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CASO I EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ – RJ ASTOLFO LINDOLFO, empresário, (estado civil), portador da cédula de identidade RG n. (...), inscrito no CPF/MF sob n. (...), usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado em Macaé-RJ, em (endereço), vem, por seu advogado infra-assinado, com endereço em (endereço), respeitosamente, perante V. Exa., propor a presente AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face da CONCESSIONÁRIA “MERCEDES”, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ (número), usuária do endereço eletrônico (e-mail), com sede em (endereço), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DOS FATOS O autor firmou contrato de compra e venda de um carro 0km, chamado “Mercedão do Bem”, pelo valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), na concessionária “Mercedes”, localizada na área central de Macaé. A princípio, o carro não apresentou nenhum defeito. Ocorre que, no terceiro mês, Astolfo sentiu uma dificuldade para dirigir, pois os pedais do carro, às vezes, emperravam. Ou seja, após apertar o pedal, nem sempre eles retornavam para a posição original, o que gerava uma insegurança e até mesmo um risco na direção do carro. Por conseguinte, considerando que o carro era 0km e ainda estava na garantia, Astolfo retornou à concessionária “Mercedes” para relatar o ocorrido e exigir o devido conserto do veículo. A concessionária realmente verificou o defeito, porém explicou que não tinha em seu estoque as peças necessárias para o conserto do carro e mencionou que Astolfo deveria então esperar as peças chegarem para que, posteriormente, fosse realizado o conserto do bem. Passados alguns meses, a concessionária não deu nenhuma resposta à Astolfo, que, então, resolveu ir, pessoalmente, à concessionária. Lá foi informado que não havia previsão para a chegada das peças, que não poderiam fornecer uma data certa para o conserto do carro e que Astolfo deveria continuar esperando. Diante disso, o autor sentiu-se completamente aborrecido, afinal, havia comprado um carro 0km por um alto valor e, agora, não se sente seguro para continuar utilizando o automóvel. II – DO DIREITO Tendo em vista os fatos expostos, claro está que o caso envolve uma relação de consumo, devendo ser aplicado o Código de Defesa do Consumidor, uma vez que as partes enquadram-se nos conceitos de consumidor e fornecedor, conforme dispõem os arts. 2º e 3º do CDC, sendo o autor consumidor final e a ré a comerciante do veículo. Ao analisar o caso, verifica-se a ocorrência de vício oculto, haja vista que só se manifestou após certo tempo de uso, sendo difícil sua constatação pelo consumidor no momento da aquisição do bem. Assim, aplica-se à situação o art. 18 do CDC, que trata da responsabilidade pelo vício do produto, nos seguintes termos: Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. §1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. Como dito anteriormente, Astolfo foi até a concessionária para solicitar a substituição da parte viciada, conforme lhe assegura a parte final do caput do artigo acima mencionado, contudo, a concessionária - apesar de ter reconhecido o vício - não resolveu a situação, não providenciando peças novas para o conserto do carro e deixando Astolfo sem saber se e quando o conserto ocorreria. Além disso, conforme narrado, a concessionária deixou a parte autora sem solução por diversos meses, violando o prazo de 30 dias assegurados pela lei consumerista para a substituição das partes viciadas. Nesse sentido, surge para o autor o direito de optar pela restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada. As opções judiciais a que tem direito o consumidor nos casos de vícios do produto constam dos arts. 18 e 19 da Lei 8.078/1990. Como reconheceu recente julgado do Superior Tribunal de Justiça, trata-se de efetivas opções do consumidor, que tem o direito de escolher a melhor alternativa para reparar o vício no produto, de acordo com os seus interesses (STJ – REsp 1.634.851/RJ – Terceira Turma – Rel. Min. Nancy Andrighi – j. 24.12.2017). Nesse sentido: “o art. 18, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor confere ao consumidor, nas hipóteses de constatação de vício que torne o bem adquirido inadequado ao uso a que se destina, três alternativas, dentre as quais, a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. Acolhida a pretensão redibitória, rescinde-se o contrato de compra e venda, retornando as partes à situação anterior à sua celebração (‘status quo ante’), sendo uma das consequências automáticas da sentença a sua eficácia restitutória, com a restituição atualizada do preço pelo vendedor e devolução da coisa adquirida pelo comprador. (...) (STJ – REsp 1.823.284/SP – Terceira Turma – Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino – j. 13.10.2020 – DJe 15.10.2020) A solução, assim, é pela resolução do negócio celebrado, com a devolução do valor pago (R$ 150.000,00 - cento e cinquenta mil reais) devidamente atualizados. Ademais, houve evidentes danos morais, tendo em vista que o autor passou por um enorme transtorno ao tentar solicitar o conserto junto à concessionária, além de ter ficado irresignado e