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D O E N Ç A S S I S T Ê M I C A S O D O N T O L O G I A P A R A C O N C U R S O S PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael DOENÇAS SISTÊMICAS PROF. MÔNICA ISRAEL MANIFESTAÇÒES ORAIS DE DOENÇAS SISTÊMICAS DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS • Mucopolissacaridoses • Proteinose lipóide MUCOPOLISSACARIDOSES • Distúrbios primários do metabolismo dos mucopolissacarídios determinado geneticamente: autossômico recessivo • Glicosaminoglicanos = mucopolissacarídios • Mucopolissacarídios compõem a substância intercelular • Exemplos de glicosaminoglicanos: sulfato de heparan, sulfato de dermatan, sulfato de queratano, sulfato de condroitina. Termo geral para distúrbios metabólicos dos lisossomos em que há degradação defeituosa dos glicosaminoglicanos (mucopolissacarídios), devido à ausência de enzimas lisossômicas específicas. Formam-se por isso depósitos nos tecidos e ocorre excreção urinária desses glicosaminoglicanos. Os diferentes tipos de mucopolissacaridoses são: I- Síndrome de Hurler II- Síndrome de Hunter III- Síndromes de Sanfilippo IV- Sindromes de Morquio V- Vaga VI- Síndrome de Maroteaux-Lamy VII- Deficiência de ß-glicuronidase SÍNDROME DE HURLER = MPS I = Deficiência de L-iduronidase = Gargulismo • Tipo mais comum • Autossômico recessivo • Há acúmulo de sulfato de condroitina e de sulfato de heparitina nos tecidos moles PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael Aspectos clínicos: • Primeiras manifestações: 2 anos • Morte geralmente na puberdade • Macrocefalia • Face: fronte proeminente, nariz largo, hipertelorismo, pálpebras intumescidas com sobrancelhas espessas, lábios grossos, macroglossia, boca aberta e congestão nasal com respiração ruidosa • Opacificação progressiva da córnea • Hepatoesplenomegalia: abdome protuberante • Pescoço curto • Contraturas em flexão: resultam na “mão me garra” • Retardo mental e crises convulsivas Manifestações Orais: • Encurtamento e alargamento da mandíbula • Diastema na arcada inferior • Aumento dos folículos dentários (deposição de mucopolissacarídios) • Retardo na erupção dentária • Esmalte fino com cúspides pontiagudas • Hiperplasia gengival (região anterior) • Macroglossia Aspectos Histopatológicos: • Acúmulo excessivo intracelular de mucopolissacarídeos em muitos tecidos e órgãos • Células de Hurler ou células de Garler: células grandes com citoplasma agranular ou finamente granular. São semelhantes aos mastócitos. Tratamento: • Não existe tratamento satisfatório • Possibilidade de reposição enzimática • Possibilidade de transplante de medula óssea • De acordo com a manifestação da doença, pode ser necessária a sedação, hospitalização ou internação para atendimento odontológico (crises convulsivas) PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael PROTEINOSE LIPÓIDE = Hialinose da Pele e da Mucosa = Síndrome de Urbach – Wiethe • Quadro raro (aproximadamente 300 casos) • Autossômico recessivo • Etiologia desconhecida: distúrbio no metabolismo dos polissacarídeos • Ocorre devido à deposição de um material frouxo na derme e no tecido conjuntivo submucoso • Os pacientes apresentam nódulos solitários ou agrupados, branco – amarelados na pele da face (lábios e pálpebras), pescoço, mãos, axilas, escroto, períneo e fenda interglútea Aspectos clínicos Locais inicialmente afetados- laringe e cordas vocais: • Incapacidade do bebê emitir som ao chorar • Choro rouco • Desenvolvimento de voz rouca precocemente na infância • 70% dos pacientes – calcificações intra-cranianas (assintomáticas ou convulsão) Manifestações Orais • Tornam-se evidentes na 2a década • Locais: língua, mucosa labial e jugal • Acometimento difuso com placas frouxas, branco-amareladas e nódulos • A língua se torna firme, perde as papilas linguais, ficando com a superfície lisa • O acúmulo do material amorfo na língua pode resultar em aderência ao assoalho bucal Tratamento • Aconselhamento genético • Remoção de lesões que prejudiquem a respiração PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael Reticuloendotelioses Lipídicas = Doenças de armazenamento • Ocorrem devido a ausência de enzimas necessárias para o processamento de lipídeos específicos, o que resulta em acúmulo de lipídeo intracelular • Mais freqüentes em judeus Grupo de doenças: • Doenca de Gaucher • Doenca de Niemann-Pick • Doenca de Tay-Sach Doença De Gaucher • + Comum das reticuloendotelioses lipídicas • 1: 2.500 judeus ashkenazim • Ocorre devido à ausência da glicocerebrosidase, resultando no acúmulo de glicosilceramida nos lisossomas dos macrófagos/monócitos É dividida em três tipos: • Tipo I – não neuropático crônico • Tipo II – neuropático agudo • Tipo III – neuropático subagudo Doença De Gaucher Tipo I = Não neuropático crônico • Mais comum • Não há envolvimento cerebral • Geralmente se manifesta na adolescência • Hepatoesplenomegalia, destruição óssea e disfunção pulmonar • Causa de morte: pneumonia Doença De Gaucher Tipo II = Neuropático agudo • Envolvimento cerebral • Hepatoesplenomegalia • Geralmente se manifesta logo após o nascimento • Tempo média de sobrevida: 9 meses • Causa de morte: parada pulmonar Doença de Gaucher Tipo III = Neuropático subagudo • Semelhante ao tipo II, com início mais tardio e curso clínico mais prolongado Aspectos clínicos: • Macrófagos perdem sua função e se acumulam na medula óssea • O acúmulo prejudica as células hematopoiéticas, levando à anemia e à trombocitopenia • Pacientes mais propensos a infarto ósseo • Dor óssea: queixa mais comum • Linhas de Erlenmeyer: deformidades nos ossos longos (fêmur) • Acúmulo de macrófagos no fígado e baço: hepatoesplenomegalia • Retardo mental PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael Manifestações faciais: • Lesões intra-ósseas mandibulares: aspecto radiolúcido maldefinido Aspectos Histopatológicos: CÉLULAS DE GAUCHER • São histiócitos carregados de lípídios • São redondas, claras, com núcleo excêntrico e citoplasma enrugado, lembrando seda enrugada. Tratamento • Expressão leve: não há necessidade • Terapia de reposição enzimática • Transplante de medula óssea • Maior chance para o desenvolvimento de linfoma e mieloma múltiplo DOENÇA DE NIEMANN- PICK • Ocorre devido a deficiência de esfingomielinase ácida, acumulando esfingomielina nos lisossomas dos macrófagos • Existem 2 subtipos: neuropático e visceral Tipo neuropático • Retardo psicomotor • Demência • Hepatoesplenomegalia • Morte durante a 1a ou 2a décadas de vida Tipo visceral • Hepatoesplenomegalia • Acometimento pulmonar • Pacientes sobrevivem até a idade adulta Aspectos Histopatológicos – CÉLULAS DE NIEMANN- PICK (histiócito “azul – marinho”) • São células carregadas de lipídios, espumosas, distribuiídas por todo o sistema reticuloendotelial • São observadas na punção de medula óssea • Patognomônicas DOENÇA DE TAY – SACHS • Ocorre devido a deficiência de hexosaminidase A, acumulando gangliosídeos nos lisossomas dos neurônios. • Grande variação clínica • Forma infantil grave: degeneração neuronal rapidamente progressiva logo após o nascimento • Cegueira, retardo do desenvolvimento e convulsões • Morte geralmente acontece aos 3/5 anos de idade DOENÇA DE NIEMANN- PICK E DOENÇA DE TAY – SACHS Tratamento • Prognóstico ruim • Aconselhamento genético para famílias afetadas PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael ICTERÍCIA = Excessode bilirrubina no sangue (acima de 1,5 mg/100 ml) • A bilirrubina é um dos componentes da degradação da hemoglobina • A bilirrubina se acumula nos tecidos resultando na coloração amarela da pele e das mucosas Fatores associados à bilirrubinemia: • Não funcionamento adequado do fígado, resultando numa captação diminuída da bilirrubina circulante ou diminuição da conjugação da bilirrubina nas células hepáticas • Produção aumentada de bilirrubina (devido à destruição rápida das hemácias, de forma