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Prévia do material em texto

História Contemporânea: 
Crises do 
Mundo Capitalista
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Andrea Borelli
Revisão Textual:
Profa. Ms. Rosemary Toffoli
A Guerra Fria: o Oriente Médio
5
• Antecedentes
• O pós II Guerra na região
• Os conflitos entre Israel e as nações árabes
• A Guerra Fria: surgimento e queda da URSS
• Cronologia URSS (1917-1991)
 · Nesta Unidade, vamos tratar do tema “A emergência da bipolaridade: o Oriente 
Médio e a União soviética”.
 · Discutiremos a polarização da política mundial resultante do desenrolar da II 
Guerra Mundial e a criação/desestruturação da União Soviética e as questões 
relativas aos problemas na região do Oriente médio.
Para o estudo desta Unidade, primeiro leia atentamente o Material Teórico, ou seja, o texto 
que servirá de base para todas as demais atividades da unidade. Leia-o, com muita atenção! 
Em seguida, para verificar se houve uma suficiente compreensão do conteúdo, responda 
às perguntas das Atividades de Sistematização, que tratam de problemas fundamentais sobre 
o assunto abordado.
Foram disponibilizados, ainda, Materiais Complementares, para o caso de você desejar se 
aprofundar em algumas questões trabalhadas no conteúdo.
Finalmente, realize a Atividade de Reflexão da Unidade. 
Bom estudo! Lembro que seu tutor estará à sua inteira disposição e você pode contatá-lo a 
qualquer tempo neste ambiente web-class.
Atenciosamente,
Profa. Dra. Andrea Borelli
A Guerra Fria: o Oriente Médio
6
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Contextualização
Um dos maiores momentos da vida da URSS, aconteceu em 1961.
Em 12 de abril de 1961, Yuri Gagarin foi o primeiro homem a 
realizar uma órbita completa em torno do planeta.
Os soviéticos usaram esta conquista e a imagem de Gagarin como 
uma arma de propaganda.
A sua imagem, preparado para a missão, circulou o mundo.
E o soviético se tornou capa da Times Magazine, uma das mais 
importantes revistas estadunidenses.
O mesmo país, alguns anos depois, deixaria de existir e seu 
desaparecimento colocou um ponto final na guerra fria. 
No mesmo ano, o mundo acompanhava o julgamento do líder 
nazista Adolf Eichmann, que aconteceu em Jerusalém.
A formação de Israel e os conflitos na região do Oriente Médio 
somente aceleraram.
7
Antecedentes
Durante o curso da I Guerra Mundial, os combates se estenderam por todos os territórios 
ocupados pelos estados em conflito e isso levou o interesse dos envolvidos à região do Oriente Médio.
Procurando garantir o apoio dos árabes, o governo britânico organizou uma série de 
negociações, entre 1915 e 1916, em que se comprometiam a garantir a formação de um estado 
árabe independente, desde que eles auxiliassem na luta contra os otomanos que dominavam a 
região. Estes acordos ficaram conhecidos como Correspondência McMahon–Hussein.
Fonte: Wikimedia Commons
Arthur Balfour e cópia da Carta ao Barão de Barão de Rothschild
Simultaneamente, em maio de 1916, os britânicos e os franceses assinaram, com o 
conhecimento das autoridades russas, o acordo Sykes–Picot que dividia a região entre as duas 
potências e ignorava o acordo com as tribos árabes. 
Em 1917, os bolcheviques tornaram públicos os termos deste tratado, o que provocou 
profundos descontentamentos na região.
Um terceiro entendimento realizado durante a guerra ficou conhecido como Declaração de 
Balfour. Trata-se de uma carta do Primeiro Ministro Arthur Balfour ao Barão de Rothschild, 
em que o governo britânico afirmava que apoiaria a imigração de judeus à região da Palestina.
Depois da guerra, o acordo de Sykes-Picot foi implementado após a Conferência de San 
Remo em 1920. As decisões deste encontro permitiram que a Inglaterra assumisse o controle 
da região da Palestina que ficaria sob mandato inglês até que a Liga das Nações considerasse 
que a população local estivesse pronta para se governar.
Entre as décadas de 20 e 30, a demografia da região foi alterada dramaticamente pela 
imigração de judeus europeus para a região. 
Por volta de 1880, os judeus eram, aproximadamente, 6% dos habitantes na região, este 
número subiu para 18% em 1931 e atingiu 31% em 1939.
8
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Essa imigração foi o resultado de uma série de questões, como a mudança da situação 
política em vários estados, que passaram a professar crenças anti-semitas. Além disso, o 
sionismo ganhou popularidade entre as comunidades judaicas da região.
O Sionismo, como proposta política, propunha que a população judia, dispersa pelo 
mundo, tinha direito a retornar à sua região que, segundo a tradição, seria a região de Israel.
Simultaneamente, o sentido de autodeterminação ganhou cada vez mais espaços entre as 
tribos árabes e entre os palestinos. 
A situação de conflito entre os dois grupos era tensa e não conseguiam chegar a um acordo. 
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra renunciou o controle da região e a resolução 
do problema foi colocada nas mãos da recém-criada Organização das Nações Unidas.
O pós II Guerra na região
Em 1947, a ONU apresentou uma proposta de divisão da região em dois estados separados: 
um judeu e outro sob controle dos palestinos.
O estado judeu ficaria com 54% do território, mesmo representando somente 30% da 
população geral da região; já o estado palestino que tinha 70% da população ficaria com 46% 
do território. 
A cidade de Jerusalém teria uma administração internacional e não faria parte de nenhum 
dos dois estados.
Mapa da divisão proposta em 1947
Fonte: Wikimedia Commons
Os representantes da comunidade judaica aceitaram a 
proposta, mesmo que a considerassem inadequada, já a 
comunidade árabe rejeitou a proposição e propunha um estado 
binacional baseado em princípios democráticos e em igualdade 
de direitos, contudo o plano não era bem visto pelos judeus.
Depois de um pesado lobby da comunidade judaica, a 
Organização das Nações Unidas aprovou, em 29 de novembro 
de 1947, a Resolução 181 que formava os estados palestino 
e judeu e determinava que eles seriam estabelecidos em 1 de 
julho de 1948.
Enquanto isso, o governo britânico informou que pretendia 
retirar suas tropas da região em maio e isso trouxe o medo 
de uma possível revolta que levasse a ONU a reconsiderar 
a divisão apresentada na resolução 181. Por esse motivo, 
em 14 de maio de 1948, os judeus que viviam na região 
declararam que o estado de Israel seria formado observando 
a divisão que os favorecia.
Imediatamente, os EUA reconheceram o estado recém-formado e iniciaram relações 
diplomáticas com Israel, a mesma atitude foi tomada pela URSS.
9
Os conflitos entre Israel e as nações árabes
O clima de tensão que marcou a votação da Resolução 181 estendeu-se para 
conflitos armados.
Logo após a assinatura da resolução os conflitos escalaram. A luta começou com o ataque 
a cidades judias, acampamentos etc. As forças de Israel, nesse momento, eram compostas 
pelo Haganah, a milícia da comunidade judaica na Palestina e outros pequenos grupos 
paramilitares: como o Irgun e o LEHI.
O objetivo das forças árabes era impedir o estabelecimento do estado de Israel, já os judeus 
pretendiam garantir o controle dos territórios que a ONU tinha designado para eles.
Com a declaração de independência, as lutas se intensificaram devido à entrada dos outros 
estados árabes no conflito. Depois de um ataque aéreo, a Tel Aviv, as forças do Líbano, Síria, 
Iraque, Egito e Arábia Saudita, sob comando do Egito, invadiram a região.
O Capitão Avraham “Bren” Adan hasteando a 
bandeira de Israel em Eilat, no final do conflito
Fonte: Wikimedia Commons
As forças britânicas, estacionadas na região, 
interferiam, mas somente nas áreas que foram colocadas 
sob proteção da ONU, como a cidade de Jerusalém.
