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APOSTILA - Desenho Técnico

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Prévia do material em texto

DESENHO TÉCNICO 
Profa. Elaine Alcântara Freitas Peixoto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA POR MEIO DE DESENHO TÉCNICO ................ 3 
2 NORMAS ABNT PARA DESENHO TÉCNICO ............................................. 20 
3 PROJEÇÕES PLANAS – APRESENTAÇÃO GERAL ...................................... 51 
4 PROJEÇÕES PLANAS PARALELAS ORTOGRÁFICAS DE VISTAS MÚLTIPLAS
 ................................................................................................................. 75 
5 CORTE EM DESENHO TÉCNICO ............................................................ 101 
6 APLICAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO ..................................................... 138 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA POR MEIO DE DESENHO TÉCNICO 
Prezados alunas e alunos, 
Estamos iniciando a disciplina Desenho Técnico! Desenho é uma ferramenta utilizada 
por várias pessoas, profissionais de determinadas áreas, como Engenharia, Arquitetura, 
Medicina, Jornalismo e Geografia, sendo também entendido como meio de 
comunicação. 
O desenho é recurso adotado para criação, transmissão, guarda e análise de dados. Ele 
é a representação gráfica de um objeto existente ou de um projeto de máquina, edifício, 
novo mecanismo que exista inicialmente na mente de quem o idealizou, depois é 
materializado: primeiro desenhado e depois construído, conforme concebido. 
No entanto, para que o desenho possa ser ferramenta de trabalho para representar um 
projeto ou um objeto, as exigências relativas ao desenho técnico deverão ser 
conhecidas, e este é o objetivo desta disciplina. 
Dessa maneira, o tema Desenho Técnico é apresentado na disciplina em seis blocos: 
 Bloco 1 – Representação gráfica por meio de desenho técnico; 
 Bloco 2 – Normas de desenho técnico; 
 Bloco 3 – Projeções planas: apresentação geral; 
 Bloco 4 – Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas; 
 Bloco 5 – Corte em desenho técnico; 
 Bloco 6 – Aplicação do desenho técnico. 
Essa disciplina também contempla a elaboração de desenhos por meio de software CAD 
(Computer Aided Design). Dessa forma, a apresentação de comandos e funções 
acontecerá ao longo do material, no último subtema de cada bloco. 
 
 
 
 
4 
 
Você perceberá que o conteúdo de cada bloco será dividido em subtemas, que serão 
explorados individualmente, propiciando seu entendimento e permitindo, com a junção 
de todos, a compreensão e elaboração de objetos por meio de desenho técnico. O 
objeto, nesse contexto, tem o sentido daquilo que se quer representar graficamente: 
um elemento de máquina, um conjunto de peças mecânicas, um edifício, o leiaute de 
um setor, um terreno com suas curvas de nível, a implantação de um conjunto de 
edifícios residenciais ou o detalhe de fixação de um rodapé num ambiente construído. 
Os temas abordados neste primeiro bloco serão: representação gráfica de objetos, 
geometria descritiva (conceituação), normas de desenho técnico, desenho técnico 
convencional e desenho utilizando software CAD e Software CAD (ambiente gráfico, 
comandos, iniciando um desenho). 
Vamos, então, iniciar os estudos e bom trabalho! 
1.1 Representação gráfica de objetos 
O desenho se constitui como meio de comunicação. Segundo Mello (2019), a 
comunicação apresenta os seguintes elementos, conforme esquema e explicação que 
seguem: 
 
Fonte: Adaptado de MELLO, 2019, p. 3. 
Figura 1.1 – Teoria da Comunicação: elementos. 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentando os elementos para compreensão da figura, temos: 
 Emissor: quem emite a mensagem; 
 Destinatário: a quem a mensagem se destina. 
 Mensagem: objeto da comunicação, compõe-se dos conteúdos das informações 
transmitidas; 
 Contexto: situação à qual a mensagem se refere; 
 Canal: meio adotado para circulação da mensagem, podendo ser físico ou virtual, 
garantindo o contato entre emissor e destinatário; 
 Código: modo pelo qual a mensagem se organiza. É formado por conjunto de 
sinais, organizado em conformidade com determinadas regras, sendo que cada 
elemento tem significado com os demais. O código deve ser de conhecimento 
tanto do emissor como do destinatário. 
E o desenho técnico também se constitui como meio de comunicação? 
Silva et al. (2006) afirmam que o desenho e a representação gráfica estão presentes em 
praticamente toda a atividade humana, constituindo-se na forma mais antiga de registro 
e constituição de informação. Pinturas rupestres, como o bisão representado na figura 
1.2, são representações artísticas pré-históricas, formando registros que datam de, pelo 
menos, 30 a 40 mil anos. 
 
Fonte: Portal Vermelho Dia, 2016, p. 1. 
Figura 1.2 – Pinturas rupestres em um trecho da caverna de Chauvet. 
 
 
 
6 
 
A comunicação gráfica, portanto, é tão antiga quanto o próprio homem, sendo 
desenvolvida em paralelo com a tecnologia ao longo do tempo. É certo dizer que o 
desenho precedeu a escrita na comunicação de conhecimentos. O povo egípcio utilizou 
a escrita baseado em desenhos (os hieróglifos, representados na figura 1.3), sendo que 
cada desenho tem um significado diferente. De acordo com Silva et al. (2006), nosso 
sistema de escrita, o alfabeto, é baseado em símbolos abstratos que, quando juntos, 
formam palavras que significam diferentes coisas. 
 
Fonte: <https://pixabay.com/pt/hier%C3%B3glifo-escrita-eg%C3%ADpcio-museu-3839141/>. Acesso 
em: 4 fev. 2019. 
Figura 1.3 – Hieróglifos da escrita egípcia. 
1.2 Geometria descritiva: conceituação 
Um objeto pode ser descrito de diversas maneiras: pelo seu nome ou por um desenho 
que o representa; um desenho livre ou um desenho técnico. Segundo Silva et al. (2006), 
a diferença entre os dois pode ser o próprio objetivo da descrição: caso seja apenas uma 
ideia do objeto representado pela imagem, então um desenho livre é suficiente. Esse 
desenho pode ser um trabalho realmente artístico ou então simplesmente um esboço 
do objeto. Já se o objetivo for representar com exatidão a forma e dimensões do objeto, 
então trata-se de um desenho técnico. 
Silva et al. (2006) fornecem outra definição que também pode ser dada para diferenciar 
um desenho livre de um técnico. Enquanto um desenho livre pode ter diferentes 
interpretações e significados para diferentes pessoas, um desenho técnico não deve 
apresentar ambiguidades. Este deve representar com exatidão e perfeição, sem 
margem para dúvidas, o objeto representado. 
 
 
 
7 
 
Um exemplo de desenho livre é a ilustração da primeira casa estatal de Vermont, figura 
1.4, construída em 1808 e localizada em Montpelier, capital do estado de Vermont, nos 
Estados Unidos. Esse tipo de desenho livre é também chamado de ilustração. Observa-
se nesse desenho a forma aproximada da casa, mas não temos conhecimento de suas 
exatas dimensões. 
 
Fonte:<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_first_Vermont_State_House_(1808_wood_engra
ving).jpg>. Acesso em: 4 fev. 2019. 
Figura 1.4 – Primeira casa estatal de Vermont. 
Um exemplo de desenho técnico é mostrado na figura 1.5. É possível observar nesse 
desenho o formato exato do objeto, além de todas suas dimensões. Fica claro para o 
leitor que tenha conhecimento sobre desenho técnico a correta interpretação da peça 
a que representa, além do que cada símbolo significa. 
 
 
 
8 
 
 
Fonte: Abrantes, 2018, p. 54. 
Figura 1.5 – Peça em perspectiva isométrica com cotas. 
O estudo do desenho é o que chamamos de geometria gráfica. A partir dela é possível 
entender as características do objeto representado pelo desenho. É dividida em 
desenho geométrico (que representa formas bidimensionais) e geometria descritiva 
(para formas tridimensionais), desenvolvida por Gaspard Monge (1746-1818), professor 
da Escola Politécnica da França, que desenvolveu o conceito de projeção (SILVA et al., 
2006, p. 4). 
Portanto, de acordo com Silva (2014), o desenho técnico é dividido em: 
 desenhos não projetivos:são os desenhos obtidos a partir de cálculos algébricos 
(tais como gráficos, diagramas, fluxogramas etc.); 
 desenhos projetivos: representam um determinado objeto em um ou mais 
planos ortográficos (vistas frontal, lateral, inferior, superior e posterior) e 
perspectivas. 
Sendo os desenhos projetivos nosso objeto de estudo, o principal objetivo dessa 
disciplina é desenvolver o nosso raciocínio e visão espacial. Vamos entender a forma de 
um objeto 3D sem precisar observar diretamente o objeto. 
 
 
 
9 
 
Para isso, portanto, precisamos definir o que são as duas formas de representação do 
desenho projetivo. De acordo com Silva et al. (2006), a representação em vistas 
múltiplas baseia-se no conceito de projeção ortogonal, obedecendo determinadas 
regras e convenções. Quando as vistas são assimiladas pelo leitor que conhece essas 
regras, este consegue entender e visualizar o objeto representado. 
Já a perspectiva é usada quando se deseja ter uma visão espacial e rápida do objeto. O 
desenho assemelha-se a uma fotografia do objetivo, sem precisar de nenhuma 
capacidade especial para interpretação. Em geral, costuma transmitir menos 
informações que o desenho em vistas múltiplas, mas, por ter fácil visualização e 
interpretação, é bastante utilizado (SILVA et al., 2006, p. 4). 
A figura 1.6 mostra, à esquerda, as vistas múltiplas da peça, apresentada em perspectiva 
à direita. Observe que a perspectiva fornece quase imediatamente a forma do objeto, 
enquanto a interpretação do objeto à esquerda é mais difícil. No entanto, atente-se ao 
fato de que a representação em vistas múltiplas representa o objeto de forma rigorosa 
e inequívoca. 
 
Fonte: ABRANTES, 2018, p. 58. 
Figura 1.6 – Desenho em perspectiva e projeções. 
1.3 Normas de desenho técnico 
Seguem as normas mais frequentemente utilizadas em desenho técnico, sendo aqui 
apresentadas as normas gerais e outras específicas para arquitetura e eletrônica. As 
normas serão estudadas e sua aplicação verificada, conforme os diferentes conteúdos 
forem abordados ao longo da disciplina. 
 
 
 
10 
 
Quadro 1.1 – Normas de desenho técnico. 
 
