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5HC CRISES

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Prévia do material em texto

História Contemporânea: 
Crises do 
Mundo Capitalista
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Andrea Borelli
Revisão Textual:
Profa. Ms. Magnólia Gonçalves Mangolini
A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
5
• Os desafios do pós-guerra
• O movimento Negro e a luta por direitos civis
• A Guerra do Vietnã
• A política estadunidense de Camelot aos anos de crise
• Os movimentos de contestação: o movimento feminista e a contracultura
• A Era Reagan
• A vida nos anos 80
• Cronologia EUA pós Segunda Guerra Mundial
 · Nesta Unidade, vamos tratar do tema “A emergência da bipolaridade: a política 
norte-americana”.
 · Discutiremos a polarização política mundial resultante do desenrolar da II Guerra 
Mundial e a ação norte-americana.
Para realizar a Unidade, primeiro leia atentamente o material teórico, ou seja, o texto que 
servirá de base para todas as demais atividades da unidade. Leia, então, o texto com muito 
cuidado e atenção.
Em seguida, para verificar se houve uma suficiente compreensão do conteúdo, responda às 
perguntas das Atividades de Sistematização, que tratam de problemas fundamentais sobre 
o assunto abordado.
Foram disponibilizados, ainda, Materiais Complementares, para o caso de você desejar se 
aprofundar em algumas questões trabalhadas no conteúdo.
Finalmente, realize a Atividade de Aprofundamento da unidade. 
Lembre-se que seu tutor estará à sua inteira disposição e que pode contatá-lo a qualquer 
tempo neste ambiente de aprendizagem.
Bom estudo! 
A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
6
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
Contextualização
O cartum abaixo foi criado por Bruce Alexander Russel e recebeu o prêmio Pulitzer Prize, 
nesta categoria, em 1946. A imagem apresenta, de forma brilhante, a polarização entre EUA 
e URSS. 
Nesta Unidade, a águia é o assunto.
Fonte: Comic Book Resources, 2009. Link: < http://goo.gl/ovSpQN >
7
Os desafios do pós-guerra
O final da Segunda Guerra Mundial trouxe uma nova configuração política mundial, que 
levou a ascensão de dois novos poderes: os EUA e a URSS.
Os acordos que finalizaram o confronto colocou em evidência a busca por hegemonia entre 
as duas grandes doutrinas políticas em destaque: o capitalismo liberal representado pelos 
estadunidenses e o comunismo capitaneado pelos soviéticos.
Estas diferenças se aprofundaram quando várias nações iniciaram movimentos que levaram 
a criação de governos de orientação comunista e, por volta de 1947, a Grécia era um dos 
poucos países do leste europeu que não tinha um governo comunista, e isso só aconteceu 
porque o exército britânico abafou o levante dos comunistas gregos.
Estes acontecimentos provocaram inquietação entre os políticos dos EUA, que temiam um 
desequilíbrio de forças na Europa.
Em março de 1947, o presidente Harry Truman apresentou ao Congresso um plano de 
contenção para o avanço soviético, que ficou conhecido como Doutrina Truman e professava 
que era dever dos EUA “proteger as nações do mundo contra o avanço soviético”.
“No atual momento da história mundial cada nação deve escolher 
entre os modos de vida opostos. A escolha não é frequentemente 
livre. Um modo de vida baseia-se na vontade da maioria e se 
caracteriza por instituições livres, governo representativo com 
eleições livres, garantias de liberdade individual, liberdade de 
expressão e de religião, e pela supressão das formas de opressão 
política. Uma outra forma de vida baseia-se na vontade de uma 
minoria imposta à força à maioria. Ela se apoia no terror e 
na opressão, no controle da imprensa e do rádio, em eleições 
manipuladas e na supressão das liberdades individuais. Acredito 
que a política dos Estados Unidos deve ser de apoiar os povos 
livres que estão resistindo à subjugação por minorias armadas 
ou por pressões exteriores. Acredito que nossa ajuda deve ser 
primeiramente através da estabilidade econômica e da ordenação 
do processo político”.
Harry Truman - 12 de março de 1947
Em junho de 1947, o General Marshall visitou a Europa e, segundo sua interpretação, a 
pobreza que a guerra tinha deixado no continente facilitava a disseminação das propostas 
comunistas. O governo estadunidense organizou uma ação de recuperação da economia 
europeia, o chamado Plano Marshall que movimentou mais de 13 milhões de dólares e foi 
considerado um sucesso pelos seus idealizadores. 
A tensão entre os dois poderes vinha crescendo desde 1945, quando os exércitos aliados 
dividiram a cidade de Berlim em quatro zonas para garantir a ocupação. 
Em 1948, os EUA, a França e a Inglaterra reuniram suas áreas de ocupação em um novo 
país, a Alemanha Ocidental, e em junho do mesmo ano foi introduzida uma nova moeda que, 
segundo as potências ocidentais, auxiliaria na recuperação econômica da região. 
8
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
Em retaliação, os soviéticos fecharam todas as rotas terrestres para Berlim, no que foi 
chamado Bloqueio de Berlim. O objetivo dos soviéticos era forçar a rendição da capital, mas 
isso não aconteceu, pois as forças aliadas mantiveram a entrada de suprimentos para a cidade 
com o uso das forças aéreas. 
Em 12 de maio de 1949, os soviéticos decidiram suspender o bloqueio que tinha durado 
318 dias, e o resultado deste conflito foi a ampliação das tensões entre os dois blocos, tornando 
a Guerra Fria um confronto aberto, além disso, a Alemanha foi dividia em dois países, a 
Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental. 
Internamente, o governo estadunidense implementou uma política voltada a controlar o que 
era considerado um “perigoso avanço do comunismo” na vida pública dos norte-americanos. 
Foi criado o Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados 
Unidos que realizou uma série de sessões públicas em que “suspeitos de filiação ao comunismo” 
eram entrevistados por diversos senadores. 
“Você é ou foi membro do Partido Comunista?”
Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos. 
