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Sociedade_Tecnologica-Dialogos_Cruzamentos_e_Entrecruzamentos CORRIGIDO

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SOCIEDADE TECNOLÓGICA: 
DIÁLOGOS, CRUZAMENTOS 
E ENTRECRUZAMENTOS
Maria Aparecida Crissi Knuppel
Luiz Carlos Knuppel Junior (co-autor)
Revisão de Português: Ruth Rieth Leonhardt
Projeto Gráfico: Murilo Holubovski
Elementos gráficos:
Freepik.com
Noun Project/achmad
Noun Project/Desainer Kanan
Noun Project/Gregor Cresnar
Noun Project/iconesia
s
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Este material foi produzido para ser visualizado em telas, podendo 
perder a fidelidade de cores quando impresso, portanto recomenda-se a 
impressão em escala de cinza.
Informações adicionais
Sumário
APRESENTAÇÃO 4
I - OS ENLACES E DESENLACES NA SOCIEDADE DA 
INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO 
7
II - SOCIEDADE EM REDE E SOCIEDADE 5.0: 
TECNOLOGIAS E ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO 
18
III - SOCIEDADE TECNOLÓGICA E EDUCAÇÃO 29
REFERÊNCIAS 39
4
APRESENTAÇÃO
A temática deste e-book é o contexto das transformações 
em curso no mundo contemporâneo, com o objetivo de apontar 
os principais teóricos que analisam essas alterações e avaliar os 
reflexos na educação. 
De que mudanças estamos falando?
As mudanças foram impulsionadas, por um momento ím-
par, ocasionado pela crise sanitária sem precedentes, pelo me-
nos neste século, somado aos avanços da Indústria 4.0, junta-
mente com a perspectiva da Sociedade 5.0 e da Educação 5.0.
Nunca se falou tanto sobre as mudanças no modo de se fa-
zer educação. Há claramente um clamor por diversidade, pela 
alteração de uma forma de conhecimento para a outra, em es-
pecial, na educação, pelo uso de atividades remotas chamadas 
de interfaces digitais e pela necessidade de se compreender a 
educação no coengendramento de espaços físicos e digitais.
É importante que compreendamos que muito antes de che-
gar a esse patamar, as novas tecnologias já impactavam a socieda-
de, com o advento, em especial, da internet. Desde que a ideia de 
uma rede capaz de integrar todo o globo, por meio dos computa-
dores, tornou-se possível, muitos teóricos debruçaram-se sobre o 
tema para entender como a sociedade lida com essas inovações.
Imagem 1 - Integração digital
Fonte: RawPixel/Freepik.com.
https://www.freepik.com/free-photo/business-people-using-internet_4246721.htm
5
Sociedade da Informação, do Conhecimento, em Rede e ou-
tras formas de caracterização da sociedade são teorias impor-
tantes que analisam as interações e as possibilidades do relacio-
namento entre o homem e a tecnologia. Muitas dessas teorias 
acertaram em termos de perspectivas em relação às tecnologias, 
contudo, outras previsões não passaram de fantasias futurísti-
cas, como as de Hanna Barbera em Jetsons, que, pelo menos, 
ainda não se cumpriram.
15 Tecnologias dos Jetsons que JÁ EXISTEM 
hoje em dia - Andrei Bedene
As visões de sociedade e desenvolvimento, transformam-se 
à medida que novas tecnologias, com outros tipos de interação, 
surgem e modificam as relações existentes. E sempre foi assim. 
Nas diversas fases da história, modificações ocorreram nas rela-
ções entre o homem e a tecnologia.
Todos sabemos que prever, ou ao menos mensurar, os im-
pactos de novas tecnologias que surgem na sociedade é de ex-
trema importância. Em termos econômicos, talvez essa seja a 
pergunta de 1 milhão de dólares, ou até mais, já que o mercado 
migra para esse lado e a palavra de ordem, hoje, é inovar. Mas, 
tão importante quanto essa questão, é compreender os impac-
tos das novas ferramentas disponibilizadas e das vindouras, em 
outras áreas, como a educação, por exemplo, e assim, prospec-
tar possibilidades para ao menos mitigar a visão reducionista so-
bre a tecnologia, que ainda é muito presente. Há que construir 
uma sociedade em que a relação entre as pessoas e a tecnolo-
gia seja muito mais fluida, mas ao mesmo tempo, sem deixar 
de considerar os processos que de alguma forma, trazem para 
a sociedade problemas éticos e formas de manipulação social e 
política.
https://www.youtube.com/watch?v=ckaFBbhAKBU
6
O post abaixo traz uma reflexão em relação ao 
poder da tecnologia e os usos políticos da rede:
A disrupção digital coloca a democracia em 
risco? - O Futuro das Coisas
Vale muito a pena assistir o documentário O di-
lema das redes, que expõe, entre outras coisas impor-
tantes, os meandros da tecnologia persuasiva, o im-
pacto das redes sociais na vida das pessoas e mostra 
a complexidade das fake news. 
Imagem 2 - O dilema das redes
Fonte: Netflix.
https://ofuturodascoisas.com/a-disrupcao-digital-coloca-a-democracia-em-risco/
https://www.netflix.com/br/title/81254224
https://www.netflix.com/br/title/81254224
7
CAPÍTULO I
OS ENLACES E DESENLACES NA 
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO 
CONHECIMENTO
Vocês devem concordar que falar da importância da tecno-
logia e da informação na sociedade é lugar comum. Em tempos 
de tanta divergência, um dos poucos consensos na sociedade 
atual é que o avanço da tecnologia é um caminho sem volta e os 
produtos dele é que moldarão essa e as próximas gerações em 
praticamente todas as ações. 
Desde que o homem começou a viver em grupos e se relacio-
nar, a transmissão de conhecimentos e de informações foi extre-
mamente necessária, assim como atualmente. A diferença, entre-
tanto, está na capacidade de difusão das informações e no diálogo 
em que os seres humanos estabelecem com as tecnologias.
Desde o início da civilização o homem trabalha para aprimo-
rar a comunicabilidade: da linguagem oral para a escrita e che-
gando, atualmente, nos memes e emoctions; da disseminação da 
informação por meio da invenção de Johann Gutemberg até os 
meios de emissão modernos como rádio, TV e, principalmente, 
a Internet. 
Sabemos que a evolução na rede de computadores foi tan-
ta, nos últimos anos, que atualmente o homem se contata com, 
praticamente, o mundo inteiro com apenas poucos cliques. Com 
tanta facilidade, nunca houve tanta informação circulando ao 
mesmo tempo e de tantas formas. Neste cenário, um dos gran-
des desafios não está na falta de informação, como já dito, mas 
sim, em identificar as verdadeiras e mais relevantes. 
O paper O que é falso sobre fake news do jornalista Otavio 
Frias Filho, faz uma abordagem histórica sobre o tema e uma 
reflexão pertinente sobre a extensa disseminação desta prática 
permissiva. Vamos a ele!
8
O que é falso sobre fake news - Otavio Frias 
Filho
Todos os temas da sociedade atual estão impregnados com 
uma grande quantidade de informações. Eleições já foram de-
finidas por influência delas, os rumos do combate à pandemia 
são modificados constantemente pela forma como notícias e re-
ferências são divulgadas e compartilhadas.
Pode-se efetivamente dizer que se vive em uma sociedade 
dominada pela informação? 