Normas para desenho técnico mecânico
ABNT NBR 14611:2000 
Desenho técnico - Representação simplificada em estruturas 
metálicas
ABNT NBR 6409:1997 
Tolerâncias geométricas - Tolerâncias de forma, orientação, 
posição e batimento - Generalidades, símbolos, definições e 
indicações em desenho
ABNT NBR 10067:1995 
Princípios gerais de representação em desenho técnico - 
Procedimento
ABNT NBR 12298:1995 
Representação de área de corte por meio de hachuras 
em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 8402:1994 
Execução de caracter para escrita em desenho técnico - 
Procedimento
ABNT NBR 12288:1992 
Representação simplificada de furos de centro 
em desenho técnico- Procedimento
ABNT NBR 10126:1987 Cotagem em desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 10582:1988 Apresentação da folha para desenho técnico - Procedimento
ABNT NBR 10068:1987 Folha de desenho - Leiaute e dimensões - Padronização
ABNT NBR 8403:1984 
Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras 
das linhas - Procedimento
ABNT NBR 8404:1984 
Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos - 
Procedimento
Normas para desenho técnico arquitetônico
ABNT NBR 6492:1994 Representação de projetos de arquitetura
ABNT NBR 7191: 1982
Execução de desenhos para obras de concreto simples ou 
armado
ABNT NBR 16636-1:2017
Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos 
especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos 
ABNT NBR 16636-2:2017
Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos 
especializados de projetos arquitetônicos e urbanísticos 
Normas para desenho técnico eletrônico
ABNT NBR 5410:2004 Instalações elétricas de baixa tensão 
ABNT NBR IEC 60079-
14:2016
Atmosferas explosivas
Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas
Fonte: Adaptado de ABNT Catálogo. Disponível em: <http://www.abntcatalogo.com.br>. Acesso em 4 
fev. 2019. 
 
 
 
11 
 
IMPORTANTE: consultar a ABNT para confirmar a vigência da norma ou conhecer aquela 
que a substituiu. 
1.4 Desenho técnico convencional e desenho utilizando software CAD 
Silva et al. (2006) afirmam que o avanço da tecnologia e, principalmente, o 
desenvolvimento da informática e a utilização de computadores têm impulsionado 
especialmente a área de Engenharia, tanto na realização de cálculos como no desenho. 
O computador tem auxiliado na concepção e projeto das várias áreas da Engenharia 
(Civil, Mecânica, Eletrotécnica, Arquitetônica) e do Design Industrial. Cada vez mais 
softwares são utilizados, impulsionado o desenvolvimento industrial, a educação e a 
pesquisa científica. Sistemas CAD (Computer Aided Design, do inglês, ou Projeto 
Assistido por Computador) são os softwares que contêm um conjunto de comandos 
específicos para operações de desenho (criar linhas, polígonos, formas geométricas, 
sólidos, objetos tridimensionais) e sua manipulação (ampliações, deformações, 
mudanças de escala, cópias, translações etc.). Esses vários comandos criam uma 
interface de simples uso pelo usuário. 
Atualmente, os sistemas CAD abrangem várias fases do projeto e da produção de um 
produto, através da articulação entre si de vários módulos: o CADD (Computer Aided 
Design and Drafting), o CAE (Computer Aided Engineering), o AEC (Architectural, 
Engineering and Construction) e o CAM (Computer Aided Manufacturing). 
Ao longo da disciplina, a sigla CAD, embora signifique Computer Aided Design, será 
utilizada como Computer Aided Drafting, referindo-se a Desenho Assistido por 
Computador (SILVA et al., 2006). Este possui diversas vantagens em relação ao desenho 
manual, método tradicional de desenho, do qual Silva et al. (2006) elencam as seguintes 
vantagens: 
 
 
 
 
 
12 
 
 A primeira e óbvia vantagem é a substituição do trabalho manual de desenho 
pelo uso do computador. A inserção de símbolos repetitivos normalizados, no 
desenho manual, era feita geralmente com normógrafos ou folhas de decalque, 
na escala do desenho. No CAD, essa inserção de símbolos normalizados é direta, 
na própria escala do desenho. Ainda, erros cometidos no desenho manual eram 
corrigidos de forma muito trabalhosa: o papel vegetal utilizado para o desenho 
era raspado com uma lâmina e desenhado por cima. O erro cometido no CAD é 
facilmente corrigido, com alguns cliques do mouse ou alguns comandos no 
teclado; 
 Outra vantagem do CAD é a facilidade para guardar o desenho, que nunca perde 
sua qualidade. Desenhos tradicionais feitos em papel podem se deteriorar com 
o tempo, ser perdidos, rasgados, sujos, o que pode inviabilizar a leitura; 
 No desenho à mão, algumas construções geométricas como tangentes, elipses 
etc., demoram muito tempo para serem obtidas. Essas construções são feitas de 
forma automática em CAD, o que diminui bastante o tempo de execução do 
desenho; 
 Como os desenhos em CAD ficam salvos, a importação desses desenhos para 
catálogos e relatórios pode ser feita de forma automática, sem perda de 
resolução ou qualidade do desenho, facilitando ainda a edição e formatação de 
texto; 
 Por fim, para sistemas CAD 3D a construção de objetos tridimensionais permite, 
imediatamente, a verificação de possíveis interferências na análise cinemática 
de mecanismos, a análise estrutural por elementos finitos de componentes e 
conjuntos e a obtenção direta da representação do objeto em vistas múltiplas 
ou de qualquer perspectiva desejada, a partir do modelo tridimensional do 
próprio objeto. 
 
 
 
 
 
13 
 
Relacionada ao software CAD, existe a tecnologia BIM (Building Information Modeling) 
que permite criar digitalmente modelos virtuais. Rosso (2011) explica que um software 
BIM permite gerar objetos paramétricos, sendo, portanto, editáveis. Essa tecnologia 
incorpora informações ao projeto extraindo dados inerentes dos desenhos ao modelocomo custo. 
1.5 Ambiente gráfico, comandos, iniciando um desenho; coordenadas relativas, 
coordenadas polares 
Neste subtema vamos conhecer configurações, comandos de formas geométricas, 
comandos básicos de modificações, de aferições, de edição, dimensionamento, 
parametrização, comandos de impressão e plotagem, utilizando o software 
CADMultiplus, cujo ambiente gráfico consiste em tela de comandos, menus e opções. 
Abrindo o programa, encontra-se o ambiente gráfico. Vamos verificar os comandos 
disponíveis, que são: File, Edit, View, Insert, Modify, Format, Tools, Windows e Help, 
funções que permitem ao usuário realizar a tarefa desejada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Quadro 1.2 – Comandos disponíveis no CADMultiplus. 
Comandos
File
Neste comando estão as funções relativas à manipulação dos arquivos: abrir um arquivo 
existente, criar um novo arquivo, salvar o desenho atual, sair do software.
Edit
Comandos relativos à edição: copiar e colar, fazer e desfazer (undo – redo) etc. Estes 
comandos existem em qualquer programa ambiente Windows. Para estes comandos 
também existem teclas de atalho: 
Ctrl + C = Copiar 
Ctrl + V = Colar 
Ctrl + Z = Desfazer a ultima operação 
Ctrl + X = Recortar 
View
São comandos para a visualização dos elementos, como zoom, vistas em 3D etc. Para 
visualizar um elemento ampliado ou de qualquer ponto de vista, é necessário acessar o 
comando view e nele estará a opção desejada. 
Insert
Aqui encontram-se os comandos relativos ao desenho. Podemos inserir no desenho linha, 
texto, elemento, bloco etc. 
Modify
Este comando permite fazer as alterações em elementos já desenhados. Por exemplo: mover 
uma linha de lugar, rotacionar um elemento, espelhar, copiar, outras possibilidades. 
Format
Nesta opção encontramos as configurações do desenho, como: estilo das cotas, estilo dos 
textos, configurações sobre os layers.
Tools
Aqui estão reunidas ferramentas para: extrair áreas, perímetros e volume de elementos; 
definir a ordem de apresentação; e as opções gerais como a cor da tela, cor do cursor, 
tamanho do cursor e outras. 
Window
É possivel definir cada desenho aberto, ou cada uma das vistas (viewports) criadas como 
uma janela. É possível configurar como veremos as janelas simultaneamente: lado a lado, 
em cascata etc. Nessa opção também fechamos as janelas existentes.
Help
Neste comando encotramos a ajuda: manuais em pdf, site para suporte e informações 
importantes de utilização do software. 
Fonte: Adaptado de: CADMultiplus. 
Linha de comando, conhecida como prompt de comando, corresponde ao meio de 
comunicação entre software e usuário. Poderemos verificar duas formas de diálogo: 
a) Janela solicitando dados para a escolha da opção desejada; 
b) Mensagem na linha de comando perguntando o que será feito na etapa seguinte. 
Utilizando o mouse para o desenho, recomendamos o mouse com scroll, pois facilita os 
comandos de zoom. 
 
 
 
 
 
15 
 
Os botões esquerdo e direito do mouse apresentam as funções: 
 Botão esquerdo: não havendo comando ativo, este botão tem a função de janela 
de seleção; é utilizado para selecionar um objeto antes de realizar um certo 
comando. Se houver comando ativo, este botão é utilizado para executar tarefas, 
como desenhar uma linha, por exemplo; 
 Botão direito: possui a mesma função que a tecla enter. Quando há comando 
ativo, o botão direito serve para finalizar. 
Para iniciar um desenho: vamos à opção File > New. 
Abre-se uma tela para escolhermos o arquivo dwt que será utilizado. 
Arquivo dwt são os templates que armazenam as configurações básicas e mais 
frequentemente usadas quando iniciamos um novo desenho. As configurações podem 
ser as cotas e textos, por exemplo, e no arquivo dwt é onde indica esse padrão. Podemos 
desenhar uma folha em formato pré-definido e salvar este padrão de folha como um 
template. Assim, criando um desenho, podemos escolher esse formato de folha. 
Há também templates já existentes, e vamos utilizá-los, ao selecionar icad.dwt. 
Vamos desenhar o sistema de coordenadas, apresentadas no formato: X, Y, Z. Em 
desenhos 2D a coordenada Z está presente, porém nula. Então, temos: eixo X na 
horizontal, eixo Y na vertical, e o eixo Z temos apenas sua projeção, pois estamos 
fazendo um desenho em 2D. 
 
Figura 1.7 – Eixos do sistema de coordenadas. 
 
 
 
 
16 
 
Vamos desenhar a prancha (a folha em formato pré-definido, no caso de folha A1, 841 
x 594). Veja o esquema do desenho que vamos executar. 
 