que o fígado não consiga acompanhar esta velocidade): anemia hemolítica auto-imune e anemia falciforme Aspectos clínicos: • Coloração amarelada, difusa e uniforme da pele • Cor varia em intensidade dependendo do nível sérico de bilirrubina • Esclerótica amarelada geralmente é um dos primeiros sinais • Outros sinais e sintomas dependem da etiologia primária da hiperbilirrubinemia Tratamento: • Varia de acordo com a causa • Icterícia presente ao nascimento geralmente se resolve espontaneamente AMILOIDOSE •representa um grupo heterogêneo de condições, caracterizadas pela deposição de um material proteináceo extra-celular chamado amilóide •amilóide = semelhante ao amido Pontos Fundamentais •A amiloidose é uma doença sistêmica, na qual ocorre acúmulo de um material semelhante ao amido, podendo acometer qualquer órgão. •Manifestação oral: deposição de amilóide na língua (macroglossia) e na gengiva. 2 tipos clínicos: •Forma limitada a órgão •Formas sistêmicas: •primária •associada ao mieloma •secundária •associada à hemodiálise •heredofamiliar Amiloidose limitada a órgão: •Manifestações orais muito raras •Pode se manifestar na forma de nódulo amilóide •não está associada a qualquer alteração sistêmica PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael Amiloidose primária e associada ao mieloma: •Média de idade: 65 anos •mais frequente em homens •Sinais iniciais inespecíficos (fadiga, perda de peso, parestesia, rouquidao e edema) •Pele: placas e pápulas firmes e lisas (pálpebra, região retroauricular, pescoço e lábios) •Lesões geralmente associadas a petéquias e equimoses •12 a 40% - macroglossia. •Olhos e boca seca – infiltração de amilóide e destruição das glândulas lacrimais e salivares. Amiloidose secundária •consequência de um processo inflamatório crônico, como a osteomielite de longa duração, tuberculose ou sarcoidose •mais comum: acometimento renal, hepático, esplênico e adrenal Amiloidose associada à hemodiálise •Ocorre em pacientes submetidos à diálise renal de longa duração, devido ao acúmulo de uma proteina de ocorrencia normal que não pode ser removida pela dialise e se acumula no plasma •Pode haver acometimento da língua (macroglossia) Amiloidose heredofamiliar •Forma rara •Autossômica dominante •Acometimento nervoso e cardíaco (arritmia, insuficiência) e deficiência renal •Febre familiar do mediterrâneo (autossômica recessiva) •vista nas populações suíça, portuguesa e japonesa Diagnóstico •biópsia da mucosa do reto •biópsia por aspiração da gordura abdominal subcutanea (mais simples que biópsia do reto) •fontes alternativas: •biópsia da gengiva •biópsia de glândula salivar (mais sensível do que a biópsia gengival) •associação dos achados histopatológicos com a clínica e bateria de exames para estabelecimento do tipo de amiloidose Características histopatológicas: •deposição extracelular no tecido conjuntivo submucoso de um material eosinofílico amorfo, que pode estar perivascular ou disperso no tecido •coloração especial: vermelho Congo Tratamento •Na maioria das vezes, nenhum tratamento específico é eficaz •forma limitada a órgão: remoção cirúrgica das lesões •primária: prednisona •secundária: eliminação da infecção •associada a hemodiálise: transplante renal •forma hereditária: transplante de fígado •a maioria dos pacientes com amiloidose morre após meses ou poucos anos do diagnóstico devido à insuficiência cardíaca, arritmia ou doença renal PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael NANISMO PITUITÁRIO • Quadro raro Ocorre devido: • Produção diminuída do hormônio de crescimento • Pela incapacidade de responder ao hormônio de crescimento Os pacientes são menores do que o normal, com proporções corporais adequadas (exceção crânio) Aspectos Clínicos: • Sinal mais marcante: acentuada baixa estatura • Sem alteração mental Manifestações Orais • Mandíbula e maxila menores do que o normal • Dentes com retardo na erupção (1 a 3 anos – para os dentes que erupcionam