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Processos Construtivos

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PROCESSOS 
CONSTRUTIVOS
PROCESSOS 
CONSTRUTIVOS
Processos Construtivos
Ana Paula de Sá Gonçalves 
Eduarda Pereira Barbosa
Ana Paula de Sá Gonçalves 
Eduarda Pereira Barbosa
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
A engenharia, em um sentido amplo, é a aplicação de métodos, criados a partir de 
conhecimentos cientí� cos e empíricos, para a resolução de problemas. Ela é a aplica-
ção da ciência em benefício da sociedade. A engenharia civil, especi� camente, oferece 
diversas possibilidades, e compete ao pro� ssional da área conhecer o máximo que 
puder sobre elas, a � m de orientar seus projetos àquilo que é mais viável.
Diante de um cenário tão vasto, é impossível dominar todos os assuntos, mas é im-
prescindível que o engenheiro civil desenvolva algumas habilidades, como criar, ana-
lisar, � scalizar e gerir, e possua determinados conhecimentos. 
A partir do desenvolvimento dessas competências, ele terá capacidade de acompa-
nhar as constantes mudanças nas tecnologias, nos processos e nos sistemas que en-
volvem a indústria da construção. O mercado é exigente, e um pro� ssional que não dá 
respostas rápidas às demandas acaba sendo excluído.
Visando munir o(a) aluno(a) de alguns desses conhecimentos essenciais e capacitá-
-lo(a) para acompanhar o mercado e desenvolver habilidades, nessa disciplina, iremos 
conhecer os sistemas construtivos convencionais e não convencionais, as diferenças 
entre produtos pré-fabricados e exclusivamente industrializados, sistemas tecnoló-
gicos, gerenciamento e cálculo de processos construtivos, padronização de custos, 
análises de processos construtivos, cálculos de perdas construtivas, curvas de agre-
gação de recursos, entre outros temas.
Capa_formatoA5.indd 1,3 25/03/2021 15:56:14
© Ser Educacional 2021
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Ana Paula de Sá Gonçalves
Eduarda Pereira Barbosa
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_ENGCIV_PROCON_UNID1.indd 2 25/03/2021 14:55:53
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_ENGCIV_PROCON_UNID1.indd 3 25/03/2021 14:55:53
Unidade 1 - Sistemas e materiais construtivos
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 13
Sistemas construtivos convencionais ............................................................................. 14
Concreto armado ............................................................................................................. 16
Alvenaria estrutural ........................................................................................................ 18
Parede de concreto ........................................................................................................ 19
Madeira ............................................................................................................................. 20
Metal .................................................................................................................................. 22
Sistemas construtivos não convencionais ...................................................................... 24
Adobe ou pau a pique ..................................................................................................... 24
Bambu ............................................................................................................................... 26
Container ........................................................................................................................... 27
Produtos pré-fabricados e pré-moldados ........................................................................ 28
Pré-moldados de concreto ............................................................................................ 29
Concreto protendido ....................................................................................................... 31
Pré-moldados e pré-fabricados de madeira ............................................................... 32
Pré-fabricados de metal ................................................................................................. 33
Sintetizando ........................................................................................................................... 34
Referências bibliográficas ................................................................................................. 35
Sumário
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Unidade 2 - Construção industrializada
Objetivos da unidade 38
Industrialização da construção civil 39
Produtos pré-fabricados 41
Produtos pré-industrializados 50
Sistemas de pré-fabricação 55
Breve histórico da pré-fabricação 56
Sistemas pré-fabricados de concreto 58
Sistemas tecnológicos 61
Sistema Camus 62
Sistema Bossert 64
Sintetizando 65
Referências bibliográficas 66
Sumário
SER_ENGCIV_PROCON_UNID1.indd 5 25/03/2021 14:55:53
Sumário
Unidade 3 – Planejamento e gerenciamento na construção civil
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 68
Gerenciamento e planejamento das construções ......................................................... 69
Importância de planejar e gerenciar na construção civil ........................................ 69
Principais ferramentas utilizadas ................................................................................. 73
Curva ABC para a gestão de estoques ........................................................................ 85
Produtividade na construção civil .................................................................................... 87
Fatores que influenciam a produtividade .................................................................... 88
Indicadores de produtividade ....................................................................................... 91
Gestão dos custos construtivos ......................................................................................... 93
Importância do orçamento ............................................................................................ 93
Sintetizando ........................................................................................................................... 95
Referências bibliográficas .................................................................................................96
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Sumário
Unidade 4 - O desperdício na construção civil
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 99
Gestão das perdas construtivas ...................................................................................... 100
Tipos de perdas .............................................................................................................. 100
Cálculo de indicadores de perdas construtivas ....................................................... 104
Construção enxuta (ou lean construction) .................................................................... 107
Produção enxuta (ou lean production) ..................................................................... 108
Conceitos e princípios do lean construction ............................................................ 109
Acompanhamento do desenvolvimento do projeto ..................................................... 112
Curva S de trabalho e curva S de custos .................................................................. 113
Curva S padrão .............................................................................................................. 114
Análise de valor agregado ........................................................................................... 115
Etapas de uma obra ............................................................................................................ 118
Sintetizando ......................................................................................................................... 122
Referências bibliográficas ............................................................................................... 123
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SER_ENGCIV_PROCON_UNID1.indd 8 25/03/2021 14:55:53
A engenharia, em um sentido amplo, é a aplicação de métodos, criados a 
partir de conhecimentos científi cos e empíricos, para a resolução de proble-
mas. Ela é a aplicação da ciência em benefício da sociedade. A engenharia civil, 
especifi camente, oferece diversas possibilidades, e compete ao profi ssional da 
área conhecer o máximo que puder sobre elas, a fi m de orientar seus projetos 
àquilo que é mais viável.
Diante de um cenário tão vasto, é impossível dominar todos os assuntos, 
mas é imprescindível que o engenheiro civil desenvolva algumas habilidades, 
como criar, analisar, fi scalizar e gerir, e possua determinados conhecimentos. 
A partir do desenvolvimento dessas competências, ele terá capacidade de 
acompanhar as constantes mudanças nas tecnologias, nos processos e nos sis-
temas que envolvem a indústria da construção. O mercado é exigente, e um 
profi ssional que não dá respostas rápidas às demandas acaba sendo excluído.
Visando munir o(a) aluno(a) de alguns desses conhecimentos essenciais e 
capacitá-lo(a) para acompanhar o mercado e desenvolver habilidades, nes-
sa disciplina, iremos conhecer os sistemas construtivos convencionais e não 
convencionais, as diferenças entre produtos pré-fabricados e exclusivamente 
industrializados, sistemas tecnológicos, gerenciamento e cálculo de proces-
sos construtivos, padronização de custos, análises de processos construti-
vos, cálculos de perdas construtivas, curvas de agregação de recursos, entre 
outros temas.
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 9
Apresentação
SER_ENGCIV_PROCON_UNID1.indd 9 25/03/2021 14:55:53
A Deus, por ter me capacitado e iluminado. Aos meus pais, Cleuza e Márcio 
(in memorian), pelo incentivo e confi ança. Aos meus irmãos, Leonardo 
e Rodrigo, por me entenderem e apoiarem sempre. Ao meu mentor, 
Carlos Maciel, que me encorajou e estimulou. E à Débora Borges, que me 
descobriu pelo LinkedIn.
A professora Ana Paula de Sá Gon-
çalves é especialista em Segurança do 
Trabalho (2008) e Engenharia Sanitária 
e Ambiental (2004) pela Universidade 
Vale do Aço – UNILESTE. É graduada 
em Engenharia Civil pela Universidade 
Vale do Rio Doce – UNIVALE (1997). 
Atua no setor de construção civil com 
demandas em engenharia e segurança 
do trabalho há mais de 20 anos. Traba-
lhou com atividades operacionais, ten-
do sido responsável pelos processos 
administrativos, logísticos e operacio-
nais envolvidos em projetos, com foco 
principal no escopo e cronograma do 
cliente.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3246405049348754
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 10
A autora
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Dedico este trabalho a Deus, pela vida e forças para trabalhar todos os 
dias. A meus familiares, a todos que incentivaram minha vida acadêmica 
e aos meus alunos, que são a principal fonte de motivação para ser uma 
profi ssional melhor a cada dia.
A professora Eduarda Pereira Barbosa 
é mestra em Engenharia Civil com ênfase 
em Materiais Regionais e Não Convencio-
nais Aplicados a Estruturas e Pavimentos 
pela Universidade Federal do Amazonas 
(UFAM, 2019) e graduada em Engenharia 
Civil pelo Centro Universitário do Norte 
(UniNorte, 2017). Tem experiência como 
professora conteudista para instituições 
de ensino superior e é professora de 
cursos técnicos nas disciplinas de Mate-
riais de Construção; Mecânica dos Solos 
e Pavimentação; Topografi a; Estruturas 
de Concreto; Instalações Elétricas; Ins-
talações Hidrossanitárias; Tecnologia da 
Construção; e Segurança do Trabalho, 
entre outras.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/0366793836548985
A autora
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 11
SER_ENGCIV_PROCON_UNID1.indd 11 25/03/2021 14:55:55
SISTEMAS E 
MATERIAIS 
CONSTRUTIVOS
1
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Aprender sobre sistemas construtivos convencionais;
 Aprender sobre sistemas construtivos não convencionais;
 Diferenciar produtos pré-fabricados dos industrializados.
