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DESCRIÇÃO A construção histórica do atletismo da Antiguidade à Contemporaneidade e suas relações com os aspectos culturais, sociais, políticos e com a Educação Física, bem como questões relativas a atletismo escolar, iniciação esportiva, esporte de rendimento e lazer no Brasil, além de sua importância como esporte de massa. PROPÓSITO Reconhecer a história do atletismo abrangendo os aspectos culturais, sociais e políticos que influenciaram sua criação e evolução é fundamental para o entendimento de como os movimentos básicos, marchar, correr, saltar e lançar foram utilizados como exercícios físicos de culto ao corpo e de preparação física para guerra, tornando-se a modalidade base de muitos esportes terrestres. PREPARAÇÃO Para melhor compreensão do tema, você pode acessar o site do Comitê Olímpico Brasileiro, clicando em Movimento Olímpico. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os fundamentos históricos, o surgimento e a evolução do atletismo MÓDULO 2 Reconhecer o significado da modalidade como esporte democrático e de massa e seus múltiplos espaços de atuação MÓDULO 3 Distinguir o esporte olímpico do paralímpico quanto às regras básicas de organização e funcionamento INTRODUÇÃO Vamos compreender como os movimentos naturais de correr, saltar e lançar foram praticados por diferentes civilizações ao longo da Antiguidade Clássica, cujo objetivo era competir medindo a força, a velocidade e a habilidade. Inspirado nas práticas de sobrevivência, de guerra e na mitologia (principalmente a grega), é na Grécia que o atletismo surge como esporte organizado na disputa dos Jogos Pan-helênicos (Jogos Olímpicos, Jogos Píticos, Jogos Nemus e Jogos Ístimicos). Desses quatro jogos, os Jogos Olímpicos eram realizados em Olímpia, em homenagem a Zeus e deram origem aos 1º Jogos Olímpicos da Antiguidade (JOA), que teve início oficialmente em 776 a.C. e término em 394 d.C. Nesse período, o atletismo era praticado de forma competitiva e tinha como objetivo ser o mais rápido, o que salta mais distante e o mais forte (Citius, Altius e Fortius). Após o término dos JOA, o atletismo passou por um período de esquecimento que se estendeu por toda a Idade Média, marcada por muitas guerras. O ressurgimento do atletismo acontece na Era Moderna, no final do século XIX, na Inglaterra. O esporte ressurge com importância na educação de crianças e jovens, promovendo a disciplina, aprimorando as qualidades morais e físicas sendo introduzido nas escolas inglesas. O atletismo contemporâneo é composto por diversas disputas atléticas que poderão ser individuais ou por equipes. São aproximadamente 50 provas oficiais que podem ser classificadas em provas de pista, provas de campo, provas combinadas, o pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona), corridas de cross country, corridas em montanha, trail running, ultramaratona e marcha atlética e ao longo de essa evolução moderna muitos atletas se destacaram por suas performances maravilhosas. MÓDULO 1 Identificar os fundamentos históricos, o surgimento e a evolução do atletismo A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO MUNDIAL Vamos agora viajar um pouco no tempo e conhecer a história do atletismo ao longo dos seus 28 séculos de existência. O atletismo praticamente nasceu com o homem. Afinal, o mais antigo dos nossos ancestrais, para sobreviver, precisava andar e correr longas distâncias, saltar obstáculos e lançar paus, pedras e objetos diferentes. Posteriormente, esses movimentos naturais foram organizados para a preparação física dos soldados que participavam das guerras. Diante do cenário da sobrevivência e da preparação física para a guerra, eis que surgem as primeiras disputas atléticas da modalidade terrestre, que se tornou a mais tradicional dos Jogos Olímpicos (MATTHIESEN, 2017). Fonte: Shutterstock.com Disputado individualmente ou por equipes, a base do atletismo é formada pelos movimentos básicos, como marchar, correr, saltar, arremessar e lançar. Sua prática organizada teve início na Grécia Clássica e na sua versão moderna, a modalidade possui mais de 50 provas oficiais, que podem ser classificadas em: PROVAS DE PISTA PROVAS DE CAMPO PROVAS COMBINADAS PEDESTRIANISMO (CORRIDAS DE RUA, COMO A MARATONA) CORRIDAS DE CROSS COUNTRY CORRIDAS EM MONTANHA MARCHA ATLÉTICA ULTRAMARATONA TRAIL RUNNING (CORRIDA EM TRILHA). CROSS COUNTRY Corrida em campos de grama ou bosque que podem incluir trechos de caminhos de cascalho, estradas e colinas. javascript:void(0) Os locais de prática são: ar livre (outdoor) - pista de atletismo, ruas, trilhas em montanha, campos apropriados e em recinto fechado (indoor) – pista de atletismo. O atletismo é regulamentado pela World Athletics, antiga Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) e universalmente aceita por todos os países. ATLETISMO A palavra Atletismo (português e espanhol), Athlétisme (francês) e Athletism e athleticism (inglês) surgiram ao longo do XIX e derivam da palavra grega Athlon, que significa combate (MATTHIESEN, 2017). Podemos dividir a história do atletismo em três períodos: O primeiro inicia com o surgimento dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, na Grécia, em 776 a. C. e termina no ano de 394 d. C. O segundo se estende por toda a Idade Média e Moderna. Nessa época, as competições foram proibidas e todo o treinamento físico era privilégio dos militares que precisavam se preparar fisicamente para as diversas guerras. Deve-se destacar o esforço ao longo desse período, principalmente, da Inglaterra, em resgatar as disputas atléticas de corrida, salto, arremesso e lançamento, mas sem muito sucesso. O terceiro se inicia com a criação dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em 1896, e vai até os dias atuais. PRIMEIRO PERÍODO: 776 A. C. ATÉ 393 D. C. Os movimentos naturais correr, saltar e lançar foram praticados por diferentes civilizações ao longo da Antiguidade Clássica, cujo objetivo principal era competir, medindo a força, a velocidade e a habilidade. Inspirados nas práticas de sobrevivência, de guerra e na mitologia (principalmente a grega), esses movimentos naturais surgem na Grécia como esporte organizado, na disputa dos Jogos Pan-helênico (Jogos Olímpicos, Jogos Píticos, Jogos Nemeus e Jogos Ístimicos). Desses quatro jogos, os Jogos Olímpicos, que eram realizados javascript:void(0) em Olímpia, em homenagem a Zeus, deram origem aos Jogos Olímpicos da Antiguidade (JOA). Fonte: Shutterstock.com Figura 1 – Provas de atletismo na antiguidade. O primeiro registro de disputa de uma corrida chamada stadium foi em 776 a. C. Seu percurso tinha a forma de letra U, com 211 X 23m. A corrida era disputada em um percurso de 192,27 m, distância que os gregos diziam equivaler a 600 pés de Hércules, herói mitológico cujas façanhas estariam ligadas à própria origem dos jogos. O vencedor foi Coroebus, da cidade Élida, considerado o primeiro campeão olímpico. Fonte: Shutterstock.com Figura 2 – Local de realização das corridas stadium, diaulos e dolichos Novas provas foram surgindo ao longo da organização do evento que, na época, acontecia a cada 4 anos. Em 724 a. C., uma outra corrida foi criada, com um percurso de ida e volta no Stadium, foi denominada diaulos e tinha aproximadamente 400 m. Quatro anos depois, realizou-se a primeira corrida de fundo, chamada dolichos, que consistia em 12 voltas completas no stadium, atingindo uma distância de aproximadamente 4800 m. Ao longo da realização dos Jogos Olímpicos, o dolichos sofria variações nas distâncias entre 7,18 e 24 voltas. Nos Jogos Olímpicos de 708 a. C., mais uma prova foi inserida no programa, desta vez uma disputa combinada, chamada pentathlo. Composta pelo stadium, dískos (lançamento do disco), akón (lançamento do dardo), pédema (salto em distância) e luta (pancrácio). Seu primeiro vencedor chamava-se Lâmpis, da cidade de Lacônia. Fonte: Shutterstock.com Fonte: International Olympic Academy. Fonte: Shutterstock.com Figura 3 – Provas de atletismona antiguidade. A criação do pentathlo vai dar origem a três disputas atléticas muito conhecidas até os dias atuais: o salto em distância, o lançamento do disco e o lançamento do dardo. A prova do lançamento do disco (dískos) vai se tornar um dos símbolos dos jogos olímpicos, com uma escultura grega chamada diskóbolus de Myron. A estátua captura um corpo simétrico em um momento de equilíbrio, ritmo