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Revista SOBECC jul-Set 2017

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Entrevista 
Pesquisa da Enfa. Mestre Carmen Eulalia Pozzer 
propõe mudança de paradigma no CME
Opinião do Especialista
Profa. Dra. Paulina Kurcgant discorre 
sobre gerenciamento de Enfermagem
Controle é complexo e requer 
a integração de uma série de 
medidas preventivas
Infecção 
de sítio 
cirúrgico
Ano IV • Nº 15 • Jul-Set/2017
Matriz: Rua Itaúna, 418 | Vila Maria - São Paulo/SP | Fone: 55 (11) 2631-8562
Mais informações: vendas@donamedical.com.br
A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PRECISA 
PARA UM PROCEDIMENTO BEM SUCEDIDO!
Linha de monitoramento de temperatura DeRoyal
A temperatura é um sinal vital 
que requer controle rigoroso 
e seguro, principalmente na 
assistência prestada aos pa-
cientes durante sua internação. 
A DeRoyal desenvolveu uma li-
nha de sensores com alta tec-
nologia, projetada para atender 
com qualidade, o monitoramen-
to da temperatura corpórea. 
Editorial 4
Bem-vinda, nova presidente!
Agenda 6
Programação de eventos
Revista SOBECC 6
Artigos publicados na edição de setembro de 2017
Giro de notícias 7
Destaques da SOBECC Nacional
Eleição 10
Giovana de Abrahão Araújo Moriya assume 
presidência da SOBECC Nacional
Opinião do Especialista 12
A Profa. Dra. Paulina Kurcgant discorre sobre 
gerenciamento de Enfermagem
Entrevista 14
A Enfermeira Mestre Carmen Eulalia Pozzer 
comprova em sua pesquisa que produtos para 
saúde termodesinfetados podem ser armazenados
Especial 16
Infecção de sítio cirúrgico e 
novas recomendações da OMS
AORN 24
Ferramentas para melhoria no controle de tráfego
Bem-Estar 27
Empatia como habilidade essencial 
do mundo moderno
Fora da profissão 28
Voluntariado como propósito de vida
Resenha 30
Simulação realística e habilidades na saúde
nesta edição
EXPEDIENTE
Diretoria da SOBECC - Gestão 2015-2017
Presidente: Márcia Hitomi Takeiti • Vice-presidente: 
Lígia Garrido Calicchio • Primeira-secretária: Simone 
Garcia Lopes • Segunda-secretária: Fernanda Patrícia 
dos Santos • Primeira-tesoureira: Maria Lucia Leite 
Ribeiro • Segunda-tesoureira: Liraine Laura Farah 
Diretora do Conselho Fiscal: Kátia Aparecida Ferreira 
de Almeida • Membro do Conselho Fiscal: Mariângela 
Belmonte Ribeiro • Membro do Conselho Fiscal: Mércia 
Pacheco • Diretora da Comissão de Assistência: Marcia 
Cristina Pereira • Membro da Comissão de Assistência: 
Ana Lucia Gargione Sant´Anna • Membro da Diretoria 
da Comissão de Assistência: Vanessa de Brito Poveda 
Diretora da Comissão de Educação: Giovana Abrahão 
de Araújo Moriya • Membro da Diretoria de Educação: 
Rafael Bianconi • Membro da Comissão de Educação: 
Simone Maria Marciano Montoro Garcia • Diretora da 
Comissão de Publicação e Divulgação: Elena Bohomol 
Membro Comissão de Publicação e Divulgação: 
Eliane da Silva Grazziano • Membro da Comissão 
de Publicação e Divulgação: Ana Lucia de Mattia 
Diretora de Eventos Regionais: Andréa Alfaya Acunã.
Órgão oficial da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, 
Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização.
Comissão de Publicação e Divulgação – Diretora: Dra. Elena Bohomol 
(Escola Paulista de Enfermagem – UNIFESP) • Membros: Dra. Eliane da Silva 
Grazziano (Universidade federal de São Carlos – UFSCAR) e Dra. Ana Lúcia de 
Mattia (Universidade Federal Minas Gerais – UFMG).
Equipe Técnica – Coordenação: Sirlene Aparecida Negri Glasenapp 
Redação: Andrea Fagundes (MTb 40.376) e Evelina Fyskatoris 
(MTb 46.219) • Revisão: Profa Dra Rachel de Carvalho • Projeto Gráfico: 
Ivan Goersch • Produção Gráfica: Ivan Goersch • Secretária: Maria Elizabeth 
Jorgetti • Claudia Martins Stival • Tiragem: 6.000 exemplares Impressão: 
Editora Referência Ltda.
A SOBECC com Você é uma publicação trimestral da SOBECC, dirigida a 
profissionais de Enfermagem do Bloco Operatório, com o objetivo de divulgar 
notícias, eventos, cases, boas práticas de assistência à saúde, ideias, opiniões e 
lançamentos de produtos para área. A reprodução parcial ou total de qualquer 
matéria desta edição só é permitida mediante autorização.
Rua Vergueiro 875 • cj. 64 • Liberdade • 01504-001 • São Paulo • SP 
CNPJ: 67.185.215/0001-03
Fone: (11) 3341-4044 • www.sobecc.org.br
CONTATO, DÚVIDAS E SUGESTÕES: sobecc@sobecc.org.br
Matriz: Rua Itaúna, 418 | Vila Maria - São Paulo/SP | Fone: 55 (11) 2631-8562
Mais informações: vendas@donamedical.com.br
A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PRECISA 
PARA UM PROCEDIMENTO BEM SUCEDIDO!
Linha de monitoramento de temperatura DeRoyal
A temperatura é um sinal vital 
que requer controle rigoroso 
e seguro, principalmente na 
assistência prestada aos pa-
cientes durante sua internação. 
A DeRoyal desenvolveu uma li-
nha de sensores com alta tec-
nologia, projetada para atender 
com qualidade, o monitoramen-
to da temperatura corpórea. 
SOBECC com Você 3
Marcia Hitomi Takeiti
Presidente da SOBECC Nacional 
Gestão 2015/2017
Bem-vinda, 
nova presidente!
Durante duas gestões consecutivas na presidência da SOBECC 
Nacional utilizei este editorial para estar perto de você, conversar so-
bre as iniciativas do período para promoção da nossa classe e, so-
bretudo, para disseminar o conhecimento, pois acreditamos que é 
essa a forma pela qual seguiremos no caminho da excelência da as-
sistência à saúde. 
Aproveito este espaço para me despedir e dar as boas-vindas à nova 
presidente da Associação, Giovana Abrahão de Araújo Moriya, que 
está conosco desde 2001, passando pela gestão de várias diretorias. 
Com seu histórico junto à SOBECC Nacional somado à ampla ex-
periência profissional na Enfermagem Perioperatória, Giovana assu-
me a presidência com o propósito que desejamos e temos lutado: 
continuar engajando os profissionais a aprimorar suas competên-
cias e elevar cada vez mais a qualidade da saúde, visando a seguran-
ça do paciente.
Conhecendo o time da gestão 2017-2019, do qual também faço par-
te, e a sua dedicação, certamente, a SOBECC Nacional continua-
rá protagonizando no cenário perioperatório brasileiro, promoven-
do as melhores práticas.
Nesse aspecto, estamos muito contentes com o aumento das pes-
quisas científicas que vêm contriuindo para melhoria dos nossos pro-
cessos. A Enfa. Ms. Carmen Eulália Pozzer acaba de concluir uma 
pesquisa de dissertação de mestrado, que trará uma mudança de pa-
radigma no CME. Confira na seção “Entrevista”. Leia também a opinião 
da especialista Profa. Dra. Paulina Kurcgant sobre gerenciamento na 
Enfermagem, e também o especial sobre infecção de sítio cirúrgico.
Como habitual, a revista traz o nosso movimento de atividades e re-
comendações publicadas pela AORN. O tema desta edição são as 
ferramentas para melhora no controle de tráfego. Leia em “AORN”. 
Veja também a história de um jovem enfermeiro do Pará, que en-
controu no voluntariado uma forma de levar assistência à saúde 
àqueles que não têm acesso, em “Fora da Profissão”. Saiba, ainda, 
como praticar a empatia no seu dia a dia, para melhorar suas percep-
ções, na seção “Bem-Estar”. 
Boa leitura!
Marcia Hitomi Takeiti
A SOBECC 
Nacional 
continuará 
protagonizando 
no cenário 
perioperatório 
brasileiro, 
promovendo 
as melhores 
práticas.
EDITORIAL
SOBECC com Você4
Data: 15 a 17 de novembro de 2017
Local: Mar Hotel Conventions - Recife, PE
Informações: secretaria@abenpe.com.br
ENCONTRO NORTE-NORDESTE DE ENFERMAGEM EM 
CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL 
E ESTERILIZAÇÃO
Data: 24 a 28 de março de 2018 
Local: Ernest N. Morial Convention Center 
New Orleans, EUA
Informações: http://www.aorn.org/surgicalexpo
65TH GLOBAL SURGICAL CONFERENCE & EXPO
Data: 27 a 29 de novembro de 2017 
Local: UNIARA – Araraquara, SP
Informações: http://www.uniara.com.br/
eventos/2-simposio-seguranca-paciente/
II SIMPÓSIO DE SEGURANÇA DO PACIENTE
11º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTERILIZAÇÃO 
E CONTROLE DE INFECÇÃO RELACIONADO À 
ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
Data: 29 a 31 de agosto de 2018
Local: Palácio das Convenções do Anhembi 
São Paulo, SP
Inscrições:www.sobecc.org.br 
AGENDA
REVISTA SOBECC
Artigos online
Confira os artigos científicos que estão na edição de setembro da Revista SOBECC.
Para acessar os artigos, digite no seu navegador 
www.sobecc.org.br, clique na aba Publicações > 
Revista SOBECC-SEER/OJS. Faça o seu cadastro se 
ainda não tiver), com login e senha, e acesse todos os 
artigos científicos publicados.