 Sistemas construtivos conven-
cionais
 Concreto armado
 Alvenaria estrutural
 Parede de concreto
 Madeira
 Metal
 Sistemas construtivos não con-
vencionais
 Adobe ou pau a pique
 Bambu
 Container
 Produtos pré-fabricados e 
pré-moldados
 Pré-moldados de concreto
 Pré-fabricados ou exclusiva-
mente industrializados
 Concreto protendido
 Pré-moldados e pré-fabrica-
dos de madeira
 Pré-fabricados de metal
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 13
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Sistemas construtivos convencionais
 O processo construtivo acontece a partir do conhecimento aplicado e é motiva-
do pela necessidade. Ao longo do tempo, ele evoluiu para atender às novas e mais 
complexas necessidades da sociedade e às necessidades básicas que pediam por 
maior efi ciência. Hoje, já é possível construir uma casa em poucas horas, dependen-
do da tecnologia, dos recursos naturais e do investimento que se têm disponíveis. 
Para melhorar entendermos o que são sistemas construtivos, é importante co-
meçar conceituando processo, sistema e construção:
• Processo: maneira de se fazer alguma coisa, procedimento ou processo de 
criação. Ação contínua e prolongada, que expressa continuidade na realização de 
determinada atividade;
• Sistema: reunião dos elementos que, concretos ou abstratos, interligam-se 
de modo a formar um todo organizado. Também pode signifi car qualquer con-
junto constituído por elementos ou seções que se inter-relacionam, como um 
sistema estrutural;
• Construção: ação de construir, de dar forma a algo, geralmente partindo de um 
plano ou projeto elaborado com antecedência. No caso da edifi cação é uma cons-
trução como a de um complexo de apartamentos.
Sistemas
Basicamente, tudo que está ao nosso redor faz parte de um sistema. Sis-
temas podem assegurar serviços, gerar segurança e garantir estabilidade, por 
exemplo, e podem ser artifi ciais ou naturais.
Quando analisamos alguns dos sistemas conhecidos, observamos que só 
existem sistemas se houverem conjuntos. O sistema construtivo,por exemplo, 
é formado por fundações, pilares, vigas, lajes, vedações e coberturas. 
Um sistema só tem função se todos os seus componentes, elementos ou 
agentes atuarem juntos e sincronizados. Cada um assume sua função, colabora 
com os demais e faz com que o conjunto seja harmônico. 
O sistema construtivo é o tipo de tecnologia e método que serão utiliza-
dos para construção de uma edifi cação. Para cada tipo de método construtivo 
é aplicado uma tecnologia; antes de escolher um dos modelos construtivos, 
como em concreto, em madeira ou em metal, é necessário um estudo a fi m de 
entender qual método é o mais adequado. 
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 14
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A escolha do sistema construtivo é pautada pela análise dos cenários, como 
o projeto arquitetônico e o ambiente. A ponte Vasco da Gama, em Portugal 
(Figura 1), foi construída em concreto armado e atirantada por cabos de aço. 
Devido ao terremoto ocorrido em Lisboa, em 1755, avaliado em 8,7 da es-
cala Richter, a ponte foi construída com capacidade cinco vezes maior do que a 
necessária para suportar o terremoto ocorrido, a fim de resistir a abalos sísmi-
cos e suportar velocidade de ventos de 250 km/h. É inconcebível pensar em um 
sistema construtivo de madeira para um cenário como esse.
Figura 1. Ponte estaiada Vasco da Gama (sistema construtivo de concreto). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 1/10/2020.
Tecnologia
Tecnologia, por definição, é uma técnica ou conjuntos de técnicas que parte 
do domínio sobre um assunto, instrumento ou ofício. A tecnologia surge a par-
tir da necessidade e do desejo de desenvolver uma nova forma de se realizar 
uma tarefa, ou criar algo novo.
Ela não é, necessariamente, algo exclusivo e inédito, mas dá novos signi-
ficados e possibilita novas formas de se executar um serviço, de forma ágil e 
gerando menos resíduos, por exemplo. A tecnologia deve, preferencialmente, 
gerar valor. 
Usar tábuas junto ao barro, em algumas das primeiras construções feitas 
pelos seres humanos, era usar tecnologia. Elas permitiam que o modelo cons-
trutivo tivesse maior estabilidade e possibilitou que as paredes da construção 
fossem mais altas e trincassem menos. 
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 15
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ASSISTA
Uma das mais recentes e interessantes tecnologias usadas na 
construção é das casas feitas com uma estrutura pré-fabricada 
desdobrável. Por conta de um tufão que devastou uma região 
das Filipinas, um grupo de arquitetos e designers criou o projeto 
Casa Borboleta, a fi m de criar residências que atendessem de 
forma rápida e efi ciente aos desabrigados. O projeto produziu 
casas pré-fabricadas que só precisam de 15 minutos e três ou 
quatro pessoas para serem montadas. Veja como funciona a 
tecnologia no vídeo Uma casa desdobrável em 15 minutos - 
hi-tech, postado pelo canal Euronews.
Quando se fala em tecnologia, deve-se pensar em investimento, seja inte-
lectual ou fi nanceiro. Então, sistema construtivo é defi nir qual tecnologia será 
adotada para a construção. Escolhida a tecnologia, escolhem-se os elementos 
(materiais) que serão empregados nessa construção. 
A Figura 2 mostra um sistema construtivo de concreto que usa a tecnologia 
de pré-fabricado:
Figura 2. Sistema construtivo de concreto pré-fabricado. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 1/10/2020.
Concreto armado
A tecnologia mais usual para a construção civil é o armado, um tipo de tec-
nologia que utiliza cinco materiais: areia, brita, cimento, água e aço. 
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 16
SER_ENGCIV_PROCON_UNID1.indd 16 25/03/2021 14:56:34
A parte do concreto é composta de areia, brita, cimento e água, e ele 
se torna armado quando é utilizado aço na estrutura da construção. A 
combinação desses elementos permite ao sistema estrutural do concreto 
armado resistir a compressões e trações. O concreto é resistente a com-
pressões e não resiste bem a trações, e é aí que a ferragem entra, auxi-
liando a resistir às trações, formando uma combinação é quase perfeita. 
O que torna o concreto armado o sistema construtivo mais usual é a 
facilidade na aquisição dos seus materiais, sua empregabilidade na obra 
e facilidade em ser moldado, fatores que o tornam de baixo custo quando 
comparado aos demais. 
Em contrapartida, controlar a qualidade, a quantidade gera-
da de resíduos e ter formas e tamanhos geométricos 
restritos deixam esse sistema em desvantagem 
considerável, dependendo do empreendimento. 
Outro problema com esse modelo construtivo é 
a mão de obra, que geralmente não é qualificada, 
o que leva a vários problemas construtivos, patoló-
gicos e de instabilidade. 
O sistema construtivo em concreto armado é considerado convencio-
nal quando usa elementos, como fundações, pilares, vigas e lajes, todos 
em concreto armado in loco, e cada um desses elementos tem seu papel 
bem definido.
A função da laje é receber cargas de todos os objetos que estão deposi-
tados sobre ela e lançá-las sobre as vigas. As lajes podem servir somente 
de cobertura, caso em que lançam sobre as vigas somente a carga do seu 
próprio peso. 
As vigas recebem cargas das paredes, das lajes, somadas ao seu pró-
prio peso, e as descarregam sobre os pilares. Os pilares lançam todas as 
cargas nas fundações, que, por sua vez, distribuem todas essas cargas re-
cebidas para o solo.
Em um sistema convencional, a retirada de um desses elementos, fina-
lizada a obra, levará ao colapso parcial ou total da edificação. Não existe 
emenda e os reparos, geralmente, são caros. A Figura 3 apresenta um sis-
tema construtivo convencional de concreto armado.
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 17
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Figura 3. Sistema construtivo convencional em concreto armado. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 1/10/2020.
O processo construtivo desse sistema é executado por partes. Primeiro, são 
feitas as fundações, depois, todos os pilares, sobre os quais são feitas as vigas, 
e, por fi m, as lajes. O processo se repete na sequência até que se atinja a altura 
projetada para a edifi cação. 
Concluída a estrutura, executa-se a alvenaria de vedação, esquadrias e facha-
da. Outro processo construtivo bastante executado consiste em erguer a alvena-
ria de vedação junto com estrutura da edifi cação, com o intuito de economizar 
forma de fundos na execução das vigas. Nesse caso, estamos considerando que a 
alvenaria será executada com tijolos cerâmicos ou blocos de concreto. Esse méto-
do não se aplica a fachadas com vidro, por exemplo. 
Como a alvenaria não é considerada estrutural, ela pode sofrer algumas alte-
rações, como abertura ou ampliação de vãos não previstos em projeto. Vale res-
saltar que seguir o projeto é o recomendado, e toda alteração deve ter o consen-
timento dos projetistas.