Apesar da ONU ter negociado dois acordos de cessar 
fogo, a guerra continuou até 1949. Israel negociou os 
acordos de paz com as várias nações árabes em separado; 
garantindo que vários territórios fossem íntegrados ao 
estado judeu. Os árabes tiveramconquistas individuais, 
como o fato de que o Egito passou a controlar a Faixa 
de Gaza. Esse conflito teve suas maiores consequências 
sobre os palestinos que foram relocados para acomodar 
estas decisões, as estatísticas apontam que quase 80% 
desta população se tornou, de alguma forma, refugiada 
de guerra. Por fim, o estado Palestino não foi formado 
como determinava a Resolução 181. 
Em 1956, o presidente o Egito, Gamal Abdel Nasser, 
anunciou a nacionalização do Canal de Suez, uma importante 
via comercial que era administrada por ingleses e franceses. 
Assista parte do discurso de Nasser sobre a nacionalização do 
canal: http://youtu.be/Qt1Xah1qR14
A atitude de Nasser aconteceu depois que os norte-amercianos e britânicos se recusaram, 
depois de um acordo sobre o assunto, a financiar as obras da represa de Aswan.
A represa era uma obra fundamental para a modernização do país, pois garantia o 
abastecimento de eletricidade para as áreas rurais, além de normalizar o fornecimento 
de água. 
http://youtu.be/Qt1Xah1qR14
10
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
A recusa do financiamento aconteceu depois que o governo Nasser tomou algumas atitudes 
consideradas “simpáticas” ao regime comunista, como o reconhecimento oficial do governo 
comunista da China.
A França e a Inglaterra viam a ação de Nasser como uma “ameaça a seus interesses” e 
procuraram o apoio de Israel para uma ação militar na região. Os israelenses concordaram 
em participar da ação desde que recebessem o controle da faixa de Gaza e da península 
do Sinai. Além disso, eles consideravam o movimento uma retaliação adequada pelo 
envolvimento dos egípcios na resistência dos palestinos em território controlado por Israel.
Em 29 de outubro de 1956, as forças israelenses iniciaram suas manobras e os diplomatas 
britânicos e franceses encaminharam um ultimato ao governo egípcio, exigindo a devolução do canal.
Os EUA e a URSS reagiram imediatamente, demandando o final das hostilidades e, através 
da ONU, procuraram garantir a retirada das tropas de território egípcio. 
Os ingleses e os franceses saíram da região, mas Israel permaneceu na Faixa de Gaza até 
19 de março de 1957.
O conflito de Suez alterou a percepção sobre a política da região: os franceses e 
britânicos perderam influência na política local, Nasser ganhou projeção como um dos 
grandes defensores do nacionalismo árabe, Israel passou a projetar a imagem de um 
estado militarmente forte, a ONU passou a ser vista como a melhor entidade para moderar 
as relações na região. Contudo, apesar das mudanças, as questões entre Israel e os árabes 
continuaram sem solução.
A situação dos palestinos tornou-se ainda mais complexa e, em 1964, a Organização 
para a Libertação da Palestina foi criada para combater a presença israelense e lutar pela 
constituição do estado palestino como determinado em 1947.
A organização acabou se dividindo em sub grupos, como o Fatah, contudo, todos agiam sob 
a égide da OLP e, a partir de 1967, o grupo centrou suas ações em tentativas de desestabilizar 
o Estado de Israel.
Em 5 de junho de 1967, as tropas israelenses atacaram o Egito, depois que o governo 
daquele país tomou medidas para controlar o Estreito de Tiran e impedir a passagem de 
navios israelenses.
 Era o início da chamada Guerra dos Seis Dias. 
Atacando em três frentes, os israelenses ocuparam a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, 
territórios ocupados pelos palestinos, e tomaram a Península do Sinai ao Egito, bem como as 
Colinas de Golan à Síria. 
Ainda como resultado deste conflito, a cidade de Jerusalém passou a ser controlada pelos 
israelenses.
Em 22 de novembro de 1967, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a Resolução 
242, cujas determinações mais importantes eram:
11
I. Retirada das tropas de Israel de todos os territórios conquistados no 
recente conflito.
II. Fim de todas as disputas e situações de conflito e respeito e reconhecimento 
da soberania, integridade territorial e independência política de todos 
os estados dessa área e seu direito de viver em paz dentro de fronteiras 
seguras e reconhecidas, livres de ameaças ou atos de violência.
Fonte: http://www.un.org./en/sc/documents/resolutions/1967.shtml
A situação dos palestinos tornou-se ainda mais complexa, depois desse conflito e as ações 
da OLP passaram a ser marcadas pela violência aberta. O Fatah assumiu o controle da 
organização e, em 1969, Yasser Arafat tornou-se oficialmente o líder da organização. 
A maior parte dos militantes do grupo passaram a residir na Jordânia e, em 1970, a 
situação entre os palestinos e o governo local tornou-se muito tensa.
As forças da Jordânia, sob ordem do Rei Hussein, atacaram os refugiados palestinos, pois, 
por ordem de Arafat, os membros da OLP apoiaram a tentativa de um golpe contra o governo 
estabelecido.
O conflito escalou e as tropas da Síria, Iraque e Israel atacaram a Jordânia.
Os EUA e a URSS procuraram pressionar seus aliados demandando o final do conflito, o 
que permitiu ao exército da Jordânia empurrar os guerrilheiros da OLP para os subúrbios de 
Amman.
Em 25 de setembro, os termos da paz foram acertados e a OLP se retirou da Jordânia e 
reconheceu a autoridade do Rei Hussein, que manteve sua ação contra os palestinos até que, 
em 1971, eles foram totalmente expulsos do país.
Membro do Setembro Negro nos alojamentos israelenses
Fonte: Wikimedia Commons
O comando da OLP se transferiu para o Líbano 
e os palestinos formam um novo grupo extremista, 
o Setembro Negro, que recebeu este nome para 
marcar o momento da expulsão da Jordânia. 
A maior repercussão de ação do Setembro 
Negro foi o ataque à delegação de Israel durante 
as Olimpíadas de Munique, em 1972. Em 5 de 
setembro, o grupo sequestrou 11 atletas israelenses 
e 1 policial alemão e depois de algumas horas de 
negociação, todos os reféns foram mortos e alguns 
dos responsáveis pelo ataque morreram durante a 
tentativa de libertar os prisioneiros.
 
Veja o jornalista Jim Mc Kay, que acompanhou o sequestro e foi 
o responsável pela transmissão das informações falando sobre 
assunto: http://www.youtube.com/watch?v=4nOnRbTlWs0
http://www.youtube.com/watch?v=4nOnRbTlWs0
12
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Golda Meir
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/
File:Golda_Meir_03265u.jpg
Em virtude do acontecido, a Primeira Ministra de Israel, 
Golda Meir, ordenou a Operação Ira de Deus, em 1972.
Essa operação clandestina foi implementada pela Mossad, 
a central de inteligência de Israel e levou à perseguição e 
eliminação de indivíduos alegadamente ligados ao ataque de 
Munique. 
Segundo informações tanto dos israelenses quanto dos 
palestinos, a Operação permaneceu ativa por mais de vinte 
anos e calcula-se que mais de 15 pessoas foram mortas. 
A lembrança de que nos não esquecemos nem perdoamos. 
Segundo registros, estes eram os dizeres do cartão que a Mossad 
mandava às suas vítimas algumas horas antes dos ataques.
Em 6 de outubro de 1973, durante o feriado judaico do Yom Kippur, as tropas do Egito e 
da Síria atacaram Israel na tentativa de recuperar a Península do Sinai e as Colinas de Golan. 
O ataque foi uma surpresa, pois as forças israelenses falharam em detectar a preparação das 
tropas nos meses que antecederam ao ataque e isso levou a vitória tanto para os sírios, quanto 
para as forças do Egito. 
Por volta de 9 de outubro, as forças israelenses foram capazes de conter os avanços externos, 
mas não possuíam equipamentos e suprimentos para uma ofensiva em larga escala.