Artigo Original
171. Avaliação e controle de instrumentais utilizados 
em sala operatória durante cirurgias torácicas
191. Avaliação de danos em nasofibroscópio flexível 
desinfetado com ácido peracético
234. Utilização de cenários para a educação sobre 
segurança do paciente em centro cirúrgico
225. Testes desafio em cargas subsequentes na este-
rilização a vapor saturado: estudo comparativo 
dos desempenhos
221. Efetividade do protocolo prevenção de lesões de 
pele em cirurgias urológicas robóticas
Relato de Experiência
280. Uso excepcional da veia epigástrica infe-
rior na anestesia de lactente com acesso 
venoso impraticável
220. Elaboração de material didático para processa-
mento de produtos para saúde em unidades de 
atenção primária à saúde
Revisão Narrativa
281. Critérios para avaliação de novas tecnologias 
para esterilização
SOBECC com Você6
http://www.uniara.com.br/eventos/2-simposio-seguranca-paciente/
http://www.uniara.com.br/eventos/2-simposio-seguranca-paciente/
Da esq. para dir.: Larissa Moreira de Souza dos Santos, Tangra Carvalho 
de Araújo Góes, Vanicleide Sá Nunes e Ligia Garrido Calicchio
GIRO DE NOTÍCIAS
II Simpósio em CME do Vale do São Francisco
V Jornada de Estudos em Porto Alegre
Realizado no dia 12 de agosto, em Petrolina (PE), o II 
Simpósio em Central de Material e Esterilização do Vale 
do São Francisco debateu o tema central: "Como garan-
tir a segurança do paciente dentro da realidade vivida pe-
los Centros de Materiais e Esterilização? Representando 
a SOBECC Nacional, uma das entidades apoiadoras do 
evento, a vice-presidente Lígia Garrido Caliccio partici-
pou da mesa de abertura e apresentou a palestra: "Será 
a limpeza dos materiais o maior desafio do CME?. A gra-
de científica do simpósio abordou assuntos que nor-
teiam a segurança do paciente e os processos de traba-
lho, como: controle de qualidade, boas práticas no CME, 
manutenção preventiva, entre outros, ampliando o co-
nhecimento da Enfermagem Perioperatória da região do 
Vale do São Francisco.
O simpósio, que também contou com o apoio do 
Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-
BA), subseção Juazeiro, foi organizado pelas enfermei-
ras Larissa Moreira, do Hospital Unimed de Juazeiro, 
O Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto 
Alegre (SINDIHOSPA), por meio do Comitê de 
Processamento de Produtos para Saúde (PPS), 
promoveu no dia 15 de agosto, em Porto Alegre 
(RS), a V Jornada de Estudos sobre Processamento 
de PPS. A iniciativa teve por objetivo levar para 
discussão questões relacionadas à segurança 
do paciente, enfocando a importância da quali-
ficação contínua dos processos de limpeza, es-
terilização e controle de infecção. A diretora da 
Comissão de Educação da SOBECC Nacional, 
Giovana Abrahão de Araújo Moriya, representan-
do a Associação, foi uma das especialistas con-
vidadas a palestrar. Giovana, além de compor a 
mesa de abertura do evento, apresentou a pales-
tra “Perfil do profissional de CME”.
Tangra Carvalho de Araújo Góes, da Secretaria de 
Saúde do Estado da Bahia (SESAB) e do Conselho 
de Desenvolvimento da Micro, Pequena e Média 
Empresa (COPEME), e Vanicleide Sá Nunes, do Hospital 
Universitário de Petrolina.
SOBECC com Você 7
I Jornada Científica em Barretos
VI Simpósio NEPIRCS 
em Belo Horizonte
No dia 1 de julho, a SOBECC Nacional realizou, na ci-
dade de Barretos (SP), a I Jornada Científica em Centro 
Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material 
e Esterilização. O evento reuniu profissionais de várias ci-
dades do interior, para debater assuntos sobre a seguran-
ça do paciente. Foram temas de destaque: novas orienta-
ções da Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto às 
diretrizes de infecção de sítio cirúrgico, eficiência na ges-
tão do paciente na recuperação anestésica, importância 
do conhecimento técnico-cientifico sobre qualificação 
dos equipamentos de CME, práticas de reuso e mudan-
ças, avalição de riscos de lesões por pressão decorren-
tes do posicionamento cirúrgico, entre outros assuntos. 
A Comissão Organizadora da I Jornada Científica con-
tou com as participações dos membros associados do 
município de Barretos, as enfermeiras Camila Bertazzi 
Augusto Zanotti, Elaine Regina de Souza Bueno, Fabiana 
Favoretto Gonçalves e Paula Batiste Luize, e com os 
membros da diretoria da SOBECC Nacional, que tam-
bém ministraram palestras.
Sob o tema “Qualidade assistencial fundamentada na 
segurança do paciente”, o VI Simpósio do Núcleo de 
Estudos e Pesquisa em Infecção Relacionada ao Cuidar 
em Saúde (NEPIRCS/CNPq), da Universidade Federal de 
Minas Gerais (UFMG), reuniu em Belo Horizonte (MG), 
nos dias 29 e 30 de junho, profissionais de saúde e estu-
dantes da região.
Na ocasião, a vice-presidente da SOBECC Nacional, Lígia 
Garrido Calicchio, apresentou a palestra: “Limpeza ma-
nual e automatizada – quais parâmetros monitorar?”. Lígia 
enfatizou a importância de se realizar adequadamente o 
processo de limpeza manual no processamento de pro-
dutos para saúde, reiterando que é uma etapa fundamen-
tal para que a desinfecção e a esterilização sejam bem-
-sucedidas. A vice-presidente abordou, ainda, a utilização 
dos indicadores para avaliação do processo de limpeza, 
seja manual ou automatizado, com base nas recomen-
dações da legislação brasileira – RDC Nº 15/2012 –, bem 
como nas internacionais da Association of periOpera-
tive Registered Nurses (AORN) e da Association for the 
Advancement for Medical Instumentation (AAMI).
O evento foi coordenado pela professora da UFMG 
Adriana Oliveira, a fim de promover a discussão, di-
vulgação, troca de experiências e interação entre os 
profissionais da área, estimulando a investigação na 
prática de uma assistência de qualidade para a segu-
rança do paciente.
Da esq. para direita: Sirlene Ap. Negri Glasenapp, Elizabeth 
Jorgetti, Camila Mendonça, Elaine R. de S. Bueno, Camila B. 
A. Zanotti, Giovana Abrahão de Araújo Moriya, Paula B. Luize, 
Andrea Alfaya Acunã, Laura Farah, Ligia Garrido Calicchio, 
Fabiana F. Gonçalves, Cecilia da S. Ângelo e Catharina Meire.
Lígia Garrido Calicchio, ao fundo, durante palestra.
SOBECC com Você8
GIRO DE NOTÍCIAS
II Treinamento Latino- 
-americano em São Paulo
De 12 a 16 de junho, a SOBECC Nacional orga-
nizou a segunda edição do Treinamento Latino-
-americano em Excelência na Segurança do 
Paciente, na cidade de São Paulo. Voltado para os 
representantes de vendas da 3M da América Latina, o 
treinamento foi dividido entre teórico e prático e, para 
melhor fixação do conteúdo, foi utilizado o método da 
simulação realística, com a recriação de um ambien-
te contendo necessidades específicas dos participan-
tes. O treinamento contou com a infraestrutura do 
Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital Sírio 
Libanês, e incluiu visitas técnicas ao Centro Cirúrgico 
e ao Centro de Material e Esterilização do Hospital 
Santa Catarina e do Hospital do Coração. 
Giovana Abrahão de Araújo 
Moriya assume a presidência 
da SOBECC Nacional
Eleita em chapa única, no dia 10 de julho, Giovana 
Abrahão de Araújo Moriya é a nova presidente da 
SOBECC Nacional, para gestão 2017-2019, tendo 
sua posse oficial durante o 13º Congresso Brasileiro 
de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação 
Anestésica e Centro de Material de Esterilização, even-
to promovido pela Associação.
A nova presidente é associada à entidade desde 2001, 
e ocupou na última gestão o cargo de diretora da 
Comissão de Educação. Giovana também fez parte da 
diretoria Nacional emgestões anteriores. Toda essa ex-
periência no corpo diretivo lhe confere a competência, o 
conhecimento e as habilidades necessárias para dar con-
tinuidade à missão da SOBECC Nacional. Ou seja, cola-
borar com o desenvolvimento técnico-científico, divul-
gar as melhores práticas de Enfermagem Perioperatória 
e propor recomendações de boas práticas em Centro 
Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material 
e Esterilização. Tal missão deve estar sempre embasada 
nos valores de Ética, Responsabilidade e Compromisso 
Profissional, para que a Associação seja referência em 
âmbito nacional como a entidade que atua para melho-
ria constante da área.
Giovana reforça que a missão é grande, mas, com 
o apoio dos diretores eleitos e dos membros das 
Comissões, para a realização de um trabalho conjunto 
e efetivo, dará prosseguimento às ações que estavam 
sendo desenvolvidas, com a qualidade SOBECC. 
Pretende implementar iniciativas que estimulem a in-
tegração de novos associados.
O plano de ação da nova presidente tem como des-
taques: aumentar a representatividade da Associação, 
por meio da participação de eventos de classe, expan-
dir e divulgar o conhecimento científico em âmbito na-
cional e internacional e promover o acesso às pesqui-
sas científicas, a fim de produzir novos conhecimentos. 
“A nova gestão também focará em estreitar relaciona-
mentos com outras associações de classe e órgãos 
reguladores, como o Ministério da Saúde, a ANVISA e 
a ABNT, instituições de ensino e empresas parceiras, 
que tragam benefícios aos profissionais associados e, 
ainda, promover iniciativas que contemplem a maior 
divulgação sobre a importância do trabalho da equi-
pe de Enfermagem do Bloco Operatório”, destaca a 
nova presidente.
