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Comunicação e Expressão

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FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA - MULTIVIX
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ETTORE VILA NOVA LUBIANA
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
NOVA VENÉCIA
2021
ETTORE VILA NOVA LUBIANA
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Trabalho acadêmico apresentado como requisito para obtenção de nota na disciplina de Comunicação e Expressão do curso de graduação em Engenharia de Produção.
Orientador: Leandro Siqueira Lima
NOVA VENÉCIA
2021
RESUMO
Linguagem e Língua (pp. 13-29). Unidade I. ESTEVES PASSOS, Ivana. Apostila Comunicação e Expressão. Serra. Faculdade Capixaba da Serra, 2017.
A comunicação é um processo social básico e primário, que viabiliza a existência e o funcionamento da sociedade. Ela gere todas as relações humanas, possibilita a formação de laços sociais e estabelecimento de vínculos, estando desse modo, relacionada a um padrão e modelo culturais.
Para que a comunicação possa se efetivar, é necessário o domínio da linguagem e das suas formas, em especial da língua, tanto na sua forma oral quanto escrita. 
A linguagem consiste em símbolos, que representam todos os eventos que nos cercam. Ela se divide em linguagem verbal e não verbal. A linguagem verbal tem por unidade a palavra. Já na linguagem não verbal não são palavras, mas sim outras unidades, como imagens, expressões, vestimentas, e tons de voz que falam ao interlocutor. Há também a linguagem mista, onde se misturam as linguagens verbal e não verbal. O melhor exemplo de linguagem mista, talvez, sejam os quadrinhos, onde se misturam imagens e palavras, criando um sentido para o leitor e o auxiliando na compreensão da história. 
O sentido de um termo e/ou de um enunciado, depende do contexto no qual está inserido. E a linguagem é considerada uma construção social, fazendo assim que seu domínio seja crucial para a inserção social de um indivíduo. 
As línguas são um reflexo do contexto histórico e sociocultural na qual vêm utilizadas. As línguas, pode-se dizer, são um subgênero da linguagem, que é estudada pela linguística geral. É um código, com regras peculiares, através do qual membros de uma determinada sociedade interagem entre si. 
Para Ferdinand de Saussure (2006), “a linguagem é de natureza heterogênea, portanto, é multiforme, além disso, pertence ao domínio individual e social''. Ou seja, a linguagem assume várias formas, podendo ser verbal ou não verbal, e até mista. Por consequência, obviamente, é multiforme, por assumir mais de uma forma. Além disso, uma única pessoa pode engendrar símbolos para dar significado ao mundo (fazendo da linguagem individual), e várias pessoas (como ocorre comumente) podem utilizar os mesmos símbolos. 
Ainda de acordo com Saussure (2006), a língua é um produto social da linguagem, e de natureza homogênea, pois, requer que uma comunidade significativa de pessoas, atribua os mesmos significados aos mesmos símbolos. Por exemplo, em língua alemã, o símbolo verbal “straẞe” tem a ele o significado de “rua” atribuído.
As línguas estão em constante evolução e passam por mutações, devido ao contexto histórico e social dos indivíduos, suas relações e personalidade. As chamadas “línguas mortas”, como o latim, são um grande exemplo disso. No mundo moderno as variações linguísticas têm se intensificado cada vez mais devido à globalização e os avanços tecnológicos. De acordo com Saussure (2006) “a fala também se modifica de acordo com a história de cada indivíduo, suas intenções, sua formação escolar, sua cultura, com as influências que ele recebe do grupo social ao qual pertence”. 
Palavras, como “vossa mercê”, ganham - ou nesse caso, perdem - sílabas, transformando-se, no caso dessa palavra em específico, em “você”, e outras palavras surgem, devido à influência de línguas estrangeiras com as quais determinado grupo ou comunidade tem contato. E a evolução digital propicia também o surgimento de algumas palavras, e o desvanecimento de outras. 
 Vanoye (2003, apud ESTEVES PASSOS, 2017) define signo como uma noção básica na linguística. Signo é a menor unidade dotada de sentido em um código dado. Decompõe-se em um elemento material, perceptível: o significante, e em um elemento conceitual, não perceptível, o significado. O referente é o objeto real ao qual remete o signo em uma instância de enunciação.
Já um “código” é o meio pelo qual signos são criados, ou, um sistema de signos. A linguagem é então, um entre outros códigos. 
A linguagem verbal é um código diferente dos demais, por apresentar peculiaridades, como por exemplo, explicar a arbitrariedade que existe entre significante e significado, além de criar ambiguidades, metáforas e novos significados das palavras, palavras que pensamos ter um significado fixo, mas não o tem, pois evoluem constantemente, de forma a adquirir novo significado ou até desaparecer de um idioma. Além disso, as palavras também podem ter seu significado ampliado, devido à imaginação do homem. Daí os conceitos de denotação e conotação. 
A denotação refere-se ao sentido imediato de uma palavra, ou seja, a definição direta da palavra que encontramos no dicionário. Já a conotação são as sugestões emocionais de uma palavra, “significados” não literais, que variam de pessoa para pessoa e de acordo com o espaço e tempo em que está inserida. 