É justamente a expressão Sociedade da Informação que 
Manuel Castells (1999) utilizou na década de 1990, para refletir 
sobre essa temática e se contrapor às diferenciações dela como 
algo novo, mas que, no cenário da época já se caracterizava em 
processos complexos.
Por intermédio da tecnologia, redes de capital, 
de trabalho, de informação e de mercados co-
nectaram funções, pessoas e locais valiosos ao 
redor do mundo, ao mesmo tempo em que des-
conectaram as populações e territórios despro-
vidos de valor e interesse para a dinâmica do 
capitalismo global. Seguiram-se exclusão social 
e não pertinência econômica de segmentos de 
sociedades, de áreas urbanas, de regiões e de 
países inteiros, constituindo o que chamo de ‘o 
Quarto Mundo’. (CASTELLS, 1999, p. 411).
Ageração, processamento e transmissão de in-
formação torna-se a principal fonte de produti-
vidade e poder. (CASTELLS, 1999, p. 21).
https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/4-Otavio-Frias.pdf
9
Doutor em Sociologia pela Uni-
versidade de Paris, é professor nas 
áreas de sociologia, comunicação 
e planejamento urbano e regional 
e pesquisador dos efeitos da infor-
mação sobre a economia, a cultura 
e a sociedade em geral. Principal 
analista da era da informação e das 
sociedades conectadas em rede, 
sua obra virou referência obriga-
tória na discussão das transforma-
ções sociais do final do século XX.
É autor de dezenas de livros traduzidos para di-
versos idiomas, com destaque para a trilogia A era da 
informação, composta por A sociedade em rede, O po-
der da identidade e Fim de milênio. Seu livro Redes de 
indignação e esperança relaciona as novas formas de 
comunicação da sociedade em rede, apontando cami-
nhos para que a autonomia comunicacional das telas 
se expanda à realidade social como um todo
Fonte: Fronteiras do Pensamento.
Pelos destaques que trouxemos para o texto, observa-se que 
no final do século XX, o uso da expressão sociedade da informa-
ção foi relacionado com um novo paradigma técnico econômico.
Entretanto, Castells não foi o primeiro e tampouco o úni-
co a falar sobre a sociedade da informação e do conhecimento. 
A expressão foi utilizada por exemplo, por Alain Touraine (1969) 
e Daniel Bell (1973), ao refletirem a informação como o motor 
das relações de poder na sociedade contemporânea. Em espe-
cial, Bell no livro O advento da sociedade pós-industrial já destaca-
va que o eixo daquela sociedade seria baseado na informação, 
numa nova ordem econômica.
MANUEL CASTELLS
Sociólogo
10
O economista Fritz Machlup (1902-1983) também já usava 
esse conceito, nos meados da década de 1960, a partir da reali-
dade norte-americana. Este autor referia-se à crescente presen-
ça da informação e dos usos tecnológicos em um novo cenário 
histórico e definiu o conceito de indústria do conhecimento, a 
infosfera. Mesmo muito criticado, com seus estudos, inicia-se a 
divulgação do mito programático da sociedade da informação e 
da nova economia. 
Outro teórico, Peter Drucker (1909-2005), também foi um 
dos primeiros a discorrer sobre uma sociedade pós-industrial 
e popularizou a denominação Economia do Conhecimento afir-
mando que “[...] as atividades que ocupam o lugar central das 
organizações não são mais aquelas que visam a produzir ou dis-
tribuir objetos, mas aquelas que produzem e distribuem infor-
mação e conhecimento.” (DRUCKER apud LEAL, 2005, p. 110). 
Já no século XXI, outros autores, impressionados com as 
tecnologias que começam a surgir debatem o tema. Contudo, as 
teorias de Manuel Castells, são as mais populares na literatura 
da área já que o autor se aprofunda na problematização e exalta 
as novas tecnologias de informação e conhecimento (TICs), co-
locando-as como fator determinante da sociedade, já que são 
capazes de modificar os paradigmas que persistiam desde a re-
volução industrial.
Para Werthein (2000, p. 71) existe uma grande mudança em 
relação ao que se era pensado desde a Revolução Industrial, já 
que há uma quebra da relação entre desenvolvimento científico 
e econômico quando o fator chave já não está mais na busca e 
criação de insumos mais baratos de energia para a melhoria na 
sociedade, mas em insumos mais baratos de informação, alavan-
cados pelos avanços nas telecomunicações e microeletrônica. 
Essa quebra de paradigma facilitou processos de desregu-
lamentação, privatização e ruptura do modelo de contrato social 
entre capital e trabalho, característicos do capitalismo industrial, 
mudança importante no sistema econômico, estabelecido desde 
o século XIX. 
11
Obviamente as mudanças se estendem a outros setores, 
entre eles a educação (o que será abordado mais além), saúde, 
política e transformação social. São justamente as transforma-
ções e a influências da TICs na sociedade, impulsionadas pela 
globalização, que fazem com que alguns autores apontem dife-
renciações entre Sociedade da Informação e do Conhecimento.
Leia o texto A sociedade de informação e seus de-
safios de Jorge Werthein (2000) da Universidade de 
Stanford que discorre sobre a necessidade de não ser 
ingênuos sobre o que se fala sobre o determinismo e 
o evolucionismo do paradigma tecnológico e, ao mes-
mo tempo, indica que questões, apontadas pelo autor 
em 2000, já foram superadas e outras permanecem.
A sociedade da informação e seus desafios - 
Jorge Werthein
As diferenças entre Sociedade da Informação e do Conheci-
mento de fato existam, mas também é fato de que a existência 
de uma é intrínseca à outra porque sociedade, informação e co-
nhecimento são conceitos, perspectivas e pressupostos que se 
entrelaçam e se constituem e são de algum modo formas de or-
denamento de um novo modelo de desenvolvimento econômico.
Tome-se como exemplo um indivíduo com acesso à internet e 
com ele, a bancos de dados, bibliotecas virtuais, artigos científicos, 
páginas de sites e toda a gama de informações advindas de jornais, 
revistas, clipping e feeds de notícias do mundo inteiro. Pois bem, 
esse indivíduo vive na Sociedade da Informação. Já quando, no uso 
desses conteúdos, ele interage com as pessoas, troca informações, 
discute, contribui, traz reflexões, produz saberes e colabora com 
a construção do conhecimento da rede a que pertence, compõe 
a Sociedade do Conhecimento, pois coopera para transformar a 
rede, pelo uso do conhecimento e dos informes que obteve. 
https://www.scielo.br/pdf/ci/v29n2/a09v29n2.pdf
12
Pelo exemplo acima, percebe-se o entrecruzamento entre 
informação, conhecimento e tecnologia, como aspectos que 
compõem a sociedade.
Borges (2008) é um dos autores que não vê distinção entre 
sociedade da informação e do conhecimento porque são catego-
rias que se entrelaçam.
A Sociedade da Informação e do Conhecimento 
é reconhecida pelo uso intenso da informação 
e do conhecimento e das tecnologias de infor-
mação e da comunicação, na vida do indivíduo 
e da sociedade, em suas diversas atividades 
(BORGES, 2008, p. 179).
Para Lévy (2010), a economia que ele denomina economia 
do saber, está estruturada na gestão do conhecimento que pres-
supõe que as pessoas interajam mais, sejam mais participativas 
e criativas. Portanto, cabe às pessoas relacionar-se com os juízos 
de forma colaborativa, criativa e de produção de novos conceitos. 
A UNESCO em conferências e relatórios, no início dos anos 
2000, adotou a expressão Sociedade do Conhecimento, como se 
observa na citação abaixo:
A Sociedade da Informação é a pedra angular 
das sociedades do conhecimento. O conceito 
de ‘sociedade da informação’, a meu ver, está 
relacionado à ideia da ‘inovação tecnológica’, 
enquanto o conceito de ‘sociedades do conhe-
cimento’ inclui uma dimensão de transforma-
ção social, cultural, econômica, política e ins-
titucional, assim como uma perspectiva mais 
pluralista e de desenvolvimento. O conceito 
de ‘sociedades do conhecimento’ é preferível 
ao da ‘sociedade da informação’ já que expres-
sa melhor a complexidade e o dinamismo das 
mudanças que estão ocorrendo. [...] o conheci-
mento em questão não só é importante para o 
crescimento econômico, mas também para for-
talecer e desenvolver todos os setores da socie-
dade (KHAN apud BURCH, 2005, p. 8). 
13
Nota-se, já há algumas décadas, a preocupação de entida-
des e agências internacionais, como a UNESCO, com temas re-
lacionados à Sociedade da Informação e do Conhecimento e às 
Tecnologias Digitais de Informação e do Conhecimento (TDICs). 
Na década de 1990, discutiu-se o tema nas reuniões do G8, em 
fóruns da Comunidade Europeia e da Organização para a Coope-
ração e Desenvolvimento Econômico/ OCDE, no Banco Mundial e 
nos países desenvolvidos, como Estados Unidos.
Em 2003 e 2005 a Cúpula Mundial da ONU foi nomeada 
como Cúpula Mundial sobre Sociedade da Informação/CMSI de-
batendo esses assuntos e se tornandoum marco para os temas 
da produção do conhecimento e do acesso e uso de tecnologias.
Para Ambrosi, Pimenta e Peugeot (2005) apud Burch (2005) o 
que ressaltava naqueles eventos era a preocupação com as desigual-
dades sociais e a exclusão digital de países periféricos. Mas os even-
tos também enfatizavam questões econômicas relacionadas aos im-
pactos das tecnologias da informação no sistema de produção. 
Posteriormente novos documentos foram divulgados pela 
UNESCO por meio da CMSI, a exemplo da publicação lançada em 
2013, cujo título é: Renovando a visão das Sociedades do Conheci-
mento para a paz e o desenvolvimento sustentável.
Neste documento, Mansell e Tremblay (2015) acentuam a 
denominação Sociedades da Informação, no plural, para que se 
compreenda as diversas formas de organização das sociedades 
e enfatizam que as pessoas precisam ser preparadas para adqui-
rir informações, transformá-las em conhecimentos e, atuarem 
ativamente nos aspectos econômicos e sociais de seus países.
Tal postura, defendida pela UNESCO, traduz-se na seguinte 
premissa:
Defesa do acesso universal à informação para que 
as sociedades possam ter paz e desenvolvimento 
sustentável.
14
Novamente em 2017, a UNESCO lança um relatório intitu-
lado As pedras angulares para a promoção de sociedades do co-
nhecimento inclusivas, que apresenta uma constatação e faz uma 
provocação:
A visão da UNESCO sobre as Sociedades do Co-
nhecimento universais baseia-se em uma In-
ternet livre, aberta e confiável que proporcione 
às pessoas a possibilidade não apenas de aces-
sar recursos de informação do mundo inteiro, 
mas, também, de contribuir com informação e 
conhecimento para comunidades locais e glo-
bais. O que a UNESCO pode fazer para cami-
nhar na direção da realização dessa visão de 
Sociedades do Conhecimento viabilizadas pela 
Internet, que consiga promover um desenvol-
vimento humano sustentável e mundialmente 
inclusiva (UNESCO, 2017, p. 10).
Nesse documento observa-se a defesa por uma internet li-
vre, aberta e confiável que possibilite às pessoas acesso às in-
formações, como forma de garantia do direito dos cidadãos. 
Para tal, defende quatro proposições que se caracterizam como 
pedras angulares: acesso à informação e ao conhecimento, li-
berdade de expressão, privacidade e normas e comportamen-
tos éticos on-line. 
15
Quadro 1 - As quatro pedras angulares e seus componentes e bases
Acesso à informação e ao conhecimento
Ética
• Acesso universal;
• Capacidade de buscar e receber informações on-line, incluindo co-
nhecimentos científicos, indígenas e tradicionais; 
• Liberdade de informação e a construção de recursos de conheci-
mento aberto, incluindo Internet aberta, padrões abertos, acesso 
aberto, e disponibilidade de dados;
• Preservação do patrimônio digital;
• Respeito à diversidade cultural e linguística, como a promoção do 
acesso ao conteúdo local em idiomas acessíveis;
• Educação de qualidade para todos, incluindo a educação ao longo 
da vida e o e-learning;
• Difusão da nova AMI e a inclusão social on-line, incluindo a aborda-
gem de desigualdades de habilidades, gênero, idade, raça, etnia e 
acessibilidade para pessoas com deficiência;
• Desenvolvimento de conectividade e TIC a preços acessíveis, incluin-
do telefones celulares, Internet e infraestruturas de banda larga.
Liberdade de expressão
• Capacidade de expressar pontos de vista por meio da Internet, da Web e de 
mídias digitais relacionadas; 
• Direito à liberdade de expressão on-line de acordo com o artigo 19 da Decla-
ração dos Direitos Humanos, incluindo a liberdade de imprensa e a segurança 
de jornalistas, usuários de mídia sociais e defensores dos direitos humanos 
como pré-condição para a liberdade da mídia, o pluralismo e a independência;
• Políticas que fomentem o intercâmbio aberto de opiniões;
• Multilinguismo;
• Compreensão dos usuários sobre os direitos e responsabilidades da livre ex-
pressão na rede;
• Expressão inclusiva versus restrita;
• Acordos para participação multissetorial, favorecendo a regulação social e a 
autorregulação da livre expressão no ciberespaço.
Privacidade 
• Práticas e políticas de Internet que respeitem o direito à privacidade;
• Promoção da abertura e transparência que considere a privacidade 
pessoal; 
• Reconhecimento de que a privacidade e sua proteção são a base da 
confiança na Internet e, portanto, para sua maior utilização e aces-
sibilidade;
• Uso de acordos multissetoriais para conciliar a privacidade com ou-
tros direitos humanos, tais como a liberdade de expressão ou o di-
reito ‘à vida, à liberdade e à segurança pessoal’.
A ética enfatiza o domínio das escolhas entre alternativas e inclui a in-
tencionalidade das ações, assim como seus resultados, sejam intencionais ou 
não, como resultados da tomada de decisão que impacta o bem-estar de indi-
víduos e da sociedade. O uso da Internet pode ter resultados positivos, mas 
ela também pode ser usada de forma equivocada ou com a intenção de violar 
normas, por exemplo, para prejudicar outras pessoas.
Essa categoria considera se as normas, regras e procedimentos que afetam o 
comportamento on-line estão baseados em princípios éticos ancorados nos direitos 
humanos. A ética questiona se as normas estão voltadas à proteção das liberdades 
e da dignidade de indivíduos no ciberespaço e se são sensíveis ao avanço da acessi-
bilidade, da abertura, da inclusão e da participação multissetorial na Internet. 
Práticas, legislações e políticas relativas à Internet podem ser ancoradas 
em considerações éticas conscientes, como a não discriminação com base em 
questões de gênero, idade ou deficiência. A ética pode desempenhar o papel 
de moldar práticas e políticas emergentes.
Fonte: UNESCO, 2017, p. 18
16
Para aprofundar mais sobre o tema acesse:
As pedras angulares para a promoção de 
sociedades do conhecimento inclusivas
Renovando a Visão das Sociedades do Conheci-
mento para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável
A relevância desses temas no cenário mundial explica-se pela 
globalização e pelas práticas neoliberais que trouxeram, dentre 
outros elementos, o papel das tecnologias digitais que quebra-
ram as barreiras físicas entre países e continentes, permitiram 
um novo mundo de negócios sem fronteiras e, com elas surgiram 
também desafios, intensos debates, novos conceitos e teorias.
https://nic.br/media/docs/publicacoes/1/as-pedras-angulares-para-a-promo%C3%A7%C3%A3o-de-sociedades-do-conhecimento-inclusivas.pdf
https://cetic.br/media/docs/publicacoes/1/renovando-a-visao-das-sociedades-do-conhecimento-para-a-paz-e-o-desenvolvimento-sustentavel.pdf
17
Imagem 3 - Referência a globalização
Fonte: pixy.org.
Percebe-se que há uma ideia de dependência mútua asso-
ciada à globalização, o que envolve internacionalização da eco-
nomia, domínio capitalista, entre outros aspectos. A influência 
de países mais desenvolvidos sobre países periféricos sofre forte 
influxo das tecnologias da informação e da comunicação.
Estas preocupações são destacadas por diversos teóricos 
como a de Castells
“[...] o surgimento de um novo sistema eletrô-
nico de comunicação caracterizado pelo seu 
alcance global, integração de todos os meios 
de comunicação e interatividade potencial está 
mudando e mudará para sempre nossa cultu-
ra”. (CASTELLS, 1999, p. 414).
ou a de Ribeiro, ao observar que na globalização
“Uma certa ‘cultura global’ é instalada, [...]. Esta 
cultura global revela-se, ao contrário do que se 
poderia imaginar, fragmentada e circunscrita a 
circuitos, nem sempre abertos”. (1995, p 2.).
Frente aos milhões de dados que chegam por meio de dife-
rentes tecnologias, há a necessidade de que essas informações 
se transformem em conhecimento e aplicadas nas mais diversas 
áreas, alterando-as.
https://pixy.org/380201/
18
CAPÍTULO II
SOCIEDADE EM REDE E SOCIEDADE 
5.0: TECNOLOGIAS E ECOSSISTEMAS 
DE INOVAÇÃO
A ideia de um mundo conectado sem barreiras e interligado 
em uma espécie de rede trouxe também outro idealde socieda-
de, a chamada Sociedade em Rede.
A ideia de uma sociedade interligada como uma rede soa 
muito familiar nos tempos atuais graças à intensa atividade que 
se observa na Web, mas a ideia em relação à Sociedade em Rede 
é anterior à popularização da internet e surgiu no início dos anos 
1990, pelo que se observa abaixo:
Glossário
Redes são instrumentos apropriados para a eco-
nomia capitalista baseadas na inovação, globalização 
e concentração descentralizada; para o trabalho, tra-
balhadores e empresas voltadas para a flexibilidade 
e adaptabilidade; para uma cultura de desconstrução 
e reconstrução contínuas; para uma política destina-
da ao processamento instantâneo de novos valores e 
humores públicos; e para uma organização social que 
vise a suplantação do espaço e invalidação do tempo 
(CASTELLS, 1999, p. 566). 
Esse movimento global descrito por Castells (1999) e ine-
rente à Sociedade do Conhecimento é potencializado a partir 
da ampla publicidade e da abrangência da world wide web/www, 
das redes sociais e do crescente número de usuários da rede de 
computadores.
19
Imagem 4 – Redes Sociais
Fonte: Pexels.com.
Evidencia-se, por meio de Castells na obra a Era da Informa-
ção (2002), os cinco pressupostos da sociedade em rede defen-
didos por ele: a informação, a flexibilização da produção, a lógi-
ca reticular, a difusão e a convergência das tecnologias digitais 
de comunicação. Nesta teia social, há uma centralidade do ator 
social na interação com as tecnologias e relação com os meios 
informacionais, como fundamentais no processo de transforma-
ção social e política, num círculo virtuoso.
Para Di Felice (2013) as redes pensadas por Manuel Castells 
são:
[...] expressões de um novo social expandido, 
no qual as informações são disseminadas pelos 
atores sociais em conflito entre si e cuja ação 
encontra sua difusão na mesma estrutura co-
municativa. Na sua visão, a sociedade em rede 
caracteriza-se como uma sociedade engloban-
te na qual os atores, suas ações, o poder e as 
instituições encontram nas redes sua dissemi-
nação e redefinição social. Em outras palavras, 
a sociedade em rede é um sistema social que 
possui atores, instituições que comunicam en-
tre si disseminando funções, desejos, esperan-
ças e objetivos exclusivamente humanos (DI 
FELICE, 2013, p. 49-50).
https://www.pexels.com/photo/3247890/
20
Nesse mundo, as perspectivas e possibilidades da conecti-
vidade ligadas à internet são muitas. Emergiram também várias 
formas de comunicação, de socialização de culturas e saberes. 
Essas conexões são clarificadas no seguinte diagrama:
Imagem 5 - Representação de um rizoma
Fonte: Sedestic.blogspot.com.
No desenho, percebe-se o rizoma com as seguintes carac-
terísticas: um princípio norteador (ponto vermelho no centro do 
desenho), entendido como o conhecimento, dividindo-se e en-
trelaçando em diversos processos e ações, chegando a diferen-
tes indivíduos e estabelecendo redes interligadas (pontos ver-
melhos rodeados por pontos cinzas).
Essa multiplicidade de processos e indivíduos leva a outras 
dimensões, nas quais há a heterogeneidade de modelos e abre 
caminhos para sinapses, princípios de conexão e heterogeneida-
de - ligações e pontes para outras estruturas e conhecimentos 
(pontos verdes).
Portanto, nas redes, com diferentes pontos de comunicação 
há muitos sujeitos e estruturas sociais: indivíduos, empresas, or-
ganizações, dados, espaços, territórios.
http://sedestic.blogspot.com/2014/
21
A sociedade em rede permite que novas práticas, 
novas formas de se fazer, novas formas de ler, e 
tantas outras novidades se desenvolvam, permi-
tindo que as informações não sejam mais sim-
plesmente produzidas para serem consumidas, 
mas os processos agora acontecem de muitos 
para muitos. Se antes tinha-se grandes produto-
res que geravam conteúdo que era repassado a 
um interlocutor tido como ‘passivo’, hoje esses 
processos produtivos se dão de forma cada vez 
mais coletiva, participativa, com um mediador 
mais participante do que avaliador. Quase ine-
xiste, então, o agente principal, pois todos pas-
sam a produzir informação, conhecimento, e 
facilmente expressá-los e compartilhá-los com 
seus pares (RICKLI, 2016, p. 108.)
Essas conexões em diferentes níveis ultrapassam os limites 
geográficos e atingem o planeta num processo de globalização. 
Nesta visão, a ideia de aldeia global é ressignificada, para além 
da natureza dos meios de comunicação. Em uma cultura unifi-
cada por meio da tecnologia, a ideia advinda da globalização é 
concebida como uma enorme rede ou teia de conexões e de in-
tercomunicações diretas entre as pessoas, em todas as regiões 
do globo, independente da distância. 
Para muitos estudiosos a empolgação com globalização, no 
final do século XX, e a promessa de uma revolução global não se 
cumpriu já que o fenômeno, na verdade, serviu para aumentar 
ainda mais as desigualdades sociais e ampliar o domínio dos paí-
ses mais fortes economicamente sobre os outros.
Por outro lado, as tecnologias da informação e comunicação 
trouxeram uma outra percepção de contato. Ao romper espaços 
e territórios físicos dão voz às pessoas que jamais seriam ouvidas. 
Outros pontos que geram bastante polêmica são a Indústria 4.0, 
a Sociedade 5.0 e o papel da educação, neste cenário. Os debates en-
tre os termos e números remete a um embate que já está no imagi-
nário humano há um bom tempo e faz sucesso no cinema, a relação 
entre o homem e a máquina, como no filme Exterminador do futuro.
22
VÍDEO
O Exterminador do Futuro Trailer
Obviamente que não se fala aqui de máquinas dispostas a 
exterminar a raça humana, mas tanto os produtos dessa inova-
ção tecnológica quanto o homem disputam o mesmo espaço no 
que se refere ao mercado de trabalho.
O conceito de Indústria 4.0 vem de um projeto audacioso 
alemão que automatizou todo o processo de fabricação de um 
produto, incluindo outra relação homem e máquina, do que de-
corre a quarta revolução industrial.
Figura 1 - EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA
Fonte: Wertambiental.com.br.
https://wertambiental.com.br/2019/01/15/industria_4-0/
https://www.youtube.com/watch?v=uQQDZkqJMP8
https://wertambiental.com.br/2019/01/15/industria_4-0/
23
No caso da Indústria, a base existente de auto-
mação informatizada e uma visão de negócios 
voltada à transformação digital faz nascer o 
conceito de Indústria 4.0, cujo nome vem de pro-
jeto da indústria alemã, denominado Plattform 
Industrie 4.0 (Plataforma Indústria 4.0) lançado 
em 2001, na Feria de Hannover (SACOMANO et 
al., 2018, p. 28).
Em sua obra, Sacomano (2018) descreve o funcionamento 
de uma indústria totalmente automatizada e informatizada, tí-
pica da Quarta Revolução Industrial. Nela, o pedido de alguém 
chega pela internet e o sistema o recebe, identifica o cliente e dá 
seguimento ao processo classificando tudo o que será necessá-
rio para a produção do bem que ele deseja.
Dentro da linha de produção as máquinas comunicam-se 
umas com as outras, identificando problemas, atendendo ne-
cessidades especiais do produto, fazendo alterações, controle de 
qualidade e até mesmo dando alertas de manutenção e a pro-
gramando.
Todo esse processo tem como resultado um produto de 
qualidade com uma produção mais barata, organizada, rápida 
e com menos riscos e falhas. E mais do que isso, a Indústria 4.0 
traz vários elementos que estruturam e ao mesmo tempo modi-
ficam as relações sociais, as relações das pessoas com o traba-
lho, com o conhecimento, com o lazer e com todas as formas de 
interação social, como se observa na figura a seguir:
24
Figura 2 - Elementos formadores da indústria 4.0
Indústria 4.0
Etiqueta 
de RFID QR code
Realidade 
Aumentada 
(RA)
Automação
Comunicação 
Máquina a 
Máquina 
(M2M)
Inteligência 
Artificial 
(AI)
Análise de 
Big Data
Computação 
em Nuvem
Integração 
de Sistemas
Segurança 
Cibernética
Internet das Coisas (IoT) Sistemas Ciber Físicos (CPS) Internet de Serviços (IoS)
Elementos de Base ou FundamentaisElementos Estruturantes
Elementos Complementares
Realidade 
Virtual 
(RV)
Manufatura 
Aditiva
Fonte: SACOMANO, 2018, p. 39.
25
Na indústria 4.0 o motor é a informação. E ela vem na in-
teração com a rede de computadores e se projeta para o que 
se denomina de Web 4.0, que coloca, como tendência, a internet 
das coisas, o avanço da inteligência artificial, novas relações de 
compra e venda (e-commerce), integração de serviços, entre ou-
tras coisas. 
Uma das respostas à Indústria 4.0 veio com a Sociedade 5.0, 
um conceito desenvolvido no Japão (2016) que, ao contrário do 
ideal alemão, coloca o homem no centro do processo, numa pro-
posta em que o econômico incorpora o social e a tecnologia da 
quarta revolução industrial.
A proposição é de que os avanços tecnológicos sejam dire-
cionados em prol da sociedade, para áreas ou questões com pro-
blemática social e que, de alguma forma, ajude a desenvolver a 
humanidade e a sociedade
Assim, a sociedade em um futuro próximo con-
solidará valores e desenvolverá serviços que 
tornem melhor a vida das pessoas, mais sus-
tentável e adaptável. A previsão é para que a 
Sociedade 5.0 ofereça soluções para o envelhe-
cimento, longevidade humana, cura de doen-
ças extremas, previsões e soluções de catástro-
fes, mobilidade personalizada, infraestrutura 
e a consolidação das fintechs – o dinheiro será 
virtual e até o conceito de ‘riqueza’ vai mudar. 
Devolver os movimentos para quem os perdeu 
e reduzir a dependência física na mobilidade, 
ter drones e robôs como membros da família e 
criar uma nova definição para o termo ‘velhice’. 
(GUIMARÃES et al. 2019, p. 84).
Com os exemplos, os autores (2019) demonstram que ape-
sar de parecerem antagonistas os ideais da Indústria 4.0 e Socie-
dade 5.0 não se contrapõem. O que na verdade se propõe com 
esse conceito é que a Indústria 4.0 seja a produtora e a Socieda-
de 5.0 a usuária dessas tecnologias. 
26
Com isso os produtos dessa indústria têm também uma 
função social e são primordiais para a sociedade, sem servir ape-
nas de ferramenta comercial capaz de gerar riquezas e aumen-
tar ainda mais as desigualdades sociais. 
Saiba mais:
Educação para sociedade 5.0
Um desses produtos que reflete os ideais da Sociedade 5.0 
e já é palpável em muitos locais do mundo, inclusive no Brasil, 
são as Smart Citys, ou Cidades Inteligentes. Esse conceito de ci-
dade inteligente surgiu praticamente junto com a ideia de So-
ciedade 5.0, no Japão onde tradicionalmente as cidades já são 
conectadas, extremamente organizadas e há uma preocupação 
grande com questões ambientais e sociais. Só que esse conceito 
vai além disso e rapidamente se espalhou por todo o mundo e 
chegou no Brasil, em que condomínios e algumas cidades já ten-
tam adotar essas ideias. 
O que é uma cidade se não um ecossistema complexo com 
pessoas se relacionando com todo o ambiente construído? Pois 
bem, é justamente nessa ideia de relação entre o homem, am-
biente e tecnologia que surge um conceito que ganhou muita 
força: ecossistemas de inovação.
GLOSSÁRIO
Ecossistemas de inovação são considerados como 
ativos que geram competitividade na chamada eco-
nomia do conhecimento e espaços de aprendizagem 
coletiva, de intercâmbio de conhecimento, de práticas 
produtivas e de geração de sinergia entre diversos 
agentes de inovação (SPINOSA; SCHLEMM; REIS, 2015). 
https://www.pucsp.br/sites/default/files/download/efisus/educacao-para-sociedade-5-0.pdf
27
Lista disponível em:
https://via.ufsc.br/smart-cities-awards-2020/
As 10 melhores smart cities do mundo de
acordo com a Smart Cities Awards UNESCO-
Netexplo 2020
TOP 10
SMART
CITIES
1 A U S T I N ( E U A )
2 D A K A R ( S E N E G A L )
3 E S P O O ( F I N L Â N D I A )
4 M E D E L L Í N ( C O L Ô M B I A )
5 S H E N Z H E N ( C H I N A )
S A N T I A G O ( C H I L E )
S I N G A P U R A
S U R A T ( Í N D I A )
6
7
8
9 T A L L I N ( E S T Ô N I A )
10 V I E N A ( Á U S T R I A )
SMART CITIES
BRASILEIRAS
C
A
M
P
I
N
A
S
SÃO
PAULO
CURITI
BA
 A ideia de uma Smart City é justamente usar a tecnologia para trazer melhorias e mais qualidade
de vida para quem ali mora e a sustentabilidade é outro ponto fundamental nesse ecossistema. Em
uma Smart City,por exemplo, as novas tecnologias conectadas umas às outras podem trazer dados
sobre o tráfego de veículos nas ruas da cidade e sugerir aos motoristas novas rotas. Ao mesmo
tempo esse mesmo sistema pode direcionar todo o trânsito e até controlar sinaleiros para
liberarem espaço para carros de emergência. 
 Os mesmos dados de tráfego juntamente com dados de medidores de poluição podem mostrar ao
poder público quais são os locais mais críticos com relação à poluição na cidade. Com isso o poder
público pode pensar em melhorar o tráfego de transporte coletivo no local para diminuir o número
de carros; construir ciclo faixas para incentivar o uso de bicicletas; criar espaços onde carros
elétricos possam ser carregados durante o trajeto; construir parques com áreas verdes nesse
local, entre outras inúmeras possibilidades que só uma cidade conectada pode dar.
A ideia de uma Smart City é justamente usar 
a tecnologia para trazer melhorias e mais 
qualidade de vida para quem ali mora e a 
sustentabilidade é outro ponto fundamental 
nesse ecossistema. Em uma Smart City, por 
exemplo, as novas tecnologias conectadas 
umas às outras podem trazer dados sobre 
o tráfego de veículos nas ruas da cidade 
e sugerir aos motoristas novas rotas. Ao 
mesmo tempo esse mesmo sistema pode 
direcionar todo o trânsito e até controlar 
sinaleiros para liberarem espaço para 
carros de emergência. 
Os mesmos dados de tráfego juntamente 
com dados de medidores de poluição podem 
mostrar ao poder público quais são os 
locais mais críticos com relação à poluição 
na cidade. Com isso o poder público pode 
pensar em melhorar o tráfego de transporte 
coletivo no local para diminuir o número de 
carros; construir ciclo faixas para incentivar 
o uso de bicicletas; criar espaços onde 
carros elétricos possam ser carregados 
durante o trajeto; construir parques com 
áreas verdes nesse local, entre outras 
inúmeras possibilidades que só uma cidade 
conectada pode dar.
Lista disponível em
: https://via.ufsc.br/sm
art-cities-aw
ards-2020/
https://www.visiteosusa.com.br/destination/austin
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dacar
https://uil.unesco.org/lifelong-learning/learning-cities/creating-espoo-story-together
https://www.intercultural.com.br/destinos/shenzhen/
https://www.buenasdicas.com/santiago-ou-buenos-aires-10699/
https://umpouquinhodecadalugar.com/asia/singapura/marina-bay-sands-o-simbolo-maior-de-singapura/
https://umpouquinhodecadalugar.com/asia/singapura/marina-bay-sands-o-simbolo-maior-de-singapura/
https://buddybits.com/2016/01/10-reasons-why-surat-is-the-best-city-to-live-in/
https://www.tudosobreviena.com/
https://unsplash.com/photos/77pAlgB8v_E
https://unsplash.com/photos/qFnwIN7jcC4
https://unsplash.com/photos/tJHrFZdE-NQ
28
Por esta definição entende-se os três elementos que com-
põem o ecossistema: a parte humana com ofertantes, deman-
dantes, estudiosos, investidores, entre outros que estão em um 
ambiente com interesses em comum (educação, saúde, econo-
mia, empreendedorismo) e com meios tecnológicos criam rela-
ções de colaboração e inovação que transformam e impactam 
todo o ambiente.
Empresas, escolas, universidades e organizações de todo o 
mundo incentivam a criação desses ecossistemas nos seus es-
paços. Funciona assim: profissionais ou pessoas de várias áreas 
ou com perfis diferentes se reúnem para pensar o que com as 
tecnologias atuais (ou até mesmo a criação de outra tecnologia) 
para impactar positivamente o ambiente em que eles estão. 
Incubadoras e parques tecnológicos, startups são exemplos 
de ecossistemas de inovação, alinhados com qualquer área da 
esfera pública ou privada. E neste sentido, surge o conceito de 
ecossistema de educação na sociedade tecnológica.
29
CAPÍTULO III
SOCIEDADE TECNOLÓGICAE 
EDUCAÇÃO
Qual o papel da educação na sociedade tecnológica? Como 
os avanços tecnológicos impactaram e impactam os processos 
de ensino e de aprendizagem? Como se percebe as redes digi-
tais nos processos educacionais? 
As respostas para estas perguntas são diversas, 
abertas e complexas.
Pensar na união entre processos tecnológicos, pedagógi-
cos, espacialidade e seres humanos é primordial para o desen-
volvimento da educação em todas as partes do mundo. Afinal, 
práticas pedagógicas que não levam em conta estas relações 
estão fadadas ao insucesso, sobretudo quando voltadas para o 
processo de aprendizagem das novas gerações hiperconectadas, 
polegarzinhas com dedos ágeis (SERRES, 2013) que utilizam as 
tecnologias móveis para acessar a internet e redes sociais e os 
conhecimentos que ali estão. 
Ora, vivendo em uma sociedade tão conectada, com a pos-
sibilidade de acesso à internet e redes sociais com uma quan-
tidade de informação maior do que de qualquer biblioteca do 
mundo (objetificação do sonho de Ptolomeu I com a Biblioteca 
de Alexandria) onde estão essas oportunidades tecnológicas nas 
escolas e nas universidades? 
Saiba mais
Biblioteca de Alexandria – O que é, história, 
incêndio e a nova versão
https://www.crb8.org.br/16236-2/
30
O ano de 2020 e 2021 trouxe desafios incomensuráveis para 
a educação. Com as escolas e universidades fechadas, as ativida-
des pedagógicas se tornaram mais abrangentes e, por vezes, mais 
difíceis, como as relacionadas ao acesso à internet, à falta de fami-
liaridade dos professores e alunos com plataformas de aprendi-
zagem, entre outros dispositivos, aumentando as desigualdades 
educacionais. Mas, ao mesmo tempo, ocorreram oportunidades 
por meio da aplicação de processos pedagógicos mais flexíveis. 
Há reflexões, que continuarão, no que tange ao futuro da 
educação, pois muitas estratégias são alavancadas para pensar 
e ressignificar processos educativos em consonância com a rea-
lidade social e com as demandas relacionadas à alta conectivida-
de e à interação pelo meio digital.
Somam-se a isso as mutações disruptivas que promoveram 
entre outras coisas, o conceito do Mundo VUCA, volátil, incerto, 
complexo e ambíguo, utilizado em várias áreas como gestão em-
presarial, marketing, educação, entre outras, há mais de 40 anos, 
para descrever as mudanças econômicas e sociais pós-guerra 
fria. Contudo, com a pandemia o acrônimo VUCA mudou para 
BANI ou, em português, FANI, formada das iniciais dos adjetivos 
frágil, ansioso, não linear e incompreensível.
Figura 3 - Mundo Vuca x Mundo Bani
Fonte: Blog GeekFail.
https://www.geekfail.net/2020/12/o-mundo-que-era-vuca-agora-e-bani.html
31
Mesmo com todas as preocupações em relação a estas de-
nominações, o certo é que com a pandemia, o Mundo Bani, mos-
tra que há um processo de mudanças frente a uma nova reali-
dade, pois há muitas coisas incompreensíveis, que perderam a 
objetividade e racionalidade, o que conduz à percepção de que 
mudou completamente a relação com a vida, com a sociedade, 
com o trabalho, com as experiências cotidianas, com uma nova 
realidade, sem volta. Modificou-se a forma da interação entre o 
físico e o virtual, o modo de ver as tecnologias, entre outros pon-
tos, que afetam a todos e descrevem a situação atual.
Neste cenário, ganhou ainda mais relevância o Manifesto 
Onlife - The Onlife Manifesto: Being Human in a Hyperconnected 
Era, ou o que se denomina Paradigma Onlife, ou na visão de La-
tour (2016) Cosmograma Onlife.
Tal manifesto organizado pelo pesquisador Luciano Floridi 
(2015) reúne contribuições de muitos pesquisadores que anali-
sam os desafios que as tecnologias trazem para as mais diversas 
estruturas da vida, em especial, nas políticas públicas e questio-
nam a dualidade on-line e off-line, tendo como questão de fundo: 
O que significa ser humano em uma época hiperconectada?
GLOSSÁRIO: 
Você está OnLIFE?
Você está on-line ou off-line? A nova conexão pla-
netária e habitar redes, tornam ainda mais evidente 
que se essa fronteira ainda não desapareceu, está 
se tornando mais difusa, uma vez que estamos em 
movimento, muitas vezes simultâneo, num hibridis-
mo de espaços (lugares), momentos (tempo), tecno-
logias, formas de se fazer presente e culturas. Onde 
você está? Você está OnLIFE (FLORIDI, 2015), num vi-
ver e conviver conectivo que vai se constituindo em 
rede (SCHLEMMER, DI FELICE, SERRA, 2020, s/n).
32
Atrelado a este pensamento e ao habitat em redes, o Ma-
nifesto aponta que as tecnologias não são encaradas como fer-
ramentas porque são forças ambientais e, nesta dimensão, mu-
dam a concepção da realidade e de interação com ela.
Já em 1990, Lévy, apontava a internet como uma inteligência 
coletiva, contudo na sociedade tecnológica ela é vista como um 
ambiente complexo e dinâmico no qual as pessoas interagem 
com diversos programas, trocando informações e conteúdos, 
numa relação intrínseca. Neste espaço virtual há o que se deno-
mina ecologias na qual há uma interação e uma interdependên-
cia entre agentes humanos e não humanos (DI FELICE (2017).
Neste cenário, a forma como são vistos os processos de 
comunicação trazem uma nova arquitetura comunicativa e in-
formativa, definida por Schlemmer, Moreira e Serra (2020, s/p), 
como “[...] o conjunto de mundos de dados que somos: orgâni-
co, inorgânico, animal, vegetal, racional, robótico, algorítmico” e, 
assim, esta arquitetura amplia o que se conhece como emissor, 
receptor, mensagem, código, canal e referente, para redes com-
plexas e conectivas, num novo modo de produzir informações, 
por meio de instigantes e amplas formas de interação.
Conforme Schlemmer; Di Felice, Serra (2020) the internet 
everything é um conceito que surge neste engendramento da in-
ternet social (web 2.0), a internet das coisas (IOT) e a internet dos 
dados (Big Data), num processo ecossistêmico em que o digital 
é uma rede formada por agentes humanos, tecnologias, objetos 
etc., que transformam os agentes humanos e não humanos em 
redes de dados.
Saiba mais:
The Onlife Manifesto - Being Human in a 
Hyperconnected Era 
https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-319-04093-6
33
Mais uma vez o questionamento: qual o papel da educação 
nesta sociedade hiperconectada?
Esta é uma pergunta aberta, com muitas possibilidades de 
interpretação e com muitos argumentos e contra-argumentos. 
Há a necessidade de se pensar para além de uma pedago-
gia ativa, que traz processos e metodologias ativas, que são im-
portantes, mas que gradativamente se correlacionam às práticas 
mais coerentes com este tempo por meio, por exemplo, do con-
ceito de ato conectivo defendido por Di Felice (2017)
[...] produzido nas interações ecossistêmicas 
entre humanos e não humanos (atores-redes). 
Nessas, não há centralidade, mas rede, que 
pela conectividade se interliga a outras redes, 
desenhando uma arquitetura ecossistêmica. 
Isso nos instiga a pedagogias relacionais, co-
nectivas, em rede, capaz de produzir metodo-
logias e práticas inventivas, intervencionistas, 
reticulares e conectivas, num habitar atópico 
(SCHLEMMER, DI FELICE, SERRA, 2020, s/n).
A partir dessa premissa percebe-se que, na relação pedagó-
gica, as tecnologias são apenas um meio em favor do homem, 
são forças ambientais, são ecossistemas que auxiliam na comu-
nicação entre pessoas e a cultura digital em rede.
Isso porque as tecnologias por si só não refletem proces-
sos de ensino e aprendizagem, mas relacionam-se às práticas, 
processos pedagógicos flexíveis e criativos, como oportunidades 
para se repensar os currículos, os conteúdos, a forma de organi-
zação de cursos e disciplinas. Os aspectos tecnológicos precisam 
estar associados ao ato educativo e também sobrelevar interfa-
ces sociais e políticas.
Estes pressupostos instigam a repensar os processos de en-
sino e de aprendizagem na construção de uma Educação Digital 
Onlife, como um novo conceito defendido por Moreira e Schlem-
mer (2020).
34
Saiba mais
Assista o vídeo de Eliane Schlemer quetraz sua 
trajetória de pesquisadora e de professora e nos colo-
ca como se constitui uma educação onlife.
A Conexão e Educação OnLIFE
Dessa forma, Ensino Presencial Remoto, Educação a Distân-
cia, Educação on-line, entre outras possibilidades, estão permeados 
pela educação mediada pelo digital. Contudo, numa educação digi-
tal onlife, a forma de se pensar processos educativos considera os 
atos conectivos que engendram a rede entre atores humanos e não 
humanos, que pode ser realizado, por exemplo, na educação híbri-
da (não a única forma), na perspectiva da teoria comunicacional. 