Giovana Abrahão de Araújo Moriya é doutora em 
Ciências pela Escola de Enfermagem da Universidade 
de São Paulo (EEUSP) e coordenadora de Enfermagem 
do Centro de Material e Esterilização do Hospital 
Israelita Albert Einstein (HIAE). É docente nos cur-
sos de pós-graduação em Enfermagem Lato sensu 
do Centro Universitário São Camilo e da Faculdade 
Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).
A presidente segue o compromisso de evidenciar o 
protagonismo da Associação no cenário nacional
SOBECC com Você10
Presidente
GIOVANA ABRAHÃO DE ARAÚJO MORIYA
Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)
Vice-Presidente
MARCIA CRISTINA DE OLIVEIRA PEREIRA 
Hospital São Luiz – Itaim – Rede D´Or
1ª Secretária
ANDREA ALFAYA ACUNÃ
Hospital Sírio Libanês
2ª Secretário
RAFAEL BIANCONI 
Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)
1ª Tesoureira
MARA LUCIA LEITE RIBEIRO 
Hospital do Coração (HCor)
2ª Tesoureira
ANA LUCIA GARGIONE 
GALVÃO DE SANT´ANNA
Faculdade de Medicina do ABC
Diretora do 
Conselho Fiscal
MARCIA HITOMI 
TAKEITI
InCor – HC – FMUSP
Membro
LIRAINE LAURA FARAH 
UNIMED de Guarulhos 
Membro
CECÍLIA DA SILVA 
ANGELO 
A. C. Camargo Cancer Center
Diretora da Comissão 
de Assistência
SIMONE GARCIA LOPES 
Faculdade de Medicina do ABC
Membro
JULIANA RIZZO 
GNATTA 
Hospital Universitário (HU)
Membro
THIAGO FRANCO 
GONÇALVES
Hospital e Maternidade Brasil 
 – Rede D´Or
Diretora da Comissão 
de Educação
VANESSA DE 
BRITO POVEDA 
Escola de Enfermagem da 
Universidade de São Paulo (EEUSP)
Membro
DÉBORA CRISTINA 
POPOV
Universidade Santo Amaro (UNISA) / 
Universidade Paulista (UNIP)
Membro
WAGNER AGUIAR 
JUNIOR 
Hospital Universitário (HU)
Diretora da Comissão 
de Publicação 
e Divulgação
RACHEL DE CARVALHO 
Faculdade Israelita de Ciências da Saúde 
Albert Einstein (FICSAE)
Membro
RITA CATALINA 
AQUINO CAREGNATO 
Unv. Fed. de Ciências da Saúde de 
Porto Alegre (UFCSPA) 
Membro
MARIA BELEN 
SALAZAR POSSO
Faculdade de Pindamonhangaba 
(FUNVIC)
Diretora de Eventos Regionais
SORAYA PALAZZO 
Centro Universitário São Camilo
ELEIÇÃO
SOBECC com Você 11
Gerenciamento 
em Enfermagem
Uma reflexão sobre o tema Gerenciamento em 
Enfermagem deve considerar, entre outros, alguns 
pontos essenciais. Um deles explicita que o desempe-
nho do enfermeiro, nas diferentes áreas da assistên-
cia à saúde, demanda competências profissionais nos 
quatro processos de trabalho que integram seu âmbi-
to de atuação: o processo assistencial, o gerencial, o 
educacional e o processo investigativo. Outro pron-
to evidencia que, frente a esta realidade, a atuação do 
enfermeiro em um Centro Cirúrgico abarca os quatro 
processos de trabalho, exigindo, assim, o domínio de 
competências nas dimensões técnico-científica, so-
cioeducativa e ético-política.
Um outro ponto considera algumas premissas no res-
gate do cotidiano onde se desenvolve a assistência à 
saúde, com o foco na relação vivida entre os diferen-
tes profissionais e entre estes e a organização. Assim 
as premissas: o trabalho é competitivo frente ao mun-
do globalizado; o domínio atualizado da tecnologia é 
um dos indicadores de desempenho individual e orga-
nizacional e, o fator econômico é elemento hegemô-
nico na avaliação dos resultados organizacionais, são 
elementos fundantes nesta análise. 
Neste contexto, para o desempenho das competências 
técnico-científicas é exigido do enfermeiro, conheci-
mento científico pertinente, contextualizado e atualiza-
do, bem como destreza na sua área de atuação, sendo, 
esta capacitação, imprescindível para o profissional se 
manter qualificado no mercado de trabalho.
No que se refere às competências socioeducativas 
do enfermeiro, que atua como responsável em um 
Centro Cirúrgico, emergem como atribuições especí-
ficas: a capacitação permanente do pessoal de enfer-
magem e a orientação, em saúde, demandada pelos 
pacientes e familiares. Quanto às competências éti-
co-políticas, o enfermeiro participa, ou deveria parti-
cipar, da proposição e/ou modificação da estrutura 
formal da organização, bem como das políticas, dire-
trizes, normas, programas e protocolos institucionais 
gerais, e da área de atuação específica, uma vez que 
estes fatores influenciam, e até determinam, as condi-
ções nas quais os profissionais de enfermagem desen-
volvem o trabalho.
Apreende-se, também, que respeitada a natureza de 
cada um dos processos de trabalho, estes se concre-
tizam, no cotidiano da prática profissional, de forma 
complementar e não excludente.
Quando o foco a ser analisado é o processo de traba-
lho gerencial desenvolvido pelo enfermeiro de Centro 
Cirúrgico, chama atenção a capacitação do enfermei-
ro no referente às competências ético-políticas, por 
serem estas as mais emblemáticas e problemáticas, 
tanto na formação e capacitação do enfermeiro como 
na sua atuação profissional.
Sem a pretensão de explicar o complexo processo das 
relações profissionais, pode-se refletir sobre alguns fa-
tores que ajudam no entendimento desse fenômeno 
e, assim, conduzir, de maneira mais consensual e hu-
mana, as decisões que envolvem o convívio no traba-
lho em saúde.
Por Profa. Dra. Paulina Kurcgant*
SOBECC com Você12
Dois elementos que integram e caracterizam o con-
ceito de competências ético-políticas explicam a di-
ficuldade dos enfermeiros para esta capacitação: a 
compreensão dos significados de poder e de cultu-
ra organizacional. Por serem elementos conceituais 
e de difícil apreensão concreta, devem ser aborda-
dos partindo da realidade vivida.
Assim, a relação estreita entre cultura e poder pode 
ser entendida pelo carater relacional existente em 
ambos. Desse modo, assim como a cultura, o po-
der concretiza-se nas relações e nas práticas coti-
dianas, extrapolando os limites da estrutura formal e 
de todo aparato legal.
Como os mecanismos do poder guardam os mes-
mos valores, crenças, e ideologias da cultura or-
ganizacional, também agem como elementos de 
manutenção do status quo e como reforço da iden-
tidade organizacional.
Por outro lado, a atuação do enfermeiro, frente às 
decisões e ações gerenciais, tem sido efetivada de 
formatécnica e não contextualizada. Para que haja 
esta contextualização, há a necessidade de se aco-
plar, às atividades técnicas do processo de trabalho, 
a dimensão ético-política. Para que isto aconteça, o 
enfermeiro tem que rever, humilde e reflexivamen-
te, a leitura que faz da realidade onde atua, deci-
de e age. Deve refletir sobre como assume o papel 
de interlocutor dos profissionais de Enfermagem, os 
quais representa junto ao grupo deliberativo da ins-
tituição e, como reconhece e encaminha, à equipe 
de Enfermagem que representa, sua percepção a 
respeito dos interesses e intencionalidades do gru-
po de maior poder na instituição. Estas pontuações 
integram o significado de competências ético-po-
líticas do enfermeiro quando passa de uma leitura 
ingênua e linear da realidade para a aceitação de 
diferentes posicionamentos, interesses e intencio-
nalidades como fatores considerados nas decisões 
e ações gerenciais.
Por outro lado, o desenvolvimento de competências 
ético-políticas avança quando o enfermeiro e a equi-
pe de Enfermagem passam a acoplar, às atividades 
técnicas, novos significados, ou seja, passam a ter 
novas leituras da realidade vivida com a percepção 
de novos caminhos e possibilidades de atuação e de 
transformação da realidade.
Esta nova capacitação e apreensão da realidade dá 
consistência à formação de vínculos e compromis-
sos pessoais e institucionais que são significativos, 
tanto para a realização profissional, de cada agen-
te, como para as inovações necessárias ao avanço 
da organização.
Finalizando este momento de reflexão, deve-se 
considerar que o enfermeiro com conhecimentos 
atualizados nas dimensões técnico-científica e so-
cioeducativa somente terá um desempenho de qua-
lidade se esses conhecimentos forem concretiza-
dos, na prática, de forma politica e ética.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Paulina Kurcgant é Professora Emérita da Escola de Enfermagem da USP 
– EEUSP, Professora Sênior e Titular do Departamento de Orientação 
Profissional da EEUSP e Professora Doutora, Livre-Docente do 
Departamento de Orientação Profissional da EEUSP.
SOBECC com Você 13
Um novo paradigma no CME
Com uma longa trajetória na Enfermagem, a coor-
denadora do CME da Irmandade da Santa Casa de 
Misericórdia de Porto Alegre, Carmen Eulalia Pozzer, 
identificou uma lacuna no conhecimento sobre a pre-
servação da desinfecção de Produtos para Saúde (PPS) 
submetidos à desinfecção térmica. A pesquisa reali-
zada por Carmen, em sua dissertação de mestrado 
“Desinfecção térmica de Produtos para Saúde (PPS) 
e sua preservação em sistema de barreira”, compro-
va que os PPS termodesinfetados podem ser armaze-
nados no CME por até 70 dias após processamento, 
quebrando o paradigma existente de que produtos de-
sinfetados devem ser utilizados imediatamente após a 
desinfecção. O estudo contou com profissionais: Profa. 