Figura 1.8 – Folha tamanho A1, com dimensões 841 x 594. 
Vamos desenhar essa folha utilizando coordenadas relativas. Elas são informadas em 
relação ao ponto anterior, e indicamos as distâncias em X e Y. 
 Selecionar comando Line; 
 Digitar a coordenada inicial: 0,0,0 – corresponde ao ponto A; 
 Na linha de comando, digitar: @841,0 enter – obtido o ponto B; 
 Em seguida, digitar: @0,594 enter (pois será uma linha na vertical) – obtido o 
ponto C; 
 Próxima etapa: digitar: @-841,0 enter (porque a linha será na horizontal, mas no 
sentido contrário ao eixo principal) – obtido ponto D; 
 Próxima etapa: digitar: @0, -594 enter (porque esta linha será na vertical, no 
sentido contrário ao eixo principal). E enter para desativar o comando linha. 
A figura terá sido fechada (um retângulo 841 x 594). 
A mesma figura pode ser desenhada por coordenadas polares. Utilizando as 
coordenadas polares informamos os ângulos utilizados na construção do desenho. Na 
linha de comando, digita-se @distância <Ângulo. 
Note que o ângulo sempre é calculado segundo o círculo trigonométrico, a partir de 0°. 
 
 
 
17 
 
 
Figura 1.9 – Círculo trigonométrico. 
Então, vamos à execução da folha dimensões 841 x 594. 
 Selecionar comando Line; 
 Digitar a coordenada inicial: 0,0,0 – corresponde ao ponto A; 
 Na linha de comando, digitar: @841<0 enter, pois a linha AB tem a dimensão = 
841 e está na horizontal (ângulo=0°); 
 Em seguida, digitar: @594<90 enter. Observe que informamos apenas o valor do 
ângulo, sem qualquer outra indicação; 
 Depois, digitar: @841<180 enter, pois será executada a linha que une os pontos 
C e D. A distância entre os pontos é 841 e o ângulo é de 180°; 
 Em seguida digitar: @594<270 enter, e assim a figura do retângulo estará 
fechada. E enter para desativar o comando linha. 
Desta maneira, vimos duas maneiras de construir uma figura formada por segmentos de 
reta, por coordenadas relativas e por coordenadas polares. 
Você terá condições de identificar o meio que considera mais fácil e mais rápido para 
executar figuras similares à do exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Conclusão 
Neste bloco iniciamos o estudo de desenho técnico e a sua aplicação na atuação 
profissional de cada um de vocês. 
Iniciamos apresentando conceitos básicos de desenho, desenho técnico, normas que 
regem o desenho técnico no Brasil, as características do desenho técnico executado de 
modo convencional e o desenho técnico executado por software CAD. No último 
subtema deste bloco iniciamos os estudos relacionados ao uso de software CAD, de 
modo a conhecer comandos e funções para executar desenhos que representem 
objetos, projetos e sistemas. 
A realização dos exercícios propostos auxilia o processo de aprendizagem. Então, vá 
realizando as atividades propostas conforme o estudo de cada bloco. 
REFERÊNCIAS 
ABRANTES, J.; FILGUEIRAS FILHO, C. A.; ALMEIDA, N. N. (coord.) Desenho técnico 
básico: teoria e prática. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 
CRUZ, M. D. Desenho técnico. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014. 
AMARAL, S. Teoria da comunicação: emissor, mensagem e receptor. Uol Educação, 
2005. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/teoria-da-
comunicacao-emissor-mensagem-e-receptor.htm>. Acesso em: 4 fev. 2019. 
MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS. CADMultiplus PRO V8. Edição/versão: 
CADMultiplus v8 Pro / 8.1.1415.0.P.VC11.x86.São Paulo: IntelliCAD Technology 
Consortium, 2015. Extensão: Licença do software CADMultiplus PRO V8. 
NOVA datação estima que pinturas em caverna têm mais de 30 mil anos. Portal 
Vermelho, São Paulo, 13 abr. 2016. Disponível em: 
<http://www.vermelho.org.br/noticia/279193-1>. Acesso em: 5 fev. 2019. 
 
 
 
19 
 
PIXABAY. Hieróglifos da escrita egípcia. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/hier%C3%B3glifo-escrita-eg%C3%ADpcio-museu-3839141/>. 
Acesso em: 4 fev. 2019. 
ROSSO, S. M. Softwares BIM: conheça os programas disponíveis, seu custo, principais 
características e segredos. AU: Arquitetura Urbanismo, São Paulo, n. 208, p. 1-2, jul. 
2011. Mensal. Disponível em: <http://au17.pini.com.br/arquitetura-
urbanismo/208/artigo224333-1.aspx>. Acesso em: 5 fev. 2019. 
SILVA, A. et al. Desenho técnico moderno. Tradução de Antônio Eustáquio de Melo 
Pertence, Ricardo Nicolau Nassar Koury. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e 
Científicos, 2006. 
SILVA, A. S. Desenho técnico. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
THE FIRST Vermont State House. Wikimedia Commons. Disponível em: 
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_first_Vermont_State_House_(1808_w
ood_engraving).jpg>. Acesso em: 4 fev. 2019. 
 
https://pixabay.com/pt/hier%C3%B3glifo-escrita-eg%C3%ADpcio-museu-3839141/
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_first_Vermont_State_House_(1808_wood_engraving).jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_first_Vermont_State_House_(1808_wood_engraving).jpg
 
 
 
20 
 
 
2 NORMAS ABNT PARA DESENHO TÉCNICO 
Como vimos no bloco anterior, existem diversas normas utilizadas em desenho 
técnico, e neste bloco estudaremos algumas delas: escala, cotagem, tolerâncias, folhas 
de desenho, caligrafia técnica, tipos de linhas, e no subtema relativo ao CAD veremos 
comandos de criação. 
A utilização de softwares CAD reduziu bastante a circulação de desenhos em papel entre 
os departamentos da empresa. No entanto, os desenhos em papel ainda têm grande 
importância, de acordo com Silva et al. (2006), particularmente na fabricação dos 
objetos, para o qual é necessário o conhecimento de todas as vistas do objeto, bem 
como informações complementares, como cotas (as medidas do desenho), as 
tolerâncias dimensionais e geométricas e acabamentos superficiais. Também estão 
presentes nas obras de construção civil de todos portes e, embora haja meios de 
consultar projetos utilizando recursos digitais, a cópia impressa ainda existe em várias 
situações. O quadro 2.1 apresenta as normas que estudaremos nesse bloco. 
Quadro 2.1 – Normas ABNT para desenho técnico. 
ABNT NBR 6158 Sistema de tolerâncias e ajustes 
ABNT NBR 6409 
Tolerâncias geométricas: tolerâncias de forma, orientação, 
posição e batimento; generalidades; símbolos; definições e 
indicações em desenho 
ABNT NBR 8402 Execução de caractere para escrita em desenho técnico 
ABNT NBR 8403 
Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras 
das linhas 
ABNT NBR 10067 Princípios gerais de representação em desenho técnico 
ABNT NBR 10068 Folha de desenho: leiaute e dimensões 
ABNT NBR 10126 Cotagem de desenho técnico 
ABNT NBR 10582 Apresentação da folha para desenho 
Fonte: Adaptado de ABNT Catálogo. Disponível em: <http://www.abntcatalogo.com.br>. Acesso em: 4 
fev. 2019. 
 
 
 
21 
 
As normas apresentadas no quadro 2.1 referem-se à representação do desenho no 
papel. Para podermos discutir a representação de um objeto por meio do desenho 
técnico é importante conhecer essas regras, que dizem respeito ao papel propriamente 
dito, seus formatos e dimensões (NBR 10068), aos tipos de linhas utilizadas num 
desenho e suas respectivas espessuras (NBR 8403), aos tipos de escrita e suas 
características (NBR 8402), às legendas do desenho e listas de peças em desenhos do 
conjunto (NBR 10582). Existem também regras para a cotagem do desenho (NBR 10126) 
e as tolerâncias permitidas (NBR 6158 e NBR 6409). 
Discutiremos ainda sobre a escala dos desenhos, embora a norma que abordava este 
conteúdo não esteja mais em vigor. 
Vamos iniciar os estudos e bom trabalho! 
2.1 Escala e cotagem 
Iniciamos abordando escala. Segundo Silva et al. (2006), as peças devem ser 
representadas em escala real, ou seja, segundo suas dimensões originais. Todavia, na 
prática, nota-se que isso não é possível para a maioria das peças. Para que elas sejam 
representadas de forma clara, precisa e rigorosa, escalas de conversão das dimensões 
reais para as dimensões do desenho devem ser utilizadas. A escala indica a relação do 
tamanho do desenho da peça com o tamanho real dela. Ela permite representar, no 
papel, peças de qualquer tamanho real. Peças muito grandes podem ser representadas 
num desenho pequeno, e detalhes de peças muito pequenas, num desenho grande. 
A norma ABNT NBR 8196 – Emprego de escalas, atualmente cancelada e sem substituta, 
definia as escalas a serem utilizadas nos desenhos. Embora essa norma não exista mais, 
o assunto de escala ainda é muito importante. 
A escala pode ser de três tipos: 
1. Escala natural; 
2. Escala de redução; 
3. Escala de ampliação. 
 
 
 
22 
 
No desenho, as medidas lineares do objeto são mantidas, ampliadas ou reduzidas 
proporcionalmente. Quando as dimensões lineares do objeto são mantidas, chamamos 
de escala natural. Quando as medidas do objeto real são reduzidas, chamamos de escala 
de redução e, quando aumentadas, chamamos de escala de ampliação. 
A escala é representada por dois números que indicam a proporção do objeto em 
relação ao desenho. A escala 5:1 (lê-se escala cinco para um) indica que o desenho do 
objeto representado no papel é cinco vezes maior que o objeto real, enquanto a escala 
1:200 indica que o objeto é 200 vezes maior que o desenho (ou, equivalentemente, que 
o desenho é 200 vezes menor que o objeto). 
Assim, para os três tipos de escala existentes, temos: 
 Escala natural: onde o desenho técnico tem as mesmas dimensões do objeto. 
Indicamos essa escala como 1:1, sempre; 
 Escala de redução: nessa escala, a medida do desenho é menor que a medida do 
objeto real. A escala é indicada como 1:X, e X é o fator de escala empregado. 
Pode ser, por exemplo, 1:2, 1:5, 1:100. Nesses casos, o desenho é 2, 5 ou 100 
vezes menor que o objeto real; 
 Escala de ampliação: nesse caso, a medida do desenho é maior que a do objeto 
representado. A escala é indicada como X:1, sendo X o fator de escala. Exemplos 
incluem 20:1 e 500:1, onde o desenho é 20 ou 500 vezes maior que o objeto. 
Segundo Silva et al. (2006), escolha da escala deve ser feita de modo a representar 
convenientemente todos os aspectos do desenho, no formato de papel escolhido. Nas 
áreas de arquitetura e engenharia civil, as escalas mais empregadas são normalmente 
as de redução, devido às grandes dimensões das construções civis e mapas. Utilizam-se 
escalas de 1:100.000, 1:25.000 e 1:10.000 no nível dos estudos de planejamento 
regional, e as escalas de 1:5.000, 1:2.000, 1:1.000 e 1:500 no nível de planejamento 
urbano. Na área de arquitetura, as escalas empregadas usualmente são de 1:100, para 
plantas vistas e cortes da definição arquitetônica global, e as escalas 1:50, 1:10 e 1:5 
para detalhes construtivos. 
 
