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Cidadania no Transporte de Passageiros SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 656.025.2 35 p. :il. – (EaD) Curso on-line – Cidadania no Transporte de Passageiros – Brasília: SEST/SENAT, 2017. 1. Transporte de passageiros. 2. Transporte de passageiros - direitos e deveres. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 4 Unidade 1 | Noções de Cidadania no Transporte de Passageiros 5 1 Direitos e Deveres do Cidadão no Trânsito 6 2 Cidadania e Conceitos Relacionados 7 3 A Interação do Indivíduo com a Sociedade 8 4 A Questão das Diferenças Individuais 9 Atividades 11 Referências 12 Unidade 2 | Relacionamento Interpessoal no Transporte de Passageiros 14 1 O Que é o Relacionamento Interpessoal? 15 2 A Relação entre o Cidadão e o Trânsito 16 3 O Respeito Mútuo no Transporte de Passageiros 17 4 Como Evitar Situações de Conflito no Transporte de Passageiros 18 Atividades 21 Referências 22 Unidade 3 | Trânsito e Meio Ambiente 24 1 Meio Ambiente e Ecologia 25 2 A Relação entre o Trânsito e o Meio Ambiente 25 3 Veículos Poluidores 27 4 Cuidados com o Veículo 28 5 Fazendo sua Parte na Proteção ao Meio Ambiente 29 Atividades 31 Referências 32 Gabarito 34 4 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Cidadania no Transporte de Passageiros! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. Este curso possui carga horária total de 15 horas e foi organizado em 3 unidades, conforme a tabela a seguir. Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br. Bons estudos! Unidades Carga Horária Unidade 1 | Noções de Cidadania no Transporte de Passageiros 5h Unidade 2 | Relacionamento Interpessoal no Transporte de Passageiros 5h Unidade 3 | Trânsito e Meio Ambiente 5h 5 UNIDADE 1 | NOÇÕES DE CIDADANIA NO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS 6 Unidade 1 | Noções de Cidadania no Transporte de Passageiros 1 Direitos e Deveres do Cidadão no Trânsito Para entender as noções de cidadania no transporte de passageiros, é necessário, antes, conhecer os direitos e deveres do cidadão no trânsito. De acordo com o disposto no Código de Trânsito Brasileiro – CTB (BRASIL, 1997), podem-se elencar os direitos e obrigações do cidadão no trânsito, incluindo-se, aqui, o transporte rodoviário de passageiros. • Dever: - Transitar sem constituir perigo ou obstáculo aos demais elementos do trânsito. Esse dever é derivado do disposto no art. 26 do CTB, e de seu conceito derivam todas as demais regras. • Direitos: - Usar vias seguras e sinalizadas. No caso, por exemplo, de sinalização inexistente ou deficiente, a autoridade com jurisdição sobre a via deve responder e ser responsabilizada (CTB, art. 1o, §2o e §3o). - Propor alterações a qualquer artigo ou norma do CTB e receber respostas, assim como solicitar alterações em sinalização, fiscalização e equipamentos de segurança e ser atendido ou receber respostas (CTB, arts. 72 e 73). - Requerer das autoridades a educação para o trânsito (CTB, art.74), que constitui um dos pilares da cidadania. 7 2 Cidadania e Conceitos Relacionados Para Torbi (2014), a cidadania é o exercício pelo cidadão, dos direitos e deveres que lhe são outorgados pelo Estado e pela sociedade. Ainda, para o mesmo autor, o profissional que trabalha com o transporte rodoviário de passageiros – seja no sistema coletivo, táxi, transporte escolar, entre outros – deve ser conhecedor de algumas definições que acercam o tema de cidadania: indivíduo, grupo social e sociedade. Indivíduo: relaciona-se à pessoa. Cada pessoa é um ser único, o que determina a sua individualidade. A individualidade é constituída pela conjugação das características herdadas e das adquiridas do ambiente, ao longo da vida. Grupo social: corresponde ao conjunto de pessoas com as quais o indivíduo tem contato pessoal direto. A individualidade é o fator que motiva cada pessoa a tornar-se parte de grupos com os quais apresenta afinidade. Sociedade: representa um conjunto maior no qual estão inseridos os grupos sociais. Ao contrário do grupo social, na sociedade tem-se um relacionamento indireto e impessoal. A identificação com uma sociedade ocorre, por exemplo, pelo fato de as pessoas pertencerem a uma mesma nação – ter uma identidade cultural, valores e princípios comuns. Isso faz com elas sejam semelhantes, mesmo a pessoas estranhas ao relacionamento individual. Mas, como nascem os direitos e deveres em uma sociedade? Com o passar do tempo, o crescimento dos grupos sociais, o aprimoramento e as inovações das relações humanas, as sociedades acabaram sistematizando e padronizando normas de conduta em prol da preservação dos valores sociais. 