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Administração do Frete SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 656.053.432:005 46 p. :il. – (EaD) Curso on-line – Administração do Frete – Brasília: SEST/SENAT, 2016. 1. Frete - administração. 2. Empresa de transporte. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 4 Unidade 1 | Por Que Administrar o Frete? 5 1 Administração do Frete e Conceito de Lucro 7 2 Preços e Custos Médios e Conceito de Demanda 10 Atividades 11 Referências 12 Unidade 2 | Metodologias de Defi nição de Preços 13 1 Metodologias para o Cálculo do Preço do Frete 15 1.1 Preço a Partir da Concorrência 15 1.2 Preço a Partir dos Custos 16 1.3 Preço a Partir do Valor Percebido pelo Consumidor 18 Atividades 20 Referências 22 Unidade 3 | Classifi cação de Custos e seus Componentes 23 1 Classifi cação dos Custos 25 1.1 Custos Diretos e Indiretos 25 1.2 Custos fi xos e variáveis 27 1.2.1 Componentes dos Custos Fixos 28 1.2.2 Componentes dos Custos Variáveis 29 Atividades 32 Referências 33 Unidade 4 | Exemplo de Formação do Valor do Frete 34 1 Exemplo de formação de preços a partir dos custos, com o uso da planilha Excel. 36 Atividades 43 Referências 44 Gabarito 45 4 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Administração do Frete! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao fi nal de cada unidade, atividades para a fi xação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que tem a fi nalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. O curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 4 unidades, conforme a tabela a seguir. Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação fi nal” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certifi cado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat. org.br. Bons estudos! Unidades Carga Horária Unidade 1 | Por Que Administrar o Frete? 8 h Unidade 2 | Metodologias de Defi nição de Preços 7 h Unidade 3 | Classifi cação de Custos e seus Componentes 8 h Unidade 4 | Exemplo de Formação do Valor do Frete 7 h 5 UNIDADE 1 | POR QUE ADMINISTRAR O FRETE? 6 Unidade 1 | Por Que Administrar o Frete? f Você compreende a importância econômica do transportador administrar o frete? Conhece os conceitos de lucro e custo médio? Entende a definição de demanda? A empresa transportadora de cargas que não estipula com precisão e cuidado o valor do frete tende a sofrer prejuízos constantes, a perder mercado e a fugir do foco de acumulação do capital. Na pior das hipóteses, a empresa pode ser levada à falência. Conscientes disto, perceberemos a importância de saber administrar o frete e de como calculá-lo. É o que começaremos a estudar nesta unidade. 7 1 Administração do Frete e Conceito de Lucro O mundo atual dos negócios tem demonstrado que os modelos de formação de preços (frete) são imprescindíveis para orientar as empresas de transporte em sua busca por sucesso. A administração do frete é essencial para lidar com a concorrência. Todas as empresas, pequenas, médias ou grandes, devem praticar preços que cubram seus custos totais médios, além de propiciarem lucro. É o que os especialistas recomendam e o que vamos demonstrar. Você sabe como o lucro é definido? O lucro é igual à diferença entre receita total (RT) com a venda de bens/serviços e o custo total (CT ) de produção de bens/serviços. Em termos matemáticos, podemos usar a seguinte equação para calculá-lo: II = RT – CT (1) Por outro lado, a receita total é defi nida assim: RT = P x Q (2) Onde P é o preço e Q é a quantidade de bens/serviços vendidos. e O custo total é dividido em custos fixos e custos variáveis (nas unidades 3 e 4 deste curso estudaremos tais custos em detalhes). Para obter lucro positivo, é preciso que o preço unitário seja maior do que o custo total médio. Antes de continuarmos, você sabe qual é a defi nição de custo médio? 