Buscar

Seguro e resseguro empresarial fgv

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de análise 
Disciplina: Direito do Seguro e 
Resseguro-0421-1_2 
Módulo: Atividade Individual 
Aluno: BRUNNA SIMON VECCHI 
Turma: ONL021LA-PODEMSP11T2 
 
Tarefa: PARECER JURIDICO CASO CONCRETO 
Introdução 
 
Em síntese, uma Construtora denominada de” XPTO “ venceu uma 
licitação e por consequência pactuou um contrato administrativo para a 
construção de uma rodovia interestadual cujo para interligar as Regiões Norte 
e Centro-Oeste dos portos de Santos e do Rio de Janeiro. 
 
A obra, de grande vulto, foi orçada e m 980 milhões de reais, sendo 
necessárias desapropriações antes do início da prestação. O contrato foi 
assinado em 25 d e maio de 2014, com previsão de entrega em 25 de maio 
de 2018. 
O Governo Federal exigiu que a garantia fosse no maior do que o 
valor permitido da Lei 8.666/93, por isso a construtora XPTO ofereceu um seguro 
de garantia com embasamento jurídico pela autarquia federal, SUSEP. 
 
Porém, para a surpresa da seguradora na data de 20 de fevereiro de 
2016, recebeu de notificação do Governo Federal a rescisão do contrato 
administrativo com a Construtora. A rescisão, se deu após processo administrativo 
em face do tomador aplicando-se a aplicação de uma multa à Construtora XPTO 
no valor de 120 milhões de reais 
 
Ante a inércia da Construtora XPTO, o Governo Federal cobrava a 
multa da seguradora, in vocando o seguro garantia para tal fim. 
Esse é o breve relatório. 
 
 
2 
 
 
Desenvolvimento 
 
POSSIBILIDADE APLICAÇÃO DE PRESCRIÇÃO 
A lide trata-se de ação de direito público subjetivo disposta na norma 
Constitucional disposta no Art. 5º, XXXV, na qual dispõe sobre a ocorrência de 
fato danoso a um bem juridicamente tutelado. 
O código Civil já dispõe em seu Art. 189 que: violado o direito, nasce para o 
titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os 
arts. 205 e 206“. Ora, é fidedigno que independente da natureza da ação o seu direito 
deve ser exercido dentro do prazo previsto em lei, pois caso não ocorra, o titular 
perde a pretensão de reparação do direito violado. O direito de ação é uma proteção 
a ordem pública em razão de ser a consolidação do ordenamento jurídico para que 
esse esteja sempre em consonância com o Estado Democrático de Direito. 
 Pois bem, no caso a Seguradora não teve previa notificação pelo 
Segurado (Governo Federal) da existência do processo administrativo em face da 
tomadora do Seguro de garantia (Construtora XPTO ) e da decisão de rescisão 
do contrato entre ambos, o que parece que o segurado agiu dolosamente e optou 
por omitir a informação e por consequente os seus deveres contratuais de informação 
e transparência com a Seguradora. 
Fica evidente que o Segurado omitiu todo o processo administrativo tendo a 
Seguradora tomado conhecimento apenas após a decisão de rescisão contratual e 
consequente pagamento de multa. 
Isso porque, o caso aponta que somente em fevereiro de 2016, ou seja, após 
quase 02 (dois) anos houve a notificação extrajudicial a seguradora para haver o 
valor de 120 (cento e vinte milhões), relativo à multa, em tese pela razão do 
cumprimento do seguro garantia contratado. 
 Em razão da multa aplicada, é de suma importância que a Seguradora 
tivesse dito o conhecimento da data exata que fora proferida a decisão de 
rescisão do contrato entre o segurador e tomador no processo administrativo, para 
que se pudesse verificar se ocorreu prescrição ou não pela norma jurídica vigente. 
 A Circular SUSEP nº 477/ 2013- ramo 0075 esclarece no item 17, do 
Cap. I, das condições gerais - que é aplicado os prazos prescricionais da lei 
quando se trata de seguros garantias. Além da norma especifica, o Código Civil 
Lei 10.4 06 de janeiro de 2002 , em no art . 206, § 1º, II determina que : a 
pretensão do segurado prescreve em 1 (um) ano contra o segurador, e a alínea 
“b”, do referido inciso II, do artigo 206, determina que o prazo de um ano 
começa a contar pela data que o segurado tomou ciência da situação fatídica, 
ou seja, fato gerador do direito atingido. 
 Dos fatos narrados, fica claro que a Seguradora teve conhecimento da 
decisão, apenas quando já havia ocorrido a decisão do Processo administrativo que 
restou a decisão de rescisão e a aplicação de multa pecuniária a construtora. 
 Ora, o fato do Segurado se abster de compartilhar informação de 
extrema relevância, fere o princípio contratual da boa-fé objetiva disposta no Art. 768 
do Código Civil. 
De acordo com a análise e hipóteses do caso é possível afirmar que: 
a) Se por hipótese, a decisão ocorreu na data de 19.02.2015, ou 
anteriormente, a prescrição restara configurada em razão do segurado não 
ter proposto a ação no tempo hábil, decaindo o direito de interposição de 
ação do segurado pela seguradora, seguradora 
b) Caso a decisão do processo tenha sido um ano posterior a data 
do conhecimento pela Seguradora, ou seja, 20 de fevereiro de 2015, não 
 