Alegando que os estados árabes recebiam apoio da URSS, os estadunidenses decidiram 
interferir e garantir que Israel recebesse o que fosse necessário para a ofensiva. 
As forcas israelenses não só reconquistaram os territórios perdidos, como tomaram terras 
da Síria e do Egito, durante o contra ataque.
Posto sem gasolina nos EUA, em 1973
Fonte: http://we-make-money-not-art.com/archives/2009/08/
sorry-out-of-gas-architectures.php
Os estados árabes da OPEP,  Organização 
dos Países Exportadoresde Petróleo, 
declaram embargo aos EUA devido ao apoio 
oferecido à Israel, o que ocasionou uma crise 
de abastecimento naquele país e o aumento 
do preço do barril gerou uma profunda crise 
econômica em escala global.
Em 23 de outubro, a ONU ordenou o final 
das agressões, contudo, Israel se recusou a 
obedecer à determinação e os soviéticos se 
prepararam para mandar tropas para apoiar 
as forças do Egito. Temendo que o conflito 
escalasse, os EUA pressionaram os israelenses 
a obedecer ao cessar fogo. 
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Golda_Meir_03265u.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Golda_Meir_03265u.jpg
http://we-make-money-not-art.com/archives/2009/08/sorry-out-of-gas-architectures.php
http://we-make-money-not-art.com/archives/2009/08/sorry-out-of-gas-architectures.php
13
Os EUA passaram a pressionar por uma solução amigável, devido aos problemas com o 
petróleo e o secretário de estado, Henry Kissinger, conseguiu firmar acordos entre os estados 
beligerantes, firmando compromissos de paz.
Em 1977, a situação política em Israel alterou-se, pois, pela primeira vez, o governo do 
país passou a ser controlado por um partido de direita, o Likud, e elegeu como primeiro 
ministro Menachem Begin, que governou até 1983.
Durante o governo de Begin, os israelenses passaram a mandar colonos para as regiões 
conquistadas a partir de 1967, como a Samaria, a Galileia e a Judeia. Além disso, em 30 de 
julho de 1980, através da chamada Lei de Jerusalém, o governo do Likud estabeleceu que a 
cidade de Jerusalém passava a ser considerada a capital de Israel. 
Conheça a íntegra da lei em: 
https://www.knesset.gov.il/laws/special/eng/basic10_eng.htm
No âmbito externo, o governo de Begin foi marcado pelos Acordos de Camp David, em 
1978, e pelo Acordo de Paz entre Israel e o Egito em 1979. 
Os Acordos de Camp David foram assinados sob mediação dos EUA. Eram voltados para 
dois temas diferentes: o primeiro, envolvia as discussões em torno dos territórios palestinos; 
já o segundo, tratava das relações entre Egito e Israel. 
Os acordos foram resultados de mais de um ano de negociações envolvendo Israel; os EUA, 
de Jimmy Carter, e vários estados árabes. Contudo, terminou como um acordo bi-lateral com 
o Egito, representado por Anwar El Sadat.
Begin, Carter e Sadat, na assinatura dos Acordos de Camp David
Fonte: Wikimedia Commons
Veja a reportagem da NBC sobre a assinatura dos Acordos de 
Campi David: http://www.youtube.com/watch?v=GFUulLqPKcc
http://youtube.com/watch?v=GFUulLqPKcc
14
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
O Acordo de Paz de 1979 propôs a normalização das relações entre o Egito e Israel. Os 
israelenses concordaram em se retirar da Península do Sinai e os egípcios concordaram em 
manter a região desmilitarizada. Além disso, o acordo permitia aos israelenses acesso ao Canal 
de Suez e às áreas próximas. O mais importante, contudo, foi o fato do acordo confirmar que 
o Egito reconhecia oficialmente o estado de Israel.
A reação dos outros estados árabes foi violenta e o Egito foi suspenso da Liga Árabe entre 
1979 a 1989 e o presidente Sadat tornou-se impopular dentro e fora de seu país.
Em 6 de outubro de 1981, o Presidente Sadat foi assassinado durante uma parada militar 
que matou 11 pessoas e feriu mais de 30.
Veja as imagens do atentado que causou a morte de Sadat em 
1981: http://www.youtube.com/watch?v=hWM9AqTpMvo
Depois do acordo com o Egito e do silêncio da Síria e da Jordânia, o governo de Begin voltou 
sua atenção às tropas da OLP de Yasser Arafat. Depois da expulsão da Jordânia, os palestinos 
se fixaram no Líbano e passaram a atacar os israelenses a partir de bases naquele país. 
Em 1982, Israel lançou a Operação Paz par a Galileia que era, na verdade, a invasão do 
Líbano e a ocupação de Beirute.
As tropas da OLP foram forçadas a deixar o país e procurar abrigo na Tunísia, mas a invasão 
repercutiu muito mal entre os aliados de Israel, especialmente devido à conivência das tropas com 
o massacre de civis palestinos por tropas de cristãos maronitas, nos campos de Sabra e Shatila
A região era marcada pelos conflitos entre cristãos e muçulmanos e o Líbano estava em 
guerra civil desde 1975 e a presença israelense ajudou a acirrar o conflito.
Leia a reportagem da revista Veja sobre os massacres de Sabra e 
Shayila no Líbano: 
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/crise_palestina/arquivo/reportagem_290982.html
Linha Verde de Beirute em 1982, 
essa região separava as áreas cristãs e muçulmanas da cidade
Fonte: Wikimedia Commons
.
http://youtube.com/watch?v=hWM9AqTpMvo
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/crise_palestina/arquivo/reportagem_290982.html
15
O Primeiro Ministro, Menachem Begin, acabou renunciando ao cargo em 1984, quando a 
opinião pública passou a demandar o final das hostilidades e a retirada das tropa israelenses 
do Líbano, o que começou em 1985. Contudo, as tropas israelenses se mantiveram no sul do 
Líbano, onde criou-se “zona de segurança” com pouco mais de 10 km de largura.
No mesmo período, consolidou-se o  Hezbollah (“Partido de Deus”), organização xiita 
libanesa que pretendia combater a presença de Israel no país. O Hezbollah foi organizado 
e treinado pela Guarda Revolucionária Iraniana, fundada para defender o regime islâmico 
estabelecido no Irã depois da ascensão do Aiatolá Khomeini, em 1979.
A situação dos palestinos nas regiões ocupadas por Israel tornou-se ainda mais dramática 
e, em 1987, iniciou-se a Primeira Intifada.
Basicamente, a Intifada consistia em manifestações da população civil, que atacava os 
soldados israelenses, com paus e pedras e estes, frequentemente, revidavam a bala, provocando 
mortes e prejudicando a imagem de Israel para a opinião internacional.
A ONU apresentou uma série de documentos que condenavam a ação de Israel, mas os 
governos israelense e norte-americanos ignoraram os avisos sobre a situação dos palestinos.
Palestino atira pedra 
em tanque israelense
Fonte: http://www.moderna-contemp.
uerj.br/outros_materiais/imagens/árabes_
israel/1987/First_intifada.jpg
 
A Primeira Intifada terminou em 1992, deixando claro o clima de 
intolerância entre os envolvidos no conflito e mostrou a necessidade 
de discussões efetivas sobre o tema.
Em outubro de 1991, a maior parte dos envolvidos 
encontrou-se em Madrid para uma reunião sobre a questão das 
relações entre Israel e os árabes e, principalmente, a questão 
dos palestinos.
O encontro foi patrocinado pelos norte-americanos, representados 
por George Bush e pelos soviéticos, sob o comando de Mikhail 
Gorbachev. Depois da reunião de abertura, os israelenses travaram 
conversas em separado com todos os seus vizinhos, por essa razão, 
o encontro foi considerado um sucesso.
“Nós procuramos a paz, a paz real. E, por paz real, eu entendo a 
realização de tratados. Se não podemos encontrar coragem para 
colocar o passado de lado para nós mesmos, então, vamos fazê-lo 
pelas crianças.”