Heloisa Helena Karnas Hoefel da UFRGS, a enfermeira 
Celia Maria Rabaioli, a bióloga Ivana Gottardo Rocha, a 
engenheira Clínica Dra. Léria Rosane Holsbach, além 
das equipes da Santa Casa de Misericórdia de Porto 
Alegre e a Profa. Dra. Rita Catalina Aquino Caregnato, 
orientadora do mestrado da Universidade Federal de 
Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). “As pes-
quisas cada vez mais enriquecem com a participação 
de equipes multidisciplinares”, assinala Carmen.
SOBECC: O que a motivou a realizar esta 
pesquisa?
Carmen Eulalia Pozzer: Na prática, os Estabe-
lecimentos de Assistência à Saúde (EAS) acabam ar-
mazenando o produto, porque é impraticável utilizá-lo 
imediatamente. A recomendação para uso imediato 
de PPS desinfetado é baseada em um conceito de que 
a umidade propicia o crescimento de microrganis-
mos. As recomendações de uso imediato não consi-
deram que hoje dispomos de equipamentos, como as 
lavadoras termodesinfetadoras de PPS, que permitem 
o processamento (pré-limpeza, limpeza, desinfecção 
térmica e secagem) automatizado, oferecendo vanta-
gens como padronização dos processos e a garantia 
de secagem que, ainda, poderá ser complementada 
por secadora própria. Outro benefício é a possibilida-
de de utilização de um Sistema de Barreira (SB) espe-
cífico para produtos desinfetados.
Diante desse cenário, fez-se necessário buscar novos 
conhecimentos, e um protocolo baseado em evidên-
cias, a fim de garantir a segurança do paciente. Assim, 
conduzimos a investigação para conhecer o tempo 
de preservação dos PPS após a desinfecção térmica 
em condições controladas, embalados em SB próprio 
e armazenamento em local limpo e seco. A finalidade 
da pesquisa foi buscar o aperfeiçoamento do proces-
so, considerando que é fundamental garantir a efeti-
vidade do processamento propiciando, assim, a segu-
rança do paciente no reuso dos PPS processados.
SOBECC: Comente sobre a pesquisa.
Carmen: Em 2013, realizamos um estudo piloto so-
bre carga microbiana de PPS utilizados na assistên-
cia respiratória pediátrica após desinfecção térmica 
e armazenamento sob condições controladas. Para 
essa pesquisa, foi desenvolvido um SB próprio em 
parceria com uma indústria, para a guarda e prote-
ção dos produtos semicríticos submetidos à desin-
fecção, garantindo que eles pudessem ser utiliza-
dos sem causar danos. Esse SB próprio e seguro não 
existia até então. O estudo mostrou não ter ocor-
rido crescimento de microrganismos patogênicos 
nos PPS de assistência ventilatória armazenados até 
49 dias. Porém, não apontava o conhecimento da 
carga microbiana de todas as amostras estudadas, o 
que nos levou a dar continuidade à pesquisa nesta 
Pesquisa comprova que PPS termodesinfetados podem 
ser armazenados por até 70 dias
SOBECC com Você14
ENTREVISTA
O uso imediato de PPS desinfetado é baseada em um 
conceito antigo, de 1968, que determinava o tipo de 
tratamento requerido ao material, e não considera que hoje 
temos uma ampla oferta de PSS, que surge com o avanço 
tecnológico, além de equipamentos modernos.
dissertação de mestrado, validando, portanto, com 
a carga microbiana conhecida. 
Para a investigação da pesquisa, foram utilizados PPS 
de assistência respiratória: máscaras, traqueias e ex-
tensores. As amostras, primeiramente, foram esterili-
zadas no CME, para serem artificialmente contamina-
das com microrganismos Pseudomonas aeruginosa 
ATCC 27853, um dos prevalentes nas infecções res-
piratórias em EAS do Brasil. Após um tempo neces-
sário para secagem do inóculo, as amostras retorna-
ram ao CME para o processamento, passando pelas 
etapas: limpeza, desinfecção térmica, secagem, em-
balagem em SB próprio, selagem e armazenamen-
to. Imediatamente após o processamento, parte das 
amostras (120 unidades) foi encaminhada para análi-
se no laboratório e as demais (140 unidades) envia-
das gradativamente ao longo de 70 dias. O resulta-
do comprovou que todas as amostras analisadas não 
apresentaram crescimento bacteriano.
SOBECC: Quais são as condições ideais de 
processamento que asseguram o uso de 
PPS armazenados?
Carmen: No Brasil, não existem determinações dos 
órgãos oficiais para operacionalização de tempo e 
temperatura das lavadoras termodesinfetadoras. 
Todo o equipamento em todo o mundo necessita de 
comprovação da efetividade do seu desempenho por 
meio de qualificações e com intervenções preventi-
vas periódicas determinadas pelos fabricantes e reco-
mendações técnicas. Nesta pesquisa, foram utiliza-
dos os seguintes parâmetros físicos para desinfecção 
térmica: água com temperatura entre 90°C e 93°C 
por 10 minutos e secagem por 20 minutos a 60°C. 
O detergente utilizado para a limpeza foi um mul-
tienzimático, cinco enzimas, em conformidade com 
a Legislação Sanitária vigente. Para garantir o proces-
samento dos produtos até o momento de uso, fo-
ram embalados em SB desenvolvido especificamen-
te para PPS desinfetados. Os resultados do estudo 
encontrados sugerem que PPS mantêm-se seguros 
para usopor até 70 dias após processamento, tempo 
da condução do estudo. Vale ressaltar que cada insti-
tuição deve validar seus processos e que esses dados 
só podem ser utilizados se o processamento for rea-
lizado nas mesmas condições aqui descritas. 
SOBECC: Quais são os próximos passos?
Carmen: Com os resultados desta pesquisa, desen-
volvemos um vídeo educativo sobre desinfecção tér-
mica de PPS para assistência ventilatória e sua pre-
servação em SB, que demonstra detalhadamente 
todos os passos do processamento validado. O estu-
do também será submetido a publicações científicas, 
a fim de informar aos profissionais de CME essa pos-
sibilidade de mudança de paradigma.
A Enfermeira Carmen Eulalia 
Pozzer é Mestre em Ensino 
na Saúde, com ênfase em 
Integração e Serviços de Saúde 
na Formação Profissional, MBA 
em Gestão Empresarial e ocu-
pa o cargo de coordenadora 
de CME da Irmandade da Santa 
de Casa de Misericórdia de Porto Alegre. 
Contato: pozzer@santacasa.tche.br
SOBECC com Você 15
Infecção 
de Sítio 
Cirúrgico
Uma das principais infecções ocorridas em 
serviços de saúde em âmbito mundial
SOBECC com Você16
ESPECIAL
O último levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2009, 
aponta que 1,4 milhão de infecções ocorre a qualquer momento, tanto 
em países desenvolvidos, quanto em desenvolvimento1. Entende-se por 
Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) as infecções da incisão, do órgão ou da 
cavidade que ocorrem após uma cirurgia. Nos EUA, entre 2006 e 2009, as 
infecções em local primário complicaram aproximadamente 1,9% das cirur-
gias. Especialistas estimam que o número verdadeiro seja maior, conside-
rando que cerca de metade das ISC se manifesta após a alta. 
De acordo com a Dra em Enfermagem e Especialista em Prevenção e 
Controle de Infecção, Julia Yaeko Kawagoe, “as ISC têm sido destaque nas 
últimas décadas, seja na mídia, devido aos relatos de surtos infecciosos, ou 
na comunidade científica. Os riscos para ISC são multifatoriais e a preven-
ção destas é complexa e requer a integração de uma série de medidas pre-
ventivas nos períodos antes, durante e após a cirurgia”, afirma.
Sobre a magnitude das ISC, Julia cita um estudo de revi-
são sistemática das Infecções Relacionadas à Assistência à 
Saúde (IRAS) em países em desenvolvimento (1995-2008), 
para o qual os pesquisadores avaliaram as ISC. De acor-
do com esse estudo: “Dos 57 artigos, nove eram estudos 
brasileiros. Os resultados mostraram incidência acumula-
da de ISC de 11,8 por 100 pacientes submetidos a procedi-
mento cirúrgicos (IC 95%: 8,6-16,0). Quando estratificadas 
por potencial de contaminação (cirurgias limpas, potencial-
mente contaminadas, contaminadas e infetadas, a média 
de ISC foi 7,6 (IC 95%: 1,3-79,0), 13,7 (IC 95%: 1,5-81,0), 14,3 
(IC 95%: 0,5-65,5) e 39,2 (IC 95%: 0,2-100,0) por 100 proce-
dimentos cirúrgicos respectivamente2”.
A especialista destaca que a epidemiologia e a magnitude das ISC são des-
conhecidas no Brasil por não existir um sistema de notificação nacional. 
A tendência das cirurgias ocorrerem ambulatorialmente também dificul-
ta a vigilância e o diagnóstico dessas infecções. No Brasil, a ISC ocu-
pa a terceira posição entre todas as infecções ocorridas em serviços de 
saúde, compreendendo cerca de 14% a 16% daquelas encontradas em 
pacientes hospitalizados3.
A Profa. Dra. Rita Catalina Aquino Caregnato, da Universidade Federal de 
Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), ressalta que as ISC são con-
dições associadas aos cuidados de saúde, sendo, portanto, evitáveis e que 
há a necessidade de um amplo empenho dos profissionais de saúde para 
mantê-las sob controle. “O Centro Cirúrgico (CC) e a Unidade de Terapia 
Intensiva (UTI) são as áreas mais críticas em um ambiente hospitalar, por 
oferecerem grande risco de transmissão de infecção em massa. Com a imu-
nidade abalada, o paciente está muito mais suscetível às infecções, devido 
aos procedimentos invasivos”, assinala.