As três características dos símbolos, de acordo com Wood (2009, apud ESTEVES PASSOS, 2017), são: 
Arbitrariedade: Arbitrariedade é a ausência de conexão natural entre os símbolos verbais (como som ou forma) e o que representam (seu significado). 
Ambiguidade: A ambiguidade se apresenta na linguagem quando o discurso ou texto escrito está aberto para múltiplas interpretações. 
Abstração: De acordo com Esteves Passos (2017, p. 22): 
A linguagem é abstrata, ou seja, as palavras não são os fenômenos concretos ou tangíveis aos quais elas se referem. Elas representam esses fenômenos – ideias, pessoas, eventos, objetos, sentimentos e assim por diante –, mas não são as coisas que representam. À medida que a linguagem se torna cada vez mais abstrata, o potencial de confusão aumenta rapidamente. 
Apesar de a língua ser fruto de construção social e dos esforços para padronizá-la, tornando-a uniforme, na prática sempre há variações em seu uso, variações essas decorrentes de peculiaridades históricas, sociais, culturais e geográficas. 
Gorski e Coelho (2010, apud ESTEVES PASSOS, 2017), divide tais variações em 3 categorias: Variações regionais ou geográficas, variações sociais e variações estilísticas. 
As variações regionais são as que ocorrem por razões geográficas. Por exemplo: O sotaque paulistano em nada se parece com o sotaque pernambucano. 
A variação social ou variação diastrática deriva das diferenças socioeconômicas e acesso à educação entre membros de uma comunidade. Fatores como sexo, idade, profissão e grau de escolaridade também podem influenciar. Segundo Gorski e Coelho (2010, apud ESTEVES PASSOS, 2017), são exemplos típicos de variação social: a vocalização do -lh- > -i-, como em “mulher/muié”; “blusa/brusa”; “cantando/cantano”; a concordância nominal e verbal, como em “os meninos saíram cedo/os menino saiu cedo”. 
Já a variação linguística pode ser vista como o tipo de variação utilizada em função do tipo de interlocutor. Por exemplo: Como amigos íntimos e familiares geralmente escolhemos uma variação coloquial da língua, enquanto que ao nos dirigirmos a um desconhecido (ou pessoa mais velha), ou a alguém em uma hierarquia acima de nós, optaremos, muito provavelmente, por uma abordagem formal. Ainda há usos diferenciados da língua, que devem ser aplicados em igrejas, clubes, tribunais, etc. 
Ainda segundo Gorski e Coelho (2010, apud ESTEVES PASSOS, 2017), as variações geográfica e social estão diretamente ligadas à identidade de um indivíduo, que “ao abrir a boca para falar” revela, através de sua forma de se expressar, ser pertencente a determinado grupo linguístico e/ou social. É daí que pode nascer o preconceito linguístico. 
Muitos perguntam: “Onde se fala o melhor português no Brasil?”. Essa pergunta é totalmente inadequada, pois, sabendo queas variações linguísticas são normais, e fruto de diversidade de natureza social, econômica e educacional, não se pode presumir que exista um “melhor português”. O que existe é, a depender da situação e do interlocutor, um uso adequado ou inadequado da língua, mas não “melhor” ou “pior”. 
A linguagem formal, é uma linguagem cuidada, na forma padrão, ou seja, a forma em que é usada em dicionários e guias de gramática. A linguagem formal será aplicada em certas situações e locais como artigos acadêmicos, notícias, entrevistas de emprego ou com autoridade. 
Já a linguagem coloquial, informal ou popular, é aplicada sem a preocupação com regras gramaticais e lexicais específicas. É aplicada em conversas entre familiares, amigos e pessoas íntimas, em conversas em redes sociais ou bilhetes. 
Leitura (pp. 42-52). Unidade III. ESTEVES PASSOS, Ivana. Apostila Comunicação e Expressão. Serra. Faculdade Capixaba da Serra, 2017.
A leitura é uma competência primordial ao ser humano, que o permite viver novas experiências, conhecer novas visões, diferentes culturas, contribuindo assim para sua formação enquanto estudante e cidadão, ampliando seus horizontes e proporcionando-lhe crescimento profissional e individual. 
A leitura é uma convenção social estabelecida para mediar a comunicação e as relações entre seus membros e fora dela. Há três concepções (conceitos) de leitura, de acordo com Koch, Elias (2010, apud ESTEVES PASSOS, 2017). São eles: 
Foco no autor, onde as experiências e conhecimentos do leitor não contam, mas sim a ideia do autor, que deve ser captada durante a leitura. O texto é tido como reflexo ou produto do pensamento de quem o escreveu. 
Foco no texto, onde a língua é observada como estrutura codificada, e, tendo conhecimento do código usado, cabe ao leitor reconhecer os sentidos das palavras e das estruturas textuais. 
Foco na interação autor-texto-leitor, onde se consideram as experiências e conhecimentos do leitor, e o simples conhecimento dos códigos usados no texto não é suficiente para dar sentido e significado ao texto, mas se trata aqui de uma atividade interativa complexa de produção de sentidos, e a concepção da língua deriva dessa interação e diálogo entre os sujeitos. 