8 e O conjunto de valores sociais preservados por uma sociedade em benefício de seus componentes denomina-se bem comum (TORBI, 2014). Dessas relações surgiram os conceitos de direitos e deveres. Nas sociedades atuais, o homem tem direito à proteção, ao crescimento, a ser reconhecido e tratado com dignidade, à justiça e igualdade de oportunidades, sem qualquer tipo de preconceito ou discriminação. Por outro lado, em compensação e em nome do bem comum, o homem deve cumprir com os seus deveres – de reconhecer o direito das demais pessoas e acatar as normas impostas pela coletividade, sem as quais seria impossível a própria existência da sociedade atual. 3 A Interação do Indivíduo com a Sociedade Para Torbi (2014) e a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP, 2015), alguns indivíduos somente se dão conta dos benefícios que a vida em sociedade proporciona quando eles lhes faltam ou são prestados com má qualidade. Como exemplo, tem-se a falta de água por horas ou dias, que é suficiente para gerar caos e indignação. E se forem interrompidos os serviços de transporte de passageiros? O mesmo poderia ser dito para uma variedade considerável de outros serviços que os indivíduos de uma sociedade utilizam diariamente. Por outro ângulo, a vida em sociedade gera sobre o indivíduo uma série de pressões anônimas, sobre as quais ele tem pouco ou quase nenhum controle. Com isso, nem todas as pessoas conseguem sentir-se verdadeiramente protegidas e amparadas pela sociedade. c Por muitos anos e décadas a fio, as sociedades humanas experimentaram diversos modelos de desenvolvimento, porém, ainda estão longe da forma ideal de sociedade, aquela que propicie justiça e igualdade para todos. 9 Tal distância entre a sociedade idealizada e a sociedade em que se vive é facilmente percebida por meio dos noticiários, jornais e manifestações de rua, em que as necessidades particulares, de subsistência e sobrevivência de determinados grupos acabam se sobrepondo aos anseios da coletividade. 4 A Questão das Diferenças Individuais De acordo com Torbi (2014) e ANTP (2015), por conter todos os tipos possíveis de indivíduos – o que é positivo –, a sociedade se beneficia da diversidade, a qual garante inovações e criatividade, fatores contribuintes para que não ocorra a estagnação da sociedade. As diferenças individuais constituem a marca registrada da sociedade e está carimbada em tudo que os indivíduosrealizam: no modo como elogiam e criticam, na maneira como trabalham, nos relacionamentos com a família e amigos, entre outros. e Além das particularidades manifestadas na personalidade, os indivíduos possuem outras características que os diferenciam. De acordo com o IBGE (2013), a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada revela que 6,2% da população brasileira têm algum tipo de deficiência. A PNS considerou quatro tipos de deficiência: auditiva, visual, física e intelectual. De forma a atender às necessidades dessas pessoas e garantir seus direitos como cidadãos, foram implementadas normas legais no país, tais como a Lei no 10.098/2000 – conhecida como Lei da Acessibilidade – que estabelece às pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida o acesso a espaços públicos e privados, sem restrição física ou de comunicação. Entre os direitos assegurados pela Lei da Acessibilidade, destacam-se: rampas, passagens especiais para pedestres, semáforos sonorizados, vagas de estacionamento sinalizadas para cadeirantes, transporte adaptado, espaços reservados em locais de lazer e instrução, acesso à informação, comunicação e educação por meio de intérpretes ou recursos audiovisuais com linguagem de sinais. 