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TeoriasClássicas-Carr

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Edward Carr (1892-1982) 
 
Histórico pessoal: 
 Nasceu em 1892, historiador de formação, formação em Cambridge, foi jornalista, 
diplomata, cientista político. Serviu por 20 anos (1916-1936) na Inglaterra como o que 
equivaleria ao cargo de Ministro de Relações Exteriores no Brasil. Largou a diplomacia por 
alguns fatores: um dos fatores foi a insatisfação dele com as políticas implementadas no pós 
guerra. Crítico profundo da formação da Liga das Nações (esteve presente em algumas 
reuniões da Conferência de Paz de Paris). 
 Seu livro se destina a qualquer pessoa que tenha interesse sobre política 
internacional e que seja minimamente esclarecida. Seu livro foi escrito em 1939. De 
1941-1947 ele foi editor chefe do London Times. 
 
Importância acadêmica: 
 Noção de que polítia internacional pode ter uma pretensão científica sem perder 
suas origens de propósito social; história importa, não basta estudos contextualizados, não 
basta estudar as estruturas e instituições de um Estado sem ter uma noção de processo 
histórico. 
 
Primeira e Segunda Parte: 
 O Carr vai identificar alguns rastros do pensamento utópico no mundo medieval. 
Por que isso? Ele vai dizer que no mundo medieval a gente verificava a existência de 
padrões de moralidade, ditos universais, supostamente universais. Ele vai dizer que no 
mundo medieval existiam esses supostos valores de cunho universais, representados pela 
Igreja. 
 Ele vai dizer que os padrões de moralidade, os critérios de certo ou errado, moral ou 
imoral, eram em última instância derivados de Deus. A autoridade divina era o árbitro final 
da moralidade. Neste contexto, portanto, a noção de guerra justa era iminentemente divina. 
 Qual é a forma que vai ser encontrada segundo Carr, no século XVIII, XIX? No 
mundo medieval a base da moraldiade é divina e aos poucos vai se buscando uma base de 
moralidade interna aos próprios individuos, e a moral passa a ser visto como fruto da razão 
humana, da razão individual. Seres humanos racionais são capazes de detectar padrões de 
moralidade. São seres humanos racionais que em função da razão humana são capazes de 
vislumbrar o que é certo e o que é errado. Essa visão segundo ele não é uma visão que se 
torna inédita no mundo moderno, já que na própria Grécia Antiga a gente poderia 
vislumbrar alguns sinais dessa visão, de uma lei natural que brota da razão ou da 
consciência humana. Por exemplo: a Antígona de Sóficles, ela vai desafiar uma ordem do 
estadista (seu tio, Creonte) e ela vai lutar pelo direito de enterrar o seu irmão. Ela vai fazer 
isso a partir da sua consciência do que é certo. Ele vai fazer a partir daquilo que manda seu 
coração, sua razão, independente da ordem do Estado. Nesse sentido, essa ideia da 
Antígona pode ser vista como uma ideia realista, no sentido que adquire nas RI`s? SIM. 
 Dois autores vão ter importância na representação do liberalismo inglês. Jeremy 
Bentham e James Mill. Eles vão de alguma forma transferir essa autoridade para o patamar 
da opinião pública. A racionalidade da opinião pública. O Carr diz que esses dois autores 
liberais tiveram uma influência no pensamento dos utópicos (Wilson). Ele identifica nas 
raízes do pensamento do presdiente Wilson o pensamento liberal do Jeremy Bentah e dos 
James Mill que é discípulo do Benthan. Ele vai falar que os realistas do renascimento (ex: 
Maquiavel) vão questionar isso. A ética deve ser adaptada a política. A autoridade para 
Maquiável passa a vir do príncipe. O credo liberal que vem com Adam Smith e assume sua 
forma institucional com a defesa do livre comércio no século XIX, era a ideia que os 
interesses individuais coincidem com os interesses coletivos e nesse sentido um operário 
em greve estaria contra o interesse britânico e seu proprio interesse. Essa visão se difere da 
visão marxista, porque pro Marx, trabalho e capital, o proletariado e os burgueses, não 
podem ter os mesmo interesses. Ele enfatiza o conflito de interesses. O Marx é crítico do 
liberalismo e da ideia da harmonia natural de interesses. O CARR TAMBÉM. Ambos 
(Marx e Carr) fazem crítica ao liberailsmo, a ideia da harmonia natural de interesses. 