O Senador republicano Joseph McCarthy se 
tornou o principal representante desse Comitê, 
que se tornara celebre pela intolerância e por 
ter realizado o que ficou conhecido como “uma 
verdadeira caça as bruxas”. Dezenas de pessoas 
foram colocadas nas famosas “listas negras” e 
tiverem suas vidas praticamente destruídas pela 
suspeita de serem comunistas.
As ações do comitê, conhecidas depois 
como Macartismo, atingiram todos os setores 
da sociedade americana: as forças armadas, os 
executivos de grandes empresas, as pessoas 
ligadas aos meios intelectuais e a indústria cultural.
As ações do Comitê se estenderam até 1954, 
quando as atividades foram finalizadas pelo 
Senado e McCarthy foi formalmente repreendido 
por sua intolerância.
No âmbito externo, os norte-americanos acompanharam o surgimento da República 
Popular da China, fundada pelo líder comunista Mao Tse Tung. O anúncio foi o capítulo final 
de uma violenta guerra civil entre o Partido Comunista Chinês e o Partido Nacionalista Chinês 
ou Kuomintang. 
Os dois grupos apoiaram os esforços aliados, durante a Segunda Guerra, para expulsar as 
tropas japonesas, contudo, ao final do conflito, as diferenças entre os grupos escalaram e a 
guerra se prolongou até a vitória dos comunistas. 
Fonte: Library of Congress, 1954.
9
Isso foi percebido pelos estadunidenses como uma “derrota” e a necessidade de garantir 
que a situação não se repetisse, cresceu exponencialmente.  
Em 1945, durante os acordos de paz, a região da Coreia foi dividida em duas, considerando 
a fronteira traçado no Paralelo 38.
A Coreia do Norte comandada 
por  Kim Il-Sung, depois de garantir 
o apoio dos soviéticos e dos chineses, 
atacou a Coreia do Sul, que estava sob 
proteção dos EUA. 
As tropas comunistas avançaram 
com facilidade, e em setembro de 1950 
tinham conquistado quase toda a Coreia 
do Sul.
Os estadunidenses, temendo que a 
Coreia seguisse o caminho da China, 
procurou apoio da recém criada 
Organização das Nações Unidas e 
recebeu autorizaçãopara enviar tropas 
a região do conflito.
Em setembro de 1950, as tropas norte-americanas, sob comando do General Douglas 
MacArthur, chegaram à região e conseguiram empurrar as tropas comunistas de volta ao 
paralelo 38.
As tropas de MacArthur conquistaram boa parte da Coreia do Norte, mas uma poderosa 
ofensiva comunista, com o apoio do exercito chinês, os empurrou de volta a área da fronteira.
O governo dos EUA mandou mais tropas para impedir novos avanços dos comunistas, 
além de retirar o General MacArthur do comando geral das forcas estadunidenses.
Entre 1950 e 1953 aconteceram vários conflitos nas regiões de fronteira e, nesse ano, um 
acordo de paz foi acertado.
No plano interno, os estadunidenses enfrentavam outro problema: a segregação dos negros 
no pais.
Fonte: Wikimedia Commons
10
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
O movimento Negro e a luta por direitos civis
Ao final da Guerra da Secessão, os ex-escravos foram libertados, mas não tiveram seus 
direitos reconhecidos em nenhuma instância. Em 1954, a Suprema Corte ordenou a integração 
das escolas e, logo depois, vários movimentos de desobediência civil que procuravam garantir 
plenos direitos civis aos negros estadunidenses.
Um dos mais emblemáticos momentos desta luta envolveu o boicote aos ônibus, na cidade 
de Montgomery, Alabama.
Em dezembro de 1955, a costureira Rosa Parks estava voltando do trabalho em um dos 
ônibus da cidade, quando o motorista James Blake, ordenou que ela se levantasse e fosse para 
o fundo do carro, Parks se recusou e acabou sendo presa. 
Fonte: Library of Congress
“Você não vai se levantar? mandou o 
motorista. Rosa Parks olhou diretamente 
para ele e disse: Não. Frustrado e sem saber 
exatamente o que fazer, Blake retrucou: Ok, 
eu vou mandar prender você. E Parks, ainda 
sentada perto da janela, falou baixinho: 
Faça isso.”
Douglas Brinkley - na biografia de Rosa Park publicada em 2000.
A prisão de Rosa Park marcou uma época e mudou a percepção dos negros norte-
americanos sobre sua situação e, sob a liderança de Martin Luther King Jr., o movimento pela 
obtenção dos direitos civis começou a ganhar força. Em 1956, a Suprema Corte considerou 
ilegal a segregação nos ônibus.
Para nós, sentar-se em um ônibus pode parecer pouca coisa, mas em 1955 foi o iniciou de 
uma grande luta.
Em 1957, em LITTLE ROCK, ARKANSAS, um grupo de estudantes negros tentou começar 
o ano letivo em uma das escolas que costumava ser frequentada somente por brancos. O 
governador do estado organizou as forças armadas, guarda nacional, para impedir a entrada 
dos jovens, alegando a necessidade de “manter a ordem”. 
Eisenhower, então presidente, movimentou o exército e nacionalizou a guarda nacional do 
estado para garantir que os estudantes incisassem o ano letivo e, nos meses seguintes, eles 
foram escoltados para a escola.
Em 1959, depois de outros conflitos, o Congresso aprovou uma série de medidas que 
deveriam facilitar a participação dos negros nas eleições.   Estas ações foram de pouca 
envergadura, contudo, pavimentaram conquistas posteriores.
11
Estudantes escoltados
O movimento pelos direitos civis ganhou força na nova década, especialmente por conta das 
estratégias não violentas adotadas por parte do movimento, como os “sit in”. Neste tipo de ação 
os militantes entravam em estabelecimentos, como bares e restaurantes, que só serviam brancos 
e pediam algo; os funcionários se recusavam a atendê-los, contudo, eles permaneciam sentados 
e em silêncio, esperando que seu pedido fosse providenciado. A estratégia se estendeu a outros 
lugares, como piscinas e igrejas que eram frequentadas somente por brancos.