com enorme insegurança - considerando que a situação poderia causar um acidente - para utilizar o veículo que havia adquirido por um enorme valor. Muitos foram os transtornos: (i) a falta de informação adequada por parte da concessionária; (ii) o atraso injustificável para o conserto e para a obtenção das peças necessárias; (iii) o grande lapso temporal de espera em que a concessionária submeteu o autor e (iv) a insegurança causada no autor para dirigir seu veículo. Ressalta-se que, ao se adquirir um veículo novo, o que o consumidor espera é poder desfrutar do bem com segurança e conforto, o que indubitavelmente não ocorre no caso apresentado. A propósito, um dos motivos de adquirir um veículo zero km era justamente o de não se incomodar, ou seja, ter a certeza que o bem não iria apresentar problemas. Nesse contexto, a aquisição de um automóvel zero quilômetro é motivo de satisfação e felicidade, representando, muitas vezes, a realização de um sonho e, por isso, configura dano moral a frustração do adquirente motivada pela impossibilidade de plena fruição do bem em razão de defeitos de fabricação. Dito isso, configurado o dano moral, é cabível a reparação, e os dissabores experimentados pelo autor devem ser indenizados pela ré, nos termos da Constituição Federal (art. 5º, V e X), do Código Civil (art. 186) e do Código de Defesa do Consumidor (art. 6º, VI e VII). Por essa razão, requer a fixação do montante de R$ 10.000,00 (cinquenta mil reais) a título de indenização por danos morais, mostrando-se tal valor razoável para reparar minimamente o autor. Por fim, em atenção ao art. 319, VII, do CPC, e demais dispositivos cabíveis, o autor manifesta seu desinteresse na realização de sessão de conciliação. III – DO PEDIDO Em face do exposto, requer o autor à V. Exa.: a) o reconhecimento da total procedência do pedido, com a rescisão do contrato de compra e venda em questão, e a consequente condenação da parte requerida a restituir a parte requerente o valor de R$ 150.000,00 (centoe cinquenta mil reais), devidamente atualizado e corrigido; b) a condenação da requerida ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de indenização por danos morais; c) a citação da parte ré, na pessoa de seu representante legal ou pessoa com poderes para receber citação, para que, querendo, apresente resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia; d) a condenação da ré ao pagamento das custas judiciais e honorários sucumbencais, no montante de 20⁒ sobre o valor da causa. Por fim, requer provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente por documentos, prova oral, pericial e o que mais se fizer necessário ao deslinde do presente feito. Dá-se à causa o valor de R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais). Termos em que pede deferimento. Cidade, data. Advogado, OAB. CASO II EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO – RJ JOÃO PAULO, profissão, (estado civil), portador da cédula de identidade RG n. (...), inscrito no CPF/MF sob n. (...), usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na cidade do Rio de Janeiro, em (endereço), vem, por seu advogado infra-assinado, com endereço em (endereço), respeitosamente, perante V. Exa., propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face do BANCO XYZ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ (número), usuária do endereço eletrônico (e-mail), com sede em (endereço), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DOS FATOS O autor, ao tentar comprar um eletrodoméstico, foi informado pelo estabelecimento vendedor que não seria possível aceitar o pagamento financiado, em virtude de uma negativação de seu nome junto aos cadastros restritivos de crédito pelo Banco XYZ, sediado no Rio de Janeiro. Ao saber disso, João Paulo ficou surpreso, tendo em vista que nunca contratou com tal banco. Diante do ocorrido, João Paulo buscou informações e verificou que a dívida, origem da negativação, era referente a um contrato de empréstimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais) que ele nunca celebrou, sendo, portanto, fruto de alguma fraude com seu nome. A partir desta situação, a parte autora dirigiu-se ao banco, pedindo a imediata exclusão de seu nome do cadastro restritivo de crédito, o que foi negado pelo Banco XYZ. II – DO DIREITO Inicialmente, ressalta-se que é indispensável apresentar os fatos ao pronunciamento do Judiciário, para que seja declarada, de forma expressa, a inexistência do débito, conforme estabelece a norma contida no artigo 19, I, do Código de Processo Civil brasileiro: “O interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica.” Ao analisar os fatos expostos, resta claro que o autor foi vítima de alguma fraude com seu nome e seus dados, sendo prejudicado com seu nome inscrito indevidamente nos cadastros de restrição ao crédito e vindo a ser, posteriormente, impedido de realizar a compra de um bem. Assim, é patente a inexistência do débito contra o demandante, cujo pagamento dele não pode ser exigido, sendo de rigor o reconhecimento do seu direito à respectiva indenização, conforme será mostrado oportunamente. Além disso, ressalta-se que o Banco XYZ não tomou as precauções necessárias à constatação da veracidade dos documentos a si