na 1a década e de 3 a 10 anos – para os dentes que erupcionam na 2a década) • Esfoliação dos dentes decíduos também é retardada • Ausência de desenvolvimento do 3os molares é comum • Microdontia difusa Tratamento: • Reposição hormonal GIGANTISMO • Quadro raro • Ocorre devido ao aumento do hormônio de crescimento antes do fechamento das placas epifisárias, geralmente devido à presença de um adenoma de hipófise. • Sinal mais marcante: acentuado aumento na estatura • Crescimento muito acelerado na infância • Cefaléia, distúrbios visuais e outros sinais de tumor cerebral • Pode haver associação com a síndrome de McCune-Albright (20%) Manifestação oral: • Macrodontia difusa Tratamento: • Remoção cirúrgica do adenoma (radioterapia também pode ser usada) • Expectativa de vida reduzida: hipertensão, neuropatia periférica, osteoporose e doença pulmonar PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael ACROMEGALIA • Quadro raro • Excesso de produção de hormônio do crescimento após o fechamento das placas epifisárias, geralmente devido a presença de um adenoma hipofisário • Cefaléia, distúrbios visuais e outros sinais de tumor cerebral • Hipertensão, neuropatia periférica, osteoporose e doença pulmonar • Crescimento dos ossos pequenos das mãos e pés, assim como dos ossos esponjosos do crânio e maxilares • Queixa do paciente: luvas ou chapéus estão ficando muito pequenos • Tecidos moles freqüentemente afetados, produzindo aspecto facial grosseiro • Hipertrofia dos tecidos moles palatinos pode causar ou acentuar apnéia do sono • Tempo médio entre o aparecimento dos sintomas e diagnóstico: 9 anos • Média de idade do diagnóstico: 42 anos • Não há predileção sexual Manifestações Orais: • Prognatismo mandibular • Crescimento ósseo pode causar diastemas • Macroglossia Tratamento: • Remoção do adenoma • Prognóstico ruim para pacientes não tratados: hipertensão, distúrbios cardiovasculares, insuficiência respiratória • Média de vida reduzida Distúrbios da Tireoide Glândula endócrina Localização: acima da incisura supra-esternal e abaixo da cartilagem cricóide. • Função: produção de hormônios da tireóide (pontencializadores da ação de outros hormônios e reguladores do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios). • T3: triiodotironina • T4: tetraiodotironina (tiroxina) São estimulantes do metabolismo celular. Consomem iodo para sua produção. • Calcitocina (tireocalcitocina). Dificulta a retirada do cálcio dos ossos pelo paratormônio. PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael HIPOTIROIDISMO = Cretinismo = Mixedema • Ocorre devido à diminuição dos níveis de hormônio tireoidiano (menos que 100 mg/g) • Cretinismo: durante a infância • Mixedema: forma adulta grave Hipotiroidismo primário • Anormalidade na glândula tireóide (agenesia ou hipoplasia) • Tipo mais comum Hipotiroidismo secundário • A hipófise não produz quantidade adequada de hormônio estimulante da tiróide (TSH) Tireoidite de Hashimoto = Doença auto-imune em adultos que leva ao hipotiroidismo Aspectos Clínicos • Letargia, pele grossa e seca, edema da face e das extremidades, rouquidão, constipação, fraqueza, fadiga, bradicardiae hipotermia. • Na criança geralmente o primeiro sinal é a deficiência de crescimento. Manifestações Orais • Aumento dos lábios • Aumento difuso da língua • Retardo na erupção Tratamento • Reposição hormonal • Prognóstico é bom •Complicações: hipertiroidismo iatrogênico (reposição excessiva), hipotiroidismo persistente (reposição inadequada) PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael HIPERTIROIDISMO • Ocorre devido à produção excessiva do hormônio tireoidiano • Principal conseqüência: aceleração do metabolismo • Doença de Graves é responsável por mais de 85% dos casos (auto- imune)- 90% • Outras causas: hiperplasia do tecido tireoidiano e tumores tiroidianos Aspectos Clínicos: • 5 a 10 vezes mais comum em mulheres • 2% das mulheres • Idade média: 3a e 4a décadas • Aumento