George Bush - conferência de Madrid.
“Temos uma oportunidade única e seria imperdoável perder esta 
oportunidade. O sucesso é interesse de todos.”
Mikhail Gorbachev - conferência de Madrid.
As conversações progrediram em segredo, sob a proteção do governo norueguês, na 
cidade de Oslo. Os acordos determinaram a criação de uma Autoridade Nacional Palestina, 
http://www.moderna-contemp.uerj.br/outros_materiais/imagens/arabes_israel/1987/First_intifada.jpg
http://www.moderna-contemp.uerj.br/outros_materiais/imagens/arabes_israel/1987/First_intifada.jpg
http://www.moderna-contemp.uerj.br/outros_materiais/imagens/arabes_israel/1987/First_intifada.jpg
16
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
com autonomia administrativa e policial em alguns pontos do território palestino, além disso, 
previa a progressiva retirada das forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia. Em troca, a OLP 
reconhecia o direito de Israel à existência e renunciava formalmente ao terrorismo.
Em 13 de setembro de 1993, o presidente estadunidense Bill Clinton recebeu o primeiroministro israelense Yitzhak Rabin e o representante da OLP, Yasser Arafat.
O encontro marcou um dos momento emblemáticos do século XX, pois reuniu, para a 
assinatura de um tratado de paz, dois homens conhecidos por suas posições opostas e pelo 
fato de serem inimigos declarados. 
Assinatura do tratado na Casa Branca
Fonte: Wikimedia Commons
Veja o vídeo mostrando a assinatura dos tratados de Oslo em 
1993: http://youtube.com/watch?v=yS8rzRaxQWA
Os acordos não foram bem recebidos por todos os envolvidos, os grupos como o Hamas e 
os ultra nacionalistas israelenses ficaram indignados com os termos acordados.
Arafat, Peres e Rabin na entrega do NobeL da Paz, em 1994
Fonte: http://historica.com.br/wp-content/uploads/2011/10/
Arafat_Peres_Rabin_Nobel_Paz.jpg
Em 1994, Yasser Arafat,  Yitzhak Rabin 
e Shimon Peres, que era ministro das relações 
interiores de Israel, foram laureados com o 
Prêmio Nobel da Paz por seus esforços pela paz 
no Oriente Médio.
Veja a página da Fundação Nobel sobre 
este prêmio: 
http://goo.gl/6FMbvd
http://youtube.com/watch?v=yS8rzRaxQWA
http://historica.com.br/wp-content/uploads/2011/10/Arafat_Peres_Rabin_Nobel_Paz.jpg
http://historica.com.br/wp-content/uploads/2011/10/Arafat_Peres_Rabin_Nobel_Paz.jpg
17
Em abril daquele ano, Yasser Arafat retornou à Faixa de Gaza depois de 27 anos de exílio. 
Obedecendo ao determinado pelos acordos de paz, as regiões de Gaza e Jericó tornaram-se 
províncias autônomas sob controle da Autoridade Nacional Palestina, da qual Arafat se tornou 
presidente na eleição de 1996.
Os colonos israelenses foram mantidos nestes territórios e, mesmo com a presença da 
Autoridade Palestina, estas pessoas vivem sob proteção das tropas israelenses estacionadas 
na região. 
Em 4 de novembro de 1995, durante uma manifestação pela paz,  Yitzhak Rabin foi 
assassinado com três tiros por um extremista israelense chamado Yigal Amir, preso em seguida.
O atentado colocou o processo de paz em cheque, mesmo com Shimon Peres assumindo 
interinamente o controle do estado, afinal, ele tinha agido em conjunto com Rabin nas 
negociações com a OLP.
“Eu espero que todos nós - os israelenses e os palestinos - tenhamos 
a habilidade de superar a tragédia e continuar com o processo de 
paz no Oriente Médio.” 
Yasser Arafat - sobre a morte de Rabin.
As eleições de 1996 em Israel foram cercadas de polêmicas sobre os acordos com os 
palestinos e o eleito para primeiro ministro foi Benjamin Netanyahu, que governou até 1999.
Netanyahu paralisou a retirada das tropas israelenses das áreas ocupadas e intensificou os 
assentamentos de colonos judeus em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental
“Oslo foi uma ilusão de paz sob a sombra do terrorismo. Eu parei esta louca corrida em 
ceder as terras de Israel aos palestinos.”
Benjamin Netanyahu sobre os acordos de 1993.
O processo de paz, infelizmente, estagnou!
 Importante!
Questões que dificultam o processo de paz:
• a existência de grupos radicais entre os israelenses e entre os palestinos, que 
não aceitam fazer concessões;
• a situação de Jerusalém, que é disputada por todos os envolvidos; 
• o problema dos colonos israelenses em território palestino, que demandam 
proteção do governo de Israel;
• o problema dos refugiados palestinos, que afluem em grande número para as 
áreas administradas pela Autoridade Palestina e que não tem condições de 
sobrevivência; 
• a questão do controle dos recursos hídricos do Rio Jordão, fundamental para 
a agricultura da região. 
18
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
A Guerra Fria: surgimento e queda da URSS
Os anos de formação
A formação da URSS está diretamente ligada ao movimento que conhecemos como 
Revolução Russa.
A Revolução Russa, que aconteceu em 1917, foi um processo único, pois, em seus primeiros 
momentos, derrubou o regime czarista em favor de um governo liberal, mas sua principal 
vitória foi a instalação de um novo tipo de regime: o comunismo soviético.
A criação da URSS foi um processo longo, marcado por longo e violento processo e, 
oficialmente, o país só surgiu em 1922.
Entre 1918 e 1923, os russos enfrentaram uma guerra civil que envolvia os bolcheviques 
e seus aliados, conhecidos como “vermelhos” e os anti-bolcheviques, que eram chamados de 
“brancos”.
Foto tirada pelo diplomata norueguês 
Fridtjof Nansen, em 1922, mostrando 
crianças russa por ocasião da grande fome
Fonte: Wikimedia Commons
A guerra devastou o país e trouxe uma grande miséria, 
especialmente nas áreas rurais, devido à política do estado – 
conhecida como comunismo de guerra – que se baseava no 
confisco de grãos e outros bens para atender às necessidades 
do exército. Contudo, deve-se destacar que a grande fome que 
devastou a Rússia, em 1921, foi ocasionada não somente pela 
política comunista; a presença do país na I Guerra Mundial havia 
iniciado o processo de drenagem dos recursos da população, 
que foi agravado pelos atos do governo comunista. 
Além das dificuldades internas, os russos se envolveram em 
problemas externos. 
A parte setentrional do país foi ocupada, até 1919, por 
tropas inglesas, francesas e americanas e, simultaneamente, 
a Rússia sofreu com a presença de tropas japonesas na área 
mais oriental do território até 1922.
Por fim, entre 1919 e 1921, o regime comunista se envolveu 
em uma guerra com a Polônia, que foi finalizada com o Tratado 
de Riga. Este tratado estabeleceu as fronteiras existentes entre 
estes dois países durante o período entre guerras. 
Em março de 1921, os marinheiros da fortaleza de Kronstadt, acompanhados por 
soldados e civis, organizaram um levante contra os bolcheviques e o comunismo de 
guerra. Liderados pelo marinheiro Stepan Petrichenko, os revoltosos foram rapidamente 
controlados, mas o movimento alertou os líderes comunistas da necessidade de alterar os 
rumos da economia.
19
Ataque a Kronstadt
Fonte: Wikimedia Commons
As alterações operadas por Lenin nesse sentido ficaram conhecidas como NEP. A NEP 
permitia que os agricultores retivessem parte de sua produção para o comércio e legitimava a 
obtenção de lucro com a operação; além disso, o comércio a varejo foi liberado para o pequeno 
empreendedor, contudo, o comércio de grande escala continuava sob controle do estado.
As medidas permitiram a recuperação da economia e a emergência de grupos, considerados 
“capitalistas” pelos membros mais radicais do partido, como os kulaks, agricultores enriquecidos 
pela liberação do comércio de alimentos.
