente 
ainda não foram respondidos, e muito menos uma resposta completa foi dada a eles. 
 
E agora, embora eu pudesse estar muito bem escusado de segui-lo nesta perseguição 
selvagem sobre o tema da predestinação; desde que ele não tratou do meu argumento em 
favor da Perseverança dos Santos; já que ele não prosseguiu com esse assunto, como seu 
título prometia; e uma vez que ao longo de todo este ele não a discute, apenas discursa 
sobre ela; e apenas uma parte dela, a reprovação, o que ele pensou que serviria melhor à 
sua finalidade; ainda assim, por causa de mentes fracas e honestas, para que pela sua 
astúcia, eles não sejam corrompidos da simplicidade que há em Cristo, eu vou esforçar-me 
para estabelecer a Doutrina da Predestinação, e colocá-la em uma verdadeira luz de acordo 
com as Escrituras, com as provas extraídas dali; e tomar nota das principais objeções 
levantadas pelo Sr. Wesley em sua discussão nas parte que dizem respeito à reprovação; 
 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
e, em seguida, concluo este tratado com uma resposta às suas exceções insignificantes ao 
que tenho escrito sobre o assunto da Perseverança dos Santos. 
 
Quanto à Doutrina da Predestinação, ela pode ser considerada: 
 
 
I. Em geral, com relação a todas as coisas que existiram, existem ou existirão, ou feitas no 
mundo; cada coisa vem sob a determinação e nomeação de Deus; “Ele, como a Assembleia 
de Teólogos dizem em sua Confissão, desde toda a eternidade, imutavelmente, ordenou 
tudo quanto acontece”; ou, como eles expressam em seu Catecismo, “os decretos de Deus 
são os atos sábios, livres e santos do conselho da Sua vontade pela qual, desde toda a 
eternidade, Ele, para Sua própria glória, imutavelmente preordenou tudo o que acontece no 
tempo” e esta predestinação e pré-designação de todas as coisas, podem ser concluídas a 
partir da presciência de Deus; conhecidas diante de Deus são todas as suas obras desde 
o início do mundo, απ αιωνος, desde a eternidade (Atos 15:18); elas eram conhecidas por 
Ele como futuras, como elas seriam, pois se tornam assim por Sua determinação delas; 
pois, a razão pela qual Ele sabia o que seria, é que Ele determinou que deveria ser. 
Também em relação à providência de Deus, e Seu governo do mundo, que é totalmente de 
acordo com o conselho da Sua própria vontade (Efésios 1:11): por que Ele faz todas as 
coisas de acordo com isso, ou como Ele determinou em Sua própria mente. A Predestina-
ção eterna, neste sentido, não é outra senão a providência eterna, da qual a providência 
realizada no tempo é a execução. Negar isso é negar a providência de Deus e o Seu 
governo do mundo, o que ninguém, senão deístas e ateístas farão; ou pelo menos é pensar 
e falar indignamente de Deus, como se Ele não fosse o Onisciente e Todo-Sábio e Sobera-
no governante do mundo. Ele no passado realizou grandes maravilhas, revelando ou 
predizendo o que ocorrerá, e isso não poderia ser assim sem que Ele houvesse feito uma 
predestinação delas; destas, há muitos casos nas Escrituras, como a permanência dos 
israelitas no Egito, e sua partida de lá; os 70 anos do cativeiro dos judeus na Babilônia, e 
seu retorno no final deste período; a exata vinda do Messias em um determinado momento; 
com muitos outros, e alguns aparentemente mais casuais e contingentes; como [predizer] 
o nascimento de pessoas por nome, cem ou centenas de anos antes deles nascerem, como 
Josias e Ciro; e de um homem carregando um vaso de água, em tal momento e em tal lugar 
(1 Reis 13:2; Isaías 44:28; 45:1, Lucas 22:10,13): como poderiam estas coisas serem predi-
tas com certeza, a não ser que fossem determinados e designadas que deveriam aconte-
cer? Nada ocorre por acaso a Deus, nada é feito sem o Seu conhecimento, nem sem a Sua 
vontade ou permissão, nada ocorre sem a Sua determinação; cada coisa, mesmo a coisa 
mais específica, no que diz respeito às Suas criaturas, e que se faz neste mundo em todos 
os períodos e eras do tempo, é por Sua designação; para provar isto veja as seguintes 
passagens: 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
• Eclesiastes 3:1-2 – Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o 
propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer, etc. há um prazo 
estipulado no propósito de Deus para cada um deles. 
 
• Jó 14:5 – Visto que os seusdias estão determinados, contigo está o número dos 
seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além deles. Capítulo 23:14: 
Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas 
ainda tem consigo. 
 
• Daniel 4:35 – Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem 
possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes? 
 
• Efésios 1:11 – Havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz 
todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade. 
 
• Atos 15:18 – Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas 
obras. Capítulo 17:26: determinando-lhes os tempos já dantes ordenados, e os limites 
da sua habitação. 
 
• Mateus 10:29-30 – Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles 
cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça 
estão todos contados. 
 
 
II. A Predestinação pode ser considerada como especial, e como relativa às pessoas parti-
culares, e às coisas espirituais e eternas; ao passo que existe predestinação nos aspectos 
gerais de todas as criaturas e coisas, até mesmo as coisas temporais e civis. 
 
Em primeiro lugar, o próprio Cristo é o objeto da predestinação; Ele foi preordenado para 
ser o mediador entre Deus e o homem; para propiciação pelo pecado; para ser Ele o Re-
dentor e Salvador do Seu povo; para ser o Cabeça da Igreja, Rei dos santos e Juiz do 
mundo; por isso Ele é chamado, o eleito de Deus, e Seu escolhido; e tudo o que caiu sobre 
Ele, ou foi feito para Ele, foi determinado pelo conselho e presciência de Deus; mesmo 
todas as coisas relacionadas com Seus sofrimentos e morte, para provar isto podemos ler 
as seguintes Escrituras: 
 
• Romanos 3:15 – A quem Deus propôs, προεθετο, preordenou para propiciação. 
 
• 1 Pedro 1:20 – O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da 
fundação do mundo. Veja o capítulo 2:4. 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
• Lucas 22:29 – E eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou. 
 
• Atos 17:31 – Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o 
mundo, por meio do homem que destinou. Veja também o capítulo 10:42. 
 
• Isaías 42:1 – Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se 
apraz a minha alma. Veja Mateus 12:18. 
 
• Lucas 22:22 – E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; 
mas ai daquele homem por quem é traído! 
 
• Atos 2:23 – A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de 
Deus, prendestes e etc. Capítulo 4:28: Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu 
conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer. 
 
Em segundo lugar, os anjos também são os objetos da predestinação, bons e maus; os 
anjos bem-aventurados são escolhidos para a vida, e para continuar em seu estado feliz 
por toda a eternidade; e sua perseverança nela, e felicidade eterna, e tudo isso devido à 
escolha eterna deles em Cristo, a sua cabeça; Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor 
Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que guardes estas coisas (1 Timóteo 5:21). Os anjos maus 
são rejeitados por Deus, e deixados nesse miserável estado que sua apostasia os levou, 
sem qualquer provisão de graça e misericórdia para eles: eles estão reservados na escuri-
dão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia [Judas 1:6]; e eternamente o fogo 
está preparado para eles, de acordo com o determinado conselho e vontade de Deus (2 
Pedro 2:4; Mateus 25:41). 
 
Em terceiro lugar, a predestinação a qual as Escrituras principalmente tratam é a que diz 
respeito aos homens, e é composta por duas partes, eleição e reprovação; a primeira é 
uma predestinação para a vida e a outra para a morte. 
 
I. A eleição, que é uma predestinação para a vida, é um ato da livre graça de Deus, de Sua 
vontade soberana e imutável, pela qual desde toda a eternidade Ele escolheu em Cristo, a 
partir da massa comum da humanidade, alguns homens, ou um certo número deles, para 
participar das bênçãos espirituais aqui, e da felicidade no futuro, para a glória de Sua graça. 
 
1. Os objetos da eleição são alguns homens, não todos, o que supõe uma escolha; se todos 
fossem tomados não haveria escolha; chamado, portanto, de um remanescente segundo a 
eleição da graça (Romanos 11:3). Trata-se de um certo número, que apesar de desconhe-
cido para nós, quantos e quem são eles, são conhecidos por Deus; o Senhor conhece os 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
que são Seus (2 Timóteo 2:19). E embora eles são em si uma grande multidão, que nenhum 
homem pode numerar (Apocalipse 7:9), no entanto, quando comparados com aqueles de 
quem eles são escolhidos, eles são poucos; muitos são chamados, mas poucos escolhidos 
(Mateus 20:16). Estes são escolhidos a partir da mesma massa comum da humanidade, 
seja esta considerada como corrupta ou pura; todos estavam em pé de igualdade quando 
a escolha foi feita; não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um 
vaso para honra e outro para desonra (Romanos 9:21)? Estes não são nações inteiras, 
igrejas e comunidades, mas determinadas pessoas, cujos nomes estão escritos no livro da 
vida do Cordeiro; “Amei a Jacó...”; “Saudai a Rufo, eleito no Senhor”; “Como também nos 
elegeu nele...” (Romanos 9:13; 16:13; Efésios 1:4), e não um conjunto de preposições, mas 
pessoas; não características, mas homens; ou não os homens sob tais e tais caracterís-
ticas, como crentes, santos e etc., mas os homens como não tendo eles ainda nascido, 
nem tendo feito bem ou mal (Romanos 9:11). 
 