difuso da tireóide Sintomas: nervosismo, palpitações cardíacas, intolerância ao calor, labilidade emocional e fraqueza muscular, sudorese excessiva, aumento do apetite e perda de peso. Achados durante a avaliação clínica: • Perda de peso • Taquicardia • Transpiração excessiva • Pele quente e lisa • Tremor • Olhos arregalados, com retração das pálpebras e retardo na movimentação A Doença de Graves é uma causa comum para o hipertiroidismo, levando ao aumento da tireóide e outros sintomas como intolerância ao calor, exoftalmia e ansiedade. Tratamento: • Iodo radioativo • Drogas que bloqueiam o uso de iodo pela tireóide: propiltiouracila e metimazol • Remoção cirúrgica de parte da glândula • O tratamento pode trazer o hipotiroidismo como conseqüência TEMPESTADE TIROIDIANA • Ocorre em pacientes com hipertiroidismo descontrolado • = Liberação inapropriada de grande quantidade de hormônio de uma só vez • Pode ser precipitada por infecção, trauma psicológico ou estresse • Delírios, hipertermia e taquicardia • Taxa de mortalidade: 20 a 40% PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael DISTÚRBIOS DA PARATIREÓIDE Paratireóides • Quatro pequenas glândulas endócrinas situadas nos ângulos posteriores da tireóide e que têm importância no metabolismo do cálcio. Produzem o paratormônio. HIPOPARATIROIDISMO • Ocorre devido à diminuição do PTH, por remoção cirúrgica das paratireóides ou como resultado da destruição auto-imune destas glândulas • O PTH regula os níveis de cálcio no sangue • Síndromes associadas: Síndrome DiGeorge e a síndrome candidíase endócrina Aspectos Clínicos: • Diminuição dos níveis séricos de cálcio: hipocalcemia • Hipoplasia de esmalte • Falhas na erupção dentária Tratamento: • Vitamina D • Suplementos adicionais de cálcio dietético HIPERPARATIROIDISMO • Produção excessiva de PTH Hiperparatireoidismo primário: • Produção descontrolada de PTH, geralmente como resultado de um adenoma de paratireóide (75% - 80 a 90%), hiperplasia destas glândulas (10%), carcinoma paratiroidiano (<2%) • Produção excessiva de PTH Hiperparatireoidismo secundário: • PTH é continuamente produzido devido a quantidades reduzidas de cálcio sérico (doença renal crônica: o rim processa a vitamina D necessária para absorção de cálcio no intestino) PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael Aspectos Clínicos: • Faixa etária: + de 60 anos • Mulheres são 2 a 4 vezes + acometidas •Sintomas: fadiga, fraqueza, náusea, anorexia, sede, depressão e arritmia. Dor óssea e dor de cabeça são frequentes • Tríade: pedras (cálculos renais), ossos e roncos abdominais (úlceras duodenais) Valores laboratoriais: • níveis elevados de PTH, cálcio e fosfatase alcalina Ossos: • Reabsorção subperiosteal das falanges dos dedos médio e indicador Perda generalizada da lâmina dura em torno das raízes – manifestação precoce (minoria dos pacientes) • Alterações no padrão trabecular: diminuição da densidade- aspecto de vidro fosco TUMOR MARROM • Lesão radiolúcida bem demarcada, uni ou multilocular • Locais: mandíbula, clavícula, costelas e pelve • Solitárias ou múltiplas • Pode produzir expansão da cortical significativa OSTEÍTE FIBROSA CÍSTICA = Degeneração central e fibrose dos tumores marrons de longa duração Aspectos Histopatológicos Tumor marrom = granuloma central de células gigantes •Proliferação de tecido de granulação altamente vascularizado • Várias células multinucleadas (osteoclastos) • Osteodistrofia renal: hiperparatireoidismo secundário, onde se observam numerosas espículas ósseas paralelas num fundo celular fibroblástico Tratamento: • Primário: remoção cirúrgica do tecido hiperplásico ou do tumor • Secundário: vitamina D ou transplante renal DISTÚRBIOS DAS GLÂNDULAS ADRENAIS Glandulas Adrenais = supra – renais • São órgãos endócrinos pequenos, multifuncionais, localizados sobre os rins. Cada glândula supra – renal é dividida em: • Zona interna (medula adrenal): produz as catecolaminas – epinefrina