Alvenaria estrutural
Esse modelo construtivo utiliza a vedação como estrutura ou parte dela. A 
vedação pode ser de bloco de concreto ou de cerâmica, e, dentro das aberturas 
dos blocos, são colocadas as ferragens, formando as vigas e os pilares. A alve-
naria servirá de forma e de estrutura, simultaneamente. A Figura 4 mostra um 
exemplo de alvenaria estrutural.
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 18
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Figura 4. Sistema construtivo convencional em alvenaria estrutural. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 1/10/2020.
O processo construtivo desse sistema é executado de uma vez só, ou seja, ao 
assentar os blocos já se executam as vigas e pilares ao mesmo tempo. Assim, é pra-
ticamente impossível executar aberturas não previstas em projeto. Como as pare-
des são a estrutura da edifi cação, aberturas podem colapsar toda a estrutura. Até 
aberturas para tubulação, que são muito usuais na estrutura de concreto armado 
convencional, fi cam comprometidas nesse sistema. 
As principais vantagens desses sistemas construtivos são a redução de formas, 
a limpeza no canteiro deobras e o menor desperdício de materiais. Como desvanta-
gem, podemos citar a falta de mão de obra especializada (tanto projetistas quanto 
executores), a limitação estética e a necessidade de cumprir à risca o projeto.
Parede de concreto
Esse sistema construtivo vem se destacando em obras residenciais, e vem ganhan-
do espaço em empreendimentos de larga escala, com alta repetitividade de projetos. 
O processo construtivo é executado in loco. Sobre as fundações, constrói-se uma 
parede totalmente de concreto, que assume função de pilar viga ou viga pilar. Sobre 
essa parede de concreto, lança-se a laje, geralmente de concreto armado. A estrutura 
se repete até que chegue na altura defi nida em projeto.
Entre as vantagens do sistema estão a velocidade na execução, o controle 
da qualidade, o cumprimento de prazos e a existência de mão de obra qualifi ca-
da. Entre as desvantagens, destacam-se o consumo de formas, o alto custo no 
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 19
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caso de reformas ou reparos, o não oferecimento de bom isolamento térmico e 
acústico e o fato de a demolição de paredes ser totalmente vedada.
Figura 5. Sistema construtivo convencional em paredes de concreto. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 1/10/2020.
ASSISTA
Veja mais sobre paredes de concreto no vídeo Sistema constru-
tivo parede de concreto, postado pelo canal Tvdaobra. O vídeo 
mostra que o método construtivo foi utilizado para revitalizar o 
Complexo da Penha, no Rio de Janeiro.
Madeira
A madeira é usada em construções há muito tempo e por diversos povos, mui-
tas vezes de forma artesanal. 
Figura 6. Sistema construtivo convencional em madeira. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 1/10/2020.
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 20
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A escolha desse sistema construtivo está, geralmente, ligada a gostos 
particulares, à abundância do material ou ao aspecto cultural. É mais co-
mum encontrarmos construções assim no Sul do Brasil do que no Sudeste, 
por exemplo. É pouco provável encontrar uma edificação de madeira em 
um centro urbano; elas são encontradas com maior frequência na zona 
rural, em bairros estritamente familiares.
Nos EUA e no Canadá, esse sistema é largamente utilizado. Enquanto no Bra-
sil a sua utilização mais comum é para fins residenciais, de no máximo dois pavi-
mentos, nesses outros países, vemos hotéis e edifícios comerciais em madeira. O 
edifício em madeira mais alto do mundo está no Canadá e é comercial.
Assim como o sistema de concreto, o de madeira também é composto por 
pilares, vigas e lajes (assoalhos). A estabilidade da edificação será garantida a 
partir da dimensão das peças e do tipo de madeira. Os esforços cortantes e a 
flambagem serão combatidos pela fibra da madeira; seu corte deve seguir o 
direcionamento onde a fibra apresenta maior desempenho, e há outros ele-
mentos que auxiliam nessa estabilidade, como a utilização de cabos de aço.
A madeira é considerada o melhor material quando falamos de acústica 
e de conforto térmico. Seu aspecto aconchegante e acolhedor é marcante. 
Outra característica bem marcante é o conceito de obra limpa: além de gerar 
pouco resíduo, a execução é ágil e não demanda tempo de cura, como no 
sistema de concreto. 
Sua capacidade de vencer grandes vãos permite maior liberdade para pro-
jetar. Como seu peso específico é baixo, construir com madeira gera uma carga 
menor e, consequentemente, fundações mais leves.
O grande entrave em construir com madeira está ligado à procedência. Para 
construir com madeira, é necessário ter certificação, pois usar madeira sem 
autorização é crime ambiental. No Brasil, as empresas que investem nesse seg-
mento usam peroba-rosa, rosadinho, itaúba, angico-preto, eucalipto e taipa, 
sendo que no Sul do Brasil é muito utilizado o pinho-do-paraná. Outras des-
vantagens para o uso da madeira são a ausência de mão de obra qualificada, a 
manutenção, a conservação e o preço.
O processo construtivo segue os demais sistemas: fundação, pilares, vigas 
e assoalho (piso). Geralmente, em seu fechamento lateral, usa-se a própria ma-
deira, mas ele aceita bem qualquer outra tecnologia de vedação. A cobertura, 
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geralmente, tem estrutura de madeira com telha de cerâmica ou fi brocimento. 
A fi xação das peças é realizada por parafusos e/ou cortes de encaixe. Depen-
dendo do vão, é necessário o travamento por cabos de aço. 
Assim como no sistema de concreto, as edifi cações construídas com ma-
deira podem ser mescladas com o concreto ou com metal. O sistema cons-
trutivo é defi nido pelo gosto pessoal, pelo tempo e pelos custos. O gosto do 
cliente deve ser considerado e cabe ao projetista orientá-lo sobre as vanta-
gens e desvantagens.
Metal
O sistema construtivo metálico, 
assim como os anteriores, é formado 
por fundações, pilares, vigas e lajes. É 
muito comum em prédios comerciais, 
tanto verticais quanto horizontais. 
Como esse sistema é muito utilizado 
em fábricas e galpões, ele não é tão 
apreciado para fi ns residenciais. Pes-
soas com gostos contemporâneos 
apreciam mais esse modelo.
O prédio metálico mais famoso é, sem dúvida, o Empire State Building, construí-
do na década de 1930 e considerado, até 1970, o prédio mais alto do mundo.
O que garante resistência ao sistema construtivo metálico é o teor de carbono 
utilizado, que, alinhado ao dimensionamento da estrutura, dá inúmeras possibili-
dades ao arquiteto na criação. Mesmo tendo robustez na estrutura, esse sistema 
construtivo é mais leve do que o de concreto, o que garante fundações mais leves.
As vantagens nesse modelo construtivo são: otimização de espaços, agili-
dade na execução da obra, controle de qualidade, confi abilidade e padrão das 
peças, construção limpa, ambiente de trabalho mais enxuto e cadeia consoli-
dada de reciclagem.
As desvantagens são: falta de mão de obra especializada, falta de conforto 
acústico e custos elevados. Em regiões litorâneas, a corrosão é um fator que 
agrava a escolha desse sistema. 
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Os fechamentos laterais para o modelo construtivo são diversos: vedação 
tradicional com tijolos, vidro, folhas metálicas, placas cimentícias, entre outros. 
Vale ressaltar que o fechamento lateral ou acabamento externo devem ser de-
finidos ainda em projeto.
O processo construtivo metálico se inicia a partir da fixação das peças com 
parafusos ou solda. Dependendo do vão, a estabilidade da estrutura é garan-
tida por cabos de aço.
Esse sistema aceita como pisos: laje de concreto e assoalho de madeira ou me-
tálico. A escolha é feita a partir da carga que incidirá sobre esse pavimento, os 
custos e a acústica, e o piso escolhido deve ser contemplado na fase de projeto.
Figura 7. Sistema construtivo convencional em metal. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 1/10/2020.
Vale destacar que uma construção erguida pelo sistema metálico ou de madeira 
permite reaproveitamento, enquanto na de concreto não há essa possibilidade. As-
sim, escolher esse sistema para canteiros de obras é a melhor opção.
Vimos que, no sistema convencional de construção, a combinação de elementos 
é possível. A decisão de usar mais de um tipo de material depende de custos, do 
projeto arquitetônico, do desejo do cliente e do prazo de entrega.
Algumas combinações não são observadas ou indicadas; pro-
vavelmente, não existirá uma estrutura de madeira com laje de 
concreto, assim como uma estrutura de concreto e piso de 
madeira , pois os esforços, as movimentações e as dilatações 
são distintas entre esses materiais. As patologias que surgirão 
em função dessas combinações não se justificam. 
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Sistemas construtivos não convencionais
Sistemas construtivos não convencionaissão aqueles de uso incomum, e 
que, por vezes, são totalmente artesanais. As construções de pau a pique, de 
bambu, tapumes, adobe e em garrafas PET são alguns dos tipos de sistemas 
não convencionais. 