8 Custo total médio (CMe) é igual à razão entre o custo total e a quantidade produzida de bens/serviços. O custo total médio é também chamado de custo total unitário. Vamos prosseguindo. Agora vamos igualar o lucro a zero. Use as equações (1) e (2) acima! Isto é: II = PQ – CT = 0, ou (3) PQ = CT Agora, divida os dois lados da equação (3) por Q para obter: P = CT = CMe (4) Q Resultado: se o lucro é zero o preço é igual ao custo médio. Neste caso, a empresa cobrirá seus custos, mas não terá lucro. h Podemos dizer também que: • se o preço for menor do que o custo médio a empresa incorre em prejuízo; • se o preço for maior do que o custo médio obtém-se lucro. Ou seja: Prejuízo Quando P < CMe Quando P > CMe Lucro 9 Diante dessas expressões, fi ca demonstrado porque se deve preocupar com o preço (frete) cobrado pelos bens/serviços vendidos. a Para praticar preços rentáveis é necessário apurar os custos precisamente. Os custos devem ser constantemente monitorados! 10 2 Preços e Custos Médios e Conceito de Demanda Muitas vezes, quando têm folga de caixa, podem ser encontradas empresas praticando preços abaixo ou iguais aos custos totais médios. Com certeza estas empresas não estarão obtendo lucro! Ainda assim, diversas empresas adotam essa estratégia mesmo sabendo que este comportamento é muito arriscado. Cobrando preços mais baixos, a empresa pode pretender aumentar sua participação no mercado. Para reduzir o risco nesta operação é preciso que a empresa conheça bem sua demanda, que pode ser assim defi nida: Demanda é a relação entre a quantidade e o preço de um bem/ serviço que os consumidores desejam adquirir. Muita atenção, pois se a empresa continuar se comportando dessa forma por longo tempo, pode desencadear uma guerra de preços – o que não é bom nem para ela e nem para seus concorrentes. Resumindo • No ambiente de negócios de hoje, para se obter sucesso e crescimento, é imprescindível que a empresa administre o preço, ou o frete, nas empresas transportadoras de carga. • O desempenho econômico-financeiro da empresa está fortemente relacionado à cuidadosa administração do frete e aos resultados almejados por todos aqueles que dependem da empresa: proprietários, trabalhadores, fornecedores, clientes, governo etc. • O lucro é o resultado entre a diferença da receita e dos custos da empresa. 11 a 1) Qual é a definição de lucro? a. ( ) Lucro = Receita - Despesas b. ( ) Lucro = Receita - Margem c. ( ) Lucro = Receita - Custos d. ( ) Todas as alternativas estão corretas. 2) Assinale certo (C) ou errado (E). ( ) O custo total divide-se em custo variável e fixo. ( ) O custo médio é igual à divisão do custo total pela quantidade produzida de bens/serviços. 3) Como é denominada a relação entre a quantidade de um bem/serviço que os consumidores desejam adquirir e seu preço? a. ( ) Receita. b. ( ) Oferta. c. ( ) Gastos. d. ( ) Demanda. 4) Quando a receita for menor que os custos, temos um prejuízo. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 12 Referências ASSEF, R. Manual de gerência de preços. Rio de Janeiro: Campus, 2002. BRUNI, A. L.; PAIXAO, R. B. Excel aplicado à gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 2011. BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1994. CASAROTTO FILHO, N.; KOPPITKE, B. H. Análise de investimentos. São Paulo: Atlas, 2010. DOLAN, R.; SIMON, H. O poder dos preços: as melhores estratégias para ter lucro. São Paulo: Futura, 1998.KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: PHB, 1995. PINDYCK, R.; RUBINFELD, D. Microeconomia. São Paulo: Pearson, 2007. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. 