e harmonia (CLARK, 2010). O programa dos jogos olímpicos manteve-se praticamente o mesmo por toda a Antiguidade. Contudo, o Império Romano assimilou a cultura grega e deu continuidade aos jogos olímpicos, mas o espírito competitivo deu lugar ao recreativo e foi perdendo sua essência. Em 394 d. C., o imperador Teodósio encerra os Jogos. Fonte: Shutterstock.com Figura 4 – O diskóbolus. SEGUNDO PERÍODO: IDADE MÉDIA E MODERNA Ao longo das Idades Média e Moderna, os movimentos de correr, saltar, arremessar e lançar eram utilizados como exercícios físicos para a preparação física militar. Nesse período, na Inglaterra, existiam pequenos e discretos registros de disputas atléticas de corridas, saltos e arremesso/lançamento. A insistência dos ingleses em realizarem atividades esportivas ao ar livre vai lhes render o mérito de resgatar o atletismo que estava completamente esquecido. O grande movimento realizado pelos Educadores Vitorianos, nas escolas inglesas, cuja principal figura é Thomas Arnold, é a inserção de diferentes esportes nas escolas, dentre eles o atletismo. Com muitas escolas e universidades, dentre elas, Winchester, Cambridge e Westminster, adotando o atletismo como prática regular, foi só uma questão de tempo para as primeiras competições esportivas serem realizadas ao longo do século XIX. Dessa forma, o atletismo se oficializa na Inglaterra e se expande para outros países da Europa e Estados Unidos da América. Os educadores vitorianos começaram as primeiras competições com um programa composto de provas clássicas criadas pelos gregos para os Jogos Olímpicos da Antiguidade, como as corridas rápidas e longas, o salto em distância, o lançamento do dardo e o lançamento do disco. Mas, não satisfeitos, foram criando provas ao longo do século XIX, tais como: a corrida sobre barreias, o salto triplo, o arremesso do peso, dentre outras. Foi uma questão de tempo para o atletismo ser praticado em grandes nações. TERCEIRO PERÍODO O início da terceira fase da evolução do atletismo foi marcada por dois momentos importantes. O primeiro é a criação do Comitê Olímpico Internacional (COI), em 1894, em um Congresso em Sorbonne, com a participação de 14 países. Esse comitê, liderado pelo francês Pierre de Cobertin, tinha o objetivo de restituir os Jogos Olímpicos realizados na antiga Grécia e realizá- lo a cada 4 anos. O segundo é a realização dos primeiro Jogos Olímpicos da Era Moderna, em 1896, em Atenas, Grécia. VALE LEMBRAR QUE SÓ ERA PERMITIDA A PARTICIPAÇÃO MASCULINA, SEGUINDO OS MOLDES DOS ANTIGOS JOGOS. Fonte: Shutterstock.com Figura 5 – Estádio Panathinaiko em Atenas, Grécia O Estádio Panathinaiko que, na Antiguidade, já foi palco dos Jogos Panathenaic em homenagem a deusa grega Atena, foi o escolhido para sediar os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna. É o único estádio olímpico no mundo construído inteiramente de mármore branco e em forma de U. Fonte: Olympic.org Figura 6 – Largada dos 100m rasos em Atenas, 1896. O programa olímpico do atletismo foi composto por várias provas modernas, como os 100 m rasos, maratona, arremesso do peso, mas também pelas provas da antiguidade. Nesses primeiros Jogos Olímpicos, destaca-se uma prova que se tornou símbolo de sacrifício, a Maratona, inspirada na história do soldado grego Fidípedes (Pheidippídes), que, durante a Batalha de Maratona, deslocou-se por uma distância de aproximadamente 40 km, para levar uma mensagem militar até Atenas, morrendo de exaustão. O grego Spiridon Louis (Louís Spýros) foi o vencedor da primeira Maratona Olímpica. Fonte: Olympic.org Figura 7 – Spiridon Louis. Com a popularização do atletismo, em 1912, é criada a Federação Internacional de Atletismo Amador (IAAF), cujos atletas filiados não tinham permissão de receber nenhum tipo de remuneração e não podiam ter treinadores. Contudo, a partir de 1982, algumas mudanças no regulamento foram realizadas e, dessa forma, os atletas passam a receber algum tipo de remuneração, mas a retirada do nome “amador” só aconteceu em 2001. Em 2016, a IAAF realiza mais uma mudança, passando a se chamar World Athletics. Essa entidade é quem controla todas as provas internacionais masculinas e femininas, de pista, campo, rua, montanha e cross country em todo o mundo, inclusive o programa olímpico. ATLETISMO FEMININO As mulheres sofreram muita resistência para participar de competições esportivas, inclusive, de atletismo. A cultura de que as mulheres eram frágeis e que sua principal função era cuidar do lar e dos filhos, só gerava insatisfação entre as atletas da época, uma vez que já participavam de várias disputas atléticas em seus países, mas nada comovia a IAAF. Como não havia competições internacionais, a IAAF deixa a cargo das confederações dos países a regulamentação do atletismo feminino. Diante de tanto descontentamento, as atletas criaram, em 1921, a Federation Sportive Féminine Internacionale (Federação Esportiva Feminina Internacional), em Paris, com o objetivo de promover, a cada quatro anos, seu próprio torneio de atletismo entre dois Jogos Olímpicos Modernos. Foram realizadas quatros competições Paris (1922), Gotemburgo (1926), Praga (1930) e Londres (1934). Durante a competição de 1922, a Bélgica apresentou proposta para que a IAAF também regulamentasse o atletismo feminino, porém foi recusada. De tanto pressionar, as mulheres conseguem junto ao Comitê Olímpico Internacional incluir provas femininas no programa olímpico de atletismo, em 1928, em Amsterdam, com algumas disputas, tais como: 100 m rasos, 800 m, 4 x 100 m, salto em altura e lançamento do disco. A prova dos 800 m gerou polêmica em torno da capacidade feminina de correr distâncias maiores. A alemã Lina Radke fez uma linda performance, mas o que ficou na memória dos preconceituosos da época foi a forma como as outras atletas chegaram exaustas se jogando ao chão. O fato é que muitas atletas que participaram dos 800 m não tinham muita experiência nessa prova, que é uma das mais difíceis do atletismo. As atletas foram muito criticadas pela cena que protagonizaram e os organizadores dos jogos decidem que deveriam excluir qualquer distância acima dos 200 m. Assim, as atletas ficaram subjugadas por um longo tempo. EXEMPLO Os 800 m, por exemplo, só retornaram aos jogos olímpicos, em 1960, em Roma, com a vitória da soviética Lyudmila Lysenko, que quebrou o recorde de Lina Radke, com um tempo 12 s mais rápido. Outro exemplo de total preconceito é a prova da Maratona, que só foi permitida às mulheres nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. O que se presenciou ao longo século XX é que a igualdade caminhou lentamente, em comparação ao espírito olímpico que se propagou em maior velocidade. Deve-se destacar que as atletas foram incansáveis em conseguir seu espaço e, enfim, a partir de 1936, a IAAF passou a regulamentar o atletismo feminino. A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO BRASILEIRA O atletismo chega ao Brasil, no final do século XIX, trazido por imigrantes europeus ingleses e alemães, radicados no Brasil. Esses imigrantes foram responsáveis por criar diversos clubes que se dedicaram à ginástica, aos jogos com bola e às disputas de corrida. Em todos esses clubes, o atletismo foi praticado de forma empírica e descontínua, não obedecendo regras que já eram utilizadas na Inglaterra. Em 1907, o livro intitulado Sports Athléticos, de autoria de Ern. Weber, foi publicado pela H. Garnier, Livreiro Editor, no Rio de Janeiro e impresso em Paris, em 1907. Este foi o primeiro livro de regras oficiais para diversos jogose esportes, inclusive o atletismo, publicado no Brasil. Alguns anos depois, em São Paulo, essas regras já eram observadas em torneios regularmente disputados em diversos clubes e colégios. Em 1914, o jornal O Estado de São Paulo patrocinava o Campeonato do Atleta Completo, conjunto de 12 provas para cada concorrente. Essa competição - espécie de dodecatlo - teve lugar no Clube Espéria e o campeão foi dinamarquês Islovard Rasmussem, cabendo ao brasileiro Amadeu Saraiva o segundo lugar. Em 1914, a Confederação Brasileira de Desporto (CBD) se filiou à IAAF. A partir de 1918, com a corrida de 24 km pelas ruas de São Paulo, também patrocinada pelo jornal O Estado de São Paulo e denominada Estadinho, o atletismo ganha novo interesse. Três anos depois, são publicadas as primeiras regras internacionais, seguidas por todos os clubes brasileiros e o Club