 
 
23 
 
A norma NBR 8196 sugeria a utilização das escalas representadas no quadro 2.2. Assim, 
pode-se utilizar uma escala de redução de 1:50.000 ou uma escala de ampliação de 20:1, 
mas não se utiliza uma escala de 1:137 ou 17:1, por exemplo. 
Quadro 2.2 – Escalas normalizadas estabelecidas pela extinta NBR 8196. 
Redução Natural Ampliação 
1:20 1:1 20:1 
1:50 50:1 
1:100 100:1 
Nota – As escalas desta tabela podem ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10 
Fonte: Adaptado de ABNT (1999). 
A fórmula abaixo nos auxilia na utilização da escala: 
𝑀𝑑 = 𝑀𝑜 × 𝐸 
Nessa fórmula, tendo dois dados, encontramos o terceiro. Temos na fórmula que 𝐌𝐝 é 
a medida do desenho (a medida da representaçãográfica no papel), 𝐌𝐨 é a medida do 
objeto (a medida da peça real) e 𝐄 é o fator de escala. Assim, por exemplo, se um muro 
é desenhado por uma linha de 3 cm e a escala do desenho é 1:100, sabemos que 𝐌𝐝 =
𝟑 𝐜𝐦 e 𝐄 = 𝟏: 𝟏𝟎𝟎 = 𝟎, 𝟎𝟏 e, portanto, 𝐌𝐨 =
𝐌𝐝
𝐄
=
𝟑
𝟎,𝟎𝟏
= 𝟑𝟎𝟎 𝐜𝐦 = 𝟑 𝐦. Logo, o 
muro representado no desenho tem 3 m de altura. 
Dando continuidade ao conteúdo vamos abordar cotagem. A representação de um 
objeto físico por meio de um desenho só é feita com exatidão se suas dimensões estão 
corretamente indicadas no desenho. A indicação de uma medida do objeto é a sua cota. 
A norma ABNT NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico estabelece os critérios para 
a correta cotagem de um desenho. De acordo com a norma, ela é definida como 
“representação gráfica no desenho da característica do elemento, através de linhas, 
símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida” (ABNT,1987, p. 1). 
 
 
 
24 
 
A cotagem deve ser representada diretamente no desenho, localizada na vista ou corte 
que melhor represente o objeto. As cotas podem ser: funcionais, não funcionais e 
auxiliares (CRUZ, 2014, p. 89): 
1. Cota funcional: essencial ao funcionamento da peça; 
2. Cota não funcional: não interfere no funcionamento da peça; 
3. Cota auxiliar: é informativa, derivada de outros valores que já foram 
apresentados no desenho, servindo para evitar cálculos. 
 
Fonte: Adaptado de CRUZ, 2014, p. 89. 
Figura 2.1 – Cota funcional (F), cota não funcional (NF) e cota auxiliar (AUX). 
Ela também pode ser inserida no desenho em perspectiva. Deve-se considerar que todas 
as cotas do desenho utilizam a mesma unidade de medida, que deve estar indicada em 
algum lugar da folha do desenho técnico. Existem cotas lineares, que indicam medidas 
de comprimento, largura e altura, e cotas angulares, que indicam medidas de abertura 
de ângulos. 
As cotas devem ser indicadas no desenho de modo que a informação seja lida da 
esquerda para direita e de baixo para cima, paralelamente à dimensão cotada. As figuras 
abaixo indicam as duas formas de cota que podem aparecer num desenho. 
 
 
 
25 
 
 
Figura 2.2 – Cotagem linear (desenho sem escala). 
 
 
Figura 2.3 – Cotagem angular (desenho sem escala). 
Vários são os elementos necessários para a cotagem. De acordo com Silva et al. (2006), 
as regras gerais relacionadas às inscrições das cotas nos desenhos podem ser 
sumarizadas 
 As cotas indicadas no desenho sempre são as dimensões reais do objeto, 
independente da escala utilizada; 
 A dimensão dos caracteres deve ser adequada à legibilidade do mesmo, e sua 
escrita deve obedecer às normas da caligrafia técnica; 
 Nenhuma cota necessária à definição da peça pode ser omitida; 
 Os elementos devem ser cotados preferencialmente na vista que dá mais 
informação em relação à sua forma ou localização; 
 Cruzamentos de linhas de cota entre ou com outros tipos de linha devem ser 
evitados, sempre que possível; 
 As cotas devem ser localizadas preferencialmente fora do contorno das peças; 
 
 
 
26 
 
 As cotas devem se localizar o mais próximo possível do detalhe a cotar, 
respeitando-se as recomendações anteriores; 
 Cada elemento deve ser cotado uma única vez, independente da quantidade de 
vistas da peça; 
 As cotas devem ser posicionadas sobre alinha de cota, preferencialmente no 
ponto médio da linha; 
 Os algarismos da cota não devem ficar sobrepostos ou separados com nenhum 
outro detalhe do desenho; 
 As unidades de todas as cotas devem ser sempre as mesmas. A indicação da 
unidade é indicada no campo apropriado da legenda e não na indicação da cota; 
 As cotas podem ser indicadas junto a uma das setas e a linha de cota 
interrompida, de forma a evitar linhas de cotas muito longas ou cruzamentos 
eventuais de linhas; 
 Se o espaço necessário para a cota não é suficiente, a cota pode ser posicionada 
abaixo da linha de cota, ligada à linha de cota através de uma pequena linha de 
referência. 
As figuras abaixo ilustram os principais elementos da cotagem: 
 
Fonte: Adaptado de ABNT, 1987, p. 3. 
Figura 2.4 – Elementos da cotagem. 
 
 
 
 
27 
 
Existem simbologias que podem ser adotadas na cotagem como prefixo das cotas, 
facilitando a interpretação destas. 
Quadro 2.3 – Simbologia em cotagem. 
 
Fonte: Adaptado de: ABNT, 1987, p. 7. 
 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 94. 
Figuras 2.5 – Indicação de diâmetros e raios em cotagem. 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 95. 
 
 
 
28 
 
Figura 2.6 – Quadrado. 
 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 95. 
Figura 2.7 – Raio esférico e diâmetro esférico. 
Há diferentes tipos de cotagem: em cadeia, por elemento de referência e por 
coordenadas. 
Na cotagem em cadeia as cotas são indicadas uma ao lado da outra. 
 
Fonte: Cruz, 2014, p. 95. 
Figura 2.8 – Cotagem em cadeia. 
A cotagem por elemento de referência pode ser por cotas aditivas ou paralelas. As 
figuras 2.9 e 2.10 apresentam esses exemplos. 
 
 
 
29 
 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 97. 
Figura 2.9 – Cotagem por elemento de referência: cotagem aditiva. 
 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 96. 
Figura 2.10 – Cotagem por elemento de referência: cotagem paralela. 
Existem ainda situações em que há elementos que se repetem, equidistantes e 
uniformemente distribuídos. 
 
 
 
30 
 
Na cotagem simplificada, no caso deste exemplo (figura 2.11), coloca-se 8 como a 
quantidade de objetos; pela distância deles, 10 mm; e entre parênteses a distância total 
de 80 mm. 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 97. 
Figura 2.11 – Cotagem simplificada. 
Eliminando-se possíveis dúvidas, é possível indicar a cota de um dos espaços. 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 97. 
Figura 2.12 – Cotagem de um dos espaços. 
Poderá, ainda, haver a representação de elementos repetidos e, para evitar a repetição 
da mesma cota, a cotagem pode ser efetuada indicando-se a quantidade 9, neste 
exemplo, pela dimensão: 4. 
 
Fonte – Cruz, 2014, p. 98. 
Figura 2.13 – Cotagem de elementos repetidos. 
 
 
 
 
 
31 
 
2.2 Tolerâncias 
Embora a cotagem de uma peça deixe claro para o leitor do desenho quais as dimensões 
corretas do objeto representado e a localização de cada um de seus detalhes, o desenho 
com as suas cotas não possui informação suficiente para a produção da peça 
representada. Para que uma indústria consiga produzir uma peça representada por um 
desenho técnico, é necessário também indicar as tolerâncias da peça. 
Segundo Silva et al. (2006), a tolerância é uma extensão da cotagem, fornecendo 
informação adicional acerca da forma, dimensão e posição dos elementos. A tolerância 
fornece informações essenciais para a fabricação, pois, a partir da especificação da 
tolerância, pode-se escolher um ou outro modo de fabricação. A tolerância busca limitar 
os erros de fabricação das peças, podendo ser geométrica ou dimensional. 
A tolerância dimensional destina-se a limitar os erros dimensionais de fabricação das 
peças. Uma cota de 20 mm da peça indicada no desenho significa dizer que a peça é 
fabricada com aproximadamente 20 mm. A dimensão real pode ser 19,65; 20,18; 20,42 
ou 20,001. Em todos os casos, ao arredondar a medida à unidade, todos os valores 
indicam uma dimensão de 20 mm. 
A tolerância geométrica limita os erros geométricos cometidos na fabricação das peças, 
impondo variações admissíveis na forma e localização dos diferentes elementos ou 
partes de uma peça. A tolerância geométrica, quando aplicada a um elemento, define 
uma zona de tolerância na qual o elemento deve estar contido. 
A figura 2.14 mostra o desenho de uma peça, cujos diâmetros e comprimentos 
apresentam as tolerâncias permitidas de fabricação. Observe que se utilizam os 
símbolos + e – para indicar o “desvio permitido” a partir do valor nominal indicado no 
desenho. Nesta peça, o diâmetro da parte rebaixada tem dimensão nominal 12 mm. As 
tolerâncias indicam, no entanto, que o valor permitido para esse diâmetro varia de12,12 
a 12,23 mm. Analogamente, o diâmetro maior tem valor nominal 16 mm, mas as 
tolerâncias especificam que seu valor pode estar dentro da faixa de 15,59 a 15,80 mm. 
 