13 UNIDADE 2 | METODOLOGIAS DE DEFINIÇÃO DE PREÇOS 14 Unidade 2 | Metodologias de Defi nição de Preços f Você conhece alguma metodologia para usar no cálculo do frete? Sabe como podem ser formados os fretes para a cobrança do serviço de transporte fornecido ao cliente? Discuta com seus colegas. Diversas metodologias são utilizadas pelas empresas para defi nir sua estratégia de preços, contudo, qual deve ser a estratégia utilizada? Este é um dos desafi os diários com que as empresas se deparam e seu impacto poderá reverter em sucesso ou fracasso no mercado. Nesta unidade, vamos conhecer alguns métodos práticos de defi nição de preços (frete) 15 1 Metodologias para o Cálculo do Preço do Frete As metodologias utilizadas para a defi nição do preço são caracterizadas pela referência utilizada para o cálculo. Entre as utilizadas pelo mercado iremos estudar as seguintes metodologias: a) preço a partir da concorrência; b) preço a partir dos custos; c) preço a partir do valor percebido pelo consumidor. 1.1 Preço a Partir da Concorrência Este é o método mais simples. O que você deve fazer é acompanhar os preços praticados pelos seus concorrentes diretos e seguir, se houver, as alterações de preços. É recomendável que o preço seja superior ao custo total médio! Para que a sua empresa seja bem-sucedida no acompanhamento do preço da concorrência, é importante responder a algumas perguntas: a) Seus custos são iguais aos do concorrente? b) Sua produção tem os mesmos custos variáveis do concorrente? c) Seus investimentos foram iguais? d) A rentabilidade objetivada é a mesma? e) O valor percebido pelo consumidor em relação ao seu produto/serviço não é diferente dos concorrentes? 16 h O método de definição do preço a partir da concorrência não é tão simples como parece! Perceba que é bom responder aos questionamentos referidos, antes de decidir sobre qualquer fixação de preço que a empresa venha a praticar. Vamos entender o que é rentabilidade. A rentabilidade de uma empresa pode ser medida pela razão entre o lucro líquido de impostos e o patrimônio líquido (igual ao patrimônio dos acionistas ou capital próprio). Em termos matemáticos, temos: onde RSPL é o rentabilidade sobre o patrimônio líquido, LL é o lucro líquido de impostos e PL é o patrimônio líquido. O indicador RSPL é medido em percentual. Enfi m, a rentabilidade é o que determina a viabilidade da empresa. Você deve, sempre, comparar a rentabilidade de sua empresa com a rentabilidade média do setor. Por exemplo: 1.2 Preço a Partir dos Custos Esta metodologia foi desenvolvida utilizando como base os custos de produção, de distribuição e de comercialização, além, é claro, da margem de lucro. Com isto, assume- se que estes custos estão sendo repassados totalmente para os clientes. Empresa Rentabilidade Comentário Empresa Média do setor A 14,2% 17,8% Defi ciente B 2,7% 5,9% Defi ciente C 15,1% 13,5% Bom 17 Em termos matemáticos temos: (5) Onde P é o preço, Mk representa a margem de lucro e = custo médio de produção, mais custo médio de distribuição, mais custo médio de comercialização. a A margem de lucro é um percentual, por exemplo, 15%. Mas, na equação (5) usa-se assim: Mk = 0,15. Neste caso, a soma dos custos totais médios será multiplicada por 1,15. Obviamente que se pode calcular o frete por meio de uma expressão como a equação 5. Para tanto, basta apurar com profundidade os custos totais médios (CTMe) e defi nir a margem de lucro. Então, para empresas de transportes, pode-se trocar na equação 5 o preço pelo valor do frete, ou seja: (6) Essa metodologia procura garantir que o valor do frete não seja menor que os custos das atividades que apoiam a realização da atividade principal, ou seja a prestação do serviço de transporte. É preciso, entretanto, manter os custos controlados e competitivos para não ultrapassar muito os preços de frete praticados no mercado. a Uma boa prática pode ser a de comparar o preço definido pelos custos com os preços praticados pela concorrência. Isto lhe dará parâmetros para analisar se seus custos estão altos ou baixos em relação aos praticados pelas outras empresas, ou então, se a sua margem está mais elevada que a dos concorrentes. 