2. Este ato da eleição, é um ato da livre graça de Deus, pois Ele não é movido por qualquer 
motivo ou condição no objeto escolhido; pelo que é chamado de a eleição da graça; a 
respeito da qual o raciocínio do apóstolo é forte e invencível; se é por graça, já não é pelas 
obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais 
graça; de outra maneira a obra já não é obra (Romanos 11:5-6), é de acordo com a vontade 
soberana e imutável de Deus, e não de acordo com a vontade ou obras dos homens; nos 
predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito 
de sua vontade (Efésios 1:5), e novamente, verso 11, havendo sido predestinados, confor-
me o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; por-
tanto, está imutavelmente firme e seguro, para que o propósito de Deus, segundo a eleição, 
ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama (Romanos 9:11). 
 
3. Este ato da eleição é independentemente da fé, santidade e boas obras como causas ou 
condições da mesma; fé flui a partir dela; é um fruto e efeito dela, é assegurada por ela, e 
é tida como consequência da eleição: e creram todos quantos estavam ordenados para a 
vida eterna (Atos 13:48), por isso é chamado de a fé dos eleitos de Deus (Tito 1:1), e embora 
a santidade seja um meio fornecido no ato da eleição, não é a sua causa; os homens são 
escolhidos, não porque eles são santos, mas para que eles sejam santos (Efésios 1:4), as 
boas obras não são anteriores, mas são consequentes à eleição; a eleição não provém das 
obras, como antes observado, e ela ocorreu antes que qualquer uma das boas obras 
fossem feitas (Romanos 9:11; 11:5-6), elas são os efeitos do decreto de Deus, e não a 
causa dele; Deus as preordenou para que andássemos nelas (Efésios 2:10). 
 
4. O ato da eleição foi feito em Cristo, como a cabeça, em Quem todos os eleitos foram es-
colhidos, e em cujas mãos, por este ato de graça, foram colocadas as suas pessoas, graça 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
e glória; e este é um ato eternode Deus nEle; como também nos elegeu nEle antes da fun-
dação do mundo (Efésios 1:4), e assim o apóstolo diz aos tessalonicenses (2 Tessalo-
nicenses 2:13), ...vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação; não a partir da 
primeira pregação do Evangelho para eles, ou a partir do momento de sua conversão por 
meio da pregação, mas desde o início dos tempos, até mesmo desde toda a eternidade, 
como o termo é utilizado em Provérbios 7:23, portanto, nada feito no tempo poderia ser a 
causa ou a condição disso. 
 
5. Para que os homens são escolhidos por este ato: graça aqui, e glória no porvir; todas as 
bênçãos espirituais, adoção, justificação, santificação, fé da verdade, e a salvação por 
Jesus Cristo. Salvação é o fim proposto no que diz respeito aos homens; santificação do 
Espírito e fé na verdade, são os meios apontados e preparados para essa finalidade. Efé-
sios 1:4-5, Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos 
santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção...”. 
2 Tessalonicenses 2:13, Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados 
do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do 
Espírito, e fé da verdade. 1 Pedro 1:2, Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santi-
ficação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo...”. 1 Tessa-
lonicenses 5:9: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salva-
ção, por nosso Senhor Jesus Cristo”. 
 
6. Tanto os meios quanto o fim são seguros para os eleitos, uma vez que este é um ato da 
vontade imutável de Deus; estes são redimidos pelo sangue de Cristo: Ele morreu por seus 
pecados, e fez expiação por eles; eles são justificados pela Sua justiça, e nenhuma acusa-
ção pode ser feita contra eles; eles são eficazmente chamados pela graça de Deus; eles 
são santificados pelo Seu Espírito; eles perseverarão até o fim, e não podem total e final-
mente, ser enganados e cair, mas serão eternamente glorificados, Romanos 8:33-34: Quem 
intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que 
condena? Pois é Cristo quem morreu...; Romanos 8:30: E aos que predestinou a estes 
também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes 
também glorificou. Mateus 24:24: Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão 
tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. 
 
7. O fim último de tudo isso, no que diz respeito a Deus, é a Sua própria glória; a glória de 
todas as Suas perfeições Divinas; a glória de Sua sabedoria na formação de um tal 
esquema, ao estabelecer tal propósito, e preparar meios adequados para ele; a glória da 
Sua justiça e santidade, na redenção e salvação desses escolhidos, através do sangue, 
justiça e sacrifício de Seu Filho; e da glória da Sua rica graça e misericórdia demonstradas 
em Sua bondade para com eles por meio dEle; e a suma disso é para o louvor da glória de 
sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado (Efésios 1:6). 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
Esta agora é a doutrina Bíblica da Predestinação, ou aquela parte dela que é chamada de 
eleição; donde parece ser absoluta e incondicional, independentemente de qualquer coisa 
no homem como a causa e condição dela. O Sr. Wesley acredita que a “eleição é uma 
designação Divina de alguns homens para a bem-aventurança eterna”; de modo que ele 
confessa uma eleição particular e pessoal, e chama-lhe de um decreto eterno; mas acredita 
que é condicional: mas se for condicional, a condição deve ser nomeada; deixe-o citar a 
condição dela; deixe-o indicá-la para nós, e em que passagem da Escritura ela está; o ônus 
disso está sobre ele, para que o faça, e eu insisto sobre isso, ou então ele deve desistir de 
sua ideia não-bíblica de eleição condicional. Marcos 16:16 não é nenhuma expressão desse 
decreto, mas uma declaração da vontade revelada de Deus, e indica-nos qual será o estado 
eterno dos crentes e descrentes. Mas os crentes, como tais, não são os objetos do decreto 
de Deus; é verdade, de fato, que os que são verdadeiros crentes são os eleitos de Deus; 
mas, então, a razão pela qual eles são os eleitos de Deus não é porque eles são crentes, 
mas eles se tornam crentes, porque eles são os eleitos de Deus; sua fé não é a causa ou 
condição de sua eleição, mas a sua eleição é a causa de sua fé; eles foram escolhidos 
quando não tinham feito nem bem nem mal, e assim, antes que eles cressem; e eles creem 
no tempo, em consequência do fato de haverem sido preordenados para a vida eterna, 
desde a eternidade: a fé ocorre tempo, a eleição antes que o mundo existisse; nada 
temporal, pode ser a causa ou condição do que é eterno. Esta é a doutrina das Escrituras; 
se o Sr. Wesley não concordar com isso, ouça os artigos da sua própria Igreja [Anglicana]; 
o décimo sétimo é assim expresso: 
 
Predestinação para a vida é o propósito eterno de Deus, pelo qual (antes da fundação 
do mundo) Ele constantemente tem decretado por Seu conselho, secreto para nós, 
livrar da maldição e condenação aqueles que elegeu em Cristo dentre o gênero huma-
no, e trazê-los a Cristo para a salvação eterna, como vasos feitos para honra. Portan-
to, aqueles que são dotados com um tão excelente benefício da parte de Deus, são 
chamados de acordo com o propósito de Deus por Seu Espírito, que opera no tempo 
devido: eles, pela graça, obedecem à vocação: eles são justificados gratuitamente: 
eles são feitos filhos de Deus por adoção; são feitos conforme a imagem de Seu Filho 
unigênito Jesus Cristo; eles andam religiosamente em boas obras, e finalmente pela 
misericórdia de Deus, eles alcançam a bem-aventurança eterna.1 
 
Este é um artigo conforme a Escritura; um artigo de sua própria Igreja; um artigo da qual 
ele, como um verdadeiro filho da Igreja, traiçoeiramente renunciou; um artigo que o Sr. 
 
__________ 
[1] Artigo XVII: Da Predestinação e Eleição, extraído de 39 Artigos da Religião, os quais são uma espécie de 
“Confissão de Fé”, da Igreja Anglicana ou Igreja da Inglaterra — N.R. 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
Wesley deve ter subscrito e jurado2; um artigo que olhará na face dele enquanto as subs-
crições e os juramentos forem válidos para qualquer coisa para com ele. 
 
A doutrina da eleição, como foi estabelecida acima, estando em tão brilhante luz nas Sagra-
das Escrituras, e aparecendo com tanta evidência, de forma a ser impossível que toda a 
destreza e sofismas de homens a anulem; o outro ramo da predestinação segue necessa-
riamente, o que não negamos, mas sustentamos. O Sr. Wesley gostaria de ter uma eleição 
revelada que não implicasse em reprovação; mas que eleição esta pode ser, a inteligência 
do homem não pode conceber; pois, se alguns são escolhidos, outros devem ser rejeitados; 
e própria noção de eleição do Sr. Wesley o implica; pois, como ele diz, “eleição é um apon-
tamento Divino de alguns homens para a bem-aventurança eterna”; então, outros devem 
estar de fora dessa escolha, e rejeitados. Eu prossigo assim, 
 
 
II. Em relação ao outro ramo da predestinação, comumente chamado de reprovação; que 
é um decreto imutável de Deus, segundo a Sua vontade soberana, pelo que Ele determinou 
deixar alguns homens na massa comum da humanidade, dos quais Ele escolheu outros, e 
para puni-los por causa do pecado com a perdição eterna, para a glória do Seu poder e 
justiça. Este decreto é composto por duas partes, uma negativa e uma positiva; a primeira 
é chamada por alguns de preterição, ou passar por, deixando alguns, quando outros são 
escolhidos; o que não é outra coisa senãonão-eleição; a última é chamada de pré-condena-
ção, sendo o decreto de Deus para condenar ou punir os homens pelo pecado. 
 