Na mesma época, começaram as grandes 
passeatas por direitos, que mantinham a 
estratégia de não violência, que funcionara até 
o momento e tinha garantido o apoio de parte 
da população.
As conquistas foram crescendo e, em 
1962, James Meredith se tornou o primeiro 
negro a cursar a Universidade do Mississippi, 
contudo, como os alunos do Arkansas, ele 
teve que ser escoltado pelo exército, para 
assistir suas aulas.
Eu acho que não há melhor prova que a supremacia branca 
estava errada que ter meu filho se graduando (na Universidade do 
Mississippi), mas se graduando como melhor aluno da universidade. 
Isto, eu acho, vinga toda a minha vida.
James Meredith - quando da graduação do filho na Universidade do Mississippi.
Em 1963, o movimento lutava pela criação de uma lei federal contra discriminação em 
locais públicos, e para pressionar a sua aprovação foi organizada uma grande concentração 
em Washington. Em 28 de agosto, Martin Luther King Jr. discursou para uma multidão, e seu 
discurso marcou a luta pelos direitos civis: era o discurso chamado I have a dream.
Fonte: Library of Congress
Fonte: Library of Congress
12
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
Martin Luther King durante seu discurso, em 1963
“Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as 
dificuldades de hoje e de amanhã, que eu ainda tenho um sonho. 
E um sonho profundamente enraizado no sonho norte-americano. 
Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá 
o verdadeiro significado de seus princípios: “Achamos que estas 
verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são 
criados iguais”. 
Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, 
os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de 
escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade. 
Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o estado de 
Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, será 
transformado num oásis de liberdade e justiça. 
Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão 
numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim 
pelo conteúdo de seu caráter.”
Martin Luther King Jr - 28 de agosto de 1963
O movimento pelos direitos civis ganhou ainda mais força e a reação dos opositores se 
tornou mais violenta. Um dos líderes do movimento, Medgar Evers, foi assassinado por um 
supremacista, e várias escolas e igrejas foram bombardeadas, como no caso de uma igreja em 
Birmingham, Alabama, onde morreram quatro meninas com idades entre 11 e 14 anos.
A morte de John Kennedy, em 1963, trouxe insegurança ao movimento, contudo, a lei dos 
Direitos Civis foi assinada por Lindon Johnson em julho de 1964.
A partir desta data tornou-se proibido não contratar alguém por conta de sua raça ou 
impedir alguém de transitar em espaço público pela mesma razão. Em fim a segregação se 
tornou ilegal.
Nos anos seguintes, o movimento procurou ampliar o número de negros registrados como 
votantes, e suas manifestações continuavam gerando respostas violentas dos supremacistas 
brancos. 
Fonte: Library of Congress
13
Em 4 de abril de 1968, James Earl Ray assassinou um dos maiores ícones desta luta: Martin 
Luther King Jr.
Outra figura importante desta luta foi Malcolm X. 
Nascido no estado do Michigan, ele viu de perto as ações 
da Ku Klux Klan, que foi responsável pela morte de seu 
pai e pelo incêndio que destruiu a casa da família. 
Malcolm se aproximou da doutrina apresentada pelo 
movimento conhecido como Nação do Islã que, além 
da doutrina islâmica, propunha o orgulho negro e o 
nacionalismo negro.
Sua eloquência o tornou porta voz do movimento, que 
propunha que os negros formassem um estado separado 
para os afrodescendentes e construíssem as soluções para 
seus problemas sem o auxílio dos brancos.
Ele não considerava a violência o único meio de atingir os objetivos propostos, contudo, 
advogava que a violência se justificava em casos de defesa dos interesses dos negros.
Em 21 de fevereiro de 1965, Malcolm X foi morto por um inimigo político durante um 
encontro do grupo.
Os Panteras Negras, criados em Oakland, Califórnia, também eram ícone do movimento 
negro americano. Eles propunham a resistência armada, e por diversas vezes seus membros 
trocaram tiros com a polícia, além disso assumiram muitos slogans comunistas, comoo famoso 
credo de Mao Tse Tung “O poder político é conseguido através do cano das armas”. 
Panteras Negras em manifestação pública
No final da década de 60, a maior parte das leis de segregação tinham sido abolidas, mas 
os negros estadunidense ainda tinham muito para conquistar.
Malcolm X com Martin Luther King
Fonte: Library of Congress
Fonte: Washington State Archives, Digital Archives, <http://www.digitalarchives.wa.gov>
14
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
A Guerra do Vietnã
Ao final da Segunda Guerra Mundial, a França estava decidida a recuperar suas possessões 
coloniais no Oriente, especialmente a área do Vietnã.
O governo norte-americano temia que uma vitória do movimento comunista na região 
poderia levar os comunistas ao poder no Laos, Camboja, Tailândia e Indonésia e, por este 
motivo, apoiou as ações francesas no Vietnã.
Os franceses lutaram na região entre 1945 e 1954 e perceberam que os comunistas, 
comandados por Ho Chi Ming, eram inimigos admiráveis.
Durante as negociações para o final do conflito ficou determinado que o país ficasse divido 
em dois, considerando o paralelo 17.
Durante as administrações Eisenhower e Kennedy, o Vietnã do Sul recebeu armas, 
suprimentos e ajuda política e militar, enquanto isso, o Vietnã do Norte fortaleceu sua 
aproximação com o comunismo através do governo de Ho Chi Ming.
Em 2 de agosto de 1964, vários navios norte-americanos teriam sido bombardeados por 
vietcongs, no Golfo de Tonkin, e dois dias depois, em 4 de agosto, um novo ataque teria acontecido. 
O presidente Lyndon Johnson, com base nestes ataques, solicitou autorização para 
responder os ataques vietnamitas.
Em fevereiro de 1965, os estadunidenses começaram o bombardeio sistemático do Vietnã 
do Norte com o objetivo de destruir alvos militares e as linhas de suprimentos para as tropas, 
contudo, ao longo da guerra o número de civis mortos ou desabrigados por esses ataques 
tornou-se cada vez maior.
Além das armas convencionais, foram utilizados produtos químicos, como o desfolhante 
conhecido como agente laranja e o napalm.
Foto da menina Phan Thi Kim Phuc, atingida por napalm
Você poderá ver o filme que mostra este bombardeio em que 
Phan thi Kim Phuc foi ferida. Disponível em:
https://youtu.be/oYaCgJpwypU
Fonte: Library of Congress
15
No final de 1965, os norte-americanos tinham 189 mil soldados combatendo no Vietnã, 
e enfrentando um inimigo que estava acostumado com o terreno e que utilizava técnicas de 
guerrilha e ataques relâmpagos contra as tropas regulares. 
O número de soldados mortos aumentou vertiginosamente, fala-se de 100 por semana 
durante 1967 e até o final deste ano o número de tropas estadunidenses no país subiu para 
500 mil.
Em 1968, durante o feriado budista do TET, que é o primeiro dia do ano no calendário 
lunar utilizado no Vietnã, as forças do norte lançaram uma grande ofensiva contra o Sul: era 
a Ofensiva do TET.
Os norte-americanos e os sul vietnamitas conseguiram organizar uma eficiente contraofensiva, 
mas o moral das tropas e a opinião pública começavam a ver a guerra com desconfiança. 
Os soldados tornaram-se cada vez mais inquietos e muitos faziam uso de álcool, maconha e 
heroína. Além disso, vários oficiais foram mortos por suas tropas em revoltas durante os anos 
posteriores ao TET.
Nos EUA, o apoio da opinião pública reduziu-se dramaticamente, e muitos começaram a 
questionar as razões que levaram o país ao conflito. 
Em 1969, o movimento anti guerra tomou corpo e criou uma verdadeira campanha para o 
final da guerra, exigindo o retorno das tropas e o fim das convocações. 
Em dezembro de 1972, Richard Nixon ordenou o aumento dos bombardeios na região, 
com o intuito de forçar os vietcongs a iniciarem conversações de paz, e em janeiro de 1973, 
eles chegaram a um acordo de cessar fogo.
As tropas americanas começaram um lento processo de retirada. 
Em 1975, os comunistas atacaram o Sul 
e tomaram Saigon, que foi reabitada de Ho 
Chi Ming.
O país foi unificado sob um regime 
comunista e, em seguida, o mesmo 
aconteceu com o Laos e Camboja.
A Guerra do Vietnã finalmente chegava 
ao fim com a morte de mais de 55 mil 
soldados americanos e um número ainda 
maior de vietnamitas, que incluiu crianças, 
mulheres e velhos, como ficou demostrado 
pelo Massacre na vila de My Lai.
Nesta vila, os soldados norte-americanos mataram entre 340 e 500 civis desarmados, a 
maior parte eram mulheres e crianças pequenas.
Sobre este tema você poderá assistir ao vídeo:
http://www.democracynow.org/2008/3/17/1968_forty_years_later_my_lai
Norte-americanos deixando Saigon
Fonte: Hubert Van Es/Wikimedia Commons
16
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
A política estadunidense de Camelot aos anos de crise
Quando John Kennedy derrotou Richard Nixon na eleição presidencial de 1960, os Estados 
Unidos eram o melhor exemplo do otimismo que marcou os anos 50.
A indústria estadunidense estava a todo o vapor, e a bonança econômica era sentida pelos 
grupos médios da sociedade, além disso, a situação política parecia estável, mesmo com o que 
era chamado “avanço do comunismo”.
John Kennedy era a melhor representação deste 
otimismo: ele era jovem, bonito; era membro de uma família 
tradicional e influente, seu pai tinha sido embaixador, foi 
diversas vezes condecorado por suas ações na Segunda 
Guerra e, por fim, tinha uma bela esposa, Jacqueline 
Bouvier, e dois filhos pequenos.
Sua chegada a Casa Branca marcou a sociedade 
americana, que posteriormente se referiu a seus anos 
na presidência como os anos de Camelot, o reino 
imaginário do Rei Arthur e sua Guinevere.
O governo Kennedy foi marcado por vários momentos importantes, e um dos mais 
significativos foi o investimento no Programa Espacial e a importância dada à NASA - 
National Aeronautics and Space Administration.
Nós decidimos chegar a Lua nesta década e fazer muitas outras 
coisas. Não porque seja fácil, mas porque eles são difíceis.
John Kennedy - 12 de setembro de 1962.
Veja este discurso no YouTube:
https://youtu.be/ouRbkBAOGEw
A NASA foi criada em 1957, como resposta ao Programa Espacial Soviético, que neste 
ano tinha colocado o satélite Sputnik e, ainda neste ano, colocaram o primeiro ser vivo no 
espaço: a cadela Laika.
Em 1961, os soviéticos colocaram o primeiro ser humano em órbita: o piloto militar Yuri 
Alekseievitch Gagarin. A missão de Gagarin durou uma hora e 48 minutos, e consistiu de uma 
volta em órbita da Terra a 315 km de altitude.
A Terra é Azul!
Yuri Gagarin
Durante a administração Kennedy, Alan Shepherd se tornou o primeiro norte-americano no 
espaço e John Glenn foi o primeiro a orbitar a Terra. Nos anos posteriores, os estadunidenses 
conseguiram dominar a tecnologia necessária para chegar a Lua, mesmo depois do incêndio  da 
Apollo 1, que matou Virgil “Gus” Grissom, Edward H. White e Roger B. Chaffee.
Os Kennedy em 1962
Fonte: jfklibrary.org
17
Em 20 de julho de 1969, a Apollo 11 chegou a Lua com Edwin Aldrin, Michael Collins e 
Neil Armstrong, que se tornou o primeiro homem a caminhar pela Lua.
“Este é um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco 
para a humanidade” 
Neil Armstrong
Veja a reportagem sobre este tema no YouTube:
https://youtu.be/fQXzXy7I0a0
No plano internacional, a formação dos Peace Corps foi uma das medidas mais eficientes 
do presidente Kennedy. O interessado se alistava para servir em um país do chamado Terceiro 
Mundo durante o período de dois anos. A maioria desses voluntários eram jovens com formação 
superior, como médicos e enfermeiras.
Esta medida pretendia melhor a imagem dos norte-americanos e, na visão do governo 
Kennedy, ajudaria a conter o avanço do comunismo nas áreas mais pobres do mundo.
A contenção do comunismo era uma questão importante para Kennedy, e isto acabou 
envolvendo o seu governo em dois confrontos com a mesma nação: a Cuba de Fidel Castro.
Em 1961, a Revolução Cubana estava em fase de consolidação, depois da derrubada do 
governo do Ditador Fulgencio Batista,em 1959.
Com o objetivo de derrubar o governo de Castro, a CIA treinou um grupo de exilados 
cubanos que deveriam voltar à ilha e organizar a oposição ao novo regime. A ação, conhecida 
como Baia dos Porcos, foi um desastre e a maioria dos cubanos que participaram do ataque 
terminaram mortos.
A participação norte-americana era inegável e promoveu um profundo mal estar na 
administração que se iniciava, além de ser uma grande vitória para Fidel Castro.
Em outubro de 1962, os norte-
americanos descobriram que os soviéticos 
estavam movimentando mísseis para Cuba. 
Kennedy ordenou o bloqueio naval da ilha 
e solicitou a retirada dos mísseis.
A situação escalou e as negociações 
esbarravam no desejo dos militares norte-
americanos de atacar Cuba e no silêncio 
dos soviéticos.
Finalmente, depois de 13 dias de muita 
tensão, os soviéticos aceitaram retirar os 
mísseis e os norte-americanos fizeram o 
mesmo com mísseis colocados na Europa.
A Crise dos Mísseis em Cuba foi o 
ponto alto do governo Kennedy e um dos 
momentos mais perigosos da guerra fria.
Cartum americano sobre a crise dos mísseis
Fonte: Library of Congress
18
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
O final do mandato de Kennedy foi marcado pela tragédia: o filho mais novo do casal, Patrick, 
morreu de problemas respiratórios dois meses depois de nascer em agosto de 1963. Em 22 de 
novembro do mesmo ano, Kennedy foi morto a tiros em Dallas, Texas por Lee Harvey Oswald.
Sua morte é um dos eventos que marcaram o século XX e, para os norte-americanos, 
mesmo depois de 40 anos, é fonte de muita polêmica.
A morte de Kennedy facilitou a eleição de Lyndon Johnson, que tinha sido seu vice e ajudou 
que a sua administração implementasse muitos dos projeto de Kennedy, além de outros que 
marcam um governo.
Durante o governo Johnson foram implementadas ações como:
• O Ato de proteção às terras selvagens, que salvou 9.1 milhões de acres de florestas do 
avanço das indústrias.
• O Ato da Educação Elementar e Secundária, que garantia o investimento em educação.
• O Ato do Direito ao Voto, que permitiu que analfabetos votassem e proibia qualquer 
meio de discriminação para o registro de votantes.
• Surgiu o Medicare, que se dedicava a cuidar dos gastos com a saúde dos idosos.
• O financiamento do governo para artistas e galerias de artes.
• O Ato de Imigração acabou com a política de quotas para imigrantes baseados na origem 
étnica.
• Programas de construção de casas a baixo custo. 
• O Ato da qualidade do ar e da água para controle do nível de poluição. 
• Medidas de proteção à segurança do consumidor.
• Contudo, o governo de Lyndon Johnson não é lembrado por suas medidas sociais, 
mas pelo início da Guerra do Vietnã e das marcas que o conflito deixou na sociedade 
estadunidense.
O Governo de Richard Nixon, iniciado em 1969, trouxe alterações a política externa 
norte-americana.
Nixon e seu principal assessor,  HENRY KISSINGER, iniciaram conversações tanto 
com a China quanto com a URSS, objetivando aproveitar as diferenças entre os dois 
poderes comunistas.
Em junho de 1972, Nixon visitou a China e quando do seu retorno, os EUA deixaram de 
se opor a entrada da China na ONU, e várias ações foram organizadas para a retomada de 
relações diplomáticas. No mês de junho, Nixon visitou a URSS para as discussões do primeiro 
tratado sobre a questão das armas nucleares, o SALT I.
As ações de Nixon ajudaram a reduzir a tensão entre as grandes potências e pavimentaram 
as mudanças posteriores. 
19
Os movimentos de contestação: o movimento feminista e a contracultura
Durante os anos 50 a sociedade norte-americana consolidou a noção de que o destino das 
mulheres era a maternidade e os cuidados com a casa. Os programas de TV, as revistas, o 
cinema reforçavam esta imagem da felicidade para as mulheres.
Veja a abertura do programa Dona Reed Show, que mostrava 
a vida de uma mulher de classe média, no YouTube:
https://youtu.be/wnIC7j-xrUY
Em 1963, Betty Friedan publicou um livro chamado 
“A Mística Feminina” que analisava o papel da mulher na 
sociedade estadunidense e propunha uma questão incomoda: 
as mulheres só eram capazes de ser mães e cuidar de suas 
casas?
Ela afirmava que a sensação de infelicidade que ela 
observou em várias mulheres, que como ela tinham filhos, 
maridos e belas casas de subúrbio, era resultado do papel que 
a sociedade oferecia a elas.
O livro teve um profundo impacto e, em 1966, Friedan e 
outras mulheres criaram National Organization For Women, 
que tinha por objetivo lutar pelos direitos das mulheres de 
participar completamente da vida dos pais. 
Elas exigiam igualdade de salários e a criação de mecanismos 
que evitasse a discriminação de gênero.
Outra questão importante para a autonomia feminina era a questão do controle de natalidade. 
A busca por contraceptivos foi alvo de muitas pesquisas, como 
a de Margaret Sanger e de muitas discussões sobre a moralidade 
do mecanismo. Em 1960, o medicamento chegou ao mercado, e 
pela primeira vez as mulheres norte-americanas puderam separar 
a sexualidade da reprodução, controlar o número de filhos e o 
momento da gravidez.
A “pílula”, como o remédio ficou conhecido, foi fundamental para 
a chamada Revolução Sexual, que marcou uma profunda alteração 
nas relações entre homens e mulheres no que tange a sexualidade.
Outra questão importante para o movimento feminista foi a 
igualdade de direitos. Em 1923, o Partido Nacional das Mulheres 
apresentou ao Congresso a Equal Rights Amendment (ERA), que 
objetivava garantir os direitos das mulheres. 
Capa da Revista Good Housing Keep, 
uma publicação muito popular no período
Fonte: Wikimedia Commons
Embalagem de ENOVID, o 
primeiro anticoncepcional do 
mercado.
20
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
O movimento feminista dos anos 70 retornou o assunto e conseguiu a aprovação do 
Congresso, e até 1973 trinta estados tinham ratificado a medida.
Entretanto, a ERA foi alvo de um movimento organizado por mulheres conservadoras 
que se opunham a sua aprovação, como Phyllis Schlafly, que advogava a importância das 
mulheres retomarem seus papéis tradicionais na sociedade.
A ação deste movimento retardou o processo de ratificação da lei e, em 1982, quando a 
possibilidade de ratificação da emenda se esgotou, faltaram os votos de três estados para que 
a medida se tornasse lei.
O fracasso da luta pela ratificação da ERA pode ser atribuído a divergências entre as 
mulheres, que desejavam coisas diferentes, mas principalmente ao conservadorismo que 
dominou a sociedade norte-americana no final dos anos 70 e começo dos 80.
Não confie em ninguém com mais de 30 
Slogan da contracultura 
Durante a década de 60, os jovens norte-americanos representavam uma nova força dentro 
da sociedade, e muitos deles começaram a contestar as formas de vida e as visões de mundo 
da sociedade tradicional.
O nome Hippie virou sinônimo de juventude, mesmo que o grupo nunca tenha sido 
dominante no movimento de contracultura; contudo, suas posições sobre liberdade sexual, 
vida comunitária e uso de drogas marcaram a época.
Além destas mudanças, o movimento trouxe alterações nos hábitos alimentares, na moda 
e na música. 
Os hábitos alimentares se alteraram pela introdução de produtos como iogurte, granola e 
germe de trigo; e o vegetarianismo se expandiu entre os jovens do período.
A moda foi marcada pelas cores 
fortes, as calças de cintura baixa com 
grandes cintos e as de boca de sino, e 
pelas flores no cabelo - o mesmo estilo 
adotado por ícones da contracultura 
como Janis Joplin ou Jimi Hendrix.
A música continuou sendo uma das 
maiores expressões da juventude, como 
tinha sido o início do rock and roll na 
década anterior, e um dos momentos 
mais rememorados do período foi o 
Festival de música de Woodstock, que 
aconteceu entre 15 e 17 de agosto 
de 1969.
O casal do cobertor cor de rosa, uma das imagens mais conhecidas de Woodstock
Fonte: guitarworld.com
21
O festival reuniu mais de 500 mil pessoase teve em seu palco nomes como Joan Baez, The 
Who, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin e Jimi Hendrix.
Veja Jimi Hendrix tocar o hino americano no último dia do evento: 
https://youtu.be/Xpdw0ouogQo
A década de 70 marcou a sociedade estadunidense por ter sido uma época de profunda 
crise econômica e política.
Em 17 de junho de 1972, um grupo de 5 homens foi preso, com escutas telefônicas e 
outros equipamentos, ao tentar invadir a sede do partido democrata no edifício Watergate.  
O ataque era fruto da política estabelecida por Richard Nixon para lidar com seus oponentes; 
a ideia era tentar descobrir algo que pudesse de alguma maneira comprometer os democratas 
durante a disputa presidencial seguinte.
Quando os assaltantes foram presos, a Casa Branca procurou acobertar o envolvimento do 
presidente e de seus principais assessores no caso.
Apesar das denuncias do The Washington Post, por meio das reportagens de Bob Woodward 
e Carl Bernstein, Nixon foi reeleito, vencendo George McGovern em 49 dos 50 estados do 
pais.
A equipe do Washington post, Woodward e Bernstein ao centro
Em 1973, os assaltantes foram a julgamento e, com ajuda do Washington Post, ficou 
evidente que o presidente não só tinha ordenado a invasão, mas foi uma figura central nas 
ações para encobrir o crime.
Temendo o Impeachment, que era eminente, Richard Nixon renunciou a presidência em 
8 de agosto de 1974.
Gerald Ford assumiu o cargo e anistiou Nixon por seus crimes, afirmando que a nação 
precisava esquecer o pesadelo que o Watergate tinha se tornado.
Fonte: Arquivo Washington Post
22
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
Simultaneamente, a economia norte-americana passava por uma grande crise: a inflação 
era alta e o desemprego tinha atingido dimensões assustadoras.
Uma das explicações possíveis para a crise foi o aumento do preço do petróleo, a partir de 
1973, como represália as ações de Israel na região, a Organization Of Petroleum Exporting 
Countries, decidiu por um embargo ao país e pelo aumento do preço do barril.
Entre 1970 e 1980, o valor triplicou e a economia estadunidense, como na maioria dos 
países, sofreu imensamente.
A inflação, em 1974, atingiu 11% e o presidente Ford iniciou uma série de medidas para 
reduzir este número, e sugeriu aos cidadãos que controlassem seus gastos e vigiassem o 
aumento de preços.
A crise e o fantasma do Watergate pavimentaram a vitória de Jimmy Carter, em 1976.
Carter criou novas taxas e cortou os gastos públicos, contudo, a inflação disparou para 18% 
e o desemprego flutuou entre 6 e 8% da população economicamente ativa.
A condição de economia, como havia acontecido na eleição de Carter, foi fundamental para 
a vitória do republicano Ronald Reagan.
Jimmy Carter
Fonte: Library of Congress
23
A Era Reagan
No início da década de 80, a economia continuava em crise e as 
proposta do ex ator Ronald Reagan ganharam a opinião pública norte-
americana.
As propostas de Reagan eram a redução do estado, que segundo 
ele tinha se tornado grande e excessivamente intervencionista; corte 
de impostos, aumento dos gastos militares, a moralidade e a retidão 
de caráter deveriam voltar a ser centrais no modo de vida norte-
americano. Enfim, segundo Reagan, os EUA eram uma superpotência 
e representavam o melhor governo do mundo
A política de defesa dos EUA é baseada em uma simples premissa: 
os EUA não inicia a briga. Nunca seremos os agressores. Nós 
nos mantemos fortes para nos defendermos de agressões - para 
preservar a paz e a liberdade.
Ronald Reagan 23 de março de 1983
A eleição de Reagan provocou mudanças no rumo da economia. Ele reduziu o tamanho do 
estado dramaticamente e diminuiu os impostos, contudo, esta diminuição atingiu os mais ricos 
e, apesar da situação ter melhorado, a pobreza aumentou e os gastos públicos tornaram-se 
astronômicos.
Esta política teve resultados dúbios, pois entre os anos de 1981 e 1982 a situação permaneceu 
complicada, contudo, a Colômbia estabilizou a partir de 1983 e entrou em ascensão durante 
os seus dois mandatos.
Os gastos com a “defesa” subiram bastante, graças a grande atividade no setor de armamentos, 
e estes investimentos eram justificados pela presença da URSS, a outra grande potência da época. 
Corte de impostos, os gastos com armamentos e manutenção de programas de previdência 
social e o Medicare, um seguro saúde que era destinado às pessoas de idade igual ou maior 
que 65 anos ou que verifiquem certos critérios de rendimento.
A popularidade do presidente era inegável, e, mesmo quando algum escândalo acontecia 
envolvendo membros de seu staff, Reagan escapava ileso. Isso valeu a ele o apelido de 
“Presidente teflon”, nenhuma denúncia o atingia.
Em 1984, Ronald Reagan foi eleito para seu segundo mandato ao vencer o democrata 
Walter Mondaly.
No plano internacional Reagan considerava que a única forma de estabelecer contato com 
a URSS era a partir de uma premissa de supremacia militar, e tomou inúmeras providências, 
como aumentar o orçamento do departamento de defesa. 
Ronald Reagan
Fonte: Library of Congress
24
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
Em 1985, Mikhail Gorbachev assumiu o controle político da URSS e apresentou uma 
nova campanha de renovação do país, neste momento, Reagan procurou o diálogo com os 
soviéticos e em 1987 os dois países concordaram em assinar um contrato de desarmamento 
que pela primeira vez levou a destruição de uma classe inteira de armas nucleares. 
Capa da Revista Time com Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev
Além disso, o governo Reagan propôs uma política internacional que ficou conhecida como 
Doutrina Reagan. Esta política pressupunha o apoio dos EUA a todos os estados ou grupos 
que fizessem oposição a governos comunista, como se pode notar pela tomada da Ilha de 
Granada e ao apoio dados aos resistentes afegãos durante a ocupação soviética.
Outra questão importante, no plano internacional, foi a posição da administração Reagan 
ao chamado “terrorismo”. Em 1983, 239 marines americanos foram mortos em um atentado 
suicida no Líbano, e o governo estadunidense apontava o possível envolvimento de estados 
como a Síria, o Irã e a Líbia no treinamento e proteção de grupos anti-norte-americanos.
Em 1986, a CIA ligou o governo da Líbia ao atentado cometido em uma discoteca em 
Berlim. Reagan reagiu imediatamente e ordenou o bombardeio da Líbia em abril daquele 
ano. Este tipo de atitude marcou a maior parte do período dele no poder e deu a tônica às 
políticas implementadas que aceleraram a queda da URSS em 1991, durante o governo de 
George Bush.
Fonte: Revista Time, 18 nov. de 1985.
25
A vida nos anos 80
Os anos 80 trouxeram grandes mudanças ao cotidiano dos norte-americanos, como a que 
atingiu a televisão. 
A TV a cabo já existia nos anos 70, mas se tornou comum somente na década seguinte, 
quando podia ser encontrada em praticamente todas as casas de classe média.
Surgiram os canais especializados como a ESPN, voltada aos esportes; a CNN que transmitia 
exclusivamente noticias ou a Nickelodeon, voltada ao público infantil.
Neste contexto, surgiu em 1981 a MTV, que revolucionou a indústria musical. Estrelas como 
Madona e Michael Jackson tornaram muito conhecidos e capazes, e passaram a representar 
um tipo novo de artista: aquele que se torna um produto consumido através de sua música, 
seus vídeos, suas roupas e se tornam referência de moda e, muitas vezes, de comportamento. 
A experiência de assistir a um filme também se modificou, com o advento do vídeo cassete, 
que permitia que os programas de TV fossem reproduzidos e, que muitos filmes pudessem ser 
vistos em casa. 
Deste grupo médio, surgiram os Yuppies, que reuniam 
jovens de áreas urbanas e que procuravam enriquecer no 
mundo coorporativo. Estes jovens, diferente dos da década 
anterior, eram definidos pelo individualismo e pelo consumo 
de produtos caros, como óculos Ray-Ban ou carros esportes 
de marcas como BMW. 
O culto do corpo, por meio de exercíciosregulares, fazia 
parte do modo de vida deste grupo e criou uma indústria de 
produtos para dietas e exercícios.
Ganância, por falta de uma palavra melhor, é bom. 
Ganância é correto. Ganância funciona.
Gordon Gekko – personagem do filme Wall Street – poder e cobiça (1987)
Outro objeto de desejo desses grupos era o computador 
pessoal. Criado pela Apple em 1977, este novo tipo de 
equipamento permitia o uso caseiro, como o controle das 
finanças e empresariais, listas de endereço. O Vale do Silício, 
na Califórnia, tornou-se o centro de criação e produção de 
peças como processadores. 
A questão do abuso de drogas tornou-se uma das maiores preocupações da Primeira Dama 
Nancy Reagan, que foi responsável pela disseminação do slogan “Diga Não”. Contudo, o 
surgimento de novas substâncias, como crack, exacerbaram o problema. 
Ainda no que tange a questão da saúde, destaca-se o surgimento dos primeiros casos 
documentados de AIDS. Nesta década, a doença não tinha cura e os tratamentos eram pouco 
eficientes, desta forma, a prevenção tornou-se a única maneira de evitar o contágio. 
Guia do YUPPIE – livro sobre os 
hábitos dos YUPPIES, lançado em 1984
Fonte: Long Shadow Books, 1984.
26
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
Muitos programas foram criados para difundir a proposta do sexo seguro, por meio do uso 
de preservativos e do combate ao uso de drogas, já que as agulhas contaminadas eram uma 
das formas comprovadas de contágio.
O medo e o preconceito marcaram a relação do público com essa doença, e mais de 
uma década seria necessária para que estas questões fossem enfrentadas através de grandes 
campanhas de esclarecimento.
A nova década provocou alterações na política internacional, principalmente com a queda 
da URSS em 1991.
27
Cronologia EUA pós Segunda Guerra Mundial
Harry Truman – 1945 a 1953
• Doutrina Truman – 1947.
• Guerra da Coreia.
• Reconhecimento do Estado de Israel.
• Criador da CIA.
• Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos - 
1952/54 - Senador Joseph McCarthy.
Dwight D. Eisenhower 1953- 1961
• Sistema Federal de Autoestradas - Segurança para retirada da população das grandes 
cidades (ataque nuclear).
• Doutrina Eisenhower - voltada ao Oriente Médio, para garantir apoio aos estados da 
região contra os Soviéticos.
• Problemas étnicos.
John F. Kennedy 1961- 1963
• Corrida Espacial.
• Baia dos Porcos.
• Questão dos mísseis em Cuba.
• Assassinado em Dallas, em 1963.
Lyndon B. Johnson 1963- 1969
• Programa Grande Sociedade - eliminação da miséria e preconceito.
• Direitos Civis – integração.
• “Guerra a Pobreza” Educação e Saúde.
• Guerra do Vietnã.
28
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
Richard Nixon 1969- 1974
• Fim da Guerra do Vietnã.
• Política externa: visita a China e tratados de desarmamento com a URSS.
• Novo Federalismo - poder aos estados.
• Intervenção na economia “wage and price control”.
• Medidas de proteção ambiental.
• Watergate.
Gerald Ford 1974- 1977
• Acordos de Helsinki.
• Crise econômica - recessão e inflação.
Jimmy Carter 1977- 1981
• Criação do departamento de Educação.
• Criação do departamento de Energia.
• Acordos de Camp David - Israel (Menachen Begin) e Egito (Sadat).
• Tratados do Panamá - devolução do Canal, em 1999.
• Acordo de Redução do arsenal atômico.
• Sequestro da Embaixada no Irã - estudantes antiamericanos.
Ronald Reagan 1981- 1989
• Mudanças Econômicas - redução da emissão de moeda, intervenção do estado na 
economia, redução de impostos.
• Medidas contra os sindicatos - reduzindo sua ação.
• Invasão de Granada - medo de uma ação dos comunistas.
• Ataque a Líbia - resposta a um atentado em Berlim, contra turistas americanos.
George Bush - 1989- 1993
• Reunificação da Alemanha.
• Fim da União Soviética.
• Invasão do Panamá.
• Guerra do Golfo.
29
Material Complementar
Seguem algumas sugestões para aprofundar seus estudos:
Sites:
National Archives EUA
Site oficial do arquivo nacional americano
http://www.archives.gov/
USHistory.org
Site criado pela The Independence Hall Association (IHA) da Philadelphia. 
http://www.ushistory.org/index.html
Nacional Museum of American History
Site do museu, que pertence ao Smithsonian.
http://americanhistory.si.edu
Filmes:
Título Data Período abordado Assunto
O Bom Pastor 2006 1938–1961 Criação e ação da CIA até a operação da Baia dos Porcos
Os Eleitos 1983 1947–1963 Descreve o Projeto Mercury
Boa Noite e Boa Sorte 2005 1953 Macarthismo
O americano tranquilo 2002 1954 Início da presença americana no Vietnã
Entre o céu e a terra 1993 1960s - 1980s Guerra do Vietnã
JFK 1991 1961–1966 Morte de JFK
Ghosts of Mississippi 1996 1963-1990s Sobre a morte de Medgar Evers
Mississippi em chamas 1988 1964 Lutas pelos direitos civis no sul dos EUA
Nascido em 4 de julho 1989 1965–1968 Guerra do Vietnã
Platoon 1985 1967–1968 Guerra do Vietnã
Bobby 2006 1968 Assassinato de Robert F. Kennedy
Full Metal Jacket 1987 1968 Guerra do Vietnã
Nixon 1995 1969–1974 Trajetória de Richard M. Nixon
Apocalipse Now 1979 1970 Guerra do Vietnã
Todos os homens do 
presidente 1976 1972 Watergate
Frost/Nixon 2008 1977
Bastidores da entrevista de Nixon 
ao jornalista David Frost depois da 
renúncia
Argo 2012 1979-1980 Presença americana no Irã 
30
Unidade: A Guerra Fria: a ascensão dos EUA
Referências
CHOMSKY, NOAM. O império americano: hegemonia ou sobrevivência. Rio de Janeiro, 
Campus, 2004. 
CHOMSKY, NOAM. Rumo a uma nova guerra fria - política externa dos EUA, do Vietnã a 
Reagan. Rio de Janeiro: Record, 2007.
KARNAL, Leandro. História dos EUA. São Paulo: Contexto, 2007.
31
Anotações

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