18 1.3 Preço a Partir do Valor Percebido pelo Consumidor Muitos especialistas criticam o método de formação do preço a partir dos custos totais médios porque ele não considera qual é o preço que o consumidor estaria disposto a pagar pelo bem ou serviço. Esta percepção que os consumidores têm em relação aos preços dos produtos e serviços é conhecida como valor percebido pelo consumidor. Valor refere-se ao total de benefícios ou satisfação que o consumidor recebe de um bem/serviço. Cobrar um preço pelo bem/serviço vendido a partir do valor percebido pelo consumidor é idealmente vantajoso, pois normalmente gera lucros maiores. Isto porque se poderia vender a preços maiores para aqueles clientes que valorizam mais o bem/serviço. e Mas não se iluda. Cobrar preços iguais ao valor percebido pelo consumidor é tarefa não trivial. Isto requer pesquisas e mais pesquisas junto aos prováveis compradores. Por isto é um processo relativamente dispendioso. Grandes empresas podem investir em empreitadas para conhecer o valor percebido pelos seus consumidores, ao passo que as pequenas empresas, normalmente, têm menos disponibilidade fi nanceira para isto. 19 Resumindo São três as metodologias de definição do valor do frete: a partir da concorrência, a partir dos custos e a partir do valor percebido pelo consumidor. O método a partir do valor percebido pelo consumidor é mais vantajoso do que os demais. Todavia, parece de pouca aplicação para empresas de pequeno e de médio porte, uma vez que as pesquisas necessárias são custosas para o tamanho da estrutura destas empresas. O método de formação dos preços a partir dos custos considera uma margem de lucro adicionada aos custos totais da empresa. 20 a 1) Marque V ou F, para verdadeiro ou falso, respectivamente. São metodologias de definição do preço de venda: a .( ) Preço a partir da concorrência. b. ( ) Preço a partir das receitas. c. ( ) Preço a partir do valor percebido pelo consumidor. d. ( ) Preço a partir dos lucros. 2) Preencha a coluna quatro (comentário) da tabela com os termos: deficiente, boa e razoável. 3) Assinale a alternativa correta. Muitos especialistas criticam o método de formação do preço a partir dos custos totais médios. Por quê? a. ( ) Porque ele não considera a margem de lucro. b. ( ) Porque o método não considera a demanda. c. ( ) Porque o método não considera os custos fixos e variáveis. d. ( ) Porque não considera qual é o preço que o consumidor estaria disposto a pagar pelo bem ou serviço. Atividades Empresa (1) Rentabilidade Comentário (4)Empresa (2) Média do setor (3) D 16,2% 16,3% E 6,9% 3,0% F 13,1% 21,5% 21 4) A rentabilidade de uma empresa pode ser medida pela razão entre o lucro líquido de impostos e suas dívidas. ( ) Certo ( ) Errado 22 Referências ASSEF, R. Manual de gerência de preços. Rio de Janeiro: Campus, 2002. BRUNI, A. L.; PAIXAO, R. B. Excel aplicado à gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 2011. BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1994. CASAROTTO FILHO, N.; KOPPITKE, B. H. Análise de investimentos. São Paulo: Atlas, 2010. DOLAN, R.; SIMON, H. O poder dos preços: as melhores estratégias para ter lucro. São Paulo: Futura, 1998. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: PHB, 1995. PINDYCK, R.; RUBINFELD, D. Microeconomia.São Paulo: Pearson, 2007. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. 23 UNIDADE 3 | CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS E SEUS COMPONENTES 24 Unidade 3 | Classifi cação de Custos e seus Componentes f Você conhece os componentes de custos na sua empresa? Sabe como classificar os custos para exercer melhor gerência e controle? Para manter um controle acurado dos custos é de suma importância que você os classifi que em direto e indireto, e fi xos e variáveis. Vamos, nesta unidade, conhecer as formas mais comuns de classifi cação dos custos e entender quais são seus componentes em uma empresa de transporte 25 1 Classifi cação dos Custos Os custos podem ser