 
 
32 
 
O comprimento total da peça tem dimensão nominal de 40 mm, mas pode variar de 
39,75 a 40,25 mm. 
 
Fonte: <https://essel.com.br/cursos/material/01/DesenhoTecnico/aula28.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2019. 
Figura 2.14 – Desenho de peça com tolerâncias. 
As tolerâncias dimensionais especificam a faixa de valores em que a grandeza medida 
se situa. Já as tolerâncias geométricas especificam os desvios da forma do objeto. 
Observe na figura 2.15 que o desenho de projeto da peça (à esquerda) especifica as 
dimensões permitidas do objeto. No desenho à direita, está o desenho da peça real. 
 
Fonte: <http://jpbdesenho.blogspot.com/2015/10/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html>. Acesso 
em: 4 fev. 2019. 
Figura 2.15 – Tolerância geométrica. 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Os valores medidos estão dentro das tolerâncias especificadas, mas observe que a forma 
do objeto está diferente. De fato, a linha de centro do cilindro não é perpendicular ao 
plano da circunferência de 20 mm de diâmetro. Isso caracteriza um desvio de forma do 
objeto. Outros desvios de forma podem ser permitidos, as tolerâncias geométricas e os 
símbolos que a representam no desenho são estabelecidas pela norma ABNT NBR 6409, 
e o quadro 2.4 nos apresenta os símbolos utilizados, de acordo com a norma. 
Quadro 2.4 – Símbolos para a característica tolerada. 
Símbolo
Retitude
Planeza
Circularidade
Cilindricidade
Perfil de linha qualquer
Perfil de superfície qualquer
Paralelismo
Perpendicularidade
Inclinação
Posição
Concentricidade
Coaxilidade
Simetria
Circular
Total
Batimento
Para elementos isolados ou 
associados
Para elementos associados
Característica tolerada
Para elementos isolados
Forma
Orientação
Posição
 
Fonte: ABNT, 1997, p. 3. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
2.3 Folhas de desenho; caligrafia técnica; tipos de linhas 
A utilização de programas CAD para execução de desenhos tem reduzido a utilização de 
desenhos em papel. No entanto, de acordo com Silva et al. (2006), a impressão e 
reprodução dos desenhos desempenham uma importante função na documentação 
técnica do objeto. 
Primeiramente, é importante escolher o formato (ou as dimensões) da folha de papel a 
ser utilizada. Essa escolha é de responsabilidade do desenhista ou projetista e deve ser 
feita com cautela. As folhas menores são mais fáceis de manusear, mas, em muitos 
casos, acaba sendo necessário utilizar escalas de redução para representar a peça inteira 
na folha, o que pode prejudicar a interpretação e compreensão do objeto representado. 
Já nas folhas maiores o problema da clareza é solucionado, com um custo maior de 
impressão e reprodução do desenho, aliado à dificuldade elevada no manuseio da folha 
(Silva et al., 2006, p. 30). 
A norma que estabelece os formatos de papel e sua orientação é a ABNT NBR 10068 
Folha de desenho – Leiaute e dimensões. As dimensões dos formatos de papel da série 
A estão mostradas no quadro 2.5. Essas dimensões não são escolhidas por acaso: são 
determinadas a partir da folha base A0, cuja área tem 1 m². Os lados do papel têm 
proporção 𝟏: √𝟐 e o lado maior do formato seguinte é o dobro do lado menor do 
formato anterior. Os diferentes formatos podem ser obtidos a partir do formato A0, 
através de sucessivas subdivisões, como mostra a figura 2.16. Os diferentes formatos 
podem ser utilizados em pé (lado maior na vertical) ou deitados (lado maior na 
horizontal), dependendo do que for mais adequado (Silva et al., 2006, p. 30). 
Quadro 2.5 – Formatos da série A. 
Designação Dimensões (mm) 
A0 841 × 1189 
A1 594 × 841 
A2 420 × 594 
A3 295 × 420 
A4 210 × 297 
Fonte: ABNT, 1987, p. 2. 
 
 
 
35 
 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 31. 
Figura 2.16 – Folha A0 e os formatos derivados. 
Numa folha de desenho, toda informação inscrita, seja um algarismo ou outro caractere, 
deve ser apresentada em escrita normalizada. A norma ABNT NBR 8402 – Execução de 
caractere para escrita em desenho técnico estabelece as condições exigidas para a 
escrita em desenhos técnicos. A escrita normalizada tem como objetivo a legibilidade, 
uniformidade e reprodução do desenho sem perda de qualidade. 
A norma NBR 8402 estabelece que todos os caracteres devem ser distinguíveis entre si 
e escritos de forma que todas as linhas se cruzem ou se toquem num ângulo reto, e que 
as letras maiúsculas e minúsculas devem ser escritas com a mesma largura de linha. A 
norma estabelece também as dimensões dos caracteres, sendo altura 𝐡 das letras 
maiúsculas tomada como base para o dimensionamento e as outras dimensões 
baseadas nessa mesma altura 𝐡. O quadro 2.6 indica as proporções e as dimensões dos 
caracteres num desenho técnico e a figura 2.17 ilustra essas proporções e dimensões. A 
figura 2.18 apresenta exemplo de escrita manuscrita, já a figura 2.19, exemplo de letras 
e numerais empregados na escrita em software CAD. 
 
 
 
 
 
36 
 
Quadro 2.6 – Proporções e dimensões de símbolos gráficos. 
Fonte: ABNT, 1994, p. 2. 
 
 
Fonte: ABNT, 1994, p. 2. 
Figura 2.17 – Características da forma de escrita. 
 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 43. 
Figura 2.18 – Exemplo de escrita. 
 
Características Relação Dimensões (mm) 
Altura das letras 
maiúsculas 
h 
(10/10) 
h 
2,5 3,5 5 7 10 14 20 
Altura das letras 
minúsculas 
c (7/10) h - 2,5 3,5 5 7 10 14 
Distância mínima entre 
caracteres 
a (2/10) h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4 
Distância mínima entre 
linhas de base 
b 
(14/10) 
h 
3,5 5 7 10 14 20 28 
Distância mínima entre 
palavras 
e (6/10) h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12 
Largura da linha d (1/10) h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2 
 
 
 
37 
 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 44. 
Figura 2.19 – Letras e numerais empregados em software CAD. 
A norma NBR 8402 estabelece que todos os caracteres do desenho devem ser escritos 
com a mesma largura de linha, o que indica que diferentes tipos de linhas podem ser 
utilizados num desenho técnico. De fato, diferentes tipos de linha existem e são 
descritos na norma ABNT NBR 8403 Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas 
– Larguras das linhas. 
A figura 2.20 apresenta o desenho de uma peça com um furo quadrado no meio. 
Observe que nos desenhos das vistas frontal e lateral o furo é representado por linhas 
tracejas, e isso indica arestas não visíveis nessa vista. Já as linhas contínuas e largas 
representam arestas e contornos visíveis. Na vista em perspectiva, segundo Silva et al. 
(2006), apenas linhas contínuas são utilizadas, pois apenas os contornos da peça são 
representados. 
 
Figura 2.20 – Utilização de linhas em representação gráfica. 
 
 
 
38 
 
Atente-se ao fato de que, portanto, diferentes tipos de linha fornecem variadas 
informações a respeito do objeto. Um desenho mais complexo, da própria norma NBR 
8403, que ilustra vários tipos diferentes de linhas, pode ser visto na figura 2.17. O quadro 
2.7 apresenta os diferentes tipos de linha e suas aplicações. A norma NBR 8403 
estabelece que “existindo duas possiblidades de uso de linhas num mesmo desenho, 
aplicar apenas uma das opções”. 
Quadro 2.7 – Tipos de linha utilizadas em desenho técnico conforme NBR 8403. 
 
Fonte: CRUZ, 2014, p. 41. 
 
 
 
39 
 
 
Legenda – Contorno visível (A1); linhas de interseção imaginárias (B1); linhas de cotas (B2); 
linhas auxiliares (B3); linhas de chamadas (B4); hachuras (B5); contornos de seções 
rebatidas na própria vista (B6); linhas de centros curtas (B7); linha destinada a desenhos 
confeccionados por máquinas (D1); contornos não visíveis (F1); linhas de centro (G1); 
linhas de simetrias (G2); trajetórias (G3); indicação das linhas ou superfícies com indicação 
especial (J1); contornos de peças adjacentes (K1); posição limite de peças móveis (K2). 
Fonte: ABNT, 1984, p. 3. 
Figura 2.21 – Exemplo de aplicação dosdiferentes tipos de linhas (NBR 8403). 
Observe, assim, que um mesmo desenho adota vários tipos de linha para expressar as 
características do objeto. 
2.4 Escala, cotagem e tolerância 
Esta parte do bloco é dedicada às atividades práticas da disciplina. 
Para tanto você deverá baixar o arquivo Atividades práticas – bloco 2, imprimindo-o em 
folha A4, sem qualquer diminuição ou ampliação na impressão para realizar as 
atividades propostas. 
Exercício 1: Efetuar a cotagem das figuras observando as escalas indicadas: 
 
 
 
40 
 
a) 
 
escala 1:20 
b) 
 
escala 1:50 
c) 
 
escala 1:100 
 
 
 
 
41 
 
Exercício 2: Indique as dimensões solicitadas: 
a) Altura da construção em metros (desenho na escala 1:100) 
R: _______________ m 
 
b) Largura da cadeira em centímetros (desenho na escala 1:15) 
R: _______________ m 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
c) Altura da pessoa em metros (desenho na escala 1:30) 
R: _______________ m 
 
 
d) Desenhe uma pessoa, com altura de 1,85 m, na escala 1:75. Represente um modelo 
simplificado, como no exercício anterior. 
 
 
 
 
43 
 
Exercício 4: Observando a imagem, responda: 
O desenho técnico permite apresentar dados sobre a dimensão dos objetos. Neste 
exemplo, os dados relativos ao furo e ao eixo estão expressos indicando as dimensões 
máxima e mínima destes. 
Considerando os dados expressos, indique a alternativa que apresenta a dimensão 
máxima e a dimensão mínima do furo, nesta ordem, expressos em milímetros. 
 
Fonte: <https://essel.com.br/cursos/material/01/DesenhoTecnico/aula28.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2019. 
Figura 2.22 – Dimensões máxima e mínima dos dados relativos ao furo e ao eixo. 
 
a) 30 mm; 30,25 mm. 
b) 30,25 mm; 30 mm. 
c) 30,02 mm; 30,18 mm. 
d) 30,18 mm; 30,02 mm. 
e) 30,18 mm; 30,25 mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
2.5 CAD: comandos de criação 
Vamos ver comandos de criação, utilizando a barra de ferramentas Draw. 
a) Line (linha) 
Uma linha apresenta dois pontos: um no início e outro no final. 
Para construir linha: Draw > Line 
 Indicar o ponto inicial da linha (A) e 
 Indicar o ponto final da linha (B). 
 
