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LEONARDO ALVES N4437J8 EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE BAURU-SP. MATEUS GROW, brasileiro, casado, desempregado, portador do CPF/MF nº_____________ , com documento de identidade nº_____________ , residente e domiciliado na rua _____________, por meio de seu advogado devidamente qualificado com poderes expressos para transigir, vêm, respeitosamente, à vossa presença requerer a apreciação do pedido de revisão de contrato locatário em virtude da pandemia vivenciada causada pelo novo corona vírus. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO LOCATÁRIO Em face de ______________, Estado Civil DESCONHECIDO, Profissão DESCONHECIDO, endereço eletrônico DESCONHECIDO, inscrito no CPF sob nº ___________, com endereço na rua _______________, Bauru-SP, conforme se expõe: Tão somente para efeitos de argumentação, entende o Requerente que os dados fornecidos são suficientes para a concretização da citação do Requerido, nos termos do artigo 319, parágrafo 2º, do Código de Processo Civil. Contudo, caso este não seja o entendimento deste D. Juízo, esclarece o Requerente que as informações complementares “desconhecidas” poderão ser disponibilizadas após o cumprimento positivo do mandado de citação. I- FATOS Como é de conhecimento, hodiernamente presenciamos um fato atípico causado pelo vírus do COVID-19. Entre os abalos causados a nível global, destaca-se principalmente o que tange o meio financeiro. O requerido por sua vez, está incluído nessa parcela prejudicada, o mesmo foi demitido de sua única fonte de renda em virtude do impedimento de funcionamento dos estabelecimentos comerciais a fim de evitar a disseminação do vírus, não tendo outra alternativa paralela para continuar exercendo sua função por ser exclusivamente presencial. Sua esposa, funcionária de restaurante também teve a fonte de renda esgotada devido a demissão pelos mesmos motivos já elencados. Pais de dois filhos absolutamente incapazes, dependentes da renda para subsistência residem em apartamento alugado por contrato firmado com XXXXXX. No montante de R$ 1.000,00 mensais. O mesmo, nunca se queixou dos valores ou inadimpliu com a obrigação, ocorre que devido a situação financeira precária que se encontra, tentou de forma amigável rever os valores com o LEONARDO ALVES N4437J8 locatário a fim de evitar uma relação desproporcional, entretanto foi abruptamente ameaçado de despejo em caso de não pagamento do valor integral acordado. II – DO DIREITO 1 - DO CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR Institui o Código Civil: Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. A pandemia causada pelo vírus não poderia ter sido prevista ou sequer evitada por qualquer indivíduo, as medidas adotadas após a disseminação são para controle de contágio. O requerido por sua vez nada pode fazer, uma vez que seu trabalho estava incluso em setor não essencial, sendo privado de seu livre exercício. 2 - DA ONEROSIDADE EXCESSIVA A onerosidade excessiva é um estado contratual que ocorre quando acontecimentos supervenientes, extraordinários e imprevisíveis provoquem mudanças na situação refletindo diretamente sobre a prestação devida, tornando assim excessivamente onerosa para o devedor, enquanto a outra parte obtém benefício exagerado. Assim como se segue Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. Cabe ao locatário a comprovação em provas concretas do impacto financeiro gerado pelo período mensal e anual com a redução do aluguel contratado, assim como o requerente apresentou nos documentos acostados no anexo X os gastos essenciais que possui e renda limitada própria e dos demais membros de sua família. Como decidiu a 4ª turma cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, sob o n° 0711104- 78.2020.8.07.0000 ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - A: CLEBER MONTEIRO CRUVINEL JUNIOR. Adv (s).: MG135060 - RENAN BISINOTO CRUVINEL. R: EMILLY CRISTINA ARAUJO DE OLIVEIRA. Adv (s).: Nao Consta Advogado. AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. DEFERIMENTO. PANDEMIA. COVID 19. REVISÃO ALUGUEL. REDUÇÃO DA MENSALIDADE. DEVIDA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. AGRAVO INTERNO PREJUDICADO. 1. A concessão da assistência gratuita à pessoa natural, consoante o novo ordenamento processual, exige, tão somente, a declaração de hipossuficiência, cuja veracidade é presumida, nos termos do artigo 99, § 3º LEONARDO ALVES N4437J8 do Código de Processo Civil. Apenas na hipótese de existir elementos que permitam afastar essa presunção, caberia ao magistrado indeferir o benefício. 2. Diante da realidade que se apresenta em razão da pandemia de Covid 19, estando o imóvel locado temporariamente impedido de funcionar ou sob restrição no seu atendimento, com o comprometimento da sua destinação, é cabível a revisão das balizas das condições contratuais iniciais, ainda que por período passageiro, de modo a não precipitar a própria resolução do contrato, mas preservar sua função social e o exercício da atividade econômica pelo locador mais à frente. 3. A redução do aluguel deve ser suficiente para viabilizar a manutenção do negócio e preservar o interesse do locador. Em especial que, ao final do período de restrição, possa voltar a funcionar gerando riqueza, preservando os empregos e cumprindo sua função social, assim como garantir a justa remuneração do proprietário pelo uso da coisa por terceiro. 4. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. III - DOS PEDIDOS Ocorre vossa excelência que a parte vem por meio dessa solicitar apreciação de acordo nos seguintes moldes: - Reajuste do aluguel no período de um ano para o valor de R$ 500,00, ou então aquele que for fixado judicialmente, retomando o pagamento integral com o cessar do período de um ano. - O requerente se compromete a comprovar nos autos do processo em caso de ser empregado novamente para atualização do reajuste ou a depender da condição financeira, retomar os pagamentos no valor inicial antes do prazo solicitado - Solicita amparo judicial a fim de evitar situações de despejo ou atos degradantes gerados pelo inquilino conforme o Projeto de Lei 1.179/2020 aprovado pela câmara dos deputados. Termos em que, Pede e Espera Deferimento. BAURU-SP, 17 de Novembro de 2020. LEONARDO ALVES N4437J8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/processos/271626594/processo-n-0711104- 7820208070000-do-tjdf. Acesso em 15/11/2020. Disponível em https://www.conjur.com.br/2020-jul-20/direito-civil-atual-jurisprudencia-tj-sp- revisao-locacoes-nao-residenciais. Aceso em 15/11/2020. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/875917574/edcl-no-agravo-em- recurso-especial-edcl-no-aresp-1470402-sp-2019-0077266-6/decisao-monocratica-875917594. Acesso em 17/11/2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-jul-20/direito-civil-atual-jurisprudencia-tj-sp- revisao-locacoes-nao-residenciais. Acesso em 16/11/2020. Disponível em: https://oabcampinas.org.br/da-possibilidade-de-revisao-dos-contratos-de- locacao-em-razao-da-pandemia-de-covid-19/. Acesso em 16/11/2020. Agravode instrumento n° 0707479-36.2020.8.07.0000, publicado na Página 286 do Diário de Justiça do Distrito Federal (DJDF) de 5 de Novembro de 2020.
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