e norepinefrina. • Zona externa (córtex adrenal): produz os glicocorticóides, os mineralocorticóides e os hormônios sexuais. PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael Hiperfunção da Medula Adrenal • Medula adrenal regula as catecolaminas • Feocromocitoma = tumor de medula adrenal, que leva à hipersecreção de epinefrina e norepinefrina. • Sintomas: hipertensão esporádica, cefaléia, suores, palpitações e rubores. Diagnóstico é dado pela: • concentração das catecolaminas no soro, ou • pela detecção de níveis elevados dos metabólitos das catecolaminas (ácido vanilmandélico – VMA). Tratamento: • Remoção cirúrgica do feocromocitoma Hiperfunção do Córtex Adrenal • Glicocorticóides (hipercortisolismo), mineralocorticóides e hormônios sexuais podem ser produzidos em excesso. HIPERCORTISOLISMO • Aumento dos níveis de corticóide • Causa mais comum: uso de corticóide (+ de 20 mg diariamente) • Doença ou Síndrome de Cushing: fonte endógena (tumor adrenal ou hipofisário) Aspectos Clínicos: • + Comum em mulheres jovens • Progressão lenta • Sinal mais evidente: ganho de peso nas áreas centrais do corpo • Acúmulo de gordura na região da coluna dorsocervical resulta na aparência de CORCOVA DE BÚFALO • Deposição de tecido adiposo no rosto resulta na aparência da face redonda: CARA DE LUA – face de lua cheia Outros achados: • Estrias abdominais vermelho-purpúreas • Cicatrização inadequada • Hirsutismo (formação de pêlos) • Osteoporose • Hipertensão • Tendência à depressão • Hiperglicemia com sede e poliúria • Perda de músculo • Fraqueza Tratamento: • Remoção cirúrgica de tumor caso presente • Medicamentos que inibem a produção de cortisol (cetoconazol) PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael • Minimizar a dose do corticóide Hipersecreção dos mineralocorticóides • Causa: tumor ou hiperplasia de adrenal • Consequências: concentração baixa de potássio no soro, retenção de líquido (edema), hipertensão leve, fraqueza muscular e parestesias transitórias. Hipersecreção dos hormônios sexuais • Causa: tumores ou defeitos enzimáticos • Conseqüências: masculinização nas mulheres e em meninos, na fase pré-puberdade. Hipofunção das Glândulas Adrenais § A perda crônica da função adrenal é chamada de Doença de Addison. DOENÇA DE ADDISON = Hipoadrenocorticismo Hipoadrenocorticismo primário: • Produção insuficiente do hormônio corticóide adrenal, causada pela destruição do córtex adrenal. • Causas: destruição auto-imune (mais comum), infecções (tuberculose, infecções fúngicas profundas – HIV+), tumores metastáticos, sarcoidose e amiloidose. Hipoadrenocorticismo secundário: • Produção insuficiente do hormônio corticóide adrenal, causada pelo não funcionamento adequado da hipófise Aspectos Clínicos: • Os sinais só surgemapós destruição de pelo menos 90% do córtex adrenal • Fadiga, irritabilidade, depressão, fraqueza e hipotensão • Pigmentação generalizada da pele: bronzeamento •a melanina e a adrenalina têm uma substância precursora em comum – tirosina, e quando a medula está lesada produz adrenalina em menores quantidades, levando a um excesso da substância precursora e conseqüentemente, levando a um excesso de melanina que se acumula na pele e nas mucosas. • Pigmentação é mais comum na pele exposta ao sol e áreas de trauma • Desconforto gastrointestinal: náusea, perda de peso e desejo por sal Manifestações Orais: • Pigmentação macular marrom, difusa ou em placas, da mucosa oral, devido a produção exagerada de melanina • As manifestações orais são o primeiro sinal da doença, seguidas da pigmentação cutânea • Pigmentação oral pode fazer diagnóstico diferencial com a melanose racial fisiológica – tempo de surgimento • Locais mais acometidos: mucosa jugal e labial (mais raramente em gengiva) PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael Tratamento: • Reposição de corticóide (5 mg/dia) • Durante o estresse há necessidade de maior quantidade de hormônios corticóides, logo o