apresentados, vindo a conceder empréstimo a terceiro desconhecido. Ou seja, danos foram causados ao autor por conta da atitude irresponsável do banco, uma vez que impediu que João Paulo fizesse compras no comércio local, tendo seu crédito recusado, justamente pela existência de uma suposta dívida de sua responsabilidade. A jurisprudência pátria deixa clara a responsabilidade dos bancos nesses casos, como se observa abaixo: Ação de indenização - Celebração de contrato por terceiro falsário - Responsabilidade do banco pelo fato - Quantum indenizatório - Em razão do próprio risco profissional assumido pelas instituições financeiras elas devem responder pelos prejuízos causados em razão da contratação feita por terceiro de má-fé, que utiliza dados pertencentes ao autor. A simples inclusão indevida do nome da pessoa em órgão de proteção ao crédito já é suficiente para caracterizar o dano moral. A fixação do valor devido a título de indenização por danos morais deve se dar com prudente arbítrio, para que não haja enriquecimento à custa do empobrecimento alheio, mas também para que o valor não seja irrisório”. (Ac. 9.ª Câm. Cív. do TJMG, na Ap. Cív. 1.0145.060511-5/001, j. 09-08-11). Menciona-se, também, a súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça: “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.” A hipótese deve, ainda, ser enquadrada como abuso de direito (art. 187 do Código Civil) e, nesse sentido, conforme menciona Flávio Tartuce, “se a dívida inexiste e a inscrição é feita, presente está o exercício irregular do direito de crédito. Consigne-se que várias decisões jurisprudenciais aplicam corretamente o conceito de abuso de direito em casos tais.” (TARTUCE, 2021. p. 411) A configuração da hipótese como abuso de direito serve para reforçar a responsabilidade objetiva ou sem culpa no caso de inscrição indevida, além da incidência de vários preceitos do CDC. A propósito da natureza dessa responsabilização, na VI Jornada de Direito Civil (2013), aprovou-se o Enunciado n. 553 do CJF/STJ, in verbis: “nas ações de responsabilidade civil por cadastramento indevido nos registros de devedores inadimplentes realizados por instituições financeiras, a responsabilidade civil é objetiva”. Convém trazer à baila, também, a súmula 359 do STJ, que assim dispõe: “Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição.” Apesar de ser entendimento pacífico - conforme súmula - de que o devedor deve ser notificado antes da inscrição, percebe-se que, no presente caso, isto não ocorreu, sendo este mais um argumento que demonstra ser realmente indevida a inscrição. Nessa toada, Tartuce ensina que “a inscrição indevida não está caracterizada somente nas hipóteses em que a dívida inexiste ou é inválida, mas também quando não há a comunicação prévia por parte do órgão que mantém o cadastro, em desrespeito à citada Súmula 359 do STJ.” Dessa forma, pode-se dizer que a inscrição indevida está presente sempre que não houver um justo motivo ou fundamento como alicerce da atuação. Outrossim, em todos os casos, como os cadastros de consumidores lidam como o nome, direito da personalidade com proteção fundamental, é correto entender que os danos imateriais presentes são presumidos ou in re ipsa. Nesse sentido, é possível encontrar diversos julgados do STJ, como o seguinte: “Agravo regimental no agravo de instrumento. Fundamentos insuficientes para reformar a decisão agravada. Danos morais. Inscrição indevida em cadastros restritivos de crédito. Caracterização in re ipsa dos danos. Valor irrisório. Majoração. Possibilidade. 1. A agravante não trouxe argumentos novos capazes de infirmar os fundamentos que alicerçaram a decisão agravada, razão que enseja a negativa de provimento ao agravo regimental. 2. Consoante entendimento consolidado desta Corte Superior, nos casos de inscrição indevida em cadastros de inadimplentes, os danos caracterizam-se in re ipsa, isto é, são presumidos, prescindem de prova (Precedente: REsp 1059663/MS – Rel. Min. Nancy Andrighi – DJe 17.12.2008). 3. Na via especial, somente se admite a revisão do valor fixado pelas instâncias de ampla cognição, a título de indenização por danos morais, quando estes se revelem nitidamente ínfimos ou exacerbados, extrapolando, assim, os limites da razoabilidade. Na hipótese dos autos, o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), fixado pelo Tribunal de origem, apresenta-se nitidamente irrisório,justificando a excepcional intervenção desta Corte Superior. Quantum majorado para R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais), montante que se mostra mais adequado para confortar moralmente a ofendida e desestimular a empresa ofensora de práticas desta natureza. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (STJ – AgRg no Ag 1.152.175/RJ – Terceira Turma – Rel. Des. Conv. Vasco Della Giustina – j. 03.05.2011 – DJe 11.05.2011). A questão se consolidou de tal forma que passou a compor a ferramenta Jurisprudência em Teses, do Tribunal da Cidadania (Edição 59). Os casos de fraude, como o do caso concreto, também ensejam responsabilidade objetiva dos Bancos, sendo a jurisprudência no seguinte sentido: “APELAÇÃO. Recurso interposto pelo réu. Ação declaratória de inexistência de débito e indenização por danos morais. Negativação indevida. Contratação não comprovada pela instituição financeira. Realização de perícia grafotécnica que concluiu pela divergência entre a assinatura do autor e a aposta no contrato relacionado ao débito questionado por ele. Fraude perpetrada por terceiro que não afasta a responsabilidade do fornecedor, à luz do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. Reconhecida a falha na prestação dos serviços pela instituição financeira. Dano moral que dispensa provas. (TJSP; Apelação Cível 1000537-73.2016.8.26.0242; Relator (a): Flávio Cunha da Silva; Órgão Julgador: 38ª Câmara de Direito Privado; Foro de Igarapava - 2ª Vara; Data do Julgamento: 30/01/2019; Data de Registro: 01/02/2019) g.n. Indubitavelmente, feriu-se à honra do autor ver seu nome lançado futilmente e espalhado por todo sistema bancário a falsa informação de inadimplente, que persiste até a presente data, prejudicando seu nome e seu crédito. Dessa maneira, tendo-se em vista que a inclusão do nome do autor no mencionado cadastro negativo, caracteriza, sem dúvida alguma, ato ilícito causador de dano, a ré deverá ser condenada a indenizar o autor, em importância à lesão moral à ele causada. No que tange à tutela de urgência, verifica-se, no presente caso, a necessidade da concessão da mesma para que seja imediatamente desconstituída a negativação em nome do autor, ou ao menos que sejam suspensos seus efeitos, diante do patente periculum in mora e fumus boni juris, nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil. Do contrário, o demandante continuará a ser penalizado com os nefastos efeitos de ter seu nome inscrito em cadastro de inadimplentes, o que certamente não pode ser referendado pelo Poder Judiciário, notadamente diante da situação narrada na presente petição, que dá conta de clara existência de fraude no contrato bancário que ensejou a cobrança e a negativação indevida. Já a verossimilhança e a prova inequívoca do direito pretendido encontram-se respaldadas diante dos documentos que acompanham a exordial. Noutro giro, para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela instituição financeira demandada, é necessária a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Defesa do Consumidor. Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam suficientemente esclarecedores, é necessário que seja determinada a inversão do ônus da prova, por ser um mecanismo necessário e hábil para que se concretize a justiça. Por fim, em atenção ao art. 319, VII, do CPC, e demais dispositivos cabíveis, o autor manifesta seu interesse na realização de sessão de conciliação. III – DO PEDIDO Em face do exposto, requer o autor à V. Exa.: a) o reconhecimento da total procedência do pedido, com a declaração da inexistência do débito, e a consequente determinação para que a parte requerida retire o nome do autor dos cadastros de restrição ao crédito; b) a condenação da requerida ao pagamento de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de indenização por danos morais; c) a citação da parte ré, na pessoa de seu representante legal ou pessoa com poderes para receber citação, para que, querendo, apresente-se à audiência de conciliação ou apresente resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia; d) a concessão da tutela provisória de urgência requerida; e) a determinação da inversão do ônus da prova; f) a condenação da ré ao pagamento das custas judiciais e honorários sucumbencais, no montante de 20⁒ sobre o valor da causa. Por fim, requer provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente por documentos, prova oral, pericial e o que mais se fizer necessário ao deslinde do presente feito. Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Termos em que pede deferimento. Cidade, data. Advogado, OAB. CASO III EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ – RJ PEDRO, (profissão), (estado civil), portador da cédula de identidade RG n. (...), inscrito no CPF/MF sob n. (...), usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado em (endereço), vem, por seu advogado infra-assinado, com endereço em (endereço), respeitosamente, perante V. Exa., propor a presente AÇÃO MONITÓRIA em face de JOÃO DA SILVA, portador do RG n. (...), inscrito no CPF sob o n. (...), usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado em (endereço), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DOS FATOS O autor, Pedro, prestou serviços para João da Silva, e este emitiu, em 13/05/2021, um cheque no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) e entregou a Pedro para o pagamento dos serviços por ele prestados. Ocorre que Pedro se esqueceu de compensar o cheque e, na data de 13/05/2022, resolveu compensar o cheque na “boca do caixa”, tendo recebido a informação do funcionário do banco que não havia saldo suficiente para o pagamento do cheque, sendo-lhe devolvido com carinho no 11 (sem provisão de fundo). Diante do exposto, o autor se viu indignado, motivo pelo qual recorre ao Poder Judiciário para fazer valer seus direitos. II – DO DO DIREITO De acordo com o art. 700 do Código de Processo Civil, a ação monitória tem cabimento quando o credor de quantia certa, de coisa fungível ou de determinado bem móvel, assim como o