10 g Assista ao vídeo indicado no link a seguir para entender um pouco mais sobre o tema cidadania e trânsito. Veja que o respeito aos demais usuários do trânsito contribui para uma convivência harmoniosa. https://www.youtube.com/watch?v=WNPvkczJsbQ Resumindo “Transitar sem constituir perigo ou obstáculo aos demais elementos do trânsito” é um dever disposto no CTB – todas as demais regras são derivadas desse conceito. Por muitos anos e décadas a fio, as sociedades humanas experimentaram diversos modelos de desenvolvimento, porém, ainda está longe da forma ideal de sociedade, com justiça e igualdade para todos, principalmente no que diz respeito aos sistemas de transporte e trânsito. A Lei da Acessibilidade estabelece aos portadores de necessidades especiais o acesso a espaços públicos e privados, sem restrição física ou de comunicação – 6,2% da população brasileira têm algum tipo de deficiência: auditiva, visual, física e intelectual. 11 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. A Lei da Acessibilidade estabelece às pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida o acesso a espaços públicos e privados, sem restrição física ou de comunicação. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Por conter todos os tipos possíveis de indivíduos, a sociedade se beneficia da diversidade, a qual garante inovações e criatividade, fatores contribuintes para que não ocorra a estagnação da sociedade. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 12 Referências ABETRAN – Associação Brasileira de Educação de Trânsito. Portal oficial. Disponível em: <www.abetran.org.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. AKIO, M. Como Evitar Acidentes de Trânsito. São Paulo: Chiado Brasil, 2015. ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos. Portal oficial. Disponível em: <www.antp.org.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. BRASIL. Lei n° 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, entre outros. Brasília, 2015. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. _______. Lei n° 12.619, de 30 de abril de 2012. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, entre outros. Brasília, 2012. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. _______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. CRISTO, F. Psicologia e trânsito: Reflexões para pais, educadores e (futuros) condutores. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012. DENATRAN. Manual de Direção Defensiva. Portal oficial. Disponível em: <www. denatran.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. Comportamento Humano no Trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal oficial. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 5 dez. 2015. MARIUZA, C. A.; GARICA, L. F. Trânsito e Mobilidade Urbana: Psicologia, Educação e Cidadania. Porto Alegre: CRP, 2010. NTU – Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano. Portal oficial. Disponível em: <www.ntu.org.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. 13 TORBI, M. Reflexões sobre o Transporte Coletivo de Passageiros. São Paulo: EMT, 2014. VASCONCELLOS, E. A. Mobilidade Urbana: O que Você Precisa Saber. São Paulo: Cia das Letras, 2013. 14 UNIDADE 2 | RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS 15 Unidade 2 | Relacionamento Interpessoal no Transporte de Passageiros 1 O Que é o Relacionamento Interpessoal? O relacionamento interpessoal é um conceito do âmbito da sociologia e psicologia que significa uma relação entre duas ou mais pessoas. Este tipo de relacionamento é marcado pelo contexto em que o indivíduo está inserido, podendo ser no ambiente familiar, escolar, de trabalho, de comunidade (TORBI, 2014; MARIUZA; GARCIA, 2010). O relacionamento interpessoal representa o esteio da sociedade contemporânea. Com isso, a qualidade dos relacionamentos, bem como a capacidade individual de mantê- los, constituem fatores importantes de posicionamento social e qualidade de vida. Você já deve ter percebido que as sociedades com forte desenvolvimento das relações interpessoais são, em geral, mais desenvolvidas, dinâmicas, cooperativas, ou seja, sabem tirar melhor proveito do trabalho em equipe e progridem de forma mais acelerada. c Pode-se dizer que o indivíduo ajustado, ou o verdadeiro cidadão, é aquele cujas características individuais somam-se, positivamente, com os anseios coletivos. Por outro lado, quando a individualidade é contrária ao bem comum, surgem os conflitos. 