 
4 
 
haveria prescrição com fulcro no Art. 199, Inciso II do Código Civil. 
Contudo, é possível identificar que mesmo se não tivesse ocorrido a prescrição 
no caso em tela, a Seguradora ainda assim estaria tutelada a negativa de cobertura 
ao Segurado, pois esse deixou de adimplir com os seus deveres e obrigações 
contratuais, ferindo o princípio da boa-fé contratual e ordem publica, além da norma 
jurídica vigente. 
O que ocorre é que houve o agravamento intencional do risco do Sinistro, em 
razão da omissão por parte do Segurado, gerando as penalidades contratuais e 
legislativas, como a isenção da responsabilidade da seguradora e o valor da multa 
fora dos parâmetros legais. 
DA INCORREÇÃO DO VALOR DA MULTA 
Pois bem, o Governo Federal através do processo administrativo imputou a 
Seguradora à aplicação da multa e rescisão contratual por força do texto de artigos 
de lei do art. 86 e 87, da Lei de Licitações a lei de 21 de junho de 1993, tendo 
aplicado ao segurador a multa de R$120.000.000,00 (cento e vinte milhões de reais). 
Mesmo se levar em consideração a hipótese de não aplicação de prescrição 
no caso concreto, existe no ordenamento jurídico e jurisprudência o direito líquido e 
certo no sentido de afastamento da responsabilidade de cobertura por parte da 
seguradora. 
Isso porque, mesmo levando em consideração a remota possibilidade de 
pagamento da multa por parte da Seguradora, como dispõe o art. 86 §2° da lei de 
licitações, é visto que a obra in casu esta prescrita no Art. 6 inciso II c/c 23, inciso I, 
alínea “c” da mesma legislação, pelo fato da obra ter montante acima de 
R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos reais). 
O valor da obra fora o equivalente a R$980.000.000,00 (noventos e oitenta 
milhões) de reais, por isso o enquadramento da obra no texto de lei. 
 
Porém, a lei de licitações que recai sobre o caso concreto, identifica-se ser 
aplicável o art. 56 §3° da lei 8.666: “3o Para obras, serviços e fornecimentos de 
grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, 
demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade 
competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado 
para até dez por cento do valor do contrato. “ 
Dito isso, evidente por simples cálculo matemático que a multa aplicada de 
R$120.000.000,00 (cento e vinte milhões de reais) não deveria ser imputada por estar 
além dos limites previstos no Art. 56§3° da Lei 8.666/93. 
Caso tal valor fosse de fato desprendido ou até mesmo arbitrado poderia gerar 
dano econômico a seguradora e sua consequente instabilidade. 
Sendo assim, caso fosse reconhecidaqualquer legitimidade para que a 
Seguradora realizasse a cobertura, essa deveria ser a multa pecuniária de no 
máximo até 10%(dez) por cento do valor do contrato, ou seja, a importância de 
R$98.000.000,00 (noventa e oito milhões de reais), conforme prevê o artigo de lei. 
Nesse diapasão, o art. 87§21 também preceitua que o Governo Federal 
poderia cobrar da Construtora XPTO a quantia de R$22.000.00,00 (vinte dois milhões 
de reais), caso o pelo fato do valor ser maior do que a garantia prestada. 
AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DA SEGURADORA 
 O princípio da boa-fé é presente em todo o ordenamento jurídico, porém em na 
legislação atual esse esta disposta no Código Cível no artigo 422, seção I do capítulo 
“Disposições Gerais”, do Título V “Dos Contratos em Geral: "os contratantes são 
obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, 
os principios de probidade e boa -fé". Em outras palavras, a Boa-Fé esta 
presente em todos os tipos de contratos, não havendo exceções. 
 