Marxistas e Carr convergem ao identificar a harmonia natural de interesses como o 
discurso, a ideologia, do mais forte, de quem detém o poder. O foco do Carr recai sobre o 
Estado e do Marx sobre as classes sociais. 
 No pós primeira Guerra Mundial quem definia a ordem foram os Estados que 
ganharam que não coincidiam com os interesses do que perderam a guerra. As três bases do 
pensamento do Wilson analisadas pelo Carr são: Bentham, Mill e Adam Smith. O Carr vai 
dizer que as bases de Wilson vão ter um impacto decisivo na política dele, ele vai 
transplantar o liberalismo e o racionalismo do Bentham, para o EUA do século XX, no pós 
primeira guerra. 
 O pensamento do Carr se liga ao pensamento do Stanley Hoffman e do Steve 
Smith? Sim. O saber em RI não é neutro, nem apolítico. 
 Ao final de uma guerra, o Estado vencedor tende a manter seu stato quo. 
(Lógica de Carr) 
 A Liga depositou uma fé exagerada no papel da opinião pública dos Estados 
democráticos. Essa é a opinião pública dos Estados democráticos. Mas, isso fez com que a 
Liga carecesse de um poder coercitivo. 
 O livro do Carr é uma crítica ao pensamento utópico. Carr diz que o realismo 
também pode ser criticado pelas mesmas armas que ele critica a utopia? A arma do 
realismo pra criticar a utopia é: esse pensamento não tem nada de nobre, ele é 
condicionado. Pro Carr todo pensamento é condicionado. Ele critica tanto a utopia como o 
realista puro. Para Carr, o realismo não trabalha com um objetivo finito, a utopia trabalha 
com um objetivo finito. O realismo parte de uma visão determinista. Não tem o mesmo 
apelo para a mente humana que o pensamento utópico tem. Por outro lado, os realistas 
tendem a não emitir um julgamento moral entre os fatos. A utopia seria ingênua. O 
realismo seria infértil, no sentido de mudança. 
 
Terceira Parte: 
 Na terceira parte, mais uma vez o Carr mostra um pensamento que não é realista 
puro, não é um pensamento extremo, ou seja, não é aquele pensamento utópico e nem 
aquele realismo puro, que apresenta uma série de inconvenientes. 
 O realismo puro apresenta um inconveniente principal que era a esterelidade, 
justamente o fato dele não oferecer um campo de ação, não oferecendo assim um campo de 
transformação da realidade, visto que ele pressupõe que os homens não tem condições de 
alterar a realidade, uma vez que se coloca que essa realidade é pré determinada, ela consiste 
apenas numa sequência de causa e efeito, causa qual os homens são impotentes. 
 Concepção de natureza humana: mistura entre realismo e utopia. Ele vai nos dizer o 
que? Qual filosófo que ele usa? Ele fala de uma natureza humana aristotélica. O 
argumento central do Aristóteles é que o homem é um animal político. Isso significa para 
Aristóteles a ideia de que o homem tem um potencial agregário, uma tendência inata a 
associabilidade. Não é uma visão tipiamente realista, eles se valem normalmente da 
concepção hobbesiana, segundo a qual os homens buscam inerentemente o poder e 
maximizar o poder, "o homem é o lobo do homem". 
