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Contrastes do Brasil Republicano (Revoltas)

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Belle époque brasileira 
Entre 1889 e 1914, o Brasil passava por um 
processo de modernização, com progressos e 
tecnologia, gerando na população um sentimento 
de otimismo, que refletia no modo de vida da 
população, na arquitetura, na literatura, cultura e 
nas obras. 
Uma nova capital federal, novas cidades 
Quando os representantes dos cafeicultores 
assumiram o governo republicano, procuraram 
adequar a capital federal, o Rio de Janeiro, aos 
padrões das grandes cidades europeias. 
(reurbanização do Rio de Janeiro.) 
Cortiços foram destruídos e seus antigos 
moradores, transferidos para bairros periféricos 
para a construção de grandes avenidas, toda essa 
ação foi chamada de foi o Bota-Abaixo de Pereira 
Passos. Tudo feito em nome da modernidade, do 
sepultamento de um Brasil monárquico e atrasado. 
A maior parte dos brasileiros foi apartada dessa 
modernização, segregada nas periferias, privada 
dos recursos usufruídos pelas elites, como a 
eletricidade, as novas formas de entretenimento e 
os modernos meios de transporte. 
Os excluídos da República 
Para as oligarquias o regime republicano 
significou o acesso direto ao poder, sem 
intermediários. A partir de então, elas passaram a 
usar o Estado para ganhar mais dinheiro, mudar o 
perfil das cidades e levar uma vida de estilo 
europeu. Mas é importante ressaltar que a maioria 
da população não tinha direito ao voto, mas 
mesmo assim se manifestavam por críticas, e 
greves 
Com os fatores de fome, desemprego, baixo 
rendimento, secas periódicas, que provocavam a 
escassez de alimentos e a morte do gado, 
somados à falta de apoio governamental, violência 
e imposto excessivos a população miserável e 
superexplorada decide diminuir seu sofrimento 
seguindo líderes messiânicos e construindo 
comunidades alternativas ou se unindo a grupos 
criminosos. 
 
 
 
 
Canudos: guerra e massacre 
Antônio Conselheiro atravessou o sertão 
nordestino, ajudando as pessoas pobres 
organizando rezas, incentivando os sertanejos a 
construir igrejas, cemitérios e reservatórios de 
água. ele pregava os princípios católicos em 
uma linguagem que os sertanejos entendiam. 
Em 1893, Conselheiro e seus seguidores 
fundaram o povoado de Belo Monte, em uma 
região conhecida como Canudos, uma 
comunidade rural religiosa em que cada 
trabalhador era dono do que produzia e não 
havia impostos. Mas também colaborava com o 
grupo, doando parte de sua produção para um 
fundo comum, uma doação para aqueles que 
não tinham condições de trabalhar na terra. -> 
ação conhecida como “caixinha”. 
Aos poucos, o povoado atraía mais 
camponeses, e muitos deixavam as fazendas da 
região para viver em Canudos. Os coronéis 
tinham medo de perder sua mão de obra e 
temiam que Canudos servisse de exemplo para 
o surgimento de outras comunidades igualitárias. 
O governo também se inquietava, sobretudo 
com as críticas que os membros da 
comunidade dirigiam ao governo republicano. 
Fazendeiros e governos, estadual e 
federal, se uniram para destruir Canudos, 
enviando expedições militares ao povoado. O 
ataque ao povoado durou mais de três meses 
e finalmente conseguiu destruí-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contestado: guerra e massacre 
Por volta de 1911, em uma região limítrofe 
entre Paraná e Santa Catarina, disputada pelos 
dois estados – e por isso conhecida como 
região do Contestado –, onde havia presença 
do capital internacional e conflitos fundiários 
Contrastes do Brasil Republicano 
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em 
toda a história, resistiu até o esgotamento 
completo. Expugnado palmo a palmo, na 
precisão integral do termo, caiuno dia 5, ao 
anoitecer, quando caíram os seus últimos 
defensores, que morreram." 
Os sertões, de Euclides da Cunha 
decorrentes da instalação da ferrovia, viviam 
cerca de 60 mil pessoas. Algumas dessas 
pessoas perderam suas terras para a 
construção de uma ferrovia, outras foram 
trabalhar na construção dessa. Mas, quando a 
construção havia terminado, ficaram 
desempregadas. 
Em meio à miséria em que viviam, muitos 
passaram a seguir o “monge” José Maria, um 
líder messiânico. Seus milhares de seguidores 
passaram a organizar povoados, assustando as 
autoridades estaduais e federais. Portanto, o 
governo republicano organizou uma tropa 
federal para acabar com aquela população, o 
ataque funcionou e mais de 20 mil sertanejos 
foram mortos. 
 
 
 
 
 