16 2 A Relação entre o Cidadão e o Trânsito Cidadão é um indivíduo que convive em sociedade, ciente das normas de conduta, que definem os direitos e deveres (TORBI, 2014). Segundo Torbi (2014) e o Denatran (2015), o cidadão tem o dever de obedecer às leis e códigos de sua nação, em benefício do bem comum. Assim, quando um cidadão observa as normas legais, respeita o direito das outras pessoas, tem, em contrapartida, os seus direitos respeitados. Essas mesmas normas legais estabelecem punições a serem aplicadas toda vez que nosso comportamento for prejudicial à coletividade. Por seu turno, o trânsito agrega os mais diversos grupos, segmentos e indivíduos de uma sociedade. Constitui um sistema complexo, do qual os indivíduos dependem, diariamente, para: deslocar-se como condutores, passageiros ou pedestres; despachar as matérias-primas, produtos semiacabados e acabados; receber os produtos para consumo. Com isso, a conduta no trânsito em nosso país é regida por um arcabouço de leis, constituído pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), decretos, resoluções complementares e portarias das autoridades de trânsito. Considerado por muitos especialistas como sendo mais rigoroso que o anterior, o atual CTB, que entrou em vigor em 1998, estabelece em seu Capítulo VI que a educação para o trânsito é um direito de todos, devendo ser promovida nos ensinos infantil, fundamental, médio e superior. h Somando-se à educação (base para formação de usuário consciente do trânsito), tem-se o esforço legal (fiscalização) e o da Engenharia (vias seguras e sinalizadas), que constituem três importantes pilares para que o trânsito nacional possa se qualificar como seguro, humano e funcional. 17 3 O Respeito Mútuo no Transporte de Passageiros Para Torbi (2014), a Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU, 2015) e Hoffmann et al. (2003), o uso de boas atitudes entre os prestadores de serviço de transporte e os seus usuários, bem como entre os usuários do trânsito, tem o poder de promover os denominadosrespeito mútuo e a cidadania. É imprescindível que os profissionais do transporte de passageiros, de sua parte, saibam agir corretamente frente às diversas situações cotidianas, identificando e revertendo as más atitudes e as posturas negativas. A fim de que isso ocorra, é necessário relembrar, resgatar e colocar em uso os valores descritos a seguir. Os 12 valores dos profissionais do transporte de passageiros: a) Educação: corresponde ao cultivo de boas maneiras no trato com todas as pessoas. b) Empatia: está relacionada à habilidade de se colocar no lugar do outro. c) Receptividade: diz respeito à facilidade de manter a mente aberta e explicitar boa vontade no atendimento às pessoas. d) Respeito: constitui a base de qualquer relacionamento entre os colegas, superiores, subordinados e clientes. e) Bom senso: está associado à capacidade de entender uma situação e resolvê- la da melhor forma possível. f) Flexibilidade: corresponde à aptidão de lidar com pontos de vista distintos. g) Paciência: está relacionada a saber não tomar decisões de forma precipitada. h) Persistência: é a perseverança da utilização de todos os valores positivos no cotidiano. i) Equilíbrio: corresponde a ter as rédeas do próprio comportamento. j) Igualdade: está associada à percepção de que todos merecem ser tratados com cortesia, sem diferenciação. 18 l) Humildade: constitui a aptidão para reconhecimento dos próprios equívocos. m) Simplicidade: consiste na habilidade de simplificar questões a serem resolvidas, bem como em se fazer entender por meio de linguagem de fácil compreensão. 4 Como Evitar Situações de Conflito no Transporte de Passageiros Segundo Vasconcellos (2013) e Akio (2015), no trânsito a circulação ocorre em um espaço físico de conflitos que precisa ser distribuído entre os que desejam utilizá-lo. As regras desta negociação são determinadas, externamente, pelo CTB e, internamente, na própria rua, pelas decisões tomadas pelas pessoas. Há de se compreender que os prestadores de serviços de transporte e os seus usuários, assim como as outras pessoas que se utilizam do trânsito, fazem-no de formas distintas, dependendo das necessidades e objetivos. As pessoas podem mudar de comportamento em função dos diferentes papéis que exercem no trânsito – pedestres, condutores ou passageiros. Com isso, para amenizar algumas situações de conflito no desempenho das atividades laborais, é importante que o profissional esteja atento a algumas táticas, tais como: • Converse, não discuta: em casos de acidente, ou de necessidade de sair do carro para conversar com alguém sobre o ocorrido, sempre mantenha a calma e não se exalte, mesmo que você seja a vítima. • Comunique-se claramente: preste atenção à sua entonação de voz e às expressões faciais, porque elas podem passar uma visão diferente da que você almeja. • Utilize mensagens simples e objetivas: não permita más interpretações. • Distinga os momentos propícios: para atuar com consciência e exatidão. 