1 - Recurso de Apelação - Processo Civil

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Apelação (Recursos - Processo Civil) 1
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Apelação (Recursos - Processo 
Civil)
É considerado pela doutrina como recurso padrão, pois sua disciplina é aplicada aos 
demais recursos em caso de omissão destes. Desta forma, é conhecido também como 
recurso de integração.
Conceito
“É o recurso que se interpõe das sentenças dos juízes de primeiro 
grau de jurisdição para levar a causa ao reexame dos tribunais de 
segundo grau, visando a obter uma reforma total ou parcial da 
decisão impugnada, ou mesmo sua invalidação”. (Humberto 
Theodoro).
APELAÇÃO ———————— SÓ CABE NA SENTENÇA
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Objetivo
Obter uma reforma total ou parcial da decisão impugnada ou até mesmo sua 
invalidação.
Previsão legal no CPC: art. 994, I e art. 1.009.
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
💡 Não é possível interpor nenhuma outro recurso à sentença, com exceção dos 
embargos de declaração, por ser uma exceção ao princípio da 
unirecorribilidade.
O que deve ter na petição de interposição do recurso de 
apelação?
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de 
primeiro grau, conterá: 
I - os nomes e a qualificação das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - o pedido de nova decisão.
💡 Apesar de ser o Tribunal de Justiça (órgão de segundo grau) o responsável 
por analisar o recurso de apelação, antes, ela será dirigida ao juízo de 
primeiro grau, aquele que proferiu a decisão. 
Após este juízo intimar a parte contrária para se contrapor, no caso podendo 
realizar até um recurso adesivo (se for caso de sucumbência recíproca), aí 
sim será levado até o Tribunal de Justiça.
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💡 Obs.: O juízo de 1º grau não vai fazer análise do juízo de 
admissibilidade, nem do juízo de mérito. Tudo isso será feito no 
Tribunal de Justiça. 
Dessa forma, o único papel do juízo de 1º grau é intimar a parte 
contrária para apresentar sua contrarrazões.
Quais são os efeitos da Apelação?
Em regra, ela possui duplo efeito > DEVOLUTIVO e SUSPENSIVO. 
• Efeito Devolutivo: quando se interpõe a apelação da sentença, é devolvido ao 
tribunal ad quem todas as questões e fundamentos suscitadas no processo e relativas 
ao pedido formulado pelo recorrente (devolver ao tribunal superior a matéria 
impugnada).
Art. 1.010, III: Na apelação conterá: as razões do pedido de 
reforma ou de decretação de nulidade
• Efeito Suspensivo: aquele que suspende os efeitos da decisão até o julgamento do 
recurso no órgão superior (juízo ad quem).
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
Em quais hipóteses a sentença apresentará somente efeito 
devolutivo? Ou seja, quando se exclui o efeito suspensivo? ❌
Nesses casos, a parte que ganhou já poderá executar provisoriamente.
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Art. 1.012, § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa 
a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a 
sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos; 🍎
💡 Ex.: Caso de um pai que se nega a pagar os alimentos. A mãe, 
representando seu filho, abre um processo contra o genitor e na sentença o 
juiz condena o indivíduo a pagar 1000 R$ mensais. 
O pai, insatisfeito, impetra o recurso de apelação. Porém, enquanto o recurso 
não for julgado, o réu terá que ficar pagando os alimentos (esta é a 
consequência da não concessão do efeito suspensivo). 
Entretanto, ele não tem como pagar devido a uma crise que passa em 
virtude da pandemia. 
Seu advogado, portanto, pode realizar uma petição de pedido de efeito 
suspensivo, alegando que o réu está passando por uma situação difícil e 
não tem como pagar a quantia estipulada. Então, vai-se pedir que seja 
suspenso o pagamento até o julgamento do recurso. 
(Veja os fundamentos no §3º, I e §4º logo a seguir).
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os 
embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
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Pedido de concessão de efeito devolutivo ✅
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do 
§ 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da 
apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu 
exame prevento para julgá-la; 
💡 REQUERIMENTO AO TIBUNAL: quando foi interposto, mas não distribuído. 