Primeiro, preterição é ato Divino de passar por, ou deixar alguns homens quando Ele 
escolheu outros, segundo a Sua vontade soberana e prazer; sobre este ato de Deus há 
 
__________ 
[2] “Creio não haver no mundo, tanto nos idiomas antigos como nos modernos, uma liturgia impregnada de 
uma piedade mais sólida, bíblica e racional do que a do Livro de Oração Comum [o qual contém os 39 Artigos 
da Religião, e obviamente o Artigo XVII: Da Predestinação e Eleição]. E mesmo considerando que foi esta 
obra compilada há mais de duzentos anos, sua linguagem não só é pura, como também forte e elegante em 
essência” — John Wesley (Fonte: IgrejaAnglicana.com.br). 
 
Outro fato importante a se destacar sobre a apostasia de Wesley em relação aos 39 Artigos da Igreja da 
Inglaterra, especialmente o Artigo XVII, é que isto foi um ponto determinante para seu afastamento e divisão 
doutrinária em relação a George Whitefield, conforme nos informa o Dr. Martyn Lloyd-Jones: 
 
“George Whitefield era um seguidor do ensino de Calvino. Era um homem verdadeiramente reformado 
em sua doutrina, ao passo que Wesley era arminiano. Daí ocorreu esta divisão. Ora, evidentemente, 
isto liga Whitefield a Calvino. Whitefield permaneceu mais leal aos Trinta e Nove Artigos da Igreja da 
Inglaterra do que João Wesley. A ênfase desses Artigos é calvinista, e Whitefield se apegou a isso, 
enquanto que João Wesley se afastou e, portanto, foi o principal responsável pela divisão” (Os 
Puritanos: Suas Origens e Seus Sucessores. 1ª Ed. São Paulo: PES, 1993, p. 114) — N.R. 
 
Issuu.com/oEstandarteDeCristo 
uma clara evidência na Sagrada Escritura; assim como ele está necessariamente implícito 
no ato Divino da eleição, que tem tal prova clara e incontestável. Estes são οι λοιποι, o 
restante, aquelas que permanecem não-eleitos, enquanto outros são escolhidos; a eleição 
o obteve ou as pessoas eleitas obtêm justiça, vida e salvação, em consequência da serem 
eleitos; e os outros foram endurecidos (Romanos 11:7), sendo deixados, eles permanecem 
em sua escuridão e ignorância natural, e por seus pecados são abandonados à cegueira 
judicial e dureza de coração. Estes são os que ficam de fora do livro da vida, enquanto 
outros têm os seus nomes escritos nele; de quem se diz, esses cujos nomes não estão 
escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Apocalipse 
13:8; 17:8). 
 
Em segundo lugar, pré-condenação é o decreto de Deus para condenar os homens por 
causa do pecado, ou puni-los com a condenação eterna por causa dele. E este é o sentido 
das Escrituras; e esta é a perspectiva que elas nos dão dessa doutrina (Provérbios 16:4), 
O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o 
dia do mal. Não que Deus fez o homem para condená-lo; a Escritura não diz tal coisa, nem 
nós; nem é o sentido da doutrina pleitear por isso; nem isso deve ser inferido a partir dela. 
Deus fez o homem não para condená-lo, nem salvá-lo, mas para a Sua própria glória, que 
é Seu fim último em criá-lo, seja ele salvo ou perdido; mas o significado é que Deus deter-
minou todas as coisas para a Sua glória, e, particularmente, Ele designou o ímpio para o 
dia da ruína e destruição por sua impiedade. Judas, verso 4: Porque se introduziram alguns, 
que já antes estavam escritos para este mesmo juízo. Mas quem são eles? Eles estão 
descritos posteriormente como homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de 
Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. Assim, os objetos 
deste decreto são chamados vasos de ira preparados para a destruição, ou seja, pelo 
pecado (Romanos 9:22). E agora, o que há ali de chocante nesta doutrina, ou desagradável 
às perfeições de Deus? Deus não condena nenhum homem, senão por causa do pecado, 
e Ele decretou não condenar ninguém, senão pelo pecado. 
 
Em terceiro lugar, este decreto, nós dizemos, é de acordo com a vontade soberana de 
Deus, pois nada pode ser a causa de Seu decreto, senão a Sua própria vontade de deixar 
o objeto desta parte do decreto, que é chamada de Preterição, seja considerado tanto na 
massa corrupta ou pura da humanidade, como criaturas caídas ou não-caídas, eles devem 
ser considerados na mesma visão e, como em igualdade e nível com os que são escolhidos 
e, portanto, nenhuma outra razão pode ser dada, senão a vontade de Deus, que Ele escolha 
um, e deixa outro. E, embora nesse ramo dela, que é uma designação de homens para 
condenação, o pecado seja a causa do que é decretado, a condenação; ainda assim, esta 
é a vontade de Deus, que é a causa do próprio decreto, por esta razão invencível; ou de 
outra forma, Ele poderia ter designado todos os homens para a condenação, uma vez que 
 
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todos são pecadores. Que qualquer outra razão seja atribuída se for possível, a saber, para 
o fato dele haver designado condenar alguns homens por seus pecados, e não outros. 
 
Em quarto lugar, o propósito de Deus em tudo isso é a glorificação de Si mesmo, Seu poder 
e Sua justiça; todos os seus desígnios são para Si mesmo, para a Sua própria glória, e isso 
entre os demais: E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, a Sua justiça vindicativa, 
e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados 
para a perdição! (Romanos 9:22). 
 
A doutrina da reprovação, considerada a esta luz, não tem nada nela contrária à natureza 
e perfeições de Deus. Em relação a expressões severas e frases descuidadas, que alguns 
podem ter usado em falar ou escrever sobre esta doutrina, não tomarei sobre mim a respon-
sabilidade de defender, mas enquanto ela é assim definida, eu acho que é defensável, 
igualmente como a doutrina da eleição, e é demonstrável por ela. As Escrituras são de fato 
mais escassas de uma do que da outra, e faz-nos concluir uma a partir da outra, em grande 
medida, embora não sem nos dar evidência clara e completa; pois, embora a reprovação 
não seja tão abundantemente citada, no entanto, é claramente mencionada nas Escrituras 
Sagradas. Portanto, sobre esta consideração, julgamos mais adequado e prudente, não 
tanto insistir sobre o assunto em nossos discursos e escritos; não a partir de qualquer 
consciência de falta de evidência, mas por causa do assombro do assunto. Disso os nossos 
adversários estão cientes; e, portanto, nos pressionam sobre este assunto, a fim de tornar 
a doutrina da eleição desprezível para homens fracos ou carnais; e fazem seus primeiros 
ataques a este ramo da predestinação, o que é começar errado, desde que a reprovação 
não é outra coisa, senão a não-eleição, ou o que se opõe à eleição; deixe a doutrina da 
eleição ser demolida e a outra cairá naturalmente; mas isso custará muitas dores; e eles 
encontram ser uma melhor consideração para com as mentes fracas, escolher outro méto-
do; um método que os Remonstrantes anteriormente estavam desejosos de usar, no 
Sínodo de Dort, se isso tivesse sido autorizado, um método que o Dr. Whitby escolheu em 
seu discurso sobre os cinco pontos; e este é o método que o Sr. Wesley considerou neces-
sário escolher, e de fato, ele limita-se inteiramente a este assunto, pois embora ele chame 
o seu panfleto de Predestinação Calmamente Considerada; no entanto, ele considera ape-
nas uma parte dela, a reprovação, e isso não em uma forma de argumentação, mas de 
discussão; não tomando conhecimento dos nossos argumentos a partir das Escrituras ou 
da razão, apenas fazendo algumas exceções capciosas a ela; as quais tem alguma aparên-
cia de objeção, reunida, assim comoeu posso perceber, a partir daquela performance 
selvagem e sem método, que ele considerada adequada. E, 
 
Em primeiro lugar, ele deseja que seja considerado imparcialmente, como é possível 
conciliar a reprovação com as seguintes Escrituras: Gênesis 3:17 e 4:07; Deuteronômio 
 
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7:9, 12; 12:26-28 e 30:15; 2 Crônicas 15:1; Esdras 9:13-14; Jó 36:5; Salmo 145:9; Provér-
bios 1:23; Isaías 65:2; Ezequiel 18:26; Mateus 7:26; 11:20; 12:41; 13:11-12; 22:8; e capítulo 
25; João 3:18 e 5:44; Atos 8:20; Romanos 1:20; e 2 Tessalonicenses 2:10 (Predestinação 
Calmamente Considerada, p. 13). Em todas estas Escrituras não há uma única palavra que 
milita contra a doutrina da reprovação; nem é comentado nada digno de consideração: nós 
sabemos muito bem, não é contrário a essa doutrina, que a maldição caiu sobre os homens 
por causa do pecado; e que é isso o que os torna inaceitáveis a Deus, e é a razão pela 
qual, finalmente, nenhum deles deve ser encontrado nEle, nem Ele favorável a eles: há um 
arrependimento que pode ser encontrado em pessoas não-eleitas; ocorrências desse tipo 
não enfraquecem, em absoluto, a doutrina. Mateus 13:11-12, comprovam isso. A palavra 
ninguém, não está no texto original em Jó 36:5. É certo que há alguns que Deus despreza, 
Salmo 53:5 e 73:20. É uma pena, que ele haja apenas transcrito duas ou três centenas de 
passagens mais enquanto estava empenhado nisso; até mesmo os livros inteiros de 
Crônicas e o livro de Ester, o que serviria tanto para o seu propósito como aqueles que ele 
reproduziu. 
 