No Brasil, a 
ISC ocupa 
a terceira 
posição 
entre todas 
IRAS
SOBECC com Você 17
Na docência com foco nas disciplinas de Centro 
Cirúrgico (CC), Centro de Material e Esterilização (CME) 
e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Rita, que anterior-
mente atuou na assistência, somando 36 anos de ex-
periência na área, enfatiza que a epidemiologia das ISC 
é um processo dinâmico, que envolve fatores relacio-
nados ao ambiente hospitalar, ao instrumental, aos pro-
cessos de trabalho, ao paciente e aos patógenos. 
Segundo a doutora, para controle das ISC se faz ne-
cessário conhecer a magnitude e a gravidade de sua 
ocorrência na instituição de saúde. A identificação 
das infecções é fator primordial, pois permite que se 
atue nas causas do problema, utilizando diversas es-
tratégias. “A investigação ativa das ocorrências é fun-
damental para identificação, mensuração e controle 
de ISC”, afirma.
O caminho da investigação, de acordo com Rita, deve 
analisar as variáveis que estão interferindo em um sur-
to, que são: estado geral dos pacientes, procedimentos 
aos quais os pacientes foram submetidos, processos de 
assistência da equipe e, como último fator, influência 
do ambiente. Ou seja, questionar se a causa do proble-
ma está relacionada ao paciente, aos materiais, à equi-
pe ou ao ambiente.
“Recordo sobre uma investigação de surto de esca-
biose em uma instituição de saúde. Ao avaliar essas 
variáveis, identificamos que as roupas não estavam 
sendo bem passadas. Um outro caso de investiga-
ção de infecções identificou que um residente usava 
a máscara abaixo do nariz, transmitindo o microrga-
nismo causador da infecção para o paciente”, conta.
“Às vezes, é realizada uma enorme investigação epi-
demiológica e não é identificada a causa. Nesse 
caso, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
(CCIH) deve atuar com medidas gerais de prevenção. 
Por exemplo: fechar a UTI, revisar processos, higieni-
zar o ambiente e fazer um amplo trabalho de cons-
cientização da equipe”, diz.
Rita alerta que uma infecção pode afetar todo sis-
tema imunológico, dificultando o funcionamen-
to dos órgãos, causando o choque séptico. “Primeiro 
ocorre a infecção, depois desencadeia a sepse”, diz. 
O Brasil tem uma das mais altas taxas de mortalidade 
por sepse do mundo, cerca de 55% dos casos, segundo 
dados do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS)4.
Microrganismos multirresistentes
Na ocorrência de ISC, deve-se considerar também 
a questão dos microrganismos multirresistentes, ou 
seja, aqueles resistentes a várias classes de antimi-
crobianos. Segundo a ANVISA, “são introduzidos nas 
instituições de duas formas principais: por pacien-
tes colonizados e/ou infectados por microrganismos 
multirresistentes; e devido à pressão seletiva ocasio-
nada pelo uso de antimicrobianos”. Sobre a transmis-
são paciente a paciente, a ANVISA diz: “se dá usual-
mente por meio das mãos dos profissionais de saúde 
ou de equipamentos contaminados, aumentando a in-
cidência desses patógenos multirresistentes”.
“A cada dia que passa, o uso inadequado de antimicro-
bianos vem aumentando a quantidade de cepas mul-
tirresistentes, sendo maior do que a quantidade de 
SOBECC com Você18
antibióticos disponíveis no mercado. Sempre que há um 
surto no CC ou na UTI, a CCIH deve realizar a investiga-
ção e implementar medidas de prevenção”, orienta Rita.
Para o surgimento de infecções por microrganismos 
multirresistentes, de acordo com a ANVISA, são fato-
res: “a combinação de pacientes susceptíveis devido à 
doença de base e o uso de procedimentos invasivos, 
com a utilização prolongada e abusiva de antimicro-
bianos, juntamente com a ocorrência da transmissão 
cruzada de microrganismos entre pacientes”. 
“Prevenir as ISC é de fundamental importância, evitan-
do danos ao paciente, e também de grande contribui-
ção no controle das bactérias multirresistentes, no sen-
tido de evitar a terapia antimicrobiana”,reforça Julia.
Guia global da OMS para prevenir ISC
Sobre prevenção das ISC nos serviços de saúde, Julia, 
que também é docente de Mestrado na Faculdade 
Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE), 
orienta que os profissionais sigam as recomendações 
do guia global para prevenção de ISC da OMS (Global 
Guidelines for the Prevention of Surgical Site Infection5), 
e implementem as recomendações, de acordo com 
seus recursos. Esse guia, publicado em novembro de 
2016, foi elaborado a partir de 26 revisões sistemáti-
cas, sintetizando as evidências por meio de recomen-
dações divididas em medidas de prevenção de ISC para 
os períodos pré-operatório, intra-operatório e pós-ope-
ratório (Ver guia na página 20).
“Cada recomendação de prevenção de ISC no pré, intra 
e pós-operatório, foi descrita como forte (os especialis-
tas têm confiança que os benefícios da intervenção su-
peram os riscos) ou condicional (os especialistas consi-
deram que os benefícios da intervenção provavelmente 
superam os riscos). Além disso, as evidências que em-
basam cada recomendação foram classificadas quan-
to à qualidade dos estudos, conforme a metodologia 
GRADE (Grading of Recommendations Assessment, 
Development and Evaluation) em: alta, moderada, bai-
xa ou muito baixa”, explica Julia.
“O enfermeiro como membro integrante da equipe mul-
tidisciplinar no cuidado ao paciente cirúrgico, é elemen-
to-chave na prevenção e no controle das ISC, no pré, 
intra e pós-operatório. Conhecer essas recomendações 
baseadas em evidências científicas, participar ativamen-
te na implementação das mesmas, atuando, desde o 
planejamento, execução, até a avaliação dos resultados 
(como indicadores de qualidade), é fundamental para 
garantir sucesso de um programa de paciente cirúrgico 
seguro, de qualquer especialidade”, assinala Júlia.
Julia destaca, ainda, que outros cuidados também de-
vem ser observados e fazer parte das políticas, rotinas 
e procedimentos:
• Limpeza e desinfecção dos equipamentos e do 
ambiente (limpeza concorrente e terminal);
• Adesão à higiene das mãos nos Cinco Momentos, 
por parte das equipes;
• Controle do tráfego nas salas operatórias, mantendo 
a porta fechada;
• Técnica asséptica na inserção e manutenção de 
dispositivos invasivos (acessos vasculares, cateter 
vesical, entre outros);
• Uso adequado de Equipamentos de Proteção 
Individual (EPI);
• Orientação de pacientes e familiares.
Referências: 
1. World Health Organzization. Guidelines on Hand Hygiene 
in Health Care. First Global Patient Safety Challenge Clean 
Care is Safer Care. WHO, 2009.
2. Allegranzi B, Nejad SB, Combescure C, Graafmans W, Attar 
H, Donaldson L, Pittet D. Burden of endemic health-care-
associated infection in developing countries: systematic 
review and meta-analysis. Lancet 2011; 377: 228–41.
3. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Medidas de 
Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde/
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Brasília: Anvisa, 
2017. P 136. Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/ 
s e g u r a n c a d o p a c i e n t e / i n d e x . p h p / p u b l i c a c o e s /
category/cursos-aulas-e-seminarios
4. Instituto Latino-americano de Sepse. Sepse: um 
problema de saúde pública. ILAS,2016. Disponível em: 
http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-
sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
5. World Health Organization. Global Guidelines for the 
Prevention of Surgical Site Infection. WHO, 2016. Disponível 
em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/250680/ 
1/9789241549882-eng.pdf?ua=1
ESPECIAL
SOBECC com Você 19
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/category/cursos-aulas-e-seminarios
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/category/cursos-aulas-e-seminarios
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/category/cursos-aulas-e-seminarios
http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas
http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/250680/1/9789241549882-eng.pdf?ua=1
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/250680/1/9789241549882-eng.pdf?ua=1
Cuidados pré-operatórios (OMS, 2016)
Cuidado Recomendação
Classificação 
recomendação 
Qualidade 
evidência
1. Banho pré-operatório
Banho antes da cirurgia com sabonete simples ou 
antimicrobiano.
Condicional Moderada
2. Descolonização 
de Staphylococcus aureus  
em portadores nasais
 Cirurgia cardiotorácica ou ortopédica deve receber 
aplicações perioperatórias intranasais de pomada 
de mupirocina a 2% com ou sem a combinação de 
banho corporal com clorexedina (CHG).
Forte Moderada
"Considerar tratar também pacientes submetidos 
a outros tipos de cirurgia – avaliar dados 
epidemiológicos locais e fatores de risco."
Condicional Moderada
3. Triagem para colonização 
por bactérias produtoras de 
beta-lactamases de espectro 
estendido (ESBL) e impacto da 
antibiótico profilaxia cirúrgica 
Nenhuma recomendação por falta de evidência científica.
4. Momento ideal para a 
profilaxia antimicrobiana 
cirúrgica pré-operatória
Administrar profilaxia antimicrobiana antes da 
incisão cirúrgica quando indicado (dependendo do 
tipo de cirurgia). 
Forte Baixa
Administrar profilaxia antimicrobiana em até 120 
minutos antes da incisão, considerando a meia-vida 
do antibiótico. 
Forte Moderada
5. Preparo mecânico do intestino 
e uso de antibióticos orais
Administrar antibióticos orais pré-operatórios 
combinados com o preparo mecânico do intestino 
para reduzir o risco de ISC em pacientes adultos 
submetidos à cirurgia colorretal eletiva. 
Condicional Moderada
Nâo realizar preparo mecânico do intestino sem 
a administração de antibióticos orais, com a 
finalidade de reduzir risco de ISC em pacientes 
adultos que farão cirurgia colorretal eletiva.