 
6 
 
Ora verdade seja dita que no Direito não há muitas hipóteses em que a norma 
é “ sine qua non”, por essa razão o legislador no contrato de seguro tutelou sobre a 
importância da veracidade e a mais estrita boa-fé objetiva entre o Segurador e o 
Segurado em todos os seus aspectos. 
Fato é que as seguradoras possuem “confiança” nos segurados, pois se caso, 
essas precisassem fiscalizar todos os seus clientes de forma minuciosa acabariam 
tornando os processos ainda mais morosos. 
Fato é que a Seguradora não teve qualquer conhecimento do processo 
administrativo que ocorreu em pelo do Governo Federal e em face da Construtora 
XPTO, tendo descoberto apenas quando esse já havia sido julgado e Governo 
Federal portanto, queria haver a multa de R$120.000.000,00 (Cento e Vinte Milhões 
de Reais). 
Sendo assim, a legislação especifica presente na Circular SUSEP nº 
477/2013, no Capítulo II, Modalidade II, item 4.1, dispõe sobre à necessidade 
de prestação de informações sobre a expectativa de sinistro, devendo o Tomador 
ser imediatamente notificado sobre todos os itens para apurar a possível 
inadimplência (o que não ocorreu no caso concreto), para que seja concedido um 
prazo maior para a regularização da irregularidade identificada para registro da 
Expectativa do Sinistro. 
No caso não há qualquer menção de envio de notificação por parte do 
Segurado sobre o processo administrativo entre as partes e tampouco, decisão de 
aplicação de multa pecuniária. 
Fato é que o Segurado não informou de forma imediata sobre o sinistro, sendo 
a Seguradora notificada apenas após um longo período não podendo ser 
responsabilizada que não havia qualquer conhecimento (processo em andamento). 
Com isso, o Segurado agiu dolosamente e com o expresso descumprimento 
das normas especificas e do princípio da boa-fé objetiva, ao omitir a informação, além 
de ferir o Art. 768 do Código Civil que dispõe do risco de perda do objeto do contrato 
caso agrave a situação intencionalmente, sendo exatamente esse o caso descrito. 
Evidente as obrigações assumidas pela Seguradora, porém existem hipóteses 
que levam a isenção ou à perda da garantia securitária. A responsabilidade da 
Seguradora esta assegurada com a disposição da obrigatoriedade da comunicação 
imediata do sinistro, o que não ocorreu sendo legalmente possivél que a Seguradora 
seja eximida de pagar a multa. 
A Legislação e Jurisprudência vigente dispõe da possibilidade de ocorrer a 
negativa de cobertura, diante do descumprimento das obrigações do segurado não 
devendo a Seguradora arcar com multa pecuniária que não lhe era sabida e não teve 
tempo hábil para defesa. 
Fora apresentado elementos para uma possível tese de defesa para 
Seguradora em possível negociação ou processo judicial. 
Conclusão 
 
Por todo apresentado podemos observar 03(três) teses de defesa para 
Seguradora manter a negativa de cobertura: a prescrição, o valor alto da multa e por 
fim a ausência de responsabilidade. 
 
Primeiramente, a Seguradora não teve conhecimento da data que fora 
prolatada a decisão do processo administrativo, tendo apenas sido notificada pelo 
Governo Federal para pagamento da multa de R$120 milhões (ante a inércia da 
Construtora) em 20.02.2016, não havendo a data exata para avaliação da prescrição 
anual ou não, disposto no Codigo Civil. 
 
Sendo assim, configurada a prescrição ausente o pagamento da cobertura. 
Porém, mesmo com a ausência da primeira defesa é evidente que o Segurado feriu 
os princípios contratuais e obrigações contratuais perdendo o seu direito de garantia. 
Isso porque, fica evidenciada a conduta dolosa e consequente má-fé por parte do 
Segurado ao deixar de comunicar a Seguradora sobre o processo administrativo, e 
 
 
8 
 
ainda, o Governo Federal fora acionar a seguradora ante a demora da construtora no 
pagamento da multa. 
O segurado não pode omitir a informação de expectativa do sinistro, pois 
se assim o faz, contribui intencionamente para o agravamento do risco com dispõe o 
artigo 768 do código civil, havendo a perda da pretensão da garantia. 
 
Mesmo na remota possibilidade do não reconhecimento das teses acima, é 
evidente que a multa cobrada esta acima dos parâmetros estabelecidos na norma 
jurídica específica devendo o valor máximo a importancia máxima de 
R$98.000.000,00 ( noventa e oito milhões de reais) por parte da seguradora. 
Conclui-se assim, que a Seguradora possui grande probalidade de vencer 
um processo judicial. 
 
Referências bibliográficas 
 
CIRCULAR SUSEP Nº 477, DE 30 DE SETE MBRO DE 2013. 
<https://www.editora roncara ti.com.br/v2/Diario -Oficial/Diario-Ofi cial/circular -suse p-
no -477-de- 30092013.html#item2 >. Acesso e m 20/05/2021 – 21:01 
 
CÓDIGO CIVIL – 18 EDICÇAO – 2019 – AASP - Acesso e m 20/05/2021 – 21:06 
 
https://www.aurum.com.br/blog/principio-da-boa-fe/ . Acesso em 21/05/2021 – 06:40 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm Acesso em 21/05/2021 - 06:40 
 
https://www.normaseregras.com/normas-abnt/ Acesso em 21/05/2021 - 06:45

Outros materiais