A escolha do sistema construtivo está ligada a costumes, cultura, poder 
aquisitivo, tipo de edifi cação, tempo de execução, custos e autorizações. Esco-
lher o sistema é a decisão mais importante a ser tomada antes de se iniciar a 
obra, pois uma decisão mal tomada interferirá no custo, no tempo de execução 
da obra e na sua aparência. 
É preciso averiguar a disponibilidade do material que será usado na região 
da construção, assim como se há autorização legal para se realizar um determi-
nado tipo de construção em uma região específi ca.
Mesmo em sistemas não convencionais, a estabilidade é chave, e precisa ser 
garantida desde o solo até a maneira com que se unem os materiais escolhidos.
Adobe ou pau a pique
O modelo construtivo mais antigo ainda existente no Brasil é o pau a pique. 
A maioria dessas edifi cações está localizada em locais de difícil acesso, abri-
gando famílias muito pobres. A chave, nesse caso, é o baixo poder aquisitivo, 
pois essas edifi cações são feitas com elementos que existem no entorno da 
construção e não necessitam e mão de obra qualifi cada. 
Há construções de pau a pique que estão próximas a cidades e que têm 
acesso fácil ao comércio local, por exemplo, mas isso não quer dizer que as 
condições fi nanceiras dos proprietários das construções sejam melhores. Por 
vezes, os municípios não investem em moradia social. Em alguns casos, os mo-
radores nasceram e cresceram em lugares assim, e isso acaba ganhando uma 
importância cultural e de segurança.
O processo construtivo ocorre com as casas, geralmente, sendo fi xadas em 
solo duro, próprio da região. A estrutura pode ser erguida de duas formas, sa-
bendo que para ambas serão usados barro, madeira (como o bambu ou outra 
madeira nativa) e cipó. 
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Primeira forma de se construir
Com o barro úmido, faz-se a primeira camada da edificação e sobre ela co-
locam-se tiras de bambu. A espessura é em torno de 15 cm. Essas camadas se 
repetem até a altura do telhado. Geralmente, são estruturas baixas, em torno 
de 1,9 m de altura. A estabilidade é garantida por meio dos bambus na vertical, 
servindo de pilar, que são amarrados com cipó. Nos cantos, usa-se um bambu 
inteiro, roliço, também na vertical. 
Segunda forma de se construir
Faz-se uma caixa de madeira entrelaçada, que é fixada no chão e preen-
chida com barro ou utilizando chapisco. Neste caso, é necessário ter uma 
tela, que servirá de forma. Utiliza-se folha de bananeira ou de palmeira para 
formar essa tela.
Figura 8. Sistema construtivo não convencional em pau a pique. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 1/10/2020.
É importante se atentar que a segurança acontece devido ao emaranha-
do de madeira combinado com a textura da argila e a boa amarração. Não é 
qualquer argila que tem como propriedade a adesão; essa argila, geralmente, 
é pegajosa, com grãos finos. 
Enquanto nas estruturas de concreto o estribo tem a finalidade de su-
portar o esforço transverso da estrutura, apoiar e manter a armadura longi-
tudinal durante o processo de betonagem, nesse modelo construtivo, o cipó 
é que assumirá essa função. Quanto mais amarras tiver a estrutura, mais 
estável ela ficará. 
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 25
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EXPLICANDO
Estribo é a armadura longitudinal do elemento, viga ou pilar. 
Bambu
A arte de construir com bambu é milenar. Na Ásia, em especial na China, cons-
truir com bambu é tradição. Os chineses têm diversas pontes espetaculares cons-
truídas com bambu, e o Taj Mahal, na Índia, tem sua cúpula construída com bambu. 
Figura 9. Sistema construtivo não convencional em bambu. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 1/10/2020..
Além de ser considerado totalmente ecológico, a velocidade de reprodução 
do bambu é alta e o aproveitamento é total. É um material de valor econômico 
baixo, por isso é muito utilizado no continente africano, onde há muitas regiões 
de condições economicamente desfavorecidas.
No mundo, são encontradas cerca de 1300 espécies de bambu, com cores 
variadas e alturas que podem chegar a 40 metros. O bambu apresenta alta 
resistência mecânica, o que lhe confere propriedade estrutural. Não há concor-
rente no meio vegetal com características tão interessantes quanto o bambu.
O sistema construtivo utilizando bambu segue como os demais: os pilares e 
vigas são feitos com peças de diâmetro maior ou um feixe de bambus com diâ-
metros menores. O piso pode ser esteira ou de bambu roliço, e toda a estrutura 
pode ser amarrada com cipó ou cordas, aparafusada ou com encaixe.
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 26
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Antes de escolher esse sistema, é importante contratar um 
projetista especialista no material e mão de obra 
qualificada para a execução. É imprescindível 
saber onde há fornecedor. As vantagens des-
se sistema são a sua sustentabilidade, a inte-
gração com o meio ambiente e o desempenho 
termoacústico.
As desvantagens são a ausência de mão de obra especializada e a 
falta de oferta do produto, dependendo da região onde será erguida a 
construção. Apesar de ser bem resistente à umidade, o bambu requer 
manutenção e conservação, além de tratamento prévio.
Container
O container utilizado para transportar mercadorias se transformou em 
tendência inovadora de moradia. Muito utilizado como escritório em can-
teiro de obras, é considerado uma excelente alternativa construtiva, pois 
permite montagem e desmontagem rápida, permitindo reutilização.
O container é uma caixa de metal, desmontável e que vem sendo adap-
tado para gostos mais modernos e práticos. Apesar da ideia ter ganhado 
visibilidade nos anos 1990, na Inglaterra, o container já aparecia em am-
bientes como restaurantes, desde 1850, quando algumas pessoas cons-
truíam em vagões de trem, que têm a mesma estrutura. Os arquitetos, ao 
verem os containers abandonados, tiveram a ideia de utilizá-los de forma 
mais estilizada.
As vantagens em usar esse tipo de construção são: obra 
limpa e sustentável, execução rápida, terraplanagem e funda-
ção econômica, baixo custo e durabilidade. 
As desvantagens em escolher essa cons-
trução são: transporte, carregamento 
e descarregamento, falta de mão de 
obra especializada, necessidade de tra-
tamento térmico e acústico e difi culdade 
para conseguir fi nanciamento.
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Figura 10. Sistema construtivo não convencional em container. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 1/10/2020.
Produtos pré-fabricados e pré-moldados
Os produtos pré-moldados e pré-fabricados têm história desde a Segunda 
Guerra Mundial. O surgimento desses sistemas se deu a partir da necessida-
de de vencer grandes vãos, onde a locação de pilares era inviável, onde havia 
a aceleração do processo construtivo e onde o sistema tradicional impactava 
no cotidiano da cidade.
Os produtos pré-moldados são fabricados fora da obra. Não possuem 
controle de qualidade rigoroso, cabendo ao construtor, empresa construtora 
e/ou ao proprietário a inspeção e fi scalização das peças.
Os produtos pré-fabricados, ou também chamados de exclusivamen-
te industrializados, também são construídos fora da obra. O controle de 
qualidade é rigoroso, as etapas de fabricação têm testes de qualidade. O 
processo, como um todo, tem registros, como a data de fabricação e o tipo 
de concreto e de aço usados. Dessa forma, toda a inspeção e fi scalização é 
garantida pela fábrica.
Os produtos pré-moldados e/ou pré-fabricados são encontrados no mer-
cado em concreto, madeira e metal, tanto para estruturas quanto para fecha-
mentos, telhados e acabamentos. 
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Os pré-fabricados de plástico estão surgindo bem timidamente no mer-
cado. Apesar se ser uma tecnologia pouco sustentável, ela pode ser encon-
trada em blocos de plástico reciclável, porém ainda encontra resistência, 
e a maioria dos produtos é utilizada como acabamento, fechamento de 
paredes e telhado.
Pré-moldados de concreto
Os produtos pré-moldados podem ser divididos em dois tipos: com fun-
ção estrutural e sem função estrutural.
Produtos estruturais
As lajes maciças ou treliças e os blocos estruturais são exemplos desses 
produtos. São considerados estruturais por serem um dos elementos do sis-
tema, ou seja, a sustentação ou travamento da estrutura depende deles. A 
laje, como já foi dito, é o elemento que receberá as cargas de pessoas e obje-
tos, e o bloco estrutural assume função de viga e pilar. 
Figura 11. Sistema construtivo pré-moldado (laje moldada). Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 1/10/2020..
Produtos não estruturais
Geralmente são utilizados para fechamento ou vedação, não oferecem re-
sistência à compressão e/ou tração. Mesmo se forem retirados da construção, 
ela não entrará em colapso. 
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Figura 12. Sistema construtivo pré-moldado (bloco de concreto não estrutural). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 1/10/2020.
Figura 13. Sistema construtivo pré-fabricado (laje protendida). Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 1/10/2020.
Pré-fabricados ou exclusivamente industrializados
Os produtos pré-fabricados vêm ganhando espaço na construção civil, 
em especial nos grandes centros. Ainda é um modelo com custo elevado. 
A localização da indústria, o transporte, o carregamento e descarrega-
mento, a mão de obra e o controle de qualidade são alguns dos fatores 
que oneram a sua utilização. 