classifi cados de diversas maneiras, contudo, as classifi cações mais utilizadas e que estudaremos neste curso são as seguintes: a) Custos diretos ou custos indiretos b) Custos variáveis ou custos fi xos Veremos também quais são os componentes de custos para as duas classifi cações acima. Muitos autores dividem os gastos da empresa em custos e despesas. Nessas abordagens, os custos são aqueles gastos que se referem à atividade-fi m, à atividade produtiva da empresa. Por exemplo: no transporte a atividade produtiva é o serviço de transporte, ou a movimentação de cargas e de pessoas. Por outro lado, existem as atividades de apoio da empresa, tais como as administrativas, as de vendas, as de distribuição e de comercialização etc. Os gastos referentes a essas atividades são classifi cados como despesas, pois não se referem à atividade principal. b Neste curso, vamos simplificar e considerar todos os gastos como custos. Isso é comum na prática do meio empresarial. A respeito de custos e despesas, assista ao vídeo disponível no link a seguir. Confira! https://www.youtube.com/watch?v=7_U4FNJRaIo 1.1 Custos Diretos e Indiretos Por defi nição, qualquer custo que pode ser relacionado diretamente com um objeto de custo é um custo direto. 26 O que é um objeto de custo? Vamos ajudá-lo! Um objeto do custo representa itens aos quais custos são atribuídos. Em empresas, os objetos do custo são geralmente os departamentos. Outros exemplos de objetos de custos são: um produto, uma linha de produtos etc. Assim, numa empresa de transporte, o custo direto é aquele relacionado à prestação do serviço de transporte, ou seja, à movimentação das cargas ou das pessoas. Logo, alguns componentes do custo direto em empresas de transporte são: o combustível gasto pelo veículo, os salários dos motoristas e ajudantes, os custos com pneus, com manutenção do veículo, entre outros. Por outro lado, qualquer custo que não pode ser relacionado diretamente com um objeto de custo é um custo indireto. Logo, custos indiretos são aqueles gerados pelos outros setores para apoiar o funcionamento da empresa, mas que não estão diretamente ligados ao serviço de transporte propriamente dito. Em geral, os componentes dos custos indiretos são: a) Pessoal de escritório e respectivos encargos sociais b) Impressos e publicidade c) Aluguéis de escritório d) Impostos e taxas legais (exceto dos caminhões de carga) e) Gastos com comercialização e administração da empresa f) Conservação e limpeza g) Despesas fi nanceiras h) Diárias e passagens i) Despesas diversas 27 h Você percebeu que quando o custo referente a taxas e impostos não são relacionados ao veículo, eles são classificados como custos indiretos. Isto acontece porque em uma empresa de transporte, os veículos são considerados os principais objetos de custo. Neste sentido, as taxas e impostos (IPVA, seguro etc.)_ relacionados ao veículo são classificados como custos diretos. 1.2 Custos fi xos e variáveis Outra forma de classifi cação muito utilizada para diferenciar os custos de uma empresa é dividi-los em fi xos e variáveis. Os custos fixos são gastos que não variam em função do nível de atividade empresarial, ou seja, em função da quantidade produzida do bem ou serviço. Já os custos variáveis são aqueles que oscilam com o nível de atividade da empresa, ou com a quantidade produzida. Mas, como é defi nida a produção do serviço de transporte de cargas ou seu volume de atividades? 