credor de obrigação de fazer ou não fazer, munido com documento escrito sem eficácia de título executivo, desejar efetuar a cobrança judicial do que lhe é devido. Esta ação, conforme entendimento pacífico da doutrina, tem como exigência básica a existência de prova escrita sem eficácia de título executivo. O cheque é tido como título executivo extrajudicial, nos termos do artigo 784, I, do CPC, contudo, o prazo prescricional para a execução de cheque, emitido na mesma praça de pagamento, é de 6 meses contados, nesse caso, do término do prazo de 30 dias para apresentação. (Lei nº. 7.357/85, art. 33 c/c art. 59). Nesse sentido, ao analisar os fatos narrados, verifica-se que o prazo para a execução dos cheques já se findou, motivo pelo qual se mostra pertinente a ação monitória. Ainda, vale ressaltar o teor da da súmula 299 do STJ, a qual assegura que é admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. Frisa-se que a pretensão de Pedro está devidamente fundamentada nesta petição inicial, uma vez que colacionou-se o cheque prescrito devidamente assinado pelo réu, bem como a prova de que estava sem provisão de fundo, prescindindo da demonstração da causa debendi, consoante jurisprudência: “em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.” (Súmula 531/STJ) É necessário mencionar que a atualização monetária do valor devido, contada a partir do vencimento do título, foi trazida através de demonstrativo contábil em anexo. Ademais, no que tange aos juros moratórios, segundo o STJ, no caso de cheque prescrito não apresentado ao banco para pagamento, devem incidir a partir do primeiro ato do beneficiário tendente à satisfação do crédito, o que pode se dar por protesto, notificação extrajudicial ou pela citação. (REsp 1.768.022) Por fim, considerando o procedimentoespecial da monitória, não é o caso de realização de audiência de conciliação ou mediação. III – DO PEDIDO Em face do exposto, requer o autor à V. Exa.: a) a expedição de mandado monitório, determinando a citação do réu para que realize o pagamento no prazo de 15 (quinze) dias, com a devida atualização do valor, sob pena de conversão em título executivo, nos termos do artigo 701 do CPC; b) a citação do réu para que, caso não realize o pagamento, apresente embargos à monitória; c) na hipótese de o réu oferecer embargos, requer seja deferido ao autor prazo para a apresentação de sua impugnação e eventual produção de provas que se fizerem necessárias, tais como depoimento pessoal do réu sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos, expedição de ofícios, exames etc.; d) ainda, no caso de oposição de embargos, a condenação do réu ao pagamento de custas, honorários advocatícios e demais despesas. Dá-se à causa o valor de R$ XXX (valor atualizado). Termos em que pede deferimento. Cidade, data. Advogado, OAB. Anexo I – Demonstrativo de Débito Atualizado Autor: Pedro Réu: João da Silva Valor principal: R$ 500,00 (quinhentos reais) Valor corrigido: R$ XXX Valor com acréscimo de juros e multa: R$ XXX Valor total: R$ XXX CASO IV EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO - SP ALINE, (profissão), (estado civil), portadora da cédula de identidade RG n. (...), inscrita no CPF/MF sob n. (...), usuária do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliada em São Paulo-SP, em (endereço), vem, por seu advogado infra-assinado, com endereço em (endereço), respeitosamente, perante V. Exa., propor a presente AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C PERDAS E DANOS em face de JOÃO PAULO, inscrito no CPF sob o n. (...), RG n. (...), domiciliado em São Paulo-SP, e NICE, inscrita no CPF sob o n. (...), RG n. (...), domiciliada em São Paulo-SP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DOS FATOS A parte autora, Aline, é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de São Paulo, residindo no imóvel há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, Aline precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se encontrava gravemente doente, com previsão de retornar dois meses depois a São Paulo. A partir disso, Aline comentou a viagem com vários vizinhos, dentre os quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que “olhassem” o imóvel no período. Ocorre que, ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que nele ingressaram para fixar moradia, acreditando que a autora não retornaria a São Paulo. No período, João Paulo e Nice danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Além disso, os ocupantes vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a presente data. II – DO DIREITO São claros os termos do art. 1.210 do Código Civil ao prever expressamente o direito do possuidor a ser restituído em caso de esbulho: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”. Corroborando ainda mais a procedência da presente ação, cabe mencionar o teor do art. 560 do CPC: o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.. No caso em questão, evidente está a presença do esbulho: a autora foi despojada da sua posse injustamente. Além disso, verifica-se que a posse de João Paulo e Nice é de má-fé e injusta, conforme os arts. 1.200 e 1.201 do Código Civil. Nesse sentido, conforme documentação anexa, foi constatado que os requeridos