Os descontentamentos com a NEP foram agravados pelo desemprego e pelo medo de 
que a revolução perdesse seu dinamismo, o que facilitou a implementação do Primeiro Plano 
Quinquenal, durante o período stalinista. 
Mercado durante a NEP
Fonte: soviethistory.org
Em 1922, um tratado reuniu formalmente a Rússia, a Ucrânia, Belarus e a região Cáucaso, 
formada pela Geórgia, Armênia e o Azerbaijão, em um novo país: a União das Repúblicas 
Socialistas Soviéticas.
20
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Os anos Stalin
A Revolução de 1917 levou ao poder o grupo político conhecido como bolcheviques, 
dominado por Vladimir Lenin. O poder de Lenin era inquestionável, contudo, em 1922, ele 
sofreu um devastador derrame que o impossibilitou de manter o controle sobre o grupo.
Uma luta pelo poder se desenvolveu entre duas figuras importantes do grupo: o Secretário 
do Partido Comunista, Joseph Stalin e o Comissário para Guerra, Leon Trotsky.
De certa maneira, o embate era sobre o que a URSS se tornaria. Trotsky acreditava que a 
revolução comunista deveria ser encorajada em todas as partes do mundo e que os soviéticos 
deveriam apoiar e facilitar essas mudanças. Já Stalin propunha que o comunismo precisava 
ser consolidado e estabelecer uma base concreta de poder na URSS, antes de apoiar a 
disseminação da revolução.
Stalin utilizou sua posição como secretário do partido para colocar seus aliados em locais 
chaves do Comitê Central, o que garantiu que ele se tornasse líder do partido em 1924.
Trotsky foiretirado do poder, exilado e assassinado no México, em 1940. 
Stalin procurou consolidar seu poder pela eliminação de opositores e mesmo aliados que 
poderiam eclipsar seu poder, como foi o caso de Lev Kamenev, que havia sido um aliado 
próximo de Lenin.
Trotsky, Lenin e Kamenev, em 1920
Fonte: Wikimedia Commons
Nos anos seguintes, Stalin realizou expurgos maciços dentro da sociedade soviética, qualquer 
pessoa suspeita de “deslealdade” foi morta, mandada para a prisão ou julgada publicamente e, 
nesses julgamentos, eles “admitiam” que tinham cometido todos os tipos de crimes. 
Entre os 139 membros do Comitê Central do Comunista, 93 foram condenados à morte; 
já nas forças armadas, 81 dos 103 generais e almirantes foram mortos. 
Calcula-se que 3 milhões de pessoas do partido comunista foram mortos.
21
Além disso, Stalin iniciou uma campanha sistemática de propaganda para garantir que a 
memória desses líderes fosse eliminada também. Com esse objetivo, fotografias e livros de 
história foram alterados. 
Observe a imagem a seguir:
Fonte: Wikimedia Commons
Nessa imagem, vê-se Lenin discursando e à direita estão Kamenev e Trotsky.
Agora, observe a versão alterada da fotografia.
Fonte: Wikimedia Commons
Nesta versão, não é possível ver nem Trotsky nem Kamenev!
Nos anos trinta, o Grande Terror tinha se espalhado por toda a sociedade e, aproximadamente, 
20 milhões de russos foram confinados nos gulags – nome dado aos campos de trabalhos 
forçados, que ficavam, geralmente, na Sibéria.
22
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Outras medidas de controle foram tomadas pelo governo, como o início de uma campanha 
antirreligiosa que acusava as igrejas estabelecidas de promover a dominação do trabalhador, os 
grupos étnicos foram “russificados”, ou seja, obrigados a aceitar a língua e os costumes russos. 
Cartaz de Propaganda contra a Igreja, 
que dizia que a religião era o ópio do povo
Fonte: soviethistory.org
A polícia política russa, a NKVD, foi responsável pela eliminação da maioria dos inimigos 
de Stalin e dos críticos ao sistema.
Além disso, iniciou um controle rígido sobre os meios de comunicação para garantir o 
controle político necessário para as medidas de modernização do país e, por volta de 1939, 
o país era uma ditadura.
Outra medida adotada nesse sentido foi a Constituição de 1936, que criou o Soviet Supremo 
e centralizou o poder nas mãos de Stalin. Este documento garantiu aos soviéticos o direito 
ao voto – lembre-se que o único partido era o Partido Comunista – o direito ao trabalho, ao 
descanso, ao lazer, à saúde, à educação, à moradia e à proteção aos idosos.
A situação econômica era uma das grandes questões que o governo Stalin precisava 
equacionar e uma das saídas foi a coletivização da agricultura. 
Ao final da década de 20, era claro que a agricultura era inadequada às necessidades do 
país. Apesar do sucesso dos kulaks, a produção não era suficiente para garantir o atendimento 
da demanda. 
Em 1927, Stalin declarou que a solução para o problema era a unificação das pequenas 
propriedade em fazendas coletivas. Essas fazendas coletivas, os kolkhoz, seriam capazes de 
adquirir máquinas para uma produção mais eficiente e criariam um excedente que poderia 
ser direcionado às cidades. Depois de dois anos, Stalin declarou a coletivização obrigatória, 
contudo, a população resistiu à ideia e sabotou as colheitas, criando uma outra crise de 
alimentos em 1931.
http://www.soviethistory.org/index.php?page=subject&show=images&SubjectID=1924antireligion&Year=1924&navi=byYear
23
Stalin culpou os kulaks pelo acontecido e declarou guerra a eles, muitos foram executados 
ou mandados para os gulags. Em 1939, 99% das terras tinham sido coletivizadas e 90% dos 
camponeses viviam em kolkhoz, que eram controlados por oficiais dos governo.
Stalin atingiu a maioria de seus objetivos:
• a produção de grão cresceu para, aproximadamente, 100 milhões de toneladas em 
1937;
• foi possível exportar grãos para outros países, ampliando a receita;
• 17 milhões de pessoas migraram para as cidades e isso favoreceu o processo de 
industrialização;
• os kulaks foram eliminados e os camponeses passaram a ser controlados pelo governo.
Deve-se observar que as ações do governo custaram a vida de 3 milhões de kulaks e de 
outros 5 milhões de soviéticos que morreram de fome entre 1930 e 1933, durante o processo 
de implementação da coletivização.
Outra medida importante para o desenvolvimento econômico era a industrialização e, com 
este objetivo, o governo de Stalin desenvolveu os Planos Quinquenais, entre 1928 e 1938.
Estes planos criaram metas de produtividade para as fábricas e concentraram-se nas 
indústrias pesadas, garantindo o suprimento de carvão, petróleo, aço e eletricidade.
Várias indústrias e cidades foram criadas em áreas afastadas por jovens comunistas que 
recebiam incentivos do estado para estas ações. A produção era incentivada por competições 
entre os trabalhadores. Os que mais produziam recebiam medalhas e eram chamados de 
Stakhanovites, em homenagem a Alexey Stakhanov que minerou 102 toneladas de carvão 
em um período de 6 horas.
Alexey Stakhanov, ao centro
Fonte: Wikimedia Commons
 
Assista ao filme de propaganda soviética, mostrando Alexey 
Stakhanov e outros mineradores no trabalho:
http://goo.gl/3Ag8so
24
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Além dos incentivos à produtividade, os trabalhadores recebiam educação política, educação 
formal e educação técnica. 
A URSS também trouxe oportunidades para as mulheres, além de creches que acomodavam 
as crianças para que elas pudessem trabalhar, também investia em sua educação. O governo 
advogava os mesmos direitos para homens e mulheres e, por esse motivo, podiam se tornar 
médicas, cientistas, metalúrgicas...
Os números obtidos por este esquema de produção eram fenomenais, entretanto, a 
produção era voltada para a indústria pesada e pouco foi feito para iniciar a produção de bens 
e consumo.