28 b Em uma empresa de transporte rodoviário de cargas o volume de atividades pode ser dado em função das toneladas transportadas em uma determinada distância (toneladas x quilômetros). Assim, o gasto com combustível é um custo variável. Por outro lado, o salário do gerente de transporte da empresa é um custo fixo, pois não varia com a quantidade de toneladas transportadas, nem com a distância percorrida pelos veículos. Assista a esta análise disponível no link a seguir. https://www.youtube.com/watch?v=NEVLaYd9pXE 1.2.1 Componentes dos Custos Fixos Vamos imaginar os custos de uma transportadora de cargas. Os principais componentes dos custos fi xos são: Componente Descrição Depreciação dos veículos Corresponde à redução de valor que o caminhão sofre com o decorrer do tempo Remuneração do capital Para todo investimento pressupõe-se um retorno sobre o capital aplicado. O empresário do transporte espera exatamente isto quando aplica recursos em caminhões, por exemplo Salários do pessoal administrativo Corresponde ao pagamento de salários ao pessoal administrativo, inclusive com encargos sociais Licenciamento do veículo É uma taxa legal e o pagamento é obrigatório mesmo se o veículo não estiver em trabalho/uso Seguro obrigatório Taxa legal 29 1.2.2 Componentes dos Custos Variáveis No caso da transportadora de cargas, os componentes dos custos variáveis mais usuais são: a) Combustível b) Óleo lubrifi cante do motor c) Óleo lubrifi cante da transmissão d) Salário dos motoristas e) Lavagem e lubrifi cação f) Material rodante (pneus) g) Peças e outros materiais h) Manutenção h Em algumas situações, o salário do motorista pode ser considerado fixo em relação a um veículo, mas ser considerado variável para a frota total da empresa, já que esta pode aumentar ou diminuir ao longo do tempo. 30 Veja a seguir uma estimativa do quantitativo dos custos fi xos e variáveis para uma empresa de transporte realizada pela Revista Transporte Moderno. a Para melhor tomada de decisões é conveniente possuir um sistema eficaz de controle de custos, que pode ser manual ou informatizado. c Atualmente, muitas empresas usam planilhas eletrônicas para controle de custos, e outras, principalmente as grandes, utilizam sistemas de gestão empresarial informatizados, os chamados ERP (Planejamento de Recursos Empresariais). Assista ao vídeo disponível no link a seguir e conheça melhor a utilidade desses sistemas. Confira! https://www.youtube.com/watch?v=2ujdn5G7W20 40% 60% 31 Resumindo Os custos podem ser classificados em fixos e variáveis. Outra forma de classificação dos custos é separá-los em diretos e indiretos. Custos fixos não variam com o volume de produção. Já os custos variáveis são proporcionais ao volume produzido do bem ou serviço. 32 a 1) Marque verdadeiro (V) ou falso (F). a. ( ) Qualquer custo que pode ser relacionado diretamente ou não com um objeto de custo é um custo direto. b. ( ) Qualquer custo que não pode ser relacionado diretamente com um objeto de custo é um custo indireto. c. ( ) Os custos diretos dividem-se em custos explícitos e implícitos. 2) Assinale (D) para custo direto e (I) para indireto. a. ( ) Depreciação b. ( ) Despesas financeiras c. ( ) Aluguel do escritório d. ( ) Licenciamento e seguro 3) O custo com o salário do pessoal administrativo é um custo direto. ( ) Certo ( ) Errado 4) Os gastos de uma empresa representam a soma de todos os custos e despesas. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 33 Referências ASSEF, R. Manual de gerência de preços. Rio de Janeiro: Campus, 2002. BRUNI, A. L.; PAIXAO, R. B. Excel aplicado àgestão empresarial. São Paulo: Atlas, 2011. BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1994. CASAROTTO FILHO, N.; KOPPITKE, B. H. Análise de investimentos. São Paulo: Atlas, 2010. DOLAN, R.; SIMON, H. O poder dos preços: as melhores estratégias para ter lucro. São Paulo: Futura, 1998. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: PHB, 1995. PINDYCK, R.; RUBINFELD, D. Microeconomia. São Paulo: Pearson, 2007. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. 34 UNIDADE 4 | EXEMPLO DE FORMAÇÃO DO VALOR DO FRETE 35 Unidade 4 | Exemplo de Formação do Valor do Frete f Você já calculou os preços do frete de sua empresa, na prática? Você já conhece algum instrumento de informática (software) que possa ajudá-lo no cálculo? Esta unidade tem o propósito de ilustrar o método de formação de preços a partir dos custos. Para isso, usaremos a planilha eletrônica Microsoft Excel. 