A questão cultural também é um fator considerável. A carência de pro-
fissionais que dominam o assunto contribui para falta de disseminação 
da tecnologia. 
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 30
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Por usar tecnologia altamente controlada, os produtos pré-fabricados 
oferecem durabilidade, economia, rapidez e limpeza no canteiro. O merca-
do dos pré-fabricados oferta de fundação a acabamento, ou seja, produtos 
estruturais e não estruturais.
Apesar do crescimento dos pré-fabricados para fi ns residenciais, eles 
ainda têm maior utilização em obras comerciais e em instalações urbanas. 
Os pré-fabricados em concreto também se destacam com relação ao uso de 
madeira e de aço. 
A escolha está relacionada a diversos fatores, como a versatilidade. No 
caso do concreto, sua disponibilidade é maior, o que o torna mais acessível 
e com custo menor.
Os produtos pré-fabricados vêm apresentando alta tecnologia, efi ciência 
e beleza, sendo, também, utilizados para fechamento, acabamento e telha-
do. À medida que o uso for empregado em larga escala, a tendência é que 
os custos baixem tornando seu uso acessível.
Concreto protendido
Vamos entender primeiro a diferen-
ça entre concreto armado e protendi-
do? O concreto armado é aquele que 
possui uma estrutura de concreto e 
aço por dentro. O concreto protendido, 
além de possuir concreto e aço no in-
terior, possui cabos de aço tracionados 
e ancorados no próprio concreto. Esses 
cabos de aço proporcionam à estrutura 
um aumento da resistência à tração.
O concreto protendido, existente no Brasil desde o século XIX, começou 
a ser usado a partir da necessidade de vencer grandes vãos. Com essa tec-
nologia, é possível prever uma elevada carga de fl exão, o que para projetos 
estruturais é um ganho altíssimo. 
As estruturas protendidas são utilizadas, em geral, para grandes constru-
ções, como pontes, viadutos, vigas em balanço e lajes com grandes vãos.
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Figura 14. Ponte estaiada com concreto protendido. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 1/10/2020.
As vantagens em escolher essa tecnologia são:
• Redução de esforços cortantes e tensões de tração, possibilitando pe-
ças mais esbeltas;
• Controle e redução de fissurações e deformações, já que a produção 
é totalmente industrializada;
• Maior impermeabilização.
A grande desvantagem é o alto custo de produção, de mão de obra es-
pecializada, de controle tecnológico e de transporte. 
No Brasil, a última obra projetada por Oscar Niemeyer foi o Palácio Ti-
radentes, sede do governo do estado de Minas Gerais, situado em 
Belo Horizonte. O Palácio Tiradentes tem o maior vão 
livre flutuante do mundo. Executado em concreto 
protendido e aço, o prédio é sustentado por tirantes 
metálicos, presos à cobertura, que está sustentada 
por pórticos metálicos.
Pré-moldados e pré-fabricados de madeira
Falar de pré-moldados e pré-fabricados de madeira signifi ca dizer que 
toda a madeira utilizada na construção foi cortada e moldada no formato 
defi nido no projeto. Desta forma, tem-se um tronco circular que será cortado 
em uma peça quadrada ou retangular. 
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Com o bambu não há essa possibilidade. Então, o que torna a madeira um pro-
duto pré-moldado ou pré-fabricado é essa transformação do formato natural.
Ir a uma loja que vende madeira, comprar caibros, ripas, peças que servi-
rão de pilar e vigas, tábuas para o piso e forro não confi gura uma construção 
pré-moldada de madeira. Essas atividades remetem a um sistema construtivo 
convencional de madeira.
A madeira como pré-moldado tem fabricação padrão, só se encontra por 
catálogo e é oferecida ao mercado com tamanho pré-defi nido. Pode-se dizer, 
ainda, que se compra esse material por módulos. 
Já a utilização da madeira como acabamento, fecha-
mento de paredes, piso, janelas e portas apresenta 
uma gama maior de produtos por catálogo. Dessa for-
ma, o projetista tem mais liberdade para criar.
Pré-fabricados de metal
O metal, assim como a madeira, é 
bem limitado quando o assunto é seu 
uso como pré-fabricado. O produto 
tem preço atrativo quando é oferta-
do por catálogo. A indústria defi ne o 
padrão e o projetista apresenta um 
produto praticamente pronto para o 
cliente, sem identidade. Para fecha-
mentos, revestimentos e acabamen-
tos, sua utilidade é fantástica.
O prazo de entrega, canteiro de obra limpo e desperdício quase zero tor-
nam esse produto bastante interessante. Nos grandes centros, sua utilização 
está bastante difundida, mas há muito o que evoluir.
A Figura 15 mostra a estrutura de casa pré-fabrica-
da em metal. Os vãos de portas e janelas são defi ni-
dos pelo fabricante e não pelo projetista, que tem 
a liberdade de defi nir, apenas, quantas aberturas 
quer no vão. 
Figura 15. Estrutura de casa pré-fabricada em metal. Fonte: 
Shutterstock. Acesso em: 1/10/2020.
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Sintetizando
Nessa unidade, vimos as diferenças entre processo, sistema e construção. A 
partir desses conceitos, fica clara a interligação das etapas de uma construção, 
desde a concepção até a execução. 
Conhecemos os sistemas construtivos mais usuais (concreto armado, madeira 
e aço), assim como os sistemas não tão usuais como em pau a pique. Também 
estudamos os sistemas pré-moldados e pré-industrializados. 
A escolha do processo construtivo é extremamente importante. Ela interfere 
no custo da construção, no tempo de execução e na estética do empreendimento.
Destacamos o quanto a tecnologia contribui para a evolução da construção 
civil, sobretudo, por meio de novos materiais e formas de executar projetos. 
É dever do engenheiro civil demonstrar, ao empreendedor, todas as vantagens 
ou desvantagens dos sistemas construtivos disponíveis, conduzindo à escolha da 
forma que melhor atenda ao gosto pessoal do cliente, aos critérios de segurança, 
à estabilidade,à economia, à sustentabilidade e à viabilidade.
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Referências bibliográficas
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min. 00s.). son. color. port. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?-
v=Ena9awWCzxo>. Acesso em: 1 out. 2020.
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 35
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CONSTRUÇÃO 
INDUSTRIALIZADA
2
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Conhecer os principais produtos pré-fabricados de concreto, aço e madeira;
 Conhecer os principais produtos pré-industrializados utilizados nos sistemas 
drywall, light wood frame e light steel frame;
 Compreender o funcionamento dos principais sistemas de pré-fabricação de 
concreto;
 Compreender os conceitos a respeito dos sistemas Camus e Bossert.
 Industrialização da construção 
civil
 Produtos pré-fabricados
 Produtos pré-industrializados
 Sistemas de pré-fabricação
 Breve histórico da pré-fabricação
 Sistemas pré-fabricados de 
concreto
 Sistemas tecnológicos
 Sistema Camus
 Sistema Bossert
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Industrialização da construção civil
 A indústria da construção civil é reconhecida por ainda empregar proces-
sos produtivos considerados artesanais, principalmente quando comparada a 
outras indústrias. Isso é infl uenciado por conta das características das edifi ca-
ções, pois, diferentemente de outras indústrias, o produto fi nal é considerado 
único, pois difi cilmente uma edifi cação é igual a outra. Quando um produto é 
único, são necessários processos específi cos para sua obtenção, o que difi culta 
a produção racionalizada e em série.
Isso se refl ete em uma indústria que apresenta grandes desperdícios e per-
das de materiais, marcada por custos de produção elevados e baixo nível de pla-
nejamento, baixa qualifi cação da mão de obra, baixo desempenho ambiental e 
grande incidência de manifestações patológicas. Em comparação com a constru-
ção civil dos Estados Unidos e Europa, a construção civil brasileira necessita de 
aumentar a sua produtividade, promover inovações e a racionalização e padro-
nização na produção (ABDI, 2015).
Segundo Spadeto (2011), a construção civil tem uma série de características 
relativas a seu processo produtivo:
• Características nômades: difi cultam a repetição e manutenção dos pa-
drões de qualidade, com a difi culdade de manutenção das matérias-primas e 
processos utilizados;
• Os produtos da construção são únicos e difi cilmente ocorrem repetições, 
conforme relatado anteriormente;
• Produção centralizada, na qual o produto é fi xo, e os trabalhadores mo-
vem-se em torno dele; 
• É uma indústria bastante conservadora e resistente a grandes mudanças;
• Uso de mão de obra com pouca qualifi cação e de caráter bastante rotativo;
• Locais de trabalho sujeitos à ação das intempéries, que, muitas vezes, in-
terrompem o andamento das obras;
• Apresentam menor grau de precisão, o que a torna demasiadamente fl exível.
Com o passar dos anos, a construção civil tem buscado empregar processos 
para otimizar sua produção, via industrialização. A industrialização pode ser 
considerada o estágio mais elevado de processos construtivos. É um proces-
so relacionado à fabricação dos componentes em indústrias, montagem nos 
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 38
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canteiros de obras, assemelhando-se a uma linha de produção (ABDI, 2015). 