Nesse período, o estado ainda organizou uma série de grandes obras:
• a ferrovia Turquestão–Sibéria, que liga a Ásia Central à Sibéria;
• a hidroelétrica de Dneiper, uma das maiores da Ucrânia;
• o canal fluvial que liga o Mar Branco ao Báltico.
No que tange à política externa, em 23 de agosto de 1939, Stalin estabeleceu um pacto de 
não agressão com a Alemanha Nazista, o pacto Molotov–Ribbentrop. Por esse acordo, além 
de evitaram a guerra, a URSS e a Alemanha dividiriam o território da Polônia, invadido em 
setembro daquele ano.
Cartoon “Rendezvous”, de David Low, publicado no Evening Standard, em 20 de setembro de 
1939. Mostra o encontro de Stalin e Hitler. Hitler cumprimenta Stalin dizendo “A escória da 
terra, eu acredito?” Stalin responde “O assassino sanguinário de trabalhadores, eu presumo?
Fonte: Wikimedia Commons
25
Entre 1939 e 1940, o exército soviético ocupou e incorporou novos territórios como a 
Lituânia, Letônia e a Estônia, além da Moldávia.
Em 1941, os soviéticos assinaram um acordo de não agressão com o Japão, contudo, em 
junho desse ano, a URSS entrou efetivamente na II Guerra Mundial, depois da invasão da 
Alemanha ao território soviético.
Em poucos meses, os alemães ocuparam Belarus, a maior parte da Ucrânia e cercaram a 
cidade de Leningrado, atual São Petesburgo. As ações do exército vermelho salvaram Moscou 
da ocupação, mas em junho de 1942, os alemães estavam nos portões de Stalingrado, atual 
Volgogrado, e próximo aos campus de petróleo do Cáucaso.
Em 1943, os soviéticos lançaram uma vitoriosa contra-ofensiva em Stalingrado, que 
culminou com a tomada de Berlim de 1945.
Durante os encontros de Yalta e Potsdan, a URSS e o restante dos aliados estabeleceram 
as esferas de poder a serem observadas na Europa do pós- guerra.
 A Alemanha foi dividida em áreas de influência e a cidade de Berlim, em quatro setores, 
como mostra o mapa.
Fonte: Wikimedia Common
Em junho de 1948, os soviéticos iniciaram um bloqueio às áreas controladas pelos demais 
aliados;o objetivo era controlar a entrada de suprimentos na cidade e, com isso, expulsar 
os aliados. 
O bloqueio estendeu-se até maio de 1949, mas não atingiu o desejado, já que os aliados 
mantiveram a entrada de mercadorias por via aérea, em uma ação que envolveu as forças 
aéreas britânicas, norte-americanas, canadenses, neozelandesa e sul-africana.
26
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Apoio aéreo contra o bloqueio de Berlim, em 1949
Fonte: Wikimedia Commons
Em 1949, a URSS reconheceu o governo comunista da China e, no ano seguinte, os 
dois países assinaram um tratado que propunha uma aliança de 30 anos. Ainda em 1950, 
iniciou-se a Guerra da Coreia (1950-1953), que marcou a deterioração das relações entre os 
ex-aliados e acentuou a formação de novas alianças, baseadas nas aproximações entre países 
capitalistas e comunistas.
A formação e consolidação de alianças militares foi uma das grandes ações dos soviéticos 
nesse período e levou a formação do Pacto de Varsóvia, em 1955. O Pacto foi uma resposta 
à formação da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte – aliança militar que reuniu 
os EUA, o Canadá e os países da Europa Ocidental.
Os primeiros signatários do tratado foram a URSS, a Albânia, a Polônia, a Tchecoslováquia, 
a Hungria, a Bulgária, a Romênia e a Alemanha Oriental. O objetivo do pacto era garantir a 
segurança dos membros perante ataques externos e determinava que as ações seriam decididas 
coletivamente, contudo, como no caso da OTAN que era dominada pelos EUA, a URSS 
controlava os caminhos adotados pelo grupo.
As forças do pacto foram utilizadas para conter movimentos de descontentamentos contra 
o regime comunistas, como os ocorridos na Hungria, em 1956, na Tchecoslováquia, em 1968 
e na Polônia, em 1981.
Em março de 1953, a morte de Stalin colocou Nikita Khrushchev na posição de Secretário 
Geral do Partido Comunista e uma das principais figuras da política soviética no período, o 
que se consolidou com sua ascensão a Primeiro Ministro em 1958.
27
A era pós-Stalin
Em fevereiro de 1956, Nikita Khrushchev denunciou as práticas violentas do governo de 
Stalin em uma discurso formal perante todos os membros do partido comunista, dando início 
ao processo de desastalinização e aproximação com o Ocidente, o que gerou o afastamento 
entre a URSS e a China. 
A aproximação com os EUA foi abalada em 1962, com a chamada Crise dos Mísseis em 
Cuba. O governo soviético tinha colocado tropas e armas na ilha de Cuba, com anuência do 
regime pró-soviético de Fidel Castro. 
Depois de duas semana muito tensas, a situação foi solucionada, mas o problema gerou 
a criação de uma linha direta entre o governo estadunidense e soviético para facilitar as 
discussões entre os dois países.
Em 1957, o mundo assistiu aos soviéticos lançarem o primeiro satélite artificial do mundo, 
o Sputnik e, em 1961, Yuri Gagarin se torna o primeiro ser humano a orbitar a Terra.
Os avanços do programa espacial soviético eram evidentes e os norte-americanos 
procuraram acelerar seu programa, o que resultou com a chegada do homem à Lua, em 1969.
Gagarin na capa da Revista Time
Fonte: Time Magazine
 
Assista à entrevista concedida por Gagarin, em 1961, para a 
BBC de Londres: http://www.youtube.com/watch?v=MzzBr65ZFwM
Em 1964, o poder na URSS trocou de mãos: Khrushchev foi substituído por Leonid 
Brezhnev.
Brezhnev foi o responsável pela elaboração de uma política externa que enunciava o direito 
dos soviéticos de “proteger” os regimes comunistas aliados através da interferência militar. 
http://www.youtube.com/watch?v=MzzBr65ZFwM
28
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Trata-se da Doutrina Brezhnev, que serviu de base ideológica para a invasão da Tchecoslováquia, 
em 1968, e para a invasão do Afeganistão, em 1979.
A presença dos soviéticos em território afegão acirrou o conflito e movimentou uma grande 
resistência, os mujahideen, que recebiam dinheiro e armas de países como: EUA, Paquistão, 
China, Arábia Saudita e Irã.
A situação dos soviéticos na região era dramática, pois equipamentos como mísseis norte-
americanos Stinger ajudavam a implacável resistência local a infringir grandes perdas, tanto 
humanas, quanto materiais. 
Em 1982, Brezhnev morreu e, entre 1982 e 1984, a URRS foi liderada pelos ex-
comandantes da KGB, Yuri Andropov e Konstantin Chernenko.
Os anos Gorbachev
A morte de Chernenko, em 1984, levou ao poder uma figura fundamental para as mudanças 
que marcaram os últimos anos do século XX: Mikhail Gorbachev.
Ele chegou ao poder com o apoio de Andrei Gromyko, um dos mais poderosos ministros 
do governo soviético.
Em seus primeiros discursos aos membros do partido, Gorbachev apresentou as propostas 
que foram a marca de seu governo: a Perestroika e a Glasnost.
A Perestroika representava um conjunto de medidas voltadas para a restruturação e aceleração 
do desenvolvimento econômico soviético e, para atingir este objetivo, foram propostas medidas 
como a redução dos gastos com armamentos, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão 
e a diminuição da intervenção em outros estados do bloco.
Selo de divulgação das Perestroika
Fonte: Wikimedia Commons
A Glasnost, por sua vez, representava um conjunto de medidas voltadas a garantir a 
“transparência” nas ações do governo e a reafirmação da liberdade de expressão para todos 
os cidadãos soviéticos. Um exemplo concreto dessa nova postura foi o lançamento no país do 
polêmico filme Repentance, do diretor Tengiz Abuladze, que apresentava uma crítica alegórica 
ao período stalinista.