 Carr diz que os homens nunca viveram em pleno isolamento, ele argumenta que o 
homem sempre viveu em grupos, permanentes ou semi-permanentes, daí o estudo da 
política não é desses homens isolados e sim de forma agregária. Ele diz que isso aconteceu 
desde os tempos primitivos, justamente por partir da ideia aristotélica. 
 Todavia, Carr vai colocar que os homens reagem de duas formas distintas quando se 
relacionam com seus semelhantes e que nos atentariam pra esse união de utopia e realismo: 
egoísmo e cooperação. Por vezes, os homens agem de forma egoísta, buscando seus 
interesses próprios, em detrimento dos outros. Mas, esse não é um comportamento que 
pode ser universalizado. Ele tá chamando atenção danatureza dual dos seres humanos, que 
ora agem de forma egoísta, de forma auto-interessada e ora agem de forma cooperativa, 
demonstrando boa vontade, desejo de cooperar, amizade. A visão de natureza humana que 
eles nos apresenta é DUAL. Visão egoísta é a vertente realista, já a visão cooperativa é a 
vertente utópica. Ele diz que isso serve tanto para o "homem" econômico" como para o 
"homem" político. 
 Essa análise é importante, porque ele vai falar do caráter dual da própria vida 
política. Nesse sentido, uma prática política não se sustenta só da cooperação, ele diz que é 
fundamental, mas não é único, também faz-se necessário um pouco de egoísmo e para 
conseguir algo, as vezes é necessário o uso da força, logo é necessário ter poder. 
 Ele vai dizer que tanto os realistas, quanto os utópicos estariam equivocados. Visto 
que os utópicos só acreditariam na bondade, na eliminação do uso da força. E que os 
realistas só acreditam no ganho das coisas através da força, no seu interesse próprio. Esta 
visão de Carr está em conformidade com o pensamento maduro que ele nos apresenta a 
cerca de utopia e realismo. Ele vai mostrar que toda ação política deve ser coordenada na 
moral e no poder. Se você não leva em consideração os dos dois elementos, isto tem 
consequências práticas e fatais. 
 Ele diz que a guerra seria evitada pelo "tribunal da opinião pública". Ele vai falar 
claramente que aqueles que criaram a Liga das Nações se inserem no registro utópico, e na 
medida que eles se inserem, eles acreditariam que a política de poder poderia vir a ser 
eliminada da cena internacional. Ou seja, para os utópicos o poder ou a força (o exército e a 
marinha) seriam dispensáveis, o que na verdade promoveria a paz seriam as discussões 
levada à Liga das Nações. Então, a Liga foi um projeto utópico. Os utópicos achavam que a 
política de poder fosse um velho modo de se fazer a política na Europa. Wilson apresenta 
uma nova forma de se fazer política. 
 Ele diz que ação política deve combinar moral e poder, até porque a natureza 
humana combina esses dois aspectos. O problema da Liga é que ela basicamente utilizou a 
moral. Carr diz que essa é uma das causas do fracasso da Liga. Ele vai dizer que a Liga 
primou uma importância a igualdade jurídica dos Estados. 
 O argumento do Carr é de que quem continuava a tomar as decisões eram as 
grandes potências. Se a Grã-Bretanha e a França não tinham interesse em alguma ação ou 
discussão, logo não era colocada em pauta. Nas votações mais importantes, os Estados 
menores tinham receio em confrontar a opinião da França e da Grã-Bretanha, então por 
mais que tivessem direito de voto, eles acabavam seguindo a decisão das grandes potências. 
O Carr tenta mostrar que o sistema jurídico e a igualdade jurídica não "valia" muito. Daí a 
ingenuidade da Liga das Nações. 
 Ele também diz do sistema de mandatos da Liga das Nações. Ele diz que o sistema 
de mandatos, que era um forma de manter o colonialismo, estavam sob mandatos de outros 
Estados Nacionais. Daí, surgiram propostas em transformar esses mandatos em mandatos 
não-específicos, mas internacionais. O Carr não vê sentido nisso. Ele diz que não teria 
condições dele ser bem sucedido, ele fala que o poder está organizado de forma "nacional", 
está descentralizado, os Estados são os atores do sistema internacional (visão realista). 