Compreender, ou extrair significado do que se lê, é o objetivo final da leitura. É lendo que aprendemos e, por conseguinte, adquirimos conhecimento, que contribui para melhorar e ampliar nossa visão de mundo. 
De acordo com Leffa (1996, apud ESTEVES PASSOS, 2017), ler é uma forma de representação, que nos dá acesso a representações da realidade, não ao real em si. 
Como a leitura é essencial, todo leitor experiente conta com estratégias de leitura. Não são receitas infalíveis ou habilidades específicas, ao contrário, devem ser flexíveis e adaptáveis às mais diversas interações comunicativas presentes em uma leitura. “O que caracteriza a mentalidade estratégica é a sua capacidade de representar e de analisar os problemas e a flexibilidade para encontrar e buscar soluções. Trata-se mais de fomentar as competências leitoras dos sujeitos.” (SOLÉ, 1998, apud ESTEVES PASSOS, 2017, p. 45).
De acordo com os estudos de Goodman (1987, apud ESTEVES PASSOS, 2017), e Menegassi (1995, apud ESTEVES PASSOS, 2017), as principais estratégias de leitura são: 
Seleção: O leitor seleciona as informações mais importantes e relevantes. 
Antecipação:O leitor cria hipóteses sobre o que está por vir (referente ao texto que está lendo) e buscará comprovar suas hipóteses. Tal comprovação sinaliza que o leitor está compreendendo o que está lendo, e a eventual não comprovação o leva a rever sua compreensão do texto e criar novas hipóteses. 
Inferência: O leitor se baseia em conhecimento prévio e reconhece pistas no próprio texto para inferir sobre o mesmo. 
Verificação: Aqui o leitor comprova ou refuta todas as suas inferências e antecipações, levando-o a ajustar sua interpretação do texto. 
Algumas etapas podem auxiliar na compreensão do texto que lemos. São quatro passos que poderão ser executados, independente da natureza do texto: Decodificação, compreensão, interpretação e retenção. 
Na decodificação, “O texto é lido e as letras formam um sentido compreensível.”(ESTEVES PASSOS, 2017).
No passo da compreensão, o leitor, após uma primeira leitura, busca processar o texto e dar significado a ele, também integrando conhecimentos prévios para esclarecer sua compreensão do texto. 
Já a interpretação, ocorre “Quando as informações do texto podem ser relacionadas com outros conhecimentos. A busca de dados a respeito do autor do texto pode auxiliar nessa etapa.” (ESTEVES PASSOS, 2017). 
E por último, no passo da retenção, as informações mais importantes são memorizadas. 
Segundo Koch (2006, apud ESTEVES PASSOS, 2017) a compreensão de um texto se dá devido a uma atividade interativa envolvendo 3 fatores: produtor/autor, texto e leitor. Devemos aplicar as estratégias de leitura junto aos 4 passos para a análise do texto. 
Referente ao fator “produtor/autor”, pesquisamos sobre o autor, sua biografia, para, à medida do possível, entender suas publicações. 
 Quanto ao “texto”, simplesmente lemos o texto que está diante de nós e buscamos entendê-lo. 
E no fator “leitor”, o leitor integra possíveis conhecimentos ou leituras prévias para auxiliá-lo na compreensão do texto atual. 
De acordo com Koch (2010, apud ESTEVES PASSOS, 2017), como as circunstâncias da escrita e as circunstâncias da leitura são diferentes, o tempo entre a produção do texto e sua leitura pode contribuir para interferir na produção de sentido do texto. Sendo assim, uma vez escrito, o texto tem existência independente de seu produtor. 
Segundo Petit (2009, apud ESTEVES PASSOS,2017) a leitura é essencial na formação pessoal, auxiliando no pensamento e no desenvolvimento de pensamento crítico, bem como na resolução de problemas e coleta de argumentos e dados.Além disso tem uma função social, afastando jovens da violência e de cenários desfavoráveis e os habilitando a fazer boas escolhas. 
2. FICHAMENTO
Linguagem e Língua (pp. 13-29). Unidade I. ESTEVES PASSOS, Ivana. Apostila Comunicação e Expressão. Serra. Faculdade Capixaba da Serra, 2017.
Leitura (pp. 42-52). Unidade III. ESTEVES PASSOS, Ivana. Apostila Comunicação e Expressão. Serra. Faculdade Capixaba da Serra, 2017.
2.1 DESENVOLVIMENTO
A comunicação é a base para compartilhar informações entre as pessoas para garantir que tudo seja compreendido e possa ser posto em prática.
 A comunicação é altamente necessária para a nossa sociedade, pois é muito difícil imaginar uma vida onde não haja absolutamente nenhuma comunicação. Na verdade, talvez nem seja possível levar uma vida sem comunicação. Portanto, podemos certamente dizer que é um aspecto mais importante da nossas vidas porque é somente através da troca de idéias e cooperação que uma sociedade pode crescer e se desenvolver. 