19 • Veja sempre o lado positivo das ocorrências: isso facilita entender a razão de comportamentos incorretos dos outros profissionais ou usuários do sistema de transporte. • Evite brigas: quando extremamente necessário, intervenha apenas para acalmar os ânimos e volte o quanto antes ao diálogo e às suas tarefas. • Utilize sempre o bom senso: pense muito bem antes de agir, pois o que fizer de errado poderá servir de argumento contra você. • Empregue o veículo para o propósito correto: não o use para intimidar as pessoas, ou para arranque e parada brusca. Mas, como você pode fazer a diferença? Você pode se destacar pelo empenho em construir um ambiente de qualidade, aplicando os conhecimentos adquiridos. Ademais, esses conhecimentos permitem realizar uma autoavaliação e, a partir dela, uma mudança de comportamento – que pode ser superficial ou profunda – dependendo do tipo de profissional no qual você quer se tornar! Com isso, você estará cada vez mais consciente de seu potencial e o mercado, por sua vez, sempre buscará os profissionais de melhor performance. 20 Resumindo O relacionamento interpessoal representa o esteio da sociedade contemporânea. E, muito mais do que isso, na atuação profissional junto ao sistema de transporte de passageiros e no trânsito, constitui a base para a construção e manutenção da boa relação com os usuários dos serviços. A prática de boas atitudes entre os prestadores de serviços de transporte e os seus usuários, bem como entre os usuários do trânsito, tem o poder de promover o respeito mútuo e a cidadania. Para amenizar algumas situações de conflito no desempenho das atividades laborais, é importante que você saiba ouvir, depois conversar e jamais discutir! 21 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Os três importantes pilares para que o trânsito nacional possa se qualificar como seguro, humano e funcional são: educação, esforço legal e engenharia. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Pode-se dizer que o indivíduo ajustado ou o verdadeiro cidadão é aquele cujas características individuais somam-se, positivamente, com os anseios coletivos. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 22 Referências ABETRAN – Associação Brasileira de Educação de Trânsito. Portal oficial. Disponível em: <www.abetran.org.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. AKIO, M. Como Evitar Acidentes de Trânsito. São Paulo: Chiado Brasil, 2015. ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos. Portal oficial. Disponível em: <www.antp.org.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. BRASIL. Lei n° 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, entre outros. Brasília, 2015. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. _______. Lei n° 12.619, de 30 de abril de 2012. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, entre outros. Brasília, 2012. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. _______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. CRISTO, F. Psicologia e trânsito: Reflexões para pais, educadores e (futuros) condutores. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012. DENATRAN. Manual de Direção Defensiva. Portal oficial. Disponível em: <www. denatran.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. Comportamento Humano no Trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal oficial. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 5 dez. 2015. MARIUZA, C. A.; GARICA, L. F. Trânsito e Mobilidade Urbana: Psicologia, Educação e Cidadania. Porto Alegre: CRP, 2010. NTU – Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano. Portal oficial. Disponível em: <www.ntu.org.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. 23 TORBI, M. Reflexões sobre o Transporte Coletivo de Passageiros. São Paulo: EMT, 2014. VASCONCELLOS, E. A. Mobilidade Urbana: O que Você Precisa Saber. São Paulo: Cia das Letras, 2013. 