Então, não faz sentido transformar um mandato em uma administração internacional, 
porque quem vai garantir aquele mandato vão ser os poderes nacionais. Essa proposta 
depende da força militar e essa força está concentrada no Estado. Diferente do Angell, que 
não fala de interesses nacionais, sua principal preocupação é com os interesses individuais 
de cunhos universais. 
 Um dos fatores que fez o pensamento dos utópicos (Wilson) a dizer que "política do 
poder" é coisa do passado e que a política moral seria a nova política, foi justamente o 
poder exagerado da Grã-Bretanha do pós-primeira Guerra Mundial. 
 O uso da força, na verdade, demonstra uma situação de estar sendo incomodado. No 
pós-Primeira Guerra Mundial não havia necessidade da Grã-Bretanha mostrar a força. Ele 
diz que no final da década de 30, grande parte da opinião pública vai aceitar sacrificar o 
bem estar econômico em prol do investimento do país no poder militar. Ele diz que sempre 
que um país está ameaçado ele vai se preocupar com os canhões. Esta é uma visão 
tipicamente realista. Sua ideia é então a de que as grandes potências tem necessidade de 
usar a força quando são ameaçados. 
 
O Poder: 
 Enquanto um autor realista, ele vai dedicar grande parte da obra a temática do 
poder. O poder político pra ele é dividido em três tipos: poder militar, econômico e poder 
sobre a opinião. Ele diz que essa separação é feita para fins analíticos, didáticos. Essa 
visão é tipicamente realista. Ele diz que não tem como separar esses poderes na prática, só 
pra analisar. Pros realistas o poder é visto como uno, como coeso, como interdependente. 
Por isso, ele diz que essa divisão é feita apenas para fins analíticos. 
O poder militar: Enquanto realista ele vai considerar o poder militar o aspecto central do 
poder dos Estados. Ele vai dizer claramente (visão realista clássica) de que a ideia de que a 
política internacional é um espaço de insegurança, incerteza e daí a guerra está presente na 
sua forma latente. Ele parte que as relações internacionais partem de um conflito, embora 
esse conflito não seja permanente, mas os Estados devem estar preparados para ele. Ele diz 
que não é um desejo dos Estados se armarem, mas a insegurança que impera faz com quem 
os Estados tenham o dever de se amar. O aspecto central é o poder militar. Toda grande 
civilização encontrada na história contou com um poder militar. Ele fala da Grécia Antiga 
dos gregos atenienses que venceram os persas com seu poder militar. Ele fala que um 
aspecto fundamental para definir uma grande potência é a posse de poder militar, que 
confere o status político a uma determinada nação. Um fator decisivo também é o fato deles 
terem vencido numa guerra. O poder dos EUA depois da guerra de independência. O poder 
do Japão depois da guerra com a Rússia. Ele nos fala que um aspecto central para 
evidenciar esse poder político é que os Estados querem mostrar esse poder militar, através 
de paradas, campanhas, passeatas. Ele confere uma primazia ao poder militar, porque ele 
acredita que as RIs se constituem em um espaço de insegurança e para isso so Estados 
devem estar sempre armados para fazer frente a possiblidade da guerra. Ele vai adotar o 
ponto de vista, associado aos realistas, de que a polex dos Estados deve ser de alguma 
forma elitista, que as questões relacionadas ao poderio militar não podem ser 
democratizadas. Essas questões tem que ser de ordem sigilosa. Ele vai dizer que a guerra 
tem muitas vezes por fim a própria guerra. Ele tá falando de um ciclo vicioso. É a noção da 
importância dos ganhos relativos. Ele vai se valer de uma frase do Maquiavel. "Os homens 
nunca estão seguros até que consigam mais que os outros." O Carr diz que a lógica da 
segurança coletiva nao tem condições de se efetivar, se concretizar, porque ela parte de um 
objetivo específico e limitado, que é o objetivo de fazer fente a uma agressão. Segundo ele 
os Estados não se contentariam com isto, iam querem sempre mais e mais. Os Estados 
nunca se mostram satisfeitos com aquilo que eles tem. Ele vai dizer que as guerras nos 
últimos séculos nao foram guerras de domínio territorial ou ter ganhos econômicos, era pra 
aumentar o poder do Estado. As guerras, muitas vezes não tinha um objetivo concreto. 