36 1 Exemplo de formação de preços a partir dos custos, com o uso da planilha Excel. Desde que as planilhas eletrônicas se popularizaram, tornou-se simples fazer cálculos de como formar preços a partir dos custos. Esta é a planilha Microsoft Excel: Vamos ao procedimento de cálculo dos preços? Você poderá repetir todos os passos a seguir no seu computador – basta abrir uma planilha no software Excel. Abra a planilha Microsoft Excel. Posicione o cursor na célula 1A (1 = linha, A = coluna) e escreva: Empresa Transportadora de Cargas DANGER Ltda. Posicione-se na célula 2A e escreva: Preço a partir dos custos. Vamos registrar agora os custos fi xos. Posicione-se na célula 4A e escreva: Itens de custos fi xos. Na célula 4D você deve escrever: R$. Marque as células 4A a 4D. Na barra de ferramentas clique em bordas e, depois, clique em Borda Superior e Inferior. Marque a célula 4D e, na barra de ferramentas, clique em Centralizar. Nas células 5A, 6A, e assim sucessivamente, escreva o nome dos itens de custos fi xos como: depreciação do caminhão, aluguel, seguro obrigatório etc. Na célula 5D, 6D, 7D etc. lance os respectivos valores de custos para os itens de custos fi xos. Depois de digitar o último item de custos, escreva na coluna A: Total de custos fi xos. Posicione-se nessa linha e na coluna D. Na barra de ferramentas clique em AutoSoma (∑). Você perceberá que a planilha somará os valores dos itens de custos fi xos da coluna D (R$ 1.900,00). Sua planilha fi cará assim: 37 a Faça essa mesma conta com o uso de uma máquina de calcular, para verificar o resultado. Chegamos agora ao registro dos custos variáveis. Posicione-se na célula imediatamente abaixo da célula Total de custos fi xos, sempre na coluna A. Salte uma linha! Escreva: Itens de custos variáveis. Nas linhas seguintes, escreva os itens de custos variáveis como: combustível, pneus, óleo lubrifi cante de motor etc. Depois, posicione-se na coluna D e na respectiva linha do item de custo variável. Digite os valores de custos. Ao término, vá para a linha imediatamente após o último item de custo variável, na coluna A. Escreva: Total de custos variáveis. Não se esqueça de centralizar a célula que contém R$ e de colocar as bordas. A B C D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 38 Em seguida, posicione o cursor nessa linha e na coluna D. Na barra de ferramentas clique em AutoSoma (∑). Você perceberá que a planilha somará os valores dos itens de custos variáveis da coluna D. Sua planilha fi cará assim: a Faça essa mesma conta com o uso de uma máquina de calcular, para verificar o resultado. Finalmente, posicione-se na célula imediatamente após a célula, contendo: Total de custos variáveis, na coluna A. Salte uma linha! Escreva: Total de custos. Mantenha-se nessa linha, salte para a coluna D. Esta célula deve conter a soma dos custos fi xos e variáveis. Escreva: =D9+D18 e pressione ENTER. Este procedimento soma os valores totais dos custos fi xos (D9) e dos custos variáveis (D18), respectivamente. Marque a célula que contém a palavra Total de custos, na coluna A, e as células B, C e D. Na barra de ferramentas clique em bordas e, em seguida, clique em Borda Inferior. Sua planilha fi cará assim: A B C D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 39 Tanto os custos fi xos quanto os custos variáveis estão em R$/ano. Vamos agora incluir os impostos no cálculo. Para isso, posicione-se na célula 4G. Escreva: Impostos. Na célula 4H, digite:%. Marque as células 4G e 4H. Nas células 5G, 6G, 7G etc. digite os títulos dos impostos que sua empresa paga, como por exemplo: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), CSSL (Contribuição Social sobre o Lucro) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Lance as respectivas alíquotas na coluna H. Logo após o último título de