Forte Moderada
6. Tricotomia
Cabelos/pelos não devem ser removidos ou, se 
absolutamente necessário apenas com máquinas 
de aparar (clipper). Uso de lâmina é fortemente 
desencorajado em qualquer momento, 
seja no pré-operatório ou na sala operatótia. 
Forte Moderada
7. Preparo do sítio cirúrgico
Soluções antissépticas alcoólicas à base de 
clorexedina. Não utilizar em mucosas e neonatos.
Forte Baixa a moderada
8. Selantes antimicrobianos 
para a pele
Não devem ser usados após a preparação da pele 
do sítio cirúrgico, com a finalidade de reduzir ISC.
Condicional Muito baixa
9. Preparo cirúrgico das mãos
Realizar com sabonete antimicrobiano apropriado e 
água ou friccionando as mãos e os antebraços com 
preparação alcoólica antes de calçar luvas estéreis.
Forte Moderada
SOBECC com Você20
Cuidados pré-operatórios e/ou intraoperatórios (OMS, 2016)
Cuidado Recomendação
Classificação 
recomendação 
Qualidade 
evidência
10. Melhoria do suporte nutricional
Considerar administrar fórmulas nutricionais orais 
ou entéricas reforçadas com múltiplos nutrientes 
para prevenir ISC em pacientes com baixo peso e 
que passarão por grandes cirurgias. 
Condicional Muito baixa
11. Suspensão perioperatória de 
agentes imunossupressores
Não interromper medicamentos imunossupressores 
antes da cirurgia com a finalidade de prevenir ISC.
Condicional Muito baixa
12. Oxigenação perioperatória
Pacientes adultos submetidos à anestesia geral 
com intubação endotraqueal para procedimentos 
cirúrgicos devem receber uma fração de 80% de 
oxigênio inspirado (FiO
2
) no intraoperatório e, se 
possível, no pós-operatório imediato por 2-6 horas 
para reduzir o risco de ISC.
Forte Moderada
13. Manter a temperatura 
corporal normal (360 C) 
Usar dispositivos de aquecimento na SO e 
durante o procedimento cirúrgico para o 
aquecimento corporal do paciente com a 
finalidade de reduzir ISC.
Condicional Moderada
Reduz outros eventos- do miocárdio, perda de sangue e necessidade de transfusão.
14. Uso de protocolos para 
controle intensivo de 
glicemia no perioperatório
Protocolos, tanto para pacientes adultos 
diabéticos, quanto não diabéticos submetidos 
a procedimentos cirúrgicos para reduzir o risco 
de ISC .
Condicional Baixa
15. Manutenção do controle 
adequado do volume circulante/
normovolemia
Terapia de fluidos guiada por objetivos (goal-
directed fluid therapy (GDFT)) no intraoperatório 
para reduzir o risco de ISC .
Condicional Baixa
16. Campos e aventais cirúrgicos
Campos estéreis de tecido reutilizáveis ou 
descartáveis, assim como aventais cirúrgicos 
(reutilizáveis ou descartáveis), podem ser utilizados 
durante cirurgias com o objetivo de prevenir ISC. 
Condicional 
Moderada a muito 
baixa
Não utilizar campos adesivos de plástico com ou 
sem propriedades antimicrobianas com a finalidade 
de prevenir ISC .
Condicional Baixa a muito baixa
17. Dispositivos para 
proteção de feridas
Considerar o uso de dispositivos de proteção de 
feridas em cirurgias abdominais potencialmente 
contaminadas, contaminadas e infectadas com a 
finalidade de reduzir a taxa de ISC. 
Condicional Muito baixa
ESPECIAL
SOBECC com Você 21
ESPECIAL
Cuidados pré-operatórios e/ou intraoperatórios (OMS, 2016)
Cuidado Recomendação
Classificação 
recomendação 
Qualidade 
evidência
18. Irrigação da ferida incisional
Não há evidência suficiente para recomendar a 
favor ou contra a irrigação da ferida incisional 
com solução salina antes do fechamento com a 
finalidade de prevenir ISC. 
Nenhuma recomendação
Considerar irrigação da ferida incisional com uma 
solução aquosa de PVP-I antes do fechamento 
com a finalidade de prevenir ISC, particularmente 
em feridas limpas e potencialmente contaminadas. 
Condicional Baixa
Não realizar irrigação de feridas incisionais com 
antibióticos antes do fechamento com a finalidade 
de prevenir ISC.
Condicional Baixa
19. Terapia profilática 
com pressão negativa
Pacientes adultos com fechamento primário de 
incisão cirúrgica, desde que sejam feridas de 
alto risco, com a finalidade de prevenção de ISC, 
levando em consideração os recursos disponíveis. 
Condicional Baixa
20. Utilização de luvas cirúrgicas
"Devido à falta de evidências, nenhuma 
recomendação sobre uso luva dupla ou a troca 
de luvas durante cirurgias, ou ainda o uso de tipos 
específicos de luvas, quanto à eficácia na redução 
do risco de ISC. 
Nenhuma recomendação
21. Troca de instrumentais cirúrgicos
O painel decidiu não formular nenhuma 
recomendação sobre este tema, devido à falta 
de evidências.
Nenhuma recomendação
22. Fios de sutura revestidas 
com antimicrobianos
Utilizar fios de sutura revestidas com triclosan 
com a finalidade de reduzir o risco de ISC, 
independentemente do tipo de cirurgia. 
Condicional Moderada
23. Sistemas de ventilação 
com fluxo laminar de ar 
na sala cirúrgica
Sistemas de ventilação com fluxo laminar de ar não 
devem ser usados para reduzir o risco de ISC para 
pacientes submetidos a cirurgia de artroplastia total. 
Condicional Baixa a muito baixa
Aconselhável assegurar uma boa taxa de ventilação da sala operatória e manutenção adequada dos 
componentes do sistema de ventilação instalado.
Cuidados pós-operatórios (OMS, 2016)
Cuidado Recomendação
Classificação 
recomendação 
Qualidade 
evidência
24. Profilaxia antimicrobiana 
cirúrgica
Contraindica o prolongamento da administração de 
profilaxia antimicrobiana cirúrgica após a conclusão 
da cirurgia com o propósito de prevenir ISC. 
Forte Moderada
25. Curativos avançados
Não usar qualquer tipo de curativo avançado ao 
invés de um curativo padrão sobre feridas cirúrgicas 
com fechamento primário com a finalidade de 
prevenir ISC.
Condicional Baixa
26. Profilaxia antimicrobiana 
na presença de um dreno e 
tempo para remoção do 
dreno da ferida operatória
Não deve ser continuada na presença de um dreno 
na ferida com a finalidade de prevenir ISC.
Condicional Baixa
Remover o dreno da ferida quando clinicamente 
indicado. Nenhuma evidência foi encontrada para 
recomendar um momento ótimo de remoção do 
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Ferramentas para melhora 
no controle de tráfego
Você ficaria surpreso ao saber que as portas do seu CC se 
abrem a cada 90 segundos durante um procedimento?
Coordenadores perioperatórios do Centro Médico 
Eisenhower (Eisenhower Medical Center) na cidade 
de “Rancho Mirage”, na Califórnia (EUA), surpreende-
ram-se ao constatar uma alta frequência de tráfego no 
Centro Cirúrgico (CC), por meio de dados coletados 
em uma avaliação que fizeram em 2015 após percebe-
rem o aumento do número de Infecções em CC (ICC), 
diz a educadora clínica perioperatória Cera Salamone. 
Ainda que a taxa de crescimento de ICC estivesse abai-
xo do padrão de referência, este crescimento do núme-
ro de infecções fez com que Salamone e seus colegas 
na coordenação de serviços perioperatórios e preven-
ção de infecções explorassem a possibilidade do tráfe-
go ser uma possível causa disso. Eles desenvolveram 
uma ferramenta de avaliação de tráfego bem simples, 
que modificou o trabalho dos funcionários, durante a 
observação de casos cirúrgicos. Ela consistia no regis-
tro de cada abertura de portas no CC durante um pro-
cedimento, assim como de quem as abria.
Além de observar a frequência do tráfego, os funcioná-
rios que faziam a pesquisa notaram que, muitas vezes, 
as portas eram abertas por outros funcionários, que sim-
plesmente queriam fazer perguntas como: “Vocês preci-
sam de ajuda?” ou “Vocês precisam fazer um intervalo?”
“Quando se trabalha em um ambiente de CC diariamen-
te, não se percebe que o tráfego está maior que usual-
mente, porque tudo isso faz parte da prática do dia a 
dia”, observa Salamone. “Avaliar o tráfego local realmen-
te abriu nossos olhos para o risco potencial que os pa-
cientes estão correndo”. 
Estes dados sobre tráfego foram compartilhados com 
um grupo de alunos do “Periop 101”, que utilizaram as 
descobertas obtidas para aprimoramento de um pro-
jeto para melhora de qualidade, desenvolvido para di-
minuir o tráfego do CC. Para começar, os alunos co-
letaram evidências sobre os efeitos prejudiciais do 
tráfego intenso no CC. Um estudo que avaliou o trá-
fego em CC em relação a resultados obtidos com pa-
cientes, concluiu que somente 25% dos pacientes 
submetidos à cirurgia para substituição articular total, 
que desenvolvem infecção na articulação após a ci-
rurgia, voltam para casa.1 
Desde que 40% dos casos cirúrgicosdo Centro Médico 
Eisenhower são ortopédicos, este estudo inspirou os 
alunos a abordar este projeto diligentemente, para que 
o tráfego intenso no CC fosse eliminado como um 
possível fator contribuinte para resultados de cirurgias 
abaixo do ideal, incluindo infecções, explica Salamone. 