Em segundo lugar, ele propõe que as seguintes Escrituras que declaram a disposição de 
Deus de que todos sejam salvos, sejam reconciliadas com a doutrina da reprovação: 
Mateus 21:9; Marcos 16:15; João 5:34; Atos 17:24; Romanos 5:18 e 10:12; 1 Timóteo 2:3-
4; Tiago 1:5; 2 Pedro 3:9; 1 João 4:14 (Predestinação Calmamente Considerada, pp. 16-
17). Algumas das quais não se relacionam à salvação eterna em absoluto, mas à salvação 
física dos judeus; e outras não têm relação com a salvação em qualquer sentido; algumas 
falam apenas da vontade de Deus de salvar os Seus eleitos, para quem Ele é longânimo; 
e outras de Sua vontade que os gentios bem como judeus, sejam salvos; e que é o Seu 
prazer que alguns de todos os tipos sejam salvos por Cristo; nenhuma das quais militam 
contra a doutrina da Reprovação. 
 
Em terceiro lugar, ele encontra que esta doutrina é incompatível com as seguintes Escri-
turas, que declaram que Cristo veio para salvar todos os homens; que Ele morreu por todos; 
que Ele fez expiação por todos, mesmo por aqueles que finalmente perecem: Mateus 17:11; 
João 1:29; 3:17 e 7:14; Romanos 14:15; 1 Coríntios 7:11; 2 Coríntios 5:14; 1 Timóteo 2:6; 
Hebreus 2:9; 2 Pedro 2:1 e 1 João 2:1, 2 (Predestinação Calmamente Considerada, pp. 16-
17). Mas estas Escrituras não dizem que Cristo veio salvar todos os que se perdem; ou que 
Ele veio salvar todos os homens, ou morreu por todos os homens, por todos os indivíduos 
da natureza humana; não há um texto da Escritura em toda a Bíblia que diga isso; o que 
mais parece com isso é Hebreus 2:9, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por 
todos os homens [tradução literal]; mas a palavra homens não está no texto original [esta 
palavra também não aparece na versão ACF — N.T.]; é apenas υπερ παντος, por todos; 
por cada um dos filhos de Deus, dos filhos, dos irmãos de Cristo, e descendência de Abraão 
 
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em um sentido espiritual, conforme o contexto determina. Quanto às passagens acima cita-
das, elas consideram tanto o mundo dos eleitos de Deus; ou os gentios, como distintos dos 
judeus; ou todos os tipos de homens; mas não todos os indivíduos da humanidade: e aque-
les que são representados como tais que podem perecer, ou em perigo disso, são tais que 
apenas professavam ser comprados por Cristo ou, então, eram Cristãos verdadeiros cujas 
paz e conforto estavam em perigo de ser destruídas, mas não as suas pessoas; e nenhuma 
das passagens militam contra a doutrina em consideração. 
 
Em quarto lugar, esta doutrina é representada como contrária e incompatível com a justiça 
de Deus, e com aquelas Escrituras que a declaram, particularmente Ezequiel 18 (Predesti-
nação Calmamente Considerada, p. 19). Ao que pode ser respondido que, esse Capítulo 
em Ezequiel diz respeito apenas ao povo dos judeus, e não a toda a humanidade; e consi-
dera apenas as relações providenciais de Deus com eles, com relação a questões civis e 
temporais, e uma reivindicação em relação à desigualdade e injustiça cometidas por eles; 
e não das coisas espirituais e eternas: ou a salvação e condenação dos homens; e, por 
conseguinte, é impertinentemente reproduzido. E se qualquer um apenas considerar séria 
e imparcialmente a doutrina como foi citada acima, eles não verão nenhuma razão para 
acusar a Deus de injustiça, nem encontrarão qualquer dificuldade em conciliá-la com a Sua 
justiça. No primeiro ramo deste decreto, chamado Preterição, sejam os objetos criaturas 
caídas ou não-caídas, isso não lhes acrescenta; isso os deixa como os encontrou; e, por-
tanto, não lhes faz injustiça: no outro ramo do mesmo, a designação para a condenação, é 
apenas devida ao pecado; há injustiça da parte de Deus por causa disso? Não, certamente; 
se não há injustiça nEle ao condenar os homens por causa do pecado, pode haver injustiça 
nEle ao decretar condená-los por causa do pecado, e se não teria nenhuma injustiça nEle 
ter condenado todos os homens por causa do pecado, e ter determinado tê-lo feito, como 
Ele sem dúvida poderia; não pode haver nenhuma forma contrária à Sua justiça condenar 
alguns homens pelo pecado, e determinar assim fazê-lo; portanto, tudo o que é dito sob 
este título é tudo falácia, mero ruído e nada significa. Que o argumento acima seja refutado, 
se possível. 
 
Em quinto lugar, esta doutrina é representada como contrária ao julgamento geral; e que, 
após este esquema não pode haver juízo vindouro, nem qualquer estado futuro de recom-
pensa e punição (Predestinação Calmamente Considerada, pp. 26, 30): mas por quê? 
Como isso é evidenciado? Por que, de acordo com o nosso esquema, “Deus no passado 
ordenou a esta condenação”, mas, então, isso foi pelo pecado; e se pelo pecado, como isso 
se opõe a um julgamento futuro? Isso, antes, o faz necessário; e certo é que um julgamento 
futuro é compatível com isso, e completamente inevitável por meio disso; Deus decreta 
condenar os homens pelo pecado; os homens pecam, e são trazidos ao tribunal de Deus, 
e são justamente condenados por isso. O julgamento de Deus ocorre, e a justa recompensa 
 
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da punição de acordo com o justo propósito de Deus, e de acordo com as regras da justiça. 
Mas este escritor tem a certeza de afirmar que nós dizemos: “Deus vendeu os homens para 
que cometam a iniquidade, desde o ventre de sua mãe; e os entregou a uma mente réproba, 
mesmo quando estavam sobre os seios de sua mãe”. Isto é completamente falso; nós não 
dizemos tal coisa; nós dizemos, com a Escritura, que os homens se vendem [1 Reis 21:25] 
para cometer a iniquidade à medida que eles crescem; e que Deus entrega aos homens 
uma disposição mental reprovável, após um longo caminho e curso de pecado; e deve ser 
algo justo diante de Deus trazer essas pessoas a julgamento, e condená-las por sua 
iniquidade. Mas, então, é dito que eles estão condenados “por não terem aquela graça que 
Deus decretou que eles nunca teriam”. Novamente, isso é falso; nós não dizemos tal coisa; 
nem a doutrina que sustentamos nos obriga a isso; nós podemos dizer, de fato, que a graça 
de Deus é Sua própria; e se este é o sentido do textoem Mateus ou não, não importa, é 
uma verdade que Ele pode fazer o que quiser com a Sua própria graça: nós confessamos 
que Ele determinou concedê-la a alguns e não a outros, como vemos que na verdade Ele 
faz; mas, então, nós dizemos que Ele não condenará ninguém por falta desta graça que 
Ele não acha apropriado conceder-lhe; nem por eles não crerem que Cristo morreu por 
eles; mas por seus pecados e transgressões de Sua justa lei. E não há aqui o suficiente 
para evidenciar o justo julgamento e proceder? 
 
Além disso, os decretos soberanos de Deus, com relação ao estado final dos homens, estão 
tão longe de tornar o futuro julgamento desnecessário, pois este procederá de acordo com 
aqueles, junto com outras coisas, porque com outros livros que serão abertos na ocasião, 
o livro da vida será um, no qual os nomes de alguns homens são escritos, e outros não; e 
os mortos serão julgados pelas coisas que estão escritas nos livros, de acordo com as suas 
obras. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo 
(Apocalipse 20:12, 15); Nunca vos conheci; apartai-vos de mim (Mateus 7:23). 
 
Em sexto lugar, esta doutrina é dita desconcordar muito com a verdade e sinceridade de 
Deus, em mil declarações, como estas: Ezequiel 18:23, 32:32; Deuteronômio 5:29; Salmo 
81:12; Atos 17:30; Marcos 16:15 (Predestinação Calmamente Considerada, pp. 31, 33). Ao 
que eu respondo, que algumas dessas declarações relacionam-se apenas aos judeus, e 
não à toda a humanidade; e são apenas questões de compaixão e desejos veementes pelo 
seu bem-estar civil e temporal, e, no máximo, apenas mostram o que é agradável a Deus 
e aprovado por Ele, e o que estava faltando neles; com o que eles são censurados, não 
obstante as suas vãs ostentações em contrário. Outras somente mostram qual é o comando 
da vontade de Deus, ou o que Ele fez ser o dever do homem; não, quais são os Seus propó-
sitos do que os homens farão, ou o que Ele concederá a eles; e nenhuma delas sugere 
qualquer insinceridade em Deus, com respeito à doutrina da reprovação. O Evangelho é de 
fato ordenado a ser pregado a toda criatura a quem é enviado e chegar; mas ainda assim, 
 
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nunca foi levado a todos os indivíduos da natureza humana; houve multidões em todas as 
eras que não o ouviram. E que existem ofertas universais de graça e salvação feitas para 
todos os homens isto eu absolutamente nego; não, eu nego que elas são feitas a qualquer 
um; senão aos eleitos de Deus; graça e salvação são fornecidas para eles no Pacto Eterno, 
adquiridas por eles por Cristo, anunciadas e reveladas no Evangelho e aplicadas pelo 
Espírito; muito menos são feitas para os outros, portanto, esta doutrina não é acusável de 
insinceridade por causa disso. Deixe que os patronos da oferta universal defendam-se de 
tal objeção; eu não tenho nada a ver com isso; até que se prove que existem tais ofertas 
universais, então, o raciocínio do Dr. Watts neste tópico, exigirá um pouco de atenção; mas 
não até então. 
 