 
 
Pode-se utilizar algumas opções, como definir o comprimento da linha ou o ângulo da 
orientação, por exemplo. 
Depois de desenhar um segmento de linha, pode ser utilizado o comando Undo, para 
remover o segmento de linha precedente. 
Após desenhar dois ou mais segmentos de reta, clicar em Close para fechar o comando 
linha. 
A partir de um arco, desenhar uma linha a partir da extremidade do arco. 
Draw > Line 
 selecionar o ponto final do arco (A) – extremidade do arco e indicar o 
comprimento da linha (B). 
 
 
 
45 
 
 
Ponto final do arco (A) e comprimento da linha expresso pela distância entre pontos A 
e B. 
b) Poliline (Polilinha) 
Poliline é uma sequência de linhas e arcos conectados, tratados como entidade única. 
Ao editar uma polilinha, ela pode ser modificada por segmentos ou inteira. 
Para construir a polilinha: especificar o ponto inicial, e, em seguida, aparecerá uma caixa 
de opções (enquanto você desenha) com Distância, Meia largura e Largura. É possível 
especificar diferentes inícios e finais das larguras criando um segmento de polilinha. 
Draw > Poliline 
 Acessar o comando e especificar o ponto inicial da polilinha; 
 Especificar o ponto final de cada segmento; 
 Clicar enter para terminar o comando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
Ao desenhar segmentos de arco, o primeiro ponto do arco é o ponto final do segmento 
que o precede, e, assim, você desenha segmentos de arco ao especificar o ponto final 
de cada segmento. Assim, cada segmento de arco sucessivo é desenhado tangente ao 
arco ou ao segmento de linha que o precede. 
c) Polygon (Polígono) 
Polígonos são polilinhas fechadas por no mínimo três linhas e no máximo 1024 lados, de 
mesmo comprimento. Utilizado para especificar o centro do polígono e a distância do 
centro a cada vértice. 
d) Rectangle (Retângulo) 
Retângulos são polilinhas fechadas com quatro lados. Para desenhar o retângulo, 
especificam-se os cantos opostos. 
Draw > Rectangle 
 Especificar o canto do retângulo (A); 
 Especificar o canto oposto do retângulo (B). 
 
Cada lado do retângulo pode ser editado, usando-se a ferramenta Editar Polilinha na 
barra de ferramentas Modificar. 
e) Arc (Arco) 
O arco é uma parte de um círculo. Pode-se desenhar um arco especificando-se três 
pontos: o ponto inicial, um segundo ponto, o ponto final. 
 
 
 
47 
 
 
f) Circle (Círculo) 
O círculo pode ser desenhado especificando-se um ponto central e um raio. Os métodos 
para desenhar o círculo são: 
 Centro-raio; 
 Centro-diâmetro; 
 Dois pontos; 
 Três pontos; 
 Raio-tangente-tangente; 
 Converter arco em círculo. 
Draw > circle 
Para desenhar círculo especificando centro e raio: 
 especificar o ponto central (A); 
 especificar o raio do círculo (B). 
 
 
 
 
 
 
48 
 
g) Spline 
Draw > spline 
 especificar o primeiro ponto da spline; 
 especificar o segundo ponto da spline; 
 especificar a maior quantidade de pontos; 
 ao terminar, clicar enter. 
h) Elipse 
Draw > elipse 
 clicar num ponto ou entrar com os valores de coordenada; 
 clicar em outro ponto ou especificar coordenada em qualquer eixo; 
 entrar com a distância do outro eixo. 
i) Hachuras 
A hachura é inserida numa área fechada, sendo a hachura tratada como entidade única. 
Para especificar a hachura, é possível utilizar as hachuras existentes nos arquivos da 
biblioteca do programa, ou a de bibliotecas externas. 
Draw > hatch 
 selecionar Pattern, para ter acesso às hachuras disponíveis; 
 escolher uma hachura dentre as opções disponíveis; 
 voltar para Boundary. 
Há duas opções de como aplicar a hachura: Select Area ou Select Entities – seleciona-se 
um ponto interno de uma área ou as linhas do perímetro da região que receberá a 
hachura. 
 Em Pattern Properties é possível alterar as configurações da hachura: escala, 
ângulo da hachura etc.; 
 
 
 
49 
 
 Depois de inserida a hachura, para modificá-la, efetuar duplo clique sobre a 
mesma, escolher a opção Edit e alterar as configurações da hachura. 
Vimos comandos de criação que proporcionam a construção de elementos gráficos para 
a representação de objetos utilizando software CAD. 
Conclusão 
Neste bloco abordamos as principais normas do desenho técnico, e seu conhecimento 
é fundamental para compreendê-lo corretamente. Vimos quais os formatos e a 
orientação da folha de papel, a norma para a escrita correta dos elementos numa folha 
de papel, os tipos e espessuras de linha convenientes para cada caso e como escolher 
adequadamente a escala do desenho. 
Vimos também que a cotagem tem por finalidade a indicação da forma e localização dos 
elementos de uma peça ou objeto e suas principais características. Junto à cotagem, o 
conceito de tolerância deve também ficar claro, pois dados de tolerância são indicados 
no desenho técnico. Dando continuidade à apresentação de comandos do software 
CAD, apresentamos também os comandos de criação. 
A realização dos exercícios propostos auxilia o processo de aprendizagem. Então, 
comece a realizar as atividades propostas conforme o estudo de cada bloco! 
Bons estudos! 
REFERÊNCIAS 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8196: Desenho técnico - 
Emprego de escalas. Rio de Janeiro, ABNT, 1999. 
______. NBR 8402: Execução de caracter para escrita em desenho técnico – 
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1994. 
______. NBR 8403: Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras das 
linhas. Rio de Janeiro, ABNT, 1984. 
 
 
 
50 
 
______. NBR 10068: Folha de desenho - leiaute e dimensões - Padronização. Rio de 
Janeiro: ABNT, 1987. 
______. NBR 10126: Cotagem em desenho técnico - Procedimento. Rio de Janeiro: 
ABNT, 1987. 
CRUZ, M. D. Desenho técnico. São Paulo: Érica, 2014. 
DESENHO TÉCNICO.Tolerância Dimensional x Tolerância Geométrica. Disponível em: 
<http://jpbdesenho.blogspot.com/2015/10/normal-0-21-false-false-false-pt-br-
x.html>. Acesso em 4 fev. 2019. 
ESSEL ENGENHARIA. Cursos profissionalizantes: Leitura e Interpretação de Desenho 
Técnico Mecânico. Aula 28: Tolerância dimensional. Disponível em: 
<https://essel.com.br/cursos/material/01/DesenhoTecnico/aula28.pdf>. Acesso em 4 
fev. 2019. 
MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS. CADMultiplus PRO V8. Edição/versão: 
CADMultiplus v8 Pro / 8.1.1415.0.P.VC11.x86. São Paulo: IntelliCAD Technology 
Consortium, 2015. Extensão: Licença do software CADMultiplus PRO V8. 
SILVA, A. et al. Desenho técnico moderno. Tradução de Antônio Eustáquio de Melo 
Pertence, Ricardo Nicolau Nassar Koury. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e 
Científicos, 2006. 475 p., il. ISBN 8521615221 (broch.). 
 
 
 
 
51 
 
 
3 PROJEÇÕES PLANAS – APRESENTAÇÃO GERAL 
Neste bloco vamos tratar de projeções ortogonais – a representação inequívoca da peça 
e todos seus detalhes, sem margens para dúvidas e ambiguidades. Nesse tipo de 
projeção, a interpretação do desenho é mais difícil, mas é o tipo de projeção que mostra 
com clareza todas as informações da peça ou objeto. 
Nesse tipo de representação, existem dois métodos: o método europeu, chamado 
também de método do 1º diedro, e o método americano, ou método do 3º diedro. 
Vamos discutir o que são esses conceitos e apresentar as regras fundamentais 
subsequentes, utilizando apenas o método do 1º diedro. 
A diferença da projeção ortogonal e de outras projeções está na posição do observador. 
Esta é uma projeção cilíndrica (ou paralela), ou seja, quando o observador está a uma 
distância infinita do objeto. No entanto, na projeção ortogonal, a peça e o observador 
estão alinhados com o plano de projeção, de forma que só é possível ver uma face da 
peça. Assim, projeta-se o objeto em mais de um plano de forma a evitar as ambiguidades 
da projeção num único plano, conforme ilustrado na figura 3.1. 
 
Fonte: RIBEIRO et al., 2013, p. 8. 
Figura 3.1 – Projeções ortogonais de um objeto. 
 
 
 
 
52 
 
Na figura 3.1 acima, a seta indica a posição do observador, alinhado exatamente com o 
objeto. Como só é possível enxergar um dos lados da peça, o observador a observa de 
três posições diferentes. Os desenhos mostrados à direita indicam as três vistas da peça 
observadas pelo observador. Note que todas as vistas apresentam todas as medidas em 
verdadeira grandeza. Nesse desenho, portanto, não existem margens para dúvidas do 
real formato da peça. 
Nesse bloco, portanto, vamos discutir esses conceitos de projeção ortogonal e suas 
principais características. 
Bons estudos! 
3.1 Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas 
Iniciaremos este subtema apresentando o conceito de projeção. Para representar um 
objeto tridimensional num plano, alguns conceitos precisam ser previamente definidos. 
Assim, observe o esquema mostrado na figura 3.2, que mostra um Objeto, o ponto Q, o 
qual se deseja representar no Plano Projetor. O segmento de reta que liga o ponto Q à 
sua Projeção Plana Q’ é chamado de Projetante. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 41. 
Figura 3.2 – Elementos da projeção plana. 
 
 
 
 
 
53 
 
A direção da linha projetante é definida de acordo com a posição do observador. É claro 
que existem diferentes posições possíveis para o observador e, portanto, diferentes 
linhas projetantes projetam o ponto Q em diferentes posições possíveis no plano, 
conforme ilustra a figura 3.3. De fato, podem existir infinitas posições possíveis para a 
projeção, em função do ângulo da projetante com o plano. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 41. 
Figura 3.3 – Diferentes pontos no plano em função das diferentes linhas projetantes. 
De forma a contornar esse problema, define-se, então, o conceito de ortogonalidade: a 
linha projetante está num ângulo de 90° com o plano projetor, e isso elimina o fator de 
ambiguidade “ângulo da projetante com o plano”. Se a linha projetante é ortogonal ao 
plano, então só existe uma única possibilidade: a cada ponto, corresponde somente uma 
projeção ortogonal num plano (SILVA et al., 2006, p. 41). Isso pode ser visto na figura 
3.4. 
 
