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Tributario - FGV pos empresarial

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ATIVIDADE INDIVIDUAL 
	Matriz de atividade individual
	Disciplina: Direito Tributário-0821-1_
	Aluno: Brunna Simon Vecchi
	Turma: POS EMPRESARIAL
	Tarefa: Análise – Acordão TJSP
	Decisão judicial selecionada 
	https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1278002022/apelacao-civel-ac-10009495920198260028-sp-1000949-5920198260028/inteiro-teor-1278002045
	Fatos tributários essenciais
	O caso escolhido trata-se de execução fiscal ajuizada pelo município de aparecida em face da empresa REINALDO Takeshi anelli – me referente a cobrança de taxa de fiscalização do exercício de 2011 a 2013 que somam a monta de R$4.063,93, relativo aos exercícios dos anos de 2011 e 2012.
O caso abordado abrange o tema da prescrição disposta no art.150, inciso V do CTN c/c Art.487, II do CPC em razão da prescrição de 05 ANOS, reconhecida de próprio ofício do nobre julgador.
A sentença de primeiro grau julgou parcialmente procedente ação no sentido de extinguir a execução dos anos de 2011 e 2012 em razão da prescrição, sendo legitima apenas a cobrança do ano de 2013 pois essa não se encontrava prescrita.
 contudo, aduz o município em sede de apelação que houve causa interruptiva da prescrição, conforme dispõe o art. 174 IV devendo ser afastada a prescrição conforme os precedentes e legislação do próprio tribunal, devendo, portanto, ocorrer a cobrança do ano de 2011 e 2012.
	Questão relevante
	É possível extrair da sentença de primeiro grau do caso que, a constituição dos créditos tributários referentes aos anos de 2011 e 2012, se deram respectivamente nas datas de 10.11.2011 e 10.11.2012 pois não houve indicação nos autos de que houve indicação para o pagamento do contribuinte.
 Pois bem, ocorre que o município apenas executou a empresa na data de 14.12.2017, ou seja, quando já prescritos, pois o vencimento da taxa de 2011 se deu na data de 10.11.2016 e a de 2012 em 10.11.2017. 
Sendo assim, mesmo que a execução fora executada alguns dias após o vencimento do ano de 2012 (24.11.2017), essa encontrava-se prescrita e por essa razão a CDA e o tributo poderia ser declarado extinto de ofício, pois não houve a propositura da ação por parte do Munícipio da Aparecida, conforme estabelece a sumula 409 do stj.
Isso porque, a prescrição é matéria de ordem publica de forma que essas podem ser arguidas a qualquer tempo, podendo inclusive serem feitas ex ofício pelo juízo julgador, como ocorreu no caso em tela.
Houve apelação interposta pelo município de aparecida, no sentido de que apesar de em tese ter ocorrido a prescrição dos anos de 2011 e 2012 em razão da ingressão tardia da execução fiscal para cobrança da taxa, na verdade, ocorreu uma causa interruptiva da prescrição disposta no art. 174 inciso IV do CTN.
O referido artigo, nada mais é do que o reconhecimento da dívida mesmo que seja feito de forma extrajudicial pelo contribuinte, interrompe a prescrição de 05 (cinco) anos.
Pois bem, ao observarmos o processo podemos identificar que existe um documento assinado pela empresa REINALDO TAKESHI ANELLI, disposto como: “ termo de confissão de dívida” assinado em 05.06.2014, no qual o devedor, ora apelado reconhece as dividas das taxas fiscais dos anos de 2011,2012 e 2013.
Ante o documento apresentado pelo município e conforme o artigo 174, inciso IV do CTN é visto que houve causa interruptiva de prescrição, de forma que, essa é reiniciada por inteiro e de forma imediata, sendo assim, o Apelante requer pela reforma da sentença de primeiro grau que julgou procedente a prescrição ex oficio das taxas dos anos de 2011 e 2012 da empresa.