Em sétimo lugar, é dito que as doutrinas da eleição e reprovação menos ainda concordam 
com o relato bíblico do amor e bondade de Deus (Predestinação Calmamente Considerada, 
p. 135). A doutrina da eleição certamente nunca pode discordar do amor e bondade de 
Deus; desde que a Sua escolha de homens para a salvação é o fruto e efeito de Seu eterno 
amor e livre graça; os motivos pelos quaisquer pessoas são escolhidas, é porque elas são 
amadas de Deus; a eleição pressupõe amor: isso o apóstolo pontua claramente para nós, 
quando ele diz, Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do 
Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação (2 Tessalonicenses 
2:13). E a bondade de Deus evidencia-se muito em consequência deste decreto na reden-
ção dos escolhidos por Cristo, na regeneração e santificação deles pelo Espírito, e em 
trazê-los finalmente à eterna glória e felicidade de acordo com o seu propósito original. Mas 
é possível que seja a doutrina da reprovação somente, embora ambas são colocadas juntas 
pelo nosso autor, que discordam do amor e bondade de Deus. Isso não é inconsistente com 
a Sua bondade providencial; em cujo sentido o Senhor é bom para todos, e as suas mise-
ricórdias são sobre todas as suas obras [Salmos 145:9]; e não obstante este decreto, todos 
os homens têm uma grande parcela desta bondade de Deus; e embora eles possam abusar 
dessa bondade, o que será um agravamento de sua condenação; este é seu próprio pecado 
e culpa, e não deve ser acusado sobre o decreto de Deus, como este escritor falsamente 
faz; quem diz que Deus, de acordo conosco, concede aos homens os bens deste mundo 
com o propósito de aumentar a sua condenação; e cada um de seus confortos, por um 
decreto eterno de Deus, deverá lhes custar mil dores no Inferno; ao passo que o abuso das 
misericórdias dadas, o que aumentará a sua condenação, não flui do decreto, mas a partir 
de sua própria impiedade. As especiais misericórdia e bondade de Deus são negadas a tal 
fato, o que está em Sua soberana vontade dar a quem Lhe apraz; Quem terá misericórdia 
de quem tiver misericórdia [Êxodo 33:19; Romanos 9:15]: o ato da eleição é um ato de amor 
Divino, e flui a partir dele; a reprovação de fato flui de Seu ódio, sendo um desígnio de Sua 
ira; mas, então, é a partir de Seu ódio ao pecado, o que de nenhuma maneira é contrário a 
Ele ser um Deus de amor e bondade; além disso, há uma maior demonstração do amor, 
 
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graça, misericórdia e bondade de Deus em escolher alguns homens para a salvação e 
infalivelmente assegurá-la para eles, e trazê-los em segurança para o gozo da mesma, que 
a noção contrária: segundo a qual nenhum homem é absolutamente escolhido para a 
salvação; a salvação não é segura para nenhuma pessoa; é deixada à vontade precária e 
inconstante do homem: e é possível, de acordo com essa noção, que nenhum homem seja 
salvo; ou melhor, é impossível que qualquer homem seja salvo pelo poder de seu próprio 
livre-arbítrio. Que seja julgado, então, qual noção é mais misericordiosa e bondosa para os 
homens, e mais digna do Deus de amor e bondade. No todo, a doutrina da reprovação, 
embora definida em tão má luz, e representada de uma maneira tão odiosa, é uma doutrina 
defensável quando declarada e esclarecida; nem nós temos receio de confessá-la e 
sustentá-la. 
 
Este pé fendido não nos assusta; assim o Sr. Wesley chama (Predestinação Calmamente 
Considerada, p. 11), como ele pensa, belamente, mas de modo mui blasfemo, um ato da 
vontade Divina; nem esta é uma pedra de mó que paira sobre o pescoço de nossa hipótese, 
como ele, sem dúvida, muito elegantemente o expressa (Predestinação Calmamente Con-
siderada, p. 77); mas permita-me dizer-lhe, será a Divina misericórdia distintiva, se não 
houver uma pedra de mó sobre seu próprio pescoço. A partir daí, ele vagueia para o livre-
arbítrio e para a graça irresistível: às vezes, ele é pelo livre-arbítrio, às vezes, pela livre 
graça; às vezes, pela graça resistível, e, às vezes, pela graça irresistível. Quando ele conse-
guir concordar consigo mesmo, ele aparecerá em uma luz melhor, e poderá ser mais digno 
de nota. O que ele diz sobre o livre-arbítrio de um lado e de reprovação, de outro, como 
concordando ou discordando com as perfeições de Deus, pode ser reduzido a uma ou outra 
das objeções acima, onde elas tiveram a sua resposta. 
 
É escassamente digno do meu tempo observar o que se diz sobre o Pacto da Graça (Pre-
destinação Calmamente Considerada, p. 52); sobre o que ele confessa não possuir enten-
dimento; e eu acredito nele, que “Deus Pai fez um pacto com Seu Filho, antes que o mundo 
existisse,em que o Filho concordou em sofrer tais e tais coisas e o Pai deu-Lhe almas tais 
e tais por uma recompensa, em consequência do que estes devem ser salvos”. E, então, 
ele pergunta onde isso está escrito? E em que parte da Escritura este Pacto deve ser encon-
trado? Agora, não para informar ou instruir o Sr. Wesley, mas por causa de tais que estão 
dispostos a serem informados e instruídos, leiam o Salmo 40:6-8; Isaías 49:1-6 e 53:10-12; 
Salmo 89:3-4, 28-36, pois, nestas passagens aparecerá traços e passos claros de um 
pacto, ou acordo, de uma estipulação e reestipulação, entre o Pai e o Filho; em que o Pai 
propõe uma obra ao Seu Filho, e chama-O a isso, mesmo à redenção do Seu povo; ao que 
o Filho concorda, e diz: Eis aqui venho, para fazer, ó meu Deus, a Tua vontade, e por uma 
recompensa de seu Ser uma oferta pelo pecado, e derramar a Sua alma na morte; é 
prometido que Ele verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, terá a parte de muitos, 
 
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e com os poderosos repartirá o despojo. E que isto foi o conteúdo de um pacto subsistindo 
antes que o mundo existisse é claro; pois, poderia haver um mediador estabelecido desde 
a eternidade, como havia, e uma promessa de vida antes que o mundo começasse, feita 
para Cristo e colocada em Sua mão, e todas as bênçãos espirituais providas, e toda a graça 
dada ao Seu povo nEle, antes da fundação do mundo; e ainda assim, nenhum pacto existir? 
Veja Provérbios 8:23; Tito 1:2; 2 Timóteo 1:1, 9 e Efésios 1:3. O pacto da circuncisão feito 
com Abraão, e aquele feito com os israelitas no Monte Sinai, não são exemplos do pacto 
da graça; mas são os pactos que envelheceram e desapareceram; e não dizem respeito a 
nós que não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça, mas, embora esses pactos te-
nham sido condicionais para os que estavam debaixo deles; o Pacto da Graça é absoluto 
e incondicional para conosco, sendo feito com Cristo, nossa cabeça, que cumpriu todas as 
condições do mesmo. 
 
Mas, eu devo prosseguir agora para reivindicar o que escrevi sobre o tema da Perseverança 
Final dos Santos, a partir das exceções feitas a ele. O Sr. Wesley diz (Predestinação Calma-
mente Considerada, p. 57), “esta é uma opinião tão gratificante, tão agradável à carne e 
sangue, tão adequada para o que permanece da natureza daqueles que provaram a graça 
de Deus, que eu vejo que nada, senão o poder de Deus, pode conter qualquer um que ouvir 
isso de concordar com ele”. Estranho! que a doutrina da perseverança na graça e santi-
dade, pois não pleiteamos por outra perseverança, seja tão gratificante e agradável à natu-
reza corrupta, de muitos dos que provaram a graça de Deus, pois enquanto eles tiverem 
um princípio de graça neles, não podem facilmente ceder a uma doutrina que manifesta-
mente gratifica a natureza corrupta, mas se oporiam e a rejeitariam; certamente deve haver 
grande evidência, que nada, senão o poder de Deus pode impedir de que se concorde com 
ela; e com a qual eles concordam, e não para saciar as suas corrupções, mas para incenti-
var a sua fé e esperança, e promover a santidade de coração e vida; ao que são induzidos 
tanto por argumentos, quanto por experiência própria e a partir das Escrituras; o primeiro 
parece pesar apenas pouco com aqueles que creem na possibilidade de cair; e este último 
não são claros e convincentes. Há algumas Escrituras, é dito, contra a perseverança, e 
determinam o contrário; os argumentos delas foram considerados em um primeiro tratado; 
ao que o Sr. Wesley fez algumas exceções, e ao que agora devo responder. 
 