24 UNIDADE 3 | TRÂNSITO E MEIO AMBIENTE 25 Unidade 3 | Trânsito e Meio Ambiente 1 Meio Ambiente e Ecologia Meio ambiente envolve todas as coisas vivas e não vivas que ocorrem na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos (TORBI, 2014). O meio ambiente pode apresentar diversos conceitos, que são identificados por seus componentes. Na ecologia, por exemplo, o meio ambiente é o panorama animado ou inanimado em que se desenvolve a vida de um organismo, existindo diversos fatores externos que têm uma influência sobre ele. A ecologia tem como objeto de estudo as relações entre os organismos e o ambiente envolvente. 2 A Relação entre o Trânsito e o Meio Ambiente Segundo a Associação Brasileira de Educação de Trânsito (ABETRAN, 2015), a preservação do meio ambiente é responsabilidade de todos, e a valorização das questõesambientais tem alterado as relações de toda a sociedade, particularmente, as relações das organizações empresariais com o meio ambiente. 26 Dentre as questões ambientais urbanas no Brasil, destaca-se a poluição atmosférica. Os problemas ambientais gerados pela poluição do ar nas grandes cidades brasileiras resultam de fontes industriais e veiculares. A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela frota de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria automobilística. Para a Abetran (2015), o monóxido de carbono emitido por veículos leves é responsável por 68,4% do total dessa fonte de poluição. Os veículos pesados contribuem com 28,6%, os processos industriais com 2,2%, e a queima de lixo, com 2,6%. Algumas das consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente são: • poluição atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes; • erosão, decorrente do mau planejamento de estradas; • agressões contra o meio ambiente, resultantes de acidentes no transporte de produtos tóxicos poluentes; • incêndios devastadores, pelo uso inadequado de lugares de descanso às beiras das rodovias, ou pelo cigarro jogado pela janela do veículo; • poluição do habitat natural pelos detritos jogados pelos motoristas nas rodovias; • enchentes em vias urbanas, provocadas pelo acúmulo de lixo deixado pelos usuários (motoristas e pedestres) em bueiros ou próximo a rios e lagos; • mortes de animais silvestres, provocadas por excesso de velocidade e descaso à sinalização. 27 3 Veículos Poluidores Segundo o CTB (BRASIL, 1997), as autoridades de trânsito são responsáveis pela fiscalização de veículos, podendo aplicar as punições cabíveis aos proprietários de veículos que apresentem emissão de poluentes ou ruídos acima dos níveis permitidos na legislação. Que aparelhos são usados para a realização das medições de emissão de poluentes e ruídos? Normalmente, os agentes de trânsito valem-se dos seguintes instrumentos: • Escala de Ringelmann: é um aparato que mede, por meio de comparação, a quantidade de fumaça que o veículo está emitindo. • Sensor de monóxido de carbono (CO): é um aparelho que mede as concentrações desse gás, quando acoplado ao escapamento do veículo em funcionamento. • Decibelímetro: é um instrumento que mede o nível de ruído emitido pelo veículo em decibéis (dB). Para Torbi (2014), a fim de que os veículos sejam mantidos com níveis de emissão de gases, fumaça e ruídos dentro dos parâmetros legais, é recomendável que o proprietário tome cuidados com determinados itens associados ao sistema de alimentação do motor, tais como: • bobina, ignição eletrônica, distribuidor e velas; • filtro de ar; • carburador ou sistema de injeção; • escapamento. 28 h Se os itens do sistema de alimentação do motor estiverem em mau estado ou desregulados, provocam queima imperfeita do combustível, reduzindo a potência do veículo e aumentando o consumo de combustível e a emissão de gases poluentes. 4 Cuidados com o Veículo De acordo com Torbi (2014) e Abetran (2015), os proprietários e condutores de veículos devem estar atentos a cuidados básicos para evitar prejuízos à saúde e ao meio ambiente. Dentre eles, citam-se: • providenciar as trocas de óleo lubrificante do motor, câmbio, diferencial, fluido de freio e direção hidráulica em estabelecimentos especializados, os quais destinam óleos e lubrificantes usados para a devida reciclagem; • realizar a manutenção do veículo, conforme instruções do fabricante, de forma a tê-lo em perfeitas condições de funcionamento; • quanto aos pneus, quando chegarem ao final da vida útil, o destino recomendado é deixá-los em estabelecimentos especializados – que os encaminharão para reciclagem, em vez de serem depositados em terrenos baldios para serem queimados ou para virarem criadouros de insetos e ratos; • racionalize o uso, evitando deslocamentos desnecessários; • não abuse do ar-condicionado. c Você, além de economizar combustível em seu trajeto, estará diminuindo a liberação dos gases que provocam o efeito estufa. 