imposto, na coluna G, escreva: Total. Salte para a coluna H. Na barra de ferramentas clique em AutoSoma (∑). Você perceberá que a planilha somará as alíquotas dos impostos. Marque as células 4G e 4H. Na barra de ferramentas clique em bordas e, depois, clique em Borda Superior e Inferior. Marque a célula 4H e, na barra de ferramentas, clique em Centralizar. Marque a célula que contém a palavra Total, na coluna G, e a célula H. Na barra de ferramentas clique em bordas e, em seguida, clique em Borda Inferior. Sua planilha fi cará assim: A B C D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 40 Enfi m, agora podemos calcular o preço de venda. Posicione-se na célula 15G. Escreva: Mark-up. Na célula 15H digite o valor do mark-up desejado pela sua empresa — 15%, por exemplo. Digite o valor do mark-up assim: 0,15, se o valor for de 15%. Na célula 16G digite: Custos. Iguale a célula 16H à célula que contém o total dos custos fi xos e variáveis, assim: (a) posicione-se na célula 16H; e (b) escreva: =20D e pressione ENTER. Na célula 17G escreva: Quantidade. Salte para a célula 17H e lance o número de viagens a realizar (valor estimado), considerando o caso de um transportador de carga. Na célula 18G digite: Impostos. Posicione-se na célula 18H. Faça a seguinte operação: =H8/100. Na célula 19G escreva: Preço. Posicione-se na célula 19H. Agora, proceda assim: =(1+H15)*((H16/H17)*(1/1-H18)), e pressione ENTER. A B C D E F G H 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 41 a O sinal * significa multiplicação. Já o sinal / significa divisão. Finalmente, a célula 19H conterá o preço de venda estimado. Se você mudar um ou mais dos valores lançados na planilha, o preço de venda se alterará automaticamente. O preço do frete é de R$ 489,01, supondo que sejam feitas quatro viagens por mês e dados os valores hipotéticos de custos, impostos e mark-up. Sua planilha fi cará assim: b Assista ao vídeo disponível no link a seguir e aprenda a elaborar uma planilha no Excel. Acesse, vale a pena! https://www.youtube.com/watch?v=2vA3VuF7YNY A B C D E F G H 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 42 Resumindo A planilha Excel é ferramenta poderosa para ajudá-lo a formar seus preços. Você pode lançar seus custos e despesas e realizar simulações e alterações de valores de rubricas e ter o resultado do preço instantaneamente. Para realizar os cálculos é necessário possuir todos os valores dos custos, mark-ups e impostos. 43 a 1) Na planilha Microsoft Excel, a direção de uma célula é dada pela linha e coluna. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 2) Na planilha Microsoft Excel, o símbolo ∑ significa: a. ( ) Somatório b. ( ) AutoSoma c. ( ) Produtório d. ( ) Nenhum item anterior. 3) Na planilha Microsoft Excel, entre outras opções, a barra de ferramentas dispõe das funções: a. ( ) Aumentar casas decimais. b. ( ) Mesclar e centralizar. c. ( ) Negrito, itálico e sublinhado. d. ( ) Todos os itens acima. 4) O símbolo de divisão na planilha Excel é o *. ( ) Certo ( ) Errado Atividades44 Referências ASSEF, R. Manual de gerência de preços. Rio de Janeiro: Campus, 2002. BRUNI, A. L.; PAIXAO, R. B. Excel aplicado à gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 2011. BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1994. CASAROTTO FILHO, N.; KOPPITKE, B. H. Análise de investimentos. São Paulo: Atlas, 2010. DOLAN, R.; SIMON, H. O poder dos preços: as melhores estratégias para ter lucro. São Paulo: Futura, 1998. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: PHB, 1995. PINDYCK, R.; RUBINFELD, D. Microeconomia. São Paulo: Pearson, 2007. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. 45 Gabarito Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Unidade 1 C C - C D C Unidade 2 V - F - V - F Razoável Boa Defi ciente D E Unidade 3 F - V - V D - I - I - D E C Unidade 4 V B D E
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