O primeiro texto citado contra a Perseverança dos Santos é Ezequiel 18:24. Mas, desvi-
ando-se o justo da sua justiça, etc. Esta passagem, e todo o contexto, eu tenho observado 
total e unicamente diz respeito à casa de Israel, e é impertinente reproduzido. O Sr. Wesley 
convida-me a provar isso. Que prova ele gostaria de ter? Que ele leia o Capítulo, e ele o 
verá com os seus próprios olhos; a casa de Israel é mencionada pelo nome, e ela somente; 
os discursos são feitos a ela somente; as admoestações e raciocínios são apenas para 
eles; e as exortações são para eles; a disputa é entre Deus e eles, a acusação contra Deus 
 
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é feita por eles; e a resposta dEle é devolvida para eles. Deixe o Sr. Wesley refutar isso se 
puder; está sobre ele o ônus de apontar qualquer outro povo ou pessoas além da casa de 
Israel, a quem qualquer passagem neste Capítulo é dirigida. A justiça do homem justo, que 
é citada, tenho afirmado ser sua justiça própria, e não a justiça da fé, nem há o menor 
indício da graça santificadora do Espírito na consideração disso. Para refutar isso, o Sr. 
Wesley se refere ao verso 31: Lançai de vós todas as vossas transgressões com que trans-
gredistes, e fazei-vos um coração novo etc. Monstruoso! Esta é uma prova mui evidente de 
que os judeus não tinham verdadeira justiça; que, não obstante as suas pretensões a isso, 
eles não tinham lançado fora as suas transgressões, e estavam sem qualquer princípio 
interior de graça ou santidade. Eu ainda observo que o que foi dito sobre o homem justo, 
admitindo-o ser verdadeiramente justo, é apenas uma suposição. 
 
Isso o Sr. Wesley nega terminantemente. Mas se ele ler todo o Capítulo que ele cita, ele 
encontrará os fatos supostos, e não afirmados, verso 5: Sendo, pois, o homem justo etc.; 
verso 10, E se ele gerar um filho — que não cumprir nenhum destes deveres, etc.; verso 
14, se ele gerar um filho que veja todos os pecados que seu pai cometeu, etc.; e na pas-
sagem em questão, verso 24, quando o justo se desvia da sua justiça; ou seja, se ele o 
fizesse; e assim é traduzido na versão Vulgata Latina, e por Pagnine, e é o sentido de nossa 
própria tradução; pois, uma suposição é bem expressa por quando, um advérbio de tempo, 
como pela conjunção se: Por exemplo; quando o Sr. Wesley escrever mais para o propósito, 
ele merecerá mais atenção; ou seja, se ele o fizesse. Considerando que eu expliquei a 
morte no verso 26, de um e mesma morte, morte física pelo pecado; isso não é uma coisa 
incomum para alguém e a mesma coisa a ser expressa por palavras diferentes; e este pode 
ser o caso aqui, sem forçar de qualquer forma o texto, ou fazendo-o dizer um disparate; 
para o que eu dei uma razão que não é notada, e que esta morte é temporal e não eterna, 
é claro, porque ela estava agora sobre eles, e sobre o que eles se lamentavam, e da qual 
eles poderiam ser libertos mediante o arrependimento e reforma; e, o que, eu repito, não 
pode ser dito da morte eterna, quando uma pessoa está de uma vez debaixo dela. No todo, 
como este Capítulo não se refere à salvação ou condenação eterna, a passagem a partir 
dele é uma prova insuficiente da apostasia dos verdadeiros santos. 
 
O segundo texto da Escritura trazido em favor da referida doutrina é 1 Timóteo 1:19: 
Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé; 
a respeito do qual eu tenho observado que não é evidente que estes homens referidos, 
cujos nomes são mencionados no verso seguinte, alguma vez tiveram os seus corações 
purificados pela fé; mas eram homens ímpios, e assim, não há exemplo de apostasia dos 
verdadeiros crentes. A isso, nenhuma resposta é dada. Eu ainda observo que rejeitar uma 
boa consciência, não necessariamente supõe que eles a tinham, mas, sim, que eles não a 
tinham; o que eu sustento pelo uso da mesma palavra em Atos 13:46, onde os judeus são 
 
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ditos rejeitarem a Palavra de Deus. Este exemplo o Sr. Wesley diz ser plenamente contra 
mim, sendo inegável que eles tinham a Palavra de Deus até que a rejeitaram. Mas isso eu 
devonegar; eles nunca a tiveram; eles nunca a receberam, nunca deram o seu consenti-
mento a ela, ou a abraçaram, mas a contradisseram e blasfemaram; e por isso este é um 
exemplo do uso da palavra para o meu objetivo. É confessado por ele que os homens po-
dem ter uma boa consciência, em algum sentido, sem a verdadeira fé; mas tal não é o que 
o apóstolo fala, porque ele exorta Timóteo a conservá-la. Sendo assim, ainda não é eviden-
ciado que aqueles homens tiveram uma tal consciência que surge a partir de um coração 
purificado pela fé; portanto, rejeitá-la, nós compreendemos, não prova isso. E, além disso, 
merece consideração que não é dito que eles fizeram naufrágio de uma boa consciência, o 
que não é evidente mesmo se eles a houvessem possuído, mas da fé que uma vez 
professaram, mesmo a doutrina da fé, assim aquela fé significa apenas a doutrina da fé. 
Entretanto Sr. Wesley diz querer uma prova melhor. Que prova ele gostaria de ter? Eu 
tenho demonstrado que o termo nunca é usado, senão significando a doutrina da fé, e tenho 
apontado as passagens onde ele é assim utilizado; ou melhor, tenho apontado a doutrina 
particular a respeito de qual é a fé da qual eles fizeram naufrágio. O ônus de desmentir isso 
encontra-se sobre ele. A partir do todo, parece que isso também é uma prova insuficiente 
da apostasia dos verdadeiros santos. 
 
O terceiro texto da Escritura insistido como uma prova desta doutrina é Romanos 11:17-24, 
sobre o quebrar dos ramos, e a remoção daqueles que são enxertados na oliveira; cuja 
oliveira eu não entendo como sendo a igreja invisível, mas o estado exterior de igreja 
evangélica, ou a igreja evangélica visível. Isso o Sr. Wesley diz, eu afirmo, e ele diz provar 
o contrário. Mas, embora eu afirme, ainda assim não sem uma razão para isso; uma razão 
que ele ignora, nem dá qualquer resposta; e como ele prova o contrário, a saber, que seria 
a igreja invisível? Ora, porque ela consiste de crentes santos, o que nada senão a igreja 
invisível consiste. Mas, a igreja visível não consiste dos tais? Será que não existem crentes 
santos nela? Leia sobre as epístolas às igrejas visíveis, e você encontrará que os membros 
delas são chamados de santos e de crentes, santos e fiéis em Cristo Jesus. Eu observo 
que aqueles intencionados por galhos quebrados, nunca foram crentes em Cristo, e por 
isso não são exemplos da apostasia dos tais. A isso, ele responde: Que ele não estava 
falando dos judeus. Muito bem, mas eu estava; mas sobre os gentios, exortados a continuar 
em sua bondade, e assim verdadeiros crentes; e ainda assim passíveis de serem cortados. 
Assim, eles podem ser, embora não necessariamente seja consequente à exortação do 
apóstolo; que deve ser entendida não sobre a bondade do amor e favor de Deus; mas sobre 
a bondade de um estado de igreja evangélica, as ordenanças do mesmo, e uma partici -
pação nelas, e caminhar dignos delas; ou de outro modo, eles eram passíveis de ser corta-
dos do estado de igreja em que eles estavam. Isto é considerado ser uma construção 
forçada e artificial, e requer algum argumento para apoiá-lo. Porém, do que mais eles 
 
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poderiam ser cortados? Se a oliveira na qual eles são ditos ser enxertados, não é a invisível, 
mas a igreja visível, como é provado por um argumento não respondido; em seguida, o 
corte da oliveira, deve ser um corte dela. E considerando que há uma forte sugestão de que 
os judeus, os ramos quebrados, podem ser enxertados novamente; por que não podem ser 
enxertados novamente aqueles que são cortados, quando restaurados através do arrepen-
dimento, que é frequentemente o caso. Resta, então, que esta passagem da Escritura não 
faz a mínima militância contra a perseverança final dos santos. 
 
O quarto texto da Escritura citado como contrário à doutrina da perseverança é João 15:1-
5, sobre os ramos em Cristo, a videira, o quais não obedecem, são retirados, são lançados 
fora e murcham, e são lançados no fogo e queimados. Eu observo que há dois tipos de 
ramos em Cristo, um frutífero, o outro infrutífero; um nEle pela graça regeneradora, o outro 
somente por profissão de fé; deste último tipo são todos os acima citados como sendo 
cortados, não os do primeiro tipo. Isso o Sr. Wesley diz que está forçando a questão, e 
tomando como certo que este ponto deve ser provado. Longe disso, eu respondo ao exem-
plo alegado, ao distinguir os diferentes ramos da videira; eu provo a distinção entre texto e 
contexto; bem como o ilustro por exemplos do tempo das igrejas na Judéia e Tessalônica, 
sendo ditos estarem em Cristo; todos os membros das quais não poderiam ser pensados 
estarem verdadeiramente nEle, a não ser por profissão de fé. Há alguns que nunca deram 
frutos, e por isso nunca deram qualquer evidência de sua condição de verdadeiros crentes, 
e, consequentemente, pode haver casos de apostasia dos tais. Há outros que dão frutos e 
são podados, para que produzam mais fruto, e para que os frutos permaneçam, e são 
exemplos de perseverança. Que seja provado, se possível, se qualquer daqueles que 
nunca deram qualquer fruto, sobre os quais lemos, eram verdadeiros crentes em Cristo; ou 
alguma vez receberam a verdadeira graça ou a vida a partir dEle, os quais são ditos ser 
lançados fora e queimados; e que qualquer daqueles que frutificaram e foram cultivados e 
podados pelo Pai de Cristo, para que produzissem mais fruto, alguma vez secaram e se 
perderam. Até que isso seja feito, esta passagem não será de nenhuma utilidade para a 
apostasia, ou contra a perseverança dos santos. 
 