29 5 Fazendo sua Parte na Proteção ao Meio Ambiente Para Torbi (2014) e Andrade (2012), além de manter o veículo em condições apropriadas de circulação, o papel de um profissional – como usuário do sistema de trânsito e consciente de suas responsabilidades socioambientais – deve englobar os seus próprios exemplos corretos de conduta. A seguir estão listadas algumas ações, simples de serem realizadas, que contribuem para a proteção ao meio ambiente: • evite paradas prolongadas com o motor funcionando; • mantenha a velocidade o mais constante possível, tirando o pé do acelerador quando o semáforo fechar ou quando o trânsito à frente parar; • evite reduções constantes de marcha, acelerações bruscas e freadas em excesso; • troque de marcha na rotação correta; • oriente os seus passageiros para que depositem o lixo em sacola no interior do veículo, e para que nunca o joguem pela janela; • em caso de avaria no veículo ou acidente envolvendo o transporte de produtos perigosos, procure isolar a área e impedir que eles atinjam cursos de água. 30 Resumindo A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pelas frotas de veículos. As consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente vão desde a poluição (atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes), passando pela erosão (decorrente do mau planejamento de estradas), até as agressões resultantes de acidentes no transporte de produtos tóxicos poluentes. Quando o veículo é mantido em condições adequadas de operação, você, além de economizar combustível em seu trajeto, estará diminuindo a liberação de gases que provocam o efeito estufa. 31 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Mortes de animais silvestres, provocadas por excesso de velocidade e descaso à sinalização, constituem uma consequência causada pela relação entre trânsito e meio ambiente. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Reduções constantes de marcha, acelerações bruscas e freadas em excesso são algumas ações, simples de serem realizadas, que contribuem para a proteção ao meio ambiente. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 32 Referências ABETRAN – Associação Brasileira de Educação de Trânsito. Portal oficial. Disponível em: <www.abetran.org.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. AKIO, M. Como Evitar Acidentes de Trânsito. São Paulo: Chiado Brasil, 2015. ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos. Portal oficial. Disponível em: <www.antp.org.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. BRASIL. Lei n° 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, entre outros. Brasília, 2015. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. _______. Lei n° 12.619, de 30 de abril de 2012. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, entre outros. Brasília, 2012. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. _______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília, 1997. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. CRISTO, F. Psicologia e trânsito: Reflexões para pais, educadores e (futuros) condutores. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012. DENATRAN. Manual de Direção Defensiva. Portal oficial. Disponível em: <www. denatran.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2015. HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. Comportamento Humano no Trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Portal oficial. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 5 dez. 2015. MARIUZA, C. A.; GARICA, L. F. Trânsito e Mobilidade Urbana: Psicologia, Educação e Cidadania. Porto Alegre: CRP, 2010. NTU – Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano. Portal oficial. Disponível em: <www.ntu.org.br>.Acesso em: 5 dez. 2015. 33 TORBI, M. Reflexões sobre o Transporte Coletivo de Passageiros. São Paulo: EMT, 2014. VASCONCELLOS, E. A. Mobilidade Urbana: O que Você Precisa Saber. São Paulo: Cia das Letras, 2013. 34 Gabarito Questão 1 Questão 2 Unidade 1 V V Unidade 2 V V Unidade 3 V F
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