A comunicação é importante, pois é através dela que podemos transferir ideias e sentimentos, interagir com a sociedade, criando assim laços com membros da nossa comunidade (ou até de outras comunidades), e é através dela que somos educados e educamos. Logo, o domínio da língua, seja na sua forma verbal e/ou não-verbal ou mista, é de crucial importância para a formação de um cidadão. 
2.2 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 
Símbolos e Idiomas. Suporte Geográfico 77, [201-?]. Disponível em: https://suportegeografico77.blogspot.com/2019/11/simbolos-e-idiomas.html
Acesso em 03 set. 2021 
Os humanos têm, desde sempre, a necessidade de dar sentido às coisas e explicar os eventos que os rodeiam. Símbolos - de qualquer natureza - auxiliam as pessoas a compreender o mundo, fornecendo pistas para compreender experiências e transmitir conhecimentos dentro ou fora de uma comunidade. 
O símbolo comum a todas as culturas e sociedades é a linguagem. A linguagem é um sistema simbólico por meio do qual as pessoas se comunicam e por meio do qual a cultura é transmitida. Alguns idiomas contêm um sistema de símbolos usados ​​para comunicação escrita, enquanto outros contam apenas com a comunicaçãofalada e ações não-verbais.
A linguagem verbal consiste na troca de informações entre duas ou mais pessoas por meio de palavras ou frases e consiste na linguagem escrita e falada, bem como na leitura e na escuta. Já a linguagem não-verbal descreve todas as formas de comunicação que não são baseadas na transmissão de informações linguísticas. A informação pode ser comunicada por todos os sentidos, por exemplo, através da música, imagens, olfato, paladar, gestos e postura.
Existe também a linguagem mista, presente em textos, que se caracteriza pela mistura de linguagem verbal e não verbal. As histórias em quadrinhos são um ótimo exemplo de uso da linguagem mista para comunicação. 
A linguagem é fruto de construção social, e sendo assim, seu domínio advém de aprendizado social, sendo crucial para a integração do indivíduo em uma sociedade. 
2.3 LÍNGUA
As condições históricas, sociais e culturais de uma comunidade refletem na língua por ela utilizada. A linguística geral estuda tanto a linguagem quanto um fenômeno particular dela: a língua. Nesse estudo, a linguística geral, ciente de não existir uma linguagem verbal universal, busca isolar e estudar o que há de comum entre as mais distintas línguas. 
2.3.1 LÍNGUA E LINGUAGEM 
A linguagem designa a habilidade que permite a cada um de nós se comunicar e interagir com outras pessoas. A linguagem é uma habilidade universal e inata no homem. É um sistema organizado onde cada elemento ocupa um lugar preciso.
Enquanto a linguagem designa uma habilidade, a língua designa uma ferramenta de comunicação. A língua não é comum a todos os seres humanos, mas apenas a um grupo de pessoas. Portanto, é necessário ter pelo menos duas pessoas para saber e poder usar um idioma. Além disso, há um grande número de línguas dependendo do território.
De acordo com Saussure (2006, apud ESTEVES PASSOS, 2017), a linguagem é de natureza heterogênea, pois, como já vimos, é uma habilidade universal e assume portanto, mais de uma forma. O humano pode, por exemplo, se comunicar com outros indivíduos tanto em português, quanto em alemão, francês, inglês, coreano. Através também de línguas inventadas como o esperanto, ou as chamadas línguas mortas, como o latim). 
Já a língua/idioma, para Saussure ((2006, apud ESTEVES PASSOS, 2017) é de natureza homogênea, pois, sendo comum a apenas um grupo de pessoas, é necessário que atribuam o mesmo significado a um símbolo para dar sentido a algo. 
2.3.2 A LÍNGUA É MUTÁVEL
A linguagem está em constante evolução e adaptação. Uma língua pode deixar de existir no campo da fala, e continuar a existir como língua escrita, como é o caso das línguas mortas, como o latim e o grego clássico. Esta é uma evolução que se manifesta principalmente pelo fato de encontrarmos palavras melhores que refletem nossa sociedade ou nossa cultura. Reflete majoritariamente a complexidade com a qual nossas vidas se entrelaçam através da globalização e do avanço das tecnologias. A evolução da nossa tecnologia é mais rápida do que nunca, e também a nossa linguagem. Na verdade, assim como fazemos com a tecnologia, buscamos otimizar a linguagem para comunicar ideias complexas com o mínimo de ambigüidade e da forma mais eficiente possível. 
No que concerne à “globalização”, vemos seus efeitos através da formação de novas palavras, por influência de línguas estrangeiras com as quais uma comunidade tem contato, os chamados estrangeirismos. É o caso de palavras como bife, abajur e alface, que derivam, respectivamente, do inglês, francês e árabe. 
No passado, demorava anos para que a linguagem especializada mudasse de desenvolvedor para mainstream. Hoje, graças à crescente influência da tecnologia na economia e no uso das mídias sociais, o jargão técnico pode passar rapidamente para o uso diário. Assim como gírias, que são disseminadas por grupos sociais, identitários e artísticos com tremenda rapidez através da internet, seja através de mídias sociais, como Twitter e Instagram, seja através de vídeos em plataformas como YouTube e Tik Tok ou através de séries ou filmes em plataformas de streaming. Nunca, na história da humanidade, a linguagem evoluiu em tal velocidade. 