Atlético Paulistano inaugura o primeiro estádio de atletismo no Brasil. Na mesma época, iniciam-se as disputas interestaduais Rio-São Paulo e uma série de torneios com atletas argentinos e uruguaios. Em 1924, o Brasil participa pela primeira vez de uma Olímpiada, em Paris. Em 1925, é organizado o primeiro Campeonato Brasileiro de Atletismo que atualmente se chama Troféu Brasil de Atletismo. Em 1932, em Los Angeles, Estados Unidos, os atletas Lúcio de Castro, sexto no salto com vara e Clovis Rapozo, oitavo no salto em distância, tornaram-se os primeiros finalistas em Jogos Olímpicos. Em 1936, em Berlim, Alemanha, o atleta Sylvio de Magalhães Padilha ficou em quinto lugar na prova dos 400 m sobre barreiras nos Jogos Olímpicos. Em 1937, foi disputado pela primeira vez no Brasil, o Campeonato Sul-Americano de Atletismo. A equipe brasileira vence, pela primeira vez, o título por equipes. Em 1952, em Helsinque, Finlândia, dois atletas brasileiros se destacaram. José Telles da Conceição ganha a primeira medalha olímpica de salto em altura (bronze) e, três dias depois, Adhemar Ferreira da Silva conquistou a primeira medalha de ouro olímpica, no salto triplo. Em 1956, em Melbourne, Austrália, Adhemar Ferreira da Silva se consagra bicampeão olímpico no salto triplo e lança uma tradição na prova que renderá mais quatro medalhas olímpicas com Nelson Prudêncio (prata e bronze) e João Carlos de Oliveira (duas de bronze). Até 2021, são 17 medalhas olímpicas conquistadas, sendo 5 de ouro, 3 de prata e 9 de bronze. O atletismo brasileiro tenta acompanhar de perto o mundial nas participações olímpicas, pan- americanas, sul-americanas, dentre outras. Contudo, ainda é um esporte de pouca popularidade, esbarrando em muitos obstáculos para se ter uma equipe brasileira de relevo no plano internacional. Alguns desses obstáculos são: a falta de campos e pistas adequados, especialmente, no interior; o pouco preparo dos técnicos; o regime imposto ao atleta, em geral, amador sem condições de se dedicar em tempo integral aos exercícios; a falta de orientação nas escolas e universidades, onde nascem os grandes campeões de outros países; o reduzido apoio financeiro dos órgãos oficiais; a cobertura relativamente fria que a imprensa dá às competições amadoras e à própria estrutura socioeconômica do país, que impossibilita a formação de bons atletas e, em consequência disso, a falta de interesse do público pelo esporte. SAIBA MAIS Em âmbito nacional quem regulamenta o atletismo e organiza competições é a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), fundada em 1977. Em âmbito estadual, são as Federações Estaduais de Atletismo. A HISTÓRIA DO ATLETISMO VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O ATLETISMO PASSOU POR UMA GRANDE EVOLUÇÃO AO LONGO DA SUA CONSTITUIÇÃO. AS PRIMEIRAS DISPUTAS ATLÉTICAS SURGIRAM NA GRÉCIA CLÁSSICA COM A CRIAÇÃO DOS JOGOS OLÍMPICOS DA ANTIGUIDADE. ASSINALE A ALTERNATIVA EM QUE TODAS AS PROVAS SÃO ANTIGAS. A) Lançamento do dardo, salto em distância e maratona B) Corrida de velocidade, lançamento do disco e salto em distância C) Corrida de velocidade, lançamento do martelo e salto em altura D) Salto em altura, salto em distância e lançamento do disco E) Maratona, lançamento do martelo e lançamento do dardo 2. AS MULHERES SOFRERAM MUITA DISCRIMINAÇÃO QUANTO SUA PARTICIPAÇÃO NO ATLETISMO, MAS NÃO DESISTIRAM E DEPOIS DE MUITOS DESAFIOS FOI DADA A PERMISSÃO DO COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL PARA PARTICIPAREM DOS JOGOS OLÍMPICOS DE 1928, EM AMSTERDAM. DISPUTARAM OS 100 M RASOS, OS 800 M, OS 4X100 M, O SALTO EM ALTURA E O LANÇAMENTO DE DISCO. CONTUDO, UMA DESSAS PROVAS PROVOCOU UMA GRANDE POLÊMICA, REFORÇANDO O PRECONCEITO DA ÉPOCA DE QUE AS MULHERES NÃO TINHAM CONDIÇÕES DE CORRER DISTÂNCIAS MAIORES QUE 200M. QUE PROVA FOI ESSA: A) Lançamento do disco B) Maratona C) 100 m rasos D) Salto em altura E) 800 m rasos GABARITO 1. O atletismo passou por uma grande evolução ao longo da sua constituição. As primeiras disputas atléticas surgiram na Grécia Clássica com a criação dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Assinale a alternativa em que todas as provas são antigas. A alternativa "B " está correta. As disputas como salto em altura, maratona, lançamento do martelo são provas modernas que foram criadas ao longo do século XIX. 2. As mulheres sofreram muita discriminação quanto sua participação no atletismo, mas não desistiram e depois de muitos desafios foi dada a permissão do Comitê Olímpico Internacional para participarem dos Jogos Olímpicos de 1928, em Amsterdam. Disputaram os 100 m rasos, os 800 m, os 4x100 m, o salto em altura e o lançamento de disco. Contudo, uma dessas provas provocou uma grande polêmica, reforçando o preconceito da época de que as mulheres não tinham condições de correr distâncias maiores que 200m. Que prova foi essa: A alternativa "E " está correta. A prova de 800 m provocou muita polêmica, pois muitas atletas não estavam acostumadas a realizar essa distância e terminaram exaustas e se jogando no chão. MÓDULO 2 Reconhecer o significado da modalidade como esporte democrático e de massa e seus múltiplos espaços de atuação O ATLETISMO COMO ESPORTE DE MASSA Agora, vamos entender por que o atletismo é considerado um esporte de massa, completo e democrático que está em grande expansão no cenário esportivo e vem se tornando um grande campo de trabalho para o profissional de Educação Física. O atletismo é considerado o fundamento de todos os demais esportes, sendo também chamado de esporte base. Contudo, é importante desvincular o atletismo do conceito de ser somente o mais rápido, o mais resistente, o mais forte e o que salta mais distante. Faz-se necessário participar da formação de indivíduos capazes de aprender as possibilidades da cultura corporal, reconhecendo o atletismo como uma prática social-cultural rica de expressões. Estimulando sua prática como esporte de base na formação motora de crianças e jovens e como esporte de massa. Por ter sua base constituída pelos movimentos básicos: marchar, correr, saltar e lançar, é uma atividade física fácil de ser praticada por diferentes faixas etárias, assim como em locais variados. Sua prática está ligada às capacidades físicas de força, resistência, velocidade, equilíbrio, flexibilidade, coordenação, dentre outras, contribuindo para um melhor funcionamento do corpo humano. SAIBA MAIS Em nenhum outro esporte ressalta-se tanto as capacidades físicas. O tempo e a distância são pontos de referência para a classificação do atleta em cada prova. Desse modo, ele não se empenha apenas em se sobrepor a outros atletas, mas também em quebrar marcas ou recordes nacionais, continentais, olímpicos e mundiais. O atletismo é um dos principais esportes que compõem o moderno programa oficial dos Jogos Olímpicos. Para Kirsch, Koch e Oro (1984): O ATLETISMO É UM DOS ESPORTES MAIS ACESSÍVEIS PARA A INICIAÇÃO ESPORTIVA TANTO DE CRIANÇAS QUANTO DE JOVENS PORQUE OFERECE A QUALQUER UM A CHANCE DE DESCOBRIR, PELO MENOS, UM TIPO DE APTIDÃO ESPORTIVA EM QUE PODERÁ GARANTIR SEU DESENVOLVIMENTO FUTURO, COMO ESPORTISTA PRATICANTE.SEGUNDO, PORQUE AS DESTREZAS ATLÉTICAS SÃO APENAS MOVIMENTOS NATURAIS APERFEIÇOADOS OU MODIFICADOS, PORTANTO, RELATIVAMENTE FÁCEIS DE APRENDER. TERCEIRO, PORQUE A PRÁTICA DO ATLETISMO NÃO FICA IMPEDIDA PELA CARÊNCIA GERAL DE INFRAESTRUTURA ESPORTIVA, DEVIDO A SUA MULTIPLICIDADE DE FORMAS E A SUA VERSATILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO POR INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ADAPTADOS (P. 8). Praticar o atletismo vai permitir que os indivíduos adquiram uma grande riqueza motriz, desenvolvendo as capacidades coordenativas que vão possibilitar realizar movimentos com precisão e economia; e as qualidades físicas que vão proporcionar segurança na execução do movimento e garantirão um “automatismo” do gesto motor. Uma prova bem selecionada para todas as faixas etárias garantirá o bom funcionamento e o desenvolvimento do corpo humano. Os exercícios atléticos e as competições de atletismo contribuem para o desenvolvimento mental do ser humano, uma vez que ao longo do treinamento e das competições, os atletas vão conhecer e desenvolver metodologias, atitudes, destrezas e qualidades que se destacam. Esses conhecimentos são importantes para a vida produtiva e social do atleta (SCHMOLISKY, 1982). SAIBA MAIS Para que os indivíduos possam