 Ele diz que Estados de bem-estar social são Estados que já tem poderio militar. Há 
uma contradição nisso. Como definir um ponto objetivo de que você está seguro, se para 
ele existe sempre uma insegurança no sistema. Como avaliar se você está realmente seguro, 
já que ele fala queos Estados nunca estão satisfeitos com o que eles tem. Existe uma 
contradição então, quando ele fala que quando os Estados tem o poderio militar eles vão 
passar a dar atenção ao Estado de bem-estar social. 
Poder Econômico: Para ele o econômico é também um poder muito importante. Aquele 
que detem poder econômico consegue traduzir facilmente isso em poder militar. Ele vai 
falar que os Estados mais ricos tradicionalmente foram aqueles que conseguiram vencer as 
principais batalhas. Ele diz que existe uma conexão íntima entre poder militar e econômico. 
Ele vai criticar o liberalismo, porque o liberalismo tenderia a separar o poder político do 
poder econômico. O Carr vai ser favorável a um regime mais liberal ou mais 
auto-suficiente? A auto-suficiência é um aspecto importante para cada Estado. O Estado 
deve ser o mais autárquico possível. Ele diz que auto-suficiência pode ser um grande poder 
econômico. O comércio pode ser favorável em termos econômicos, mas que por mais que 
seja caro a auto-suficiência, isto é um aspecto de defesa em uma guerra. Ele vai citar o caso 
da Liga das Nações, o artigo 16, referente a Segurança Coletiva. Ele vai dizer que tinha 
dois parágrafos falando que um Estado deve sofrer sanções e retaliações militares caso 
cometa algum ataque. Mas, que em função do pensamento utópico no pós-primeira guerra 
mundial, esses artigos foram visto como artigos alternativos, ou um ou outro. A lógica 
realista teria que unir esses dois artigos (militar e econômico), porque eles são 
interdependentes. Um dos erros da Liga vai ser justamente esse predomínio do pensamento 
utópico, liberal, que fez com que o poder econômico e o militar fossem visto de forma 
separadas, isoladas (típico do pensamento liberal) e as sanções econômicas fossem sido 
aplicadas sem o respaldo do poder militar. Ele diz que esses poderes são indissociáveis. Ele 
vai discutir a moralidade e o poder econômico. Ele vai se perguntar. Será que a arma 
econômica é a arma do forte ou a arma do fraco? Será que a arma econômica é mais moral 
do que arma militar? É a arma do forte. Usando o exemplo da Grã-Bretanha, que ele vai 
dizer que o embargo da GB aos soviéticos pode ser muito mais eficaz do que um embargo 
da Itália em relação a Grécia. Aquele que é mais fraco tende a maior necessidade de usar a 
força. É uma falácia, ou uma ilusão essa ideia de que a GB garantiu a independência das 
suas colônias e nao ocupou militarmente suas colonias, e que isso seria um gesto altruista 
por parte da GB, essa garantia de que suas colonias não seriam ocupadas, essa independêcia 
formal concedida ao Egito. Ele vai dizer que isso é um sinal de poder da GB. Porque a arma 
economica é a arma do forte. Ele diz que aquele que se vale da força (conquista) não é 
aquele que está numa posição privilegiada, mas aquele que não consegue impor suas 
vontades pelos meios econômicos, ou seja seu poder econômico é ameaçado. E o uso do 
poder econômico nem sempre é o mais moral, porque pode trazer mais danos do que o uso 
do poder militar. 