29
Pôster do filme Repentance
Fonte: Qartuli Pilmi, 1987.
Outra medida anunciada por Gorbachev, no início de seu governo, foi o combate ao 
consumo de bebidas alcoólicas, que para o governo era um dos grandes entraves para o 
desenvolvimento da produção, contudo, a campanha foi uma das medidas mais impopulares 
do governo. 
Pôster criado para combater o consumo de bebidas alcoólicas
Fonte: tululuka.net
Em 1986, no 27º Congresso do Partido Comunista, Gorbachev retomou o tema da 
reconstrução econômica, destacando a necessidade da iniciativa privada para essa mudança, 
mas insistindo que esta deveria acontecer sob controle e limitada pelo estado. No mesmo 
encontro, o governo apresentou sua proposta de desarmamento e aproximação ao governo 
dos EUA.
Para reforçar a seriedade da Glanost, o governo permitiu que o dissidente Andrei Sacarov 
deixasse o exílio em Gorgy e retornasse a Moscou.
http://www.tululuka.net/alco/alko19.pxml
30
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Andrei Scararov ficou conhecido no ocidente por seu trabalho no desenvolvimento de 
armas termo-nucleares para o programa de defesa soviético, contudo, foi o seu envolvimento 
nas lutas por liberdades civis e reformas no estado que teve um profundo impacto nos países 
ocidentais e, por esse motivo, em 1975, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
“Liberdade de pensamento, a existência de uma opinião pública 
informada, um sistema de educação de natureza pluralista, a 
liberdade de imprensa, o acesso a outras fontes de informação; 
todas esta coisas estão pouco disponíveis nos países comunistas.” 
Discurso de Sacarov, lido por sua esposa Yelena Bonner, na cerimônia de entrega do Nobel da Paz, em 1975.
Sacarov com sua esposa, a ativista Yelena Bonner
Fonte: humanrightsfirst.org
Yelena Bonner teve uma trajetória pessoal marcada pela luta pelos direitos 
humanos e seu trabalho foi reconhecido por diversas entidades, como a 
Anistia Internacional. Sobre ela, você poderá ler a reportagem da Revista 
Veja, quando de sua morte, no link:
http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/direitos-humanos/adeus-yelena-bonner-parabens-suu-kyi/
Sobre o exílio do casal Sacarov, leia
BONNER SACAROV, Yelena. Companheiros de Solidão. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1987.
Em 1980, Sacarov foi preso e exilado depois de protestar publicamente contra o início da 
Guerra do Afeganistão e somente no governo Gorbachev, ele foi libertado.
Ainda em 1986, um acidentena usina de força de Chernobyl, na Ucrânia, levou ao 
vazamento de elementos radioativos por grande parte do país e da Europa. 
O acidente teve proporções desastrosas e as autoridades soviéticas tentaram esconder as 
consequências do vazamento, o que provocou indignação entre a população da região e da 
comunidade internacional.
http://www.humanrightsfirst.org/wp-content/uploads/ElenaBOnner.jpg
http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/direitos-humanos/adeus-yelena-bonner-parabens-suu-kyi/
31
Calcula-se que a destruição do reator de Chernobyl 4 matou, aproximadamente, 30 
funcionários e bombeiros nos primeiros meses depois do acidente, além de deixar 134 pessoas 
doentes por exposição intensa à radiação.
Nos anos seguintes, vários casos de câncer foram diagnosticados na região do acidente e as 
consequências podem ser sentidas mesmo depois de mais de 25 anos.
Veja a reportagem da NBC mostrando as primeiras declarações de 
Gorbachev sobre o acidente: https://youtu.be/0k3wnXBE5S0
Veja a reportagem da TV Globo, feita em 2001, mostrando a região de 
Chernobyl: https://youtu.be/BygxeniXsOY
As mudanças proposta continuaram a ser implementadas e as denúncias sobre os problemas 
de corrupção no governo e da violência do período stalinista continuavam a se avolumar. Uma 
parte dos políticos do partido passaram a demandar que as medidas fossem ainda mais radicais 
e rápidas.
Entre esses políticos, estava o responsável sobre o partido em Moscou: Boris Yeltsin.
Gorbachev ficou furioso com o seu criticismo e o retirou do cargo, aprofundando as 
divergências entre os dois e colocando Yeltsin na “oposição”.
Ao contrário de Yeltsin, Yegor Ligachev, que era um aliado próximo de Gorbachev, declarou 
publicamente que ele havia exagerado e, de certa forma, sua fala representava uma outra 
parcela dos membros do partido: aqueles que desejavam conter as mudanças.
Na 19ª reunião do partido, ocorrida em 1988, os ânimos estavam acirrados e a população 
soviética acompanhou disputas acaloradas sobre os rumos que o país deveria seguir. Nesse 
encontro, foi decidido que o governo conduziria as primeiras eleições relativamente livres do 
país e oficialmente adotava a Glasnost como política oficial.
O desejo de radicalização das mudanças políticas reacendeu as diferenças entre os diversos 
grupos étnicos da URSS. 
Em 1988, os líderes da comunidade armênia, no Azerbaijão, passaram a demandar 
liberdade para região NagornoKarabakh para que pudessem integrar a Armênia. As 
tensões entre os grupos culminaram para um grande conflito armado, que se estendeu 
até 1994.
Ainda em 1988, depois que o Paquistão e o regime pró-comunista do Afeganistão 
negociaram diversos acordos de paz em Genebra, os soviéticos iniciaram a retirada de suas 
tropas do território afegãos, marcando o final de quase uma década de ocupação.
A Guerra tinha deixado suas marcas na sociedade soviética, pois, além dos gastos, a guerra 
deixou mais de 10.000 soldados mortos e mais de 30.000 feridos.
Deve-se destacar que a guerra provocou a morte de, aproximadamente, 70000 combates 
afegãos, os Mujahideen, e mais de 800.000 civis afegãos.
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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Tropas soviéticas deixando o Afeganistão
Fonte: Wikimedia Commons
As eleições de 1989 trouxeram diversas mudanças. A primeira foi o fato de que os eleitores 
escolhiam seus candidatos de uma lista que continha opositores reais ao governo comunista, 
como Andrei Sacarov.
Outra mudança importante foi o fato de que a eleição de Sacarov, que morreu de infarto, 
ainda em 89, e de Boris Yeltsin criou uma oposição parlamentar real. Além disso, a relativa 
liberdade dada aos eleitores permitiu que as repúblicas bálticas elegessem políticos alinhados 
com as propostas de independência. 
O clima de abertura política favoreceu a organização de manifestações públicas em várias 
partes da URSS. Os protestos foram gerados pela escassez cada vez maior de objetos de 
consumo, além disso, Gorbachev passou a ser visto como um obstáculo para as mudanças e 
não mais seu principal realizador.
O clima de tensão foi agravado pelas demandas dos diversos grupos étnicos, como os 
estonianos. 
As três repúblicas do Báltico - Estônia, Letônia e Lituana - estavam sob domínio soviético 
desde o final da II Guerra Mundial, contudo, as demandas pró-independência estavam 
avançando e cada vez mais políticos ligados a esta proposta passaram a ocupar espaço no 
estado e, em março de 1990, a Lituânia proclamou sua independência. 
No âmbito externo, a preocupação do governo de Moscou era com a integridade dos 
regimes comunistas na Europa e, por esse motivo, Gorbachev fez uma visita à Alemanha 
Oriental.
Muitos observadoras consideram que essa visita precipitou os protestos em massa que 
cortaram o país e, em novembro de 1989, o regime da Alemanha oriental foi destituído, 
dando início à reunificação do país. 
O momento mais marcante deste processo foi a destruição do Muro que dividia a cidade de 
Berlim, um dos símbolos mais fortes da Guerra Fria. 
33
As pessoas andando sobre o Muro, em 1989
Fonte: Wikimedia Commons 
 
Assista à reportagem da TV Globo, mostrando a queda do 
Muro de Berlim: https://youtu.be/hNh_4SoTYhs
Em dezembro de 1989, Gorbachev encontrou com o presidente norte-americano, George 
Bush, em Malta, e declarou o final do antagonismo entre os dois países.