Ao relator que for distribuído o pedido de concessão de efeito suspensivo, 
este mesmo relator ficará PREVENTO, isto é, será o juízo competente que 
deverá julgar o próprio recurso de apelação.
II - relator, se já distribuída a apelação. 
💡 REQUERIMENTO AO PRÓPRIO RELATOR: quando já foi distribuído.
Obs.: Cada câmara cível é composta por 3 desembargadores: o relator, o revisor 
e o vogal. O relator possui mais poderes que os demais desembargadores, pois é 
ele quem faz o juízo de admissibilidade, quem dá a decisão monocrática, quem 
decide ou não pela concessão de efeito suspensivo.
Quando pode ser concedido o efeito suspensivo nas hipóteses do 
§1º?
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença PODERÁ ser 
suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade 
de provimento do recurso ou se, sendo relevante a 
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fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação.
💡 "poderá": não é obrigação do relator conceder o efeito suspensivo, isto é 
discricionário dele a partir da análise dos fatos.
PROCEDIMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO
Apresentada a petição, nos termos do art. 1.010, ela será direcionada ao juízo a quo 
(prolator da sentença) no prazo de 15 dias. Além disso, o apelação também terá o 
prazo de 15 dias para apresentar suas contrarrazões.
• O prazo de todos os recursos é de 15 dias, com exceção dos embargos de 
declaração, que são 5 dias.
Previsão legal: 
Art. 1.010, § 1º O apelado será intimado para apresentar 
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o 
apelante para apresentar contrarrazões.
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O que acontece depois de serem apresentadas as contrarrazões?
§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos 
serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de 
juízo de admissibilidade. 
💡 O juiz, prolator da decisão, não analisa os pressupostos de 
admissibilidade. (Isso é uma inovação do Novo CPC).
💡 No antigo CPC, existia o duplo juízo de admissibilidade (o prévio, 
realizado pelo juiz prolator da decisão e o definitivo, feito pelo Tribunal).
💡 O Novo CPC "enxugou" o juízo de admissibilidade, deixando somente para 
ser feito no Tribunal.
💡 PORÉM, veio a Lei 13.257 e alterou o Novo CPC, trazendo de volta o duplo 
juízo de admissibilidade SOMENTE NOS RECURSOS PARA OS 
TRIBUNAIS SUPERIORES (Recurso Especial e o Recurso Extraordinário 
- que serão estudados mais a frente).
💡 O juízo ORDINÁRIOS continuam somente com um juízo de 
admissibilidade.
Recurso Adesivo
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Sucumbência Recíproca
Art. 997, I: Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por 
qualquer deles poderá aderir o outro. 
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente 
(primeiro recurso interposto), sendo-lhe aplicáveis as mesmas 
regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento 
no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o 
seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente 
fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;
💡 Ou seja, no mesmo prazo de 15 dias para apresentar as contrarrazões ao 
recurso principal, também deverá ser impetrado o recurso adesivo, caso a 
parte queira.
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no 
recurso especial;💡 SOMENTE NESSAS TRÊS MODALIDADES É POSSÍVEL INTEROPOR O 
RECURSO ADESIVO. 🖇 📋
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal 
ou se for ele considerado inadmissível. 
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💡 Ou seja, o recurso adesivo está subordinado ao principal. Por exemplo, 
o indivíduo que impetrou o recurso principal de Apelação e desistiu ou 
não fez o preparo, fará com que o recurso adesivo também não seja 
conhecido.
PROCEDIMENTO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e 
distribuído imediatamente, o relator:
I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 
932, incisos III a V ;
💡 É a decisão singular do relator. Veja logo a baixo o art. 932.
II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu 
voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado.
💡 Ordem dos votos: Relatos > Revisor > Vogal.
Art. 932. Incumbe ao relator:
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não 
tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão 
recorrida;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932iii
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💡 Ou seja, é o relator quem faz o juízo de admissibilidade. O recurso será 
descartado nesses casos. (Decisão monocrática do relator).
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal 
de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência;
No agravo de instrumento, o juiz pode se retratar da decisão. (Este assunto será 
visto futuramente).
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar 
provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
💡 Este inciso é o contrário do anterior: "dar provimento".
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de 
Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
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c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência;