Buscar

24 - Computadores, Sociedade e Ética - SAGAH

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 186 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 186 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 186 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Tecnologias de informação e 
comunicação
APRESENTAÇÃO
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) transformaram 
as práticas humanas em diversas setores, como o entretenimento, 
a educação e a comunicação. Hoje, graças ao advento da internet, 
dos smartphones e de outros recursos tecnológicos, os processos 
de consumo, troca de informações e comunicação se tornam cada 
vez mais interativos, dinâmicos e personalizados.
As TICs surgiram a partir da revolução digital e começaram a ser implementadas em diferentes 
áreas, entre elas a educacional, a empresarial e a do jornalismo. Essas tecnologias digitais são 
responsáveis por agilizar a produção das fábricas, automatizando algumas das etapas de 
produção. No jornalismo, ferramentas como bases de dados passaram a automatizar os 
processos de busca e coleta de informações, enquanto as redes sociais facilitaram a conexão com 
colaboradores e fontes de informação.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o contexto de surgimento das TICs e o 
modo como elas foram sendo apropriadas ao nosso cotidiano. Você também vai compreender as 
contribuições das mesmas para a prática jornalística atual.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Contextualizar o surgimento das TICs.•
Identificar os principais usos das TICs.•
Identificar o papel das TICs no jornalismo.•
DESAFIO
A prática jornalística precisou se adaptar ao novo cenário das tecnologias digitais, que 
1
impulsiona uma economia e cultura baseadas na interatividade e na flexibilidade dos fluxos de 
comunicação. 
Os dispositivos móveis, como smartphones e tablets, 
são elementos propulsores de um novo ciclo da tecnologia, denominado comunicação móvel.
Segundo Scolari et al. (2009), esse novo ciclo é caracterizado pela Onipresença (capacidade de 
estar presente em qualquer lugar); convergência de funções e linguagens; integração de 
modelos broadcasting (um-todos), unicasting (um-um) e multicasting (todos-todos); 
bidirecionalidade (o usuário pode consumir e produzir conteúdo ao mesmo tempo) e conteúdos 
e serviços planejados de acordo com a localização.
O consumo de informações em mobilidade também impulsionou 
a criação recursos diferentes. A tactilidade, propriedade de uso do 
tato para manipular telas sensíveis ao toque, é uma característica marcante dos smartphones e 
tablets atuais. Nos smartphones se 
pode explorar uma lógica de consumo baseada no áudio e, no tablet, utilizar conteúdos 
multimídia.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A partir destas informações, escreva um resumo do seu projeto de aplicativo. O texto deve 
conter:
a) nome do aplicativo e conceito central;
b) tipo de linguagem e formatos usados (áudio, vídeo, etc.);
c) tipo de propriedade explorada (tactilidade, por exemplo);
d) justificativa de consumo (porque esse produto seria inovador).
INFOGRÁFICO
A introdução das TICs nas redações jornalísticas trouxe maior agilidade e flexibilidade para o 
processo de produção de notícias. O computador e as bases de dados funcionam hoje como uma 
espinha dorsal da redação, pois passam a estruturar todas as atividades de produção da matéria 
2
jornalística: pré-produção, produção, disponibilização/circulação, consumo e pós-produção.
Confira no Infográfico a seguir o modo como as TICs podem ser usadas nas diferentes fases de 
produção jornalística.
3
4
CONTEÚDO DO LIVRO
As tecnologias têm amplo impacto nas atividades humanas. De maneira geral, elas são criadas 
pelo ser humano para desempenhar determinadas tarefas. As Tecnologias de Informação e 
Comunicação (TICs), por exemplo, são utilizadas para aprimorar as trocas de informação e as 
práticas comunicativas entre as pessoas.
Desde a década de 1980, várias tecnologias, como computadores, Internet, smartphones, bancos 
de dados, foram apropriadas e passaram a trazer agilidade, flexibilidade e interatividade para 
as nossas trocas de informação e interações cotidianas. Hoje, as TICs podem ser consideradas 
como uma ferramenta essencial para o ser humano.
No capítulo Tecnologias da Informação e Comunicação da obra Jornalismo Digital e 
Cibercultura, você irá entender o contexto de surgimento das TICs, seus usos em diferentes 
setores da sociedade e seu papel no jornalismo.
Boa leitura.
5
Tecnologias de informação 
e comunicação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Contextualizar o surgimento das TICs.
  Identificar os principais usos das TICs.
  Identificar o papel das TICs no jornalismo.
Introdução
As tecnologias ganham, cada vez mais, um papel de protagonismo no 
processo de comunicação, e se transformam em verdadeiros agentes 
comunicativos. A inserção de tecnologias de informação e comunicação 
como telefones celulares, computadores, redes sem fio, smartphones e 
algoritmos provocaram uma revolução em diversos setores da sociedade. 
Para se inserir no mundo como cidadão e profissional de comunicação, 
o jornalista precisa conhecer o contexto dessas tecnologias, desde o seu 
surgimento até sua apropriação por comunidades diversas. Além disso, é 
interessante que o jornalista tenha noção das potencialidades das novas 
ferramentas tecnológicas no seu cotidiano de trabalho.
Neste capítulo, você vai ver como surgiram as tecnologias de in-
formação e comunicação, quais são seus principais usos na sociedade 
contemporânea e quais papéis elas desempenham no jornalismo. Neste 
último item, você verá como tais tecnologias transformam a produção e 
o consumo de informação jornalística. 
Origem das tecnologias da informação e 
comunicação
Para começar o nosso estudo, vamos conceituar o que entendemos por tecno-
logias da informação e comunicação (TICs). Em sentido amplo, chamamos 
6
de tecnologia qualquer ferramenta apropriada pelo homem para realizar suas 
tarefas específi cas. Para McLuhan, a tecnologia é uma extensão do corpo 
humano, desenvolvida, historicamente, para expandir a sua capacidade de ação. 
Pensando por essa lógica, os óculos, canetas e papel, e até mesmo smartphones, 
que utilizamos no nosso dia-a-dia são artefatos tecnológicos que ampliam 
capacidades humanas como a visão, o tato, a memória e a cognição.
O modo como a tecnologia molda a forma como pensamos e nos comuni-
camos tem sido explorado por vários pesquisadores da área da comunicação e 
informação. Uma das referências mais conhecidas são os estudos de Marshall 
McLuhan (1974), centrados nas tecnologias comunicacionais como agentes 
de transformação das culturas, das relações sociais e dos comportamentos 
humanos. Ele é o responsável por elaborar a tese de que os meios comunicativos 
seriam extensões do homem e provocariam mudanças no seu contexto social. 
Por isso, para McLuhan (1974), o estudo dos suportes de comunicação — o 
rádio, a televisão, a Internet — poderia trazer dados interessantes sobre as 
transformações da nossa sociedade.
Segundo a lógica mcluhiana, falar de meios e tecnologias de comunicação 
significa abordá-los como objetos que constroem uma ambiência em torno 
de si, em vez de serem meros canais de transmissão de informação. Nesse 
universo, a constante interação entre artefatos — redes digitais, eletricidade, 
entre outros — e seres humanos produziria mudanças capazes de afetar as 
estruturas do nosso pensamento e da nossa sociedade. 
Chamamos de TICs os recursos tecnológicos oriundos da Era da Informa-
ção ou Sociedade em Rede (CASTELLS, 1999; 2003), criadas e difundidas 
globalmente a partir da década de 1960. Envolvem tecnologias informacionais, 
que produziram uma Revolução Tecnológica, conectando o mundo através da 
informação (CASTELLS, 1999). Castells (1999) comenta que a difusão global 
de tecnologias como o computador e a Internet se deu de forma rápida, em 
menos de duas décadas, e trouxe modificações substanciais para a cultura e 
economia global.
Lévy (1999) chama as tecnologias surgidas nocenário digital de tecnolo-
gias intelectuais, pois são capazes de expandir e até mesmo simular funções 
cognitivas e mentais humanas. Os computadores e, mais tarde, as nuvens de 
informação na Internet tornam-se espaços de armazenamento de informação 
da cultura humana num volume sem precedentes na história. As redes digitais 
como a Internet também são responsáveis por expandir as formas de comunica-
ção e interação humana, tornando-as globais. As TICs também potencializam 
a produção e o compartilhamento de saberes entre comunidades virtuais. 
 de informação e comunicação Tecnologias
7
Assim, mediante a ação de microatores, que se apropriam de tecnologias 
digitais, forma-se uma ecologia cognitiva (LÉVY, 1999) de saberes coletivos.
À medida que as tecnologias vão evoluindo, os artefatos tecnológicos 
ganham cada vez mais protagonismo. Hoje, tecnologias assumem papeis 
importantes no campo da educação, no meio empresarial e nas empresas de 
comunicação. Aplicativos que ajudam a coletar, armazenar, acumular, mani-
pular e compartilhar dados e informações são a base da era da informação. 
Por isso, conhecer essas possibilidades técnicas torna-se primordial para o 
profissional do futuro em todos os campos, incluindo o jornalismo. 
As fases das tecnologias
A evolução tecnológica da comunicação se confunde com a própria história 
das mídias. Por isso, para entender como surgem as TICs e verifi car como 
elas revolucionam o modo como produzimos, distribuímos e consumimos 
informação, precisamos analisar a linha temporal da comunicação e de suas 
tecnologias. Santaella (2007) nos ajuda nessa empreitada. Para ela, as ino-
vações tecnológicas são elementos utilizados para incrementar o processo 
de produção da linguagem humana. Partindo dessa ideia, ela descreve cinco 
gerações tecnológicas, conforme mostrado no Quadro 1.
 Fonte: Adaptado de Santaella, 2007. 
Geração tecnológica Meios técnicos de comunicação
Tecnologias do Reprodutível Jornal, cinema, fotografia
Tecnologias da Difusão Rádio e televisão
Tecnologias do Disponível TV a cabo, videocassetes, 
Walkman, fotocopiadoras
Tecnologias do Acesso TICs
Tecnologias da Conexão Contínua Dispositivos móveis 
(smartphones e tablets)
 Quadro 1. Gerações tecnológicas 
A Primeira Geração Tecnológica, de Tecnologias do Reprodutível, remete 
à era de surgimento e consolidação do jornal, da fotografia e do cinema como 
tecnologias de comunicação. Apesar de terem naturezas diferentes, esses 
Tecnologias de informação e comunicação
8
três meios têm em comum a propriedade da reprodutibilidade técnica, ou 
seja, de serem e possibilitarem a reprodução de imagens e textos. Santaella 
(2007) localiza a emergência desse tipo de tecnologia no que se convencionou 
chamar de cultura de massa das grandes cidades industriais. A reprodução 
mecânica das mensagens fez com que a comunicação pudesse se transformar 
em produto e acessar públicos mais amplos, ampliando seu poder comunicativo 
(SANTAELLA, 2007). 
Em seguida, no final do século XIX, temos o surgimento das Tecnologias 
de Difusão, consolidadas no rádio e, nos anos 1950, na televisão. Segundo 
Santaella (2007), essas tecnologias são baseadas em seu poder de distribuir 
mensagens para um público espacialmente mais abrangente, se comparadas 
às tecnologias anteriores. Isso foi acentuado ainda mais com a transmissão 
via satélite. 
As tecnologias de difusão foram responsáveis por produzir uma evolução 
no modo como nos relacionamos com o espaço social. Com o telégrafo e o 
telefone, já havíamos conseguido gerar uma comunicação simultânea entre 
dois lugares distantes, mediada por uma tecnologia. Com o rádio e a televisão, 
a comunicação mediada ganha aspecto mais amplo e permite a criação de 
um espaço midiático próprio. Não é à toa que estudiosos da comunicação se 
referem ao rádio e à TV como vetores de coesão social de uma sociedade. 
Como primeiro jornal televisivo transmitido ao vivo em rede nacional, o 
Jornal Nacional, por exemplo, foi o responsável por fortalecer os laços da 
identidade nacional. De norte a sul do Brasil, criou-se a cultura de assistir 
a esse programa, apesar das disparidades regionais, em termos de cultura.
A fase posterior, das Tecnologias do Disponível, é enquadrada por Santaella 
(2007) como uma etapa de predomínio de dispositivos de pequeno porte, como 
videocassetes e fotocopiadoras, Walkmans e também TV a cabo. Essa fase se 
inicia na década de 1980, com a proliferação desses dispositivos, que trazem 
uma maior personalização do consumo de informação pelo indivíduo, em 
contraposição aos modelos massivos anteriores. Videocassetes que gravam a 
programação televisiva, por exemplo, visam atender a demandas segmentadas 
do público e, de certa forma, já preparam o sistema de consumo e produção 
para a próxima fase.
A etapa de Tecnologias do Acesso é caracterizada por Santaella (2007) 
como sendo o contexto de surgimento do computador e das redes telemáticas. 
Inicialmente usado para fins militares, o computador ganha potencial princi-
palmente a partir da década de 1970, quando passa a ser usado para vários tipos 
de serviço, abandonando o status de máquina de calcular (BRIGGS; BURKE, 
 de informação e comunicação Tecnologias
9
2006). O desenvolvimento da Internet, em particular, e sua apropriação comer-
cial, a partir da década de 1990, vai proporcionar a popularização das TICs. 
É interessante notar que as TICs estão intrinsecamente ligadas à linguagem 
digital que surge com a era do computador. O digital, segundo Manovich 
(2001), traria a principal revolução tecnológica da comunicação contemporâ-
nea, que é a unificação dos processos tecnológicos em torno de uma mesma 
linguagem. Assim, passamos a armazenar, tratar e compartilhar informações 
a partir do computador, que se conecta a outros mundos pela Internet e pelos 
seus circuitos digitais.
Lemos (2006) ressalta o processo de conexão generalizado de computa-
dores como uma das características da cibercultura, que nasce a partir do 
fenômeno das tecnologias digitais. Num primeiro momento, essa conexão em 
redes telemáticas transforma o computador individual (PC) em um computa-
dor coletivo (CC), acessado por várias pessoas por meio da Internet. Depois 
disso, ocorre ainda um aprimoramento deste computador, transformado em 
computador móvel (CC móvel), com o surgimento dos celulares e das redes 
Wi-Fi. É aí que chegamos na última fase tecnológica que estamos vivenciando: 
a da tecnologia móvel.
A fase das Tecnologias de Conexão Contínua remete à fase de ubiquidade 
e mobilidade da comunicação, em que as redes de pessoas e de tecnologias 
se desprendem do aparelho fixo de conexão — modem, PCs e similares — e 
passam a ser nômades (SANTAELLA, 2007). Nessa fase, os dispositivos 
móveis (smartphones e tablets) se destacam como agentes comunicativos 
importantes e potencializam ainda mais o uso de TICs. O acesso a serviços de 
podcasting, streaming, Internet e redes sociais se faz, hoje, prioritariamente 
pelo mesmo aparelho (o smartphone) e a partir de qualquer lugar — no trânsito, 
no banheiro, na academia.
O uso das TICs
O uso das TICs revolucionou vários setores de produção na nossa sociedade. 
Podemos categorizar pelo menos três dimensões que progrediram a partir do 
emprego dessas tecnologias:
 o setor da comunicação;
 o setor da informática;
 o setor de controle e automação.
Tecnologias de informação e comunicação
10
O setor da comunicação abrange as telecomunicações e a telemática. As 
telecomunicações envolvem a transmissão de sinais por sistemas eletromag-
néticos, por fio ou fibra ótica. O uso de novas tecnologias permitiu que a 
reprodução de textos, imagens e sons se desse de forma mais rápida e ampla 
por esses canais. A telemática, por outro lado, envolve tecnologias como 
modens, linhas telefônicas e satélites, que permitem uma transmissão dessa 
informação à distância. Em alguns casos, essas tecnologias são usadas na 
mediação de processos de comunicação interpessoal. As redesde satélites 
encurtam distâncias, pois permitem, por exemplo, que um usuário da Internet 
se comunique via vídeo ao vivo com outro usuário de qualquer região do 
mundo. Outras tecnologias, como Wi-Fi e smartphones, vão permitir que o 
consumo de informações se dê em movimento. 
Na comunicação, o uso das TICs está relacionado a um processo de hori-
zontalização e de interatividade crescentes. A digitalização e a comunicação 
em redes permitiu chegarmos a uma comunicação em que todos os usuários 
estão aptos a produzir conteúdo para todos — um modelo que Lévy (1999) 
chama de Todos–Todos. O smartphone personaliza essa dinâmica, reunindo 
em um único aparelho múltiplas funcionalidades. Ele pode ser usado para a 
comunicação interpessoal entre dois usuários, para o consumo de informações 
e de entretenimento ou ainda para a publicação de vídeos e outros conteúdos 
em redes sociais.
As TICs potencializam um tipo de comunicação ágil, interativo e horizontal. As redes 
telemáticas tornam os fluxos de informação intensos e dinâmicos. A interação mediada 
pelo computador tornam-se molas propulsoras desse sistema de comunicação. Por 
outro lado, natureza digital dessas tecnologias abre a possibilidade de uma manipulação 
maior do seu conteúdo pelo usuário, que pode estabelecer processos comunicativos 
mais horizontais. 
Outro setor que tem investido no uso das TICs é o setor da informática. 
Novas tecnologias têm permitido um processamento, armazenamento e tra-
tamento de dados mais eficiente. Bancos de dados remotos ajudam nesse 
processo, assim como a conexão entre redes, que amplificam a circulação 
da informação. 
 de informação e comunicação Tecnologias
11
As tecnologias dos setores de informática e comunicação foram popula-
rizadas e hoje são utilizadas por uma gama enorme de pessoas de diferentes 
segmentos sociais. Produtores rurais utilizam aplicativos informáticos e sis-
temas automatizados para gerenciar seus sistemas de produção agrícola e 
smartphones para se comunicar com outras comunidades. Escolas também 
começam a usar as TICs para aprimorar os seus processos de ensino–apren-
dizagem. Ferramentas como blogs, fóruns de discussão na Internet e outras 
plataformas colaborativas trazem uma dinâmica mais interativa para a sala 
de aula.
Por fim, outro setor que faz uso de TICs são os de controle e automação 
das empresas. Eles inseriram sistemas de gerenciamento de informações nos 
seus processos industriais, o que tem produzido formas mais ágeis e dinâmicas 
de produção e de administração de equipes.
A era da inteligência artificial
As ferramentas baseadas em inteligência artifi cial (IA) ganham grande destaque 
na atualidade, principalmente devido à sua fl exibilidade de aplicação em várias 
áreas. A IA é uma área de estudos das ciências da computação relacionada à 
robótica, desenvolvida a partir de 1950. Grosso modo, ela se aplica ao uso de 
máquinas para desenvolver atividades e capacidades humanas, como apren-
dizagem, raciocínio e tomada de decisão. Seria possível, então, ensinar uma 
máquina a pensar e aprender como um ser humano, desenvolvendo processos 
de decisão embasados em dados. 
Na prática, a IA automatiza os processos de manipulação de dados computacionais. 
Isso otimiza processos de produção, delegando boa parte das funções exercidas por 
pessoas para uma máquina. Muitos setores, como a indústria do entretenimento, 
a medicina e o jornalismo, têm usado a IA. Máquinas ajudam a identificar padrões 
em grandes bancos de dados, melhorando serviços de saúde e de entretenimento, 
por exemplo. Alguns modelos de negócios, como as plataformas Netflix e Spotify, 
funcionam à base de IA, automatizando a seleção de filmes e músicas a partir do 
mapeamento do perfil do usuário. 
Tecnologias de informação e comunicação
12
As TICs no jornalismo
As TICs vêm sendo incorporadas paulatinamente à prática do jornalismo 
nas redações. Suzana Barbosa (2008) nos ajuda a entender o papel que essas 
tecnologias cumprem no jornalismo com base em seu modelo Jornalismo 
Digital em Base de Dados (JDBD). A lógica é que, ao contrário de outras fases, 
a tecnologia digital — e especialmente as bases de dados — estruturam todas 
as fases da atividade jornalística, desde o seu processo de pré-produção, pas-
sando por produção, disponibilização/circulação, consumo até pós-produção.
Desde sua inserção nas redações jornalísticas a partir da década de 1980, 
o computador ganha um protagonismo crescente na execução de práticas jor-
nalísticas. Com a digitalização das redações, a máquina passa a centralizar os 
processos de gestão de informações, ajudando os jornalistas a organizar bancos
de dados e redes internas. Num segundo momento — período que Barbosa
(2008) chama de JDBD — o computador deixa de ser apenas um acessório
na produção jornalística e passa a centralizar todas as tarefas, por meio dos
mecanismos de bases de dados. Em seguida, com o advento da Internet, o
computador se transforma no modo de conexão da redação jornalística com
o mundo externo.
Hoje, as bases de dados cumprem a função de agilizar os processos de
produção jornalística, facilitando a obtenção de informações para a preparação 
de pautas, automatizando o modo como as informações são estruturadas dentro 
das redações e dinamizando a forma de apresentação do conteúdo jornalístico 
para o seu público (BARBOSA, 2008). 
Salaverría e García Avilés (2008) chamam esse modelo de gestão de in-
formações das redações jornalísticas de convergência digital, o que envolve 
uma mudança nas três fases distintas de produção jornalística: de captação de 
informações, de edição/elaboração e de distribuição de conteúdo. Listamos, a 
seguir, alguns usos de TICs nessas fases específicas da produção no jornalismo.
Captação de informações
No jornalismo, a etapa de captação de informações se insere no processo de 
apuração de informações, etapa constitutiva do trabalho jornalístico tradicional. 
A apuração envolve desde a elaboração da pauta e sondagem de fontes (pré-
-produção) até a coleta/checagem de informações relevantes junto a fontes
jornalísticas e documentos. No processo de convergência digital, os sistemas
de apuração se tornam menos hierarquizados, como comenta Barbosa (2008).
Os computadores e, mais tarde, a Internet permitem uma fl exibilização do
 de informação e comunicação Tecnologias
13
acesso a fontes jornalísticas. As redes sociais, o e-mail e os bancos de dados 
se inserem na própria forma do jornalista procurar e acessar fontes. O telefone, 
tradicional amigo do jornalista, passa a ser apenas mais um dentre os vários 
mecanismos para contatar entrevistados. 
O uso de fóruns de discussão, blogs e outros recursos da Internet para 
elaborar pautas jornalísticas também é uma prática de uso de TICs bastante 
comum no jornalismo. Nas redes sociais, os jornalistas podem participar de 
grupos de discussão específicos para troca de pautas e indicação de fontes 
jornalísticas. Essas tecnologias potencializam as formas de trabalho colabo-
rativas entre repórteres.
A inovação tecnológica também vai aparecer na forma de captar as infor-
mações, com o uso de tecnologias digitais para gravação de voz e imagem 
(gravadores, câmeras de vídeo portáteis, etc.). Aplicativos e outras tecno-
logias de transmissão de vídeos e áudios permitem que o jornalista grave 
essas entrevistas e armazene-as direto no computador ou smartphone. Outra 
questão a ressaltar quando falamos de captação de informações é o fato do 
jornalista precisar capturá-las em diferentes formatos — áudio, vídeo, texto 
—, pois provavelmente ele utilizará esse material bruto para produzir peças 
informativas para diferentes plataformas com linguagem textual e audiovi-
sual. Com o advento do smartphone, o jornalista passa a integrar diferentes 
tarefas — captação, edição e distribuição — num mesmo aparelho, processo 
que Salaverría (2003) chama de convergência instrumental.
Nas redações jornalísticas atuais, exige-se uma série de habilidades do jornalista, que 
o transformamem um profissional multimídia. Segundo Salaverría (2003), ele deve:
 dominar técnicas de gravação e edição digital de vídeo, fotografia e publicação
na Web;
 ser proficiente na elaboração de conteúdos em imagem, áudio e infográficos;
 ter facilidade para trabalhar em equipe;
 ser capaz de reagir diante de informações de última hora.
Para Machado (2002), a apuração na Internet permite que os jornalistas 
diversifiquem suas fontes de informação. Na cobertura de eventos institucio-
nais, por exemplo, antes de buscar fatos e declarações oficiais, o jornalista 
pode usar a Internet como uma ferramenta de pesquisa para aprofundar seu 
Tecnologias de informação e comunicação
14
conhecimento sobre temas específicos. Outra questão levantada pelo pesqui-
sador é o fato das mídias sociais ampliarem o leque de potenciais fontes para 
os jornalistas, estendendo-se para qualquer usuário da rede.
A democratização de acesso a dados também se refere a fontes documen-
tais. Na Internet, a disponibilização de bases de dados de domínio público de 
diversos órgãos governamentais permite ao jornalista acessar uma enorme 
quantidade de dados sem precisar sair da frente do seu computador na reda-
ção. Machado (2002) se refere a esse processo como uma transferência das 
fontes oficiais para as fontes de domínio público. Esse acesso facilitado a 
dados diminui os custos de produção da reportagem, pois não envolve mais o 
deslocamento de pessoal para buscar documentos em arquivos físicos. Mesmo 
pequenas redações com poucos recursos financeiros têm a chance de trabalhar 
em grandes furos de reportagem mediante o acesso a esses bancos de dados.
O uso de TICs no processo de captação de informações acabou dando 
origem ao Jornalismo Guiado por Dados, especialidade do jornalismo que 
se utiliza da manipulação de dados para a construção de conteúdo. Essa 
prática jornalística de uso de dados potencializa a capacidade do repórter de 
identificar notícias em um grande volume de dados e coloca-se cada vez mais 
como uma das formas do jornalismo digital produzir reportagens inovadoras.
Edição do conteúdo jornalístico
O uso de TICs faz com que o processo de edição jornalística também se 
transforme em uma fase mais dinâmica e fl exível. A inserção do computador 
nas redações jornalísticas informatizou os sistemas de edição de notícias. 
Nesse sentido, etapas que eram feitas manualmente ou com pouco auxílio do 
computador — como o corte de textos ou a edição de fotografi as — passaram 
a ser centralizadas nessa máquina. Sistemas editoriais modernos e multimídia 
ajudaram a integrar e descentralizar os processos de produção de notícias. 
Aplicativos e tecnologias de edição fotográfi ca e de vídeo ampliaram as pos-
sibilidades de produção de conteúdo de alta qualidade nas redações.
O pesquisador Fernando Firmino Silva (2014) estuda as modificações 
causadas pela inserção do smartphone e outras TICs nos processos de pro-
dução e consumo do jornalismo. Ele cita as seguintes modificações na esfera 
da produção:
 edição remota nos dispositivos móveis (celulares);
 geolocalização contextual da notícia via GPS;
 uso de aplicativos de edição multimídia;
Tecnologias de informação e comunicação
15
 acesso ao gerenciador de conteúdo remoto;
 novas linguagens de narrativa;
 transmissão ao vivo por streaming.
Segundo Silva (2014), a inserção de dispositivos móveis no jornalismo 
produz rupturas com relação aos instrumentos do jornalismo tradicional, 
fazendo com que suas práticas se adaptassem a um cenário de produção 
multiplataforma e em mobilidade. Assim, vemos o surgimento da redação 
móvel, em que os trabalhos do repórter são feitos de forma remota.
Hoje, de fato, os sistemas editoriais multimídia das redações funcionam de 
forma remota. Repórteres e fotógrafos conseguem abastecer o sistema durante 
a cobertura da notícia enviando textos, áudios e vídeos pela Internet. Essa 
forma de atuação só foi possível devido aos avanços tecnológicos, trazendo 
uma agilidade maior para o processo de produção de notícias. Da mesma 
forma, editores conseguem revisar o conteúdo remotamente, de qualquer 
lugar, podendo checar alterações em todas as fases de produção em tempo 
real pelo smartphone e tablet. 
Em relação aos aspectos de produção e edição, também vemos que o cenário 
digital multimídia fornece aos jornalistas as ferramentas para produzir con-
teúdos mais dinâmicos e interconectados. Segundo Barbosa (2008), a inserção 
de bases de dados nos processos de edição e produção jornalística dá origem 
a produtos com densidade informativa e com novos tipos de visualização. 
Tecnologias de informação e comunicação
16
O Nexo Jornal é um bom exemplo de como o jornalismo vem utilizando ferramentas 
tecnológicas para construir e gerar visualizações diferenciadas para seus produtos. A 
seção Gráficos desse jornal digital apresenta matérias informativas na forma de gráficos 
interativos. Na matéria “A expectativa de vida desde 1800 no Brasil e no mundo” (Figura 
1), por exemplo, o usuário pode visualizar dados referentes à expectativa de vida da 
população em diferentes países, no decorrer dos anos (SOUZA; SANLORENSSI, 2019). 
Figura 1. Matéria do Nexo Jornal em forma de gráfico interativo.
Fonte: Souza e Zanlorenssi (2019, documento on-line).
As TICs também dão origem a sistemas de edição jornalística mais hori-
zontais na Web, inserindo o público como produtor ou curador de conteúdo 
jornalístico. Machado (2008a) refere-se a pelo menos a três sistemas de edição 
potencializados pelas ferramentas digitais e pela Internet: o sistema de edição 
compartilhada, o sistema de revisão aberta e o sistema de edição aberta. 
No sistema de edição compartilhada, existem duas fases de edição: a etapa 
inicial, assumida por não jornalistas, que exercem funções preliminares de 
edição de conteúdo, e a segunda etapa, de responsabilidade dos jornalistas. 
Nesse sistema, a publicação de conteúdo ainda está centralizada nas mãos 
dos jornalistas, que dão a palavra final de edição, o que faz com que Ma-
chado (2008a) o vincule aos modelos tradicionais de edição, com estrutura 
verticalizada.
 de informação e comunicação Tecnologias
17
No sistema de revisão aberta, há uma ampliação das etapas de edição em 
que os usuários podem participar, o que traz mais complexidade aos processos 
de edição. A edição é, então, dividida em três etapas: uma de responsabilidade 
do colaborador, uma segunda de participação de todos os membros da rede, 
e uma terceira etapa que é assumida pelos jornalistas. Por fim, o sistema de 
edição aberta seria o sistema mais horizontalizado, pois permitiria a parti-
cipação de todos os membros — jornalistas e não jornalistas — em todas as 
etapas de produção, sem diferenciar funções. 
Distribuição de conteúdo
A inserção de novas tecnologias nas redações também afeta a forma de dis-
tribuição dos conteúdos jornalísticos. As mídias digitais, por exemplo, pro-
porcionam uma ampliação dos espaços de consumo e circulação do discurso 
jornalístico. Se antes tínhamos a distribuição de conteúdo para um veículo de 
comunicação preponderante — como era o caso do rádio e da televisão —, 
hoje a produção jornalística passa a abarcar outras plataformas e dispositivos, 
como dispositivos móveis (tablets e smartphones) e mídias sociais. É isso que 
alguns pesquisadores chamam de distribuição multiplataforma.
As redes sociais digitais tornam o sistema de circulação do jornalismo 
mais flexível, fazendo com que o próprio usuário da rede se transforme em 
propagador de notícias e informações jornalísticas. Assim, a distribuição que 
era feita de forma centralizada, com hierarquia rígida entre os participantes, 
em que o meio de comunicação exercia um papel fundamental de entrega 
de informações para o consumidor, adquire um caráter menos hierárquico e 
descentralizado nas redes (MACHADO, 2008b). Mais uma vez, vemos que 
o protagonismo da produção e distribuição de conteúdo jornalístico começa
a ser assumido também pelo público.Algoritmos e robôs no jornalismo 
Novas tecnologias algorítmicas também têm sido aplicadas ao jornalismo, 
automatizando a produção e consumo de notícias. Antes de descobrir como 
isso funciona nas redações, é interessante explicarmos o que são algoritmos. 
Eles podem ser defi nidos como “[...] um conjunto de operações autossufi cien-
tes a serem desempenhadas passo a passo, como cálculos, processamento 
de dados e raciocínio — um conjunto de regras que defi nem precisamente 
uma sequência de instruções que serão compreendidas por um computador” 
(LINDEN; BATISTA; RICCIULLI, 2018, documento on-line). Assim como 
Tecnologias de informação e comunicação
18
em outras atividades, os algoritmos podem ser adaptados para as rotinas de 
produção jornalísticas, ou seja, pode-se criar um algoritmo jornalístico que 
desempenhe atividades antes desempenhadas por jornalistas.
Magalhães (2017) comenta que os algoritmos cumprem a função de orientar 
jornalistas na filtragem de conteúdo na Internet nos processos de produção 
jornalística, além de ajudar a distribuir esse material de forma personalizada. 
Outro elemento citado pelo mesmo autor se refere à produção de notícias pela 
própria máquina, sem intervenção humana no processo. O chamado jornalismo 
algorítmico (ANDERSON, 2012 apud MAGALHÃES, 2017) começou como 
um experimento em pequena escala, mas já tem sido usado em larga escala 
devido à expansão da big data para a produção de notícias automáticas em 
múltiplas línguas, por exemplo (MAGALHÃES, 2017).
Em um cenário de difusão de informações falsas, ou fake news, o jornalismo 
também tem utilizado robôs para a checagem de fatos — ou fact checking. O 
site jornalístico Aos Fatos, cujo modelo de negócio gira em torno dessa prática 
de fact checking, inaugurou em 2018 a robô Fátima, cuja tarefa principal é 
checar informações em sites de redes sociais. Vemos, então, que a tecnologia 
a serviço do jornalismo ajuda a ampliar os seus ramos de atuação.
No link a seguir, você pode conhecer Fátima, robô de checagem de dados do site 
jornalístico Aos Fatos.
https://qrgo.page.link/KYdds 
 de informação e comunicação Tecnologias
19
BARBOSA, S. Modelo jornalismo digital em base de dados (JDBD) em interação com a 
convergência jornalística. Textual & Visual Media, v. 1, p. 87-106, 2008.
BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à internet. Rio de 
Janeiro: Zahar, 2006.
CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, negócios e sociedade. 
Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 8. ed. São Paulo: Paz & Terra, 1999. v. 1.
LEMOS, A. Les trois lois de la cyberculture. Libération de l’émission, connexion au réseau 
et reconfiguration culturelle. Sociétés, v. 91, n. 1, p. 37-48, 2006.
LÉVY, P. Cibercultura. 1. ed. São Paulo: Editora 34, 1999.
LINDEN, C. G.; BATISTA, G. M.; RICCIULLI, S. L. S. Algoritmos para o jornalismo: o future 
da produção de notícias. LÍBERO, v. 21, n. 41, p. 5-27, 2018. Disponível em: http://seer.
casperlibero.edu.br/index.php/libero/article/view/973/977. Acesso em: 23 dez. 2019.
MACHADO, E. O ciberespaço como fonte para os jornalistas. Biblioteca online de Ciências 
da Comunicação, 2002 Disponível em: www.bocc.ubi.pt/pag/machado-elias-ciberes-
paco-jornalistas.pdf. Acesso em: 23 dez. 2019.
MACHADO, E. Sistemas de circulação no ciberjornalismo. E-compós, v. 11, n. 2, p. 21-37, 
2008b.
MACHADO, E. Sistemas de edição no jornalismo em base de dados. In: SEMANA DE 
COMUNICAÇÃO, 17., 2008, Florianópolis. Anais [...]. Santa Catarina: UFSC, 2008a.
MAGALHÃES, D. L. Precisão, rapidez e robôs: um panorama atual do jornalismo algo-
rítmico. Temática, v. 13, n. 8, p. 243-258, 2017. Disponível em: http://www.periodicos.
ufpb.br/index.php/tematica/article/download/35755/18165. Acesso em: 23 dez. 2019.
MANOVICH, L. The language of new media. Cambridge: Massachusetts Institute of 
Technology, 2001. 
MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões do homem. 1. ed. São Paulo: 
Cultrix, 1974.
SALAVERRÍA, R. Convergencia de lod medios. Chasqui, n. 81, p. 32-39, 2003.
SALAVERRÍA, R.; AVILÉS, J. G. La convergencia tecnologia en los medios de comunica-
ción: retos para el periodismo. Trípodos, n. 23, p. 31-47, 2008.
SANTAELLA, L. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007.
SILVA, F. Smarphones e tablets na produção jornalística. Revista Âncora, v. 1, n. 1, p. 
23-40, 2014.
Tecnologias de informação e comunicação
20
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
SOUZA, C.; ZANLORENSSI, G. A expectativa de vida desde 1800 no Brasil e no mundo. 
Jornal Nexo, 2019. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/grafico/2019/08/28/
A-expectativa-de-vida-desde-1800-no-Brasil-e-no-mundo. Acesso em: 21 dez. 2019.
Leituras recomendadas
CURVELLO, J.; RUSSI, P. 100 anos de McLuhan. Brasília: Casa das Musas, 2012.
LEMOS, A. A comunicação das coisas: teoria ator-rede e cibercultura. São Paulo: Ana-
blume, 2013.
PRIMO, A. Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura, cognição. 
Porto Alegre: Editora Sulina, 2007.
 de informação e comunicação Tecnologias
21
DICA DO PROFESSOR
As TICs são usadas em diversas áreas do conhecimento e são adaptadas conforme a necessidade 
de cada área. Conhecer seus diferentes usos ajuda a refletir sobre suas aplicabilidades no 
jornalismo.
Na Dica do Professor, você vai entender como os professores estão utilizando as TICs em sala 
de aula para aprimorar e facilitar o processo de ensino-aprendizagem.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Um repórter da editoria de saúde de um jornal digital resolveu elaborar uma matéria
sobre a dengue e seu alastramento na cidade de São Paulo. Para executar essa pauta,
ele deu preferência para o uso de tecnologias digitais na apuração das informações.
Selecione a opção que contém apenas ferramentas e procedimentos digitais que
podem ser utilizados pelo repórter para encontrar entrevistados e levantar
documentos, respectivamente:
A) Comunidades virtuais de redes sociais para encontrar entrevistados; site da Secretaria
Municipal de Saúde para acesso a relatórios e outros documentos oficiais.
B) Localizar entrevistados em pontos de ônibus e locais de transição da população; ida à
prefeitura para ter acesso a relatórios de saúde impressos.
C) Grupos presenciais de pacientes; site da Secretaria Municipal de Saúde para acesso a
relatórios.
22
D) Acesso ao banco de dados da prefeitura; Grupos de família no Whatsapp.
E) Google; visita e entrevista presencial com o Secretário Municipal de Saúde.
2) Criada em 2001 pela Fundação Wikimedia, a Wikipédia é uma plataforma que
trabalha para a disponibilização de informações gratuitas sobre conhecimentos do
mundo. Hoje, ela tem versões em várias línguas e sua versão brasileira conta com
1.016.699 artigos em português e 6.268 usuários ativos. A plataforma funciona a
partir da colaboração de milhares de pessoas, que podem criar páginas sobre
determinado tema ou editar o conteúdo de páginas já existentes. O usuário não
precisa ter seu texto aprovado, ou seja, ele é automaticamente publicado no site. O
único tipo de controle são os históricos de edição das páginas, que ficam registrados.
Esse sistema de edição, que envolve usuários desempenhando as mesmas funções, é o
que Elias Machado chama de:
A) Sistema fechado de edição.
B) Sistema de revisão aberta.
C) Sistema de edição compartilhada.
D) Sistema de edição aberta.
E) Sistema de revisão compartilhada.
Imagine o seguinte cenário: uma repórter de televisão estava envolvida na produção 
de uma reportagem sobresustentabilidade para o telejornal local. Para isso, além de 
entrevistar lojistas e pessoas que trabalham na prefeitura, para ter uma dimensão 
oficial sobre a questão, a repórter também buscou ouvir um grupo de pessoas 
engajadas com o movimento social Lixo Zero e índividuos que resolveram rever as 
suas práticas de consumo e adotar uma abordagem mais consciente. O uso das redes 
sociais foi essencial para localizar essas fontes. Qual o fenômeno proporcionado pela 
3)
23
inserção da Internet nas redações jornalísticas que se relaciona, diretamente, a esse 
relato?
A) Processos de edição mais estáticos.
B) Fluxos de informação hierarquizados.
C) Centralização da apuração nas redações jornalísticas.
D) Verticalização do processo de comunicação.
E) Diversificação das fontes de informação.
4) Uma reportagem produzida pelo Jornal Nacional sobre a Lava Jato ganhou ampla
repercussão nas mídias sociais. Essa dinâmica de circulação de notícias nas redes
sociais, que partem da atuação do usuário, têm as seguintes características:
A) Unidirecional e centralizada.
B) Hierárquico e descentralizado.
C) Flexível e centralizado.
D) Flexível e descentralizado.
E) Hierárquico e centralizado.
5) A popularização das TICs de forma global deu origem à Sociedade da Informação,
ou ao que Castells denomina de Sociedade em rede. Marque a alternativa que
descreve essas tecnologias:
24
A) São tecnologias baseadas na linguagem eletrônica, da televisão e do rádio.
B) São tecnologias baseadas na linguagem digital e na inteligência coletiva em rede.
C) São tecnologias informacionais baseadas na linguagem eletrônica.
D) São tecnologias que não dependem da estrutura de redes e da internet.
E) São tecnologias baseadas na linguagem eletrônica e na inteligência coletiva.
NA PRÁTICA
A Inteligência Artificial (IA) consiste em uma tecnologia aplicada para otimizar processos e 
sistemas que eram antes gerenciados por mãos humanas. Hoje em dia vivemos rodeados de 
robôs que automatizam tarefas em diferentes setores da sociedade.
Neste Na Prática, você vai conhecer alguns exemplos de aplicação da Inteligência Artificial (IA) 
nas áreas de comunicação, controle e automação das indústrias e da informática. Confira!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Ferramentas multimídia para jornalistas
Dominar ferramentas digitais é uma das exigências para um jornalista. No link a seguir, você 
tem acesso a dicas de recursos multimídias que podem ser usados na rotina jornalística.
25
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O novo Universo do Jornalismo
No texto “O novo universo do jornalismo”, publicado no Observatório da Imprensa, Ethevaldo 
Siqueira, jornalista especializado em Tecnologias Digitais, faz um balanço sobre as mudanças 
do jornalismo trazidas pelas TICs. Confira:
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Inteligência artificial não vai matar nem salvar o jornalismo, mas quanto mais cedo entrar 
na redação, melhor
Que possibilidades a Inteligência Artificial (IA) traz para o jornalismo? O Polis, think tank de 
mídia da London School of Economics, nos convida a refletir sobre essa questão na pesquisa 
global “Novos poderes, novas responsabilidades”. Leia mais no link a seguir:
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
26
Transformações tecnológicas e sociedade 
em rede
APRESENTAÇÃO
A pesquisa científica nas principais universidades da Europa e da América do Norte 
transformaram a tecnologia analógica em digital, 
o que modificou as relações pessoais, de trabalho e principalmente a economia.
Dessa maneira, as tecnologias da comunicação e informação foram introduzindo novas maneiras 
de organizar e informar; as dinâmicas sociais começaram a ser observadas por sociólogos como 
sendo tecidas em rede. Manuel Castells (1999, 2001, 2005) observou como 
a internet e as tecnologias a ela ligadas estavam formando redes de criação de conteúdo e 
experimentação do espaço on-line. E, com isso, nos traz a visão de uma vida social que é 
constituída como um tecido, nó por nó.
Nesta Unidade de Aprendizagem iremos reconhecer a atuação 
da tecnologia na sociedade, faremos um sobrevoo para identificar as principais marcas 
tecnológicas do século XX e passaremos brevemente pelas peculiaridades da sociedade em rede.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o papel da tecnologia na sociedade.•
Identificar os principais marcos tecnológicos no século XX.•
Caracterizar a sociedade em rede.•
DESAFIO
Frente às transformações tecnológicas que vêm ocorrendo desde 
o século XX, diversas áreas como a Sociologia, a Antropologia e a Comunicação têm
desenvolvido pesquisas para alcançar teorias
que possam, de alguma maneira, fornecer explicações, fomentar questionamentos e
27
principalmente descrever a contemporaneidade.
De que maneira você proporia essa mudança? Levando em consideração as características da 
sociedade em rede, de que 
maneira o jornal impresso poderia ofertar informação e possibilitar 
a participação de seus públicos de maneira mais ativa?
INFOGRÁFICO
O pesquisador Jorge Souza (2008) nos aponta os principais 
marcos vividos no século XX. As tecnologias da comunicação acompanharam o 
desenvolvimento tecnocientífico e a mediação eletrônica dos indivíduos, mas também esteve 
presente em guerras 
e conflitos internacionais.
Neste Infográfico, você será capaz de identificar as principais transformações ocorridas no 
período entre 1901e 2000. 
28
29
CONTEÚDO DO LIVRO
Tomar o avanço tecnológico como a causa do desenvolvimento social pode ser uma armadilha 
aos países menos desenvolvidos. Isso porque as transformações tecnológicas são sentidas de 
maneiras diferentes em cada região do mundo. Manuel Castells (2005) nos chama atenção para 
o fato de que o objeto tecnológico nem sempre trará efeitos de desenvolvimento ou
transformações reais na vida das pessoas.
Mais do que apenas implementar computadores nas escolas, é necessário investir força no uso 
dos meios, em sua potência de organização social. As tecnologias oferecem espaço livre de 
criação e experimentação; pensemos na internet: ela é atualmente o tecido de nossas vidas.
No capítulo Transformações tecnológicas e sociedade em rede, da obra Jornalismo digital e 
cibercultura, você será capaz de reconhecer como a tecnologia tem proporcionado 
transformações na vida social. Poderá identificar os principais marcos tecnológicos do século 
XX e, com o apoio de autores da área da Comunicação e Informação, perceber as características 
da sociedade em rede.
Boa leitura.
30
Transformações 
tecnológicas e 
sociedade em rede
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer o papel da tecnologia na sociedade.
 Identificar os principais marcos tecnológicos no século XX.
 Caracterizar a sociedade em rede.
Introdução
São inegavelmente imensos os efeitos e as atribuições que as tecnologias 
produzem nas sociedades contemporâneas. O papel da organização 
social e a descentralização das relações econômicas e culturais são as 
principais transformações apontadas por teóricos como Manuel Castells. 
Por isso, qualquer exame dessa sociedade em rede requer a observação 
de como as tecnologias da comunicação e informação são usadas na 
organização cotidiana dos usuários.
Neste capítulo, você verá os principais marcos tecnológicos que 
emergiram no século XX dentro da perspectiva da comunicação, em 
que o rádio, a televisão e a Internet são adventos fundamentais. Além 
disso, você poderá aprender mais sobre a noção da sociedade em rede, 
como ela opera, quais transformações ela traz e o que o pensamento 
em rede pode oferecer. 
Sociedade e tecnologia
Ao observarmos a vida cotidiana atual,é perceptível a desintegração dos objetos 
do mundo. A biblioteca física ganha espaço on-line e arquivos digitais ganham 
circulação na Internet. A maneira como adquirimos informações também 
31
adquire maior mobilidade, já que elas podem ser acessadas de qualquer local a 
qualquer momento. É evidente que as tecnologias — e pensemos tecnologias 
aqui a partir de sua etimologia: diversos métodos para aperfeiçoamento de 
técnicas — têm efeito de transformação. Mas exatamente quais transforma-
ções? Como as técnicas em constante aperfeiçoamento têm sido utilizadas? 
Seria possível tomar as tecnologias como sendo organizadoras da vida social?
Caso pensemos nas tecnologias computacionais por sua usabilidade, po-
deríamos cair no engano de que, por exemplo, bastam alguns computadores 
e acesso à Internet em uma escola para transformar a vida de seus alunos, 
facilitar seu cotidiano ou até mesmo levar inovação com giro econômico para 
sua comunidade. Castells (2005) nos chama atenção precisamente para esse 
ponto. Ao observarmos a sociedade e suas tecnologias na tentativa de reco-
nhecer o seu papel em nossas vidas, é preciso ter em mente onde, por quem 
e para quê são usadas tais tecnologias. A partir desse ponto de vista, seria 
mais eficaz fazer uso e se apropriar das máquinas levando em consideração 
a questão da compatibilidade com outros dispositivos digitais, o que permite 
o compartilhamento de informações pela Internet. Entretanto, é importante
frisar que a tecnologia não se resume à Web.
O advento da Internet marcou a história, mas é importante entendê-la em 
perspectiva, como parte de um todo; a Internet nos ajuda a entender o papel 
da tecnologia em uma sociedade em rede. Sob esse modelo de sociedade, cada 
indivíduo compõe um nó de um grande tecido que reveste o campo social. As 
redes se interligam globalmente em um campo de informação cada vez mais 
complexo (CASTELLS, 2001).
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
32
Figura 1. Dentro do pensamento teórico de Manuel Castells, nossa sociedade é composta 
como uma rede. Cada indivíduo compõe um nó de um grande tecido que reveste o campo 
social. As redes se interligam globalmente em um campo de informação cada vez mais 
complexo.
Fonte: NicoElNino/Shutterstock.com.
Nessa linha de raciocínio, a pesquisadora norte-americana Donna Haraway 
(2000) nos ajuda a enfrentar o fascínio que obtemos com aparelhos eletrônicos. 
Em vez de temê-los, é possível tomá-los como um instrumento útil e com 
objetivos nítidos quanto à sua utilização. “A máquina não é uma coisa a ser 
animada, idolatrada e dominada. A máquina coincide conosco, com nossos 
processos; ela é um aspecto de nossa corporificação” (HARAWAY, 2000, p. 97).
Com isso, é possível demarcar alguns aspectos da relação entre tecnologias 
e sociedade contemporânea. Será com o pensamento de Castells (2005) e 
Rüdiger (2011) que exploraremos a seguir as atribuições que as tecnologias da 
comunicação e informação têm trazido ao desenvolvimento das sociedades.
Processos de aprendizagem
Não estamos passando exatamente por uma “sociedade do conhecimento”, já 
que, na verdade, isso sempre esteve presente entre as motivações humanas. 
O que acontece atualmente, na visão de Castells (2005), é o alargamento das 
possibilidades de organização e de acesso a canais de conhecimento. A exi-
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
33
gência é pela capacidade de visualizar a vida em rede e com isso ser capaz de 
conhecer a dinâmica e trazer as tecnologias para transformações sociais locais.
Organização social
As tecnologias da informação e comunicação oferecem ampla criação de 
espaços virtuais. Por isso, é preciso conhecer as possibilidades dessa nova 
estrutura social. A Internet e os produtos que dela se desenvolvem operam 
por experimentação. Por mais que já existam bibliografi as sobre o tema, esse 
é um terreno a ser construído. O que vale é encontrar maneiras de organizar 
a imensa quantidade de informação digital, para que assim se possa usufruir 
dos benefícios desse novo sistema.
Descentralização
Por operar em uma dinâmica em rede, formatos e sistemas verticais perdem 
lugar para uma experiência horizontal. Quando as tecnologias operam a favor 
de seus usuários, ocorre a descentralização de serviços, de trabalho e da vida 
social. O papel das tecnologias na sociedade em rede está relacionado também 
à autonomia dos indivíduos frente às suas demandas. São as chamadas ações 
autoprogramadas. As operações sociais, sejam elas econômicas ou culturais, 
não mais dependem exclusivamente de grandes instituições, havendo a procura 
por atividades criativas e tempo livre no próprio trabalho.
Nesse sentido, a sociedade se modifica a partir dos interesses e dos usos 
feitos das tecnologias, e não necessariamente a partir da tecnologia. As trans-
formações sentidas desde o século XX dentro dessa perspectiva são principal-
mente de cunho sociocultural. Isso porque uma sociedade em rede é feita por 
pontos, ou nós. Esses pontos são os próprios indivíduos a criar, experimentar 
e descobrir usabilidades para os meios digitais. Castells (2005, documento 
on-line, grifo nosso) discorre sobre essa questão no trecho a seguir:
O nosso mundo está em processo de transformação estrutural desde há duas 
décadas. É um processo multidimensional, mas está associado à emergência 
de um novo paradigma tecnológico, baseado nas tecnologias de comunicação 
e informação, que começaram a tomar forma nos anos 60 e que se difundiram 
de forma desigual por todo o mundo. Nós sabemos que a tecnologia não 
determina a sociedade [...]. A sociedade é que dá forma à tecnologia de 
acordo com as necessidades, valores e interesses das pessoas que utilizam 
as tecnologias. Além disso, as tecnologias de comunicação e informação são 
particularmente sensíveis aos efeitos dos usos sociais da própria tecnologia.
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
34
Se as tecnologias são “particularmente sensíveis” ao seu uso é porque existe 
uma dimensão de experimentação. Pensemos ainda em sua flexibilidade e adap-
tabilidade, reconhecendo que o papel das tecnologias na sociedade é admitir que 
cada indivíduo é responsável e cocriador delas. Os aplicativos e as mídias sociais 
podem ofertar a função de ferramentas em benefício das relações de trabalho e 
afetivas. Entretanto, essas tecnólogas são flexíveis e não determinantes de um 
modo de vida (CASTELLS, 2001). A sociedade em rede requer criatividade, senso 
crítico e olhar micro nas relações sociais, para um fazer tecnológico que é coletivo.
Tecnologias do século XX
As transformações tecnológicas ocorridas durante o século XX (1901–2000) 
são visíveis nos objetos da comunicação. A criação do telégrafo (ainda no fi nal 
do século XIX), as ondas radiofônicas e a expansão da televisão no começo 
do século XX abriram caminhos para o desenvolvimento dos computadores 
individuais e, mais adiante, no fi nal do século, foi possível acompanhar o 
surgimento da Internet (IJUIM; TELLAROLI, 2008). Um dos objetos da 
comunicação que deixaram sua marca no século XX foi a máquina fotográfi ca 
Leica. De acordo com Souza ([2008]) em 1930 o modelo recebeu uma versão 
portátil de menor tamanho, o que trouxe mobilidade ao fotojornalista, além 
de avanços técnicos na revelação dos fi lmes.
A ampliação das pesquisas científicas na área da tecnologia da comunicação, 
em especial nos Estados Unidos e Europa, possibilitou a experimentação e 
criação de diferentes plataformas e canais de comunicação. A partir dos anos 
1970, um ambiente propício uniu diferentes campos do saber. Assim, “[...] na 
segunda metade do século XX, estabeleceram-se condições e o cenário para 
convergência entre a informática, a eletrônica e a comunicação” (IJUIM; 
TELLAROLI, 2008, documento on-line). 
Esse cenário propício ao desenvolvimento tecnológico foi resultado de 
descobertas científicas de séculos anteriores. A invenção da prensa móvel 
por Johannes Gutenberg no século XV (SOUZA, [2008]), quepossibilitou 
agilidade na impressão de textos, foi uma delas. Assim, o que favoreceu o 
desenvolvimento dos meios de comunicação foram “[...] os constantes inventos 
(técnicas de impressão de grandes tiragens) e o crescimento da difusão da 
notícia através do telégrafo (e dos outros meios que surgiram com o uso da 
eletricidade )) rádio, telefone, cinema)” (PATERNOSTRO, 1999, p. 20).
Nesse sentido, no âmbito da comunicação a televisão pode ser considerada 
uma das principais invenções do século XX, pois representa a convergência 
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
35
de áreas do conhecimento como eletrônica, química e física. A Internet tam-
bém é um forte marco deste século, ela que até os anos 1970 esteve presente 
apenas dentro das universidades, como objeto de pesquisa científica. A partir 
de Paternostro (1999) e Cury e Capobianco (2011), elencamos a seguir alguns 
marcos históricos relevantes no campo da comunicação:
 1901 — O princípio do rádio: com a comprovação da existência das
ondas eletromagnéticas, a partir das pesquisas de Heinrich Hertz (1857–
1894), o italiano Guglielmo Marconi construiu o primeiro aparelho
capaz de codificar as ondas e transmitir mensagens sem fio.
 1923 — O princípio da TV: nos Estados Unidos, o pesquisador russo-
-americano Vladimir Zworykin (1888–1982) criou o iconoscópio (tubo 
a vácuo com tela de células fotoeletrônicas), invenção que possibilitou
a transmissão de imagens a longas distâncias.
 1942 — O princípio do computador: na Universidade Estadual de Iowa, 
Estados Unidos, os pesquisadores John Vincent Atanasoff (1903–1995) 
e Clifford Berry (1918–1963) apresentaram em um congresso o “ABC”, 
uma máquina capaz de realizar cálculos matemáticos e ler dados in-
troduzidos por um teclado simples; nascia então (a partir de inúmeras
pesquisas anteriores) o primeiro computador moderno.
 1969 — A criação da Internet: com a função de interligar diferentes
laboratórios de pesquisa nos Estados Unidos, o primeiro uso da Internet 
foi chamado de ARPANET. Mais tarde, em 1987, ela deixou de pertencer 
apenas aos laboratórios acadêmicos e foi comercializada, tendo na
década de 1990 a sua ampliação.
 1976 — O princípio dos computadores pessoais: surgimento das em-
presas Apple e Microsoft; pesquisas na IBM avançam no conhecimento 
técnico-científico. Com investimento na área, foi possível a criação de
sistemas operacionais e desenvolvimento de programas. Nesse período, 
nasce o e-mail e o navegador Internet Explorer.
 1980 — O nascimento das redes: os computadores passam a se co-
municar entre si em diferentes locais. Em 1981, a IBM lança o PC, com 
códigos de comando (DOS), e em 1984 a Apple lança o seu produto Ma-
cintosh, introduzindo a interface gráfica nos computadores individuais. 
 1990 — A ampliação das redes: o cientista da computação Timothy
John Berners-Lee ainda em 1989 lança a proposta inaugural de criação 
do primeiro Servidor Web (World Wide Web), além de desenvolver ao
longo de sua pesquisa a linguagem HTML.
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
36
As pesquisas tecnológicas desenvolvidas no século XX, como se pode 
perceber, acumulou saberes rumo às tecnologias digitais. Foi um período de 
transformação e aprimoramento nos aparatos de informação e comunicação que 
avançariam no século seguinte com produtos cada vez mais individualizados. 
As modificações nessa área aconteceram de maneira desigual nas economias 
globais, o que ao mesmo tempo impulsionou certos países rumo ao crescimento 
econômico e também tornou outros países (emergentes) dependentes desse 
conhecimento (CASTELLS, 2005).
Em parceria com a IBM, o canal do YouTube The Enemy (mantido pelo site informativo e 
cultural Omelete) apresenta uma série de vídeos sobre “tecnologias do futuro”. No vídeo 
disponível no link a seguir, os temas abordados incluem tecnologias de transmissão, 
transmissão de dados e faixas de frequência. Com uma apresentação histórica da 
evolução da Internet móvel, é possível perceber os caminhos futuros desse meio e 
os impactos possíveis sobre a administração e segurança públicas e, principalmente, 
o cotidiano dos usuários.
https://qrgo.page.link/wR3vg
Relações na sociedade em rede
As relações na sociedade atual estão fortemente ligadas às interações tecnoló-
gicas de comunicação e informação. A imagem de uma rede funciona bem para 
visualizarmos a extensa camada de um tecido virtual onde pontos elétricos se 
conectam. A ampliação desse tecido está associado ao desenvolvimento das 
sociedades e para que esse tecido cresça é necessário que haja também a criação 
de conteúdos. Tanto indivíduos quanto grupos e instituições tecem essa rede de 
comunicação, onde cada nó desse tecido representa uma área do conhecimento, 
um novo e pequeno negócio ou a publicação de uma nova imagem.
Dessa maneira, as relações na sociedade em rede (sejam de trabalho ou afe-
tivas) acontecem via aparatos tecnológicos em que “[...] as pessoas integraram 
as tecnologias nas suas vidas, ligando a realidade virtual com a virtualidade 
real, vivendo em várias formas tecnológicas de comunicação, articulando-as 
conforme as suas necessidades” (CASTELLS, 2005, p. 23).
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
37
Nesse sentido, pensando a partir de Castells (2001; 2005), estaríamos 
criando uma sociedade em rede. E justamente por isso, diversas atividades 
econômicas, políticas, sociais e culturais estão passando por transformações. 
Essa mudança ocorre de forma gradual e na maneira como se vive; se “[...] a 
internet é o tecido de nossas vidas”, estar fora das relações comunicativas na 
Web tornou-se umas das maneiras de exclusão social (CASTELLS, 2001, p. 7).
Assim, na sociedade em rede ignorar suas ferramentas e negar os benefícios 
que ela traz poderá gerar isolamento e exclusão. Observa-se, nesse sentido, 
que é necessário adquirir conhecimento sobre as redes, experimentá-las e 
acompanhar as suas mudanças. Para compreendermos melhor algumas carac-
terísticas desse momento histórico, selecionamos a seguir alguns pontos-chave 
do trabalho de Manuel Castells (2001; 2005), pensador referencial nos estudos 
de comunicação e informação e entusiasta da sociedade em rede.
Nova economia
Não que a economia tradicional esteja sendo substituída, mas ocorre sem 
dúvida uma modifi cação e ampliação de suas ferramentas. Na era da nova 
economia, a produção, divulgação, distribuição e comercialização dos produtos 
operam por diferentes lógicas, não mais apenas pela instituição e industria-
lização. Ela é realizada também por pequenos grupos e indivíduos. Assim, 
as tecnologias de comunicação acrescentam novas regras ao jogo econômico 
dentro da sociedade em rede.
Transformações no mercado de trabalho
Por toda parte ocorrem mudanças nos contratos de trabalho e em suas cargas 
horárias, bem como exigência de novas competências além do letramento 
digital. Os indivíduos procuram maior mobilidade e constante aprendizado. 
Assim, o perfi l do trabalhador na sociedade em rede é o “autoprogramado”, 
aquele que encontra em si mesmo a fonte de sua criatividade e capacidade 
de produzir e inovar. 
Mudança na sociabilidade
Própria das redes de comunicação e perfeitamente adaptável às ferramentas 
da Internet é a sociabilidade individualizada. A sociedade em rede está se 
constituindo como uma sociedade em que há uma emergência do individu-
alismo e cada pessoa representa um ponto entre diferentes nós dessa rede. 
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
38
Dos telefones individuais com fi o aos perfi s virtuais das mídias sociais, não 
há exatamente novas relações, o que há são transformações de um modo de 
vida a procura de comunicação.
Transformação da área da comunicação
Informação digital, interatividade, sistema multimídia e audiência segmentada 
são algumas das transformações na sociedade em rede. Com a expansão das 
tecnologias e das mídias individualizadas, a comunicação está ao mesmo tempo 
global e local, ou seja, perpassa grandesmercados e pequenos produtores, 
cria conteúdos informativos desde instituições à indivíduos autônomos. A 
informação é produto maleável e experimentável tanto de grandes empresas 
quanto de indivíduos organizados.
Os mapas on-line, especialmente do Google Maps, podem ser encarados como um 
tecido virtual que reveste cidades e bairros. Por ser uma ferramenta colaborativa, 
é possível acrescentar informações e alimentar o banco de dados da empresa. Para 
inserir informações no mapa da cidade a respeito, por exemplo, de um estabelecimento 
comercial simples, é preciso ter uma conta vinculada ao sistema da Google. 
O serviço não é cobrado, mas os dados coletados serão armazenados e explorados 
pela empresa. O procedimento é relativamente simples: basta fazer o cadastramento do 
local a ser registrado, inserir corretamente a descrição do empreendimento e vincular 
esse “novo local” a um endereço físico. Uma carta será enviada para esse endereço e, 
com o código fornecido nessa correspondência, será possível liberar o acesso.
Nessa lógica, quanto mais indivíduos alimentarem esse sistema, mais detalhado ele 
ficará. Seu desenvolvimento não depende apenas da empresa, mas também de cada 
pessoa interessada em produzir e usufruir desse conteúdo. 
Percebe-se que, sob a ótica da sociedade em rede, cada indivíduo pode experimentar 
os serviços oferecidos pelas empresas de tecnologia, em que a informação é o bem 
mais valioso. Na extensa rede, os usuários são os nós.
Por fim, as possibilidades que as tecnologias trazem ao cotidiano dos 
indivíduos são experienciadas de modos distintos, isso porque seu desenvol-
vimento (em nível de conhecimento) ocorreu de maneira diferente na América 
Latina em comparação com a América do Norte e Europa. Refletindo sobre 
isso, Rüdiger (2011), citando Mark Slouka (1995), nos oferece um pensamento 
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
39
diferente em meio à expansão de comunicação que as novas tecnologias ofe-
recem. Dentro da sociedade em rede, estaríamos recebendo realmente o que 
nos satisfaz? É possível se ter autonomia na criação, produção e divulgação de 
qualquer produto que se queira comercializar, mas qual o real valor que se paga 
por isso? A quantidade de possibilidades e de informação que nos é oferecida, 
na visão dos autores, acaba por “oferecer muito pouco e exigindo demais”. 
CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. 
Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
CASTELLS, M. A sociedade em rede: do conhecimento à política. In: CASTELLS, M.; 
CARDOSO, G. (org.). A sociedade em rede: do conhecimento à ação política: Confe-
rência promovida pelo Presidente da República. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da 
Moeda, 2005. Disponível em: https://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/a_socie-
dade_em_rede_-_do_conhecimento_a_acao_politica.pdf. Acesso em: 18 dez. 2019.
CURY, L.; CAPOBIANCO, L. Princípio da história das tecnologias da informação e co-
municação: grandes invenções. In: ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, 8., 
2011, Guarapuava. Anais [...]. Paraná: Unicentro, 2011.
HARAWAY, D. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo socialista no final do 
século XX. In: SILVA, T. T. (org.). Antropologia do ciborgue. as vertigens do pós-humano. 
Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
IJUIM, J. K.; TELLAROLI, T. Comunicação no mundo globalizado — tendências no século 
XXI. Revista Ciberlegenda. , v. 10, n. 20, 2008. Disponível em: http://periodicos.uff.br/
ciberlegenda/article/view/36666/21246. Acesso em: 26 dez. 2019.
PATERNOSTRO, V. Í. O texto na TV: manual de telejornalismo. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
RÜDIGER, F. A reflexão teórica em cibercultura e a atualidade da polêmica sobre a 
cultura de massas. Matrizes, v. 5, n. 1, p. 45–55, 2011. Disponível em: http://repositorio.
pucrs.br/dspace/handle/10923/9818. Acesso em: 26 dez. 2019.
SOUZA, J. P. Uma história breve do jornalismo no ocidente. Biblioteca On-line de Ciências 
da Comunicação, [2008]. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-
-pedro-uma-historia-breve-do-jornalismo-no-ocidente.pdf. Acesso em: 26 dez. 2019.
Leitura recomendada
SLOUKA, M. War of the worlds. Nova York: Basic Books, 1995.
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
40
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Transformações tecnológicas e sociedade em rede
41
DICA DO PROFESSOR
Com a popularização da internet o acesso à comunicação se modificou, isso porque cada 
indivíduo pode ter ao seu alcance ferramentas de divulgação, criação de conteúdo e de vendas 
on-line, por exemplo. 
Com esse cenário social prevalece a descentralização da produção e nesse ambiente de rápida 
mutação será preciso encontrar uma maneira de administrar a complexidade.
Na chamada sociedade em rede, as tecnologias transformam cotidianamente a vida social. 
Nesta Dica do Professor separamos algumas características observadas por Manuel Castells 
(2001) a respeito da sociedade em rede; nela a internet é a base de organização das relações 
sociais, culturais e econômicas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Em relação às transformações ocasionadas pela tecnologia nas sociedades
contemporâneas, podemos afirmar que o modo como se ensina e aprende se
transformou. Assinale a alternativa que explore essa mudança a partir da sociedade
em rede de Manuel Castells (2005).
A) Na sociedade em rede, há um alargamento de possibilidades de organização e de acesso a
canais de conhecimento.
B) Na sociedade em rede, há um encurtamento de possibilidades de organização e de acesso a
canais de conhecimento.
C) Na sociedade em rede, há um alargamento de possibilidades de organização e de acesso a
livros físicos.
Na sociedade em rede, não há um alargamento de possibilidades de organização e deD)
42
acesso a canais de conhecimento.
E) Na sociedade em rede, há um uma desconexão entre usuários e dificuldade de acesso a
canais de conhecimento.
2) As tecnologias da comunicação e da informação na sociedade em rede funcionam
como um campo elétrico que, em redes, se conecta com diferentes pontos. Nessa
perspectiva, o usuário consegue certa mobilidade e autonomia. Os sistemas verticais
de criação de conteúdos são transformados em horizontais. Não apenas as instituições
consolidadas irão ofertar conteúdo informativo, por exemplo. Assinale a alternativa
que contenha a palavra utilizada por Manuel Castells (2005) para conceituar esse
fenômeno.
A) Organizacional.
B) Descentralização.
C) Hierarquização.
D) Horizontalidade.
E) Centralização.
3) Em relação aos marcos tecnológicos do século XX, para se chegar às pesquisas que
transformaram as tecnologias analógicas, qual invento do século anterior possibilitou
a expansão das ferramentas da comunicação, trazendo agilidade à reprodução
textual? Assinale a alternativa correta.
A) A prensa de tipos móveis de Johannes Gutenberg.
B) A tábua de cera de Johannes Gutenberg.
43
C) As ondas eletromagnéticas de Heinrich Hertz.
D) A máquina fotográfica Leica.
E) O iconóspio de Vladimir Zwrykin.
4) Com as inovações tecnológicas, as relações se transformaram, não exatamente em
algo novo, mas o meio no qual elas acontecem tem se modificado. Na sociedade em
rede, conceituada por Manuel Castells, o que faz a mediação nas relações sociais?
Assinale a alternativa correta.
A) A mediação das relações na sociedade em rede se realiza por meio de aparatos
tecnológicos.
B) A mediação das relações na sociedade em rede se realiza em praças e espaços públicos.
C) A mediação das relações na sociedade em rede se realiza na natureza encontrada aindanas
cidades.
D) A mediação das relações na sociedade em rede se dá por meio de viagens multiculturais.
E) A mediação das relações na sociedade em rede se realiza por meio de amizades e
relacionamentos presenciais.
5) Na sociedade em rede, a tecnologia da informação e comunicação medeiam as
relações e oferecem diferentes modos de vida. Seria necessário adquirir conhecimento
sobre as redes on-line, experimentá-las e acompanhar as suas mudanças. Assinale
abaixo a alternativa que descreve as três principais características da sociedade em
rede.
Há uma nova economia, o mercado de trabalho se transforma e a vida social se funde comA)
44
a comunicação.
B) Há uma nova era, o mercado de trabalho se mantém e a vida social se funde com o
entretenimento.
C) Há um novo mercado, o trabalho se consolida instituicionalmente e a vida social se funde
com a comunicação.
D) Há uma nova economia, o mercado de trabalho se transforma e a vida social se limita ao
digital.
E) Há uma nova economia, o mercado de trabalho se mantém e a vida social se transforma
em analógica.
NA PRÁTICA
Observar as transformações tecnológicas na área da Informação e Comunicação são tão 
importantes quanto reconhecer o seu papel no cotidiano das profissões. Em especial, o 
Jornalismo tem passado por modificações em seu sistema de trabalho, já que os conteúdos 
informativos estão cada vez mais digitalizados e disponíveis on-line.
O avanço tecnológico traz transformações no modo como as práticas jornalísticas ocorrem. 
Além da nítida substituição das máquinas de escrever por computadores, os tablets atualmente 
fazem parte da rotina de trabalho da maioria dos jornalistas. Diante das tecnologias da 
comunicação, é fundamental reconhecer que, por si sós, os objetos não trazem avanço ou 
organização do trabalho. Entender a usabilidade dos objetos tecnológicos é reconhecer o papel 
que ocupam na vida social.
Neste Na Prática, você conhecerá o editor chefe Rodrigo Mansil. Com a possibilidade de trazer 
à redação novos objetos tecnológicos, em especial o tablet, Rodrigo se depara com o fato de que 
muitos dos jornalistas de sua equipe nunca haviam utilizado tablets como ferramenta útil de 
organização do trabalho. Quais soluções Rodrigo Mansil vai propor à equipe? Acompanhe aqui.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
45
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Juventude e a autocomunicação
Na sociedade que se desenvolve em rede, se pensa de forma digital. Manuel Castells, neste 
vídeo, faz uma rápida análise das possibilidades de liberdade e existência em sociedade. A 
autoinformação e a cultura global, de acordo com o teórico, são características da sociedade em 
rede.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Tecnologias e transformações subjetivas
A sociedade em rede está em transformação continuamente; consequentemente, quem vive nela 
também. Por meio do campo da Psicologia, a pesquisadora Ana Maria Nicolaci-da-Costa aponta 
que estamos, como sociedade e indivíduo, passando por transformações internas radicais em 
função de nossa exposição a novas tecnologias.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
The people vs Tech
Nesta publicação na plataforma Observatório da Imprensa (publicado originalmente pela 
Agência Pública, o jornalista Ethel Rudnitzki entrevista o escritor Jamie Bartlet, autor do livro O 
povo vs tecnologia: como a internet está matando a democracia – e como podemos salvá-la. 
Bartlett fala sobre a radicalização promovida pelo ambiente on-line, desinformação, campanhas 
digitais e outros perigos da rede para a democracia.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
46
Globalização e Cibercultura.
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade da Aprendizagem, trabalharemos o conceito de globalização e seus possíveis 
reflexos na construção das relações interpessoais na contemporaneidade. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Construir um conceito de globalização;•
Distinguir os efeitos dessa questão na ideia de humanidade que possuímos hoje;•
Relacionar como a cibercultura está inserida na vida das pessoas nos dias atuais.•
DESAFIO
Neste desafio, propomos a elaboração de um pequeno texto que aborde a questão: "E quem não 
é global?"
Para tal, percorra os seguintes caminhos:
• encontre um conceito de globalização;
• faça a inserção desse conceito no tema para evidenciar possíveis classes que estejam fora do
processo de globalização, apontando vantagens e pontos negativos.
INFOGRÁFICO
Neste infográfico, você poderá observar as conexões permitidas pelo mundo globalizado, que 
discutem um novo conceito do próprio ser humano global, certamente. 
47
CONTEÚDO DO LIVRO
Aprofunde seus conhecimentos a partir da leitura de um trecho Globalização e Cibercultura.
Boa leitura.
48
Globalização e cibercultura
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Construir um conceito de globalização.
 Distinguir os efeitos da globalização na noção contemporânea de
humanidade.
 Relacionar como a cibercultura está inserida na vida das pessoas nos 
dias atuais.
Introdução
Neste capítulo, você vai ver qual conceito de globalização é mais ade-
quado à sociedade contemporânea. Também vai verificar como essa 
configuração do mundo tem impacto na vida cotidiana das pessoas. Em 
seguida, você vai refletir sobre os efeitos da globalização e pensar em 
seus pontos positivos e negativos para o globo terrestre. Nesse sentido, há 
tanto ganhos relacionados à conexão entre diferentes partes do mundo 
quanto consequências negativas em diferentes áreas da sociedade. Por 
fim, você vai ver como relacionar a cibercultura como a globalização 
e refletir sobre suas potencialidades e possibilidades no mundo atual.
Conceito de globalização
O mundo contemporâneo está cada vez mais conectado. Desde as grandes nave-
gações do século XV até os dias de hoje, as distâncias entre os continentes dimi-
nuíram muito. Além disso, têm sido realizadas diversas trocas entre as diferentes 
sociedades que habitam o globo. Assim, diversos produtos são comercializados 
entre os países, a possibilidade de viajar para longas distâncias num curto espaço 
de tempo aumentou e as trocas culturais também se tornaram mais frequentes 
entre sociedades totalmente diferentes. Logo, o mundo de hoje é globalizado.
Prova disso são as músicas dos Estados Unidos que fazem sucesso no 
Brasil, as roupas da moda europeia que são copiadas por jovens de países 
49
distantes, os jogos virtuais que são produzidos na China e jogados por pessoas 
do mundo inteiro. Para entender esse processo e se aproximar do conceito de 
globalização, acompanhe o que diz Santos (2000, p. 12):
A globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do 
mundo capitalista. Para entendê-la, como, de resto, a qualquer fase da história, 
há dois elementos fundamentais a levar em conta: o estado das técnicas e o 
estado da política. [...] As técnicas são oferecidas como um sistema e realizadas 
combinadamente através do trabalho e das formas de escolha dos momentos 
e dos lugares de seu uso. É isso que fez a história. No fim do século XX e 
graças aos avanços da ciência, produziu-se um sistema de técnicas presidido 
pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre 
as demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema técnico uma presença 
planetária. Só que a globalização não é apenas a existência desse novo sistema 
de técnicas. Ela é também o resultado das ações que asseguram a emergência 
de um mercado dito global, responsável pelo essencial dos processos políticos 
atualmente eficazes. Os fatores que contribuem para explicar a arquitetura da 
globalização atual são: a unicidade da técnica, a convergência dos momentos, 
a cognoscibilidade do planeta e a existência

Continue navegando