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Saúde ocupacional_ Longas jornadas de trabalho podem aumentar as mortes por doenças cardíacas e derrames, de acordo com a OIT e a OMS

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25/10/2021 15:52 Saúde ocupacional: Longas jornadas de trabalho podem aumentar as mortes por doenças cardíacas e derrames, de acordo…
https://www.ilo.org/brasilia/noticias/WCMS_792828/lang--pt/index.htm 1/3
Saúde ocupacional
Longas jornadas de trabalho podem aumentar as
mortes por doenças cardíacas e derrames, de acordo
com a OIT e a OMS
O número de pessoas que trabalham longas jornadas em todo o mundo
aumentou com o tempo, atingindo cerca de 479 milhões de trabalhadores e
trabalhadoras, ou 9% da população mundial.
© Michel Curi
GENEBRA (Notícias da OIT) - Longas jornadas de trabalho levaram a 745.000 mortes por doença
isquêmica do coração e derrame em 2016, um aumento de 29 por cento desde 2000, de acordo
com novas estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização
Mundial da Saúde (OMS). 
Notícias | 17 de Maio de 2021
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https://www.ilo.org/global/lang--en/index.htm
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0160412021002208
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“Trabalhar muitas horas podeprovocar numerosos efeitos
mentais, físicos e sociais. Os
governos deveriam levar este
assunto muito a sério."
Vera Paquete-Perdigão, diretora,
Departamento de Governança e Tripartismo
da OIT
Em uma primeira análise global da perda de vida e saúde por essas duas doenças associadas a
longas horas de trabalho, a OMS e a OIT estimaram que, em 2016, 398.000 pessoas morreram
de acidente vascular cerebral e 347.000 de doenças cardíacas atribuíveis a terem trabalhado 55
ou mais horas por semana. 
A revisão encontrou evidências suficientes de que trabalhar pelo menos 55 horas por semana
está associado a um maior risco de doença cardíaca isquêmica e acidente vascular cerebral, em
comparação com trabalhar entre 35 e 40 horas por semana. De 2000 a 2016, o número de
mortes por doenças cardíacas devido a longas horas de trabalho aumentou 42% e as por
acidente vascular cerebral em 19%. 
Com isso, 72% das mortes ocorreram entre
homens. Os trabalhadores de meia idade ou
mais velhos com idades entre 60 e 79 anos
que trabalharam 55 horas ou mais por
semana entre as idades de 45 e 74 anos
foram particularmente afetados. 
 
Isso é especialmente preocupante, dado que
o número de pessoas que trabalham longas
horas em todo o mundo aumentou com
tempo, atingindo cerca de 479 milhões de
trabalhadores e trabalhadoras, ou 9 % da
população mundial, uma tendência que coloca mais pessoas em risco de incapacidades
relacionadas ao trabalho e à morte prematura. 
"Trabalhar muitas horas pode provocar numerosos efeitos mentais, físicos e sociais. Os
governos deveriam levar este assunto muito a sério. " Vera Paquete-Perdigão, diretora,
Departamento de Governança e Tripartismo da OIT. "A pandemia da COVID-19 piorou a
situação, pois os trabalhadores podem ser afetados por riscos psicossociais adicionais
decorrentes da incerteza da situação de trabalho e do aumento da jornada de trabalho." 
A disseminação do teletrabalho, as novas tecnologias de informação e comunicação e o
aumento dos empregos flexíveis, temporários ou autônomos têm aumentado a tendência para
trabalhar longas horas. Também levou à uma indefinição dos limites entre o tempo de trabalho
e os períodos de descanso. 
Para enfrentar este problema, o relatório afirma que governos, empregadores e trabalhadores
devem implementar uma série de medidas, incluindo: 
Governos podem ratificar e desenvolver políticas para implementar as Normas
Internacionais do Trabalho sobre tempo de trabalho, como o estabelecimento de normas
sobre os limites de tempo de trabalho, os períodos de descanso diários e semanais, férias
anuais remuneradas, proteção de trabalhadores noturnos e o princípio da igual de
tratamento para pessoas com trabalho em meio período.
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https://www.ilo.org/brasilia/noticias/WCMS_792828/lang--pt/index.htm 3/3
Governos, em consulta com os parceiros sociais (organizações de trabalhadores e de
empregadores), podem introduzir leis e políticas que garantam limites máximos ao tempo
de trabalho e promovam a conformidade no local de trabalho para condições de trabalho
decente.
Empregadores, em colaboração com os trabalhadores, podem organizar o tempo de
trabalho para evitar resultados negativos para a saúde dos trabalhadores em relação ao
trabalho por turnos, trabalho noturno, trabalho de fim de semana e horários flexíveis.
As novas estimativas analisam o número de mortes e vidas saudáveis perdidas devido à
exposição a fatores de risco ocupacionais, por exemplo, exposição a substâncias químicas e
câncer, entre muitos outros. 
 A análise detalhada das estimativas indica que as 15 convenções ativas da OIT relativas às
horas de trabalho salvaram cerca de 143.000 vidas, além disso, a ratificação universal das
convenções seria capaz de salvar mais 415.000 vidas em todo o mundo.
A análise foi possível graças às novas metodologias desenvolvidas em conjunto pela OIT e pela
OMS, que permitem estimar o impacto dos fatores de risco ocupacionais na saúde dos
trabalhadores e das trabalhadoras. Espera-se que essas metodologias permitam mais ações de
prevenção baseadas em evidências. 
Nota aos editores: 
Para este estudo, duas revisões sistemáticas e meta-análises dos testes mais recentes foram
realizadas. Os dados de 37 estudos de doença cardíaca isquêmica envolvendo mais de 768.000
participantes e 22 estudos de AVC envolvendo mais de 839.000 participantes foram sintetizados. O
estudo abrangeu os níveis global, regional e nacional e foi baseado em dados de mais de 2.300
pesquisas coletadas em 154 países entre 1970 e 2018. 
Regiões e países abrangidos: Brasil

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