ter um bom desempenho na modalidade atletismo, se faz necessário que as capacidades físicas (velocidade, flexibilidade, resistência, força, coordenação, equilíbrio e agilidade), as habilidades motoras (correr, saltar e lançar) e os elementos da psicomotricidade (lateralidade, percepção espacial, espaço-temporal etc.) sejam estimulados através do aprendizado de múltiplas atividades (COICEIRO, 2006). Segundo Frómeta e Takahashi (2004), a preparação física para o atletismo deve ser multilateral, principalmente, na iniciação, voltada para o desenvolvimento das capacidades condicionantes, coordenativas e de flexibilidade e das habilidades naturais próprias das características fisiológicas das crianças. A multilateralidade possibilita ao iniciante aumentar seu número de hábitos motores, o que vai desencadear o aumento de suas possibilidades. A APRENDIZAGEM DOS CONTEÚDOS ABORDADOS NO ATLETISMO TORNA-SE MAIS PRAZEROSA A PARTIR DA APLICAÇÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS, SENDO O LÚDICO O ELEMENTO ESSENCIAL PARA PROPORCIONAR ESSA SATISFAÇÃO. PARA QUE ESSE PROCESSO OCORRA, É NECESSÁRIO QUE HAJA PLANEJAMENTO POR PARTE DO PROFISSIONAL RESPONSÁVEL PELAS TURMAS, ONDE ENVOLVA NOVAS METODOLOGIAS E MÉTODOS NA ELABORAÇÃO DE SUAS AULAS (MATTHIESEN, 2017; KUNZ, 2013). Coiceiro (2006) complementa que os objetivos do atletismo continuam os mesmos desde sua criação, pois os movimentos básicos permaneceram componentes da modalidade. Contudo, esses movimentos devem ser aplicados de forma mais descontraída e alegre, a fim de torná- los mais atraentes às crianças, jovens, adultos e idosos. Dessa forma, é possível agregar muitos adeptos à prática de uma das modalidades mais democráticas que existe e que consegue congregar milhares de pessoas. ENTÃO, VOCÊ CONSEGUIU ENTENDER POR QUE O ATLETISMO É CONSIDERADO UM ESPORTE DE MASSA E DEMOCRÁTICO? O QUE ISSO SIGNIFICA? Significa que as diversas disputas atléticas que compõem a modalidade permitem encontrar uma prova que mais se adapte às características físicas de cada indivíduo e sua faixa etária, assim como pode ser praticada em diferentes espaços físicos e por várias pessoas. Nenhuma outra atividade física oferece tantas opções de escolha para seus praticantes que podem ser de criança a idosos. Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com Figura 10 – O atletismo praticado por indivíduos de diversas idades. OS ESPAÇOS PARA A PRÁTICA DO ATLETISMO Vamos falar dos espaços para a prática do atletismo: a clássica pista, uma quadra esportiva, um campo de futebol, as ruas da cidade, as trilhas na montanha, os campos gramados, dentre outros. Esse crescimento que o atletismo está protagonizando nas últimas décadas vem se tornando um cenário propício para o mercado de trabalho do profissional de Educação Física. Um exemplo é o trabalho de preparação física para os praticantes de corridas de rua, trail running (corrida em trilha), corrida na montanha e ultramaratona. Fonte: Shutterstock.com Figura 11 – Pista de atletismo. Fonte: Shutterstock.com Figura 12 – Corrida de rua. Fonte: Shutterstock.com Figura 13 – Corrida em trilha (trail running). Fonte: Shutterstock.com Figura 14 – Corrida na montanha. OS ESPAÇOS PARA A PRÁTICA DO ATLETISMO VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O ATLETISMO É UMA MODALIDADE CUJA PRÁTICA ESTÁ RELACIONADA ÀS CAPACIDADES FÍSICAS, DEMOCRÁTICA E DE FÁCIL EXECUÇÃO POR DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS. SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DO ATLETISMO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA. A) Sua prática está ligada às capacidades físicas resistência, velocidade, equilíbrio, flexibilidade, força e coordenação. B) Sua prática é mais indicada para crianças e adolescentes. C) Tem sua base motora constituída pelos movimentos básicos: correr, rastejar, saltar e lançar. D) Sua prática está ligada às capacidades físicas de corrida, velocidade, flexibilidade, força. E) Sua base motora constituída somente pelo movimento básico correr. 2. ABORDAMOS UM PONTO ESSENCIAL PARA QUE A PRÁTICA DO ATLETISMO SEJA UM ESPORTE PARA TODOS E DEMOCRÁTICO. PARA ISSO, FAZ-SE NECESSÁRIO QUE O CORRER, O SALTAR E O ARREMESSAR/LANÇAR SEJA PRATICADO DE FORMA PRAZEROSA, SENDO O LÚDICO ELEMENTO ESSENCIAL PARA PROPORCIONAR ESSA SATISFAÇÃO. ASSINALE A OPÇÃO QUE MELHOR REPRESENTE AS ATIVIDADES INDICADAS PARA QUE O ATLETISMO SEJA PRATICADO DE FORMA PRAZEROSA. A) Com um treino de velocidade na pista de atletismo. B) Através do treinamento intervalado. C) Através da vivência de jogos e brincadeiras. D) Através de estafetas e contestes, estimulando a competição. E) Através do treino de pliometria para melhorar a força. GABARITO 1. O atletismo é uma modalidade cuja prática está relacionada às capacidades físicas, democrática e de fácil execução por diferentes faixas etárias. Sobre as características do atletismo, assinale a alternativa correta. A alternativa "A " está correta. O atletismo é considerado o fundamento de todos os demais esportes, sendo, por isso, também chamado de esporte base. Sua prática está ligada às capacidades físicas de resistência, velocidade, equilíbrio, flexibilidade, força e coordenação. Indicado para todas as faixas etárias e de fácil execução. 2. Abordamos um ponto essencial para que a prática do atletismo seja um esporte para todos e democrático. Para isso, faz-se necessário que o correr, o saltar e o arremessar/lançar seja praticado de forma prazerosa, sendo o lúdico elemento essencial para proporcionar essa satisfação. Assinale a opção que melhor represente as atividades indicadas para que o atletismo seja praticado de forma prazerosa. A alternativa "C " está correta. Promover a vivência de brincadeira, jogos, piques, estafetas e contestes sem estimular a competição, ou seja, estimulando a vivência motora, desvinculando a prática de ser o mais rápido, o mais forte, o mais resistente. MÓDULO 3 Distinguir o esporte olímpico do paralímpico quanto às regras básicas de organização e funcionamento O ATLETISMO NA ATUALIDADE Agora, você será apresentado ao formato que o atletismo se encontra hoje no cenário esportivo, como esporte olímpico e paralímpico. Conheceremos algumas regras básicas de organização e funcionamento, além de apontarmos os grandes ídolos internacionais e nacionais. O formato moderno do atletismo remonta a meados do século XIX, na Inglaterra, que foi a responsável por resgatar o esporte do modelo grego e criar provas. O cenário contemporâneo é composto por aproximadamente 50 provas oficiais que se subdividem em pequenos grupos denominados: provas de pista, provas de campo, provas combinadas, provas de rua, cross country, trail running, corridas em montanha e a ultramaratona. Não sendo possível realizartodas essas provas nos Jogos Olímpicos, o destaque é o Track and Field, composto por 24 provas masculinas, 23 femininas e 1 prova mista. Fonte: EnsineMe. Figura 15 – Fluxograma do atletismo contemporâneo e olímpico. O atletismo contemporâneo tornou-se uma modalidade esportiva com o maior número de disputas possíveis. Nos quadros 1, 2, 3 e 4 é possível observar algumas dessas provas oficiais, sendo que, em destaque amarelo, estão as olímpicas. As provas oficiais do atletismo são as World Athletics (antiga IAAF) que reconhece recordes mundiais. É importante salientar que a modalidade está em plena expansão, basta observar a inclusão das provas de ultramaratona e o trail running na programação de provas oficiais. Masculino Feminino Corridas Rasas 100 m, 200 m, 400 m, 600 m, 800 m, 1000 m, 1500 m, 1 milha, 2000 m, 3000 m, 5000 m, 10.000 m, 20.000 m, 1 hora, 25.000 m, 30.000 m 100 m, 200 m, 400 m, 600 m, 800 m, 1000 m, 1500 m, 1 milha, 2000 m, 3000 m, 5000 m, 10.000 m, 20.000 m, 1 hora, 25.000 m, 30.000 m Corridas sobre Barreiras 110 m, 400 m 100 m, 400 m Corrida com Obstáculos 2000 m, 3000 m 2000 m, 3000 m Revezamentos 4x100 m, 4X200 m, 4x400 m, 4x2x2 400 m, 4x800 m e 4x1500 m 4x100 m, 4x200 m, 4x400 m, 4x2x2 400 m, 4x800 m e 4x1500 m Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 1 - Provas de Pistas Oficiais (corridas). Fonte: EnsineMe. Essas provas de pista possuem muitas regras de organização e funcionamento, das quais destacaremos: PISTA DE ATLETISMO CATEGORIAS BLOCO DE PARTIDA PARTIDA SAÍDA FALSA RAIAS BALIZAMENTO ESCALONAMENTO OBSTRUÇÃO CHEGADA CRONOMETRAGEM EMPATE ABANDONO DA PISTA MARCAS MEDIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO PISTA DE ATLETISMO O comprimento de uma pista oficial deve ser de 400 m. Ela consistirá de duas retas paralelas e duas curvas com raios iguais. Com 8/9 raias, na largura de 1,22 m. Fonte: Wikimedia Commons. Figura 16 - Pista oficial de atletismo. CATEGORIAS As categorias e respectivas faixas etárias da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) são as relacionadas a seguir, atendendo às determinações previstas nas Normas e Regras da World Athletics: a) Categoria Sub-14: Atletas com 12 e 13 anos em 31 de dezembro do ano da competição b) Categoria Sub-16: Atletas com 14 e 15 anos em 31 de dezembro do ano da competição c) Categoria Sub-18: Atletas com 16 e 17 anos em 31 de dezembro do ano da competição d) Categoria Sub-20: Atletas com 18 e 19 anos em 31 de dezembro do ano da competição e) Categoria Sub-23: Atletas com 16, 17, 18, 19, 20, 21 e 22 anos em 31 de dezembro do ano da competição f) Categoria de Adultos: Atletas a partir de 16 anos em diante em 31 de dezembro do ano da competição g) Categoria de Masters: Atletas a partir de 35 anos em diante (idade a ser considerada no dia da competição) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal BLOCO DE PARTIDA Os blocos de partida devem ser usados para todas as corridas até e inclusive 400 m (incluindo a primeira etapa dos revezamentos 4x200 m, Medley e 4x400 m) e não devem ser usados para nenhuma outra corrida. Fonte: Shutterstock.com Figura 17 - Bloco de partida. SAÍDA Deverá ser marcada por uma linha branca de 5 cm de largura, da qual o atleta deverá se posicionar atrás. Todas as corridas serão iniciadas pelo tiro da pistola eletrônica do árbitro de partida ou aparelho de partida aprovado. Fonte: Shutterstock.com LARGADA DE TODAS AS DISPUTAS ATÉ E INCLUSIVE OS 400 M Figura 18 – Saída baixa. Fonte: Shutterstock.com LARGADA DOS 800 M EM DIANTE Figura 19 – Saída alta. A saída baixa também é conhecida como saída de bloco, pois é obrigatório o uso do bloco de partida. Ela precisa seguir três comandos: suas marcas, prontos e o disparo da pistola eletrônica. Fonte: Shutterstock.com 1º comando “suas marcas” Fonte: Shutterstock.com 2º comando “prontos” Fonte: Shutterstock.com 3º comando “disparo da pistola” Figura 20 - Comandos de saída baixa. Já a saída alta precisa obedecer a dois comandos: suas marcas e o disparo da pistola eletrônica. 1º COMANDO “suas marcas” Fonte: Shutterstock.com 2º COMANDO “disparo da pistola” Fonte: Shutterstock.com SAÍDA FALSA Acontece quando o atleta, após assumir uma posição total e final, iniciar seu movimento antes do tiro de partida. Outras situações: quando o atleta falha em cumprir os comandos “suas marcas” ou “prontos” após o tempo apropriado. Ou mesmo, após o comando “suas marcas” perturbar outros atletas. REGRAS 16.6 QUANDO UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE SAÍDAS CERTIFICADO PELA WORLD ATHLETICS ESTIVER EM USO, O ÁRBITRO DE PARTIDA E/OU UM CONFIRMADOR DE PARTIDA DESIGNADO DEVEM USAR FONES DE OUVIDO PARA OUVIR CLARAMENTE O SINAL ACÚSTICO EMITIDO QUANDO O SISTEMA INDICAR UMA POSSÍVEL SAÍDA FALSA (OU SEJA, QUANDO O TEMPO DE REAÇÃO FOR MENOR QUE 0,100 SEGUNDOS). ASSIM QUE O ÁRBITRO DE PARTIDA E/OU UM CONFIRMADOR DE PARTIDA DESIGNADO OUVIR O SINAL ACÚSTICO E SE A ARMA FOR DISPARADA, A SAÍDA DEVE SER ANULADA E O ÁRBITRO DE PARTIDA DEVE EXAMINAR IMEDIATAMENTE OS TEMPOS DE REAÇÃO E OUTRAS INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE SAÍDAS A FIM DE CONFIRMAR, QUAL(IS) ATLETA(S) É(SÃO) RESPONSÁVEL(EIS) PELA SAÍDA FALSA, SE HOUVER (CBAT, 2020, P. 84- 85). RAIAS Local determinado para os atletas realizarem a corrida e a marcha atlética. Estarão relacionadas ao tipo de prova que será disputada. BALIZAMENTO TOTAL O atleta deverá permanecer na raia que lhe foi determinada do início ao fim do percurso. Ex.: 100 m, 200 m e 400 m (rasos), 100 m, 110 m e 400 m sobre barreiras, 4x100 m. Fonte: Shutterstock.com Figura 22 – Atletas em suas raias. BALIZAMENTO PARCIAL O atleta deverá iniciar o percurso cada um na raia que lhe foi determinada e depois ir para a raia que achar melhor (raia livre). Ex.: 800 m, 4x400 m BALIZAMENTO LIVRE Não há uma raia determinada para realizar o percurso. O atleta deverá correr onde se sentir mais confortável. Ex.: 1500 m, 5 km, 10 km, marcha atlética. ESCALONAMENTO É o posicionamento dos atletas dentro da pista um à frente do outro, cada um em sua raia. De forma que todos corram a mesma distância. Nas provas com balizamento total, a diferença de uma raia para outra, em uma prova de 400 m, é de 7,22 metros, para compensar as provas que utilizam curvas. Fonte: Shutterstock.com Figura 23 – Escalonamento. INVASÃO DE RAIA Conforme determinado pelo balizamento total e parcial, o atleta não poderá sair da sua raia e passar para a raia ao lado, ou mesmo para fora da pista. REGRA 17.3 EM TODAS AS CORRIDAS: 17.3.1 EM RAIAS, CADA ATLETA DEVE MANTER-SE NA RAIA QUE LHE FOI DESTINADA DO INÍCIO AO FIM. ISSO TAMBÉM SE APLICA A QUALQUER PARTE DE UMA CORRIDA REALIZADA EM RAIAS (CBAT, 2020, P. 87). OBSTRUÇÃO Qualquer competidor, corredor ou marchador que empurrar ou obstruir outro atleta, de modo a impedir sua progressão, estará passível de desqualificação. O árbitro terá autoridade para ordenar que nova prova seja realizada novamente, excluindo qualquer atleta desqualificado. CHEGADA A chegada de uma corrida deve ser marcada por uma linha branca de 5 cm de largura. O atleta deve ser classificado na ordem quando o tronco atinja o plano vertical que passa pela borda mais próxima da linha de chegada. Fonte: Shutterstock.com Figura 24 – Chegada. CRONOMETRAGEM São reconhecidos três métodos: Manual. Elétrico e totalmente automático obtido por um sistema foto finish. Cronometragem fornecida por um Sistema de Transponder (Chip) somente para competições de acordo com as Regras 54 (corridas não realizadas completamente em estádio). FOTO FINISH O Sistema deve registrar a chegada através de uma câmera posicionada no prolongamento da linha de chegada produzindo uma combinação de imagens. Em Jogos Olímpicos, a combinação de imagens deve ser composta de pelo menos 1000 imagens/seg. Para outras competições,esta combinação de imagens deve ser composta de 100 imagens/seg. Em cada caso, a imagem deve ser sincronizada com uma escala de tempo uniformemente marcada em 0.01 segundos. O Sistema deve ser disparado automaticamente pelo sinal do árbitro de partida. Fonte: Shutterstock.com FIGURA 25 Cronometragem manual. Fonte: Shutterstock.com FIGURA 26 Câmera de foto finish. Fonte: Tristantech/ Wikimedia commons FIGURA 27 Sistema de transponder. EMPATE REGRA 21. 21.1 SE OS ÁRBITROS OU O ÁRBITRO DE PHOTO FINISH NÃO PUDEREM DETERMINAR A ORDEM DOS ATLETAS EM QUALQUER COLOCAÇÃO, DE ACORDO COM AS REGRAS 18.2, 19.17, 19.21 OU 19.24 DAS REGRAS TÉCNICAS (CONFORME APLICÁVEL), SERÁ DETERMINADO QUE HOUVE UM EMPATE E O EMPATE DEVE PERMANECER. Ao determinar se houve um empate entre atletas, em diferentes séries, para uma posição no ranking ou para uma posição de qualificação em uma fase subsequente, baseada em tempo, o árbitro chefe de foto finish deverá considerar os tempos reais obtidos pelos participantes em 1/1000 de um segundo. Se, desse modo que houve empate, os atletas estiverem empatados para uma posição mais alta do ranking, será feito o desempate através de sorteio. ABANDONO DA PISTA Um atleta não poderá continuar na prova após abandonar voluntariamente a pista. MARCAS NA PISTA Os atletas não podem fazer marcas ou colocar objetos sobre ou ao longo da pista para auxiliá- los. Exceto os atletas do revezamento. MEDIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO Será realizada em provas 100 m rasos, 200 m rasos, 100 m com barreiras e 110 m com barreiras. O registro do anemômetro se fará em metros por segundo, não podendo exceder 2 m/s. Fonte: Shutterstock.com Figura 28 - Anemômetro para medida de velocidade do vento. Masculino Feminino Saltos Em Altura, com Vara, em Distância e Triplo Em Altura, com Vara, em Distância e Triplo Arremesso do Peso do Peso Lançamentos do Disco, do Dardo e do Martelo do Disco, do Dardo e do Martelo Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 2 - Provas de Campo Olímpicas. Fonte: EnsineMe. De acordo com a organização e o funcionamento, podemos classificar as provas de campo em: saltos, arremesso e lançamentos (MATTHIESEN, 2017). Fonte: EnsineMe. Figura 29 – Fluxograma. Classificação Provas de Campo. CONDIÇÕES