Poder sobre a opinião: Durante a Primeira Guerra Mundial, o poder sobre a opinião vai ter 
papel fundamental. É tão fundamental quanto o poder militar e econômico, dependendo do 
contexto é até mais importante. Vai incidir diretamente sobre os civis. Vai ter uma maior 
demanda do fim dos tratados secretos e de uma maior participação política do povo, isso 
porque o povo foi afetado com a primeira guerra. O povo vai demandar uma maior 
participação nas relações internacionais e daí a própria criação da disciplina de RI. Ele está 
dizendo então que a guerra vai reunir os 3 aspectos, você vai tentar influenciar a moral da 
outra população e não só atingir o poder militar e econômico do outro. Ele vai dizer que em 
algumas situação o poder da moral é até mais importante que os outros dois e que ele deve 
ser visto de forma combinada aos outros poderes. Tanto democracia quanto regimes 
totalitários prestam atenção, ou tentam exercer influência sobre a opinião pública? Sim. 
Ambos os regimes tentam exercer essa influência sobre as suas opiniões públicas. Essa 
opinião pública tem que ser moldada então, porque ela passa a ser decisória. A Primeira 
guerra Mundial reuniu esses 3 poderes, porque você tinha tanto alvos militares, 
infraestrutura e também alvos civis. Por exemplo, a distribuição de panfletos sobre as linhas 
inimigas. O Carr se coloca contra o discurso liberal, do laisez-faire, de deixar a área 
econômica sem qualquer tipo de interferência. Ele é a favor de regimes protecionistas, que 
o Estado tem ingerência na área econômica. O mesmo ele fala a cerca da opinião pública. 
Ele vai dizer que os liberais acreditariam no mito de que os Estados não devem interferir, 
ou impor censura, controle e regulamentação sobre essa opinião pública. Pra ele isso não é 
possível, é mítico. O que ele tá dizendo é que tanto Estados democráticos como totalitários 
moldam essa opinião pública, ou seja, não é livre. Pra ele a Igreja é a primeira empresa de 
propaganda universal. Tentar vender valores universais para uma opinião pública 
internacional, impõe a censura. Ele vai dizer claramente que a Igreja católica tem poder 
influente sobre as massas. Ele vai dizer que a Igreja enfrentou resistência com as Reformas 
Protestantes e desse fato surgem as primeiras censuras, feitas pela Igreja Católica. Depois 
ela seria sucedida pelo Estado, que vai tentar ter essa influência universal. Ele vai falar da 
União Soviética, que através da Internacional Comunista vai tentar influenciar a 
humanidade através de valores universais. Pra ele o poder sobre a opinião pública, ou sobre 
as massas universalmente, a tentativa de vender ideias universais é possível se ela não 
estiver amparada pelo poder militar, ou por um Estados, um Império? Pra ele o poder se 
organiza nos Estados Nacionais. A base central desse poder é o militar e eles são 
interdependentes. As ideias da Rev. Francesa só tiveram impacto porque estavam 
respaldadas por um Estado, pela França e depois por um império napoleônico, que 
inclusive deturpou os ideários da Rev. Francesa. Então foi amparado por poderio militar. 
Na Guerra dos Trinta Anos a Igreja foi respaldada pelo Império dos Habsburgos. Ele vai 
dizer então que as ideias da URSS, propagados por eles só tiveram impacto porque depois 
foram respaldados por uma potência e pelo exército vermelho. Então, essas ideias só se 
propagam se tem respaldo do Estado e o poderio militar. 