2.3.3 SIGNO
Assim como o átomo é a menor unidade (ou unidade básica) da matéria, o signo, de acordo com Vanoye (2003, apud ESTEVES PASSOS, 2017) é “a menor unidade dotada de sentido de um código”. 
O signo linguístico é uma entidade com duas faces inseparáveis:
O significante: é o símbolo gráfico ou a imagem acústica, ou seja, a série de fonemas que constituem o aspecto material do signo.
O significado: Este é o conceito ou ideia que o signo representa.
Temos também o referente, que é o “objeto real” ao qual faz menção o significado. 
2.3.3.1 CÓDIGO
O código é um sistema de signos e regras que permitem a produção e recepção de enunciados. A linguagem é um entre muitos códigos. 
A linguagem verbal, segundo Saussure (2006, apud ESTEVES PASSOS, 2017), é um código com características únicas, como, por exemplo, poder explicar a arbitrariedade que existe entre signo e significante. Outra característica peculiar é a criação de ambiguidades, os “jogos de sentido” com as palavras. 
Devido à mutabilidade da língua, abordado no item 2.3.2, o significado das palavras também é afetado, não sendo algo fixo, mas passível de mudanças devido aos processos de evolução da língua e da imaginação do homem. 
2.3.3.2 DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 
O significado denotado de uma palavra é aquele dado pelo dicionário. É compreendido por todos os usuários do idioma. A denotação da palavra corresponde à definição da palavra, no sentido objetivo. A palavra “vermelho”, por exemplo, denota uma cor. 
A conotação é secundária, porque acrescenta, além da denotação, sentido ao texto, à imagem, ao discurso. Além disso, a conotação é ocasional, porque depende do contexto, dos níveis de línguas, da educação, referências culturais, situações do emissor e do interlocutor. Portanto, a conotação corresponde aos significados implícitos que uma palavra recebe. É por isso que é difícil definir. Por exemplo, “vermelho” conota, dependendo das situações e das associações mentais envolvidas: Proibição, raiva, revolução, sangue, paixão. 
2.3.3.3 CARACTERÍSTICAS DOS SÍMBOLOS
Arbitrariedade: Não há relação "natural" entre a palavra (ou o significante) e a realidade física associada a ela (o significado). Se essa ligação obrigatória entre a realidade e o signo linguístico existisse, todos os humanos provavelmente falariam a mesma língua. Este caráter arbitrário do signo significa que é necessário aprender um grande vocabulário ao aprender uma língua, seja ela nativa ou secundária.
Ambiguidade: Uma palavra ou afirmação é considerada ambígua quando é provável que tenha várias interpretações.
Abstração - De acordo com Esteves Passos (2017) quando se fala de abstração, as palavras representam os fenômenos e eventos que vemos ou sentimos, mas não são as coisas que representam. 
2.4 VARIEDADES LINGUÍSTICAS 
Variações Linguísticas. Mundo Educação, [201-?]. Disponível em: 
https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/variacoes-linguisticas.htm. Acesso em 05 set. 2021 
Apesar dos esforços para homogeneizar uma língua, a linguagem é um meio de comunicação usado por humanos. É de se esperar, portanto, que seja afetada por diferentes necessidades humanas, por diferentes contextos sociais, geográficos, históricos e econômicos, independente de qualquer ação normativa. Podemos dizer que não existe uma língua portuguesa, o que existe são portugueses, brasileiros, moçambicanos, etc, que a partir de uma língua padrão portuguesa, se comunicam entre si de diferentes formas, em pequenas comunidades, que juntas formam a comunidade lusófona. Porém o português falado por um cearense, não será o mesmo de um paulistano, e o português falado em Lisboa, não será o mesmo em Brasília. Também podemos presumir que o português falado pela elite paulistana, não será o mesmo falado por uma comunidade periférica da mesma cidade. Isso se deve às interações humanas constantes, e os já supramencionados contextos,peculiaridades e necessidades de cada grupo. A padronização da língua, a chamada língua culta que aprendemos na escola, serve para permitir que esses diferentes grupos possam, apesar das diferenças no uso da língua, se compreender e transmitir e receber informações.
Podemos destacar três tipos de variações linguísticas, são elas: 
Variação Regional: A expressão variedade regional denota uma variedade de linguagem limitada a uma determinada área geográfica. É caracterizada por traços que a diferenciam de outras variedades regionais e da variedade padrão da língua, se houver tal variedade. As maiores diferenças são encontradas nos domínios fonético, lexical e fraseológico, e as menores na área da sintaxe. 
Variação Estilística: O falante deve decidir o que pode ser dito a quem em um determinado contexto social e de que maneira isso pode ser dito. Um fator importante neste contexto é a orientação ou atitude do falante para com o contexto social em geral e para com o destinatário e sua língua em particular. Para exemplificar: Não é recomendável utilizar-se de linguagem coloquial em um tribunal, assim como não é usual utilizar da variação culta da língua ao se dirigir a amigos em uma mesa de bar. Cada contexto vai requerer uma forma de se dirigir aos interlocutores. 