Envolve o processo produtivo de forma repetitiva, no qual a variabilidade en-
volvida nas construções em que prevalecem técnicas artesanais é substituída 
por ações coordenadas e predeterminadas. A industrialização pode ser alcan-
çada plenamente apenas após as fases de racionalização e mecanização da 
produção. A racionalização está ligada à otimização dos recursos, sejam eles 
financeiros, humanos, materiais ou tecnológicos. Por sua vez a mecanização 
está relacionada à produção em massa das construções (SPADETO, 2011). 
CURIOSIDADE
A evolução da industrialização é dividida em três fases: a primeira está 
relacionada à Revolução Industrial, com o surgimento das máquinas; a se-
gunda fase está relacionada ao ajuste dos mecanismos para a execução 
de tarefas: o ser humano passa relegar as tarefas tidas como repetitivas 
para as máquinas; a terceira fase está relacionada às implicações das 
Guerras Mundiais sobre a sociedade (LEITE, 2015).
O processo de industrialização pode ser classificado em industrialização de 
ciclo aberto e de ciclo fechado.
No ciclo fechado, grande parte das operações construtivas é trans-
ferida para usinas, onde há maior controle da produção e princípios 
organizacionais. Apresenta a desvantagem de permitir 
pouca flexibilidade arquitetônica por conta de sua pa-
dronização, uma vez que quanto maior o grau de pa-
dronização, menores são as possibilidades de modifica-
ção nas linhas de produção.
No ciclo aberto, os componentes produzidos são destinados para o merca-
do, e não apenas para suprir as demandas de uma empresa. Em função dessa 
característica, nesse ciclo, há uma maior flexibilidade de combinação de ele-
mentos produzidos por diferentes fabricantes, o que permite sua utilização em 
projetos diversos.
Sistemas e processos construtivos industrializados permitem a produção 
dos componentes e edificações em maior quantidade, melhor qualidade, me-
lhor controle e menor tempo de construção em comparação com os sistemas 
construtivos convencionais.
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 39
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Produtos pré-fabricados
A utilização de produtos pré-fabricados é uma das formas que a construção 
civil encontrou para buscar a industrialização. Podem ser eles elementos estru-
turais, como lajes, vigas e pilares; ou elementos de vedação, como os painéis e 
elementos para conexões. São produtos produzidos em fábricas especializadas 
com elevados níveis de controle de qualidade. Os mais utilizados nas construções 
são constituídos de concreto, aço e madeira.
Pré-fabricados de concreto 
A indústria da construção civil é caracterizada pela baixa produtividade, gran-
de desperdício de materiais, morosidade e baixo controle de qualidade. A utiliza-
ção de pré-fabricados de concreto é uma forma de amenizar esses fatores. Dessa 
forma, partes da construção são fabricadas fora do canteiro de obras em melho-
res condições e, depois, são transportadas e montadas, como parte do processo 
construtivo. No Brasil, a utilização de produtos pré-fabricados de concreto é su-
jeita a tributação específi ca, o que desestimula seu uso e, consequentemente, o 
processo de industrialização da construção civil. No entanto, esses pré-fabricados 
possibilitam importantes benefícios para construção (EL DEBS, 2017):
• Redução do tempo de construção;
• Melhor controle dos componentes;
• Redução dos desperdícios de materiais de construção.
Os produtos pré-fabricados de concreto são elementos estruturais, como lajes, 
vigas, pilares e painéis de parede. As característicasde cada um desses elementos 
estão listadas nos itens seguintes.
• Lajes: são produzidos quatro tipos de lajes (Figura 1). Cada tipo é indicado 
para vencer um tipo de vão, por exemplo (ALLEN; IANO, 2013):
• Lajes maciças: são indicadas para vencer vãos de menor dimensão, pois, 
para estes, são necessárias lajes de pequena espessura. À medida que o vão a ser ven-
cido aumenta, são necessárias maiores espessuras, o que torna sua utilização inviá-
vel. Isso contribui para o aumento de seu peso próprio por conta do preenchimento 
total de concreto, em que apenas uma parte contribui para a resistência da laje;
• Lajes alveolares: são lajes adequadas para vãos intermediários, pois têm 
vazios longitudinais que substituem o concreto que não contribui para a resistência, 
permitindo o aumento da espessura;
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• Lajes T e duplo T: são indicadas para vãos de grandes dimensões, que 
necessitam de lajes com maiores espessuras. Esses tipos de laje eliminam uma 
parcela maior de concreto sem função estrutural.
Laje maciça Laje alveolar Duplo T T simples
Figura 1. Tipos de lajes pré-fabricadas. Fonte: ALLEN; IANO, 2013, p. 614.
• Vigas: são fabricadas em diversos formatos, como as vigas retangulares, 
vigas L, vigas T invertido e vigas I (Figura 2). As vigas L e T invertido têm saliência 
na parte inferior, que serve de apoio para as lajes;
Para vigas de cobertura empregadas em galpões, onde não há lajes, a viga 
I é a mais indicada. Já para vigas juntamente com lajes, a seção retangular e T 
invertido são as mais indicadas (EL DEBS, 2017).
Quando as vigas são de seção transversal I, podem vencer vãos que vão de 
10 a 40 m. Quando são de seção transversal retangular, podem vencer vãos de 
até 15 m (ABDI, 2015; EL DEBS, 2017).
Viga 
retangular
Viga L Viga T 
invertido 
Viga I
Figura 2. Tipos de vigas pré-fabricadas. Fonte: ALLEN; IANO, 2013, p. 615.
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• Pilares: a seção transversal quadrada e a retangular são as mais usuais 
para pilares pré-fabricados. Podem ocorrer também a seção circular; I; e tipo 
Vierendeel, para usos específicos. Tais seções podem ser maciças ou vazadas 
(Figura 3). As seções I e Vierendeel são mais utilizadas em galpões. A menor di-
mensão de um pilar deve ser de 300 mm, e seu comprimento varia até os 30 m. 
Geralmente, são produzidos com concreto armado, mas é possível a utilização 
do concreto protendido (ALLEN; IANO, 2013; EL DEBS, 2017);
Seção quadrada
Seção quadrada 
vazada
Seção retangular
Seção retangular
vazada
Seção circular
Seção circular
vazada
Seção I 
Tipo 
Vierendeel 
Figura 3. Tipos de pilares pré-fabricados. Fonte: EL DEBS, 2017, p. 16.
• Painéis: são utilizados em paredes portantes, em edifícios de pequeno e 
grande porte – e podem alcançar um ou dois andares. Podem ser elementos 
maciços, vazados, nervurados ou sanduíche, com a utilização de concreto sim-
ples, concreto armado ou concreto protendido.
CONTEXTUALIZANDO
Os elementos de lajes podem, também, ser utilizados como painéis, exer-
cendo duas funções; por exemplo, os painéis vazados correspondem 
aos painéis de lajes alveolares, e, por sua vez, os painéis nervurados 
correspondem aos painéis de lajes T e duplo T. Os painéis são formados 
por duas camadas de concreto intercaladas, com enchimentos que têm 
a função de melhorar o isolamento térmico da edificação (ALLEN; IANO, 
2013; EL DEBS, 2017).
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Os produtos pré-fabricados de concreto citados são mais usais nas constru-
ções. No entanto, elementos como escadas e até mesmo fundações, como as 
sapatas, são produzidos dessa forma, tornando-se mais uma alternativa aos 
elementos usais moldados em obra. 
Pré-fabricados de aço
O aço é um dos materiais mais utilizados na construção civil, e sua versati-
lidade permite que sejam fabricados diversos produtos com diferentes forma-
tos, características e finalidades. Em tempos em que a sustentabilidade deve 
ser levada em conta nas construções, a utilização dos produtos de aço torna-se 
ainda mais importante, pois contribui para a redução de resíduos e para a du-
rabilidade das estruturas. Além disso, em termos de projeto, em função de sua 
resistência mecânica, o aço permite que grandes vãos sejam vencidos, e há 
redução das cargas nas fundações pelo peso próprio reduzido. As principais 
propriedades que justificam utilizar os produtos de aço são (ABDI, 2015):
• Elevada tensão de escoamento;
• Boa soldabilidade;
• Susceptibilidade ao corte;
• Boa trabalhabilidade em operações de furação e dobramento.
Os principais produtos de aço estão destacados a seguir:
• Chapas finas: são chapas de aço com espessura entre 0,3 e 6,0 mm, lar-
gura-padrão entre 1,00 m e 1,50 m e comprimento variando entre 2,0 e 6,0 m, 
para chapas laminadas a quente; e 2,0 e 3,0 m, para chapas laminadas a frio. 