 
O lugar da moral na política internacional: 
 Pro Carr uma ciência deve combinar utopia e realidade. Poderia existir uma 
moralidade internacional para os realistas puros? Não. Porque e a moral pra eles brota do 
poder político, então só existe moralidade dentro do Estado. O árbitro final da moralidade é 
o Estado e aí a moralidade não tem uma influência nas relações internacionais. A outra 
visão é a utópica, que pensa em uma moralidade universal, definida a priori, que segundo o 
Carr vai criar uma equiparação entre a moral individual e a moral do Estado. Ele vai dizer 
que o Wilson expressava essa visão, que os Estados deveriam pautar suas condutas pela 
mesma moralidade que pautavam suas condutas individuais. 
 Existe um abismo entre a moral do filósofo (dos utópicos) e a moral do homem em 
comum. Será que essa moral do homem comum é igual a moral dos realistas? Não. Ele vai 
falar que essa moral do homem comum é a que ele quer resgatar, que segundo ele é 
praticada, mas raramente é discutida (ao contrário da moral do filósofo, que é discutida, 
mas raramente encontrada empiricamente). Ele diz que existe uma moralidade 
internacional, mas ela não é a mesma que vale para os indivíduos. O homem comum sabe 
que o que vale para os indivíduos não vale para os Estados, mas ao mesmo tempo o homem 
comum demanda um comportamento moral por parte dos Estados. O exemplo que ele dá 
são as normas ou regras de guerra (jus in bellum). Ele não secoloca então como os 
realistas, porque pros realistas não existe uma moralidade internacional, as RI`s se 
constituem unicamente como política de poder. Carr está propondo uma junção de poder e 
moral. Ele critica os utópicos porque eles acreditavam que a moral podia vir a sucumbir o 
poder e que a moralidade do Estado iria vir a ser a mesma que dos indivíduos. Carr vai 
regastar da ideia de moralidade do homem comum. Pro Carr a moralidade é criada, pros 
utópicos a moralidade é natural. 
 É uma falácia você acreditar que o Estado mais forte, na verdade, é mais moral, 
normalmente os Estados mais fortes se vendem como mais morais, isso porque eles tem as 
condições de se colocarem nesse papel. 
 O Carr vai dizer que ao final da Primeira Guerra Mundial a culpa pela guerra recaiu 
sobre a Alemanha ou sobre a figura do kaiser? Ele vai dizer que em grande medida vai 
recair sobre o kaiser Guilherme II, é como o Estado se confundisse com a pessoa que 
controla o poder político. A lógica das indenizações então não tem muito sentido, porque o 
kaiser é deposto e as indenizações recaem sobre o Estado alemão e sua população. 
 Carr diz: A ideia de uma comunidade internacional é construída, depende que nós 
nos sintamos nessa comunidade. Ele deixa claro que a comunidade internacional não tem a 
mesma coerência do que a comunidade nacional, até porque, segundo Carr, ela sofre de de 
uma desigualdade e discriminação endêmica. Ele vai dizer que obviamente os Estados 
lutam por igualdade no sistema internacional, mas dificilmente o sentimento de 
solidariedade que você tem para o seu próprio Estado vai ser a mesma em relação aos 
outros Estados. 
Anotações finais: 
 Qual crítica que ele vai fazer a Liga das Nações? A ideia de que ela acreditou na 
existência de um opinião pública internacional, mas que careceu do poder coercitivo. Pra 
ele essas três facetas do poder estão interligadas, mas segundo ele a Liga foi produto de um 
pensamento liberal. 
 O poder se organiza territorialmente, nacionalmente. Sua visão nesta parte toda de 
poder é bem Realista. 
 Ele diz que Hitler percebeu a futilidade a propaganda de guerra que construía o 
inimigo como desprezível. Ele vai dizer que tem que ter alguma correspondência. Esse 
poder sobre a opinião não pode carecer de argumentação empírica. 
 Keohane e Nye são teóricos da interdependência, não pensam igual ao Carr. Para 
eles, o poder de influência não necessariamente está relacionado ao poderio militar. 
Resumo feito por Victor Miranda 
IRischool 2011.2

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