Fonte – Silva et al., 2006 p. 41. 
Figura 3.4 – Projeção ortogonal única de ponto no plano. 
 
 
 
54 
 
O conceito de projeção ortogonal define uma representação inequívoca do ponto no 
plano. Para cada ponto, teremos uma, e apenas uma, projeção ortogonal do ponto no 
plano. A inversa, contudo, não é verdadeira. Dada uma projeção ortogonal, existem 
infinitos pontos que podem gerar aquela projeção, conforme a figura 3.5. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 41. 
Figura 3.5 – Uma mesma projeção ortogonal pode ter infinitos pontos. 
Para eliminar a dúvida de qual é o ponto que se conhece a projeção ortogonal, definimos 
um segundo plano perpendicular ao primeiro e observamos a projeção do ponto nesse 
segundo plano, e a figura 3.6 ilustra esse conceito. Observe que, com a utilização de dois 
planos ortogonais, o ponto Q é univocamente identificado, uma vez conhecidas suas 
projeções nos planos horizontal e vertical. Neste caso, então, se é conhecido o ponto Q, 
suas projeções ortogonais são únicas, e o inverso também é verdadeiro: se são 
conhecidas suas projeções, o ponto Q é único. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 42. 
Figura 3.6 – Duas projeções ortogonais em dois planos ortogonais entre si. 
 
 
 
55 
 
A partir da projeção, pode-se definir então duas coordenadas que medem a distância 
do ponto aos planos: a Cota, a distância do ponto ao plano horizontal; e o Afastamento, 
a distância do ponto ao plano vertical. Isso cria um sistema de coordenadas que é 
representado pelo par (𝒂𝒇𝒂𝒔𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐, 𝒄𝒐𝒕𝒂). Assim, por exemplo, o ponto Q pode ter 
coordenadas (𝟑, 𝟏), isto é, está a 3 unidades do plano vertical e a 1 unidade do plano 
horizontal. 
Esse tipo de sistema cria um referencial sobre o quão a representação do plano em 
projeções ortogonais é inequívoca. Esse sistema de coordenadas pode ser dividido em 
4 diedros, e os planos podem ser denominados de plano vertical de projeção (𝝋𝟎) e 
plano horizontal de projeção (𝝂𝟎), conforme ilustra a figura 3.7. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 42. 
Figura 3.7 – Quatro diedros. 
Nesse sistema, portanto, pode-se representar o ponto A no espaço ou suas projeções 
nos planos: A’ e A’’, conforme a figura 3.8. Ambas as representações identificam o 
mesmo objeto no espaço, sem margens para dúvidas ou ambiguidades. 
 
 
 
56 
 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 42. 
Figura 3.8 – Ponto A e suas projeções ortogonais. 
Em Desenho Técnico, a representação de uma peça é feita principalmente com 
projeções ortogonais paralelas de múltiplas vistas: a projeção de uma figura sobre um 
plano é formada pela projeção de todos os seus pontos, conforme ilustra a figura 3.9. 
Vale observar que as projeções ortogonais também são chamadas de projeções 
ortográficas, e ambas as nomenclaturas podem ser utilizadas de forma intercambiável: 
podemos nos referir a esse tipo de projeção tanto pelo nome projeção ortogonal quanto 
pelo nome projeção ortográfica. 
 
Fonte: RIBEIRO et al., 2013, p. 6. 
Figura 3.9 – Projeção paralela de uma figura. 
 
 
 
 
57 
 
Observe as projeções ortogonais das diferentes figuras, conforme figura 3.10. 
 
Fonte: RIBEIRO et al., 2013, p. 6. 
Figura 3.10 – Projeções ortogonais. 
Sobre as projeções ortogonais na figura 3.10 acima, pode-se observar (Ribeiro et al., 
2013, p. 6): 
 A figura 10a nos mostra que uma superfície paralela a um plano de projeção é 
projetada nesse plano em verdadeira grandeza e em sua forma exata; 
 A figura 10b nos apresenta que uma superfície perpendicular ao plano de 
projeção resulta em uma linha; 
 A figura 10c nos mostra que as arestas que resultam de intersecção de 
superfícies são representadas por linhas. 
No entanto,a figura a ser projetada pode não ser plana e, em geral, ela não o é. Para 
representarmos então o objeto espacial em planos, é necessário utilizarmos mais de um 
plano, de forma que sua representação seja completa e inequívoca. Observe na figura 
3.11 que três formas diferentes podem ter a mesma projeção num único plano. 
 
 
 
58 
 
 
Fonte: RIBEIRO et al., 2013, p. 6. 
Figura 3.11 – Projeções ortogonais de objetos tridimensionais. 
Quando utilizamos dois planos, um vertical e outro horizontal, as projeções de cada um 
desses objetos nos planos mostra a diferença dos três objetos no plano horizontal: 
teremos figuras planas distintas para objetos tridimensionais diferentes, conforme o 
objeto. A projeção no plano vertical dos diferentes objetos apresenta três retângulos; 
as projeções no plano horizontal são um círculo, um quadrado e um triângulo. 
 
Fonte: RIBEIRO et al., 2013, p. 6. 
Figura 3.12 – Representação em duas vistas de sólidos compostos. 
 
 
 
 
59 
 
A figura 3.12 ilustra vários exemplos de projeções de objetos, por meio de sua 
representação sem omissões ou ambiguidades em duas vistas. 
Já a figura 3.13 apresenta alguns exemplos de peças que podem ser representadas de 
maneira inequívoca em apenas uma projeção, seguindo uma convenção na forma de 
símbolo para indicar o formato exato do objeto. Pode-se utilizar a palavra “espessura” 
seguida do número para representar a espessura da peça, ou então os símbolos Ø e □ 
para indicar o diâmetro da peça ou então que a peça tem seção transversal quadrada 
(ambos os lados com a mesma dimensão). 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 48. 
Figura 3.13 – Convenções em representação de vista única. 
Há peças/objetos que podem ser representados em duas vistas apenas, sendo estas 
suficientes para correta interpretação do desenho e representação do objeto. Observe 
exemplos na figura 3.14. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 49. 
Figura 3.14 – Representação em duas vistas de objetos tridimensionais. 
 
 
 
60 
 
3.2 Projeção em três planos; rebatimento de três ou mais planos 
Nem sempre a utilização de apenas dois planos é suficiente. Pode ser necessária a 
utilização de até três planos ortogonais, para a correta interpretação do objeto por meio 
de suas projeções, sem margens para ambiguidades. Assim, pode ser necessário utilizar 
até três planos: 
 plano de projeção vertical (PV); 
 plano de projeção horizontal (PH); 
 plano de projeção lateral (PL). 
A representação de algumas peças, como a da figura 3.15, ainda pode gerar 
ambiguidades. Essa ambiguidade é evitada adicionando-se um terceiro plano de 
projeção ortogonal, restringindo o conjunto de soluções possíveis. Na figura 3.16, por 
exemplo, observa-se que informações adicionais a respeito do objeto podem ser obtidas 
no terceiro plano de projeção. A planificação das projeções é feita de acordo com o 
sugerido na figura 3.17, e o resultado final do desenho planificado em três planos 
ortogonais é mostrado na figura 3.18. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 50. 
Figura 3.15 – Ambiguidade na representação de projeções em dois planos. 
 
 
 
 
 
61 
 
 
Fonte: Adaptado de SILVA et al., 2006, p. 51. 
Figura 3.16 – Projeção ortogonal adicional. 
 
 
Fonte: Adaptado de SILVA et al., 2006, p. 51. 
Figura 3.17 – Planificação dos planos de projeção da figura 3.16. 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 51. 
Figura 3.18 – Representação inequívoca por projeções ortogonais do objeto. 
Já discutimos em um bloco anterior os diferentes tipos de linha que podem aparecer 
num desenho técnico. Na projeção ortogonal, as regras que vimos ainda são válidas. 
Para cada tipo de contorno existe um tipo de linha associado: 
 Os contornos das peças são representados com linhas de traço contínuo grosso 
e podem significar a interseção de duas superfícies, a representação da vista de 
topo de superfícies exteriores da peça ou o limite de superfícies curvas (como o 
contorno de uma esfera), como mostrado na figura 3.19; 
 Contornos que não são visíveis são representados por linhas de traço 
interrompido. Ainda são válidas as regras do item anterior, mas um cuidado deve 
ser tomado: se duas linhas de contorno invisíveis se interceptam, as linhas 
tracejadas se tocam; quando se cruzam, não se tocam, como mostrado na figura 
3.20; 
 As linhas de eixo são linhas de simetria, que indicam o posicionamento de 
centros de furos ou outros detalhes que apresentem alguma simetria radial. Esse 
tipo de linha é desenhado com traço misto fino e deve ser sempre desenhada 
em cilindros, cones ou troncos de cone e furos. O centro de simetria é marcado 
por duas linhas de traço misto perpendiculares (figura 3.21); 
 
 
 
63 
 
 A ordem de precedências de linhas deve ser obedecida: os contornos visíveis têm 
precedência sobre todos os outros tipos de linha. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 54. 
Figura 3.19 – Linhas adotadas na representação de uma peça. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 54. 
Figura 3.20 – Arestas invisíveis numa peça. 
 
 
 
64 
 
Seguem exemplos de objetos tridimensionais e suas projeções ortogonais, auxiliando na 
compreensão deste conteúdo. São conjuntos de imagens apresentando a perspectiva 
isométrica do objeto/peça e suas projeções ortogonais em três planos. 
 
Fonte: RIBEIRO et al., 2013, p. 10. 
Figura 3.21 – Exemplo 1: Projeções ortogonais. 
 
 
Fonte: RIBEIRO et al., 2013, p. 8. 
Figura 3.22 – Exemplo 2: Projeções ortogonais. 
 
 
 
65 
 
 
Fonte: RIBEIRO et al., 2013, p. 8. 
Figura 3.23 – Exemplo 3: Projeções ortogonais. 
3.3 Vistas auxiliares 
Na apresentação das vistas ortogonais de um objeto/peça, é importante notar os 
seguintes detalhes: 
 A vista principal da peça deve ser tal que forneça o máximo possível de 
informações; 
 O número de projeções utilizado deve ser a quantidade necessária e suficiente 
para definir completamente a peça (figura 3.24); 
 A escolha das vistas deve ser escolhida cautelosamente, de modo que o desenho 
resultante não crie ambiguidades; 
 As projeções devem possuir o mínimo possível de linhas invisíveis, de tal forma 
que as projeções escolhidas contenham o maior número possível de informações 
e detalhes visíveis (figura 3.25); 
 O espaçamento entre as vistas deve ser sempre o mesmo, de modo que haja 
correspondência exata entre pontos das diferentes vistas. 
 