Implementando controle do tráfego
O grupo decidiu utilizar taxas atuais de ICC do último tri-
mestre fiscal de 2015 como métrica de base na compa-
ração do período anterior e posterior da implementação 
de um protocolo baseado em evidência para minimiza-
ção do tráfego em CC. Como parte da elaboração desse 
protocolo, os alunos, Salamone e outros coordenado-
res perioperatórios fizeram reuniões com funcionários 
em gerência para compartilhar os dados das avaliações, 
assim como as evidências sobre os padrões recomen-
dados para o tráfego em CC e políticas organizacionais, 
para iniciar conversas que visassem descobrir as causas 
principais do alto fluxo de tráfego em seus CC.
SOBECC com Você24
AORN
Eles descobriram que enfermeiros não sentem que 
têm autonomia para falar com franqueza sobre aber-
turas de portas não essenciais. Eles também descobri-
ram que cartões preferenciais estavam desatualizados 
e, em muitos casos, especialmente em CC ambulato-
riais, precisavam de itens que não estavam disponíveis 
no local de uso.
“Também descobrimos discrepâncias sobre os acer-
tos pré-operatórios feitos com cirurgiões para escla-
recimento do que seria necessário para a cirurgia”, 
diz Salamone. “Obter estes insights da coordena-
ção foi muito importante para o projeto, não somen-
te para compreensão dos empecilhos para um bom 
controle de tráfego, mas também para que aprendês-
semos como adequar e aplicar soluções para o con-
trole de tráfego”. 
Foram desenvolvidas sete intervenções específicas 
para controle de tráfego, implementadas pelo gru-
po de alunos do “Periop 101”, com a colaboração de 
Salamone, cirurgiões e outras partes interessadas na 
prevenção de infecção e controle de materiais (para 
supervisão de ações de controle de tráfego que afe-
tassem representantes). Essas intervenções incluem:
1. Elaborar placas laminadas para portas 
em casos específicos 
Tais placas incluem linguagem acordada, padrão 
para indicação de entrada controlada, com palavras 
como “não entre” ou “isolamento”.
2. Instalar quadros para recados na porta 
do CC para mensagens de última hora
Este recurso serve para notas rápidas relacionadas a 
um caso específico, como certos números de ramais 
de funcionários para que seja possível falar com al-
guém que esteja trabalhando dentro do CC. 
Ensinar sinais de mãos universais 
Ao utilizar a Linguagem de Sinais Americana, o grupo 
ensinou formas específicas de sinalização para co-
municar perguntas como: “Vocês precisam de aju-
da?” ou “Vocês precisam fazer um intervalo?”, que fo-
ram sinalizadas através da janela de vidro do CC.
3. Criar um treinamento para representantes 
online a ser revisado à chegada 
Em colaboração com colegas que gerenciam ma-
teriais, membros do grupo do projeto desenvolve-
ram um treinamento baseado em evidência, que 
representantes da indústria utilizam presentemen-
te como condição para adquirirem um crachá de 
acesso às instalações.
4. Promover encontros para instruções 
pré-operatórias padrão com o cirurgião 
Estes encontros devem ocorrer entre os funcioná-
rios do CC e cirurgiões para confirmação de ne-
cessidades especiais de cada caso, para que se 
prepare e adquira todo o material a ser usado an-
tes do início do procedimento.
5. Atualizar cartões de preferência
Este trabalho tem sido feito como parte de um 
projeto maior, que objetiva a transferência para 
um novo sistema de registro de saúde eletrônico, 
e um dos seus objetivos é fazer cartões sob me-
dida para que haja redução na necessidade de au-
sência da sala durante um procedimento.
6. Desenvolver uma linguagem de script 
para solicitar que pessoas não essenciais 
deixem o CC
Esta linguagem de script foi desenvolvida em cola-
boração com vários enfermeiros, cirurgiões e outros 
membros do grupo, para que houvesse um meio de 
comunicação não ameaçador, que qualquer funcio-
nário pudesse utilizar, para ser firme quando achasse 
SOBECC com Você 25
que uma pessoa deveria sair do CC. Seguem alguns 
exemplos desta linguagem de script: 
“Com a segurança do paciente em mente, vou pedir 
que saia desta sala neste momento”. 
“Agradeço sua ajuda, mas acho que posso continuar 
sozinho daqui para frente”.
“Entendo que este é um caso raro e interessante, 
mas infelizmente terei que pedir que saia porque já 
temos todos os membros do time que precisamos 
nesta sala”.
Vendo e mantendo resultados
Após extenso treinamento dos funcionários e imple-
mentação do projeto, todos os membros do grupo 
dedicaram-se ao máximo para seguir as novas regras 
de tráfego e, assim, as taxas de ICC tiveram um de-
créscimo de 40% no primeiro trimestre de 2016, reco-
nhece Salamone. Ela diz que manter este mesmo ní-
vel de adesão inicial às medidas de controle de tráfego 
tem sido um desafio. Um ano após a implementação, 
as taxas de ICC têm permanecido em decréscimo es-
tável de 15%-20% da linha de base que também ficou 
abaixo da marca de referência. Estas taxas também fo-
ram influenciadas por outras práticas utilizadas como 
auditoria na preparação pré-operatória da pele e atua-
lização do treinamento.
Salamone e seus colegas coordenadores continuam 
abordando o controle de tráfego seguro por meio de 
treinamento regular e atualizações das taxas de ICC. 
Ela diz, “Coordenadores da área perioperatória de-
sempenham um papel crítico na manutenção das prá-
ticas para um controle de tráfego seguro ao ajudar 
membros do grupo a não voltarem à prática de ve-
lhos hábitos”.
Salamone descobriu que a melhor abordagem para este 
reforço é começar conversas em grupo para reconhe-
cimento positivo, quando percebe que as práticas para 
tráfego seguro estão sendo usadas. Quando ela perce-
be que um funcionário está deixando de executar a prá-
tica de tráfego, ela dá seu parecer negativo em conver-
sa individual com a pessoa e a reeduca em tempo real, 
fazendo com que o funcionário reitere as ferramentas e 
práticas padrão para minimização do tráfego no CC em 
seu local de trabalho.
“A gente corre tanto que pode ser mais fácil simples-
mente entrar no CC para obter uma resposta ou sair 
dali para buscar um item necessário”, admite Salamone. 
“Utilizando as evidências que justificam a necessidade de 
um tráfego seguro, podemos ajudar um ao outro a lem-
brar porque é tão imperativo minimizar o tráfego para 
proteção de nossos pacientes”.
1. Greene, L. Sumário Executivo da Associação de Profissionais 
em Controle de Infecção e Guia de Eliminação de Epidemiologia 
(An Executive Summary of the Association for Professionals 
in Infection Control and Epidemiology Elimination 
Guide). Periódico americano de Controle de Infecção. 
American Journal of Infection Control 2012: 40(4): 384-6. 
http://www.apic.org/Resource_/EliminationGuideForm/ 
34e03612-APIC-Ortho-Guide.pdf
RECURSOS ADICIONAIS
Aprenda mais sobre este trabalho apresentado em pôs-
teres de pesquisa.
http://www.eventscribe.com/2017/posters/aorn/
SplitViewer.asp?PID=NzA3ODY5ODIyNQ
Revisão: Práticas baseadas em evidências para controle de trá-
fego da AORN no Guia por um ambiente de cuidados seguro, 
parte II. Conferência de Cirurgia Internacional & Expo na AORN 
2017 (AORN’s evidence-based practices for traffic control in 
the Guideline for a safe environment of care, part II. at AORN’s 
2017 Global Surgical Conference & Expo).
Fonte: AORN
Data da Publicação: 14 de Julho 2017
Tradução: SOBECC Nacional
AORN
SOBECC com Você26
http://www.apic.org/Resource_/EliminationGuideForm/34e03612-APIC-Ortho-Guide.pdf
http://www.apic.org/Resource_/EliminationGuideForm/34e03612-APIC-Ortho-Guide.pdf
http://www.eventscribe.com/2017/posters/aorn/SplitViewer.asp?PID=NzA3ODY5ODIyNQhttp://www.eventscribe.com/2017/posters/aorn/SplitViewer.asp?PID=NzA3ODY5ODIyNQ
BEM-ESTAR
Você é uma 
pessoa empática?
Nos últimos anos, a abordagem da empatia tem sido 
defendida por vários estudiosos como uma habilida-
de essencial em várias áreas do relacionamento, seja 
pessoal ou profissional, para a melhor convivência e 
resgate dos laços humanos. Esse discurso global para 
que sejamos mais empáticos está diretamente relacio-
nado à fragilidade das relações humanas. 
Na percepção do sociólogo e filósofo Edison Silvestre 
Petenussi da Silva, “a sociedade está em processo de 
encapsulamento, de ausência de empatia e, em contra-
partida, de valorização da imagem, do estético. Um dos 
fatores que vem contribuindo para isso são alguns dis-
positivos sociais muito presentes no dia a dia, como as 
redes sociais, onde a vida ganha novas formas de inte-
ração e ares de espetacularização, com o indivíduo vi-
vendo dentro de si mesmo. Essa emergência midiática 
diz muito a respeito do eu”, reflete. Outro ponto a ob-
servar nesse processo é o fato de que ninguém ouve 
mais ninguém, e todos querem ser donos da verdade. 
Nesse cenário, observa-se que a capacidade de o in-
divíduo tratar um estranho com humanidade é for-
temente prejudicada. “Estamos ficando anestesiados 
para muitas coisas, e a imagem corrobora para esse 
processo”, diz Edison. Dentro desse contexto, “a em-
patia surge absolutamente necessária no sentido de 
ter a capacidade de perceber o próximo com mais 
respeito, sensibilidade e afeto, de maneira a com-
preender seus sentimentos, desejos, ideias e reações. 
Isso é se imaginar no lugar do outro. A pessoa que de-
tém a habilidade da empatia, naturalmente agirá pen-
sando em ajudar o próximo, em como efetivamente 
poder mudar a situação”, destaca.