danificaram o imóvel ao instalar antena pirata no telhado, acarretando graves infiltrações em razão de grandes chuvas ocorridas no período, havendo um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Dessa maneira, em razão da posse ilícita que exercem, o que gerou um dano imediato ao patrimônio de Aline, deve haver reparação a título de danos emergentes, nos moldes do art. 1218 do Código Civil, que assim dispõe: “O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.” Outrossim, com base no art. 1.216 do CC, deve haver reparação a título de lucros cessantes, haja vista que os possuidores de má-fé estão auferindo vantagem econômica com a venda de frutos do pomar do imóvel, gerando um prejuízo em torno de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) à autora. A referida disposição legal assevera que “O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.” Assim, sendo o autor o proprietário e legítimo possuidor do imóvel esbulhado, tem o legítimo direito de exercer seu direito para reavê-lo, bem como obter reparação a título de danos emergentes e lucros cessantes. Por fim, em atenção ao art. 319, VII, do CPC, e demais dispositivos cabíveis, o autor manifesta seu desinteresse na realização de sessão de conciliação. III – DA LIMINAR POSSESSÓRIA Diante do exposto, dúvida não há de que o pedido formulado nesta inicial há de ser julgado procedente. Contudo, também cabível a concessão de liminar para desde logo reintegrar o autor na posse. Nos termos do art. 562 do CPC, “estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração (...)”. Assim, considerando que a posse é nova, ou seja, inferior a um ano e um dia (CPC, art. 558), e que o esbulho está cabalmente demonstrado, mister se faz a concessão da liminar sem que se ouça a outra parte. IV – DO PEDIDO Em face do exposto, requer a autora à V. Exa.: a) seja, in limine litis, reintegrado na posse do imóvel, com ou sem audiência de justificação, expedindo-se o competente mandado, autorizando, ademais, o uso de força policial, se necessária, para a desocupação do imóvel; b) a citação dos réus para que, querendo, apresentem resposta no prazo legal, sob pena de sujeitarem-se aos efeitos da revelia; c) a decretação, por fim, da reintegração definitiva do imóvel à posse do autor; d) sejam os réus, ademais, condenados a indenizar os prejuízos que causaram ao imóvel; e) a condenação dos réus ao pagamento de indenização, a título de danos emergentes ocasionados ao telhado do imóvel, no quantum de R$ 6.000,00 (seis mil reais); f) a condenação dos réus ao pagamento de indenização, a título de lucros cessantes que a autora deixou de perceber, no quantum de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais); g) a condenação dos réus ao pagamento dos honorários de sucumbência, nos termos do artigo 85 do CPC. Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), oitiva de testemunhas, perícia técnica e depoimento pessoal dos réus. Dá-se à causa o valor de R$ 225.000,00 (duzentos e vinte e cinco mil reais). Termos em que pede deferimento. Cidade, data. Advogado, OAB. ANEXO I – ROL DE TESTEMUNHAS 1. (Nome), (profissão), (estado civil), (idade), (números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas e de registro de identidade), endereços completos da residência e do local de trabalho). 2. ((Nome), (profissão), (estado civil), (idade), (números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas e de registro de identidade), endereços completos da residência e do local de trabalho). CASO V EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DACOMARCA DE CONDONÓPOLIS - TO NORBERTO DA SILVA, (profissão), (estado civil), portador da cédula de identidade RG n. (...), inscrito no CPF/MF sob n. (...), usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua Cardoso Soares no 42, no bairro de Lírios, na cidade de Condonópolis, no estado de Tocantins, vem, por seu advogado infra-assinado, com endereço em (endereço), respeitosamente, perante V. Exa., propor a presente AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO em face de CÂNDIDO GONÇALVES, inscrito no CPF (número), RG (número), usuário do endereço eletrônico (e-mail), com sede em (endereço), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DOS FATOS Norberto da Silva, pessoa desprovida de qualquer bem material, adquiriu de terceiro, há nove anos e meio, posse de terreno medindo 240m2 em área urbana, onde construiu moradia simples para sua família. O terreno está situado na Rua Cardoso Soares, 42, no bairro de Lírios, na cidade de Condonópolis, no estado de Tocantins. São seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel e, dos fundos, Edgar. A posse é exercida ininterruptamente, de forma mansa e pacífica, sem qualquer oposição. No último ano o bairro passou por um acelerado processo de valorização devido à construção de suntuosos projetos imobiliários. Em razão disso, Norberto tem sido constantemente sondado a se retirar do local, recebendo ofertas de valor insignificante, já que as construtoras alegam que o terreno sequer pertence a ele, pois está registrado em nome de Cândido Gonçalves. Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao contrário, com setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na localidade, demonstra desejo de lá permanecer com seus filhos. Dessa forma, por não ter qualquer documentação oficial que lhe resguarde o direito de propriedade do imóvel, faz-se necessário recorrer ao Poder Judiciário para que seja reconhecida a usucapião especial urbano, uma vez que estão presentes os requisitos, conforme será demonstrado. II – DO DIREITO A ação de usucapião especial urbano tem como escopo, com fundamento nos arts. 183 da Constituição Federal e 1.240 do Código Civil, regularizar a aquisição da propriedade de imóvel situado em área urbana, com metragem igual ou inferior a 250 m2, cuja aquisição se deu pela ocorrência da prescrição aquisitiva, fruto da posse mansa, pacífica e ininterrupta pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos. Seus requisitos objetivos são: animus domini (desejo de ser dono); que o imóvel esteja localizado em área urbana; que sua metragem não ultrapasse 250 m2; que a posse do autor seja igual ou superior a 5 (cinco) anos; que o autor resida no imóvel; que o autor não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. A jurisprudência também é clara quanto aos requisitos mencionados: "APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA URBANA. REQUISITOS. ART. 183, CF. Tratando-se de usucapião extraordinária urbana, e sendo demonstrado pela autora o preenchimento dos requisitos elencados no art. 183 da CF, a saber: possuir como sua área urbana de até 250m², pelo período ininterrupto e sem oposição de 05 anos, utilizando-o para moradia, é de ser declarada a prescrição aquisitiva em seu favor. Ação procedente. Sentença mantida." (TJ/RS - Apelação Cível 70051050011 - Porto Alegre - 19ª Câmara Cível - Julgado em 20/11/2012) No caso de Norberto, conforme se observa na documentação anexa, tais condições ocorrem de forma plena, conforme pode se observar a seguir: a) seu imóvel mede 240 m2 e está situado em área urbana; b) Norberto tem a posse mansa e pacífica há nove anos e meio; c) o imóvel é destinado à moradia de sua família; d) o autor não possui outro imóvel e possui o desejo de ser dono do local onde mora atualmente. Como prova do exercício da posse ao longo dos anos, há farta documentação com contas de consumo e correspondências recebidas no endereço, assim como fotos do local (docs. anexos). Ressalta-se, ainda, que o autor nunca sofreu qualquer tipo de contestação ou impugnação por parte de quem quer que seja, sendo a sua posse, portanto, sem oposição e ininterrupta durante todo esse tempo. Já apresentada as características do imóvel e a os imóveis confinantes e os confrontantes, frisa-se que, conforme os documentos juntados, o autor mantém no imóvel seu domicílio e residência, paga os impostos, água e energia elétrica, fixando não só sua residência, mas também de sua família, fatos que demonstram a existência evidente e inequívoca do animus domini. Dessa forma, Norberto preenche todos os requisitos previstos na legislação, a ensejar aquisição do imóvel por usucapião. Por fim, em atenção ao art. 319, VII, do CPC, e demais dispositivos cabíveis, o autor manifesta seu interesse na realização de sessão de conciliação. III – DO PEDIDO Em face do exposto, requer o autor à V. Exa.: a) a intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito; b) a citação do réu, para que, querendo, ofereçam resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia; c) a citação pessoal dos confinantes, para que, querendo, ofereçam resposta no prazo legal, sob pena de sujeitarem-se aos efeitos da revelia; d) a intimação, por via postal, dos representantes das Fazendas Públicas (Federal, Estadual e Municipal), para que manifestem interesse na causa; e) seja declarado o domínio dos autores sobre o imóvel usucapiendo, conforme descrito na planta e no memorial descritivo anexos, nos termos e para os efeitos legais, expedindo-se o competente mandado para o Cartório de Registro de Imóveis desta Comarca. Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), perícia técnica e oitiva de testemunhas (rol anexo). Dá-se à causa o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Termos em que pede deferimento. Cidade, data. Advogado, OAB. CASO VI EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO-SP PRISCILA, profissão, (estado civil), portadora da cédula de identidade RG n. (...), inscrita no CPF/MF sob n. (...), usuária do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliada em São Paulo-SP, em (endereço), vem, por seu advogado infra-assinado, com endereço em (endereço), respeitosamente, perante V. Exa., propor a presente AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA em face de WAGNER, inscrito no CPF (número), RG n. (...), usuário do endereço eletrônico (e-mail), com sede em (endereço), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DOS FATOS A autora, Priscila, comprou um carro de Wagner por R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais). Para tanto, pagou um sinal no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo sido o restante dividido em nove parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias. As parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando Priscila, por ter sido dispensada de seu emprego, não conseguiu arcar com o valor das duas prestações