Bush e Gorbatchev
Fonte: sekcastillohistory20.files.wordpress.com
“O mundo está deixando uma época para entrar 
em outra. Nós estamos iniciando uma longa e 
duradoura era de paz. A ameaça da força, da 
desconfiança, das diferenças ideológicas e 
psicológicas devem ser coisas do passado. Eu 
asseguro ao Presidente dos EUA que eu nunca 
iniciarei um ato agressivo contra os EUA.”
Gorbatchev, no Encontro de Cúpula de Malta, 1989.
“Nós podemos realizar uma paz duradoura e 
transformar as relações entre Leste e Oeste para 
uma de cooperação duradoura. Este é o futuro 
que o Presidente Gorbatchev e eu iniciamos aqui 
em Malta.”
George Bush no Encontro de Cúpula de Malta, 1989.
http://sekcastillohistory20.files.wordpress.com/2011/12/malta_summit.jpg
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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Em 1990, a Alemanha Oriental deixou o Pacto de Varsóvia em preparação para a unificação 
com a Alemanha Ocidental; a Polônia e Tchecoslováquia também afirmaram seu desejo de 
deixar a aliança. Diante dos protestos e da impossibilidade de manter o controle sobre a 
política interna de seus aliados, os soviéticos, em 1991, abriram mão do controle sobre as 
forças do pacto; poucos meses depois, a aliança deixou de existir oficialmente.
Em agosto de 1991, vários altos oficiais do governo, como o Ministro da defesa, Dimitry 
Yazov, e membros da KGB prenderam Gorbachev, durante suas férias na Crimeia.
Os golpistas foram presos depois de três dias, graças à ação de Boris Yeltsin, que assumiu o 
controle do governo. Imediatamente, Yeltsin baniu o Partido Comunista Soviético na Rússia, 
reconheceu a independência das repúblicas Bálticas, Ucrânia e das outras repúblicas que 
compunham a URSS e, por fim, declara a independência da Rússia.
Em setembro de 1991, os membros da assembleia soviética declaram a dissolução do 
governo e final da URSS.
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Cronologia URSS (1917-1991)
Vladimir Lenin - 1917 -1924
Vladimir Ilich Ulyanov (n. 1870 - m. 1924) 
Lenin trabalhando em 1918
Fonte: Wikimedia Commons
• Líder dos Bolcheviques
• Revolução Russa
• Guerra Civil
• NEP - Nova Política Econômica
• Sofreu um atentado em 1918
• Sofreu um derrame em 1922, que o retirou 
progressivamente do comando.
Joseph Stalin - 1924 - 1953
Iosif Vissarionovich Dzhugashvili (n.1879 - m.1953) 
Fonte: Wikimedia Commons
Stalin em 1943
• Não era um dos líderes do movimento bolchevique
• Derrotou seus opositores à sucessão de Lenin e governou 
o país até sua morte.
• Coletivização da agricultura
• Industrialização rápida e eficiente
• Expurgos nos anos trinta - mortes e prisões em campos 
de trabalhos forçados: os gulags
• Segunda Guerra Mundial• Formação dos Blocos
• Corrida Nuclear
Georgy Malenkov -1953 - 1955
Georgy Maximilianovich Malenkov - (n.1902 - m.1988) 
Fonte: Wikimedia Commons
Retrato oficial de Malenkov
• Colaborador e aliado de Stalin
• Reduziu a produção de armas nucleares
• Procurou reduzir o poder da polícia política
• Procurou direcionar a produção industrial para bens de 
consumo, mas sem resultados substanciais
• Procurou incentivar a produção agrícola nas fazendas coletivas
• Foi exilado dentro da URSS e perdeu seus cargos no 
governo e no partido, por disputas internas 
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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Nikolai Bulganin - 1955 - 1958
Nikolai Alexandrovich Bulganin - (n.1895 - m.1975) 
Retrato oficial de Bulganin
Fonte: Wikimedia Commons
• Foi ministro das forças armadas e aliado de Stalin
• Subiu ao poder com o apoio de Nikita Khrushchev e, 
inicialmente, apoiou as mudanças propostas por ele.
• Ao longo de seu período no governo oscilou entre as 
reformas propostas por Nikita Khrushchev e o grupo 
conservador liderado por Vyacheslav Molotov.
• Foi exilado depois de uma tentativa de esvaziar a liderança 
de Nikita Khrushchev 
Nikita Khrushchev - 1958 - 1964
Nikita Sergeyevich Khrushchev - (n. 1894 - m.1971) 
Fonte: Wikimedia Commons
Nikita Khrushchev
• Denunciou as práticas violentas de Stalin, em 1956 e iniciou 
o processo de destalinização do país
• iniciou a aproximação com os EUA, baseado na premissa da 
coexistência pacífica
• Crise dos Mísseis
• afastamento ideológico da China
Leonid Brezhnev - 1964-1982
Leonid Ilyich Brezhnev - (n.1906 - m.1982) 
Leonid Brezhnev
Fonte: Ulrich Kohls/Wikimedia Commons
• Sofreu revezes em sua carreira durante o período Stalin
• Foi um dos responsáveis pela queda de Khrushchev
• Primavera de Praga
• Doutrina Brezhnev
• Procurou manter boas relações com os EUA
• Invasão do Afeganistão
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Iúri Andropov - 1982-1984
Iúri Vladimirovitch Andropov (n.1914 - m.1984) 
Iúri Andropov
Fonte: Wikimedia Commons
• Chefiou a KGB de 1967 a 1982
• Intensificou o controle da oposição ao governo
• Intensificou o controle do material, como música, 
vindo do exterior
• Procurou combater a corrupção
Konstantin Chernenko - 1984-1985
Konstantin Ustínovitch Chernenko (n. 1911 - m.1985) 
Konstantin Chernenko
liveinternet.ru
• Foi uma figura de poder durante o governo de Leonid Brezhnev
• Procurou reformar a estrutura administrativa
• Procurou manter boas relações com os países capitalistas 
Mikhail Gorbachev - 1985-1991
Mikhail Sergueievitch Gorbachev (n.1931) 
Mikhail Gorbachev
Fonte: Wikimedia Commons
• Glasnost
• Perestroika
• Acordos de redução de armas nucleares com o governo Reagan
• Acidente de Chernobyl
• Fim da URSS
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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Material Complementar
Seguem algumas sugestões para aprofundar seus estudos.
Sites:
Núcleo de Estudos Contemporâneos da UFF. Conjunto de recursos sobre a questão 
contemporânea
Disponível em: http://www.historia.uff.br/nec/ 
Filmes:
Pequena lista de filmes sobre o assunto produzidos sobre o tema:
Título Data Assunto
9º Pelotão 2005 Guerra do Afeganistão
Adeus Lênin! 1983 Queda do Muro de Berlim e o fim do socialismo no leste europeu.
Dr. Fantástico 1964 Conflitos militares entre EUA e URSS durante a Guerra Fria.
Exodus 1960 Ocupação da região da Palestina por imigrantes judeus.
Jogos do Poder 2007 A questão da interferência americana no Afeganistão.
Kedma 2002 Ocupação da região da Palestina por imigrantes judeus.
Munique 2005 Resposta de Israel aos ataques de Munique.
O Caçador de pipas 2007 A vida no Afeganistão durante a ocupação soviética e nos anos posteriores.
O dia do Perdão 2000 Guerra do Yom Kippur.
Os treze dias que 
abalaram o mundo 2000
Tensão entre EUA e URSS em 1962 (governo 
Kennedy).
http://www.historia.uff.br/nec/
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Referências
DUPAS, Gilberto. Israel e Palestina. São Paulo: UNESP, 2002.
GORENDER, Jacob. O fim da URSS. São Paulo. Ed. Atual, 1991.
HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia das 
Letras, 1995.
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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio
Anotações

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