Variação social: Incluem todas as variações de linguagem produzidas pelo ambiente em que o falante se desenvolve. Nesse contexto, é particularmente interessante estudar os valores sócio-éticos, que se devem a fatores como classe social, escolaridade, profissão, idade, etnia, etc. Em alguns países onde a hierarquia social é muito clara, o socioleto da pessoa define a classe social a que pertence. Isso pode ser uma barreira para a inclusão social.
2.4 ONDE SE FALA “MAIS CORRETO”?
A pergunta “Onde se fala o melhor português no Brasil” é extremamente recorrente em outros grupos linguísticos. Entre os germanófonos se diz equivocadamente que o “alemão correto” é o do Norte da Alemanha, ao passo que as outras regiões da Alemanha, bem como outros países de fala germânica, como Áustria e Suíça, falariam um “dialeto” do alemão. Entre os francófonos a mesma coisa se reproduz: “O francês correto é o francês falado na França” dizem alguns, também equivocadamente, tentando desmerecer outros grupos de falantes da língua francesa, como países no continente africano e os canadenses, por exemplo, e até mesmo dentro da própria França existe o preconceito linguístico dos habitantes do norte em relação aos do sul. 
Todas essas afirmações são fruto do preconceito linguístico e não poderiam estar mais erradas. Não existe uma “forma mais correta”, uma forma “melhor” ou “pior” de se falar. O que existe são formas adequadas e inadequadas de se aplicar uma variação da língua, que estariam ligadas às já abordadas variações estilísticas ou situacionais da língua, nada mais que isso. 
2.5 GRAUS DE FORMALIDADE
Em todas as línguas, os níveis de formalidade podem ser agrupados resumidamente em duas categorias: Linguagem formal e linguagem informal. 
A linguagem formal é menos pessoal do que a linguagem informal. É usada ao escrever para fins profissionais ou acadêmicos, como tarefas universitárias, e também é usada ao se dirigir a autoridades, pessoas mais velhas ou com quem não temos intimidade, bem como em locais específicos, como tribunais e igrejas. A linguagem formal não usa coloquialismos ou contrações. As formas de tratamento também mudam na linguagem formal; Em vez de utilizar tu ou você, utilizamos senhor ou senhora. 
A linguagem informal, coloquial ou popular é mais casual e espontânea, e a utilizamos como quem temos intimidade, familiares, pessoas mais novas e crianças. Podemos utilizá-la sem preocupações com regras gramaticais, ou com a língua culta, que serve somente de norte para a comunicação. 
2.6 CONCEPÇÕES DE LEITURA
Ler é o processo de olhar para uma série de símbolos escritos e obter significado deles. Quando lemos, usamos nossos olhos para receber símbolos escritos (letras, sinais de pontuação e espaços) e usamos nosso cérebro para convertê-los em palavras, frases e parágrafos que nos comunicam algo. Serve para a comunicação entre os membros de uma comunidade ou até mesmo fora dela e aprender a ler é essencial para a inserção total do indivíduo na sociedade, essencial para poder exercer sua cidadania. Há três concepções de leitura: 
Foco no autor: De acordo com Koch, Elias (2009, apud ESTEVES PASSOS, 2017), em foco no autor, temos um processo essencialmente passivo, onde o leitor decodifica a mensagem pretendida do escritor. Em outras palavras, o processo é concebido como algo unilateral em que o leitor tem apenas a função de extrair informações escritas e construir sentido a partir do segmento de texto particular que está sendo processado, sem levar em conta o ambiente circundante.
Foco no texto: Aqui os leitores trazem conhecimento, expectativas, suposições e questões para o texto e, dado um entendimento básico do vocabulário, eles continuam lendo enquanto o texto confirma suas expectativas. Em outras palavras, os leitores ajustam o texto ao conhecimento (cultural, sintático, linguístico e histórico) que já possuem e, em seguida, verificam quando informações novas ou inesperadas aparecem.
Foco na interação autor-texto-autor: O modelo interativo assume que o leitor interage com o texto e com o autor ao mesmo tempo. Há uma relação criada entre o leitor e o texto enquanto o leitor tenta entendê-lo. Nesse processo de construção de significado, o leitor está totalmente envolvido em um processo ativo, onde combina as informações do texto e seus conhecimentos e experiências anteriores. 
Ao passo que o descrito acima ocorre, há também interação entre os diferentes tipos de conhecimento que um leitor usa para dar sentido a um texto. Os demais saberes ajudam o leitor a trabalhar com a linguagem do texto para lhe dar sentido. 