GERAIS DAS PROVAS DE CAMPO: REGRA 180 (CBAT, 2020, P. 114-121) ÁREA DE COMPETIÇÃO - Cada prova tem a sua área específica de competição. - Nessa área será realizado o aquecimento, que acontecerá antes da competição. - Os atletas podem colocar marcas (definitivas ou temporárias) ao longo da área de competição, desde que fornecidas pela organização ou aprovadas por esta. Não será permitido o uso de materiais ou substâncias que deixem marcas permanentes. ORDEM DE TENTATIVAS - Os atletas deverão competir em ordem determinada por sorteio (seja para qualificação ou para a final). - Em todas as provas de campo, exceto para o salto em altura e salto com vara, onde houver mais de oito atletas, cada um deverá ter três tentativas e os oito atletas com os melhores resultados válidos devem ter mais três tentativas adicionais. A ordem desses oito atletas para as rodadas subsequentes de mais três tentativas deve ser na ordem de classificação inversa à registrada, após as primeiras três rodadas de tentativas, a menos que os regulamentos aplicáveis determinem o contrário. - Para as provas de saltos verticais serão permitidas 3 tentativas consecutivas; CONCLUSÃO DAS TENTATIVAS - O árbitro não deve levantar uma bandeira branca para indicar uma tentativa válida até que a tentativa esteja completa. O árbitro pode reconsiderar uma decisão se ele acredita que levantou a bandeira incorreta. PROVAS DE QUALIFICAÇÃO - Será realizada quando número de atletas for muito grande para permitir que a competição seja conduzida satisfatoriamente em uma única fase (final). - Dividir em grupos com as mesmas condições. Realizar ao mesmo tempo, ou imediatamente após o grupo anterior ter terminado. - Cada atleta terá direito a 3 tentativas. - Atingir a marca estabelecida pela competição. - Uma vez que o atleta conseguiu o índice para qualificação, não poderá mais participar daquela competição de qualificação. - Nível Olímpico e Mundial: 12 atletas na final. TEMPO PERMITIDO PARA TENTATIVAS - O árbitro responsável indicará ao atleta que tudo está pronto para o início da tentativa e o período permitido para essa tentativa começará naquele momento. - Se o tempo permitido acabar no momento em que o atleta iniciou sua tentativa, esta não pode ser anulada. - Durante muitos anos, o tempo de realização das tentativas, de uma forma geral, foi de 1 minuto, contudo a Regra 2020 faz uma alteração como podemos ver no quadro 3. Vale destacar que, se a organização da competição quiser continuar aplicando 1 minuto de tempo de realização da tentativa será permitido. Número de atletas competindo Salto em altura Salto com vara Saltos horizontais Arremesso de peso Lançamentos Mais que 3 1 min 1 min 1 min 2 ou 3 1,5 min 2 min 1 min 1 3 min 5 min - Tentativas consecutivas 2 min 3 min 2 min Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 3 - Tempo permitido nas tentativas. Fonte: CABt, 2020. Provas individuais de salto em altura, salto com vara e outros com mais do que 3 atletas (ou para a primeira tentativa de cada atleta) 1 min / 1 min / 1 min; 2 ou 3 atletas 1,5 min / 2 min / 1 min; 1 atleta 3 min / 5 min – tentativas consecutivas 2 min / 3 min / 2 min. SUBSTITUIÇÃO DE TENTATIVAS - Se, por qualquer motivo além de seu controle, um atleta for prejudicado em uma tentativa e não for possível continuar, ou a tentativa não puder ser registrada corretamente, o árbitro geral terá a autoridade para lhe atribuir uma tentativa substituta ou para restabelecer o tempo parcial ou totalmente. AUSÊNCIA DURANTE A COMPETIÇÃO - É permitido, mas acompanhado do árbitro. MUDANÇA DO LOCAL DA COMPETIÇÃO - É permitido após o término de uma rodada. RESULTADO - A cada atleta será creditado o melhor de seus resultados. EMPATES - Nas provas de campo, exceto para o salto em altura e salto com vara, o segundo melhor resultado dos atletas empatados decidirá o empate. Se necessário, o terceiro melhor e assim por diante. Se o empate permanecer, segundo a Regra 180.22, isso determinará o empate. Outras provas do atletismo: Masculino Feminino Decatlo Heptatlo Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 4 - Provas Combinadas. Fonte: EnsineMe. Masculino Feminino Corrida 5 km, 10 km, 15 km, 10 milhas, 20 km, Meia Maratona, 25 km, 30 km, Maratona, 50 km, 100 km, 24 horas. 5 km, 10 km, 15 km, 10 milhas, 20km, Meia Maratona, 25 km, 30 km, Maratona, 50 km, 100 km, 24 horas. Marcha Atlética 5 km, 10 km, 20 km, 30 km, 35 km, 50 km. 5 km, 10 km, 20 km, 30 km, 35 km, 50 km. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 5 - Provas de Rua. ATLETISMO PARALÍMPICO A modalidade atletismo faz parte dos Jogos Paralímpicos desde a primeira edição, realizada na cidade de Roma, na Itália, em 1960. As disputas atléticas paralímpicas, realizadas pelos atletas com deficiência, são as mesmas do atletismo Olímpico, com algumas adaptações. O Brasil participa desde a primeira edição, contudo, a primeira medalha só foi conquistada em 1984. VOCÊ SABE QUAIS SÃO ESSAS DEFICIÊNCIAS? As deficiências podem ser físicas, visuais e intelectuais. Contudo, existe uma classificação, para a qual, no início, dava-se mais importância à avaliação médica. Com o crescimento do movimento paralímpico, a classificação funcional passou a ser mais valorizada na avaliação da performance dos atletas. Com essa mudança, por exemplo, um amputado pode competir com um paraplégico. A deficiência visual é a única em que permanece a avaliação médica. Vale destacar que a classificação funcional precisa ser específica paracada esporte, uma vez que uma determinada deficiência pode influenciar a performance em um esporte específico e em outro não. Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Os que disputam provas de pista (velocidade, meio fundo, fundo e saltos) e de rua (maratona), levam a letra T (track - pista) em sua classe (CPB, 2021). T11 a T13 - Deficiências visuais T20 - Deficiências intelectuais T31 a T38 - Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38 para andantes) T40 e T41 - Anões T42 a T44 - Deficiência nos membros inferiores T45 a T47 - Deficiência nos membros superiores T51 a T54 - Competem em cadeiras de rodas T61 a T64 - Amputados de membros inferiores com prótese Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Fonte: Shutterstock.com FIGURA 30 Classe T43. Fonte: Shutterstock.com FIGURA 31 Classe T47. Fonte: Shutterstock.com FIGURA 32 Classe T53. Fonte: Shutterstock.com FIGURA 33 Classe T11. Fonte: Shutterstock.com FIGURA 34 T 42 (Salto em altura). Fonte: Shutterstock.com FIGURA 35 T 42 (Salto em distância). Já os atletas que fazem provas de campo (arremessos, lançamentos) são identificados com a letra F (field - campo) na classificação (CPB, 2021). F11 a F13 Deficiências visuais. F20 Deficiências intelectuais. F31 a F38 Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38 para andantes). F40 e F41 Anões F42 a F46 Amputados ou deficiência nos membros superiores ou inferiores (F42 a F44 para membros inferiores e F45 a F46 para membros superiores). F51 a F57 Competem em cadeiras de rodas (sequelas de poliomielite, lesões medulares, amputações). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Fonte: Shutterstock.com FIGURA 36 F53 (Arremesso do peso). Fonte: Shutterstock.com FIGURA 37 F41 (arremesso do peso). Fonte: Shutterstock.com FIGURA 38 F11 (Lançamento do disco). Fonte: Shutterstock.com FIGURA 39 F31, 32, 51 (Arremesso do bastão). Para os atletas com deficiência visual, as regras de utilização de atletas-guia e de apoio variam de acordo com a classe funcional. Nas provas de 5.000 m, de 10.000 m e na maratona, os atletas das classes T11 e T12 podem ser auxiliados por até dois atletas-guia durante o percurso (a troca é feita durante a disputa). No caso de pódio, o atleta-guia que terminar a prova recebe medalha, o outro, não. Há, também, situações específicas em que um guia, que não estava inscrito inicialmente em determinada prova, tenha de correr. Neste cenário, ele não recebe medalha caso suba ao pódio (CPB, 2021). ATLETA-GUIA E APOIO T11 Corre ao lado do atleta-guia e usa o cordão de ligação. No salto em distância, é auxiliado por um apoio. T12 Atleta-guia e apoio, no salto, são opcionais. T13 Não pode usar atleta-guia e nem ser auxiliado por um apoio no salto. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal OLIMPISMO - FILOSOFIA OLÍMPICA DE VIDA Herdada dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, a filosofia utiliza o esporte como instrumento para a promoção da paz, da união e do respeito por regras e adversários. As diferenças culturais, étnicas e religiosas são de grande importância nesta forma de pensar baseada na combinação entre esporte, cultura e meio ambiente. O objetivo é contribuir na construção de um mundo melhor, sem qualquer tipo de discriminação e assegurar a prática esportiva como um direito de todos. A educação, a integração cultural e a busca pela excelência através do esporte são ideais a serem alcançados. O Olimpismo tem como princípios a amizade, a compreensão mútua, a igualdade, a solidariedade e o fair play (jogo limpo). Mais que uma filosofia esportiva, o Olimpismo é uma filosofia de vida. A ideia é que a prática destes valores ultrapasse as fronteiras das arenas esportivas e influencie a vida de todos (COB, 2021). PRINCIPAIS ÍDOLOS OLÍMPICOS AO LONGO DA HISTÓRIA Neste momento, vamos identificar os atletas que marcaram a história das Olimpíadas. Consideremos que o início dos Jogos Olímpicos da Era Moderna foi em 1896. Estamos em 2021 e já se vão XXXII jogos, dos quais três foram cancelados por causa das duas Grandes Guerras (1916 – Berlim; 1940 – Tóquio; 1944 – Londres) e os de 2020, em Tokyo, Japão, foram transferidos para 2021, devido à pandemia do novo coronavírus – COVID19. O fato é que são inúmeros os heróis, ídolos e mitos que marcaram os Jogos com suas participações fantásticas ao longo desses 124 anos de história. Poderíamos ficar horas para contar com todo o prazer os detalhes de cada conquista. Mas, seremos breves, pois, precisaremos ver os nossos heróis brasileiros e esses sim conheceremos um por um. Para melhor entendimento, organizamos os atletas de acordo com suas provas disputadas e na ordem cronológica dos Jogos Olímpicos. Fonte: Wikimedia commons. PAVO NURMI - ANTUÉRPIA (1920), PARIS (1924) E AMSTERDAM (1928) Também conhecido como Finlandês Voador, é o maior ganhador de medalhas olímpicas do atletismo com 12 medalhas, sendo 9 de ouro e 3 de prata. É considerado um dos maiores corredores de meio fundo e fundo de todos os tempos. Dominava as provas de 1.500 m até 10.000 m. Em 2012, foi imortalizado no Hall da Fama do Atletismo. Fonte: Olympic.org JESSE OWENS - BERLIM, 1936 O americano Owens foi o primeiro atleta a conquistar quatro medalhas de ouro em uma mesma Olimpíada. As provas foram 100 m e 200 m rasos, o salto em distância e o revezamento 4x100 m. Fonte: Olympic.org EMIL ZÁTOPEK - LONDRES (1948) E HELSINQUE (1952) O atleta Tcheco era também conhecido como locomotiva humana. Além das 5 medalhas olímpicas, seu maior feito é único até hoje: ter vencido, na mesma olimpíada, as provas dos 5.000 m, 10.000 m e a Maratona. Ao longo de sua carreira, acumulou 20 quebras de recordes mundiais. Foi imortalizado no Hall da Fama do Atletismo, em 2012. Fonte: Olympic.org ALFRED ADOLF OERTER JR. - MELBOURNE (1956), ROMA (1960) TÓQUIO (1964) MÉXICO (1968) O americano é simplesmente tetracampeão mundial no lançamento do disco. Em 2012, foi imortalizado no Hall da Fama do atletismo, criado no mesmo ano como parte das celebrações pelo centenário da IAAF. Fonte: Olympic.org ABEBE BIKILA - ROMA (1960) E TÓQUIO (1964) Pioneiro da longa distância na Etiópia. Bikila sagrou-se bicampeão olímpico na Maratona, sendo que, em Roma, em 1960, percorreu toda a prova descalço. Fonte: Olympic.org DICK FOSBURY - MÉXICO (1968) O atleta americano só tem uma medalha olímpica, mas foi o responsável por revolucionar a prova do salto em altura, trazendo um novo estilo que passou a ser utilizado até os dias de hoje. O estilo tem seu nome, Salto Fosbury ou Fosbury Flop. Fonte: Wikimedia commons. CARL LEWIS - LOS ANGELES (1984), SEUL (1988), BARCELONA (1992), ATLANTA (1996) O americano Carl Lewis tem uma trajetória impecável. É o um dos poucos atletas tetra campeão olímpico, de um total de 10 medalhas conquistadas, sendo 9 ouros e 1 prata. Dominou as provas de 100 m, 200 m, revezamento 4 x 100 m e salto em distância por anos. Dentre os vários prêmios, foi eleito pelo COI o atleta do século (XX). Fonte: Shutterstock.com FLORENCE GRIFFITH-JOYNER - LOS ANGELES (1984), SEUL (1988) A americana obteve 5 medalhas olímpicas, sendo 3 ouros e 2 pratas. Detém dois recordes excepcionais, um nos 100 m rasos (10:49) e o outro nos 200 m (21:34), sendo este também recorde olímpico. A atleta chamava a atenção pelo seu jeito extravagante de ser e pelo corpo muito musculoso. Existe muita polêmica em torno dos seus resultados. A atleta faleceu muito jovem aos 39 anos. Fonte: Shutterstock.com HAILE GEBRSELASSIE - ATLANTA (1996) E SYDNEY (2000) O Etíope Gebrselassie é bicampeão olímpico e tetracampeão mundial na prova dos 10.000 m. Em uma carreira vencedora 27 recordes mundiais entre distâncias 3.000 m e maratona.Também conhecido como Imperador, é o sucesso de Abebe Bikila. Fonte: Shutterstock.com KENENISA BEKELE - ATENAS (2004) E PEQUIM (2008) Mais um corredor etíope que se consagra. Com quatro medalhas olímpicas, sendo 3 ouros e 1 prata, nas provas de 5.000 m e 10.000 m. O atleta permanece na ativa, mas, se dedicando à maratona, prova que já foi recordista mundial. Até recentemente, era o atual recordista mundial das provas de 5.000 m e 10.000 m. Fonte: Shutterstock.com USAIN BOLT - PEQUIM (2008), LONDRES (2012) E RIO DE JANEIRO (2016) O jamaicano é um dos maiores medalhistas olímpicos de todos os tempos no atletismo, com 8 medalhas de ouro no total, nas provas de 100 m, 200 m e revezamento 4x100 m. Eram 9 medalhas, mas perderam o ouro, do revezamento 4x100 m, em 2018, por ter dois atletas flagrados no doping. Fonte: Wikimedia commons. ELUID KIPCHOGE - ATENAS (2004), PEQUIM (2008) E RIO DE JANEIRO (2016) Com três medalhas olímpicas, o queniano Kipchoge é ao atual recordista mundial da maratona. Participou de dois eventos que foram planejados para ele baixar o tempo de 2 horas, da maratona. Em 2017, na Itália, o sub-2:00 não foi possível com o atleta marcando 2:00:25, mas, em 2019, na Áustria, Ineos 1:59 Challenge, ele conseguiu e correu para 1:59:40. Ambos os tempos seriam homologados recordes mundiais, mas não foi possível pelas condições que envolveram a prova como coelhos se revezando, luzes indicando o ritmo, o tênis Nike Vaporfly, dentre outras. OS BRASILEIROS QUE SE TORNARAM ÍCONES OLÍMPICOS Vamos conhecer agora, um pouco dos nossos heróis olímpicos. O atletismo brasileiro, desde sua primeira medalha olímpica, em 1952 até os dias atuais, possui 17 medalhas no total, sendo 5 de ouro, 3 de prata e 9 de bronze. A primeira participação masculina do atletismo em Jogos Olímpicos foi em 1928, nos Jogos Olímpicos de Amsterdam e foi bem discreta. Já quatro anos depois, conseguimos chegar as primeiras finais. Foi nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, 1932, que participaram os atletas Lúcio de Castro, sexto no salto com vara e Clovis Rapozo, oitavo no salto em distância. Fonte: Wikimedia commons. Aída dos Santos No feminino, a primeira participação feminina expressiva foi da nossa querida Aída dos Santos, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964. Detalhe, era a única mulher da delegação brasileira inteira. Aída não ganhou nenhuma medalha em Jogos Olímpicos, mas sua história de vida é linda e premiada em todo o mundo. Vamos conhecer esses medalhistas dos quais os brasileiros tanto se orgulham. javascript:void(0) Fonte: Wikimedia commons. JOSÉ TELLES DA CONCEIÇÃO Medalha de bronze no salto em altura, em 1952, nos Jogos Olímpicos de Helsinque. Fonte: Wikimedia commons. NELSON PRUDÊNCIO Medalha de prata no salto triplo dos Jogos Olímpicos da México, em 1968. E bronze, na mesma prova, nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. Fonte: Wikimedia commons. ADHEMAR FERREIRA DA SILVA Medalha de ouro no salto triplo em duas Olimpíadas seguidas, Helsinque, em 1952 e Melbourne, em 1956. Um dos poucos atletas brasileiros imortalizado no Hall da Fama do Atletismo, em 2012. Fonte: Wikimedia commons. JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA, MAIS CONHECIDO COMO JOÃO DO PULO Medalha de bronze no salto triplo dos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976 e nos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980. Fonte: Olympic.org JOAQUIM CRUZ Medalha de ouro nos 800 metros, em 1984, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, estabelecendo novo recorde olímpico. Medalha de prata, em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul. Atualmente, nosso