 
 
66 
 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 55. 
Figura 3.24 – Vistas desnecessárias. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 56. 
Figura 3.25 – Vistas necessárias e suficientes bem escolhidas. 
 
 
 
67 
 
Também vale observar que nem sempre é necessária a representação completa da vista. 
Existem situações em que apenas parte da peça pode ser desenhada: 
 Vistas parciais: é utilizada quando a representação total da vista não apresenta 
informações adicionais (figura 3.26); 
 Vistas interrompidas: quando um objeto é muito longo e sem detalhes ao longo 
de seu comprimento, o desenho é interrompido com linhas de fratura, 
representando-se apenas as extremidades da peça com as características 
uniformes (figura 3.27); 
 Vistas deslocadas: a projeção é representada fora da sua posição correta para 
tornar a interpretação do desenho clara. Adiciona-se ao desenho o sentido da 
observação com uma seta e uma letra maiúscula (figura 3.28); 
 Vistas de detalhes: são utilizadas para representar em escalas maiores pequenos 
detalhes que numa vista podem não ser claramente representados (figura 3.29); 
 Vistas auxiliares: se algum detalhe a ser projetado não é paralelo a um plano de 
projeção, utilizam-se planos auxiliares de projeção paralelos a esses detalhes à 
face que se deseja desenhar, de forma a representá-los em verdadeira grandeza 
(figura 3.30). 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 59. 
Figura 3.26 – Vista parcial (representação com plano auxiliar de projeção). 
 
 
 
 
68 
 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 58. 
Figura3.27 – Vistas interrompidas de peças compridas. 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 57. 
Figura 3.28 – Vistas deslocadas locais. 
 
 
 
 
69 
 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 58. 
Figura 3.29 – Vista de detalhe da peça. 
 
 
Fonte: SILVA et al., 2006, p. 59. 
Figura 3.30 – Representação incorreta (acima) e correta (abaixo) da utilização de 
planos auxiliares de projeção. 
 
 
 
70 
 
3.4 Projeções planas paralelas ortográficas de vistas múltiplas – Hora da prática 
A exemplo dos blocos anteriores, chegamos ao momento de realizar as atividades 
práticas aplicando os conteúdos estudados até este bloco. 
Nestes exercícios, execute as vistas ortogonais dos objetos representados em 
perspectiva isométrica. Utilize a malha de linhas perpendiculares entre si para a 
representação das vistas. 
Execute as projeções ortogonais e identifique as vistas em cada exercício. A seta indica 
a face frontal do objeto. 
Exercício 1: 
 
 Fonte: LEAKE, 2015, figura P3-4. 
Exercício 2: 
 
 Fonte: LEAKE, 2015, figura P3-6. 
 
 
 
 
71 
 
Exercício 3: 
 
 Fonte: LEAKE, 2015, figura P3-29. 
Exercício 4: 
 
 Fonte: LEAKE, 2015, figura P3-32. 
Exercício 5: 
 
 Fonte: LEAKE, 2015, figura P3-47. 
 
 
 
72 
 
3.5 Cotas e anotações 
Na construção de desenho técnico a cotagem faz-se necessária. No CADMultiplus é 
permitido cotar linha, multilinha, arcos, círculos etc. As cotas apresentam as medidas 
geométricas dos objetos ou coordenadas XY de determinado elemento. A cotagem tem 
seu estilo definido por cor, estilo de texto, escala, tipo de linha. 
Em Dimension: 
 configurando cotas: 
 antes de iniciar a cotagem, deve-se editar o estilo de dimensionamento ou 
selecionar algum dos existentes. 
Format > Dimension styles 
 aparecem opções que permitem criar, alterar ou eliminar estilos existentes, 
como: 
 Save; 
 New; 
 Rename; 
 Delete. 
Para criar um novo estilo de cota: 
 selecionar new; 
 atribuir nome ao novo estilo; 
 clicar em create. 
Na aba Arrows: 
 determina-se o tamanho da seta ou símbolo de dimensionamento; 
 é possível configurar o estilo da seta; 
 é possível configurar os leaders (linhas de chamada). 
Na aba Format: 
 configura-se o alinhamento dos textos. 
 
 
 
 
73 
 
Na aba Lines: 
 configura-se a distância entre os textos e a linha de base das cotas, caso sejam 
adotadas linhas de chamada ou não, entre outras possibilidades. 
Na aba Text: 
 configuram-se parâmetros do texto, como estilo do texto, altura, localização do 
texto (na horizontal e na vertical) etc. 
Na aba Tolerance: 
 configura-se a supressão de zeros, os limites de tolerância. 
Na aba Units: 
 configura-se o formato da cota, definindo a quantidade de casas decimais e fator 
de escala; observar que o fator de escala deve ser definido para que apareça o 
valor correto da tela. 
Modelos de cotas: 
 para cotar o desenho: 
cotas lineares podem ser verticais e horizontais (independem dos pontos de 
chamada); 
para cota linear, clicar no ponto inicial e indicar a posição da cota no desenho; 
 para cota alinhada: aparece a cota no ângulo formado pelos pontos inicial e final; 
 cota angular: indica a cota do ângulo formado entre os dois pontos selecionados; 
 linha de chamada: insere chamada específica para nota ou anotação no desenho; 
 cota rotacionada: alterna entre cota linear e cota alinhada, em função de pontos 
selecionados e indicação do ângulo da cota; 
 linha de centro: seleção de um círculo, onde é automaticamente criada a linha 
de eixo, ou pode-se escolher para a cota do raio; 
 cota contínua: a partir da primeira cota (já inserida), as demais acompanham a 
já existente; 
 cota ordenada: composta de coordenada X ou Y e uma linha guia; medem a 
distância perpendicular entre o ponto de origem (referência) e um elemento 
cotado; 
 
 
 
74 
 
Vimos como efetuar a cotagem em desenhos para acrescentar informação ao desenho, 
facilitando a leitura e interpretação do mesmo. 
Conclusão 
Neste bloco estudamos as Projeções Ortogonais. Você deve ser capaz de distinguir os 
vários tipos de projeções existentes e determinar o número de vistas necessárias para a 
correta e inequívoca interpretação da peça no desenho, sem ambiguidades ou 
redundâncias. Deve lembrar também que a vista principal da peça deve ser a que possui 
o máximo número de detalhes e características da peça. Ainda, deve conseguir 
compreender e saber quando utilizar vistas auxiliares, vistas parciais, vistas deslocadas, 
vistas interrompidas e vistas de detalhe. 
Lembre-se sempre que o desenho deve representar o objeto de forma clara, concisa e 
com o máximo número de informações no menor número de vistas. 
Bons estudos! 
REFERÊNCIAS 
LEAKE, J. M., BORGERSON, J. L. Manual de Desenho Técnico para Engenharia – desenho, 
modelagem e visualização. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015. 
RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Desenho técnico e AutoCAD. São Paulo: Pearson 
Education no Brasil, 2013. 
SILVA, A. et al. Desenho técnico moderno. Tradução de Antônio Eustáquio de Melo Pertence, 
Ricardo Nicolau Nassar Koury. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, c2006. 475 p., 
il. ISBN 8521615221 (broch.). 
MULTIPLUS SOFTWARES TÉCNICOS. CADMultiplus PRO V8. Edição/versão: CADMultiplus v8 
Pro / 8.1.1415.0.P.VC11.x86. São Paulo: IntelliCAD Technology Consortium, 2015. Extensão: 
Licença do software CADMultiplus PRO V8. 
 
 
 
 
 
75 
 
 
4 PROJEÇÕES PLANAS PARALELAS ORTOGRÁFICAS DE VISTAS MÚLTIPLAS 
Neste bloco vamos tratar de perspectivas. Observe a foto na figura 4.1: é interessante 
como todas as linhas que separam as paredes do piso e do teto parecem vir do mesmo 
ponto, consegue perceber? É quase como se a foto tivesse sido tirada num quadro 
parecido com o desenho da figura 4.2. 
A perspectiva é uma maneira de tentar representar um objeto tridimensional numa 
superfície bidimensional, de maneira simples e fácil de compreender. 
 
Fonte: <https://pixabay.com/pt/photos/corredor-perspectiva-t%C3%BAnel-933328/>. Acesso em: 4 fev. 
2019. 
Figura 4.1 – Foto de corredor em perspectiva. 
 
 
 
 
76 
 
Segundo Silva et al. (2006), a perspectiva é bastante utilizada em folhetos de divulgação 
de produtos, em propagandas e publicidade, devido à facilidade de compreensão do que 
se deseja mostrar. 
 
Fonte: <https://pixabay.com/vectors/perspective-viewpoint-3d-grid-1301762/>. Acesso em: 4 fev. 2019. 
Figura 4.2 – Ponto de vista em perspectiva. 
Uma das principais características da vista em perspectiva é a facilidade de interpretação 
e compreensão do desenho; no entanto, nem sempre é possível a boa representação 
dos detalhes da peça. No desenho técnico é imprescindível que o desenho seja livre de 
ambiguidades, que represente corretamente todas as características da peça, sem 
margens para dúvidas. Para que isso possa ser feito num desenho em perspectiva, é 
comum escolher um ponto de vista para observação e utilizar a perspectiva mais 
conveniente (SILVA et al., 2006, p. 95). 
A perspectiva tenta representar a peça de forma que seu volume seja fácil e 
rapidamente compreendido. Existem diferentes tipos de perspectivas que podem ser 
utilizadas para representar uma peça, tais como a projeção central ou paralela, oblíqua 
ou ortogonal. Alguns tipos de perspectivas são mostrados na figura 4.3. Observe que 
todas as imagens se assemelham a uma foto do objeto, com forma mais ou menos 
distorcida. A figura também deixa clara as diferenças entre os diferentes tipos de 
projeções: o ângulo de incidência das linhas de projeção e a orientação do objeto a ser 
projetado no plano de projeção. 
 
 
 
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Fonte: SILVA et al., 2006, p. 96. 
Figura 4.3 – Quatro tipos de projeção. 
Esse bloco, portanto, abordará as perspectivas correntes em desenho técnico, as 
projeções paralelas oblíquas e as projeções centrais. Costuma-se designar todos esses

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