restantes. Assim, Priscila entrou em contato com Wagner, diretamente, explicando a situação e informando que iria tentar conseguir o valor restante para quitar o débito, tendo Wagner mencionado que a mesma não se preocupasse e que aguardaria o pagamento das parcelas, até o vencimento da última. Tal instrução foi transmitida pelo vendedor à compradora por mensagem de texto. Apesar disso, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, quando Priscila conseguiu um empréstimo com um amigo para quitar as parcelas, ela não conseguiu encontrar Wagner nos endereços onde comumente dava-se a quitação das prestações, a residência ou o local de trabalho de Wagner, ambos na cidade de São Paulo. Ainda, a autora soube, no mesmo dia em que não encontrou Wagner, que estava impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o credor incluiu seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da ausência de pagamento das últimas parcelas. Esperando ver-se livre da restrição,quitando seu débito, Priscila efetuou o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela, em uma agência bancária de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo. Cientificado do depósito, Wagner, no quinto dia após a ciência, recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário. Diante disso, por meio da presente ação, espera-se que, por meio do Poder Judiciário, Priscila obtenha a quitação do seu débito e tenha, de imediato, retirado seu nome do cadastro do SPC. II – DO DIREITO Inicialmente, convém dizer que a presente ação é tempestiva, haja vista que o art. 539, §3º assim dispõe: “Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.” Nesse sentido, verifica-se, nos documentos anexos, o depósito feito pela autora e que existe carta enviada por Wagner recusando o recebimento do valor. Ressalta-se que a presente ação foi proposta dentro do prazo acima referido. Prosseguindo, querendo a extinção de uma obrigação, o devedor, ou qualquer outra pessoa por ele (art. 304, CC), poderá fazer uso da “ação de consignação em pagamento” (art. 335, CC): (a) se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; (b) se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; (c) se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; (d) se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; (e) se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Sendo assim, dada a dificuldade na realização do pagamento, apoia-se a autora no Código de Processo Civil, em seu art. 335, I. Na hipótese dos autos, o réu, imotivadamente, recusou-se a receber o valor depositado no banco por Priscila e, para tanto, valeu-se pura e simplesmente de uma notificação imotivada endereçada ao banco. Tal conduta, certamente, configura a falta de justa causa na recusa do recebimento do pagamento. Nesse sentido, podem ser citados diversos autores e colacionados vários precedentes judiciais. Assim, nos termos da lei civil, a autora tem o direito de pagar a parcela pactuada e ver-se liberada da obrigação. Por tal razão, efetuou o procedimento da consignação extrajudicial previsto no art. 539, § 1º, do CPC, conforme documento anexo. Ressalta o autor a desnecessidade do deferimento de prazo para efetuar o depósito da importância consignada, tendo em vista que já houve sua efetivação em estabelecimento bancário. Diante da negativa imotivada do ré em aceitar o pagamento, incidiu na hipótese o § 3º do art. 539 do CPC, segundo o qual, ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, caberá ao devedor propor em 30 (trinta) dias a presente ação de consignação em pagamento. Dessa maneira, a autora tem o direito de ver declarada a quitação referente às duas últimas parcelas do carro e ser liberada das obrigações. Por fim, em atenção ao art. 319, VII, do CPC, e demais dispositivos cabíveis, a autora manifesta seu desinteresse na realização de sessão de conciliação. III – DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA Em que pese a presente demanda para satisfazer o interesse da requerente, convém salientar que ela não pode esperar pelo provimento jurisdicional, tendo em vista que seu nome encontra-se inscrito no SPC, o que está lhe ocasionando dano, qual seja: está sendo impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária por ter o nome negativado. Com isso, presentes os requisitos previstos no art. 300 e ss do CPC, a concessão da tutela de urgência para que tenha seu nome retirado do referido cadastro restritivo é medida que se impõe, sob pena de ter sérios prejuízos. IV - DO PEDIDO Em face do exposto, requer a autora à V. Exa.: a) seja reconhecida a procedência do pedido da presente ação, declarando-se a quitação da obrigação; b) a citação do réu para levantar os valores depositados, ou, se quiser, apresentar resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia; c) a concessão da tutela de urgência requerida; d) seja o réu condenado nos honorários advocatícios e demais cominações legais. Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), perícia técnica contábil, oitiva de testemunhas e depoimento pessoal do réu. Dá-se à causa o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Termos em que pede deferimento. Cidade, data. Advogado, OAB.
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