O quinto texto da Escritura insistido como argumento contra perseverança dos santos é, 2 
Pedro 2:20-21, a respeito daqueles que escaparam das corrupções do mundo pelo conheci-
mento de Cristo, sendo novamente envolvidos nelas e vencidos. Sobre os quais eu obser-
var que não parece que essas pessoas tinham um conhecimento interior e experimental de 
Cristo; o que deve ser provado, ou então, não fornece nenhum argumento contra a perse-
verança dos verdadeiros santos. Se eles tivessem tal verdadeiro conhecimento, eu acres-
cento, eles não poderiam tê-lo perdido. Isso o Sr. Wesley alegando forçar a questão. Pode 
parecer assim, se meu argumento tivesse parado aqui; mas eu dei razões pelas quais tal 
conhecimento não pode ser perdido; o que ele oculta e não toma conhecimento; como a 
 
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promessa de Deus, que tais devem prosseguir em conhecê-lO, e a declaração de Cristo, 
que a vida eterna está inseparavelmente ligada a esse conhecimento (Oséias 6:3, João 
15:3). Escapar das corrupções do mundo não prova que as pessoas tenham esse conheci-
mento, ou sejam santos verdadeiros, uma vez que significa nada mais, digo eu, que uma 
reforma exterior. Aqui, diz ele, eu não viso provar nada. Deixe-o fazer mais sobre isso, se 
puder. Ele confessa que essas pessoas podem ser chamadas cães e porcos antes de sua 
profissão religiosa e depois de se desviarem da mesma, mas não enquanto sob ela, porém, 
isso não pode ser dito com verdade a menos que ele possa provar que eles passaram por 
uma mudança real, e foram verdadeiramente convertidos, do que o seu ter conhecimento 
e escapar das corrupções do mundo não são provas; eles poderiam muito bem merecem a 
denominação durante o tempo de sua profissão, tanto antes como depois. Se algo é 
concluído sobre qualquer profissão a partir desse exemplo, deve ser provado que aqueles 
homens tinham um conhecimento interior espiritual e experimental; que de cães e porcos 
eles se tornaram ovelhas de Cristo, e tinham a natureza de tais, e de ovelhas de Cristo, 
tornaram-se cães e porcos novamente; ou isso nunca pode ser pensado ser uma prova da 
final e total queda dos verdadeiroscrentes. 
 
O sexto texto produzido em favor da apostasia dos santos é Hebreus 6:4-6, que fala sobre 
pessoas iluminadas, e de tais que provaram o dom celestial, etc., caindo. Sobre o que eu 
observo, que as palavras contêm apenas uma suposição, se eles recaírem. O Sr. Wesley 
diz que não há se no original. Eu respondo que embora isso não esteja expresso, é implícito, 
e o sentido é o mesmo, como se estivesse; e que as palavras no original estão literalmente 
assim: Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, και παραπεσοντας, 
e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; ou seja, se eles caíssem, ou 
se eles se desviassem. Aqui o Sr. Wesley ergue-se em grande ira, e pergunta: “Um homem 
estará mentindo para Deus. Ou você ou eu?”, e afirma que as palavras não estão literal-
mente assim; e que elas são traduzidas por ele, e tendo recaído, tão literalmente quanto a 
língua Portuguesa suportará; e insta a todos os que conhecem o Grego para julgar entre 
nós. Eu estou muito contente, e extremamente desejoso que eles fizessem isso, e até 
mesmo disposto de que seja determinado por eles, qual é a versão mais literal, a minha, 
que o traduz como um particípio como ele é; ou a sua, que o torna como um verbo, o que 
não é. Estou apoiado pela autoridade do grande e erudito Dr. Owen (Sobre a Perseverança, 
c. 17), cujo conhecimento da língua Grega ninguém que está familiarizado com seus 
escritos duvidará. Ele diz, que verbum de verbo, ou, literalmente, que as palavras se encon-
tram no texto, e eles recaindo, exatamente como eu as traduzi. Tome alguns exemplos do 
particípio do mesmo tempo, tanto na raiz simples da palavra como em outras composições, 
como também traduzido por nossos tradutores; πεσων (1 Coríntios 14:25), lançando-se 
sobre o seu rosto; προσπεσουσα (Lucas 8:47), prostrando-se ante ele; περιπεσοντες (Atos 
27:41), Dando, porém, num lugar de dois mares. Será que esses homens instruídos men-
 
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tem para Deus? O equívoco do Sr. Wesley é porque o particípio não é do presente, mas do 
aoristo: os exemplos agora apresentados são do mesmo tempo. Todo aquele que aprendeu 
a sua Gramática Grega sabe que o aoristo ou indefinido, como ele o chama, é assim chama-
do porque ele é indeterminado quanto ao tempo, sendo usado tanto sobre o tempo presente 
como a respeito do tempo passado (Sobre os quais veja exemplos na Gramática de Grego 
de Dugard, p. 126); e quando no último, ele é deixado indeterminado, se aconteceu exata-
mente agora ou há algum tempo atrás, entende-se apenas à medida que as circunstâncias 
do lugar o demonstram; mas que seja traduzido de qualquer forma, seja no presente ou no 
passado, o sentido é o mesmo, e a condição é implicada; seja eles recaindo, ou tendo eles 
recaído; pois, um ou outro deve ocorrer para traduzi-lo literalmente; ou seja, caíssem eles, 
ou tendo eles caído; ou, em outras palavras, se eles caíssem. 
 
E agora, por que toda essa ira, grosseria e indecência? Esta é a Calma Consideração, 
como o título de seu livro promete? O homem é apertado e se enfurece. Isso me faz lembrar 
de uma história de um companheiro nativo escutando com muita atenção a uma disputa de 
Latim; o que um cavalheiro observando, aproximou-se dele, e disse: Amigo é melhor você 
ir para o seu negócio, do que ficar aqui gastando o tempo ouvindo o que você não entende. 
Ao que ele respondeu: “Eu não sou tão grande tolo, contudo eu sei quem está irado”. Disse 
isso sugerindo que pelo temperamento dos disputantes, estando um deles com muita raiva, 
ele sabia quem tinha o melhor, e quem tinha o pior argumento. E desde que o Sr. Wesley 
trouxe isso para este dilema, que ou ele ou eu estamos mentindo para Deus. Estou muito 
indisposto a tomá-lo para mim mesmo, não vendo razão para isso, e, portanto, sem um 
cumprimento, deve conduzi-lo a ele, e retirá-lo ou removê-lo, como ele puder. Mas, para 
voltar ao argumento; que seja uma suposição ou um fato contido nas palavras; a questão 
é: quem são essas pessoas supostas ou ditas cair, e do que elas caíram? Não há nada nas 
características deles, como tem sido observado, que demonstrem serem pessoas regenera-
das, verdadeiros santos e os verdadeiros crentes em Cristo. Isso deve ser provado, antes 
que eles possam ter a possibilidade de ser exemplos da apostasia de tais; à medida que 
eles são distintos deles, e se opõem a eles como aprece nos versos 7-9. Não há nada no 
relato sobre eles, senão o que pode ser dito de um Balaão, que tinha os olhos abertos e viu 
a visão do Todo-Poderoso, e de tais que são somente doutrinariamente esclarecidos; ou 
de um Herodes que ouviu João de boa mente, e dos ouvintes do solo pedregoso, que rece-
beram a Palavra com alegria; ou de um Judas que tinha, sem dúvidas, tanto dons ordinários 
quando dons extraordinários do Espírito, e um poder de realizar obras miraculosas, chama-
dos de os poderes do mundo vindouro, ou a dispensação do Evangelho. Assim é, então, 
que a partir daí nada pode ser concluído contra a perseverança dos santos. 
 
A sétima passagem da Escritura trazida para esta controvérsia é Hebreus 10:38: Mas o 
justo viverá pela fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Todavia, de modo 
 
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muito impertinente; uma vez que aquele que ele é dito viver pela fé, e aquele que é suposto 
recuar, não é uma e a mesma pessoa. O Sr. Wesley pergunta: “Quem é então? Pode 
qualquer um recuar da fé quem nunca chegou a isso?”. Ao que eu respondo, embora ele 
não possa recuar da fé que ele nunca teve, contudo, ele pode recuar de uma profissão de 
fé que ele fez. A fim de fazer parecer que se entende uma e a mesma pessoa, o Sr. Wesley, 
encontrando falha em nossa tradução, traduz as palavras assim: Se o homem justo que 
vive pela fé recuar, a minha alma não tem prazer nele. Esta tradução eu chamo de impre-
cisa. Ele deseja saber no que e eu direi a ele. Εαν, se, é pela força removido do seu devido 
lugar, mesmo a partir de uma frase de para outra; inserir a palavra que antes de vive é fazer 
violência ao texto; pois é traduzir ζνσεται, que vive, como se estivesse no tempo presente, 
quando é futuro, e deveria ser viverá. Deixando de fora και, e ou mas, que distingue duas 
proposições; assim confundindo-as e tornando-as uma. E afinal de contas, fosse uma e a 
mesma pessoa intencionada, é apenas uma suposição, que, eu digo novamente, não prova 
nenhuma questão do fato; deixe o Sr. Wesley mostrar que isso prova, se ele puder: é um 
caso evidente, que o homem justo no texto, e o que recua, são dois tipos de pessoas. Isto 
é mui evidente, e além de toda contradição, que no texto original em Habacuque 2:4 o 
homem cuja alma se exalta com orgulho e presunção de si mesmo, e cuja mesma não é 
reta nele, não tem a verdade da graça nele, é a pessoa que tanto de acordo com o Apóstolo 
e a Septuaginta deve recuar; de quem o homem justo que vive pela fé é distinto, e a quem 
ele se opõe, e pelo Apóstolo são sempre citados dois tipos de pessoas no contexto, tanto 
antes como depois; além disso, que estes dois devem ser diferentes e não o mesmo, é 
evidente, uma vez que é certamente prometido quanto ao homem justo que ele viverá; o 
que não seria verdade a respeito dele se ele recuasse rumo à perdição. Assim que este 
também é um testemunho insuficiente contra a perseverança dos santos. 
 