São divididas de acordo com o processo de fabricação (ABDI, 2015; AMBROZE-
WICZ, 2012):
• Chapa fina laminada a quente: obtidas pelo processo de laminação a 
quente, têm espessura entre 1,2 e 6,0 mm e são utilizadas em perfis soldados 
e perfis formados a frio;
• Chapa fina laminada a frio: obtidas pelo processo de laminação a frio, 
têm espessura entre 0,3 e 3,0 mm e são utilizadas em perfis e esquadrias; 
• Chapas grossas: são produzidas pelo processo de laminação a quente e 
têm espessura superior a 6,0 mm; largura-padrão entre 1,0 e 3,80 m; e com-
primento variando entre 6,0 e 12,00 m. As dimensões preferencias são 2,44 de 
largura e 12 m de comprimento. São utilizadas em elementos estruturais, como 
pilares e vigas, para pontes, edifícios etc.; 
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• Perfis: têm seção transformação em formato de letras, como I, H, U e Z. Podem 
ter a seguinte classificação:
• Perfis soldados: obtidos pela soldagem de chapas umas com as outras. 
Isso permite a esses perfis grande versatilidade, pois as combinações de chapas per-
mitem formar diversas espessuras, larguras, alturas e formas que levam à redução 
do seu peso próprio, sendo este um dos fatores positivos para sua larga utilização. 
Têm custo maior de fabricação em relação aos perfis laminados disponíveis no mer-
cado brasileiro;
• Perfis laminados: obtidos pelo processo de laminação a quente em usinas 
siderúrgicas. Não é necessário realizar soldas ou emendas. Os perfis laminados dis-
poníveis no mercado brasileiro têm dimensões pequenas e apresentam característi-
cas geométricas que tornam sua utilização mais restrita na construção, pois podem 
ter abas inclinadas, o que dificulta a execução de ligações;
• Perfis formados a frio: obtidos pela conformação de chapas em tempera-
tura ambiente, por meio de prensa dobradeira ou perfiladeira;
• Telhas: são utilizadas principalmente em coberturas e fechamentos para obras 
industriais, comerciais, residenciais, aeroportos e galpões. Têm desempenho e du-
rabilidade maior que as telhas comuns, além de serem mais leves. 
Outro fator importante está relacionado à oferta de telhas com diferentes for-
matos, espessuras e acabamentos; 
• Steel deck: consiste em elementos de aço galvanizados, perfilados e formados 
a frio, instalados nas lajes (Figura 4). Funcionam como formas permanentes para o 
concreto e como armaduras positivas, nas quais a aderência do concreto é facilitada 
por execução de ranhuras na sua superfície;
Figura 4. Construção com a utilização de steel deck nas lajes. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/12/2020.
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• Parafusos: são os elementos responsáveis por realizar a ligação entre os 
diversos elementos estruturais. Podem ser de aço carbono preto ou galvani-
zados, com porca ou de fenda, com cabeça chata ou redonda. Para ligações 
estruturais,são utilizados o parafuso comum ou o parafuso de alta resistência.
Pré-fabricados de madeira
A madeira é um dos materiais de construção utilizados desde o início da 
história humana. Pode ser utilizada em sua forma natural, ou por meio de pro-
dutos beneficiados. Pode estar presente de forma provisória ou definitiva em 
grande parte das etapas de construção de uma edificação, desde as fundações 
até à cobertura.
CITANDO
Segundo Falcão Bauer (2019), as principais propriedades que justificam a 
utilização da madeira como material para a construção consistem em:
• Alta resistência mecânica;
• Peso próprio reduzido;
• Resistência a choques;
• Boas características de isolamento térmico e absorção acústica;
• Facilidade nas ligações;
• Material renovável.
Uma de suas desvantagens é a heterogeneidade de uma madeira para 
outra, mesmo sendo de mesma espécie. Para amenizar tais desvantagens e 
adequar a madeira para uso na construção, é necessário que seja beneficiada. 
Com relação ao seu grau de beneficiamento, as madeiras são classificadas em 
(AMBROZEWICZ, 2012; ZENID, 2009):
• Madeira roliça: representa o menor grau de beneficiamento da madeira. 
As peças são obtidas por cortes transversais ou até com a ausência de cortes, 
inclusive com as cascas da árvore. Os materiais derivados desse tipo de madei-
ra são utilizados temporariamente em escoramentos de fôrmas, construção de 
andaimes e coberturas;
• Madeira serrada: a madeira é processada em serrarias para a produção 
de peças quadradas e retangulares de menor dimensão que a original. Desse 
tipo de madeira, são derivados produtos como as pranchas, pranchões, blocos, 
tábuas, caibros, vigas, vigotas, sarrafos, pontaletes, ripas e outros produtos;
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• Madeira beneficiada: as peças de madeira originais são usinadas e po-
dem ser submetidas a processos de beneficiamento, como o aplainamento, 
molduramento, torneamento, desempeno, destopamento, recorte, duração, 
ranhurado e outros processos. Para cada um deles, há uma máquina específica 
para realização;
• Madeira em lâminas: as lâminas de madeira são utilizadas, em grande 
parte, na construção de compensados que se destinam ao revestimento de 
divisórias com finalidade decorativa. Na produção das lâminas, são utilizadas 
madeiras de boa qualidade e maior valor comercial;
• Painéis: os painéis de madeira representam uma gama de produtos pré-
-fabricados de madeira com grande utilização na construção civil. Surgem da 
necessidade de amenizar as variações dimensionais a que a madeira é suscetí-
vel, além da redução do peso próprio e manutenção das características isolan-
tes térmicas e acústicas. Em função da sua utilização, ocorrem cada vez mais 
pesquisas nessa área, e, assim, o desenvolvimento tecnológico proporciona o 
surgimento de novos produtos para atender ao mercado nacional e internacio-
nal. A seguir, estão listados os principais tipos de painéis:
• Compensados: são compostos pela associação de várias lâminas de 
madeira unidas (Figura 5) de forma cruzada (90º) umas com as outras, por 
meio de colas ou adesivos, sempre em número ímpar de chapas para que 
sejam estruturalmente balanceadas, pois assim uma compensa a outra e per-
manecem simétricas em relação ao seu eixo central. Essa disposição busca 
equilibrar a rigidez da chapa nas suas duas direções, mantendo sua resis-
tência e contribuindo para a estabilidade dimensional (FALCÃO BAUER, 2019; 
ISAIA, 2017; ZENID, 2009).
Os compensados comercialmente disponíveis podem ser encontrados em 
diversas dimensões padronizadas, sendo as mais comuns: 210 cm x 160 cm; 
275 cm x 122 cm, 220 cm x 122 cm, ou 250 cm x 125 cm, com espessuras en-
tre 4 mm e 35 mm (ISAIA, 2017). Os preços desses produtos variam conforme 
a espécie de madeira empregada, tipo de cola utilizada, números de lâminas 
componentes e qualidade das faces. Cada vez mais, são utilizados compensa-
dos de superfície resinada ou plastificada, pois permitem um número maior 
de reutilizações, especialmente quando utilizados em formas para concreto 
(ISAIA, 2017; ZENID, 2009);
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Figura 5. Chapa de madeira compensada. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/12/2020.
• Chapas de média densidade de fibras (MDF): têm densidade de mas-
sa entre 600 e 800 kg/m³ e são produzidas com fibras de madeira aglutinadas 
por meio de resinas, sob condições, temperatura e pressão determinadas. As-
sim, resultam em chapas maciças de alta qualidade. Vale ressaltar que, nes-
se processo, podem ser incorporados aditivos com o intuito de melhorar as 
propriedades desejadas. As chapas têm superfície plana e lisa, o que permite 
que receba diversos tipos de acabamento, como pintura, envernizamento, re-
vestimento e outros. Isso aumenta a versatilidade do produto e permite seu 
uso em divisórias, forros e outros componentes. As dimensões mais comuns 
no mercado são: 183 cm x 275 cm, com espessuras entre 6 mm e 35 mm (ISAIA, 
2017; ZENID, 2009);
• Chapas duras de fibras (HB): também conhecidas como hardboards, 
são painéis com a densidade superior a 800 kg/m³, obtidos industrialmente 
por processos secos ou úmidos a partir de fibras lignocelulósicas da própria 
madeira. Geralmente, são utilizadas as fibras de eucalipto aglutinadas pela sua 
própria lignina e prensadas a quente por um processo úmido que reativa esse 
aglutinante. Dessa forma, não há a necessidade do uso de resinas e ocorre 
a formação de chapas rígidas de alta densidade (AMBROZEWICZ, 2012; ISAIA, 
2017; ZENID, 2009);
São utilizadas principalmente em portas e revestimento de divisórias. No 
mercado, estão disponíveis em diversas dimensões padronizadas, sendo as 
mais comuns: 122 cm x 244 cm; 122 cm x 275 cm; 170 cm x 244 cm; e 183 cm x 
275 cm, nas espessuras de 2,5 mm a 6 mm (ISAIA, 2017);
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• Chapas de partículas (aglomerado): também conhecidas como 
aglomeradas, são chapas formadas pela aglutinação de partículas de ma-
deira de diversas dimensões, não superiores a 1 cm, com resinas sintéticas 
sob determinadas condições de temperatura e pressão. Em função de seu 
custo inferior em relação aos compensados, parcela significativa da pro-
dução de aglomerados é destinada à construção civil para uso em pisos 
residenciais, divisórias, elementos de escadas, vigamento para telhados e 
outros. Além disso, são partículas estáveis, o que permite o seu corte em 
qualquer direção e seu consequente melhor aproveitamento. No entanto, 
não apresentam resistência à umidade e, por isso, devem ser utilizadas em 
ambientes internos e secos.