O Relatório Horizon Report de 2020 já destaca a importância 
de ecossistemas de aprendizagem em que ocorre o coengendra-
mento entre o virtual e o físico:
[...] está criando uma mudança transformacio-
nal na maneira como as instituições arquite-
tam seus ecossistemas de aprendizagem para 
alunos e instrutores. As instituições estão cada 
vez mais exigindo suporte de padrões abertos 
em aplicações de tecnologia educacional, o que 
permite que as instituições ofereçam uma ex-
periência de aprendizagem mais flexível para 
mais alunos, de forma síncrona e assíncrona. 
A agilidade fornecida por tal arquitetura pode 
proporcionar a alunos e instrutores a oportu-
nidade de ‘pensar fora da caixa’ e reconceituar 
suas abordagens para a educação (RELATÓRIO 
HORIZON REPORT, 2020, p. 9, tradução nossa).
https://www.ted.com/talks/eliane_schlemmer_a_conexao_e_educacao_onlife
35
Os relatórios sublinham que, frente às questões sociais, eco-
nômicas e educacionais da contemporaneidade, as pessoas ne-
cessitam e necessitarão de oportunidades de estudos em qual-
quer tempo e local, por meio de práticas pedagógicas inventivas, 
diferenciadas, reticulares, conectivas e destacam a urgência de 
se avançar em aprendizagem autêntica, aprendizagem colabora-
tiva, entre outros aspectos, aliados a currículos inovadores. 
O hibridismo no contexto da educação digital oferece a es-
tudantes, que já fazem uso de tecnologias e das redes sociais em 
espaços informais, a participação mais acentuada em ambientes 
de aprendizagem colaborativos. Assim, nas atividades síncronas 
ou em encontros presenciais consolidam e ampliam determina-
dos projetos de aprendizagem, aproveitando o coengendramen-
to dos espaços geográficos e digitais, por meio da integração 
das tecnologias analógicas e digitais, em contextos multimodais 
que favoreçam o estudo de culturas plurais.
Nestes contextos, a educação híbrida nunca fez tanto senti-
do como faz agora. 
Saiba mais
Em outubro deste ano de 2020, foi lançada a As-
sociação Nacional de Educação Básica Híbrida (ANE-
BHI), com a missão de contribuir com a disseminação 
desta estratégia educacional e atuar fortemente na 
formação de professores. 
Associação Nacional de Educação Básica 
Híbrida (ANEBHI)
Portanto, o profissional de educação é instigado a entender 
mais este processo de inovação educacional e a ter fluência digi-
tal, o que vai mais além do que o uso e apropriação das tecnolo-
gias digitais, pois esta inovação pressupõe um “[...] processo de 
https://anebhi.org.br/
36
acoplamento, de coengendramento entre o humano, diferentes 
entidades, incluindo as TD e a lógica das redes, o qual possibilita 
transformar significativamente a forma de pensar e fazer educa-
ção, provocando a sua transformação. (SCHLEMMER; MOREIRA;-
SERRA; 2020, s/p).“ 
GLOSSÁRIO 
Fluência digital é a capacidade de alavancar tec-
nologias e plataformas digitais para se comunicar de 
forma crítica, projetar com criatividade, tomar de-
cisões informadas e resolver problemas complexos 
enquanto se antecipa a novos. Apenas manter os le-
tramentos básicos pelos quais alunos e instrutores 
acessam e avaliam as informações não é mais sufi-
ciente para atender às necessidades complexas de 
uma sociedade mediada digitalmente (HORIZON RE-
PORT, 2019, p. 14, tradução nossa)
Sabe-se que a Comissão Europeia, em 2012, definiu uma lis-
ta de competências digitais e que se inserem na perspectiva da 
fluência digital na formação docente e discente e, recentemen-
te publicou novo documento intitulado Plano de Ação para uma 
Educação Digital (2021-2027) em favor de uma educação digital 
inclusiva e acessível na Europa. O texto aponta duas prioridades 
estratégicas: 1. promover o desenvolvimento de um ecossistema 
de educação digital altamente eficaz; 2. reforçar as competên-
cias e aptidões digitais para a transformação digital.
Saiba mais:
Plano de Ação para a Educação Digital (2021-
2027) - Comissão Europeia
https://ec.europa.eu/education/education-in-the-eu/digital-education-action-plan_pt
37
PARA REFLEXÃO 
Até aqui estudou-se diversas formas de pensar 
as sociedades e transitou-se no tempo, pelas diferen-
tes fases da indústria e do mercado. Falou-se da socie-
dade em suas nuances, abordou-se os pressupostos 
da Indústria 4.0 para destacar as cidades inteligentes, 
que se espalham ao redor do mundo e expandem as 
teias, cruzando fronteiras por meio da globalização. E 
por falar em teias, tratou-se também sobre as redes 
sociais tão presentes.
Todo esse caminho foi guiado pela tecnologia 
e sua relação com a sociedade. Esse relacionamento 
se intensifica cada vez mais em um tom quase que 
matrimonial, no qual é quase impossível imaginar a 
atual sociedade vivendo sem as tecnologias digitais 
que surgiram com a internet. A esse casamento cha-
ma-se, neste contexto, de Sociedade Tecnológica.
Nesta sociedade se inserem os ecossistemas 
educacionais, como uma ecologia em rede sem uma 
separação entre a tecnologia e as pessoas, com uma 
relação que pressupõe diferentes interações e cone-
xões. É um processo educacional que acontece nas 
relações entre os seres humanos, o conhecimento, a 
tecnologia, os objetos, as coisas, os dados, a realida-
de física e suas características. 
Diante desse relacionamento e de todo o con-
texto histórico tratado acima, resta posicionar-se, en-
quanto profissionais da educação, em meio a essa so-
ciedade tecnológica.
continua...
38
O uso indiscriminado das tecnologias e, neste 
contexto do meio digital, sem a reflexão necessária, 
leva às abordagens tecnicistas e conduzem a educa-
ção a processos de alienação frente à realidade, exa-
tamente o contrário do que se visa que é levar os su-
jeitos à autonomia.
Tão importante quanto compreender o que é 
possível e como fazer nesses novos cenários educa-
cionais é entender o que já é feito, sobretudo em uma 
época de pandemia, quando os caminhos que envol-
vem o digital evoluíram a uma velocidade espantosa 
e o uso de tecnologias tornou-se quase obrigatório 
para a continuidade da educação formal, tanto no en-
sino básico quanto no superior. 
O certo é que compete à formação de profes-
sores abordar as competências digitais para que os 
docentes atuem nos processos de transformações 
educacionais. De igual forma, cabe aos discentes 
entender as tecnologias em favor da construção de 
conceitos.
Desde a Revolução Industrial, o principal mo-
tor das inovações foi a economia. E mais uma vez a 
educação é chamada a participar de processos de 
inovações que utilizem tecnologias como forças am-
bientais, sem desconsiderar a ética, o cultural, as di-
versidades sociais e o protagonismo dos seres huma-
nos na relação com a tecnologia. 
conclusão.
39
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	_Hlk70948033
	Sumário
	APRESENTAÇÃO
	OS ENLACES E DESENLACES NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO
	SOCIEDADE EM REDE E SOCIEDADE 5.0: TECNOLOGIAS E ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO
	SOCIEDADE TECNOLÓGICA E EDUCAÇÃO
	REFERÊNCIAS
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