O oitavo texto da Escritura usado para provar a apostasia dos verdadeiros crentes é He-
breus 10:29: De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar 
o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer 
agravo ao Espírito da graça? A ênfase desta prova recai sobre a pessoa que está sendo 
santificadacom o sangue da aliança, que é suposta ser a mesma que pisou o Filho de 
Deus. Mas, eu tenho observado que o antecedente para o relativo ele é o Filho de Deus, e 
assim, consequentemente, Ele, e não o apóstata, é dito ser santificado com o sangue da 
aliança; portanto as palavras não são prova da apostasia das pessoas verdadeiramente 
santificadas. O Sr. Wesley diz que eu esqueci de olhar para o original, ou a minha memória 
falhou. Nem o um nem o outro é o caso. No entanto, eu olhei novamente para refrescar 
minha memória, caso ela tivesse falhado; e encontrei, de fato, outras palavras indo antes, 
mas nenhum outro substantivo, apenas υιος, o Filho de Deus, a Quem o relativo ele pode 
se referir; e que isso se refere ao Filho de Deus na cláusula imediatamente anterior, não é 
uma opinião singular minha, aquele erudito holandês Gomarus (Comentário sobre Hebreus 
 
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10:29), e os nossos compatriotas muito eruditos Dr. Lightfoot (Harmonia, etc. p. 341), e Dr. 
Owen (Sobre a Perseverança, p. 432), do último século, e o Dr. Ridgley (Corpo de Divin-
dade, vol. II, p. 125), do presente, são do mesmo sentimento. Mas, admitindo que isso se 
refere ao apóstata, uma vez que isso pode ser entendido sobre ele ser santificado ou sepa-
rado dos outros por uma profissão de religião, por membresia de igreja e participação na 
Ceia do Senhor, no que o sangue da aliança é representado; e do seu ser santificado por 
ele em sua própria estima e na estima dos outros, quando ele não era interiormente santifi-
cado pelo Espírito; isso não pode ser nenhuma prova da apostasia de um verdadeiro santo. 
Deve ser provado, que esta deve ser entendida como santificação interior, ou então não 
serve como prova o ponto em debate. O Sr. Wesley acha que pode ser assim entendido, e 
isso por esta razão; porque as palavras imediatamente seguintes são, fizer agravo ao 
Espírito da graça. É surpreendente que um homem tendo feito agravo ao Espírito da graça, 
seja alguma vez prova de ter sido interiormente santificado por ele; isso pode ser mais 
razoavelmente pensado como sendo uma prova do próprio inverso. Assim, pois, permane-
ce, que esta passagem também não milita contra a doutrina da perseverança final dos 
santos. 
 
O Sr. Wesley considerou necessário acrescentar vários outros textos, que ele propõe à 
consideração, como prova de que um verdadeiro crente pode, finalmente, cair; mas como 
ele não desenvolveu qualquer argumento sobre eles, eu não entrei em qualquer exame 
deles, e sobre o peso que eles têm nesta controvérsia; e, além disso, sendo eles, não relaci-
onados aos verdadeiros crentes, sobre os quais é a questão, ou apenas eles caindo de 
algum grau da graça e firmeza dela, e não intencionando uma total e definitiva queda; ou 
então eles somente intencionando pessoas que recebem a doutrina da graça e caem desta, 
e assim não são nada para o propósito. E a menos que algo a mais para o propósito seja 
oferecido, além do que já foi, eu não acho que eu mesmo estou em qualquer obrigação de 
considera-lo. 
 
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Apêndice: 
 
Uma Carta de George Whitefield a John Wesley 
Sobre a Doutrina da Eleição
 
 
Prefácio 
 
Estou muito bem ciente de que diferentes efeitos esta publicação da presente carta contra 
o sermão do querido Sr. Wesley produzirá. Muitos dos meus amigos que são árduos defen-
sores da redenção universal serão imediatamente ofendidos. Muitos dos que são zelosos, 
do outro lado serão muito alegrados. Aqueles que são mornos, em ambos os lados, e são 
levados por raciocínio carnal, desejarão que esse assunto nunca tivesse sido trazido em 
debate. As razões pelas quais iniciei a carta, eu acho que são suficientes para corresponder 
a toda a minha conduta aqui. Desejo, portanto, que aqueles que sustentam a eleição não 
queiram triunfar, ou fazer uma festa, de um lado (pois eu detesto tal coisa) e que aqueles 
que têm preconceito contra esta doutrina, não sejam tão ofendidos, por outro lado. 
Conhecidos de Deus são todos os Seus caminhos, desde o início do mundo. O grande dia 
desvelará por que o Senhor permite que o caro Sr. Wesley e eu tenhamos uma maneira 
diferente de pensar. No momento, eu não farei nenhuma investigação sobre esse assunto, 
além do relato que ele mesmo deu sobre isso na seguinte carta, que recentemente recebi 
de suas próprias mãos queridas: 
 
Meu querido irmão, eu agradeço por você, 24 de Maio. O caso é bastante simples. Há 
fanáticos, tanto pela predestinação e contra ela. Deus está enviando uma mensagem 
para aqueles, em ambos os lados. Mas também não a receberão, a não ser da parte 
de alguém que seja de sua própria opinião. Portanto, por um momento, você sofre por 
ser de uma opinião, e eu de outra. Mas quando Seu tempo chegar, Deus fará o que o 
homem não pode, ou seja, nos fará de uma mente. Então, a perseguição se extinguirá, 
e será visto se nós consideramos as nossas vidas queridas para nós mesmos, assim, 
que possamos terminar nossa jornada com júbilo. Eu sou, meu queridíssimo irmão, — 
sempre seu, John Wesley. 
 
Assim meu honrado amigo, eu sinceramente peço a Deus que apresse o tempo, sendo por 
Ele claramente iluminado, em todas as doutrinas da revelação Divina, para que possamos, 
assim, estar estreitamente unidos em princípio e julgamento, bem como em coração e 
afeição. E então, se o Senhor nos chamou para isso, eu não me importo se eu for com ele 
 
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para a prisão ou à morte. Pois, como Paulo e Silas, espero que cantemos louvores a Deus, 
e consideremos isso a nossa maior honra: sofrer por amor de Cristo, e dar a nossa vida 
pelos irmãos. — George Whitefield, Londres, 09 de agosto de 1740. 
 
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Carta de Whitefield para Wesley sobre a Doutrina da Eleição 
 
“E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível.” (Gálatas 2:11) 
 
 
Introdução 
 
Reverendo e mui querido irmão, 
 
Somente Deus sabe a indizível tristeza de coração que eu senti por sua causa desde que 
eu deixei a Inglaterra pela última vez. Quer seja debilidade minha, ou não, eu francamente 
confesso que Jonas não poderia ir com mais relutância contra Nínive, do que eu agora tomo 
a pena na mão para escrever contra você. Foi essencial falar, eu preferiria morrer a fazê-
lo; e, ainda assim, se eu sou fiel a Deus, e a mim mesmo e às almas dos outros, eu não de-
vo permanecer neutro por mais tempo. Estou muito apreensivo de que nossos adversários 
comuns se regozijarão ao verem diferenças entre nós mesmos. Mas o que eu posso dizer? 
Os filhos de Deus estão em perigo de cair em erro! Não, muitos foram enganados, a quem 
Deus tem se agradado de operar sobre o meu ministério, e um número maior ainda está 
clamando em voz alta sobre mim, para que eu expresse também a minha opinião. Devo 
então mostrar, que eu não conheço nenhum homem segundo a carne, e que eu não tenho 
respeito às pessoas, além do que é consistente com o meu dever para com o meu Senhor 
e Mestre, Jesus Cristo. 
 
Esta carta, sem dúvida, me fará perder muitos amigos, e por este motivo, talvez, Deus colo-
cou essa difícil tarefa sobre mim, mesmo para ver se eu estou disposto a abandonar tudo 
por Ele, ou não. A partir de tais considerações como estas, eu acho que é o meu dever sus-
tentar um testemunho humilde, e sinceramente pleitear as verdades das quais estou con-
vencido serem claramente reveladas na Palavra de Deus. Na defesa das quais eu devo 
usar da maior simplicidade no falar, e tratar meus mais queridos amigos sobre a terra com 
a maior simplicidade, fidelidade e liberdade, deixando as consequências de tudo a Deus. 
 
Por algum tempo

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