2.7 ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Para Leffa (1996, apud ESTEVES PASSOS, 2017) a leitura é um processo de abstração, pois nele não temos acesso ao “real” (coloco a palavra entre aspas pois seria uma longa discussão filosófica tentar estabelecer o que é de fato o real, ou se sequer existe em primeiro lugar) mas sim a “representações da realidade. De acordo com a autora: 
A leitura não se dá por acesso direto à realidade, mas por intermediação de outros elementos da realidade. Nessa triangulação da leitura o elemento intermediário funciona como um espelho; mostra um segmento do mundo que normalmente nada tem a ver com sua própria consistência física. Ler é portanto reconhecer o mundo através de espelhos. Como esses espelhos oferecem imagens fragmentadas do mundo, a verdadeira leitura só é possível quando se tem um conhecimento prévio desse mundo (LEFFA,1996, apud ESTEVES PASSOS, 2017, p. 44).
Entendo que representações da realidade são o que acessamos pois cada autor tem um “background”, uma realidade social, política, financeira e educacional na qual cresceu inserido, um contexto histórico peculiar, e experiências distintas que formaram sua visão de mundo e que são refletidas na sua escrita. Se lermos por exemplo Edgar Allan Poe, que sofria de decorrente depressão, veremos um universo sombrio, cheio de tragédias e morte. Ao ler Charles Bukowski, vemos sua personalidade transferida aos seus personagens, quase uma crônica de sua vida, onde podemos entender sua visão fatalista da vida, sua dificuldade em se encontrar no mundo, e seu ódio pelas pessoas, pela sua superficialidade, sua vaidade e valores invertidos, forma essa de ver o mundo que o levou a ter problemas com álcool, o que está presente na vida de muitos de seus personagens. Já George Orwell, que cresceu em meio à primeira e segunda guerra mundial, e foi até mesmo jornalista nesse período, reflete seu medo de uma distopia, onde os soviéticos teriam vencido a Guerra Fria e dominado o mundo, em seu clássico “1984”. E Ray Bradbury, 4 anos após o lançamento de 1984 de Orwell, aposta na escrita de uma distopia oposta ao cenário do autor inglês, onde a catástrofe se dá não pelo autoritarismosoviético, mas pela ruína da própria democracia. A própria democratização da informação impediria as pessoas de se informarem, lerem, e adquirirem conhecimento no clássico de 1953 “Fahrenheit 451”. 
Devido aos contextos diferentes, e visões de mundo distintas, não só o objeto de escrita é distinto, mas também a representação da realidade feita. E isso exemplifica com perfeição a definição de leitura de Leffa. 
A leitura é provavelmente uma das primeiras experiências de contato com o mundo exterior que uma pessoa tem. Antes de visitar uma fazenda, uma criança pode ler sobre os “animaizinhos” e sua criação. Antes de visitar Roma, pode estudar sobre a criação e ruína do Império Romano, e antes de aprender a dirigir, pode ler sobre o mercado automobilístico e aprender as leis de trânsito. Ler, portanto, está no cerne da formação de um cidadão, mas, assim como qualquer outra tarefa, conta com estratégias para sua execução, estratégias essas que leitores experientes conhecem e com as quais já estão familiarizados, praticando-as muitas vezes até mesmo inconscientemente: 
Seleção: O autor seleciona as informações mais importantes e, pelo critério de relevância, escolhe algumas informações para reter e interpretar. Esse processo, atrevo-me a especular a um nível pessoal, ocorre inconscientemente, dependendo da visão de mundo e dos conhecimentos do leitor e, por conta disso, daquilo que ele acredita ser mais importante para ajudá-lo a dar sentido à história e interpretá-la. Talvez não consigamos nos lembrar de uma história lida em sua integralidade, mas o cérebro reteve os trechos que acreditamos ser mais importantes, e através deles podemos fazer nossa “leitura pessoal” da história, nossa “avaliação”, e até mesmo aplicar em nossa relação com o ambiente circundante certos pontos e experiências de personagens envolvidos. 
Antecipação: O autor, antes mesmo de começar a ler o texto, já tem uma ideia a respeito do que trata o mesmo, e tenta antecipar o que está por vir, a linha que o autor tomará na escrita, possíveis acontecimentos e desfechos. Essa antecipação ocorre também durante a leitura. Para exemplificar: Se vamos ler “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, podemos, ao ler a sinopse, presumir / antecipar que seja um livro sombrio, onde o narrador - o morto Brás Cubas - vê com melancolia os acontecimentos de sua vida e demonstra auto-desprezo. Podemos também, ao ler a mesma sinopse, antecipar que seja um livro de comédia, onde o narrador utiliza de sarcasmo para divertir o leitor enquanto narra sua biografia. Ao começar a ler podemos nos perguntar como foi a morte de Brás Cubas, no meio do livro podemos nos perguntar se ele conseguiu se tornar ministro, se conseguiu se casar com Virgília, se tiveram filhos, se ele perdeu tudo, se se manteve rico. E à medida que lemos, vamos confirmando ou não nossas hipóteses. 
Inferência: O leitor parte de trechos lidos no texto para, a partir de conhecimentos e experiências prévias, inferir sobre o que irá ocorrer. Utilizando o exemplo do item anterior, ao nos perguntarmos se Virgília e Brás Cubas se casaram, podemos encontrar no livro trechos que demonstram a complexidade da relação entre os dois, e inferir que não se casaram. Podemos também partir do trecho onde Vigília o visita em seu leito de morte, e o diálogo entre os dois, e inferir (nesse caso equivocadamente) que se casaram por um breve período mas depois se separaram. Poderíamos também, partindo de nossos conhecimentos históricos, e descartar esse cenário, levando em conta que o divórcio naquela época onde se passa a história, era ilegal e visto como imoral, tanto pela Igreja, quanto pela sociedade. 
Verificação: O leitor comprova ou não todas as suas inferências e antecipações e ajusta sua interpretação acerca do texto. 
2.8 FATORES DE COMPREENSÃO DA LEITURA
Quatro fatores nos auxiliam na compreensão daquilo que lemos: 
Decodificação: Em um nível básico, quando estamos aprendendo a ler, reconhecemos que as letras representam os sons das palavras faladas. À medida que dominamos cada letra do alfabeto (quando aprendemos a ler), mapeamos essas letras de acordo com os sons que representam. Esse mapeamento permite que comecemos a decifrar palavras inteiras. Ao dividir as palavras em seus sons componentes, os fonemas, podemos emitir as palavras. Por exemplo, a palavra “guerra" é composta por quatro fonemas, "gu", "e", “rr”, “a”. Decodificamos facilmente esses quatro sons, não porque o ouvido os ouve dessa forma, mas porque o cérebro os separa automaticamente. Com a prática, a decodificação se torna automática para o leitor com progresso normal. As crianças veem as palavras e as leem sem esforço, mesmo que não saibam o significado de cada palavra.
Compreensão: O segundo passo na leitura é entender a palavra escrita. Em última análise, a compreensão depende da capacidade de decodificar e dominar palavras. Quando o reconhecimento de palavras torna-se automático, nos tornamos capazes de nos concentrar no significado de frases e parágrafos inteiros enquanto lêem. À medida que lêem, aprendemos a conectar informações simultaneamente dentro de determinado contexto, relacionar o que estamos lendo com o que já sabemos e manter o foco.
Interpretação: Nessa etapa examinamos os recursos em todo o texto para ver como a discussão molda nossa percepção da realidade. Os conhecimentos e experiências prévias do leitor ajudam nessa etapa. 
Retenção: O passo final é reter, ou lembrar, o que foi lido. Trata-se de organizar e resumir o conteúdo e conectá-lo prontamente ao que já sabemos. 
2.9 ESCRITA E LEITURA: CONTEXTO DE PRODUÇÃO E CONTEXTO DE USO
De acordo com Koch; ELIAS (2010, apud ESTEVES PASSOS, 2017):
Depois de escrito, o texto tem uma existência independente do autor. Entre a produção do texto escrito e sua leitura, pode passar muito tempo, as circunstâncias da escrita (contexto de produção) podem ser diferentes das circunstâncias da leitura
(contexto de uso), fato esse que interfere na produção de sentido. 
E o que quer dizer isso em termos práticos? Quer dizer que é necessário ter conhecimento do contexto (histórico, sócio-econômico, político e cultural) no qual uma obra, artigo ou texto foi escrito. No tópico 2.7 citamos como exemplo a obra de George Orwell, “1984”, e o faremos novamente aqui. A ideia de obra de Orwell é um cenário distópico onde a União Soviética havia ganhado a Guerra Fria e dominado o mundo, que vivia sob o autoritarismo stalinista. Agora analisaremos quais conhecimentos prévios o leitor necessita para compreender o que foi dito: O leitor precisa conhecer o que foi a Guerra Fria (a disputa pelo poderio político e militar entre as duas superpotências: EUA e URSS), qual sua origem (o fato de URSS e EUA terem vencido a segunda guerra mundial. e as visões de mundo diametralmente opostas que defendia cada regime), o local onde nasceu e cresceu Orwell (Reino Unido, que lutou ao lado dos EUA e foi crucial para a vitória sobre a Alemanha Nazista) e a forma autoritária de governar dos soviéticos, para entender porque isso era causa de medo para Orwell, levando-o a enxergar um cenário com a vitória soviética como distópico. Dito isso, podemos concluir que o contexto no qual um texto foi escrito é crucial para o entendimento do leitor. Um leitor em 2021, deve conhecer como era o mundo 72 anos atrás para encontrar sentido na obra de Orwell, caso contrário, não conseguirá interpretá-la corretamente e a obra a ele nada vai agregar. Isso exemplifica a afirmação de Koch de que a diferença das circunstâncias da escrita e as circunstâncias da leitura podem interferir na produção de sentido. 
3. REFERÊNCIAS 
ESTEVES PASSOS, Ivana. Apostila Comunicação e Expressão. Serra. Faculdade Capixaba da Serra, 2017, p.12-52.
Símbolos e Idiomas. Suporte Geográfico 77, [201-?]. Disponível em: https://suportegeografico77.blogspot.com/2019/11/simbolos-e-idiomas.html
Acesso em 03 set. 2021 
Variações Linguísticas. Mundo Educação, [201-?]. Disponível em: 
https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/variacoes-linguisticas.htm.Acesso em 05 set. 2021

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