herói é técnico da seleção americana paralímpica de atletismo. Fonte: Wikimedia commons. ROBSON CAETANO Medalha de bronze nos 200m, em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul e bronze no revezamento 4x100m, em 1996, nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Fonte: Wikimedia commons. VANDERLEI CORDEIRO DE LIMA Medalha de Bronze, em 2004, nos Jogos Olímpicos de Atenas. Essa medalha foi conquistada por Vanderlei Cordeiro após muito sacrifício. O atleta liderava a prova da Maratona, mas, por volta do quilômetro 35, foi atacado por Cornelius Horan, ex-padre irlandês, que o jogou fora da pista e no chão. Um espectador foi quem ajudou Vanderlei se reerguer e retornar para corrida ainda em primeiro. No entanto, até o atleta se recuperar do susto, até o término da prova, dois atletas o ultrapassaram. Pela sua bravura, Vanderlei foi o segundo atleta a receber a medalha Pierre de Coubertin, concedida pelo COI para atletas que valorizam a competição olímpica mais do que a vitória.. Fonte: Shutterstock.com MAURREN MAGGI Medalha de Ouro, em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim. Fonte: Shutterstock.com THIAGO BRAZ DA SILVA Medalha de ouro, em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio. NO REVEZAMENTO, TEMOS: Revezamento 4x100, bronze, Atlanta, em 1996 Robson Caetano André Domingos Edson Luciano Arnaldo Oliveira Revezamento 4x100, prata, Sydney, em 2000 André Domingos Vicente Lenilson Claudinei Quirino Edson Luciano Revezamento 4x100 masculino, bronze, Pequim, em 2008 José Carlos Moreira Vicente Lenilson Bruno Lins Sandro Viana Importante você saber que essa medalha de bronze foi confirmada, em 2018, quando o COI informou à CBAt. A equipe da Jamaica que obtivera o primeiro lugar foi desclassificada por um atleta testar positivo. O Brasil que havia ficado em quarto lugar, subiu para o terceiro. Revezamento 4x100 feminino, bronze, Pequim, em 2008 Thaíssa Barbosa Presti Rosemar Coelho Neto Rosângela Santos Lucimar Moura Essa medalha conquistada pelas meninas do Brasil foi confirmada em 2017, quando COI informou à CBAt. A equipe da Rússia foi desclassificada por uma atleta testar positivo. O Brasil que havia ficado em quarto lugar, subiu para o terceiro. ESPORTE OLÍMPICO X PARALÍMPICO VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O ATLETISMO OLÍMPICO É COMPOSTO POR VÁRIAS DISPUTAS ATLÉTICAS DE MARCHA ATLÉTICA, CORRIDAS, SALTOS, ARREMESSO E LANÇAMENTO. ASSINALE A ALTERNATIVA EM QUE TODAS AS PROVAS SÃO OLÍMPICAS: A) Provas de pista, provas de campo, provas combinadas e provas de rua. B) Provas de campo, cross country, provas combinadas e provas de rua. C) Provas de pista, ultramaratona, provas de campo e provas combinadas. D) Provas de pista, provas de campo, cross country e provas de rua. E) Provas de campo, ultramaratona, provas combinadas e provas de rua. 2. SOBRE A ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS PROVAS DE CORRIDA OBSERVAMOS QUE ELAS PRECISAM SER ORGANIZADAS NAS RAIAS DA PISTA DE ATLETISMO, DE FORMA QUE TODOS OS ATLETAS PERCORRAM A MESMA DISTÂNCIA. INDIQUE ABAIXO AS PROVAS DE PISTA QUE SE ORGANIZAM COM BALIZAMENTO TOTAL, BALIZAMENTO PARCIAL E BALIZAMENTO LIVRE RESPECTIVAMENTE. A) Corrida de velocidade – Corrida de meio fundo – Corrida de 1500 m B) Corrida de 400 m – Corrida de revezamento 4x400 m - Corrida de 800 m C) Corrida de velocidade – Corrida de 1500 m – Corrida de fundo D) Corrida de 100 m – Corrida de meio fundo – Corrida de 1500 m E) Corrida sobre barreiras – Revezamento 4x400 m – corrida de fundo GABARITO 1. O atletismo olímpico é composto por várias disputas atléticas de marcha atlética, corridas, saltos, arremesso e lançamento. Assinale a alternativa em que todas as provas são olímpicas: A alternativa "A " está correta. O atletismo olímpico é composto por 24 provas olímpicas masculinas, 23 femininas e uma mista, que se organização como provas de pista, provas de campo, provas combinadas, provas de rua (Marcha atlética e a Maratona). 2. Sobre a organização e funcionamento das provas de corrida observamos que elas precisam ser organizadas nas raias da pista de atletismo, de forma que todos os atletas percorram a mesma distância. Indique abaixo as provas de pista que se organizam com balizamento total, balizamento parcial e balizamento livre respectivamente. A alternativa "E " está correta. O balizamento é uma regra que estabelece a organização dos atletas, durantea realização de suas respectivas corridas, nas raias da pista de atletismo. As provas rápidas, denominadas corridas de velocidade, são disputadas em toda sua extensão nas respectivas raias (BALIZAMENTO TOTAL) determinadas pela arbitragem, não sendo permitido aos atletas saírem das mesmas. O BALIZAMENTO PARCIAL é específico para duas provas olímpicas, 4x400 m e 800 m, essas disputas serão realizadas em raia, apenas por uma distância que é determinada pela regra e, após essa distância, os atletas correrão em raia livre. Nas provas disputadas em BALIZAMENTO LIVRE, é permitido aos atletas percorrerem as distâncias das corridas em raia livre, da largada até a chegada. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Vimos que o atletismo tem sua origem na necessidade de o homem correr, saltar e lançar para sua sobrevivência. Observamos, também, que os movimentos básicos naturais foram utilizados para a preparação física dos soldados para guerra. Como prática esportiva organizada, o atletismo vai viver dois grandes momentos: o primeiro, quando da criação dos primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade, em 776 a. C. e o segundo, com a criação dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em 1896. Vale destacar que foi a partir desta data que se iniciou a evolução esportiva em todo o mundo, com diversos estudos sobre os diferentes treinamentos, periodização deles, aperfeiçoamento das técnicas, melhoria do material de que é feito o piso da pista de atletismo, vestimenta, calçados, alimentação e hidratação. Com o seu formato moderno, a modalidade está em expansão e hoje são aproximadamente 50 provas oficiais, das quais as mais recentes no calendário oficial são corridas na montanha, ultramaratona, trail running e revezamento misto 2x2x400 m, que já será olímpico em Tóquio. Após sua consolidação, o atletismo vai protagonizar grandes espetáculos de performance humanas. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS CBAt. Confederação Brasileira de Atletismo. Regras de competição e regras técnicas. In: CBAt, 2020. CLARK, K. The Nude: a study in ideal form. Nova edição. Londres: The Folio Society, 2010, p. 134–135. COB. Comitê Olímpico Brasileiro. Movimento Olímpico – Olimpismo. Consultado em meio eletrônico em: 28 jan. 2020. COICEIRO, G. A. 1000 exercícios e jogos para o atletismo. Rio de Janeiro: Sprint, 2006. CPB. Comitê Paralímpico Brasileiro. Modalidades – Atletismo. Consultado em meio eletrônico em: 28 jan. 2020. FRÓMETA, E. R.; TAKAHASHI, K. Guia metodológico de exercícios em atletismo: formação, técnica e treinamento. Porto Alegre: Artmed, 2004. KIRSCH, A.; KOCH, K.; ORO, U. Antologia do atletismo: metodologia para iniciação em escolas e clubes. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1984. KUNZ, E. Didática da Educação Física 1. 5. ed. Ijuí: Unijuí, 2013. MATTHIESEN, S. Q. Educação Física no Ensino Superior – Atletismo: teoria e prática. São Paulo: Guanabara Koogan, 2017. SCHMOLISKY, G. Atletismo. 1. ed. Lisboa: Estampa, 1982. EXPLORE+ Para aprofundar seus conhecimentos sobre os conteúdos abordados: Veja: O vídeo Grécia Antiga: Os Jogos Antigos Olímpia. O vídeo intitulado Regras do Jogo Atletismo. Men's 800 m Final – Word Athletics Championships Doha, de 2019, para que você possa entender melhor o momento que o balizamento termina e se inicia o livre. Final 5000 m 2ª série – Troféu Brasil Caixa de Atletismo, de 2020, na TVNSports, para melhor compreensão do que é o balizamento livre. O site da CBAt, em Documentos Oficiais, pistas oficiais, para um melhor entendimento de todas as medidas da pista de atletismo. Leia: O Cap. 1, p. 17 a 43, do livro Aspectos Pedagógicos do Atletismo. O Cap. 2, p. 63 a 74, do livro Aspectos Pedagógicos do Atletismo. O livro de regras oficiais de competições da IAAF 2020. Edição especial para o Brasil. CONTEUDISTA Geovana Alves Coiceiro Cantuaria CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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