Desenvolvendo a empatia
Segundo Edison, “ninguém nasce empático. É uma 
habilidade que precisa ser desenvolvida até se tor-
nar um sentimento natural. A empatia nasce de um 
processo de fruição e isso leva tempo, e nos torna-
mos empáticos ou não. Se colocar no lugar do outro 
é muito difícil”, afirma.
O sociólogo explica que para desenvolver a empatia 
é preciso praticar, insistir. “É um exercício constante. 
Se no processo você precisar refletir porque deve ter 
determinada atitude como algo extraordinário, não é 
empatia. É preciso sentir de maneira que não se per-
ceba que está sendo empático, mas está. Ou seja, fa-
zer sem se dar conta de que esteja fazendo, até que 
compreenda que o seu melhor é de fato o seu me-
lhor. Exemplo: Eu amo quando não percebi mais que 
amo. Ou seja, quando ama e não sabe explicar. A em-
patia é assim”, diz. 
Em resumo, “a empatia é um sentimento da ordem 
natural. Vale esclarecer que empatia não é ingenuida-
de ou caridade. É ser sensível à vida”, finaliza.
Edison Silvestre Petenussi 
Silva é mestre em Filosofia 
e Sociologia pela Pontifícia 
Universidade Católica PUC-SP. 
Atua como professor no ensi-
no médio na rede particular e no 
ensino superior. Autor do livro 
“O Estatuto da Imagem 
Fotográfica: uma abordagem da 
Bibliotheca de Rosângela Rennó”.
A empatia é tida hoje como uma habilidade essencial 
para viver bem na sociedade moderna
SOBECC com Você 27
O paraense, Herickson Lee, cria Projeto ‘Por Amor’
Voluntariado como 
propósito de vida
Entre as definições para a Enfermagem, esta é uma 
das que melhor resume a profissão: a arte de cuidar 
incondicionalmente do outro, por e com amor. Esse 
sentimento de doação somado à tendência altruísta, 
levou o jovem enfermeiro Herickson Lee a criar o pro-
grama de voluntariado ‘Por Amor’, em 2014, na cida-
de de Itaituba (PA), onde nasceu, para cuidar daque-
les que não têm acesso à assistência à saúde básica.
Itaituba está localizada no sudoeste do Pará e tem 
cerca de 100 mil habitantes. A região apresenta áreas 
protegidas pelo patrimônio natural, como o Parque 
Nacional da Amazônia, às margens do rio Tapajós, que 
abriga grupos indígenas.
Herickson é pós-graduado em Centro Cirúrgico, 
Recuperação Anestésica e Centro de Material e 
Esterilização, e também é formado em Geografia, 
com especialização em Educação Ambiental. 
Somando os conhecimentos, ele desenvolveu o ‘Por 
Amor’, para levar a assistência à saúde para comuni-
dade carente da cidade, por meio do voluntariado, 
reunindo estudantes de Enfermagem e profissionais 
da saúde. O programa de voluntariado atendeu tam-
bém uma aldeia indígena da etnia dos Mundurukus, 
que vive na proximidade.
Segundo Herickson, a oportunidade de iniciar o proje-
to ‘Por Amor’ surgiu quando ele já atuava como enfer-
meiro de Bloco Operatório e foi convidado para fazer 
parte do corpo de docentes da Faculdade de Itaituba, 
onde lecionou a disciplina de Centro de Cirúrgico. 
Herickson diz que, “ajudar o próximo faz parte de 
meus valores como ser humano. Sempre participei de 
ações sociais, promovidas pela minha comunidade re-
ligiosa. A criação do ´Por Amor’ partiu do interesse de 
praticar o bem por meio da Enfermagem, de forma 
solidária, e também pela necessidade de propor um 
diferencial prático ao aprendizado”.
Herickson conta que coordenou o projeto durante o 
período que lecionou, promovendo ações de assis-
tência solidária em escola, posto de saúde, hospital 
local e na aldeia Praia do Índio, reunindo estudantes 
da área da saúde. As ações de atendimento foram rea-
lizadas em datas comemorativas: Dia das Crianças e 
Dia do Índio, para que os voluntários colocassem em 
prática o que foi ensinado em aula.
“Reunimos pais e crianças para apresentação de pa-
lestras sobre higiene geral, higiene bucal, saúde e 
prevenção, como a importância de lavar as mãos na 
prevenção de doenças. Pudemos levar uma assistên-
cia multidisciplinar e humanizada, com atendimen-
tos de Enfermagem, Medicina, Psicologia, Fisioterapia 
e Odontologia, com objetivo de promover acesso à 
saúde de atenção básica. Especificamente no hospital, 
conseguimos criar um ambiente também mais huma-
nizado, na unidade de Pediatria, com a promoção de 
brincadeiras integrativas e apresentação de palhaços 
e fantoches. Montamos, ainda, uma brinquedoteca, 
para funcionar independentemente do projeto”, diz.
Já o atendimento assistencial aos índios, de acordo com 
Herickson, contou com a intermediação de um profis-
sional de saúde de origem indígena. “Não conseguiría-
mos entrar na aldeia se não fosse assim. Fizemos duas 
ações na reserva indígena nomeada Praia do Índio. Na 
segunda, tivemos menor resistência, podendo oferecer 
melhor assistência. Com maior receptividade, tivemos a 
grata experiência de vivenciar a cultura indígena, partici-
pando da produção dos alimentos, do artesanato e da 
pintura”, lembra.
Entre os casos diagnosticados na aldeia, um compli-
cado foi o do pagé, que precisava fazer uma cirurgia. 
Segundo Herickson, “depois da assistência, contatamos 
as autoridades municipais, para poder intervir com a ci-
rurgia e as medicações do pagé”, recorda. Assim era 
SOBECC com Você28
feito também com as outras famílias de Itaituba.
“Foi um grande aprendizado para os graduandos ter 
esse contato com a realidade de moradores que vi-
vem em condições bem precárias, como falta de sa-
neamento e dificuldade de acesso à saúde, seja pela 
distância ou até pela falta de informação. “Para chegar 
aos lugares, enfrentamos estradas de terra e trilhas, le-
vando as doações. Sinto-me agradecido por nossas vi-
sitas assistências terem plantado uma sementinha de 
transformação”, diz.
O futuro
Atualmente, Herickson trabalha como enfermeiro res-
ponsável pelo setor de Hemodinâmica, no Hospital 
Regional do Baixo Amazonas (HRBA), que é referên-
cia na região e está entre os 10 melhores hospitais do 
Brasil. “O hospital é o primeiro do interior a obter a 
certificação ONA 3 e, em breve, receberá a acredita-
ção da Joint Comission International (JCI). 
“Há um ano mudei para Santarém e pretendo imple-
mentar o ‘Por Amor’na cidade. Em Itaituba, o projeto 
sofreu alteração, mas continua. Um grupo de alunos 
da faculdade abraçou o voluntariado e renomeou o 
programa para ‘Espalhando Amor’, que passou a pro-
mover ações sociais nas comunidades de Itaituba e 
Forlândia”, conta.
“Há cidades que o deslocamento para outro municí-
pio precisa ser feito de barco, tendo muita precarieda-
de na saúde, como falta de equipamentos e escassez 
de profissionais. Eu me sinto realizado na Enfermagem 
ajudando o próximo, e sempre farei o possível para 
doar um pouco, sendo voluntário de saúde”, afirma.
A título de curiosidade, Herickson é um jovem de-
terminado. Para fazer a sua pós-graduação em São 
Paulo, enfrentava deslocamento por barco de Itaituba 
a Santarém e quilômetros de estrada até chegar ao ae-
roporto, para pegar o voo para São Paulo, repetindo 
isso até o fim. Sobre o voluntariado: “é fundamental 
ajudar pessoas”, conclui.
Michele Obama disse para o mundo: “sucesso é a di-
ferença que você faz na vida das pessoas”. Se o cami-
nho é esse, Herickson está na trilha certa, atuando na 
Enfermagem com o propósito transformador.
FORA DA PROFISSÃO
1. Graduandos de Enfermagem em atendimento 
à esposa do cacique; 2. Voluntária ensina sobre 
saúde bucal para criança da aldeia; 3. Artesãos 
da aldeia indígena mostram a transformação 
do barro em arte; 4. Herickson Lee e grupo de 
voluntários do ´Por Amor´
4
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Habilidades na Saúde
Muitas pessoas são prejudicadas em função de proble-
mas no sistema de saúde em todo mundo. Os erros dos 
profissionais de saúde, que, mesmo realizando suas ativi-
dades na intenção de fazer o bem, podem causar algum 
dano ao paciente e à família. A simulação como recur-
so metodológico para o processo de ensino formal e o 
aprimoramento profissional tem se mostrado como um 
grande aliado para a segurança do paciente e para a qua-
lidade da assistência prestada. 
Este livro dividido em 18 capítulos, coordenado por 
Augusto Scalabrini Neto, Ariadne da Silva Fonseca e 
Carolina Felipe Soares Brandão, traz as experiências dos 
especialistas nacionais e internacionais que vivenciam na 
sua prática a utilização da simulação para o desenvolvi-
mento profissional no contexto da habilidade técnica e 
comportamental e do trabalho em equipe, por meio da 
realização de cenários que fazem parte do cotidiano da 
assistência em saúde.
Dessa forma, a utilização da simulação tem contribuído 
para o desenvolvimento dos profissionais de saúde de 
forma multidisciplinar e interdisciplinar, aprimorando o 
cuidado prestado ao paciente e à família. 
O ponto importante desta obra são as diferentes verten-
tes em que a simulação pode ser utilizada, a qual disponi-
biliza, ainda, modelos e checklist, ajudando os profissio-
nais a cuidarem dos pacientes dentro de um padrão de 
qualidade desejável.
 
Autores: Augusto Scalabrini Neto, Ariadne da 
Silva Fonseca e Carolina Felipe Soares Brandão
Nº de páginas: 256
Ano da edição: 2017
Editora: Atheneu 
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