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Aluna: Isabella do Socorro Neves Mergulhão RESUMO CORROSÃO E DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS Nos materiais cerâmicos, os processos de deterioração podem ocorrer devido a agentes externos físicos (umidade e alta temperatura), químicos e mecânicos (compressão, flexão e impacto) e agentes físicos internos (sais insolúveis presentes na constituição desse material). Ao compararmos com outros materiais, as cerâmicas são praticamente imunes à ação do ambiente e à corrosão. Apenas em temperaturas elevadas ou em ambientes muito agressivos ocorre a deterioração deste material. Com relação aos defeitos interatômicos, as imperfeições influenciam nas propriedades mecânicas e físico-químicas das cerâmicas. Essas imperfeições podem ser divididas em: defeitos pontuais (átomos ausentes ou em excesso aleatoriamente); de linha (discordâncias em cunha e em hélice, em uma dimensão); de superfície (falha de empilhamento, em duas dimensões) e espaciais (pequenas variações nos espaçamentos interatômicos ao longo do volume do cristal). Outras degradações nos materiais cerâmicos são: microfissuras (devido às tensões das etapas de produção ou das tensões de tração aplicadas); deformação plástica (resultado do movimento de discordâncias); expansão por umidade; eflorescência (manchas na superfícies devido ao acúmulo dos sais lixiviados). Já nas madeiras, ocorrem alguns tipos de degradação: por microrganismos (fungos, insetos, etc); por agentes oxidantes (oxidantes como o cloro e hipocloritos reagem com a lignina presente nas madeiras); hidrolítica (quebra de ligações químicas por moléculas de água); térmica (combustão da madeira para uso como combustível), física e química por intemperismo (limitam-se a superfície, sendo alguns exemplos: mudança de cor, aspereza, rachaduras e fissuras). Nos metais, a perda efetiva de material pode ocorrer por dissolução (corrosão) e por formação de uma incrustação ou película de material não-metálico (oxidação). A corrosão é a deterioração dos materiais pela ação química ou eletroquímica do meio, podendo estar ou não associado a esforços mecânicos. Ela pode ser classificada em dois grupos: eletroquímica ou aquosa (átomos metálicos dissolvem-se como íons em um meio aquoso e há a transferência de elétrons de um componente químico para outro) e química ou oxidação (reação direta entre metal e oxigênio atmosférico, nitrogênio e enxofre, provocando acúmulo de óxidos nas superfícies dos metais). Quanto à degradação física, existem quatro formas principais de desgaste: adesivo (duas superfícies lisas deslizam uma sobre a outra); abrasivo (superfície áspera desliza sobre uma mais macia); superficial (repetidos deslizamentos ou rolamentos sobre uma mesma trilha); corrosivo (deslizamentos das superfícies de dois materiais em um ambiente corrosivo). A corrosão diminui a vida útil do produto metálico pois muitas vezes ela é responsável pela perda de massa, tornando-o menos resistente. Existindo vários tipos de corrosão: - Uniforme: ocorre em toda a superfície do material em contato com o meio corrosivo com a consequente diminuição da espessura; - Por pites: corrosão localizada que consiste na formação de cavidades de pequena extensão e razoável profundidade, geralmente muito intensa e localizada; - Galvânica: envolve metais de características reativas diferentes colocados em contato elétrico em um meio aquoso ou úmido; - Em frestas: frestas estão sujeitas à formação de pilhas de aeração diferencial e de concentração iônica diferencial; - Seletiva: entre dois materiais, corrói apenas o menos nobre; - Intergranular: ocorre no contorno dos grãos e os grãos vão sendo destacados à medida que a corrosão se propaga. - Sob tensão: resulta da ação combinada de uma tensão de tração aplicada ao metal e de um ambiente corrosivo. Sendo que a tensão que produz a microfissura intergranular não precisa ser aplicada externamente, a degradação pode ocorrer por tensões residuais (oriundas de rápidas mudanças de temperaturas e de uma contração desigual, ou no caso de ligas bifásicas, de onde cada fase possui um coeficiente de expansão diferente) e por tensões internas (produtos de corrosão gasosos que ficam presos internamente). - Transgranular sob tensão. A corrosão associada ao escoamento de fluidos é de natureza mecânica, oriunda do atrito dos fluidos com a superfície de escoamento (abrasão). No escoamento de fluidos pode-se ter aceleração dos processos corrosivos, em virtude da associação do efeito mecânico com a ação corrosiva, além do mero efeito abrasivo. Os principais tipos nesse caso são: corrosão-erosão (desgaste mecânico provocado pela abrasão superficial de uma substância sólida, líquida ou gasosa, comum de acontecer quando desloca-se um material sólido sobre o metal, um líquido contendo partículas sólidas sobre o metal ou um gás contendo partículas líquidas ou sólidas sobre o metal); corrosão com cavitação (desgaste provocado em uma superfície devido a ondas de choque do líquido, oriundas do colapso de bolhas gasosas, comum de surgir em zonas de baixa pressão) e corrosão por turbulência (processo associado ao fluxo turbulento de um líquido que ocorre quando há redução na área de fluxo em dobras de tubulações e quando ocorrem mudanças bruscas de diâmetro das tubulações). Nos materiais poliméricos, a degradação ocorre devido a ação combinada da radiação ultravioleta, do calor e do oxigênio atmosférico. Além disso, eles reagem com vários solventes orgânicos, o que deve ser considerado no processamento industrial. As deteriorações acontecem por inchamento e dissolução. Na primeira, pequenas moléculas de soluto ocupam posições entre as moléculas do polímero, reduzindo as forças secundárias de ligação intermoleculares. Há também ruptura de ligações covalentes que provoca redução na integridade mecânica.
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