O Apelado não apresentou contrarrazões.
	Raciocínio jurídico construído na sentença ou no acórdão
	Dos autos é possível extrair que o Apelado apresentou embargos, contudo por negativa geral, ou seja, não trouxe sua tese de defesa necessária para que pudesse ser avaliado a cobrança ou não da taxa.
Conforme se extrai, é visto que a cobrança dos anos de 2011 e 2013 se deu apenas em 24.11.2017, de forma que os anos de 2011 e 2012 estariam prescritos pois passou o prazo de 05(cinco) anos dispostos na norma tributária podendo ser de fato reconhecidos por oficio conforme dispõe a sumula 409 do STJ.
Porém, o munícipio trouxe em sede de apelação um documento de confissão de dívida assinado pelo próprio contribuinte no qual esse reconhece ser devedor dos tributos do ano de 2011 e 2012. O artigo 174, inciso IV, parágrafo único dispõe que a prescrição é interrompida por ato que seja reconhecida o débito pelo contribuinte, ainda que esse seja extrajudicial.
No caso em tela, é visto que o documento assinado se deu de forma extrajudicial, contudo só pelo fato do devedor ter reconhecido a dívida automaticamente a prescrição é interrompida. 
O acordão dispõe ainda que os embargos apresentados em defesa do apelado fora por negativa geral não havendo mais elementos a se discutir.
	Decisão do órgão julgador
	A Decisão do nobre julgador entendeu que ante a prova de interrupção de prescrição dos anos de 2011 e 2012 relativas a cobrança da taxa fiscal da empresa, a apelação interposta deveria ser julgada procedente no sentido de que deveria ser anulada a prescrição de oficio feita pelo juízo a quo, de forma que o município de aparecida poderia dar prosseguimento na cobrança das taxas relativas aos de 2011 E 2012 pois essas não se encontravam-se prescritas, em razão do termo de confissão de divida assinado em 2014, interrompendo a prescrição aludida.
	Princípios constitucionais tributários respeitados ou contrariados na decisão
	Fato é que independente de ter sido reconhecida a interrupção da prescrição, a sentença do juízo a quo diante dos elementos trazidos ao processo agiu em conformidade com norma tributária. Isso porque, o munícipio de aparecida até o julgamento de primeiro grau não havia trazido aos autos qualquer documento ou prova que demonstrasse causa interruptiva da prescrição.
Sendo assim, o juiz de primeiro grau julgou a lide em conformidade com a legislação vigente, pois como explicado supra as prescrições dos anos de 2011 e 2012 se deram em novembro de 2011 e 2012 respetivamente, e a execução fora apenas em 24.11.2017 ( 14 dias após a prescrição do ano de 2012).
Contudo, na apelação o órgão publico anexou aos autos novas provas, sendo esse um documento que comprova que a empresa contribuinte reconheceu a divida extrajudicialmente em junho de 2014, com isso, a prescrição fora interrompida de forma que o ajuizamento da ação em novembro de 2017 encontra-se dentro do prazo legal tendo em vista que ocorreu a interrupção da prescrição no ano de 2014.
Do caso, é possível identificar que ambos os julgadores julgaram em conformidade com a norma e provas do processo. O que ocorreu de fato fora que o município até o primeiro julgamento não havia fornecido qualquer prova que demonstrasse que não ocorrera a prescrição de oficio.
O juiz de primeiro grau julgou de acordo com os elementos trazidos aos autos e ao reconhecer a prescrição de ofício estava de acordo com a norma de ordem publica.
O Munícipio poderia ter evitado que o caso tivesse chegado em sede de apelação se tivesse apresentado o documento de confissão de divida em 1 grau, como isso não ocorreu, apenas em sede de apelação esse conseguiu provar que não deveria ter sido reconhecida a prescrição por ter ocorrido uma causa interruptiva no caso temporal.
	
	
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