 
O cangaço – banditismo social 
A miséria e a desesperança também 
foram responsáveis pelo surgimento de 
outro tipo de organização no nordeste: os 
bandos de cangaceiros, que viviam dos 
saques de fazendas e de cidades nordestinas. 
Essa foi uma das soluções encontradas 
pelos nordestinos para enfrentar as 
dificuldades da vida sertaneja durante a 
Primeira República. Algumas vezes, os 
cangaceiros colocavam-se a serviço dos 
coronéis, perseguindo seus opositores. 
Para o governo combater este grupo, 
enviaram policiais, que eram chamados de 
“volantes”, estes deveriam perseguir e matar 
os cangaceiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revoltas nas cidades 
Durante a reforma urbanística na cidade 
do Rio de Janeiro, o processo de Bota-Abaixo 
foi grande, muitas construções da época 
colonial foram demolidas para dar lugar a 
novas vias e modernas construções. Com 
elas, cortiços e casas simples também 
desapareceram. A população que ali morava 
foi expulsa para os morros e arredores da 
cidade, tendo muitas vezes de improvisar 
habitações em terrenos desocupados. 
A diminuição do número de moradias, 
causada pelas demolições, fez disparar o 
preço dos aluguéis no período. Essa miséria 
era também agravada pela onda de 
desemprego. 
A Revolta de Vacina 
Com o clima de miséria causado pelo 
Bota-Abaixo, aluguéis altos e desemprego, 
teve início no Rio de Janeiro uma campanha 
de saneamento e vacinação obrigatória 
contra a vacina. Como naquele momento não 
houve nenhum tipo de campanha de 
conscientização, a tensão acumulada se 
transformou em revolta quando essas 
medidas foram tomadas. A população 
desinformada considerou o decreto mais uma 
violência e intromissão do governo em suas 
vidas. 
A população revoltada saiu às ruas 
apedrejando comércios, delegacias e quartéis, 
saqueando lojas, queimando bondes, 
arrancando trilhos e atacando policiais. Ao final 
dos confrontos, havia mortos e feridos de 
ambos os lados. 
Muitos revoltosos foram presos, mas o 
governo cedeu às reivindicações e 
suspendeu o decreto da vacinação 
obrigatória. Apesar disso, a modernização 
continuou, e a população pobre estava 
proibida de dividir os novos espaços com 
pessoas de posse 
Os operários vão à luta 
Nas primeiras décadas da 
industrialização, no século XX, os operários 
brasileiros eram superexplorados, pois tinham 
uma carga horária exaustiva, baixos salários, 
recebiam multas e castigos corporais e eram 
carentes de leis trabalhistas. Em adição, eram 
influenciados pelos exemplos dos socialistas e 
anarquistas Além disso, havia também a Lei 
 
Canudos e Contestado uniram “a mística e a 
revolta”, pois os revoltosos, nesse caso a 
população miserável e superexplorada, viam 
em líderes messiânicos uma forma de se livrar 
do sofrimento. Tanto a população da região 
de Canudos quanto a de Contestado foram 
lideradas por figuras religiosas. 
 
Comentário: 
 
Por serem cangaceiros, utilizavam o 
banditismo social como forma de 
sobrevivência, e eram valorizados e 
considerados heróis por serem como 
justiceiros, já que roubavam dos ricos para dar 
aos pobres e atacavam policiais e coronéis. 
Mas, em outros momentos, eram tidos como 
vilões, pois agiam de forma violenta e 
ajudavam a oprimir a população 
Ambiguidade dos cangaceiros: 
Adolfo Gordo, que que autorizava a expulsão 
de todo estrangeiro que ameaçasse a 
“ordem pública”. 
Para terem suas reivindicações 
atendidas, os operários se organizavam e 
faziam greves. Em 1917, diversas categorias da 
cidade de São Paulo e do interior do estado 
paralisaram suas atividades, em uma Greve 
Geral que durou mais de 30dias. O 
movimento se intensificou quando a polícia 
matou um operário anarquista de 22 anos, 
José Martinez, durante uma manifestação. 
Como consequência da greve, os 
salários foram aumentados em 20%, os 
empregos dos grevistas passaram por 
manutenção e foram tomadas medidas 
contra o aumento do preço dos produtos 
(carestia). 
. 
 
 
 
 
 
Revolta da Chibata 
Movidos pela indignação de que os 
marinheiros sem patente (negros e pobres) 
eram castigados pelos oficiais brancos e ricos 
e pela superexploração, a população negra 
se revoltou. 
Apavorados com as cenas de castigos 
severos, os marinheiros negros decidiram 
tomar o Minas Gerais, um importante navio 
de guerra. Aos poucos, outros navios de 
guerra aderiram o movimento e, como sinal 
de hostilidade, bombardearam o Rio de 
Janeiro. 
Sem opção, o governo republicano 
concordou em colocar fim aos castigos 
corporais e em anistiar (esquecer) os 
revoltosos. No entanto, descumpriu sua parte 
no acordo e passou a perseguir os líderes, 
após o fim da revolta. Mas o movimento foi 
vitorioso na medida em que pôs fim às 
chibatadas na Marinha. 
A discriminação aos afrodescendentes 
também se manifestava com o cerceamento 
de suas manifestações religiosas e culturais. 
Apesar das perseguições e tentativas de 
controle, a população negra continuou 
buscando espaços para realizar seus cultos 
essa resistência permitiu que tais tradições 
não somente se mantivessem, mas que 
passassem a fazer parte da cultura brasileira 
como um todo. 
De quem era a República? 
A população não assistiu passivamente a 
essa monopolização do poder. Por meio de 
revoltas, manifestações, greves e outros 
instrumentos de pressão, os grupos 
populares procuraram interferir nas decisões 
do governo a fim de terem suas 
reivindicações atendidas. 
Cada uma dessas revoltas, reprimida ou 
vitoriosa, foi importante na medida em que 
forçou os governantes a olhar para a 
realidade brasileira fora das instituições 
governamentais, das sedes das fazendas e 
das elegantes casas de chá das metrópoles. 
Mesmo a contragosto, as elites foram 
obrigadas a atender parte das reivindicações 
e levá-las em consideração na hora das 
decisões. Dessa forma, o povo foi pouco a 
pouco conquistando espaço na República. 
A Revolução Russa tornou-se um 
“fantasma” que aterrorizava as elites 
burguesas e agrárias de todo o mundo 
capitalista

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