São encontrados no mercado nas dimensões mais comuns de: 183 
cm x 220 cm; 183 cm x 275 cm; e 183 cm x 440 cm, com espessuras entre 
8 mm e 30 mm;
• Chapas de partículas de média densidade (MDP): são chapas 
compostas por partículas de madeira aglutinadas por resinas de última 
geração que polimerizam sob determinadas condições de temperatura e 
pressão, dando resistência ao conjunto. As partículas são separadas por 
camadas em que, na parte mais externa, são depositadas as partículas 
mais finas; e, na parte interna, as partículas de maior dimensão. Em com-
paração ao aglomerado e ao MDF, tem maior resistência à compressão e 
ao empenamento, maior estabilidade dimensional e menor absorção de 
umidade (ZENID, 2009);
• Chapas de partículas orientadas (OSB): têm a resistência mecâ-
nica exigida para fins estruturais e são formadas por resinas e camadas de 
partículas ou feixes de fibras orientadas em uma mesma direção, prensa-
dos para consolidar o conjunto. Essas chapas têm três camadas de partí-
culas com orientação alternada de 90º em relação as demais. Isso melho-
ra o comportamento à flexão e melhora a estabilidade dimensional. São 
indicadas para as mesmas utilizações do aglomerado – e comotapumes, 
divisórias, coberturas, formas e escoramentos. Além disso, podem ser uti-
lizadas em ambientes externos, pisos e forros, o que não é muito usual nos 
sistemas construtivos utilizados no Brasil (Figura 6), mas é característica 
do sistema construtivo dos Estados Unidos.
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Figura 6. Residencial construído com paredes externas em painéis. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/12/2020.
Produtos pré-industrializados
A cada ano que passa, torna-se cada vez mais necessária a adoção de siste-
mas construtivos industrializados, uma vez que se exige mais produtividade em 
menor tempo na construção civil. A primeira grande mudança provocada nessa 
realidade está atrelada às funcionalidades dos canteiros de obras, que passaram 
a ter o caráter de grandes espaços de montagem dos produtos industrializados.
CONTEXTUALIZANDO
Os métodos construtivos podem ser classifi cados, de acordo com o grau 
de industrialização, em tradicionais, racionalizados ou industrializados. O 
método tradicional é caracterizado pela baixa mecanização e fragmen-
tação das etapas da obra; o método racionalizado incorpora técnicas de 
planejamento e controle, com o intuito de aumentar a produtividade e 
evitar desperdícios; por sua vez, o método industrializado é caracterizado 
pelo uso intenso de elementos industrializados produzidos em instalações 
fi xas e pelo emprego de técnicas de produção, transporte e montagem dos 
mesmos (SPADETO, 2011).
O uso de produtos industrializados permite maior produtividade – e, como 
maior produtividade na execução das construções, podemos citar os sistemas 
construtivos drywall, light steel frame e light wood frame como aqueles que mais 
utilizam elementos industrializados. Nesta seção, abordaremos esses produtos 
tendo como base os mais utilizados nos sistemas construtivos citados.
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Drywall
O sistema drywall é considerado um sistema industrializado utilizado prin-
cipalmente na execução de vedações internas, forros e revestimentos das edi-
ficações (Figura 7). Teve sua origem nos Estados Unidos em meados de 1894, 
com finalidade de dar proteção às estruturas de madeira, uma vez que são 
grandemente empregadas nos sistemas construtivos do País, que na época, 
sofria com grandes incêndios. No Brasil, o drywall chegou por volta da década 
de 1970, com a fundação da primeira fábrica de chapas de gesso no País, a 
Gypsum Nordeste, localizada em Petrolina (ABDI, 2015).
Figura 7. Construção com o uso do sistema drywall nas paredes e forros. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/12/2020.
São utilizados materiais como:
• Perfis de aço: são fabricados com aços com resistência ao escoamento 
mínima de 230 Mpa (alta resistência) e espessura mínima de 0,50 mm, revesti-
dos com zinco, com intuito de proteger os perfis da corrosão. São conhecidos 
como montantes e guias (Figura 8) e têm furos com dimensões e espaçamentos 
padronizados que permitem a passagem das instalações;
Figura 8. Perfis de aço utilizados no sistema drywall. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/12/2020.
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 50
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• Chapas de gesso: são chapas constituídas por um miolo de gesso 
revestido, em ambos os lados, por lâminas de cartão, especialmente 
desenvolvido para essas finalidades. São os responsáveis 
por conferir resistências mecânicas às placas e propiciam 
uma excelente superfície para acabamentos. Existem 
três tipos de chapas de gesso utilizadas em drywall (Figu-
ra 9), sendo elas (ABDI, 2015):
• Chapa standard (ST): para uso geral;
• Chapa resistente à umidade (RU): tem coloração verde e é indicada 
para áreas molhadas, como cozinhas e banheiros;
• Chapa resistente ao fogo (RF): tem coloração rosa e é indicada para 
áreas que demandam alta resistência ao fogo e rotas de fuga.
Figura 9. Chapas de gesso utilizadas no sistema drywall. Fonte: Shutterstock (Adaptado). Acesso em: 19/12/2020.
• Parafusos: são utilizados parafusos autoperfurantes e autoatarrachantes 
específicos para drywall na fixação de perfis e chapas;
• Tratamento de juntas: são realizados com o uso de fitas e massas espe-
cíficas para drywall, principalmente no encontro com alvenarias, e complemen-
tam a rigidez do sistema para evitar as trincas (ABDI, 2015).
Além desses materiais, podem ser utilizados outros para melhorar o de-
sempenho acústico e térmico dos sistemas drywall, como a lã de rocha e lã de 
vidro, instalados nos espaços entre as chapas e perfis de aço. 
Light wood frame
É considerado um processo industrializado de fabricação de painéis estru-
turais para a montagem de edificações, constituídos de madeira proveniente 
de florestas plantadas (ABDI, 2015). Países como Estados Unidos e Japão desta-
cam-se nesse sistema construtivo. 
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O light wood frame é um sistema construtivo estruturado por peças de madeira 
maciça serrada com fechamento em chapas. Esse sistema apresenta os seguintes 
materiais empregados (BRASIL, 2020a; 2020c):
• Fechamento externo: formados por quadros estruturais com peças de 
madeira maciça serrada, cujo revestimento externo é constituído de chapas 
OSB revestidas por placas cimentícias ou placas de madeira compensada 
tratadas quimicamente;
• Fechamento interno: é constituído de chapas OSB revestidas por placas de 
gesso utilizadas em drywall;
• Entrepiso: são constituídos por quadros estruturais de peças de madeira ser-
rada, revestidos em sua face superior por chapas OSB. Em áreas molhadas, essas 
chapas devem ser substituídas por chapas de madeira maciça ou de compensado, 
devidamente tratadas com fungicidas e inseticidas. Na face inferior, devem ser for-
rados com chapas de gesso e chapas cimentícias em áreas molhadas. Vale ressaltar 
que, na face superior, é construída uma camada de argamassa (contrapiso), com o 
objetivo de regularizar a superfície para que receba o revestimento final, que pode 
ser cerâmico, cimentício, entre outros;
• Cobertura: é constituída por peças de madeira, como as cumeeiras, pontale-
tes, vigas, terças, caibros, ripa e sarrafo, com resistência natural ao ataque de insetos 
ou tratadas quimicamente. 
Além desses produtos, empresas brasileiras têm investido em pesquisas para 
o desenvolvimento de produtos pré-fabricados para serem utilizados nesse siste-
ma, como os painéis prontos apenas para serem montados em casas térreas ou 
sobrados (Figura 10).
Figura 10. Painéis pré-fabricados usados no sistema wood frame. Fonte: BRASIL, 2020b, p. 15.
PROCESSOS CONSTRUTIVOS 52
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Light steel frame
O sistema light steel frame, que consiste em estruturação em perfis de aço galva-
nizado, é indicado para residências familiares térreas ou sobrados, edifícios até oito 
pavimentos, hotéis, clínicas, hospitais, comércios, fachadas e outros usos (ABDI, 2015). 
A seguir, estão relacionados os principais componentes destes sistemas:
• Perfis: nesse sistema, os perfis são obtidos por conformação a frio, e os formatos 
mais utilizados são C e U;
• Vedação externa: são utilizados diversos materiais, sendo os mais usuais as cha-
pas OSB devidamente protegidas contra intempéries, painéis de aço tipo sanduíche 
com isolantes, placas cimentícias;
• Vedação interna: são utilizadas placas de gesso para drywall. Seja qual for o tipo 
de vedação, deve haver o isolamento térmico e acústico das edificações construídas 
com este sistema para atendimento às normas brasileiras; 
• Isolantes termoacústicos: são utilizados materiais como placas ou mantas lã de 
vidro ou a lã de rocha.
CURIOSIDADE
O sistema light steel frame tem três métodos de construção. No método stick, os 
perfis são cortados; e os elementos estruturais, montados no canteiro de obras. Já 
o método modular é caracterizado

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