paciente deve ser avaliado pelo médico para maior reposição durante eventos estressantes • Prognóstico no paciente tratado é bom •o tratamento para pigmentação da mucosa e da pele não existe, e ela permanece após reposição hormonal. DIABETES MELITO Ocorre devido a produção diminuída de insulina ou resistência tecidual aos efeitos de insulina, tendo como conseqüência um aumento da glicose no sangue (hiperglicemia). As células beta das ilhotas de Langerhans pancreáticas produzem o hormônio insulina, cuja função é permitir a captação da glicose pelas várias células do corpo. • Etiologia do diabetes melito é totalmente desconhecida. • Hipótese (DMID): infecção viral que resulta no desencadeamento de uma resposta auto-imune com destruição das células das ilhotas pancreáticas. • DMNID: anormalidade genética. Se um dos pais tem DMNID, o filho tem 40% de chance de desenvolvimento. Diabetes Tipo I (DMID) = Insulino-dependente = Juvenil Diabetes Tipo II (DMNID) = Não-insulino-dependente = Adulto DMID • Ausência de produção de insulina • A maioria se manifesta na infância • Há necessidade de injeções de insulina exógena para a sobrevivência • Deficiência na insulina impede absorção de glicose • Nível sanguíneo normal de glicose: 70 a 120 mg/dl • Pacientes diabéticos: 200 a 400 mg/dl • Acima de 300 mg/dl – os rins não conseguem mais reabsorver a glicose, sendo então eliminada na urina • Glicose é a principal fonte de energia (cansaço e letargia) • O corpo começa a usar outras fontes de energia: gorduras e proteínas, resultando na produção de cetonas. • Perda de peso ocorre mesmo diante da POLIFAGIA • Hiperglicemia leva ao aumento da osmolaridade do corpo e da urina - POLIÚRIA e POLIDPSIA • Idade média no diagnóstico: 14 anos PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael DMNID • Tipo mais comum • Ocorre em adultos mais velhos, obesos • Pode haver ou não a necessidade de injeção de insulina • Pacientes com mais de 40 anos • 80 a 90% - obesos • Diminuição de receptores de glicose • Os níveis de insulina se encontram normais, porém a glicose não é absorvida Complicações: • Microangiopatia: oclusão de pequenos vasos sangüíneos, produzindo doença vascular periférica. Como não há perfusão, ocorre isquemia, o que predispõe o paciente a infecções graves • Função dos neutrófilos está anormal • Muitos pacientes têm seus membros inferiores amputados devido à falta de perfusão tecidual e conseqüente incapacidade de enfrentar a infecção • Oclusão vascular coronária: infarto do miocárdio • Oclusão vascular das carótidas e seus ramos: acidente vascular cerebral • Oclusão microvascular da retina: cegueira • Oclusão microvascular renal: insuficiência renal Manifestações Orais: • São vistas basicamente nos pacientes DMID • Doença periodontal: > freqüência e progressão mais rápida – MANIFESTAÇÃO ORAL MAIS FREQÜENTE (75% dos pacientes mal controlados) • Retardo na cicatrização • Maior predisposição para infecções • Sialodenose diabética: aumento difuso, indolor e bilateral das glândulas parótidas. Pode ser observada em paciente com DMID ou DMNID. • Pacientes descontrolados ou mal controlados: aumento acentuado e eritema da gengiva inserida • Mais suscetíveis à candidíase oral • Candidíase eritematosa: + de 30% dos pacientes • Zigomicose: DMID mal controlado • Glossite migratória benigna:DMID • Xerostomia: 1/3 dos pacientes (não necessariamente com hipossalivação) Tratamento: • Modificação dietética • Agente hipoglicemiante oral: tolbutamida, clorpropamida, tolazamida, gliburida • Em alguns casos há necessidade de insulina • Injeções de insulina para controlar os níveis de glicose • Os carboidratos devem ser ingeridos logo após a injeção para evitar o choque insulínico (níveis muito baixos de glicose, < 40 mg/dl) Tratamento dentário: • Minimizar o estresse e o risco de infecção • A consulta deve ser marcada pelo meio da manhã, após o café da manhã • Várias consultas de curta duração PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael HIPOFOSFATASIA • Quadro raro • Autossômico recessivo • Primeiro sinal: perda prematura dos dentes decíduos, devido a ausência de cemento • Quanto menor for a idade de aparecimento, mais grave é o quadro Doença hereditária muito rara em que a atividade da fosfatase alcalina no soro e nos tecidos é anormalmente baixa. A calcificação dos ossos é ausente ou deficiente, conduzindo a anomalias esqueléticas que são indistinguíveis das do raquitismo. Subtipos: • Perinatal • Lactência • Infância • Adulto Hipofosfatasia Perinatal • Forma mais grave • Hipocalcificação acentuada das estruturas esqueléticas • Diagnosticada ao nascimento • Recém-nascido raramente sobrevive por mais que poucas horas após o nascimento • Morte ocorre devido à insuficiência respiratória Hipofosfatasia Dos Lactentes • Bebês não manifestam alterações até os 6 meses • Deficiência no crescimento • Vômito e hipotonia • Malformações esqueléticas: membros encurtados e arqueados • Malformações esqueléticas e cranianas • Ossos hipomineralizados • Quando as crianças sobrevivem, há esfoliação precoce dos dentes decíduos Hipofosfatasia Da Infância • Ampla variedade de expressões clínicas • Perda prematura dos dentes decíduos • As vezes só ocorre acometimento dos incisivos decíduos • Em alguns casos há o aumento da câmara pulpar • Perda de osso alveolar • Fechamento prematuro das suturas cranianas: aumento da pressão intracraniana Hipofosfatasia Adulta • Autossômico recessivo • Forma mais leve • Sinostoses cranianas • Perda prematura dos dentes decíduos ou permanentes • Fraturas ao mínimo trauma Tratamento: • Sintomático • Não há correção para a deficiência ou defeito de fosfatase alcalina • Próteses para substituição dos dentes perdidos PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael DOENÇAS INFLAMATÓRIAS CRÔNICAS DOENÇA DE CROHN = ILeíte regional = Enterite regional = Enterocolite cicatrizante = Colite granulomatosa = Colite ulcerativa segmentar • Condição inflamatória crônica mediada imunologicamente, de etiologia desconhecida • Afeta principalmente a porção distal do intestino delgado e o cólon proximal • As manifestações da Doença de Crohn podem acometer qualquer porção do TGI: ânus até a boca • Outras localizações: pele, olhos e articulações • Lesões orais podem preceder em até 30% dos casos as lesões intestinais • Faixa etária do diagnóstico: adolescentes e adultos jovens • Sinais e sintomas: cólica abdominal, dor, náusea, diarréia,febre, perda de peso, subnutrição, anemia, diminuição do crescimento e baixa estatura. Manifestações Orais (6 a 20%) • Lesões são inespecíficas • Tumefação nodular ou difusa dos tecidos orais e periorais • Aparência de pedra de calçamento da mucosa • Úlceras profundas de aspecto granulomatoso • As úlceras são normalmente lineares, localizadas no vestíbulo bucal • A tumefação dos tecidos moles simula a hiperplasia fibrosa inflamatória por prótese, no entanto os pacientes têm dentes • Outras manifestações: disgeusia e ulcerações semelhantes a afta • As manifestações orais lembram muito as encontradas na granulomatose orofacial • Perda rápida do osso alveolar, contribuindo para a doença periodontal Tratamento • Sulfa • Corticóide sistêmico • Suplementação com ferro e vitamina B12 • Há um risco aumentado de carcinoma intestinal PROF. MÔNICA ISRAEL monicasisrael@yahoo.com.br (21) 98034-9400 @doutoramonicaisrael PIOESTOMATITE VEGETANTE • Quadro raro • Antigamente acreditava-se que estava associada ao pênfigo • Atualmente acredita-se que represente a expressão oral da colite ulcerativa ou da doença de Crohn Aspectos Clínicos: • Pústulas amareladas ligeiramente elevadas, lineares, sobre a mucosa oral eritematosa. As pústulas podem se romper e dar origem a ulcerações • Locais: mucosa labial, mucosa jugal, palato mole e face ventral da língua: TRAJETO DE CARACOL Tratamento: • Sulfa • Corticoide sistêmico
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